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APOSTILA DE ÉTICA

PARA A RADIOLOGIA

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I
ÉTICA:
A palavra Ética parece distante das nossas rotinas diárias, mas se entra em nosso “Modo de
Ser”.
O termo Ética é proveniente do vocábulo grego “ethos”, significa “costume”, “maneira
habitual de agir”, “índole”, “conduta de vida”. Ela pode ser entendida como a ciência voltada
para o estudo filosófico da ação, é conduta humana.
A Ética é a parte da Filosofia que estuda a moralidade dos atos humanos; quer dizer,
considera o agir humano enquanto são bons ou maus.
A Ética estabelece um dever, uma obrigação, um compromisso. A Ética antecede códigos,
normas ou leis e analisa a mesma validade destas para o ser humano.
A ética mantém o homem dentro de um padrão de comportamento, ditando-lhe aquilo que
DEVE fazer e aquilo que DEVE evitar fazendo do mesmo homem um bom profissional.

“Aristóteles já dizia que não se estuda Ética para saber o que é a virtude, mas para aprende a
tornar-se virtuoso e bom; de outra maneira, seria um estudo completamente inútil.”

“O agir depende do ser”:


É preciso nos acostumarmos a refletir sobre questões éticas. Na maioria das vezes
respondemos de uma forma quase que instintiva, reproduzindo um comportamento “normal”
presente no nosso meio social. E isso nos dá uma segurança e alívio de não termos que nos
responsabilizar por alguma atitude ou ações diferentes das tomadas por outras pessoas.
Quando falamos de atitudes, ações diferentes, comportamentos diversos, estamos falando de
valores morais.

ÉTICA E MORAL:
A palavra moral vem do latim “mos ou mores”, significa “costumes”. Por isso, muitos
utilizam a expressão “bons costumes”, como sinônimo de moral, no sentido de conjunto de
normas ou regras adquiridas por hábito.
A moral se refere, ao comportamento adquirido ou modo de ser conquistado pelo homem.
“A moral é um sistema de normas, princípios e valores segundo o qual são regulamentadas
as relações mútuas entre o indivíduo ou entre estes e o seu meio social, de tal maneira que estas
normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas por uma livre escolha e
conscientemente por uma convicção íntima e não de uma maneira mecânica, externa ou
impessoal.”

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À medida que as relações com o tempo e lugar variam, exigem com isso, lentas
modificações nas normas de comportamento coletivo. É também a normatização moral dos atos
humanos práticos, dos costumes, dos deveres o homem individual e grupal. Muito ligada aos
valores individuais do ser inserido em sociedade, de onde derivam os valores (individuais) e os
juízos de valores (atribuições que se dá a determinada coisa).

O COMPROMISSO ÉTICO PROFISSIONAL


AUXILIAR/TÉCNICO EM RADIOLOGIA:
As atividades que compõem a profissão do Técnico em Radiologia, por estarem ligadas
diretamente ao bem estar da população. E pelo fato do técnico manipular aparelhos e produtos
capazes de provocar danos à saúde e sua a própria vida, são regidas por legislação específica, que
visa evitar abusos e proteger a comunidade pública.
As infrações aos dispositivos legais, dependendo da gravidade do ato não eximem o infrator
de enquadramento nas disposições dos códigos Civil e Penal. Em razão disso todos aqueles que
trabalham na atividade de Técnico de radiologista, além de conhecimento técnico-científico,
devem estar cientes da responsabilidade que lhe cabe e das sanções a que estão sujeitos.

LEI:
Deriva do latim “lex”, que tem a sua origem no verbo “legere, ler”; porque o Juiz romano
lia o texto escrito da Lei ao povo, nos comícios para a sua aprovação. É por tanto norma jurídica
escrita, emanada pelo Poder Publico com carátere binômio: GENERALIDADE (se aplica a
todos) e OBRIGATORIEDADE (a todos obriga).
Lei é um princípio, um preceito, uma norma, criada para estabelecer as regras que
devem ser seguidas, é um ordenamento. Do Latim "lex" que significa "lei" - uma obrigação
imposta. Gramaticalmente lei é um substantivo feminino. Em uma sociedade, a função das leis é
controlar os comportamentos e ações dos indivíduos de acordo com os princípios daquela
sociedade.
No âmbito do Direito, a lei é uma regra tornada obrigatória pela força coercitiva do poder
legislativo ou de autoridade legítima, que constitui os direitos e deveres numa comunidade.
No âmbito constitucional, as leis são as normas produzidas pelo Estado. São emanadas do
Poder Legislativo e promulgadas pelo Presidente da República.
No sentido científico, lei é uma regra que estabelece uma relação constante entre
fenômenos ou entre fases de um só fenômeno. Através de observação sistemática, a lei descreve
um fenômeno que ocorre com certa regularidade, associando as relações de causa e efeito, como
por exemplo, a Lei de Gravitação Universal ou a Lei de Ação e Reação, determinadas por Isaac
Newton.

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II
O SEGREDO PROFISSIONAL

1. CONCEITO

Em contatos diários com os pacientes, familiares e funcionários, o pessoal da Radiologia,


como ser humano e profissional, defrontasse com problemas que não podem ser revelado e outros
que pode ou deve revelados.

2. SEGREDO (SIGILO)
Segredo é tudo aquilo que deve ser conservado oculto. O segredo fundamenta-se na
confiança, na confidência e na justiça. Sem confiança, não há confidência, pelo menos espontânea
Ao guardar ou revelar um segredo indevidamente, respeitamos ou desrespeitamos a justiça, pois o
segredo pertence ao dono.

3. TIPOS DE SEGREDO
O segredo pode ser dividido em:
• Segredo natural
• Segredo profissional
a) Segredo natural - O segredo natural abrange o que se vem a conhecer sem estar no exercício
de uma profissão.
b) Segredo profissional - é o que se vem, a saber, exercendo sua atividade profissional. Tudo o
que se refere ao cliente está no prontuário. Problemas dos familiares do pasiente, sabidos no
exercício da profissão, fazem parte do segredo. Bem como os problemas dos funcionários e da
instituição onde trabalha.

4. FORMAS DE POSSÍVEL REVELAÇÃO DO SEGREDO


O segredo profissional pode ser revelado de forma direta ou indireta. Revelação direta de
um segredo dá-se quando são publicados o conteúdo e o nome da pessoa a quem pertence o
segredo.
O segredo é revelado indiretamente a partir do instante em que são oferecidas pistas para o
conhecimento da coisa secreta e do seu dono.

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Tanto na revelação direta como indireta, a injustiça é praticada da mesma forma e as
responsabilidades jurídica e ética estão presentes.
5. QUANDO E PERMITIDA E QUANDO E OBRIGATÓRIA A REVELAÇÃO DO
SEGREDO

Há situações em que o segredo pode ser revelado e outras em que deve ser manifestado a
quem de direito, podemos ser processados ou ferir a ética revelando ou guardando um segredo.

Pode-se revelar um segredo:


a) Quando o dono permite

b) Quando o bem comum o exige

c) Quando o bem de terceira pessoa o exige

d) Quando o bem do depositário o exige.

