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FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DE SETE LAGOAS/MG - UNOPAR

DIREITO À PRIVACIDADE

Revisão bibliográfica apresentado a FACULDADE DE


CIÊNCIAS JURÍDICAS DE SETE LAGOAS – UNOPAR,
referente a disciplina de DIREITO CÍVIL – Tema: Direito a
Privacidade – Capítulo 5º – Livro Direitos da Personalidade,
Autor: Anderson Schreiber, ministrado pelo docente Sr. Dr.
Rafael Menezes.

SETE LAGOAS/MG

2023
FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DE SETE LAGOAS/MG - UNOPAR

Resumo

O capítulo 5 do livro "Direitos da Personalidade" de Anderson Schreiber, aborda o


direito à privacidade como um dos direitos fundamentais da personalidade. O autor apresenta
a evolução histórica do direito à privacidade, destacando a influência dos Estados Unidos na
sua consolidação como direito autônomo e a sua incorporação no ordenamento jurídico
brasileiro. O capítulo também discute as diferentes esferas da privacidade, como a privacidade
da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem.

Além disso, aborda questões polêmicas como o direito ao esquecimento, a proteção


de dados pessoais e a vigilância do Estado. Schreiber destaca a importância da privacidade
como um direito essencial para a autonomia e a dignidade das pessoas, além de enfatizar a sua
proteção em diferentes âmbitos, como o civil, o penal e o constitucional.

Em resumo, o capítulo 5 do livro "Direitos da Personalidade" apresenta uma visão


abrangente e aprofundada sobre o direito à privacidade, explorando suas diferentes dimensões
e a sua relevância para a proteção da dignidade humana.

Palavras Chaves: Direito, Privacidade, Personalidade

ABSTRAC

Chapter 5 of the book "Personality Rights" by Anderson Schreiber addresses the right to
privacy as one of the fundamental rights of the personality. The author presents the historical
evolution of the right to privacy, highlighting the influence of the United States in its
consolidation as an autonomous right and its incorporation into the Brazilian legal system.
The chapter also discusses the different spheres of privacy, such as the privacy of intimacy,
private life, honor and image.

In addition, it addresses controversial issues such as the right to be forgotten, the protection of
personal data and State surveillance. Schreiber highlights the importance of privacy as an
essential right for the autonomy and dignity of people, in addition to emphasizing its
protection in different areas, such as civil, criminal and constitutional.

In summary, chapter 5 of the book "Personality Rights" presents a comprehensive and in-
depth view of the right to privacy, exploring its different dimensions and its relevance for the
protection of human dignity.

Keywords: Law, Privacy, Personality.


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INTRODUÇÃO:

05 ÍCONES PRINCIPAIS DO DIREITO DA PERSONALIDADE

Vida/integridade física, honra, imagem, nome e intimidade.

O autor começa citando o exemplo do reality show "big brother Brasil". A doutrina e
a Jurisprudência, já são pacíficas no sentido de permitir que as pessoas renunciem ao seu
direito à privacidade de modo voluntário e temporário.

O professor Anderson também ressalta que a evolução em torno do debate do


direito à privacidade é recente, para ele o direito atual deve além de conferir proteção a vida
íntima, deve também abranger o direito da pessoa humana de manter o controle sobre seus
dados pessoais, uma vez que o uso inadequado de dados pessoais pode gerar diversos
prejuízos com seu titular.

O autor também critica o artigo 21 do código civil (A vida privada da pessoa


natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências
necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta forma), que disciplina o direito à
privacidade em suas palavras." A norma diz muito pouco para o seu tempo. Pode se afirmar
que o legislador errou novamente ao restringir o escopo do direito à privacidade, quando teve
a oportunidade de lhe conferir maior proteção.

A tutela da privacidade, como direito da personalidade interfere a toda pessoa


humana, não pode encontrar espaços de imunidade na realidade pessoa brasileira. suspeitos,
indiciados, acusados e mesmo criminosos condenados por sentença penal transitada em
julgado não perdem, por essa razão, aqueles direitos que compõem o núcleo essencial da
condição humana. A privacidade deve ser respeitada em qualquer condição.

1. REFERENCIAL TEORICO.

1.1 CONCEITO DE DIREITO A PRIVACIDADE.

O termo direito à intimidade é considerado como tipificação dos chamados “direitos


da personalidade”, que são inerentes ao próprio homem e têm por objetivo resguardar a
dignidade da pessoa humana. Com a evolução científica e o avanço da tecnologia, as
intromissões na intimidade e na vida privada das pessoas agravaram-se, ocorrendo um
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aumento desenfreado nas possibilidades e na velocidade do acesso à informação, levando,


consequentemente, a uma maior fragilidade da esfera privada, da intimidade das pessoas.

