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Direitos Humanos

O Princípio Fundamental da
Dignidade da Pessoa Humana
DIREITOS HUMANOS
PROF. HENRY ATIQUE

Guia referente à disciplina de Direitos Humanos do


Centro Universitário de Rio Preto, elaborado pelo
Prof. Dr. Henry Atique.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SÃO PAULO – BRASIL


CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO - UNIRP

Halim Atique Junior


Reitor

Manuela Kruchewsky Bastos Atique


Vice-Reitora

Anete Maria Lucas Veltroni Schiavinatto


Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação

Agdamar Affini Suffredini


Pró-Reitora Acadêmica

Sérgio Luís Conti


Pró-Reitor Administrativo e Financeiro

Ricardo Costa
Pró-Reitor de Educação à Distância
APRESENTAÇÃO ............................................................................... 6

1. Dimensões da dignidade da pessoa humana ............. 7

2. Breves considerações acerca do surgimento e da


13
evolução histórica dos direitos humanos fundamentais

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................ 21

REFERÊNCIAS .................................................................. 22
Direitos Humanos

APRESENTAÇÃO

Bem-vindo ao guia de estudos da disciplina de Direitos Humanos!


Neste guia, estudaremos a parte introdutória quanto ao tema, fundamental para
seu adequado conhecimento e sua adequada compreensão.

Para que este guia fosse produzido, utilizamos a mais celebrada


doutrina no assunto, no sentido de encorpar o quanto exposto, mas, ao mesmo
tempo, buscando trazer a questão de forma que todos – sejam ou não da área
jurídica – possam refletir sobre o assunto.

A partir deste estudo, poderemos ter, em linhas gerais, um panorama


preliminar sobre o que trata a mencionada disciplina.

Leia atentamente o guia. Esperamos que este texto o ajude em


uma melhor compreensão. Bons estudos!

6
1
1 DIMENSÕES DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Inicialmente, podemos referir-nos a uma dimensão ontológica da
dignidade, na esteira da lição de Ingo Wolfgang Sarlet1, observando-se, desde
logo, que não se refere a uma dimensão exclusivamente biológica, no sentido
de uma qualidade humana geneticamente pré-programada, mas ao fato de a
dignidade ser uma qualidade intrínseca da pessoa, irrenunciável e inalienável,
constituindo elemento qualificador e indissociável do ser humano como tal.

Nessa dimensão, a dignidade é tratada como uma qualidade


integrante à própria condição humana, devendo ser reconhecida, respeitada,
promovida e protegida, não podendo, por outro lado, ser criada, concedida ou
retirada (embora possa ser violada), de tal sorte que não há que se cogitar a
possibilidade de uma pessoa ser titular de uma pretensão a que lhe seja concedida
a dignidade2, já que evidentemente ela não existe apenas onde e na medida
em que o Direito a reconhece3, mas em cada ser humano como algo que lhe é
inerente, constituindo, em certo sentido, dado preexistente e anterior a toda a
experiência especulativa4.

Além disso, não se pode olvidar de que a dignidade independe das


circunstâncias concretas, pois basta a qualidade de ser humano para se fazer
merecedor dela. Assim, mesmo o maior dos criminosos ou aqueles que cometem
as ações mais indignas e infamantes ainda são iguais em dignidade, não podendo
esta ser objeto de desconsideração.

Outra que merece ser destacada é a dimensão comunicativa


e relacional da dignidade da pessoa humana, tangente à intersubjetividade no
sentido do reconhecimento pelo(s) outro(s), já que todos convivem em uma

1 As dimensões da dignidade da pessoa humana: construindo uma


compreensão jurídico-constitucional necessária e possível. In: Ingo Wolfgang
Sarlet (org.). Dimensões da dignidade: ensaios de filosofia do direito e direito
constitucional. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009, p. 15-43.
2 Ingo Wolfgang Sarlet. Ob. cit., p. 20.
3 José Afonso da Silva. A dignidade da pessoa humana como valor supremo
da democracia. In: Revista de Direito Administrativo, v. 212, 1998, p. 91 e Cármen
Lúcia Antunes Rocha. O Princípio da Dignidade da Pessoa Humana e a Exclusão
Social. In: Revista Interesse Público, n° 04, 1999, p. 26.
4 Reinaldo Pereira e Silva. Introdução ao biodireito. Investigações político-
jurídicas sobre o estatuto da concepção humana. São Paulo: LTr, 2002, p. 191.
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Direitos Humanos

determinada comunidade na condição de iguais em dignidade e direitos, o que


faz necessário o reconhecimento dessa dimensão, considerando-se a vida em
sociedade de cada pessoa e de todas as pessoas5.