Deve-se revelar um segredo

a) Ao se tratar de uma declaração de nascimento;

b) Para evitar um casamento, em caso de enfermidade que possam por em risco um dos cônjuges
ou a prole;

c) Na declaração de doenças infecto contagiosas de notificação compulsória;

d) Ao se tratar de fato defeituoso previsto em lei;

e) Ao se ter conhecimento de Clínicas de Aborto;

f) Nas perícias médico-legais;

g) Nos registros dos livros hospitalares.

6. ASPECTOS JURÍDICOS

Para que haja quebra de segredo, é necessário;


- existência de um segredo.
- Ser conhecido em razão de ofício, função, ministério ou profissão.
- existir a possibilidade de dano a outrem.
- ausência de justa causa estar presente o dolo.
Os Códigos, Penal e Processo Civil Brasileiros referem-se ao segredo profissional. O
Código Penal trata do assunto nos Artigos 153 e 154;
"Art. 153 CP - É crime divulgar, sem justa causa, conteúdo de documento particular, cuja
divulgação possa produzir dano a outrem".

"Art. 154 CP- E crime revelar a alguém, sem justa causa, segredo de que venha a ter
ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão e cuja revelação possa produzir dano a
outrem. Pena, detenção de três meses a um ano ou multa”.
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Art. 388 CPC. A parte não é obrigada a depor sobre fatos:
I - criminosos ou torpes que lhe forem imputados;
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo;
III - acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu
companheiro ou de parente em grau sucessível;
IV - que colo quem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III.
Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de estado e de família.

Art. 448 CPC. A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos:


I - que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus
parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau;
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.

7. ASPECTOS ÉTICOS

Código de Ética Técnico em Radiologia:

“Art. 2º - O Tecnólogo, Técnico e Auxiliar de Radiologia, no desempenho de suas


atividades profissionais, devem respeitar integralmente a dignidade do cliente/paciente
destinatário de seus serviços, sem restrição de raça, nacionalidade, sexo, idade, partido político,
classe social e religião”

“Art. 27- Constitui infração ética:


I – Revelar fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de exercício de sua profissão;
II – Negligenciar na orientação de seus colaboradores quanto ao sigilo profissional

III – Fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir clientes ou seus exames e fotografia em
anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos radiológicos em programas de rádio, televisão
ou cinema, e em artigos, entrevistas ou reportagens em jornais, revistas, congressos, simpósios e
aulas, ou em outras publicações legais, salvo se autorizado pelo cliente/paciente ou responsável.

Parágrafo único – Excetua-se o caráter de infração nos seguintes casos:

a) Colaboração com a justiça nos casos previstos em Lei;


b) Notificação compulsória de doença;
c) Perícia radiológica nos seus exatos limites;
d) Estrita defesa de interesse legítimo dos profissionais inscritos;
e) Revelação de fato sigiloso ao responsável pelo incapaz. ”

“Art. 11 – O Tecnólogo, Técnico e Auxiliar de Radiologia se obrigam a prestar depoimento,


compromissado com a verdade, em processo administrativo ou judicial sobre fatos que envolvam
seus colegas e de que tenha conhecimento em razão do ambiente profissional.”

• O segredo profissional envolve o respeito à pessoa, a justiça, ao direito individual e comunitário.

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• Ao se revelar um segredo profissional, desrespeitando a confiança depositada, pode-se ocasionar
grave prejuízo ao bom nome, à honra ou a profissão.

Um paciente, por exemplo, revela ao técnico de radiologia que foi um drogado, mas seus
pais e amigos não sabem. Se o técnico revelar este segredo, comprometera a honra do cliente e a
confiança em si como profissional. Por outro lado, ocultar coisa sabida, que deveria ser revelada,
pode da mesma forma violar a justiça e o direito comunitário.

Um paciente revela ao técnico, sob segredo, que é portador de moléstia contagiosa. Este
segredo não poderá ser mantido, pois está em risco a saúde da comunidade.

Diante disso, é importante saber decidir quando revelar ou guardar um segredo. Ao


analisar o segredo profissional, constatasse envolver ele aspectos jurídicos e éticos. A revelação
fere leis e princípios éticos. Normalmente, se é levado a dar mais importância à infração legal que
aos postulados éticos.
É necessário rever maneiras de proceder e ter presente que ao violar um segredo
desobedecemos e leis, mas, principalmente, violem-se aspectos fundamentais ao ser humano e o
respeito, a justiça, a confiança e a confidência.

III
O PERFIL ÉTICO DO AUXILIAR/TÉCNICO EM RADIOLOGIA:

Existem qualidades fundamentais que fazem um bom técnico em Radiologia.


Ele deve ser estudioso, isto é, sem ter a capacidade e o desejo de aprender ele não assimilará
os ensinamentos recebidos.
Deve ser interessado no serviço, pois se não estiver interessado no que faz, não dará o
máximo de sua capacidade de trabalho.
Econômico, pois não sendo econômico, causará prejuízo ao serviço, pois todo o material
radiológico é caríssimo, e deve-se aproveita-lo racionalmente.
Cuidadoso com chassis, filmes radiológicos, o próprio aparelho, aventais, luvas e placas de
chumbo, numeradores de chumbo, compressores, vestimentas do serviço, químicos e
principalmente com o paciente.
O técnico em Radiologia também deve ser: disciplinado, paciente, ter noções de
enfermagem, conhecimento de ética profissional e credenciado pelo Conselho Regional de
Técnicos em Radiologia.

O DEVER ÉTCO DO AUXILIAR/TECNICO EM RADIOLOGIA:

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• Cumprir a lei, manter a dignidade e a honra da profissão, aceitando os seus princípios
éticos e morais.
• Respeitar a vida humana.

DEONTOLOGIA

Etimologicamente provém do grego “deon, deontos” (DEVER) e “logos” (TRATADO), é


qualificada como sendo ciência que estuda os deveres profissionais referentes a determinados
grupos. Exemplos: Deontologia da Enfermagem (direcionada aos profissionais da enfermagem) e
Deontologia Radiológica (direcionada aos profissionais da Radiologia – auxiliares, técnicos e
tecnólogos).

IV
ÉTICA PROFISSIONAL:

A ética profissional é aplicação da ética geral no campo das atividades profissionais; a


pessoa tem que estar imbuída de certos princípios ou valores próprios do ser humano para vivê-los
nas suas atividades de trabalho. De um lado, ela exige a deontologia, isto é, o estudo dos deveres
específicos que orientam o agir humano no seu campo profissional; de ouro lado exige a
diciologia, isto é, o estudo dos direitos que a pessoa tem ao exercer suas atividades.
Portanto, a ética profissional é intrínseca à natureza humana e se explica pelo fato que as
pessoas fazem parte de um grupo de pessoas que desenvolvem determinado agir na produção de
bens ou serviços.

