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Resumo

O presente trabalho destina-se ao estudo do direito de personalidade e a sua


possibilidade de aplicação à pessoa jurídica. Inicialmente pretende-se conceituar e
caracterizar o direito da personalidade, em seguida, tratar-se-á da modalidade do direito
de personalidade e a sua classificação concedida Rubens Limongi França e ainda,
focalizará a tutela dos direitos de personalidade dentro da legislação actual e as
punições quando este atributo é afectado. A
INTRODUÇÃO

No presente trabalho abordar-se-á sobre os Direitos de personalidade, são


normalmente definidos como irrenunciável e intransmissível que todo individuo tem de
controlar o uso de seu corpo, nome, imagem, aparência ou quaisquer outros aspectos
constitutivos de sua identidade. A dignidade humana é o ponto de partida do
ordenamento jurídico, é antes de mais uma imposição ontológica, assim sendo a
dignidade da pessoa humana implica que cada homem sejam atribuídos direitos, por ela
justificados e impostos, que asseguram esta dignidade na vida social. Assim se funda a
categoria dos direitos da personalidade, cuja as características especificas os distinguem
dos demais.

Actualmente os direitos de personalidades continuam a manifestar-se como uma


categoria histórica por serem sensíveis a variações no tempo e no espaço. O agravar das
possibilidades técnicas de intromissão na vida privada, com a possibilidade de escuta,
gravações não autorizadas, fotografias com teleobjectivas e assim por diante, deu a
partir do final do XIX uma nova dinâmica à preocupação de defesa da personalidade.
Hoje, é a intromissão informática que representa o grande problema. Não se chegou
ainda, apesar de varias leis sobre tutela dos dados pessoais face à informática, a um
equilíbrio entre a vida pessoal e computador, entre tanto não existe um conceito unitário
sobre os direitos de personalidade, mas, um pouco na esteira de CARVALHO
FERNANDES podemos defini-los como os direitos que constituem atributo da própria
pessoa, e que tem por direitos bem da personalidade, física e moral. Podendo assim ser
debruçado o tema mas a frente desde a sua característica, modalidade e chegando-se a
uma conclusão.
NOÇÃO DO DIREITO DE PERSONALIDADE

1.1. CONCEITO

Direito de personalidade são prerrogativas individuais, inalienáveis,


inerentes ao se humano e necessários para o desenvolvimento da dignidade da
pessoa humana em aspecto morais, físicos e psíquicos. Os direitos de
personalidade visam assegurar a protecção especial aos cidadãos,
designadamente no que toca à liberdade de expressão, reunião, consciência e
religião, respeitando os princípios plasmado na constituição da República de
Angola. Segundo CHARLES TAYLOR os direitos da personalidade
pressupõem três condições essenciais: autonomia da vontade, alteridade e
dignidade.

A autonomia da vontade configura-se no respeito à autonomia moral de


que deve gozar toda a pessoa humana. A alteridade representa o reconhecimento
do ser humano como entidade única e diferenciada de seus pares, que só ganha
forma com a existência do outro. A dignidade é uma qualidade derivada, ou seja,
pode existir somente se o ser humano for autónomo em suas vontades e se lhe
for reconhecida alteridade perante a comunidade em que vive. A salvaguarda
dessas três condições essenciais tomam forma no direito positivo sob título de
direitos da personalidade, que exigem o respeito à incomodidade física (corpo
físico) e psíquica (mente e consciência), tratando de assuntos como liberdade e a
diferença, isto é, do direito público subjectivo, como de temas referentes ao
nome, à imagem, à honra, à honra, à privacidade, que fazem parte das
características do direito privado. Assim sendo os direito de personalidade se
fazem presentes na esfera do Direito Púbico e Direito Privado. Assim sendo os
direitos da personalidade são firmemente criado após 1948 com a Declaração
Universal de Direitos Humanos, em que após a segunda guerra mundial com
atentado à dignidade humana, houve a conscientização da importância dos
direitos de personalidade no mundo jurídico.
CARACTERISTICA DO DIREITO PERSONALIDADE.

