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FICHA BIBLIOGRÁFICA

SIGILO DE DADOS: O direito à privacidade e os ASSUNTO: RA 020574


limites à dunção fiscalizadora do Estado. JUNIOR, Privacidade. Intimidade. Vida privada.
Tércio Sampaio Ferraz. Autonomia. Sigilo de dados. Lei Turma: 6º semestre A-
Noturno

LETÍCIA STABENOW
Página:

Com a Constituição Federal de 1988 foi trazida eventualidade o sigilo de dados, uma A Inviolabilidade do
inovação que trouxe entendimento que merecem uma análise mais detida. sigilo de
O artigo 5º inciso XII apresenta dados
439 “XII - e inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados apresentada no
e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses direito fundamental.
e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal;”

Se o problema for um direito do indivíduo, isso exclui o conhecimento de que o terceiro


sabe apenas sobre ele e envolve sua única forma de ser na esfera da vida privada.
Este é um direito subjetivo básico. Como direito subjetivo, exibe uma estrutura básica
cujos elementos são sujeitos, conteúdo e objeto.
O sujeito é o titular do direito.
Tratando-se de um dos direitos básicos da pessoa física, o sujeito é qualquer pessoa,
439/440 pessoa física ou jurídica, brasileira ou estrangeira residente no País conforme exposto no
artigo 5º da Constituição Federal: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:”
Conteúdo é uma habilidade específica atribuída a um sujeito, que pode ser a habilidade
de restringir ou resistir a outro, claro, em caso de direitos pessoais ou de dispor, desfrutar
no caso de direitos de propriedade.

A privacidade, como um direito, tem como conteúdo restringir os outros a respeitar e


resistir à violação do que lhe pertence. Ou seja, em situações importantes, quando só se
preocupam com ela, espera mantê-la para si, protegendo-a exclusividade e discrição.
Os objetos são mercadorias protegidas, que podem ser recursos (no caso de direitos reais, Privacidade é
não necessariamente coisas tangíveis) ou benefícios (no caso de direitos pessoais). restringir os outros a
No direito à privacidade, o objeto é a integridade moral do sujeito. O conteúdo e os respeitar e resistir a
440 objetos da arte são muito claros no artigo 12º da Declaração Universal dos Direitos violação.
Humanos de 1948 afirma: "A vida privada, a família, o lar ou as comunicações de
qualquer pessoa não deve sofrer interferência arbitrária e sua honra e reputação não
devem ser atacadas. Em contraste com intrusões ou ataques, todos têm o direito de ser
protegido da lei.”
No Brasil, a ainda vigente Lei de Imprensa nº 5.250 / 67 dispõe sobre a responsabilidade
civil em casos de difamação e calúnia. Se os fatos forem acusados, mesmo que envolvam
a vida privada da vítima e a divulgação não tenha fins lucrativos, a Tecnologia da
Informação Pública, a lei proteja a confidencialidade dos dados armazenados,
processados e vinculados, o que está de acordo com os interesses de privacidade das
pessoas.

No Direito Romano havia uma objeção entre o público e o privado. Era possível
verificar a separação entre o que era de utilidade e o que dizia respeito aos particulares.
Com base nessa distinção, a supremacia do público sobre o privado foi afirmada. Separação do objeto
No entanto, como já foi delineado na Grécia, através dos princípios básicos da público e privado.
441 democracia moderna, o público é algo que todos podem ver que segredos opostos, e
poder, ou seja, porque não é exibido. Já o privado é aquilo que pertence a uma ordem
que não se manifesta publicamente, o que não é comunicado a todos, nem deve ou
precisa ser transparente, porque envolve necessidades importantes de todos e se impõe
no âmbito do privado pela necessidade de sobrevivência. Para essas pessoas, privado
(privus), que não deve ser confundido com riqueza privada, é o domínio da
humanidade, tal como combinar com trabalho e sobrevivência, em busca de coisas que
lhe sejam úteis. Por outro lado, o público é o domínio dos políticos, uma reunião de
pessoas do governo.
Nos tempos modernos, essa distinção é superada pelo conceito social compartilhado por público Distinção entre a
445 (política) e privado (família). sociedade pública na
A afirmação universal da "socialidade" trouxe a distinção entre sociedade pública na esfera esfera política e
política e sociedade privada na esfera econômica, e na esfera de mercado, e assim duas novas e sociedade privada na
importantes separações das raízes dos direitos humanos modernos emergiram: o Estado e a esfera econômica, e na
sociedade, sociedade e indivíduos. E neste contexto que surgiu privacidade. A sociedade privada esfera de mercado.
e o mercado passaram a exigir que a proteção dos interesses públicos onde era livre concorrência,
propriedade privada dos produtos não se confundisse com o governo (política), embora necessite,
sob a existência abrangente avassaladora do mercado, as pessoas vão devolver as pessoas para as
commodities, a privacidade pessoal se opõe.

