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TEATRO, BALÉ E
DANÇA CRIATIVA
ALICE 1: (lendo) “Os condes de Mércia e Northumbria resolveram aceitá-lo e até Stigand, o arcebispo de
Canterbury, concordou em se encontrar com Guilherme e oferecer-lhe a coroa. A principio a conduta de Guilherme
foi moderada” (mostrando-se entediada) Assim vou acabar dormindo. Como se pode prestar atenção em um livro
sem figuras ou falas? (boceja) No meu mundo um livro sempre teria gravuras. (para a gata) É isso Dinah, se esse
mundo fosse só meu tudo nele era diferente, nada era o que é, porque tudo era o que não é. E também tudo que é,
por sua vez, não seria. No meu mundo você não diria “miau”, diria “sim, dona Alice”. Você seria como nós, Dinah,
os animais falariam e cantariam (ela canta)“Quem me dera, se meu mundo fosse assim, maravilhosamente só pra
mim”
FAIXA 02 – TOCAR A MÚSICA INTEIRA (CONTROLAR VOLUME, A MÚSICA DEVE FICAR DE FUNDO)
COELHO 1: Oh poxa, oh poxa chegarei atrasado. Muito atrasado. (para e olha o relógio) Ahhhh. Estou mesmo
atrasado, muito atrasado, atrasadíssimo.
ALICE 1: Que coisa, como é que um coelho pode estar atrasado? Espere, senhor coelho, por favor.
ALICE 1: Deve ser muito importante, como um baile ou uma festa. Senhor coelho, espere!
COELHO 1: Não, não, não, não, não. Eu tenho pressa. Eu tenho a beça. Ai ai meu Deus. É tarde, é tarde, é tarde até
que arde (desaparece saindo pelas portas do fundo da platéia. Alice o segue)
ALICE 1: Ele entrou em uma toca. Que lugar esquisito para uma festa. Eu acho Dinah, que você não deveria entrar
(deixa a gatinha de pelúcia no chão e vai entrando aos poucos), afinal nós não fomos convidadas, e a curiosidade é
uma coisa feeeeeia (não a vemos mais) Adeus Dinah, adeus!
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ESPERAR BAILARINAS SAIREM - FAIXA 04 – INTEIRA – ALTA
O COELHO VAI COLOCAR OS MÓVEIS. QUANDO PARAR NO LADO ESQUERDO DO PALCO E SINALIZAR, DEIXAR
APENAS O LADO ESQUERDO ACESO
ALICE 2: Senhor Coelho, senhor Coelho. Por onde será que ele foi? Ele deve ter atravessado essa portinha. Mas
como? Sendo tão pequena assim... (olhando na fechadura) Vejam, tem um belo jardim do outro lado, certeza que a
festa ou o baile acontecerão nesse lugar. (olhando a mesa) Uma chave, será que serve? (experimenta) É perfeita!
Mas do que adianta eu ter a chave se minha cabeça não passa pela porta? E mesmo que minha cabeça passasse,
pouco adiantaria sem meus ombros. Oh como eu queria poder me encolher como uma formiguinha! Acho que eu
poderia, se soubesse como começar....
ALICE 2: Que coisa estranha uma fechadura falar, bom, mas aqui está a garrafa. (lendo) “Beba-me”! Hmm primeiro
eu vou olhar, e ver se está marcado veneno ou não, por que se você bebe de uma garrafa marcada como “veneno”
é certo que lhe fará mal, mais cedo ou mais tarde. Parece seguro. (bebendo) É gostoso. Tem um sabor misto de
torta de cereja, creme, abacaxi, peru assado, caramelo e torradas com manteiga quente. (percebendo algo) Que
sensação curiosa, devo estar encolhendo como uma formiiiiiiiiga.
(a luz pisca e acende o outro lado do palco, ela rodopia para lá, onde vemos uma porta bem grande e uma mesa
alta também, com a chave em cima).
ALICE 2: Estou pequena, devo ter agora uns 20 centímetros, será que ainda vou encolher mais? Posso acabar
encolhendo e desaparecer totalmente, como uma vela. Agora acho que posso passar pela porta. Oh não, a chave
ficou lá em cima, e agora não alcanço a mesa (começa a chorar) Vamos, não adianta chorar assim, Alice, aconselho
que pare nesse minuto.
