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Não é de hoje que os adolescentes são protagonizados no grande ecrã a espalhar intrigas
como divertimento. O termo ‘‘fofoca’’ tem sido frequentemente utilizado por jovens ao
se referirem a uma forma de entretenimento que consiste na disseminação de rumores,
geralmente sem o consentimento do visado. Esta informação geralmente não é fidedigna
o que pode levar a desentendidos e posteriormente ao bullying. Geralmente ocorre no
ambiente escolar, onde a sua propagação mais comum se dá de pessoa para pessoa.
Recentemente, a criação de contas anônimas na rede social Instagram, tem vindo a gerar
polémica visto que qualquer pessoa com acesso à internet pode escrever algo e é
publicado sem monitorização. Informação, rumores e segredos têm sido partilhados
diariamente. Estas ações estão claramente a violar a privacidade e a desvalorizar a vida
privada. O assunto foi abordado na aula e levantou várias questões éticas, será o respeito
pela vida privada um valor moralmente objetivo?
É sabido que as diferentes definições de vida privada são difíceis de conciliar, tanto que
esta noção tem sido já mesmo caracterizada na doutrina como obscura e sem um
verdadeiro conteúdo preciso. O tribunal define-a como uma “esfera privada ou íntima’’
e de um “direito à vida privada”. Ainda que a jurisprudência constitucional portuguesa
não tenha delimitado a proteção enquanto direito fundamental. Segundo uma distinção
entre “vida privada’’ e ‘‘intimidade da vida privada’’ que, por exemplo, inclui apenas os
aspetos respetivos a um domínio mais limitado e estreitamente ligado à pessoa, ou a um
“núcleo central’’ da vida privada.
Diante das diversas noções de vários autores para tentar conceituar a vida privada, ao
longo da tese vamos abordar a definição em que as informações do íntimo de um
indivíduo devem ser ocultas a terceiros, sujeitos exteriores ao círculo próximo e a quem
não tiver a sua permissão. Ao nos referirmos a “individuo’’, é qualquer ser humano.
Este ensaio tem o intuito de apoiar efetivamente a posição de que o respeito pela vida
privada é um valor moralmente objetivo.
Um dos argumentos contra a tese que defendemos é afirmar que o respeito pela vida
privada é um valor subjetivo, isto é, dizer que a sua moralidade depende de causas
externas como por exemplo pelos valores da sociedade em que estamos inseridos.
No estado português, a vida privada é um direito civil, uma lei logo devemos respeitá-
la. Mas nem todos os países têm essa lei em vigor, o que resulta do facto dos valores
morais serem subjetivos.
O respeito pela vida privada é moralmente correto para Immanuel Kant pois afirma que
“deves respeitar a vida pessoal de terceiros, sem mais” (imperativo categórico), e é uma
ação por puro respeito à lei moral é uma boa vontade, logo é regido pela razão prática e
por isso tem moralidade.
É também moralmente correto para John Stuart Mill, pois as ações devem promover a
felicidade e ao respeitar a vida privada evitamos a dor de ser expostos e garantimos o
prazer da privacidade.
Qual o critério utilizado para identificar os aspetos da vida privada protegidos pela
CRP?
O que é o respeito?
Se as leis são objetivas e o respeito à vida privada está nas leis, então o respeito à vida
privada é objetivo.
Trabalho realizado por: Marta Jesus; Maria Correia; Marcos Ferreira; Lara Arantes.
Turma: 10ºB Professora: Bárbara Peixoto