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A PROTEÇÃO DA PRIVACIDADE ONLINE EM CASOS DE


PORNOGRAFIA DE VINGANÇA

PROTECTING ONLINE PRIVACY IN CASES OF REVENGE PORNA

Luanderson Bastos Cruz 1

Resumo

Em razão da evolução tecnológica e virtual, o fenômeno da “pornografia de vingança” surgiu como uma nova
forma de violação dos direitos à intimidade e à privacidade, tendo como cerne principal a quebra da confiança
entre os envolvidos. Para tanto, atualmente o legislador implementou no ordenamento a lei nº 13.718/2018, no
sentindo de viabilizar essa proteção à privacidade online em casos de pornografia de vingança. Ocorre que, o
objeto dessa lei em especial insere a pornografia de vingança como um crime no ordenamento jurídico brasileiro,
porém, enquadra como uma causa de aumento de pena, o que apesar de ser relevante, não é suficiente, em
virtude da expectativa de proteção integral das vítimas que ficou incidente somente na tipificação, sem tratar
discussões a respeito de outros microssistemas tais como, o impacto na Lei Maria da Penha, entre outros. Nesse
sentido, diante dessa insuficiência, buscou-se alguns projetos de leis que estão em tramitação, em especial o
projeto de lei número 5555/2013, que versa sobre um alcance maior a respeito da temática, o que pode vir a
trazer uma sensação de proteção integral dessas vítimas.

Palavras-chave: Pornografia de Vingança; Privacidade; Lei nº 13.718/2018.

Abstract

Due to technological and virtual developments, the phenomenon of "revenge pornography" has
emerged as a new form of violation of the rights to intimacy and privacy., with the main focus being
the breach of trust among those involved. To this end, currently the legislature has implemented in law
the law nº 13.718/2018, in the sense of making this online privacy protection feasible in cases of
revenge pornography. It occurs that, the object of this law in particular inserts pornography of revenge
as a crime in the Brazilian legal system, however, it fits as a cause of increase of sentence, which
although it is relevant, is not enough, due to the expectation of protection integral part of the victims
that was only involved in the typification, without discussing other microsystems such as the impact
on the Maria da Penha Law, among others. In this sense, in the face of this insufficiency, we sought
some draft laws that are in process, in particular the law project number 5555/2013, which deals with a
greater scope regarding the subject, which may bring a sense of protection of these victims.

Key words: Revenge Pornography; Privacy; Law nº 13.718 / 2018.

1 Introdução

O mundo está em constante transformação e o desenvolvimento tecnológico está


trazendo muitos benefícios para a sociedade e evolução para a forma em que os indivíduos se
relacionam. A cada dia que se passa a sociedade fica mais dependente da internet, percebendo

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Graduando em Direito da Universidade CEUMA. E-mail: luhbastos.03@hotmail.com
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que mensagens, ligações e vídeos chamadas possibilitam conversas em tempo real, tornando
assim à distância algo irrelevante. Atualmente, essas tecnologias também estão sendo
exploradas na área das relações íntimas.
Nessas relações são compartilhadas fotos e vídeos íntimos, criando laços de
intimidade, baseando-se na confiança que um parceiro tem com outro. Ocorre que muitas
vezes esses laços de confiança são quebrados e o parceiro (a) acaba por querer atingir a outra
pessoa divulgando o material enviado durante o relacionamento.
A perda da privacidade é uma das principais problemáticas da era digital, pois todos os
conteúdos divulgados na internet são expostos para o mundo inteiro, que acaba se
disseminando de forma indescritivelmente veloz. Ferindo assim o direito à privacidade das
pessoas.
A era da internet tem trago preocupações ao direito à privacidade, pois existe um
grande perigo em dar informações de caráter íntimo ou enviar imagens e vídeos íntimos a
outras pessoas, mesmo que essas pessoas sejam de sua confiança.
O compartilhamento de mídia íntima, apesar de ser uma prática que está se tornando
comum, a violação da privacidade nunca será comum, pois é um direito constitucional, e está
causando sofrimento a muitas vítimas de pornografia de vingança, principalmente, pelo fato
de haver uma enorme dificuldade em retirar a mídia compartilhada da internet.
Conhecer o conceito de pornografia da vingança é essencial para fins de análise desse
fenômeno, dessa forma expõe-se que a pornografia de vingança é a prática de publicar na
internet mídia íntima de um companheiro ou companheira, sem o seu consentimento, violando
dessa forma o direito à privacidade e a intimidade da pessoa. Ocorre que isso acontece de
forma proposital, como uma forma de vingança em decorrência do final de um
relacionamento amoroso, onde uma das partes visa lesar a imagem da outra, causando uma
série de danos morais e psicológicos.
Por ser um crime recente, sempre existiu uma dificuldade na tipificação da conduta, no
segundo capítulo aborda-se sobre alguns caminhos que eram seguidos para que ocorresse essa
tipificação, apresenta-se os instrumentos usados pelo ordenamento jurídico brasileiro antes da
criação da lei nº 13.718/2018. Para isso, utiliza-se o Marco Civil da Internet, o Código Civil, o
Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Maria da Penha e o Código Penal.
O objetivo geral deste trabalho consiste em analisar aspectos sobre a “pornografia de
vingança”, entendendo se existe a proteção da privacidade online nesses casos e percebendo
se é suficiente as legislações já existentes no ordenamento jurídico atual. Para tal empregou-se
o método bibliográfico, partindo da análise de livros, jurisprudências, legislações e trabalhos
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científicos.