ALICE 2: (olha para o lado da mesa, pega o biscoito e lê) “Coma-me” Bom, irei comê-lo, se me fizer crescer posso
alcançar a chave, e se me fizer encolher, posso rastejar por baixo da porta, então, de qualquer forma, irei entrar no
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jardim e não ligo para o resultado (come) Para cima ou para baixo? Para cima ou para baixo? Para cima ou para
baaaaaaaixo.
(Música, a luz pisca e vemos novamente o cenário do lado esquerdo aceso, ela rodopia até lá).
ALICE 2: Agora consigo pegar a chave, mas, no entanto, não sou capaz de passar pela porta. Oh Alice, quantas mais
vezes terei que mudar de tamanho para ser capaz? (começa a chorar), eu só queria encontrar o coelho novamente.
(chora ainda mais) Você devia sentir vergonha Alice, uma garota grande como você chorando.
(aparece o Coelho 1, passa de um lado para o outro do palco levando um imenso tecido azul)
ALICE 2: (se abanando com o leque e chorando vai seguindo em direção ao lado direito do palco, que vai se
acendendo lentamente) Como tudo está estranho hoje. Eu me pergunto se mudei de noite, eu era a mesma quando
me levantei essa manhã?
LUZ VAI MIGRANDO DO LADO ESQUERDO PARA O LADO DIREITO CONFORME A ALUNA CAMINHA
Que raios sou eu então? Esse é o grande quebra-cabeça! Esse leque está me fazendo diminuir novamente. E
minhas lágrimas se transformaram em um rio de lágrimas. As coisas estão piores do que nunca, pois nunca fui tão
pequena assim antes, nunca. Eu declaro que isso é muito ruim, isso é. (chorando enquanto o pano vai crescendo e
ocupando o palco todo) Gostaria de não ter chorado tanto, serei punida por isso agora, suponho, sendo afogada
por minhas próprias lágrimas.
BLACK-OUT
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(aparece uma ratinha nadando no lago e Alice 3 atrás)
ALICE 3: Uma ratinha! Ratinha, você sabe como faz para sair dessa lagoa? Deixei Dinah do lado de fora da toca.
Estou muito cansada de nadar por aqui. (percebe a Ratinha a ignorando, pensa sozinha) Talvez ela não entenda
minha língua. Atrevo-me dizer que é uma ratazana francesa, vinda com Guilherme, o conquistador. Já sei! (para a
ratinha) Où est ma chatte? Oh desculpe-me quase esqueci que você não gosta de gatos.
ALICE 3: Bem, talvez não. Não fique com raiva disso. Mesmo assim, gostaria de poder mostrar a você nossa gata
Dinah. Acho que você simpatizaria com gatos se ao menos a visse. Ela é incrível para capturar ratos. Oh peço
perdão! Não falaremos mais sobre ela se preferir.
RATINHA: Não mesmo, como se eu falasse de um assunto desse! Nossa família sempre odiou gatos: coisas
desagradáveis, baixas e vulgares. Não me deixe ouvir esse nome novamente.
ALICE 3: Pode estar certa que não. Você tem afeição então por... cachorros? Há um cachorrinho tão legal perto da
nossa casa que eu gostaria de mostrar para você. Um pequeno terrier de olhos brilhantes. Ele busca as coisas
quando você as joga, pertence a um fazendeiro que diz que é tão útil que vale cem libras, ele diz que mata todos os
ratos e... oh Deus! Receio ter ofendido-lhe novamente.
ALICE 3: Oh ratinha querida, volte, e não falaremos mais sobre cães e gatos.
(A ratinha para desconfiada. Vemos Dodô entrando com vários outros animais)
DODÔ: (Cantando) Navegando eu vou pelo mar sem fim. Nunca, nunca me interesso pelo tempo. Nada, nada,
nada, nada faz por mim. Marinheiro eu sou, navegando eu vou, pelo mar sem fim.