Esse é o entendimento trazido pelo artigo 1º da Declaração


Universal dos Direitos Humanos da ONU, de 1948, segundo o qual:
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e
direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em
relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Nessa linha de pensamento, Pérez Luño6 sustenta que a dignidade


deve ser considerada na relação do ser humano com os outros, ao invés de em
função da pessoa individualizada, o que não se confunde, no entanto, com uma
funcionalização da dignidade, no sentido de sacrifícios da dignidade pessoal em
prol da comunidade.

Quanto ao que apresentamos neste momento, conclusiva é a lição


de João Carlos Gonçalves Loureiro7, ao afirmar que:
(...) a dignidade da pessoa humana implica uma obrigação
geral de respeito pela pessoa, traduzida num feixe de deveres e
direitos correlativos, de natureza não meramente instrumental,
mas sim relativos a um conjunto de bens indispensáveis ao
florescimento humano.

O que importa assim é que a dignidade da pessoa humana só faz


sentido no âmbito da intersubjetividade e da pluralidade, devendo o Direito zelar
para que todos recebam a mesma consideração e o mesmo respeito por parte do
Estado e da comunidade, apontando a esteira do pensamento de Hannah Arendt8
para uma dimensão política da dignidade, no sentido de a pluralidade ser condição
fundamental da ação humana e da política.

5 Cf. Ingo Wolfgang Sarlet. As dimensões da dignidade da pessoa humana:


construindo uma compreensão jurídico-constitucional necessária e possível. In:
Ingo Wolfgang Sarlet (org.). Dimensões da dignidade: ensaios de filosofia do
direito e direito constitucional. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009, p. 23-
24.
6 Antonio-Enrique Pérez Luño. Derechos humanos, Estado de derecho y
Constitución. 5ª ed. Madrid: Tecnos, 1995, p. 318.
7 O direito à identidade genética do ser humano. In: Portugal-Brasil ano
2000, boletim da faculdade de direito de Coimbra. Coimbra: Coimbra Editora,
1999, p. 281.
8 A condição humana. 10ª ed.. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002,
p. 15-16.

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Direitos Humanos

Outra abordagem necessária é a dimensão histórico-cultural,


que se relaciona com o fato de a dignidade da pessoa humana, além de uma
qualidade inata da pessoa, como apresentamos anteriormente, ser resultado do
trabalho de diversas gerações e da humanidade como um todo, pois trata-se de
uma categoria axiológica aberta, não podendo, por conseguinte, ser conceituada
de maneira fixista, que não encontraria respaldo no pluralismo e na diversidade de
valores que se manifestam nas sociedades democráticas contemporâneas.

Reforçam tal posição as lições de Cármen Lúcia Antunes Rocha9,


para quem o conceito de dignidade está em constante processo de construção
e desenvolvimento, e seu conteúdo, inicialmente, é vago e aberto, demandando
concretização e delimitação pela práxis constitucional; além dessa posição,
a de Ernst Benda10, que afirma ser impositivo que o conteúdo da dignidade
seja determinado no contexto da situação concreta da conduta estatal e do
comportamento de cada ser humano, sob pena de sua noção não passar de mero
apelo ético.

Em decorrência desse ponto, resulta a conexão com outra dimensão


da dignidade da pessoa humana que merece atenção, possuindo esta, na verdade,
uma dupla conotação, no sentido de ser uma dimensão negativa (defensiva) e
positiva (prestacional) da dignidade. Na primeira, existe um vínculo com a ideia de
autodeterminação (autonomia) da pessoa relativamente às decisões essenciais
sobre a sua própria existência e felicidade. Na segunda, fala-se da necessidade
de proteção (assistência) por parte da comunidade e do Estado, especialmente
quando fragilizada ou ausente a autonomia da pessoa, que pode perder sua
capacidade de autodeterminação, mas mantém sua condição humana e, portanto,
o direito de ser tratado com dignidade11.