2 Materiais e métodos

Para fundamentar a pesquisa, foi desenvolvida o referencial teórico, através de


pesquisas bibliográficas, onde segundo Marconi e Lakatos (2007, p. 71), “[...] é colocar o
pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado
assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma
forma, quer publicadas, quer gravadas”.

3 Resultados e discussão

3.1 Direito a privacidade

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 em seu artigo 5º, inciso X,


dispõe em relação à inviolabilidade da privacidade:

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
[...]
X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação. (BRASIL, 1988, p. 15).

Cabe observar o conceito de direito à privacidade, Bastos (2010, p. 38) define esse
direito como:
A faculdade que tem cada indivíduo de obstar a intromissão de estranhos em sua
vida privada e familiar, assim como de impedir-lhes o acesso a informações sobre a
privacidade de cada um, e impedir também que sejam divulgadas informações sobre
esta área da manifestação existencial do ser humano.

Para Lafer (1998, p. 25) é “o direito do indivíduo de estar só e a possibilidade que


deve ter toda pessoa de excluir do conhecimento de terceiros aquilo que a ela só se refere, e
que diz respeito ao seu modo de ser no âmbito da vida privada”.
No entanto, o conceito de direito à privacidade é subjetivo, já que ele é inerente a cada
indivíduo. Cada pessoa vai delimitar os fatos e informações que deseja manter sob sigilo.
Paesani (2014, p. 48), defende que o direito à privacidade tem como fundamento a
defesa da personalidade humana contra injunções ou intromissões alheias. E relata que “esse
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direito vem assumindo, aos poucos, maior relevo, com a expansão das novas técnicas de
comunicação, que colocam o homem em uma exposição permanente”.
Nesse mesmo sentido, Paesani (2014, p. 49) assegura que:

Tem-se demonstrado particularmente delicada a operação para delimitar a esfera da


privacidade, mas é evidente que o direito à privacidade constitui um limite natural
ao direito à informação. Em contrapartida, está privada de tutela a divulgação da
notícia, quando consentida pela pessoa. Admite-se, porém, o consentimento
implícito, quando a pessoa demonstra interesse em divulgar aspectos da própria vida
privada.

Dessa forma veremos que a privacidade abordada, não é a mesma que marcou a
sociedade em seus primórdios. O direito à privacidade sofreu profundas e intensas
transformações e somente passou a ser valorizado nos séculos XVII e XVIII.
O direito à privacidade disposto no art. 5º na Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988 é tratado como uma garantia fundamental, contudo, quando se refere à
privacidade na internet, a legislação encontra-se falha.