A privacidade pode ser definida como o direito de estar só ou, talvez mais preciso, o
direito de ser deixado só. Assim, entende-se que a privacidade pode sofrer ataques, podendo
gerar desgastes e dores muito maiores que uma injúria corporal. Vale ressaltar, que alguns
autores diferenciam o direito à intimidade do direito à vida privada. O direito à intimidade
pode ser conceituado como aquele que visa resguardar as pessoas dos sentidos alheios,
principalmente da vista e dos ouvidos de outrem. Ou seja, é o direito da pessoa de excluir do
conhecimento de terceiros tudo aquilo que a ela se relaciona.

O direito à intimidade é, ainda, o poder correspondente ao dever de todas as outras


pessoas de não se imiscuir na intimidade alheia, opondo-se a eventuais descumprimentos
desse dever, realizados por meio de investigação ou divulgação de informações sobre a vida
alheia

2.1 CODIGO CIVIL - ARTIGO REGULAMENTORIO

O Código Civil Brasileiro, em seu artigo 21, prevê o direito à proteção da imagem e da
privacidade da pessoa. O dispositivo estabelece que:

"A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do


interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar
ato contrário a esta norma."

Além disso, o artigo 20 do mesmo Código dispõe que:

"Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à


manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da
palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma
pessoa poderão ser proibidas a seu requerimento e sem prejuízo da
indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a
respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais."

Dessa forma, o Código Civil Brasileiro regulamenta o direito à privacidade e à imagem das
pessoas, garantindo a elas o direito de proteger sua vida privada e de se opor à divulgação de
informações ou imagens que possam prejudicar sua reputação ou serem usadas para fins
comerciais, desde que não autorizadas ou necessárias para a administração da justiça ou
manutenção da ordem pública.
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2.2 PRIVACIDADE DA INTIMIDADE

A privacidade da intimidade é uma das esferas da privacidade e se refere ao direito das


pessoas de manterem suas vidas pessoais for a do escrutínio público. Ela abrange as relações
interpessoais mais íntimas, como as relações sexuais, afetivas e familiares.

Esse direito inclui a proteção da inviolabilidade do domicílio. Em resumo, a privacidade da


intimidade é um direito que visa garantir que as pessoas possam viver sua vida pessoal sem
interferir

2.3 DIREITO DA VIDA PRIVADA

O direito à vida privada é outro aspecto importante da privacidade e é considerado


um direito fundamental da personalidade. Ele se refere à proteção da vida íntim a das pessoas,
incluindo suas escolhas pessoais, suas crenças, valores e convicções. Esse direito abrange a
proteção de informações pessoais, como dados bancários, médicos, fiscais e outros que dizem
respeito à vida privada das pessoas, e a proteção contra a exposição indevida dessas
informações. O direito à vida privada também

Esse direito é assegurado por diversas leis e tratados internacionais de direitos


humanos em resumo, o direito à vida privada é um direito fundamental que visa garantir que
as pessoas possam viver suas vidas pessoais sem interferência ou controle indevido de
terceiros, protegendo sua liberdade, dignidade e integridade pessoal.

2.4 DIREITO DA HONRA

O direito da honra é outro direito fundamental da personalidade, que se refere à


proteção da reputação e da imagem das pessoas. Esse direito engloba a proteção contra
ofensas e difamações, bem como a proteção contra a divulgação de informações falsas ou
prejudiciais à reputação das pessoas. O direito da honra é protegido por leis e tratados
internacionais de direitos humanos

Esse direito é composto por três aspectos principais: o direito ao bom nome, que se
refere à reputação e à imagem positiva das pessoas; o direito à imagem, que se refere à
proteção da imagem física das pessoas; e o direito à voz, que se refere à proteção da
capacidade das pessoas de se expressarem livremente sem sofrerem danos à sua reputação.
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Em resumo, o direito da honra é um direito fundamental que visa proteger a


reputação e a imagem das pessoas, garantindo sua dignidade e integridade pessoal.

2.5 DIREITO DA IMAGEM

O direito da imagem é um dos direitos da personalidade e se refere ao direito das


pessoas de terem sua imagem preservada e protegida contra a sua utilização não autorizada
por terceiros.

Esse terre O direito da imagem é protegido por leis e tratados internacionais de


direitos humanos, e sua violação pode resultar em indenização por danos morais ou matéria
Esse direito inclui a proteção contra o uso indevido da imagem em publicidade, propaganda
ou outras atividades comerciais, bem como a proteção contra a utilização não autorizada da
imagem em meios de comunicação O direito da imagem também garante às pessoas o direito
de decidir sobre a utilização e a divulgação da sua imagem, podendo autorizar ou proibir a sua
utilização.