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOS TÉCNICOS EM


RADIOLOGIA:

“Os códigos de ética por si só não tornam melhores os profissionais, mas representam uma
luz e uma pista para o seu comportamento; mais do que ater-se àquilo que é prescrito literalmente,
é necessário compreender e viver a razão básica das determinações”.
O Código de Ética deve ser entendido num contexto maior do que apenas uma série de
artigos e parágrafos que teorizam sobre os direitos e os deveres de uma determinada profissão. A
análise do mesmo deve ser baseada numa visão inter, multi e transdisciplinar, com o intuito de

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permitir que o profissional extrapole o conteúdo teórico, internalizando atitudes e sentimentos
éticos enquanto profissional e ser humano.
O profissional técnico ou tecnólogo em Radiologia, não diferentemente de outros
profissionais, pode contextualizar e integrar o conteúdo do Código de Ética de maneira holística,
ampliando o ângulo de visão. O desafio é discutir o Código de Ética à luz da Bioética, apontando
para uma mudança paradigmática que mostra a necessidade de reforma de pensamento, que visa
refletir sobre a importância da interpretação e vivência da ética e não somente sua teorização.

V
BIOÉTICA:

A Bioética surge com o avanço das ciências biomédicas que trouxeram questões
relacionadas com a vida, que escapam à análise até então existentes.
A Bioética é hoje um chamado a refletir eticamente sobre os avanços tecnológicos
emergentes no campo da vida e saúde. O termo apareceu em 1970, em um artigo do cancerologista
americano Van Rensselaer Potter; intitulado Bioethics, the science of survival e retornado em seu
livro de 1971 Bioethics: bridge to the future. Espantado com o desenvolvimento exponencial do
conhecimento científico, em especial na biologia, e com o atraso da reflexão necessária a sua
utilização, Potter pede a criação de uma nova ciência – uma ciência da sobrevivência – que se
baseia na aliança do ser biológico (bio), com os valores humanos (ética).
Estes assuntos necessitaram de ponderações éticas que até então não haviam sido feitas. Daí
o aparecimento da Bioética (bios=vida; ética=ethos).
De uma forma mais ampla, a bioética é vista como “a análise crítica das dimensões morais
do processo de decisões no contexto da saúde e onde atuam os cientistas e biólogos”.
Vasto é o campo da Bioética, de acordo com vários autores, as análises e reflexões
abrangem principalmente:

• Aspectos relacionados com o começo da vida – bebê de proveta; clonagem; aborto;


planejamento familiar; banco de esperma; mãe de aluguel, etc.
• Aspectos relacionados à qualidade de vida – transfusão de sangue; transplante de órgãos, etc.
• Aspectos relacionados à morte – Eutanásia; pena de morte; tortura; tratamentos inúteis, etc.
A bioética baseia-se em reflexões sobre princípios como Autonomia, Beneficência, Justiça e
Respeito à vida.
A Bioética tenta conscientizar o homem de hoje sobre a ciência com responsabilidade, a
justa medida entre o que se pode e o que se deve fazer; o que se idolatra cegamente e o que
realmente tem valor, na perspectiva de resgatar a arte de bem cuidar e a visão integral do ser
humano.

AS PRINCIPAIS RAZÕES PARA SEU SURGIMENTO FORAM:


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• Abusos na utilização de animais e seres humanos em experimentos
• Surgimento acelerado de novas técnicas desumanas que apresentam questões inéditas, como
por exemplo, clonagem de seres humanos;
• Percepção da insuficiência dos referenciais éticos tradicionais, pois devido ao rápido progresso
científico, torna-se fácil constatar que os códigos de ética ligados a diferentes profissões não
acompanharam o rápido progresso científico, sendo diversas vezes insuficientes para julgar os
temas polêmicos da bioética.

O emprego de descobertas científicas pode, muitas vezes, afetar positiva ou negativamente


a sociedade ou até mesmo o planeta. Deste modo, a análise das vantagens e desvantagens do
emprego de uma determinada tecnologia ou da realização de certos experimentos deve ser
avaliada por comitês formados por indivíduos de diversas formações. Sendo assim, pode ser
percebido que a bioética envolve profissionais das seguintes áreas:

• Tecnociências (medicina, veterinária e biologia);


• Humanidades (filosofia, teologia, psicologia e antropologia);
• Ciências sociais (economia e sociologia);
• Direito;
• Política.

OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA BIOÉTICA SÃO TRÊS:

• Autonomia ou princípio da liberdade: ele se baseia no fato de que na relação médico-


paciente, este último possui o direito de ser informado sobre seu estado de saúde, detalhes do
tratamento e exames a serem prescritos e tem toda a liberdade de decidir se irá ou não se
submeter ao tratamento determinado. Caso o paciente não possa decidir, os pais ou
responsáveis é que tomam a decisão. Em casos de experimentos conduzidos com seres
humanos, os indivíduos submetidos aos testes devem receber detalhes dos procedimentos a
serem adotados e dar uma autorização, por escrito, de que deseja participar da pesquisa. Na
medicina veterinária, como o animal não pode tomar essa decisão, cabe ao médico veterinário
fornecer todas as informações sobre o animal e possíveis tratamentos e obter a autorização do
proprietário para a realização dos procedimentos.

• Beneficência ou princípio da não maleficência: toda e qualquer tecnologia deve trazer


benefícios para a sociedade e jamais causar-lhe malefícios. É fato nos dias de hoje, que a
bioética está mais relacionada aos seres humanos do que aos animais, pois a maior parte dos
experimentos existentes visa beneficiar o homem e não os animais.

• Justiça distributiva: os avanços técnico-científicos devem beneficiar a sociedade como um


todo e não apenas alguns grupos privilegiados.

A BIOÉTICA DIVIDE-SE EM DIMENSÕES, TAMBÉM CONHECIDAS COMO


GRANDES ÁREAS DE ESTUDO DA BIOÉTICA, QUE SÃO:

• Dimensão pessoal: estuda a relação entre os profissionais responsáveis e seus pacientes. A


liberdade do indivíduo ou responsável pelo indivíduo deve ser respeitada;

• Dimensão social, econômica e política: tem como objetivo estabelecer critérios para que seja
determinada a alocação e distribuição de recursos, bem como tentar reduzir as diferenças
econômicas e sociais dentro de um país ou entre países. Dentre os diferentes assuntos que são
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abordados nessa área da bioética, destacam-se: alocação de recursos financeiros; patentes;
desequilíbrio entre países ricos e pobres e fome;

• Dimensões ecológicas: os principais temas que fazem parte da pauta de discussão da bioética
no campo da ecologia são proteção ao meio ambiente, exploração dos recursos
naturais, desertificação, poluição, extinção de espécies, equilíbrio ecológico, utilização de
animais e plantas em condições éticas, proteção da qualidade de vida dos animais, desequilíbrio
entre países ricos e pobres, problemas nucleares e proteção da biodiversidade;

• Dimensão pedagógica: trata-se da discussão de alternativas que visem uma melhora no ensino
e aprendizagem nas instituições;

• Dimensões biológicas ou bioética especial: dentro deste grupo da bioética, destacamos o


começo da vida, o diagnóstico pré-natal, o abortamento provocado, a reanimação do recém-
nascido, a engenharia genética e organismos geneticamente modificados, terapia
gênica, eugenia, reprodução medicamental assistida, clonagem, transplante de órgãos,
experimentação animal e em humanos, eutanásia e distanásia.

A importância das discussões em bioética, em razão do seu caráter transdisciplinar, é fazer


com que a ciência não utilize indiscriminadamente as novas tecnologias logo que se tornem
viáveis, mas somente apenas após possuir o conhecimento e a sabedoria suficientes para utilizá-las
em benefício da humanidade e não em seu detrimento. Nesse sentido, a bioética permitirá que a
sociedade decida sobre as tecnologias que lhe convêm.