(todos os animais cantam a música do Dodô enquanto a rio de lágrimas vai desaparecendo. Alice vai junto com os
animais dando uma volta pelo palco)
TODOS OS ANIMAIS: (cantando) Marinheiro eu sou. Navegando eu vou pelo mar sem fim. Nunca, nunca me
interesso pelo tempo. Nada, nada, nada, nada faz por mim. Marinheiro eu sou, navegando eu vou, pelo mar sem
fim.
RATINHA: Sentem-se todos vocês e me escutem! Logo farei vocês secarem o suficiente.
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RATINHA: Esta é a coisa mais seca que eu conheço. Silêncio por toda a parte, por favor. (pigarreia) “Edwin e
Morcar, os condes da Mércia e da Nortúmbria...
ÁGUIA: Argh!
RATINHA: Pensei que sim, continuando: “Edwin e Morcar, condes da Mércia e da Nortúmbria, declararam apoio a
Guilherme, o conquistador, e até Stigand, o arcebispo de Canterbury, achando isso oportuno...
ARARA: Não sei não. Eu sei o que é quando EU acho alguma coisa, como quando eu acho uma minhoca. A questão
é: O que o arcebispo achou?
RATINHA: (bravinha) “Achou aconselhável ir com Edgar Atheling para encontrar Guilherme e lhe oferecer a coroa.”
Como você está se sentindo agora Alice?
ALICE 3: Mais molhada do que nunca. Essa história não pareceu me secar de maneira alguma e agora ainda estou
entediada.
ÁGUIA: Eu também!!
DODÔ: Proponho que a reunião seja adiada para a adoção imediata de remédios mais drásticos. Afinal, a melhor
forma de nos secar e nos divertir seria uma competição de corrida de associados.
DODÔ: (esperando alguém responder...) Ora, a melhor maneira de fazer isso é fazendo!
(Todos começam a correr em círculos, primeiramente desencontrados e depois todos juntos. Alice sem entender
muito bem corre atrás deles)
ÁGUIA: Claro que não, Cisne. Você sempre acha que é melhor que os outros. Eu tenho muito mais chance.
DODÔ: Acalmem-se todos, eu vou responder quem ganhou. (todos ficam esperando) Foi... foi... foi.... Todos
ganharam! E todos devem ter prêmios.
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(Eles comemoram)
DODÔ: (fica perturbado com a pergunta e tem uma solução logo depois) Ora, ela é claro! (apontando para Alice)
ALICE 3: (estranhando) Muito obrigada. Eu vou usar para... para... eu vou usar... eu vou usar algum dia ( para a
platéia) Queria que Dinah estivesse aqui para ver essa confusão.
ALICE 3: Dinah é a nossa gata. Ela é tão incrível para pegar ratos que você não consegue imaginar. E ah, eu gostaria
que pudesse vê-la atrás dos pássaros! Ora, ela come um passarinho assim que olha pra ele.
BEIJA-FLOR: Eu realmente devo voltar para casa, o ar noturno não faz bem para a minha garganta.
CISNE: Eu a acompanho.
AGUIA: Eu já estou muito seca, sequíssima, acho que até demais. Até demais. Preciso ir banhar-me.
ARARA: Eu preciso ajustar minhas penas para a próxima decolagem. Que é para lá, não para cá, Calma... tanto faz
(sai correndo)
RATINHA: Já me vou tarde demais. Essa história de C e G já me tirou a paciência por hoje.
ALICE 3: Esperem! Esperem todos. (já na coxia) Eu gostaria de explicar melhor sobre a Dinah.
ALICE 4: (entrando novamente) Eu não deveria ter mencionado Dinah! Aqui embaixo ninguém parece gostar dela. E
ela é a melhor gata do mundo! Oh minha querida Dinah, eu me pergunto se algum dia a verei novamente...
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COELHO 1: A duquesa! Oh minhas queridas patas! Oh meu pelo e bigodes ela irá me executar, tão certo quanto os
furões são furões. Onde posso tê-lo derrubado, eu me pergunto! (percebendo Alice) Mary Ann, o que você está
fazendo aqui? Corra logo para casa e me traga um leque.