1.2. CARACTERISTICA

Os direitos de personalidade têm traços comuns identificados pela doutrina. Em


face do que analisaremos em matéria de classificações dos direitos subjectivos, e
seguindo ainda aqui CARVALHO FERNANDES, podemos caracterizar os direitos de
personalidade como direitos geralmente absolutos, não patrimoniais, indisponíveis,
intransmissíveis e que são objectos de protecção penal. Além disso, os direitos de
personalidade são, em princípio ilimitáveis.

A caracterização dos direitos da personalidade como absolutos significa que eles


se integram numa categoria de direitos que são oponíveis (erga omnes), isto é, que o seu
titular pode invocar e fazer valer contra todos. Os direitos da personalidade são: Direitos
não patrimoniais, ou pessoais, na linguagem mais corrente. São, pois, direitos não
susceptíveis de avaliação em dinheiro. Também esta característica tem de ser entendida
em termos adequados. Com efeito, o carácter não patrimonial dos direitos de
personalidade não significa que a sua violação não possa envolver e em geral assim
acontece uma reparação de conteúdos patrimonial exemplo disso pode-se no regime do
art. 484º. do Código Civil. Enquanto não disponíveis, os direitos da personalidade
estão subtraídos ao jogo da livre vontade do seu titular, que sobre eles se não pode
exercer validamente. Daqui resultar que, como regra, a pessoa titular de um direito da
personalidade não pode validamente renunciar a ele ou limita-lo. Dando seguimento a
esta característica, o art. 81. º, nº1 do Código Civil consagra a nulidade dos actos de
limitação voluntaria de exercício dos direitos da personalidade, quando contrario «aos
princípios da ordem pública». Como consequência da sua inerência à pessoa jurídica e
da característica acabada de apontar, os direitos da personalidade são também
intransmissíveis, quer em vida, quer em morte, extinguindo-se, assim, com o seu titular.
Nestes sentidos se integram na categoria dos direitos pessoalíssimos. Embora a sua
formulação seja defeituosa e criticável, como veremos, o regime estatuído no nº 1 do
art. 71.º do Código Civil não constitui excepção a esta característica, quando afirma
que «os direitos de personalidade gozam igualmente de protecção depois da morte do
respectivo titular». Finalmente, um aspecto relevante do seu regime é o de os direitos da
personalidade serem, em regra objecto de protecção penal. Na verdade, o Código Penal
puni como crime as ofensas mais significativas aos direitos da personalidade:
Homicídio (arts.349.º e segs.), ofensas corporais (arts.359.º e segs.), calúnia,
difamação, e injúria (arts.407.º e segs.), entre outros.

Referiu-se já, como característica dos direitos de personalidade que eles, são em
princípios, ilimitáveis. Com isto quer significar que, para além de não serem disponíveis
(renunciáveis e transmissíveis), os direitos de personalidade conhecem apertadas
limitações quanto ao seu exercício, à forma como os seus titulares deles podem em geral
dispor. E». Finalmente, um aspecto relevante do seu regime é o de os direitos da
personalidade serem, em regra objecto de protecção penal. Na verdade, o Código Penal
puni como crime as ofensas mais significativas aos direitos da personalidade:
Homicídio (arts.349.º e segs.), ofensas corporais (arts.359.º e segs.), calúnia,
difamação, e injúria (arts.407.º e segs.), entre outros.

Exemplo, só dentro do condicionalismo muito estreito e definidos é que, para a


generalidade dos direitos de personalidade, pode intervir o jogo do consentimento. E
compreende-se que assim seja, se tivermos em conta a própria natureza do bem
protegido: a personalidade humana.

Todavia, isto só é valido enquanto principio geral, não repugnado que possam
intervir circunstância que legitimem, e até exijam, determinadas limitações ou restrições
praticas aos direitos de personalidade.

De acordo com ORLANDO DE CARVALHO podemos agrupar tais


circunstâncias em quatro grandes tipos:

a) a própria natureza do bem da personalidade;


b) as exigências da vida em comum;
c) a ponderação dos interesses em jogo;
d) o consentimento do ofendido.
MODALIDADE DO DIREITO DE PERSONALIDADE

1.3. MODALIDADE.
As modalidades do direito de personalidade especificamente previstas no Código
Civil são apenas quatro, nomeadamente: o direito ao nome(arts. 72.º a 74.º); o direito a
cartas missivas (arts. 75.º a 78.º); o direito à imagem(art. 79.º) e o direito à reserva
sobre intimidade da vida privada(art.80.º).