BIOÉTICA E O CÓDIGO DE ÉTICA DO TÉCNICO EM RADIOLOGIA.

“Art. 28 – É vedado ao profissional:

I – Desatender as normas do órgão competente à Legislação sobre pesquisa envolvendo


as Radiações;

II – Utilizar –se de animais de experimentação sem objetivos claros e honestos de


enriquecer os horizontes do conhecimento das Radiações e, consequentemente, de ampliar os
benefícios à sociedade;

III – Realizar pesquisa em ser humano sem que este ou seu responsável, ou
representante legal, tenha dado consentimento, livre e estabelecido, por escrito, sobre a natureza
das conseqüências da pesquisa;

IV – Usar, experimentalmente, sem autorização da autoridade competente, e sem o


conhecimento e o consentimento prévios do cliente ou de seu representante legal, qualquer tipo de
terapêutica ainda não liberada para uso no Pais;

V – Manipular dados da pesquisa em benefício próprio ou de empresas e ou


instituições;
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VI – Divulgar assunto ou descoberta de conteúdo inverídico;

VII – Utilizar-se, sem referência ao autor ou sem sua autorização expressa, de dados
ou informações publicadas ou não;

VIII – Publicar em seu nome trabalho cientifico do qual não tenha participado ou
atribuir-se autoria exclusiva quando, houver participação de subordinado ou outro profissionais,
Tecnólogos/Técnicos/Auxiliar ou não.

VI
SUS

DIREITO À SAÚDE NO BRASIL:

Brasil colônia - 1500 a 1889:

- Falta de saneamento básico (esgoto).

- Pouquíssimos médicos.

- Saúde cuidada por curandeiros, índios e africanos.

- Pouquíssimos hospitais.

BRASIL MODERNO APARTIR DE 1987.

- Implantação do SUDS (SISTEMA UNIFICADO E DESCENTRALIZADO DA SAÚDE)

- SUDS – Trata de um convênio do INAMPS com os governos dos estaduais e municipais para
elaboração dos artigos 196 ao 200 da Constituição Federal.

- Antes do SUDS e da constituição de 1988 (art. 196 ao 200 CF) só tinha direito a saúde
possuía tinha carteira assinada, trabalho formal.

“A SAÚDE É UM DIREITO DE TODOS E UM DEVER DO ESTADO” (artigo 196 da CF).

-Com essa frase no texto constitucional, a saúde deixa de ser um direto só dos trabalhadores com
carteira assinada, para seu um direito de todos independentemente de cor, raça sexo, condição
social, etc.

1990 O INAMPS FOI IMCORPORADO PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE


DEIXANDO DE EXISTIR. E FOI CRIADO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) POR
MEIO DA LEI 8080 DE 1990 – CHAMDA DE LEI ORGÂNICA DA SAÚDE.

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Com muitos vetos, que não iria fazer com que a lei funcionasse, de baixo de vários
protestos dos médicos e de tosos os profissionais da área da saúde fez com que o Governo voltou
atrás retirando os vetos e criando a lei complementar nº 8.142 de 1990.

Esta lei regulamentou os repasses do governo federal para os governos estaduais e


municipais.

TABELA - ANTES E DEPOIS DA CRIAÇÃO DO SUS

-SAÚDE – A SAÚDE É UM DIREITO SOCIAL - DIREITO DE SEGUNDA GERAÇÃO.

- 1º GERAÇÃO O ESTADO NÃO PODE FERIR NÃO PODE FAZER NADA ART. 5º CF.
DIREITO A VIDA, PRIVACIDADE, ETC.

-2ª GERAÇÃO O ESTADO TEM OBRIGAÇÃO DE FAZER SE NÃO SERÁ OMISO ART 6º
CF SAÚDE, EDUCAÇÃO, ETC.

-3ª GERAÇÃO DIREITO DE SOLIDARIEDADE ENTRE OS POVOS – MEIO AMBIENTE,


PAZ ENTRE OS POVOS, PROIBIÇÃO DO TERRORISMO, ETC.

ANTES DO SUS DEPOIS DO SUS

TRABALHADORES TODOS OS CIDADÃOS


DIREITO LEGAL DE FORMAIS (universalidade)
ACESSO (com carteira assinada)

MODELO CURATIVO INTEGRALIDADE


ASSISTENCIAL (pessoa individual) (preventivo e curativo)

MINISTÉRIO DA
GESTÃO PREVIDÊNCIA SOCIAL DESCENTRALIZAÇÃO (Governos Federal, Estadual e
(Gov. Federal) Municipal)

NATUREZA DOS
SEVIÇOS PRESTADOS SETOR PRIVADO SETOR PÚBLICO E CONTROLE SOCIAL (Povo)

APENAS OS QUE
EQUIDADE POSSUEM ACESSO SAÚDE COM JUSTIÇA SOCIAL (A saúde vai à casa
FORMAL (Procuram do cidadão)
atendimento)
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SAÚDE – É um direito positivo, pois o Estado deve promover.

Art. 196 CF “A SAÚDE É UM DIREITO DE TODO E UM DEVER DO ESTADO”

GRATUITA

INTEGRAL
A SAÚDE DEVERAR SER

UNIVERSAL

EQUÂNIME

PRINCÍPIOS DO SUS

O SUS possui três princípios básicos (princípios são pilares básicos para toda legislação do SUS).

-UNIVERSLIDADE – O sistema deve garantir a atenção à saúde a todo e qualquer cidadão


independentemente do nível econômico ou de características pessoais – a saúde deve ser prestada
de forma cega a saúde não pode ver a quem esta sendo prestada.

O sistema deve eliminar barreiras entre a saúde e a população.

EQUIDADE – Significa diminuir as desigualdades, mas não de tratar todos de forma igual, cada
cidadão deve ser tratado considerando as suas peculiaridades individuais.

Ex.: Os homens têm suas doenças e prevenções; as mulheres suas doenças e prevenções; os
portadores de necessidades especiais suas especificidades.

-Os iguais serão tratados de forma igual e os desiguais de forma desigual.

INTEGRALIDADE – Se refere ao leque de ações possíveis para promoção da saúde.

EX.:

- PREVENÇÃO.

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- EDUCAÇÃO.

- VIGILÂNCIA SANITÁRIA E AMBIENTAL.

- AÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS.

- RECUPERAÇÃO DE INFERMOS.

- TRATAMENTOS.

- REABILITAÇÃO.

PRINCÍPIO DA INTEGRALIDADE

Observação Importante sobre esse princípio, uma pessoa de baixa renda que necessita de uma
medicação que não tenha no Brasil ou que seja muito cara, ela pode procurar a justiça e com base
no princípio da integralidade e terá o medicamento custeado pelo Governo. Pelo fato que esse
princípio traz que a saúde deverá ser prestada por completo, e para que isso aconteça o
medicamento é essencial, sem ele a saúde não será prestada por completo.