3.2 Direito a privacidade na era digital

Cabe ressaltar que a fácil acessibilidade da internet fez com que a mesma se
expandisse por todo o mundo, proporcionando a seus usuários facilidades e comodidades
jamais oferecidas. Porém, existe ainda a falta de uma legislação adequada para que envolva
todo esse campo, uma vez que sua expansão aconteceu de tal forma que a legislação não
conseguisse seguir seus passos.
De acordo com Rosa (2015), a internet mudou a comunicação em todo o mundo e está
cada vez mais presente em nossa rotina, influenciando em nossa vida nos mais variados
aspectos: político, econômico, lazer, investigação, comércio e serviços on-line, educação,
enfim, nas mais diversas áreas de nossa sociedade.
Vive-se um período de grande transformação da internet, onde se podem utilizar
formas inovadoras de comunicação, juntando mobilidade e cooperação, expressões que
expõem com clareza essa nova realidade.
De um modo geral, ela é definida como sendo “rede de computadores de domínio
global, descentralizada e de acesso público, onde os seus principais serviços são
proporcionados através do correio eletrônico e da web”. (SANTOS, 2013, p. 13).
Compreende-se então, que a vinculação ao mundo virtual é inevitável e só vem
aumentando cada dia mais. Considera-se que os impactos da internet no âmbito jurídico são
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bem relevantes, pois auxiliam na pesquisa jurídica, e até mesmo no desenvolvimento de


programas na área do direito, no desempenho de sistemas especialistas, que poderão
transformar o aprendizado jurídico.
Um aspecto que merece atenção especial dos juristas quanto ao uso da internet está
ligado à privacidade do ser humano, pois se sabe que existem várias formas de invadir a
privacidade das pessoas através do uso da internet, principalmente, no que tange à invasão da
privacidade de muitas mulheres que a partir de brigas ou desentendimentos com seus
namorados ou maridos, acabam sendo vítimas da pornografia de vingança.
Sabe-se que com o desenvolvimento e a popularização da internet, direitos passaram a
ser desempenhados e infringidos também pela rede mundial de computadores. Portanto,
desordens que antes somente aconteciam na realidade passaram a migrar para o mundo
virtual.
De um modo geral, o uso da internet diante dos efeitos causados no mundo jurídico
tem deixado à sociedade dividida, pois de um lado existem aqueles que defendem a liberdade
de expressão e a obediência à etiqueta direcionada ao bom funcionamento da comunidade, e
do outro lado encontram-se os defensores da concepção de uma legislação que possa
regulamentar a internet.
A internet apresentou uma forma inovadora os meios de se comunicar e ter amplo
acesso à informação, bastando somente o acesso à internet para falar com alguém em qualquer
lugar do mundo, além disso, essa comunicação pode ser feita por qualquer tipo de aparelho, e
cabe ressaltar também que existe o compartilhamento em grande escala de dados e
informações, que funciona de forma rápida e fácil. (VILALVA, 2017).
O direito vem sendo obrigado a se ajustar às novas transformações, pois quando a
Constituição da República Federativa do Brasil foi colocada em vigor no ano de 1988, ainda
não havia as situações provenientes do uso da internet.
Se tratando de um conjunto de dimensões globais, não existe nenhum governo ou
qualquer entidade que exerça o controle absoluto da Internet. Por isso em vários países ainda
não existe uma regulamentação específica para o uso da Internet, como por exemplo, no
Brasil, nesse sentido dispõe Leonardi (2005, p. 11):

A regulamentação da rede é efetuada dentro de cada país, que é livre para


estabelecer regras de utilização, hipóteses de responsabilidade e requisitos para
acesso, atingindo apenas os usuários sujeitos à soberania daquele Estado. Como
forma de impedir, investigar e reprimir condutas lesivas na rede, são por vezes
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necessários esforços conjuntos de mais de um sistema jurídico, dependendo da


localização dos infratores e dos serviços por eles utilizados.