Essa dúplice dimensão encontra embasamento também na


doutrina de Ronald Dworkin12, que parte do pressuposto de que a dignidade da
pessoa humana possui “tanto uma voz ativa quanto uma voz passiva e que ambas
encontram-se conectadas”, de tal sorte que é na “santidade e inviolabilidade” da
vida humana que se encontra a justificativa para que a dignidade seja considerada

9 O princípio da dignidade da pessoa humana e a exclusão social. In: Revista


Interesse Público n. 04, 1999, p. 24.
10 Die Menschenwürde ist Unantastbar In: Archiv für Rechts-und
Sozialphilosophie (ARSP), Beiheft n. 22, 1984, p. 23, apud. Ingo Wolfgang Sarlet.
As dimensões da dignidade da pessoa humana: construindo uma compreensão
jurídico-constitucional necessária e possível. In: Ingo Wolfgang Sarlet (org.).
Dimensões da dignidade: ensaios de filosofia do direito e direito constitucional.
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009, p. 28.
11 Ingo Wolfgang Sarlet. Ob. cit., p. 30-32.
12 El dominio de la vida: una discusión acerca del aborto, la eutanasia y la
liberdad individual. Barcelona: Ariel, 1998, p. 306-309.
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Direitos Humanos

e respeitada para toda e qualquer pessoa, mesmo aquela que tenha perdido a
consciência da própria dignidade.

Com base no disposto neste tópico, verifica-se a grande dificuldade


(ou até impossibilidade) de se reduzir todo o conteúdo da dignidade da pessoa
humana a uma fórmula abstrata e genérica. Como norma jurídica (art. 1°, da
Constituição de 1988), seu âmbito de proteção ou de incidência alcançará pleno
sentido e operacionalidade apenas em face do caso concreto, como ocorre, de
modo geral, com os princípios e os direitos humanos fundamentais; entretanto,
não podemos prescindir de uma definição, em que pese necessariamente aberta,
minimamente objetiva (concretizável) da dignidade, para assim se garantir certo
grau de segurança e de estabilidade jurídica, bem como para evitar que a própria
dignidade justifique o seu contrário13.

Como ponto de partida, podemos citar a fórmula do homem-objeto,


desenvolvida por Günter Dürig14, para quem a dignidade da pessoa humana será
desrespeitada quando o indivíduo for rebaixado a objeto, a mero instrumento, for
coisificado, ou seja, sempre que a pessoa for descaracterizada e desconsiderada
como sujeito de direitos. De outro lado, essa perspectiva que determina o âmbito
de proteção a partir das violações da dignidade no caso concreto não oferece
uma solução global para o problema, não definindo previamente o que deve ser
protegido, mas fornece, ao menos, um caminho.

Destarte, para a ordem jurídico-constitucional, a concepção do


homem-objeto, com as suas consequências, constitui justamente a antítese da
dignidade da pessoa humana. Ressaltamos, todavia, que é possível se colocar
alguém em situação de desvantagem em face de outrem, sem, contudo, negar a
importância distintiva de suas próprias vidas15, de tal sorte que uma pessoa pode
servir, espontaneamente e sem que isso signifique a degradação de sua condição
humana, à realização de fins de terceiros16. O que realmente importa, como se
refere Immanuel Kant17, é que “o homem existe como fim em si mesmo, e não
apenas como meio para uso arbitrário desta ou daquela vontade”.

13 Béatrice Maurer. Notas sobre o respeito da dignidade da pessoa humana...


ou pequena fuga incompleta em torno de um tema central. In: Ingo Wolfgang Sarlet.
Ob. cit., p. 120-121.
14 Der Grundsatz der Menschenwürde. Entwurf eines praktikablen
Wertsystems der Grundrechte aus Art. 1 Abs. I in Verbidung mit Art, 19 Abs. II des
Grundgesetzes. In: Archiv des Öffentlichen Rechts (AöR), n° 81, 1956, p. 9 e ss.,
apud. Ingo Wolfgang Sarlet. Ob. cit., p. 34.
15 Ronald Dworkin. El dominio de la vida: una discusión acerca del aborto,
la eutanasia y la liberdad individual. Barcelona: Ariel, 1998, p. 307-310.
16 Como ocorre, por exemplo, no caso de uma prestação de serviços.
17 Fundamentação da metafísica dos costumes e outros escritos. São Paulo: Martin
Claret, 2004, p. 58.