DIRETRIZES DO SUS:

A saúde deverá ser prestada pelo SUS, logo precisa de caminhos e esses caminhos são as
diretrizes. Sendo três caminhos (diretrizes) PAD:

DIRETRIZES DO SUS:

▪ Participação da comunidade. Significa que a população através de entidades


representativas deve participar do processo de formação das políticas de saúde e principalmente do
controle em todos os níveis de governo.

EX.: Campanha de vacinação a comunidade terá que participar indo se vacinar.

▪ - Atendimento integral – O SUS deve priorizar atividades preventivas, sem deixar de lado
medidas assistenciais (curativas).

▪ - Descentralização – A divisão de responsabilidades entre os Governos Federal, Estadual


e Municipal, representado por níveis de gestão administrativa distinta, ou seja, cada um deverá ter
suas responsabilidades (competências).

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VII
ANVISA

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Criada pela “lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999” - Art. 3o Fica criada a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, autarquia sob-regime especial, vinculada ao
Ministério da Saúde, com sede e foro no Distrito Federal, prazo de duração indeterminado e
atuação em todo território nacional. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.039-24, de
2000) (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)

Parágrafo único. A natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada pela


independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira.

Art. 4º A Agência atuará como entidade administrativa independente, sendo-lhe assegurada,


nos termos desta Lei, as prerrogativas necessárias ao exercício adequado de suas atribuições.

Art. 5º Caberá ao Poder Executivo instalar a Agência, devendo o seu regulamento, aprovado
por decreto do Presidente da República, fixar-lhe a estrutura organizacional.

Parágrafo único. A edição do regulamento marcará a instalação da Agência, investindo-a,


automaticamente, no exercício de suas atribuições. (Vide Medida Provisória nº 1.814, de
1999) (Revogado pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)

Art. 6º A Agência terá por finalidade institucional promover a proteção da saúde da


população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e
serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e
das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e de fronteiras.

Em resumo a ANVISA é o órgão público que tem como finalidade promover a proteção da
saúde da população por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de
produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos
insumos e das tecnologias a eles relacionados. Além disso, a Agência exerce o controle de portos,
aeroportos e fronteiras.

PORTARIA 453/98 DA ANVISA

A Portaria 453/98 padroniza as técnicas radiológicas para o funcionamento dos serviços de


radiodiagnóstico médico, garantindo com isso a qualidade dos serviços prestados à população e
garantindo que os requisitos mínimos de proteção radiológica estão sendo mantidos para os
pacientes, profissionais e públicos em geral, aumentando assim a eficiência e a eficácia dos
diagnósticos. Diante disso o objetivo do trabalho foi comparar a aplicabilidade da portaria 453/98
entre hospitais públicos e privados. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de campo entre os dias
7 e 25 do mês de outubro de 2013, em dois Hospitais públicos e dois Hospitais privados, nos quais
foram entrevistadas 16 pessoas com aplicação de um questionário baseado na portaria 453.
A Portaria 453/98 aprova o Regulamento Técnico que estabelece as diretrizes básicas de
proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico. Em todos os serviços de
16
radiodiagnóstico devem manter um exemplar deste Regulamento em seus diversos setores que
empregam os raios X, e que cada membro da equipe tenha acesso ao mesmo.
A Secretária de Vigilância Sanitária, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista as
disposições constitucionais e a Lei 8.080, de 19 de outubro 1990, que tratam das condições para a
promoção e recuperação da saúde como direito fundamental do ser humano, e considerando: a
expansão do uso das radiações ionizantes na Medicina e Odontologia no país; os riscos inerentes
ao uso das radiações ionizantes (ANVISA, 1998).
A necessidade de se estabelecer uma política nacional de proteção radiológica na área de
radiodiagnóstico; que as exposições radiológicas para fins de saúde constituem a principal fonte de
exposição da população a fontes artificiais de radiação ionizante; que o uso das radiações
ionizantes representa um grande avanço na medicina, requerendo, entretanto, que as práticas que
dão origem a exposições radiológicas na saúde sejam efetuadas em condições otimizadas de
proteção (CNEN - 3.01,2011) - Normas para Proteção Radiológica.
As responsabilidades regulatórias do Ministério da Saúde relacionadas à produção,
comercialização e utilização de produtos e equipamentos emissores de radiações ionizantes; a
necessidade de garantir a qualidade dos serviços de radiodiagnóstico prestados à população, assim
como de assegurar os requisitos mínimos de proteção radiológica aos pacientes, aos profissionais e
ao público em geral; a necessidade de padronizar, a ní- vel nacional, os requisitos de proteção
radiológica para o funcionamento dos estabelecimentos que operam com raios x diagnósticos e a
necessidade de detalhar os requisitos de proteção em radiologia diagnóstica (ANVISA ,1998).

PRINCÍPIOS BÁSICOS

Os princípios básicos que regem a portaria 453/98 são: • Justificação • Otimização •


Limitação de doses individuais • Prevenções de acidentes

1-Justificação:
A justificação é o princípio básico de proteção radiológica que estabelece que nenhuma
prática deva ser autorizada a menos que produza suficiente benefício para o indivíduo exposto ou
para a sociedade, de modo a compensar o detrimento que possa ser causado (CNEN-3.01,2011).

2- Otimização:
O princípio de otimização estabelece que as instalações e as práticas devem ser planejadas,
implantadas e executadas de modo que a magnitude das doses individuais, o número de pessoas
expostas e a probabilidade de exposições acidentais sejam tão baixos quanto razoavelmente
exequíveis, levando-se em conta fatores sociais e econô- micos, além das restrições de dose
aplicáveis (ANVISA, 1998).

3- Limitação de doses individuais:


Os limites de doses individuais são valores de dose efetiva ou de dose equivalente,
estabelecidos para exposição ocupacional e exposição do público decorrentes de práticas
controladas, cujas magnitudes não devem ser excedidas. As exposições ocupacionais normais de
cada indivíduo, decorrentes de todas as práticas, devem ser controladas de modo que os valores
dos limites estabelecidos na Resolução CNEN nº 12/88 não sejam excedidos.
Nas práticas abrangidas por este Regulamento, o controle deve ser realizado da seguinte
forma: a dose efetiva média anual não deve exceder 20 mSv em qualquer período de 5 anos
consecutivos, não podendo exceder 50 mSv em nenhum ano. A dose equivalente anual não deve
exceder 500 mSv para extremidades e 150 mSv para o cristalino (ANVISA ,1998).

17
Para mulheres grávidas devem ser observados os seguintes requisitos adicionais, de modo
a proteger o embrião ou feto: a gravidez deve ser notificada ao titular do serviço tão logo seja
constatada; as condições de trabalho devem ser revistas para garantir que a dose na superfície do
abdômen não exceda 2mSv durante todo o período restante da gravidez, tornando pouco provável
que a dose adicional no embrião ou feto exceda cerca de 1 mSv neste período.
Menores de 18 anos não podem trabalhar com raios x diagnósticos, exceto em
treinamentos. Para estudantes com idade entre 16 e 18 anos, em estágio de treinamento
profissional, as exposições devem ser controladas de modo que os seguintes valores não sejam
excedidos: dose efetiva anual de 6mSv; dose equivalente anual de 150 mSv para extremidades e
50 mSv para o cristalino. É proibida a exposição ocupacional de menores de 16 anos. As
exposições normais de indivíduos do público decorrentes de todas as práticas devem ser
restringidas de modo que a dose efetiva anual não exceda 1mSv (ANVISA ,1998).