Cumpre ressalvar que a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em


seu já mencionado artigo 5º, inciso X, resguarda o direito à imagem garantindo direito à
indenização pelos danos decorrentes de sua violação, não impondo condicionante ao uso
comercial, como faz o Código Civil.
Da mesma forma que ocorre com o direito à honra, a violação ao direito de imagem da
vítima acarreta, na maioria das vezes, lesões a outros direitos, dentre eles o direito à
intimidade e a privacidade. Por óbvio que a exposição indevida da imagem de uma pessoa
viola seu direito a escolher as informações e imagens que quer manter em âmbito privado.
Além disso, sobre o direito à privacidade e o direito à imagem, em especial na era da
internet, merecem destaque as palavras de Schreiber (2014, p. 125):

Câmeras digitais embutidas em aparelhos de celular, webcams, circuitos internos de


vigilância eletrônica, zooms de alcance interminável... É longa a lista de aparatos
que facilitam a captação e registro da imagem alheia. Ao mesmo tempo, a internet
permite a difusão anônima dessas imagens em escala planetária. Espaço privilegiado
para a livre circulação de ideias, a internet não se compadece com qualquer forma de
filtragem ou controle prévio do seu conteúdo. Vídeos e imagens podem ser
livremente lançados em uma variedade amplíssima de sites e portais. Mesmo a
posteriori, o rastreamento e a supressão dessas imagens e vídeos se mostram
extremamente difícil. Na internet, o dano à imagem e, frequentemente, irreversível.

Preocupações com a privacidade nas redes sociais têm sido levantadas


constantemente. Os usuários de redes sociais devem estar alerta quanto ao perigo de dar
informações de caráter íntimo ou enviar imagens intimas a outras pessoas, mesmo que sejam
pessoas de sua confiança.

3.3 As novas formas de interação e violação da privacidade na internet: a pornografia de


vingança

Conhecer o conceito de pornografia da vingança é essencial para fins de análise desse


fenômeno. Esse tema ainda é apresentado de forma tímida no âmbito jurídico-doutrinário,
mesmo sendo um tema que está a cada dia se tornando mais relevante para o cenário atual.
Portanto, será apresentado a definição do tema e seus aspectos relevantes.

A pornografia de vingança ou, na língua inglesa “revenge porn’’, é um crime que


ocorre quando fotos ou vídeos íntimos são divulgados ou compartilhados via
internet, por um companheiro ou companheira, sem autorização da pessoa que está
sendo exposta, com o propósito de causa dano à vítima, que geralmente é do sexo
feminino. (NOGUEIRA, 2015, p. 1).
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A pornografia de vingança, como próprio nome dá a entender, trata-se de uma forma


de vingança, ela acontece à maioria das vezes em decorrência do final um relacionamento
amoroso, onde uma das partes visa lesar a imagem da outra, causando uma série de danos
morais e psicológicos.

A exposição íntima não autorizada na maioria das vezes ocorre de forma proposital,
objetivando atingir a vítima. Ocorre que, por vezes, os agressores permanecem
preservados pelo anonimato, tendo em vista há situações em que adolescentes, por
exemplo, mandam uma foto para seu companheiro, acreditando que aquilo garantirá
o sucesso do relacionamento amoroso, e este passa para um melhor amigo, que
passa para outro, e de repente as fotos estão totalmente disseminadas pelo ambiente
virtual. Assim, as vítimas são humilhadas publicamente, expostas a linchamento
moral, principalmente após o fim de um relacionamento. (MELO JUNIOR, 2016, p.
1).

Melo Junior (2016) explana que com a chegada das tecnologias inovadoras de
comunicação, que a cada dia estão mais presentes nas vidas das pessoas, e a colaboração de
gente que compartilham e repassam o material entre si e entre outros, faz com que a
distribuição dos materiais se propague de forma acelerada, atrapalhando assim, a reversão da
divulgação não permitida. Portanto, os prejuízos acarretados às vítimas deste crime são graves
e, às vezes, demorados. É um pouco difícil saber com precisão quando realmente se iniciou a
prática da pornografia de vingança no mundo.
Na maioria dos casos, o conteúdo divulgado tem cunho sexual e decorre da
insatisfação do término de um relacionamento. Porém, há casos em que isso ocorre em virtude
de o agressor fazer a divulgação apenas para demonstrar aos outros suas relações sexuais no
intuito de impressioná-los ou ganhar vantagem.
Nesse mesmo sentido, ressalta-se que:

A pornografia de vingança ocorre, tipicamente, quando há o término de um


relacionamento amoroso e, motivado pela vingança, o ex-companheiro compartilha
o material de cunho íntimo na internet. Importa ressaltar que além dos danos
causados pela invasão e exposição da vida privada, existe também o trauma
decorrente da quebra da confiança em uma relação de cunho íntimo. Nesses casos, o
vínculo de afetividade existente entre a vítima e o agressor pode caracterizar tal ato
como uma forma de violência doméstica. Ainda, existem também inúmeros casos
onde tais materiais foram vazados por amigos, familiares e outras pessoas do círculo
de confiança da vítima. (BIRNFELD; LOIS, 2016, p. 1).

Após o aparecimento de novas tecnologias de comunicação, ficou mais fácil e mais


rápido para conhecidos e desconhecidos compartilharem e repassarem este tipo de conteúdo,
dessa forma a distribuição rápida desse material, dificulta a reversão dessa divulgação não
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autorizada. Desse modo, os danos causados às vítimas deste crime são graves e, por vezes,
prolongados.
As vítimas desses casos sofrem uma expressiva carga emocional e social, sendo
sujeitas a situações constrangedoras ou ainda ameaçadoras. E toda essa exposição indevida
por muitas vezes acabam por obrigar essas pessoas a abandonarem suas vidas “normais”, para
tentar fugir de tudo que vem sofrendo.
A pornografia online está em grande crescimento, tanto em termos de busca, quanto de
oferecimento. Há sites pornográficos que já são famosos na internet e são nesses sites que
costumam parar os materiais sexuais oriundos de pornografia de vingança, nesses casos a
divulgação do material torna-se maior por ser um tema muito buscado já que se trata de
pornografia amadora.
A difusão de material envolvendo pornografia de vingança tem sido frequente entre
todas as faixas etárias. Contudo, percebe-se que, frente à construção das relações de
gênero e os papéis tipicamente resguardados a cada gênero em nossa sociedade,
meninas e mulheres têm se tornado as principais vítimas em situações de exposição
da intimidade sexual. Uma vez que tal material é disponibilizado e difundido na
rede, as consequências para as vítimas podem culminar em situações drásticas, como
o emblemático suicídio da jovem piauiense Júlia Rebeca, frente ao ideário de que o
sexo é algo degradante para a imagem, honra e reputação feminina, ao mesmo
tempo em que glorifica e exalta o sexo quando este trata da reputação masculina.
(SILVA; FERREIRA, 2016, p. 1).

A pornografia de vingança é vinculada à ideia de prostituição e imoralidade,


ocasionando a pessoa que está sendo exposta uma sensação de culpa, sendo que na realidade
ela é apenas vítima. Uma vez que, baseado nos laços de confiança e amor do casal essa atitude
seria natural, no entanto, após o rompimento desses laços ocorreu à vingança.
Entretanto, em alguns acontecimentos, a pornografia de vingança acaba levando à
morte da vítima, que não conseguem suportar todo o conflito moral e social em decorrência
da exposição de material íntimo como vídeos ou fotos na Internet. Dessa forma, compreende-
se que as implicações para as vítimas são gravíssimas, principalmente para as mulheres, pois
os valores atribuídos pela sociedade machista em que convivemos tornam as mulheres mais
vulneráveis a esse tipo de acontecimento. Estas lidam com as mais diferentes maneiras de
humilhação e preconceito, ocasionando uma desestrutura nas suas vidas sociais, afetivas e
profissionais. Diante da divulgação de vídeos e fotos íntimas, as vítimas se tornam
desumanamente bombardeadas pela sociedade.
Com o advento do marco civil da internet, a Lei nº 12.965 de 23 de abril de 2014
dispõe:
Sobre o denominado Marco Civil da Internet, apresenta-se como uma das fases de
crescimento democrático que o país, com sua jovem Constituição, está vencendo.
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Todavia, sua efetividade vai depender de uma série de fatores que demandarão
muito mais que uma boa vontade política. Afinal, está se tratando de tecnologia da
informação, um assunto que se encontra espacialmente disperso, ou seja, não há uma
localização geográfica física, é mundial, internacional, quiçá. (LEAL, 2015, p.174).