-Direito ao nome.

O direito ao nome é um aspecto particular do direito à identidade pessoal, que


tutela o interesse do individuo em não ser confundido com outrem, em manter ,
portanto, a sua própria identidade. Trata-se, em si, de um direito inato que, todavia,
encontra efectivação sobretudo ao nível do direito ao nome e do direito ao pseudónimo,
que são direitos não inatos. O direito ao nome(art. 72.º) engloba a faculdade de usar e a
posição ao seu uso por outrem, podendo este consistir tanto no seu uso pessoal, como na
fixação dele em objectos ou personagens( nº. 1 do art. 72.º).

Quanto a sua limitações deve-se levar-se particularmente em consideração o que


no nº. 2 do artigo 72.º se fixa na hipótese de homonímia. Deve admitir-se aqui o jogo
do consentimento, que poderá assumir a forma de consentimento vinculante, devendo
contudo levar-se em linha de conta o limite que pode ser imposto à relevância do
consentimento por razões de ordem pública. O direito ao nome é tutelado depois da
morte do respectivo titular.

-Direito a cartas missivas

O Código Civil dedica nada menos do que quatro artigos à tutela das
denominadas cartas missivas confidenciais que, na realidade, se integram no âmbito dos
bens protegidos pelo direito à intimidade da vida privada ou aos segredos das pessoas
mas, o facto de constatarem de documento dirigido a terceiros levou o legislador a uma
regulamentação de certa minúcia.

-Direito à imagem

O direito a imagem aparece, entre outros direitos, consagrados na


Constituição(artigo 32. º) e é um dos quatros direitos especiais de personalidade
Explicitamente contemplado no Código Civil(artigo 79.º). Entretanto estes direitos não
é penalmente tutelado. Cada ser humano tem uma aparência física distinta da dos
restantes.

-Direito à vida

O direito a vida apresenta-se como o mais importante dos direitos especiais de


personalidade que, surpreendentemente, não obteve consagração expressa no Código
Civil embora este ao referir no artigo 70.º, n.º 1 a protecção concedida por lei aos
indivíduos “contra qualquer ofensa ilícita ou ameaça de ofensa à sua personalidade
física …”garante, por certo, e em termos civis, o direito à vida. Dele é que com toda
propriedade se pode dizer que se trata de um direito sem o qual os outros perseguiram
interesse, pois que a própria personalidade jurídica se encontra indissociavelmente
ligada à vida humana.

-Direito á liberdade

No âmbito dos direitos, Liberdades e Garantias fundamentais consagrados no 2º


da constituição, o direito à liberdade física(artigo 36.º, n.º 1); liberdade de expressão e
de informação(art. 41.º); Liberdade de consciência, de religião e de culto( art.41.º);
Liberdade de criação cultural e cientifica( art. 43.º); Liberdade de imprensa(art.44.º);
Liberdade de residência e circulação e emigração(art.46.º); Liberdade de reunião e
manifestação(art.47.º); Liberdade de Associação( art.48.º.) entre outros. A liberdade é
um bem da personalidade relativamente disponível tal como o é o direito à integridade
física, o que, todavia, não afasta o carácter indisponível do direito que o tutela, no
sentido que atrás se deu à indisponibilidade dos direitos de personalidade. Para efeitos
de determinação que o direito à liberdade “círculo de liberdade mínima ”,
imprescindível à afirmação da pessoa e ao seu desenvolvimento suas zonas não
nucleares “circulo de maior liberdade”,desprovidas daquele carácter de
imprescindibilidade.

-Direito à propriedade intelectual, criação cultural e científica

A Constituição consagra este Direito nos e artigos 42.º 43.º, sendo um direito
inato que tutela a capacidade criadora do homem. Todavia, à semelhança do que
acontece com outros direitos de personalidade, ele efectiva-se através de outros direitos
não inatos, de que resulta o direito de autor, Os Direitos de Autor são hoje regulados
pela lei n.º 15/14, de 31 de Julho, da protecção dos direito de autor e conexos. Analisa-
se no direito que o autor de uma obra, literária, artística ou cientifica, tem em mantê-la
ou não inédita e a que quando divulgada, ela não seja truncada ou alterada. Integram-no,
portanto, o direito ao inédito e o direito à intangibilidade da obra, trata-se de um direito
de personalidade, pois que aquilo que através dele se tutela é a personalidade do seu
criador, enquanto projectada na obra literária, artística ou cientifica.