4-Prevenções de acidentes:
No projeto e na operação de equipamentos e de instalações é preciso minimizar a
probabilidade de ocorrência de acidentes (exposições potenciais). Deve-se desenvolver os meios e
implementar as ações necessárias para minimizar os erros humanos e a ocorrência de exposições
acidentais. (ANVISA 1998).

CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS

Para fins de gerenciamento da proteção radiológica, os titulares devem classificar as áreas


de trabalho com radiação ou material radioativo em áreas controladas, áreas supervisionadas ou
áreas livres, conforme apropriado. Uma área deve ser classificada como área controlada, quando
for necessária a adoção de medidas específicas de proteção e segurança para garantir que as
exposições ocupacionais normais estejam em conformidade com os requisitos de otimização e
limitação de dose, bem como prevenir ou reduzir a magnitude das exposições potenciais (CNEN-
3.02,1988 - CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear é uma autarquia federal
vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia).
Uma área deve ser classificada como área supervisionada quando, embora não exija a
adoção de medidas específicas de proteção e segurança, devem ser realizadas avaliações regulares
das condições de exposições ocupacionais, com o objetivo de determinar se a classificação é
adequada. As áreas controladas devem estar sinalizadas com o símbolo internacional de radiação
ionizante, acompanhando um texto descrevendo o tipo de material, equipamento ou uso
relacionado à radiação ionizante. As áreas supervisionadas devem ser indicadas como tal, em seus
acessos (CNEN-3.02,1988- Comissão Nacional de Energia Nuclear é uma autarquia federal
vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia).
.

RESPONSABILIDADES BÁSICAS
É necessário nomear um membro qualificado da equipe para responder pelas ações
relativas ao programa de proteção radiológica do serviço, com autoridade e responsabilidades
definidas. Prover monitoração individual conforme descrito no Regulamento, e informar
mensalmente, as pessoas monitoradas, os valores das doses registradas (CNEN-3.02,1988).

VIII - CONSELHO PROFISSIONAL.


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A função primária dos Conselhos Profissionais é defender a sociedade dos maus
profissionais. E com isso, indiretamente, a defesa dos bons profissionais. Fiscalizando a atuação
dos profissionais e das instituições, os bons profissionais recebem a garantia de não precisar
conviver profissionalmente com os profissionais antiéticos, por exemplo.
Também cabe ao conselho, por exemplo, redigir e fiscalizar a utilização do código de ética
profissional e o juramento profissional.
Percebe-se com isso, que o foco não é no profissional e sim no cliente. Independente da
preocupação do profissional (ou não) com o cliente em suas atividades, o Conselho Profissional é
a ferramenta imparcial que os fiscaliza. Isso leva a entender que a defesa da categoria que cabe
aos sindicatos.

A CRIAÇÃO DO CONSELHO DE RADIOLOGIA


Em 1974, o deputado Gomes do Amaral apresentou o primeiro projeto de lei (PL n.º
317/1975, páginas 3.472 a 74 do Diário Oficial), com o objetivo de regulamentar o exercício das
técnicas radiológicas no Brasil. Anos se passaram e a proposta não teve andamento e acabou
sendo arquivada.
Uma comissão de profissionais goianos e conduziu a elaboração de um substitutivo
ao PL do deputado Gomes do Amaral. O texto foi aprovado pela categoria durante o V Congresso
Brasileiro de Técnicos em Radiologia, realizado no Recife/PE, e depois oferecido ao Congresso
Nacional. Depois de aprovado pelos deputados, seguiu para o Senado Federal que pediu o parecer
do TEM.
Depois do parecer favorável do MTE, um incidente aconteceu para acelerar o andamento
do PL. Depois de torcer o tornozelo, Roseana Sarney, filha do então presidente da República José
Sarney, foi encaminhada ao serviço médico do Senado Federal. O técnico em Radiologia Oity
Moreira Rangel atendeu a ilustre paciente e contou a ela toda a história. No final, pediu a ela que
conversasse com o pai sobre o assunto, pois era muito importante para milhares de trabalhadores.
Roseana prometeu que o faria.
No dia 29 de outubro de 1985, foi sancionada a Lei 7.394, que regula o exercício de
técnico em Radiologia. A norma foi efetivada pelo Decreto n.º 92.790, em 17 de junho de 1986.
Em 4 de junho de 1987, foi instalado o Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia
(CONTER) e, imediatamente a seguir, os seis primeiros Conselhos Regionais de Técnicos em
Radiologia (CRTRs): o da 1ª Região (Distrito Federal, Goiás, Pará, Amazonas, Acre, Rondônia,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amapá e Roraima), da 2ª (Pernambuco, Alagoas, Sergipe,
Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão), da 3ª (Minas Gerais e Espirito
Santo), da 4ª (Rio de Janeiro), da 5ª (São Paulo) e da 6ª Região (Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Paraná).

LEGISLAÇÃO RADIOLÓGICA - LEIS 7394/85 E 92790/86

LEI Nº 7.394, de 29 de outubro de 1985(Pub. DOU de 30/10/85)Regula o exercício da


Profissão de Técnico em Radiologia e dá outras providências.O PRESIDENTE DA
REPÚBLICA... Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Os preceitos desta lei regulam o exercício da profissão de Técnico em Radiologia,


conceituando-se como tal, todos os Operadores de Raios X que, profissionalmente, executam as
técnicas:
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I - radiológica, no setor de diagnóstico;
II - radioterápica, no setor de terapia;
III - radioisotópica, no setor de radioisótopos;
IV - industrial, no setor industrial;
V - de medicina nuclear.

Art. 2º - São condições para o exercício da profissão de Técnico em Radiologia:


I - Ser portador de certificado de conclusão do ensino médio e possuir formação profissional
mínima de nível técnico em radiologia; (inciso alterado pela Lei nº 10.508/2002)
II - Possuir diploma de habilitação profissional expedido por Escola Técnica de Radiologia,
registrado no órgão federal (VETADO).
Parágrafo único - (VETADO).

Art. 3º - Toda entidade, seja de caráter público ou privado, que se propuser instituir Escola
Técnica de Radiologia, deverá solicitar o reconhecimento prévio (VETADO).

Art. 4º - As Escolas Técnicas de Radiologia só poderão ser reconhecidas se apresentarem


condições de instalação satisfatórias e corpo docente de reconhecida idoneidade profissional, sob
orientação de Físico Tecnólogo, Médico Especialista e Técnico em Radiologia.

§ 1º - Os programas serão elaborados pela autoridade federal competente e válida para todo o
território nacional, sendo sua adoção indispensável ao reconhecimento de tais cursos.

§ 2º - Em nenhuma hipótese poderá ser matriculado candidato que não comprovar a conclusão de
curso em nível de 2º grau ou equivalente.

§ 3º - O ensino das disciplinas será ministrado em aulas teóricas, práticas e estágios a serem
cumpridos no último ano do currículo escolar, de acordo com a especialidade escolhida pelo
aluno.

Art. 5º - Os centros de estágios serão constituídos pelos serviços de saúde e de pesquisa físicas,
que ofereçam condições essenciais à prática da profissão na especialidade requerida.