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Direitos Humanos

Por derradeiro, adotaremos aqui a proposta de conceituação


jurídica da dignidade da pessoa humana elaborada por Ingo Wolfgang Sarlet18,
nos seguintes termos:
Assim sendo, tem-se por dignidade da pessoa humana a
qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser
humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração
por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste
sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais
que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de
cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as
condições existenciais mínimas para uma vida saudável19, além
de propiciar e promover sua participação ativa e co-responsável
nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com
os demais seres humanos.

Percebemos que essa conceituação abrange tudo quanto apontado


anteriormente acerca das dimensões da dignidade da pessoa humana, haja vista
incorporar a vedação da degradação da pessoa pela fórmula-objeto (coisificação),
buscando reunir a referida perspectiva ontológica e a perspectiva instrumental
e procurando destacar tanto a sua necessária faceta intersubjetiva (relacional),
quanto a sua dúplice dimensão negativa (defensiva) e positiva (prestacional).

18 As dimensões da dignidade da pessoa humana: construindo uma


compreensão jurídico-constitucional necessária e possível. In: Ingo Wolfgang
Sarlet (org.). Dimensões da dignidade: ensaios de filosofia do direito e direito
constitucional. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009, p. 37.
19 Como critério aferidor do que seja uma vida saudável, referido autor entender
ser apropriado utilizar os parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da
Saúde, quando se refere a um completo bem-estar físico, mental e social, parâmetro
este que, pelo seu reconhecimento amplo no âmbito da comunidade internacional,
poderia igualmente servir como diretriz mínima a ser assegurada pelos Estados.

11
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2 BREVES CONSIDERAÇÕES ACERCA DO SURGIMENTO
E DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS
FUNDAMENTAIS
A propósito de se elaborar uma abordagem histórica, por mais
breve que seja, pressupõem-se, em um primeiro momento, que se ressalte onde,
por que e como nasceram os direitos humanos, o que suscita controvérsias.

A positivação dos direitos humanos é produto do diálogo continuado


entre o progressivo desenvolvimento de técnicas de seu reconhecimento no
campo do direito positivado e da paulatina afirmação ideológica da liberdade e da
dignidade da pessoa humana.

Tradicionalmente, a doutrina constitucional reconhece três níveis


de direitos humanos fundamentais, baseados nos três princípios cardeais que
formaram o lema revolucionário francês do século XVIII e exprimiram o conteúdo
possível desses direitos: liberdade, igualdade e fraternidade.

Podemos falar, conforme consagrado na doutrina sobre o tema, em


direitos de primeira, segunda e terceira dimensão, representando, respectivamente,
direitos de liberdade, de igualdade e de fraternidade. Versando o tema, Paulo
Bonavides20 aponta a materialização dessa proposição:

Com efeito, descoberta a fórmula de generalização e


universalidade, restava doravante seguir os caminhos que
consentissem inserir na ordem jurídica positiva de cada
ordenamento político os direitos e conteúdos materiais
referentes àqueles postulados. Os direitos fundamentais
passaram na ordem institucional a manifestar-se em três
gerações sucessivas, que traduzem sem dúvida um processo
cumulativo e qualitativo, o qual, segundo tudo faz prever, tem por
bússola uma nova universalidade: a universalidade material e
concreta, em substituição da universalidade abstrata e, de certo
modo, metafísica daqueles direitos, contida no jusnaturalismo
do século XVIII.

20 Curso de Direito Constitucional, p. 516-517.

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Direitos Humanos

Atualmente, fala-se em um quarto nível. Assim, às três dimensões


mencionadas ainda se somaria uma quarta dimensão. Seriam direitos vinculados
à globalização política. Não cabe aqui uma análise detalhada de cada uma
dessas dimensões, mas apenas apresentá-las para se chegar à positivação na
Constituição Federal de 1988.