COELHO 1: Vá logo Mary Ann. Você quer que e a duquesa me execute? Não tenho tempo, é tarde, é tarde até que
arde... (sai correndo)
ALICE 4: Senhor coelho, volte aqui. Onde fica a sua casa? Senhor coelho? (sai também)
(Entra calmamente uma lagarta com um incenso em suas mãos, Alice entra e acha curiosa a figura da lagarta. As
duas se encaram um pouco)
ALICE 4: Eu? No momento, senhora, eu mal sei, não sei nem ao menos meu tamanho... pelo menos sei quem eu era
quando me levantei hoje de manhã, mas acho que devo ter mudado várias vezes, desde então.
ALICE 4: Eu poderia lhe contar minhas aventuras começando por esta manhã, mas não adianta voltar a ontem,
porque eu era uma pessoa diferente.
ALICE 4: Temo não poder explicar com mais clareza, pois não consigo entender eu mesma, e ter tantos tamanhos
diferentes em um dia é muito confuso.
ALICE 4: Talvez não saiba disso agora, mas quando se transformar em uma borboleta, e haverá de se transformar,
acho que se sentirá um pouco estranha não?
ALICE 4: Bom, talvez seus sentimentos sejam diferentes, mas seria estranho para mim.
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LAGARTA: Você! Quem é você?
LAGARTA: Não! Você acha que mudou não é? De que tamanho você quer ser, exatamente?
ALICE 4: Exa... exata... Não sou muito específica quanto ao tamanho, só não gostaria de continuar tendo sete
centímetros a vida toda. Sete centímetros é uma altura miserável de se ter.
LAGARTA: (brava) Eu tenho exatamente sete centímetros. É realmente uma altura muito boa.
ALICE 4: É que eu não estava acostumada, gostaria que os animais daqui não se ofendessem com tanta facilidade.
LAGARTA: Com o tempo você se acostumará. Ache os cogumelos da floresta. Um lado fará você crescer e o outro a
fará diminuir.
(a lagarta começa a desenhar no ar com seu incenso e vagarosamente vai saindo de cena)
ALICE 4: Era só o me faltava. (pega um cogumelo) Um lado me fará crescer e do outro diminuir. Qual lado será qual.
(morde um dos lados, a luz começa a piscar como se ela estivesse crescendo.)
POMBA: Serpente, eu insisto. Tentei de todas as maneiras e nada lhes parece agradar!
POMBA: Tentei as raízes das árvores, as margens e os arbustos, mas essas serpentes! Não há como agradá-las.
Preciso chocar meus ovos e com as serpentes rondando não consigo. Faz três dias que não durmo.
ALICE 4: Eu entendo sua angústia, mas não sou serpente. Eu sou... eu sou...
ALICE 4: Eu sou apenas uma garotinha. É que eu cresci muito por isso invadi a arvore que você estava chocando
seus ovos.
POMBA: Eu acho que você está inventando. (gritando) Serpente, serpente. Vai me dizer que nunca comeu ovos?
POMBA: Não acredito. Mas se o fazem, trata-se de uma espécie de serpentes sim. Você está procurando ovos, sei
bem disso. E o que importa pra mim se você é uma garotinha ou uma serpente?
ALICE 4: Importa para mim. Mas por acaso não estou procurando ovos, e mesmo se tivesse não seriam os seus. Não
gosto de ovos crus.
POMBA: Então vá embora, sua serpente. Ou melhor, vou eu. E não se aproxime mais dos meus ovos, está
entendido? (gritando) Está entendido?
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ALICE 4: Sim sim...
ALICE 4: Eu só encontro seres malucos. Ou será que sou eu quem está ficando maluca?
(Barulho de algo batendo na coxia. Entra um Lacaio-peixe trazendo um papel enorme. Alice entra logo depois dele e
o observa)
ALICE 5: Oi, por favor! Poderia me dizer onde fica o jardim encantado?
ALICE 5: Sim, eu o vi na fechadura da porta. Mas aí vieram as minhas lágrimas, o rio de lágrimas, os animais e eu o
perdi.
(os dois ficam se olhando por um tempo. Alice olha o envelope gigante)
ALICE 5: (surpresa) A duquesa?? O coelho mencionou uma duquesa. Ela está em casa? (faz menção de bater a
porta)
LACAIO: Não adianta bater. E isso por duas coisas. Primeiro porque eu estou do mesmo lado da porta que você e
segundo, que estão fazendo tanto barulho do lado de dentro que ninguém poderá ouvi-la.