Art. 6º - A admissão à primeira série da Escola Técnica de Radiologia dependerá:


I - do cumprimento do disposto no § 2º do art. 4º desta lei;

II - de aprovação em exame de saúde, obedecidas às condições instituídas no parágrafo único do


art. 45 do Decreto n.º 29.155, de 17 de janeiro de 1951.

Art. 7º - As Escolas Técnicas de Radiologia existentes, ou a serem criadas, deverão remeter ao


órgão competente (VETADO), para fins de controle e fiscalização de registros, cópia da ata
relativa aos exames finais, na qual constem os nomes dos alunos aprovados e as médias
respectivas.

Art. 8º - Os diplomas expedidos por Escolas Técnicas de Radiologia, devidamente reconhecidos,


têm âmbito nacional e validade para o registro de que trata o inciso II do art. 2º desta lei. Parágrafo
20
único - Concedido o diploma, fica o Técnico em Radiologia obrigado a registrá-lo, nos termos
desta lei.

Art. 9º - (VETADO).

Art. 10 - Os trabalhos de supervisão das aplicações de técnicos em radiologia, em seus respectivos


setores, são da competência do Técnico em Radiologia.

Art. 11 - Ficam assegurados todos os direitos aos denominados Operadores de Raios-X,


devidamente registrados no órgão competente (VETADO), que adotarão a denominação referida
no art. 1º desta lei.

§ 1º - Os profissionais que se acharem devidamente registrados na Divisão Nacional de Vigilância


Sanitária de Medicamentos - DIMED, não possuidores do certificado de conclusão de curso em
nível de 2º grau, poderão matricular-se nas escolas criadas, na categoria de ouvinte, recebendo, ao
terminar o curso, certificado de presença, observadas as exigências regulamentares das Escolas de
Radiologia.

§ 2º - Os dispositivos desta lei aplicam-se, no que couber, aos Auxiliares de Radiologia que
trabalham com câmara clara e escura.

Art. 12 - Ficam criados o Conselho Nacional e os Conselhos Regionais em Radiologia


(VETADO), que funcionarão nos mesmos moldes dos Conselhos Federal e Regionais de
Medicina, obedecida igual sistemática para sua estrutura, e com as mesmas finalidades de seleção
disciplinar e defesa da classe dos Técnicos em
Radiologia.

Art. 13 - (VETADO).

Art. 14 - A jornada de trabalho dos profissionais abrangidos por esta lei será de 24 (vinte e quatro)
horas semanais (VETADO).

Art. 15 - (VETADO).

Art. 16 - O salário mínimo dos profissionais, que executam as técnicas definidas no art. 1º desta
lei, será equivalente a dois salários mínimos profissionais da região, incidindo sobre esses
vencimentos 40% (quarenta por centos) de risco de vida e insalubridade.

Art. 17 - O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias.

Art. 18 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 19 - revogam-se as disposições em contrário. Brasília, em 29 de outubro de 1985; 164º da


Independência e 97º da República.

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JOSÉ SARNEY
Presidente da República

DECRETO Nº 92.790, DE 17 DE JUNHO DE 1986.

Regulamenta a Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985, que regula o exercício da profissão de


Técnico em Radiologia e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art.. 81 item III, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no art.. 17 da Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985,
DECRETA:

Art.. 1º O exercício da profissão de Técnico em Radiologia fica regulado pelo disposto neste
decreto, nos termos da Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985.

Art.. 2º São Técnicos em Radiologia os profissionais de Raios X, que executam as técnicas:

I - radiológicas, no setor de diagnóstico;

II - radioterápicas, no setor de terapia;

III - radioisotópicas, no setor de radioisótopos;

IV - industriais, no setor industrial;

V - de medicina nuclear.

Art.. 3º O exercício da profissão de Técnico em Radiologia é permitido:

I - aos portadores de certificado de conclusão de 1º e 2º graus, ou equivalente, que possuam


formação profissional por intermédio de Escola Técnica de Radiologia, com o mínimo de três
anos de duração;

II - aos portadores de diploma de habilitação profissional, expedido por Escola Técnica de


Radiologia, registrado no Ministério da Educação.

Art.. 4º Para se instalarem, as Escolas Técnicas de Radiologia precisam ser previamente


reconhecidas pelo Ministério da Educação.

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Art.. 5º As Escolas Técnicas de Radiologia só poderão ser reconhecidas se apresentarem
condições de instalação satisfatórias e corpo docente de reconhecida idoneidade profissional, sob a
orientação de Físico Tecnólogo, Médico Especialista e Técnico em Radiologia.

§ 1º Os programas serão elaborados pelo Conselho Federal de Educação e válidos para todo o
território nacional, sendo sua adoção indispensável ao reconhecimento de tais cursos.

§ 2º Em nenhuma hipótese poderá ser matriculado candidato que não comprovar a conclusão de
curso de nível de 2º grau ou equivalente.

§ 3º O ensino das disciplinas será ministrado em aulas teóricas, práticas e estágios a serem
cumpridos, no último ano do currículo escolar, de acordo com a especialidade escolhida pelo
aluno.

Art.. 6º Os centros de estágio serão constituídos pelos serviços de saúde e de pesquisa físicas, que
ofereçam condições essenciais à prática da profissão na especialidade requerida.

Art.. 7º A admissão à primeira série da Escola Técnica de Radiologia dependerá:

I - do cumprimento do disposto no § 2º do art.. 5º deste decreto;

II - de aprovação em exame de sanidade e capacidade física, o qual incluirá, obrigatoriamente, o


exame hematológico.

Parágrafo único. Salvo decisão médica em contrário, não poderão ser admitidas em serviços de
terapia de rádio nas pessoas de pele seca, com tendência a fissuras, e com verrugas, assim como as
de baixa acuidade visual não-corrigível pelo uso de lentes.

Art.. 8º As Escolas Técnicas de Radiologia existentes, ou a serem criadas, deverão remeter ao


Conselho Federal de Educação, para fins de controle e fiscalização de registros, cópia da ata
relativa aos exames finais, na qual constem os nomes dos alunos aprovados e as médias
respectivas.

Art.. 9º Os diplomas expedidos por Escolas Técnicas de Radiologia, devidamente reconhecidas,


têm âmbito nacional e validade para o registro de que trata o item II do art. 3º deste decreto.

Parágrafo único. Concedido o diploma, fica o Técnico em Radiologia obrigado a registrá-lo, nos
termos deste decreto.

Art.. 10. Os trabalhos de supervisão da aplicação de técnicas em radiologia, em seus respectivos


setores, são da competência do Técnico em Radiologia.

Art.. 11. Ficam assegurados todos os direitos aos denominados Operadores de Raios X,
devidamente registrados na Delegacia Regional do Trabalho, os quais adotarão a denominação
referida no art.. 1º deste decreto.

§ 1º Os profissionais que se acham devidamente registrados na Divisão Nacional de Vigilância


Sanitária de Medicamentos - DIMED, não-possuidores do certificado de conclusão de curso em
nível de 2º grau, poderão matricular-se nas escolas criadas, na categoria de ouvinte, recebendo, ao

23
terminar o curso, certificado de presença, observadas as exigências regulamentares das Escolas de
Radiologia.

