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1.

0 Conceito

Os diretos relacionados a personalidade, também conhecidos como direitos da


personalidade, abrange no direito que uma pessoa possui para poder realizar a
sua individualidade além de poder defende-la se sentir que ela está sendo
prejudicada de algum jeito.

A concepção desses direitos veio da ideia de que, a par dos direitos


economicamente apreciáveis de um indivíduo, c omo a propriedade privada ou
o crédito contra um devedor, outros há, não menos valiosos e merecedores da
proteção da ordem jurídica, inerentes à pessoa humana e a ela ligados de
maneira perpétua e permanente. São os direitos da personalidade, cuja
existência tem sido proclamada pelo direito natural, destacando-se, dentre
outros, o direito à vida, à liberdade, ao nome, ao próprio corpo, à imagem e à
honra

“Certas prerrogativas individuais, inerentes à pessoa humana, aos poucos


foram reconhecidas pela doutrina e pelo ordenamento jurídico, bem como
protegidas pela jurisprudência. São direitos inalienáveis, que se encontram fora
do comércio, e que merecem a proteção legal”

Os direitos da personalidade se relacionam com a nossa privacidade,


integridade e imagem. Para o doutrinador Carlos Roberto Gonçalves os direitos
da personalidade são conceituados como prorrogativas individuais que são
inerentes a qualquer ser humano, e que é reconhecida pela doutrina,
jurisprudência e ordenamento jurídico. E esses direitos necessitam de certa
proteção jurídica por serem inalienáveis.

O grande passo para a proteção dos direitos da personalidade foi dado com o
advento da Constituição Federal de 1988, que expressamente a eles se refere
no art. 5º nestes termos:

“São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação”.

2.0 Fundamentos legais e constitucionais


Os direitos da personalidade se encontram em duas categorias os inatos e os
adquiridos.

 Inatos: Direito à vida e à integridade física e moral.


 Adquiridos: Decorrem do status individual e existem na extensão da
disciplina que lhes foi conferida pelo direito positivo.

Conforme preleciona Carlos Roberto Gonçalves, o grande passo para a


proteção dos direitos da personalidade foi dado com o advento da Constituição
Federal de 1988, que a eles se refere no art.5º. Tal inciso, previsto no título dos
Direitos e Garantias Fundamentais da Magna Carta, traz o direito à
inviolabilidade da intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas,
assegurando expressamente direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação. Ressalte-se ainda que, por estarem previstos no
art. 5º da Constituição Federal, tratam-se de cláusulas pétreas, na forma do
inciso IV, do art.60, parágrafo 4º, da Lei Maior. Nota-se, assim, a importância e
proteção dispensada a tais aspectos da personalidade.

3.0 Direito da personalidade no código civil

Aqui no Brasil os direitos da personalidade foram incluídos em nosso


ordenamento jurídico em 1988, mas alguns doutrinadores afirmam que
algumas precedentes desse direito já eram existentes desde a constituição
imperial.

Pode-se encontrar no código civil um capitulo, estando disciplinados no


capítulo II, nos artigos 11º e 21º.

O artigo 11º disciplina, tirando os casos que estão previstos por lei, que “os
direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo
sofrer nenhuma limitação voluntária”. Os artigos 13º e 14º falam sobre os atos
de disposição do próprio corpo. No artigo 15º, trata-se do direito à não-
submissão a qualquer tratamento médico onde se possa correr algum risco de
morte, enquanto que os artigos 16º a 19º referem-se ao direito ao nome e ao
pseudônimo. O artigo 20º se trata da proteção a imagem do indivíduo, além da
proteção à palavra. E o artigo 21º protege a privacidade que cada pessoa
possui.

4.0 Características

Os direitos da personalidade possuem algumas características descritas no


código civil para manter a dignidade de certo individuo protegida. Essas
características fazem esses direitos serem intransmissíveis, não limitados,
irrenunciáveis, inalienáveis, extrapatrimoniais, absolutos, preeminentes e
imprescritíveis.

 Intransmissíveis: Por não poderem ser transmitidos de forma hereditária, e


seus titulares não podem dispor, pois esses direitos nascem e morrem com
o indivíduo.
 Não limitado: É ilimitado o número de direitos da personalidade, malgrado o
Código Civil, nos arts. 11 a 21, tenha se referido expressamente apenas a
alguns. Reputa-se tal rol meramente exemplificativo, pois não esgota o seu
elenco, visto ser impossível imaginar-se um numerus clausus nesse campo.
Eles não se limitam ao que foi expressamente mencionado e disciplinados.
 Irrenunciáveis pois o indivíduo não pode renunciar esse direito. Eles são
inalienáveis, ou indisponível, já que não se pode transferir esses direitos a
outro indivíduo. Porém alguns atributos da personalidade admitem a cessão
de seu uso, como a imagem, que pode ser usada comercialmente. Os
direitos autorais e o relativo à imagem, com efeito, “por interesse negocial e
da expansão tecnológica, entram na circulação jurídica e experimentam
temperamentos, sem perder seus caracteres intrínsecos. É o que se apura
na adaptação de obra para novela ou no uso da imagem para a promoção
de empresas”
 Extrapatrimoniais: São extrapatrimoniais por não possuírem qualquer
natureza relacionada a economia ou ao patrimônio.
 Absoluto: O detentor desses direitos pode exigir respeito de toda sociedade
o que o torna absoluto.
 Preeminentes: Por serem superior a qualquer outro direito subjetivo os
direitos da personalidade são preeminentes.
 Imprescritíveis: Por não existir um prazo para o fim de suas ações e do seu
exercício. O que faz com que esses direitos não se extingam pelo uso e pelo
decurso do tempo.

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