Em resumo, o direito da imagem é um direito fundamental que visa proteger a


imagem física e moral das pessoas, garantindo sua integridade pessoal e a sua liberdade.

2.6 EVOLUÇÃO DIREITO A IMAGEM

O direito à imagem é um direito fundamental que evoluiu ao longo do tempo e se


tornou cada vez mais importante em uma sociedade em que a imagem tem um papel cada vez
mais central. A seguir, apresento alguns marcos importantes na evolução do direito à imagem:
Revolução Francesa: Durante a Revolução Francesa, a noção de privacidade e o direito à
intimidade foram reconhecidos pela primeira vez.

O direito à imagem foi considerado uma extensão desses direitos. Código Civil
francês de 1804: O Código Civil francês de 1804 estabeleceu pela primeira vez que a imagem
de uma pessoa é um bem protegido pela lei. Esse código serviu como modelo para outros
países. Criação da fotografia: Com a invenção da fotografia, surgiram novas questões sobre a
proteção da imagem. No início, a lei não reconhecia a fotografia como uma obra protegida,
mas isso mudou com o tempo. Constituição brasileira de 1988:

A Constituição brasileira de 1988 estabeleceu a inviolabilidade da intimidade, da


vida privada, da honra e da imagem das pessoas. Isso fortaleceu o direito à imagem no Brasil.
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Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais: A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
(LGPD), que entrou em vigor em 2020 no Brasil, estabeleceu novas regras para o uso de
dados pessoais, incluindo imagens. Essa lei fortaleceu a proteção do direito à imagem no
contexto digital. Hoje, o direito à imagem é reconhecido em diversas legislações ao redor do
mundo e é considerado um direito fundamental para proteger a privacidade e a dignidade das
pessoas.

CONCLUSÃO

Como Vimos, temos que na Sociedade da Informação o uso da tecnologia é uma realidade que
veio para ficar e se aprofundar ainda mais, reduzindo gradativamente os conceitos de
privacidade e âmbito privado. A erosão das tais garantias é real, com reflexos tanto positivos
quanto negativos e se faz necessário a sociedade entender e regrar esta nova capacidade
técnica, para evitar abusos e situações de privilégio dos detentores dos meios de
telecomunicação, e principalmente, dos governos.

O Direito a Privacidade é um direito constitucional e essencial para a vida em


sociedade, que garante a segurança da vida particular e privada de qualquer indivíduo,
assegurado por lei, e ele é responsável por manter em particular todos os acontecimentos da
vida de uma pessoa que não caibam no aspecto público.

Entende-se que o modo como o direito à privacidade vem sendo tratado pela mais
importante Corte de Justiça nacional demonstra desrespeito ao seu objeto e falta de
compreensão de seu real significado, caracterizando o privar como atitude reprovável e
impedindo a liberdade da “não exposição”. Ora, há diversas ações que não configuram um
“fazer errado”, optando seus sujeitos, contudo, pelo não compartilhamento, sendo a
privacidade mesmo indispensável a uma ampla gama delas, independentemente de ilicitude
ou comportamento inadequado.

O “não mostrar” também é necessário ao desenvolvimento da personalidade humana


e, felizmente, todos têm algo a esconder. É urgente lembrar que privar, ao contrário do que
possa parecer, continua sendo fundamental.

Todos nós temos direito de ter a sua privacidade preservada!


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Aurum. (2021, February 11). Direito de imagem: o que é, como funciona e qual a sua
importância. Aurum. Retrieved from https://www.aurum.com.br/blog/direito-de-imagem/.

ÁVILA, Humberto; Teoria dos Princípios: da definição à aplicação dos princípios jurídicos; São Paulo:
Malheiros Editores, 2005, 4ª edição.

BADENI, Gregorio; Tratado de Derecho Constitucional, tomos I e II, 2ª edição; Buenos Aires: La Ley,
2006.

BARROSO, Luís Roberto; Liberdade de Expressão, Censura e Controle da Programação de Televisão na


Constituição de 1988 in Temas de Direito Constitucional; Rio de Janeiro: Renovar, 1998, p. 341-387.

Código Civil Brasileiro. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Planalto. Retrieved from
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm. (Accessed on May 8, 2023).

Marques, A. N. G. (2010). Direito à honra. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos


Territórios. Retrieved from https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-
produtos/artigos-discursos-e-entrevistas/artigos/2010/direito-a-honra-andrea-neves-gonzaga-
marques

Scheiber, Anderson. Direito à personalidade. São Paulo: Atlas, 2013.

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