§ 2º Os dispositivos deste decreto aplicam-se, no que couber, aos Auxiliares de Radiologia que
trabalham com câmara clara e escura.

Art.. 12. Os Conselhos Nacional e Regionais de Técnicos em Radiologia, criados pelo art.. 12 da
Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985, constituem, em seu conjunto, uma autarquia, sendo cada
um deles dotado de personalidade jurídica de Direito Público.

Art.. 13. O Conselho Nacional e os Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia são os


órgãos supervisores da ética profissional, visando ao aperfeiçoamento da profissão e à valorização
dos profissionais.

Art.. 14. O Conselho Nacional, ao qual ficam subordinados os Conselhos Regionais, terá sede no
Distrito Federal e jurisdição em todo o território nacional.

§ 1º Os Conselhos Regionais terão sede nas Capitais dos Estados, Territórios e no Distrito Federal.

§ 2º A jurisdição de um Conselho Regional poderá abranger mais de um Estado, se as


conveniências assim o indicarem.

Art.. 15. O Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia compor-se-á de nove membros, eleitos
juntamente com outros tantos suplentes, todos de nacionalidade brasileira.

Parágrafo único. A duração dos mandatos dos membros do Conselho Nacional de Técnicos em
Radiologia será de cinco anos.

Art.. 16. São atribuições do Conselho Nacional:

I - organizar o seu regimento interno;

II - aprovar os regimentos internos organizados pelos Conselhos Regionais;

III - instalar os Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia, definindo sede e jurisdição, bem
como promovendo a eleição de seus membros e lhes dando posse;

IV - votar e alterar o código de ética profissional, ouvidos os Conselhos Regionais;

V - promover quaisquer diligências ou verificações, relativas ao funcionamento dos Conselhos


Regionais, nos Estados ou Territórios e Distrito Federal, e adotar, quando necessárias,
providências convenientes a bem da sua eficiência e regularidade, inclusive a designação de
diretoria provisória.

Art.. 17. A diretoria do Conselho Nacional de Técnico de Radiologia será composta de presidente,
secretário e tesoureiro.

Art.. 18. O presidente, o secretário e o tesoureiro residirão no Distrito Federal durante todo o
tempo de seus mandatos. (Revogado pelo Decreto nº 5.211, de 2004)

24
Art.. 19. A renda do Conselho Nacional será constituída de:

I - um terço das anuidades cobradas pelos Conselhos Regionais;

II - um terço da taxa de expedição das carteiras profissionais;

III - um terço das multas aplicadas pelos Conselhos Regionais;

IV - doações e legados;

V - subvenções oficiais;

VI - bens e valores adquiridos.

Art.. 20. A eleição para o primeiro Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia será promovida
pela Federação das Associações dos Técnicos em Radiologia dos Estados do Brasil.

Parágrafo único. A eleição efetuar-se-á por processo que permita o exercício do voto a todos os
profissionais inscritos, sem que lhes seja necessário o afastamento do seu local de trabalho.

Art.. 21. Enquanto não for elaborado e aprovado, pelo Conselho Nacional de Técnicos em
Radiologia, o código de ética profissional, vigorará o Código de Ética do Técnico em Radiologia,
elaborado e aprovado, por unanimidade, na Assembléia Geral Ordinária da Federação das
Associações dos Técnicos em Radiologia dos Estados do Brasil, em 10 de julho de 1971.

Art.. 22. Os Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia compor-se-ão de nove membros,


eleitos juntamente com outros tantos suplentes, todos de nacionalidade brasileira.

Parágrafo único. Os Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia serão organizados à


semelhança do Conselho Nacional.

Art.. 23. Compete aos Conselhos Regionais:

I - deliberar sobre a inscrição e cancelamento no quadro do Conselho;

II - manter um registro dos Técnicos em Radiologia, legalmente habilitados, com exercício na


respectiva Região;

III - fiscalizar o exercício da profissão de Técnico em Radiologia;

IV - conhecer, apreciar e decidir os assuntos atinentes à ética profissional, impondo as penalidades


que couberem;

V - elaborar a proposta do seu regimento interno, submetendo-a à aprovação do Conselho


Nacional;

VI - expedir carteira profissional;

VII - velar pela conservação da honra e da independência do Conselho e pelo livre exercício legal
dos direitos dos radiologistas;

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VIII - promover, por todos os meios ao seu alcance, o perfeito desempenho técnico e moral da
profissão e o prestígio e bom conceito da Radiologia, e dos profissionais que a exerçam;

IX - publicar relatórios anuais de seus trabalhos e a relação dos profissionais registrados;

X - exercer os atos de jurisdição que por lei lhes sejam cometidos;

XI - representar ao Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia sobre providências necessárias


para a regularidade dos serviços e da fiscalização do exercício da profissão.

Art.. 24. A renda dos Conselhos Regionais será constituída de:

I - taxa de inscrição;

Il - dois terços da taxa de expedição de carteiras profissionais;

III - dois terços da anuidade paga pelos membros neles inscritos;

IV - dois terços das multas aplicadas;

V - doações e legados;

VI - subvenções oficiais;

VII - bens e valores adquiridos.

Art.. 25. As penas disciplinares aplicáveis pelos Conselhos Regionais aos seus membros são as
seguintes:

I - advertência confidencial em aviso reservado;

II - censura confidencial em aviso reservado;

III - censura pública;

IV - suspensão do exercício profissional até trinta dias;

V - cassação do exercício profissional, ad referendum, do Conselho Nacional.

Art.. 26. Em matéria disciplinar, o Conselho Regional deliberará de ofício.

Art.. 27. Da imposição de qualquer penalidade caberá recurso, no prazo de trinta dias, contados da
ciência, para o Conselho Nacional.

Art.. 28. Além do recurso previsto no artigo anterior, não caberá qualquer outro de natureza
administrativa.

Art.. 29. O voto é pessoal e obrigatório em toda eleição, salvo doença ou ausência comprovadas
plenamente.
§ 1º As deliberações serão tomadas por maioria de votos dos presentes.

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§ 2º Os radiologistas que se encontrem fora da sede das eleições por ocasião destas poderão dar
seu voto em dupla sobrecarta, opaca, fechada e remetida pelo correio, sob registro, por ofício com
firma reconhecida, ao Presidente do Conselho Regional.

§ 3º Serão computadas as cédulas recebidas, com as formalidades do parágrafo precedente, até o


momento em que se encerre a votação. A sobrecarta maior aberta pelo Presidente do Conselho,
que depositará a sobrecarta menor na urna, sem violar o segredo do voto.

§ 4º As eleições serão anunciadas no órgão oficial e em jornal de grande circulação, com trinta
dias de antecedência.

Art.. 30. A jornada de trabalho dos profissionais abrangidos por este decreto será de vinte e quatro
horas semanais.

Art.. 31. O salário mínimo dos profissionais, que executam as técnicas definidas no art.. 1º deste
decreto, será equivalente a dois salários mínimos profissionais da região, incidindo sobre esses
vencimentos quarenta por cento de risco de vida e insalubridade.

Art.. 32. Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Art.. 33. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 17 de junho de 1986; 165º da Independência e 98º da República.

JOSÉ SARNEY

Presidente da República

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