Essa questão da evolução histórica assume relevo somente a partir


do momento em que os direitos fundamentais são reconhecidos e consagrados
pelas primeiras Constituições, visto que isso se deu de maneira vinculada às
transformações geradas pelo reconhecimento de novas necessidades básicas.21

Sintetizando o devir histórico dos direitos fundamentais, Klaus


Stern destaca três etapas anteriores ao seu reconhecimento nas primeiras
22

Constituições escritas, a saber:

a) uma pré-história que se estende até o século XVI; b) uma


fase intermediária, que corresponde ao período de elaboração
da doutrina jusnaturalista e da afirmação dos direitos naturais
do homem; c) a fase de constitucionalização, iniciada em 1776,
com as sucessivas declarações de direitos dos novos Estados
americanos.

Apesar de já ser consagrada a concepção de que não foi na


antiguidade que surgiram os primeiros direitos fundamentais, o fato é que o mundo
antigo deixou como legado algumas referências básicas que, posteriormente,
influenciaram diretamente o pensamento jusnaturalista e sua concepção de que
o ser humano, pelo simples fato de existir, é titular de certos direitos naturais e
inalienáveis, podendo-se denominar essa fase como a “pré-história” dos direitos
fundamentais.

Também as doutrinas jusnaturalistas, com maior ênfase a partir do


século XVI, tiveram inegável relevância e influência para o posterior reconhecimento
dos direitos fundamentais nas revoluções do século XVIII. Desenvolveu-se,
na Idade Média, a ideia da existência de postulados suprapositivos que, por
direcionarem e limitarem o poder, atuariam como critérios de legitimação de seu
exercício.

Desse modo, para a doutrina francesa, as principais fontes de


inspiração das declarações de direitos são o pensamento cristão e a concepção
21 SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais, p. 43.
22 Klaus Stern. Staatsrecht III/1, p. 56, apud, SARLET, Ingo Wolfgang. Ingo
Wolfgang Sarlet (org.). Dimensões da dignidade: ensaios de filosofia do direito e
direito constitucional, p. 43.

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Direitos Humanos

dos direitos naturais; entretanto, essa concepção é insuficiente para abarcar


os chamados direitos sociais, o que leva à necessidade de ampliar a visão do
problema para admitir outras fontes de inspiração. As doutrinas e as concepções
filosóficas têm papel relevante no desenvolvimento desse processo.

Desde a Revolução de 1789, o regime constitucional é associado


à garantia dos direitos fundamentais. Inclusive, a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, oriunda dessa revolução, condicionou à proteção dos
direitos individuais a própria existência da Constituição (art. 16); no entanto, bem
antes, em 1215, com a Magna Carta do Rei João Sem Terra, tem-se o primeiro
passo na direção de inibir o poder do Estado e de favorecer um relacionamento
mais equilibrado entre os súditos e o monarca.

Nos séculos que se seguiram, desenvolve-se essa caminhada,


passando por outras conhecidas declarações, como a Petition of Rights, de
1628, o Habeas Corpus Act, de 1679 e a Bill of Rights, de 1689, documentos que
asseguraram direitos aos cidadãos ingleses como a proibição de prisão arbitrária, o
habeas corpus e o direito de petição; tais documentos, contudo, apenas limitavam
o poder monárquico, e não tinham o condão de vincular o próprio parlamento, de
modo que os direitos que veiculavam eram, assim, fundamentalizados, mas não
constitucionalizados23.

Esse caminhar culminou com as declarações da segunda metade


do século XVIII, notadamente a Declaração de Direitos do Bom Povo da Virgínia,
americana, de 1776, pioneira em consagrar literalmente os direitos fundamentais
à vida e à liberdade e, logo em seguida, a Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão, francesa, de 1789.

Não há propriamente uma inspiração das declarações de direitos,


mas reivindicações e lutas para conquistar os direitos nelas firmados, surgindo
quando as condições materiais da sociedade propiciaram, conjugando-se, para
sua formulação, condições objetivas e subjetivas24.

As condições objetivas, em relação às declarações do século


XVIII, manifestaram-se na contradição entre o regime da monarquia absoluta,
estagnadora, petrificada e degenerada, e uma sociedade nova tendente à
expansão comercial e cultural, como observa Giorgio Del Vecchio25.