O problema que aqui se põem é o de saber se, para além dos diferentes direitos
que tem como objecto aspectos parcelares da pessoa humana(direito à vida , direito
integridade física, direito à honra, entre outros. -iura in se ipsum), se deve ou não
reconhecer a existência de um direito incidindo sobre a personalidade humana no seu
todo( ius in se ipsum). A resposta afirmativa a estas questão conduz em geral a que se
considere esse direito geral de personalidade como a matriz fundante dos demais
direitos de personalidade, que constituíram afloramentos particulares da qual,
estendendo a tutela da pessoa humana para lá dos aspectos que o legislador tenha
expressamente lavado em consideração. Esse direito abrangerá todas as manifestações
previsíveis e imprevisíveis da personalidade humana, pois é a um tempo, direito à
pessoa-ser e à pessoa devir ou melhor, à pessoa-ser em devir, entidade não estática mas
distancia e com jus à sua liberdade de desabrochar( com direito ao livre
desenvolvimento da personalidade de que falam já certos texto positivos). Pois só o
reconhecimento deste direito geral de personalidade da resposta a necessidade profunda
de defesa da pessoa humana particularmente nas sociedades modernas em que acentuam
os factores restritivos da dignidade humana. Assim sendo só o direito geral da
personalidade se dirigi a protecção do homem no seu todo e não a simples aspectos
particulares da sua personalidade, pelo que só o seu reconhecimento permitira a
definitiva superação normativismo em matéria dos direitos de personalidade.
CLASSIFICAÇÃO DO DIREITO DE PERSONALIDADE

1.4. CLASSIFICAÇÃO.

A Classificação dos Direitos de Personalidade mas utilizada é aquela concebida


por Rubens Limongi em França, Direito à vida e integridade física:

A) Direito a alimentos;
B) Direito ao próprio corpo, vivo ou morto.
C) Direito sobre as partes separadas do corpo, vivo ou morto.
2. Direito sobre a integridade intelectual:
A) Direito sobre a liberdade do pensamento;
B) Direito de autor, cientifica e artigo;
C) Direito sobre inventos.
3. Direito a integridade moral:
A) Direito a liberdade civil, política e religiosa;
B) Direito a honra;
C) Direito ao recato;
D) Direito ao segredo;
E) Direito a imagem;
F) Direito a voz;
G) Direito a identidade.
CONCLUSÃO
Portanto, o Direito de Personalidade sendo a dignidade da pessoa humana que
implica cada homem sejam atribuídos direitos, por ela justificados e impostos, que
asseguram esta dignidade na vida social, estende-se a pessoa jurídica por força de
determinação legal, sendo eles, fundamentais para a coexistência harmoniosa em
sociedade. Finalmente, um aspecto relevante do seu regime é o de os direitos da
personalidade serem, em regra objecto de protecção penal. Na verdade, o Código Penal
puni como crime as ofensas mais significativas aos direitos da personalidade:
Homicídio (arts.349.º e segs.), ofensas corporais (arts.359.º e segs.), calúnia,
difamação, e injúria (arts.407.º e segs.), entre outros. Desta forma, a pessoa jurídica
pode ser titular de direitos da personalidade, na medida em que esses se compatibilizem
com as suas características, como o corre em relação ao nome, identidade, imagem,
intimidade, porém, rol de direitos, a exemplo do que se verifique com relação à pessoa
natural, não é taxativo, ao contrário é ilimitado. Contudo a que se verificar os direitos de
personalidade da pessoa jurídica, na prática carecem de uma discussão mas cautelosa
com vista as particularidades que cercam o instituto.
BIBLIOGRAFIA
Silva, Carlos Alberto B. Burity da, Silva, Teoria Geral do Direito Civil, Revista e
Actualizada 2ª Edição da Faculdade de Direito da UAN. 2018.
ANEXO

http\WIKIPÉDIA.ORG.AO.

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