No artigo 5º da Constituição ressalva a investigação criminal ou instrução processual, bem


como nocaso de defesa e cerco, onde o governo tem precedência sobre os podereslegislativo e
judicial e as medidas extremas de liberdade pessoal, as comunicações e o sigilo das
comunicações podem ser restringidos.
Por outro lado, em sentido inverso, a divulgação do comportamento processual - visibilidade
do bem público é restringida pela intimidade: a lei pode exigir o sigilo, assim como a
divulgação de informações sobre interesses privados ou coletivos ou gerais está sujeita ao
caráter social e segurança nacional restrições de confidencialidadenecessárias. Foi observado
que a inviolabilidadeda confidencialidade professores e funcionários requer um equilíbrio
entre os interesses pessoais, sociais e nacionais (objeto). Como vimos, em alguns casos, a
própria Constituição terá peso. Mas existem outros pesos que apontam para outras relações
possíveis, nomeadamente a relação entre confidencialidade e obrigações de
confidencialidade.
Em suma, quando a constituição garante que a confidencialidade não é infringida, o princípio de
sopesamento exige que o intérprete saiba distinguir entre divulgações que infringem o direito à
privacidade, em termos de seu objeto, e a relação com outros objetos de outrem direito esteja
protegido pela confidencialidade.

Na expressão de dados, há algo de errado, o referido autor percebeu que dados não são o objeto
da comunicação, mas um meio de comunicação técnica. Nesse sentido, a observação de Manoel
446 Gonçalves Ferreira Filho é clara.: "Confidencialidade dos dados. A lei anterior não mencionava
essa premissa. Não há dúvida de que isso é resultado do desenvolvimento da tecnologia da Confidencialidade dos
informação. Os dados aqui são dados de computador." dados.
A explicação faz sentido, no artigo 5º, item XII, refere-se às comunicações realizadas para
proteger a privacidade.
Este é dividido em duas partes no texto: a constituição fala sobre “a confidencialidade das
comunicações e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas”.

A diferença é decisiva: o objeto protegido pela inviolabilidade do sigilo não são os dados em si,
mas sua comunicação restrita da liberdade de negação. A troca de informações privadas de
447 comunicação não pode ser violada por outros assuntos que não a comunicação. Caso contrário,
se uma pessoa não for legalmente informada dos dados de culpa relativos a uma pessoa por
motivos profissionais, ela não poderá cumprir com o seu responsável por denunciá-los.

Enfim, honra e imagem. Nesse caso, as informações de proteção à privacidade são


protegidas de dados que envolvam avaliações comportamentais (negativas) que,
quando publicadas, podem prejudicar a boa reputação do sujeito, ou seja, a forma
como ele assume e deseja ser visto pelos outros. Vale reiterar que o direito à
privacidade protege a honra e o direito à inviolabilidade do sigilo dos dados protege a
450 troca de avaliações feitas por um sujeito com outro sujeito, e comunicações restritivas A privacidade da
por motivos de benefício pessoal por interferir em sua honra. Por exemplo, é o caso honra e imagem.
de registros pessoais que contêm avaliações negativas de comportamento (maus
pagadores, devedores impontuais etc.).
No que diz respeito à imagem, além do que significa ser uma boa imagem, neste
sentido, assimilação ao respeito, proteção refere-se aos dados que alguém fornece a
alguém e não deseja que sejam utilizados por terceiros como por exemplo, em
negócio.
Não há dúvida de que a inviolabilidade da privacidade e o sigilo dos dados, insira no
artigo 5º da Constituição Federal é parte fundante da própria cidadania e dos demais
direitos básicos nela expressos. Neste sentido, a confidencialidade está relacionada
com a segurança dos cidadãos. O conteúdo da avaliação deste princípio envolve a
exclusão da discricionariedade. Não é apenas social, especialmente do Estado. O
457 Estado só pode agir em conformidade com as seguintes disposições para constituir as Equilíbrio entre os
suas normas pedidas. Portanto, a autoridade estabelecida e concedida ao Estado deve cidadãos e Estado
ser reconhecida pelos indivíduos e pelos cidadãos, e sua dignidade está consagrada
nos direitos básicos. Por outro lado, o poder público não pode ser impedido de exercer
as suas funções, especialmente as funções de fiscalização, razão pela qual a própria
Constituição prevê no rol dos direitos básicos o sigilo das atividades do Estado.
Quando o assunto envolve a inviolabilidade da proteção da confidencialidade dos
dados privados dos cidadãos, mas não envolve os interesses dos cidadãos de
importância social questionável, o dever de fiscalização impõe ao fisco na cobrança e
processamento do imposto autoridades. Os dados são igualmente confidenciais. Esse
equilíbrio interpretativo não pode escapar ao poder legislativo. Por exemplo o artigo
50º, § 2S, da CF.

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