23 Paulo Gustavo Gonet Branco. Aspectos de teoria geral dos direitos


fundamentais, in Gilmar Ferreira Mendes; Inocêncio Mártires Coelho; e Paulo
Gustavo Gonet Branco. Hermenêutica constitucional e direitos fundamentais,
p. 106.
24 José Afonso da Silva. Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 177.
25 La Déclaration des Droits de l’Homme et du Citoyen dans la Révolution
Française, p. 17.

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Direitos Humanos

As condições subjetivas, na lição de Antonio Henrique Pérez


Luño , eram as fontes de inspiração filosófica anotadas pela doutrina francesa:
26

(1) o pensamento cristão, como fonte remota, no sentido de que o cristianismo


primitivo continha uma mensagem de libertação do homem, na sua afirmação da
dignidade eminente da pessoa humana, porque o homem é uma criatura formada
à imagem de Deus, e esta dignidade pertence a todos os homens sem distinção,
o que indica uma igualdade fundamental de natureza entre eles; (2) a doutrina do
direito natural dos séculos XVII e XVIII, fundada na razão do homem, sendo esta
o fundamento do poder político e também do direito positivo em contraposição à
divinização sustentada pelo regime absolutista em vigência; (3) o pensamento
iluminista, com suas ideias sobre a ordem natural, sua exaltação às liberdades
inglesas e o posicionamento dos valores individuais do homem acima dos valores
sociais, firmando o individualismo que marca as primeiras declarações de direitos
do homem.

Fica subentendida a ideia de que a primeira dimensão de direitos


fundamentais é justamente aquela que marcou o reconhecimento de seu status
constitucional formal e material. Os chamados direitos fundamentais de primeira
dimensão são os direitos civis e políticos, garantidores de liberdade, sendo os
primeiros a constarem do instrumento normativo constitucional. Dominaram o
século XIX, já estando consolidados na codificação política, e assim devem se
fazer presentes em qualquer documento que deseje ser rotulado de Constituição.
Valorizam primeiro o homem singular, têm como seu titular o indivíduo e são
oponíveis ao Estado. Funcionam como defesa do indivíduo perante o Estado, de
forma que estabelecem qual o domínio das atividades individuais e qual o das
estatais. São chamados de direitos negativos por exigirem um comportamento de
abstenção pelo Estado em certas áreas da atividade humana.

Com o desenrolar da história, esses fundamentos foram sendo


superados pelo desenvolvimento econômico que, com o desenvolvimento industrial
e o aparecimento de um amplo proletariado sujeito ao domínio da burguesia
capitalista, deu origem a novas relações objetivas. A situação de descaso para com
os problemas sociais que caracterizou o Estado puramente liberal, associada às
pressões decorrentes da industrialização, o impacto do crescimento demográfico
desordenado e o agravamento da segregação no interior da sociedade, gerou
novas reivindicações, expressas pelas teorias socialistas que estimulavam o dever
do Estado de assumir um papel agora ativo para a realização da justiça social.

26 Delimitación conceptual de los derechos humanos, in Antonio Enrique Pérez Luño;


José Cascajo Castro; Benito De Castro Cid; e Carmelo Gómes Torres. Los derechos humanos,
significación, estatuto jurídico y sistema. p. 15.

16
Direitos Humanos

O ideal absenteísta do Estado liberal já não respondia mais às novas


exigências que foram surgindo. Dessas novas condições materiais da sociedade
deu-se a origem de outros direitos fundamentais – os direitos econômicos e
sociais – e a transformação dos que serviam à burguesia em sua luta contra o
absolutismo.

Disso sobreviriam novas doutrinas sociais, postulando a


transformação da sociedade no sentido da realização ampla e concreta desses
direitos. Essas novas fontes de inspiração dos direitos fundamentais são: (1) o
Manifesto Comunista e as doutrinas marxistas, com sua crítica ao capitalismo
burguês e ao formalismo dos direitos do homem declarados no século XVIII,
postulando liberdade e igualdade materiais em um regime socialista; (2) a doutrina
social da Igreja, a partir do Papa Leão XIII, fundamentando uma ordem mais justa,
dentro ainda do regime capitalista, mas evoluindo para uma Igreja dos pobres que
aceita os postulados sociais marxistas; (3) o intervencionismo estatal, devendo a
entidade atuar no meio econômico e social, de forma a proteger as classes menos
favorecidas mediante prestações positivas27.