O projeto de lei surgiu em 2009, foi aprovado na Câmara dos Deputados dia 25 de
março de 2014 e foi aprovado no Senado Federal dia 22 de abril de 2014, e logo após no dia
23 de abril de 2014 foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff e publicado no Diário
Oficial dia 24 de abril de 2014.
A lei 12.965/14 estabelece trinta e dois artigos, divididos em cinco capítulos. Trata-se
da primeira lei criada de forma colaborativa entre sociedade e governo, com utilização da
internet como plataforma de debate. E impõe diversos direitos e deveres a usuários e
prestadores de serviços no Brasil.
O marco civil utilizou a nomenclatura internet para significar todo o conjunto de
tecnologias de informação e comunicação usadas pelos usuários em suas interações virtuais e
sociais. No marco civil, a internet foi definida no art. 5°, I como:

Art. 5º - Para os efeitos desta Lei, considera-se:


I - internet: o sistema constituído do conjunto de protocolos lógicos, estruturado em
escala mundial para uso público e irrestrito, com a finalidade de possibilitar a
comunicação de dados entre terminais por meio de diferentes redes. (BRASIL, 2014,
p. 1).

Deste modo, a citada lei pretende regulamentar as ações no espaço virtual brasileiro, já
que constitui princípios, garantias, direitos e deveres para usuários e provedores da internet,
motivando, até mesmo, diretrizes para a atuação do Estado.
Existe uma grande relação entre privacidade e o tratamento de dados feito na Internet.
Os sistemas de informação colaboram sensivelmente para o desenvolvimento da pessoa,
porém ao mesmo tempo colocam em riscos as liberdades individuais.
O marco civil visa proteger o usuário da internet, no entanto, a sua redação é
contraditória. Pois mesmo o direito à privacidade e o direito a expressão sendo extremamente
importantes, ao serem abordados no marco civil, percebe-se que não há equilíbrio entre eles.
Deixando claro nessa lei uma responsabilidade reduzida aos provedores, permitindo dessa
forma que usuários possam fazer upload de fotos e vídeos íntimos de outras pessoas em sites
ou redes sociais, sem existir a devida responsabilização pela propagação do material.

3.4 Tipificação da pornografia de vingança segundo a lei nº 13.718/2018


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As sociedades estão em constantes mudanças, da mesma forma as suas leis e


costumes. Os trajetos seguidos no decorrer dos séculos com os crimes que violam a liberdade
sexual são plurais, ou seja, uma conduta tida como criminosa em determinada comunidade,
pode ser algo aceitável, na mesma época, em outra.
Devido ao número crescente de crimes cometidos na Internet, o Direito brasileiro
precisou caminhar, ou pelo menos tentar caminhar junto das novas formas de cometer delitos.
Por mais de uma década foi discutida a necessidade de um tipo penal específico para a
disseminação de conteúdo íntimo sem o consentimento das pessoas envolvidas, já que a
legislação vigente era branda e gerava uma sensação de impunidade.
Como não existia uma previsão específica para a pornografia de vingança no direito
penal brasileiro, essa prática era punida muitas vezes como difamação ou injúria, crimes nos
quais as penas são consideradas brandas. Diante desse cenário, houve a necessidade de
diversos parlamentares se mobilizaram em elaborarem textos que determinasse uma punição
mais efetiva para os crimes sexuais praticados através da internet, incluindo a pornografia de
vingança. (ASSUNÇÃO, 2018).
Dessa forma, não obstante a proteção constitucional prevista no artigo 5º, X, da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, do Código Civil, e do Marco Civil da
Internet, além dos crimes contra a honra, ainda existia uma lacuna legislativa no âmbito penal
e a necessidade de criar um novo tipo penal.
O projeto de lei nº 5452/2016 da Senadora Federal Vanessa Grazziotin - PCdoB/AM
foi transformado na Lei nº 13.718 publicada no dia 24 de setembro de 2018, pelo ministro
José Antônio Dias Toffoli, então presidente em exercício, lei esta que altera dispositivos
referentes aos crimes contra a liberdade sexual e contra vulneráveis, além de criar novos tipos
penais.
Com a lei 13.718/18 foram introduzidas modificações aos crimes contra a dignidade
sexual. Sua ementa dispõe que a lei surgiu para:

Tipificar os crimes de importunação sexual e de divulgação de cena de estupro,


tornar pública incondicionada a natureza da ação penal dos crimes contra a liberdade
sexual e dos crimes sexuais contra vulnerável, estabelecer causas de aumento de
pena para esses crimes e definir como causas de aumento de pena o estupro coletivo
e o estupro corretivo; e revoga dispositivo do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro
de 1941 (Lei das Contravenções Penais). (BRASIL, 2018, p. 1).

É importante frisar que a modificação de contravenção penal para crime, trouxe uma
punição mais severa ao agente que cometer a conduta criminosa. A referida lei traz uma pena de 1
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(um) a 5 (cinco) anos de reclusão a quem cometer o ato ilícito, anteriormente à conduta era punida
apenas com pena de multa. Com isso, todos os atos atentatórios à dignidade sexual puderam ser
chamados de crime, haja vista que são tidos como uma prática comum, que além de violarem aos
próprios direitos fundamentais, violam os costumes sociais para a vida em conjunto.
A mencionada lei, embora não tenha enquadrado especificamente a pornografia de
vingança como um crime por si só, a considera uma causa de aumento de pena do crime de
divulgação de cena de sexo ou nudez sem o consentimento da vítima, novo tipo penal incluído
através do artigo 218-C:
Artigo 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda,
distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio – inclusive por meio de
comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática –, fotografia, vídeo
ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da
vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Aumento de pena
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado
por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou
com o fim de vingança ou humilhação. (BRASIL, 1940, p. 1).

Por ser um tipo penal de maior complexidade e extensão, pode-se verificar a


existência de três diferentes crimes: a divulgação de conteúdo envolvendo estupro ou
estupro de vulnerável; a apologia ao estupro; e o delito baseado na divulgação de ato sexual
ou pornografia. O bem jurídico em comum entre os três crimes é a dignidade sexual da
vítima, que acaba sendo violada com a prática de qualquer uma das condutas ditas aqui.
Em relação à divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, a
consumação se dá quando houver a divulgação. A cena de estupro da qual prevê o artigo
218-C, primeira parte, do Código Penal, pode ser considerada aquela em que, por intermédio
do meio visual ou audiovisual, constrange alguém beneficiando-se de violência ou grave
ameaça, para que consiga obter conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso.
Diferentemente da cena de estupro de vulnerável que, nesse caso, a vítima será pessoa
menor de 14 (catorze) anos, enferma ou com alguma deficiência que afete o psíquico da
pessoa. (SOUSA, 2018, p. 1).
Consequentemente, o novo tipo penal busca punir de forma eficaz a prática de
apologia ao estupro, que ocorre nos casos em que são divulgados materiais que, de alguma
maneira, façam apologia ou induzam ao cometimento do crime. Sendo descartada para a
configuração a exigibilidade de cena de sexo ou pornografia.
Segundo Freitas (2018, p. 1) “o novo artigo: trata-se de incriminação semelhante aos
arts. 241 e 241-A da Lei n. 8.069/1990 (ECA)”.
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Todavia, o ECA se restringe às imagens de crianças e adolescentes em cenas de sexo


explícito ou pornográficas, ao passo em que o objeto do art. 218-C é mais amplo,
contemplando fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha: (a) cena
de estupro ou de estupro de vulnerável; (b) apologia ou indução ao estupro ou ao
estupro de vulnerável; (c) cena de sexo, nudez ou pornografia de pessoa que não
consentiu com os verbos incriminados no tipo penal. (FREITAS, 2018, p. 1).