Surge então a segunda dimensão de direitos fundamentais que se


contrapõem aos de primeira dimensão no sentido de reclamarem uma atividade
prestacional do Estado em direção à busca da superação das carências individuais
e sociais; por isso, costumam ser chamados de direitos positivos. Trata-se dos
direitos sociais, culturais e econômicos, introduzidos no constitucionalismo pelo
Estado-social e germinados da ideologia antiliberal do século XX. Nasceram e são
indissociáveis do princípio da igualdade de fato, sob pena de perderem a razão de
ser que os ampara e estimula.

A ideia anterior do Estado liberal é reavaliada, surgindo a


compreensão de que o Estado deveria passar a ser provedor, orientando-se por
motivações e por objetivos de justiça social, para que a sociedade supere suas
angústias estruturais. Essa é a razão de serem estes direitos chamados de sociais,
e não o fato de serem direitos de coletividades, de tal sorte que têm por titulares,
na maior parte dos casos, indivíduos.

Os direitos fundamentais de segunda dimensão englobam direitos


à prestação, mas não apenas esses. Igualmente abarcam algumas liberdades
sociais (como a liberdade de sindicalização e o direito de greve), assim como direitos
dos trabalhadores (como o salário-mínimo e o repouso semanal remunerado).28

27 José Afonso da Silva. Ob. cit., p. 178/179.


28 Paulo Gustavo Gonet Branco. Ob. cit., p. 110.

17
Direitos Humanos

Posteriormente, a consciência de um mundo partido entre nações


desenvolvidas e subdesenvolvidas ou em fase de precário desenvolvimento fez
nascer a percepção da necessidade de direitos fundamentais que estabilizassem
essa complexa relação. Assim, da reflexão sobre desenvolvimento, meio-ambiente,
comunicação, patrimônio comum da humanidade e paz, emergiram os direitos
fundamentais de terceira dimensão. Esses têm por destinatário todo o gênero
humano, e não interesses de um indivíduo, de um grupo ou de um determinado
Estado. Dirigem-se não ao homem isoladamente considerado, mas à proteção de
coletividades, de grupos, e são chamados, em razão da titularidade, de direitos
difusos e coletivos.

O status de direitos humanos fundamentais dessas reivindicações


foi objeto de questionamentos, quer pelo caráter vago do seu conteúdo, quer porque
a titularidade deles recai sobre o Estado ou a nação, causando estranheza. Assim,
Norberto Bobbio expressa ironia ao dizer que “a única coisa que até agora se
pode dizer é que são expressão de aspirações ideais, às quais o nome de ‘direitos’
serve unicamente para atribuir um título de nobreza”.29 Também no sentido de
censura Jorge Miranda acrescenta que “os direitos dos povos não podem ser,
de modo algum, confundidos com direitos fundamentais (até porque, nos últimos
trinta anos, houve regimes políticos que os invocaram precisamente para esmagar
direitos fundamentais)”.

Em que pesem as respeitáveis confrontações, podemos afirmar


a consagração desses direitos humanos de terceira dimensão. A nota distintiva
desses reside, basicamente, na sua titularidade coletiva, muitas vezes indefinida
e indeterminável, destacando sua diversificação e complexidade; por isso, quanto
à positivação, muitos deles ainda não encontraram abrigo na seara do direito
constitucional, inobstante cada vez mais isso venha ocorrendo. Por outro lado,
a consagração deles em vários tratados e documentos transnacionais mostra o
franco reconhecimento no âmbito do direito internacional.

Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal brasileiro por vezes já


fez menção à terceira dimensão de direitos fundamentais. Veja-se, como exemplo,
o MS n. 22.164-0/SP, relatado pelo Ministro Celso de Mello30, referente ao disposto
no artigo 225, caput, da Constituição da República, que, além de tocar no campo
dos direitos de terceira dimensão, nos dá um panorama sintético da primeira e
segunda dimensão:

29 A Era dos Direitos, p. 9.


30 Pesquisa de jurisprudência do site www.stf.gov.br realizada em 02/02/2017.

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Direitos Humanos

EMENTA: REFORMA AGRARIA - IMÓVEL RURAL SITUADO


NO PANTANAL MATO-GROSSENSE - DESAPROPRIAÇÃO-
SANÇÃO (CF, ART. 184) - POSSIBILIDADE - FALTA DE
NOTIFICAÇÃO PESSOAL E PREVIA DO PROPRIETARIO
RURAL QUANTO A REALIZAÇÃO DA VISTORIA (LEI N.
8.629/93, ART. 2., PAR. 2.) - OFENSA AO POSTULADO DO
DUE PROCESS OF LAW (CF, ART. 5., LIV) - NULIDADE
RADICAL DA DECLARAÇÃO EXPROPRIATORIA - MANDADO
DE SEGURANÇA DEFERIDO. REFORMA AGRARIA E DEVIDO
PROCESSO LEGAL.
(...)
A QUESTÃO DO DIREITO AO MEIO AMBIENTE
ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO - DIREITO DE TERCEIRA
GERAÇÃO - PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE.
O direito a integridade do meio ambiente - típico direito de
terceira geração - constitui prerrogativa jurídica de titularidade
coletiva, refletindo, dentro do processo de afirmação dos direitos
humanos, a expressão significativa de um poder atribuído,
não ao individuo identificado em sua singularidade, mas, num
sentido verdadeiramente mais abrangente, a própria coletividade
social. Enquanto os direitos de primeira geração (direitos
civis e políticos) - que compreendem as liberdades clássicas,
negativas ou formais - realçam o princípio da liberdade e os
direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e
culturais) - que se identifica com as liberdades positivas, reais
ou concretas - acentuam o princípio da igualdade, os direitos
de terceira geração, que materializam poderes de titularidade
coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais,
consagram o princípio da solidariedade e constituem um
momento importante no processo de desenvolvimento, expansão
e reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados,
enquanto valores fundamentais indisponíveis, pela nota de uma
essencial inexauribilidade.

É importante dirimir eventual equívoco de compreensão que o


termo “geração”, empregado na decisão apresentada anteriormente, possa causar.
Não quer esse vocábulo significar mera sucessão cronológica, o que poderia
levar a se imaginar, de forma incorreta, que uma geração posterior substituiu a
anterior. A tricotomia diz apenas com a diferença de momentos relativamente às
reivindicações e ao surgimento desses direitos, não se devendo incorrer no erro
de supor que uma geração suplantou a outra.

Os direitos de cada “geração” persistem válidos juntamente com


os da “geração” seguinte, podendo apenas sofrer adaptações às novidades
constitucionais. Inclusive, pode ocorrer que alguns chamados novos direitos
sejam, na verdade, os antigos adaptados às novas realidades e às exigências
do momento, como, por exemplo, a garantia contra abusos em manipulações

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Direitos Humanos

genéticas, a qual nada mais expressa do que a tutela do clássico direito à vida em
confronto com os avanços da ciência e da tecnologia31; assim o emprego do vocábulo
“dimensão” seria mais vantajoso lógica e qualitativamente32.

Mesmo em se considerando a controvérsia em torno do reconhecimento


de alguns direitos fundamentais (especialmente de terceira e quarta ou mesmo de uma
quinta geração, como preferem alguns), não há como negligenciar sua importância para
o progresso da humanidade. Ressaltamos, nesse contexto, a “dimensão profética e
promocional dos direitos fundamentais”, patenteando que são todos “direcionados para
o futuro, gerando a perspectiva e a possibilidade de mudanças e de progresso”.33 Não é
possível, assim, imaginar o ser humano vivendo com dignidade sem o reconhecimento
e a proteção desses direitos.

31 Paulo Gustavo Gonet Branco. Ob. cit., p. 113.


32 Paulo Bonavides. Ob. cit., p. 525.
33 Ingo Wolfgang Sarlet. Ob. cit., p. 65.

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Direitos Humanos

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse guia, estudamos a questão das dimensões da dignidade


da pessoa humana em relação ao que se buscou, por meio de seus possíveis
enfoques, encontrar um conceito passível de concretização desse valor máximo.
Paralelamente, abordamos, também, mesmo que de forma sucinta, a questão
relativa ao surgimento e a evolução histórica dos direitos humanos fundamentais.

Em um próximo estudo, faremos uma abordagem mais


especificamente relacionada às questões terminológicas, o conceito e às
características principais dos direitos humanos, em busca de continuar a
desenvolver a temática da presente disciplina.

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Direitos Humanos

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