Dessa forma, o caráter criminoso da conduta ficava ligado às circunstâncias do caso


concreto, podendo até mesmo se revelar uma conduta atípica. Observa-se também que o
compartilhamento não autorizado de material íntimo – salvo no caso de crianças e
adolescentes – era visto como um caso de difamação, demonstrando a finalidade de atingir a
reputação da vítima.
No entanto, percebe-se que existe a necessidade de uma tipificação mais específica
para os casos de pornografia de vingança, visto que no caso da referida lei, ela foi abordada
apenas como causa de aumento, não enquadrando especificamente o crime por si só. Por isso
ainda existem projetos de leis acerca do tema sendo discutidos pelos legisladores.

4 Conclusão

O direito à privacidade possui formas difíceis de serem delineadas. Para que isso
ocorra, é necessária uma análise do contexto fático e das normas vigentes, que assim ficará
demonstrada se existia uma expectativa de privacidade e se houve a violação do direito
constitucional a privacidade.
Existe pouca clareza em relação à privacidade online, pois há uma falsa sensação de
privacidade por imaginar que todas as informações que são trocadas de forma privada serão
somente para uma pessoa. Mas a verdade é que a rapidez na qual se opera os conteúdos que
vão para internet, permite que a violação à vítima seja imediata e perpétua. Bastando apenas
um clique para que o conteúdo que é publicado atinja diversas pessoas. No entanto, sua
retirada da internet é praticamente impossível.
A pornografia de vingança é vista a cada dia mais na sociedade brasileira, se tornando
um tema atual e muito discutido. Vitimizando muitas crianças, homens, mas principalmente
mulheres, pois esse tipo de ação é fruto da reprodução da cultura machista no espaço virtual.
Por muito tempo inexistiu uma tipificação para os casos de pornografia de vingança
dificultando às medidas de proteção a vítima, já que não existiam instrumentos próprios e
satisfatórias para que atenuassem os danos causados a vítima. Não bastando apenas os
instrumentos usados pelo ordenamento jurídico brasileiro para tipificar o crime de pornografia
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de vingança, já apontados no decorrer do trabalho, sempre se necessitou de uma


regulamentação que avançasse e abordasse esse tema, essa regulamentação surgiu com a
criação da lei nº 13.718/2018.
Com a criação recente da lei nº 13.718/2018 que tipificou os crimes de pornografia de
vingança nasce uma expectativa de que irá acontecer uma diminuição no número de casos,
pois com a punição jurídica mais severa, terá inibição maior desse crime. Além disso, as
vítimas se sentem mais seguras para denunciar, já que deixou de ser um crime visto como
impune pela sociedade. Dessa forma, a lei especifica se mostra útil para a aplicação da pena e
para garantia dos direitos das vítimas.
Contudo, a lei ainda trata o tema de forma superficial, necessitando de uma tipificação
mais específica sobre a pornografia de vingança, para que isso aconteça e proteja de forma
totalmente eficaz espera-se que sejam aprovados os projetos de leis em relação ao tema que
estão em análise. Pois eles tratam de forma especifica a pornografia de vingança protegendo
no todo o direito à privacidade online.
No entanto, mesmo que existam leis que protejam esse direito, sempre existirá o crime
de pornografia de vingança. Então nesses casos a solução mais eficaz não seria a tipificação
ou normatização, seriam mudanças das normas sociais e culturais, que ocorrem ao decorrer do
tempo. Seria necessário que a sexualidade não fosse vista de forma depreciativa, pois isso
influencia na maioria dos casos já que o compartilhamento ocorre como uma forma de
vingança para que a vítima tenha ameaçada a sua privacidade, o seu convívio social e
profissional.
Porém, enquanto os aspectos culturais não permitirem que os indivíduos expressem
suas sexualidades sem que ocorram consequências que oprimam seus direitos essenciais,
necessitará que os legisladores assegurem às vítimas de pornografia de vingança a proteção de
seus direitos, por meio do judiciário.

Referências

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dezembro de 1940 (Código Penal), para tipificar os crimes de importunação sexual e de
divulgação de cena de estupro, tornar pública incondicionada a natureza da ação penal dos
crimes contra a liberdade sexual e dos crimes sexuais contra vulnerável, estabelecer causas de
aumento de pena para esses crimes e definir como causas de aumento de pena o estupro
coletivo e o estupro corretivo; e revoga dispositivo do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro
de 1941 (Lei das Contravenções Penais). Disponível em:
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