LACAIO: (como se não a tivesse escutando) Poderia haver algum sentido em sua batida, se, por exemplo, houvesse
uma porta entre nós, ai você poderia bater e eu abriria a porta para você sair...
LACAIO: Eu sentarei aqui até amanhã... (outro prato é arremessado) ou até o dia seguinte...
LACAIO: Você precisa mesmo entrar? Eu vou me sentar aqui por dias e mais dias. Se eu não entrar, quem sabe
ninguém também saia.
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GATO: Ah é assim... então tome a sopa. (joga mais um prato)
(o Lacaio sai pé ante pé. Alice continua observando um gato de Cheshire com um sorriso no rosto e pratos na mão.
A Duquesa ignora os pratos e fica atenta ao bebê que chora e espirra)
ALICE 5: (à Duquesa) Poderia me dizer por que seu gato sorri assim?
DUQUESA: É um gato Cheshire, por isso. (olha para o bebe e grita) Porco!
ALICE 5: (visivelmente incomodada mas tentando disfarçar) Eu não sabia que os gatos Cheshire podiam sorrir.
GATO: (com uma voz enlouquecedora) Você não conhece muito e isso é um fato (gargalha e joga outro prato)
DUQUESA: Se todo mundo cuidasse da própria vida, o mundo giraria muito mais rápido
ALICE 5: O que não seria uma vantagem, pense só, com 24 horas muitas coisas podem ser feitas.
DUQUESA: Ora, não me incomode. Nunca tolerei os números. Gato, uma música de ninar, por favor.
GATO: (cantando) Fale firme com o bebê, grite com ele quando espirra, ele é muito espertinho, e só faz isso porque
te irrita.
GATO: (cantando) Fale firme com o menino, grite com ele quando espirra, pois só assim toma gosto por pimenta
malagueta.
DUQUESA: Aqui está, você pode alimentá-lo um pouco se quiser... Devo ir me preparar para jogar croquet com a
rainha.
FAIXA 11 – ATÉ A SAÍDA DA ALICE (CONTROLAR O VOLUME, MÚSICA DEVE FICAR DE FUNDO)
ALICE 5: Se não levar essa criança comigo, com certeza a matarão em um dia ou dois, não seria assassinato deixá-la
para trás? É um pobre bebê. (olhando fixamente para o “bebê”) Calma aí, esse nariz não é o de um bebê parece
mais um focinho, seus olhos também são extremamente pequenos para um bebê. Não há dúvidas. É um porco. E
agora? Não posso levar um porco para a casa. Ufa, como criança você não era muito bonito. Mas como porco e até
jeitoso. Vou levar você para o Lacaio-peixe. Ele deve saber o que fazer.
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FAIXA 12 COREOGRAFIA GATO DE CHESHIRE
MÚSICA.
ALICE 6: Ali está o gato de Cheshire. (olha para ele e ele sorri) Bom está contente até agora. (para ele) Bichano de
Cheshire, você poderia me dizer, por favor, qual caminho devo seguir para sair daqui?
ALICE 6: (ela fica incomodada e tenta mudar o foco do assunto) Que tipo de pessoas vivem aqui?
GATO 2: Naquela direção (apontando para a esquerda) vive um chapeleiro, e na outra direção vive uma Lebre de
Março. Visite qual desejar, os dois são loucos.
GATO 2: Oh você não pode evitar. Aqui somos todos loucos. Eu sou louco. Você é louca.
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GATO 1: Ora, você vê um cão rosnar quando esta com raiva e abanar o rabo quando está satisfeito. Agora, eu rosno
quando estou satisfeito e abano o rabo quando estou com raiva. Por isso sou louco.
GATO 1: Chame do que quiser… Vai jogar croquet com a Rainha hoje?
(desaparece, Alice fica esperando um pouco para ver se ele vai reaparecer mais nada)
ALICE 6: Para onde vou? Bem, eu já vi chapeleiros antes, a Lebre de março seria mais interessante e, talvez, como
estamos em maio, não esteja louca, pelo menos não tão louca quanto em março.
(Entram o Chapeleiro e a Lebre cantando e trazendo uma mesa com o chá e banquinhos, eles cantam. Alice entra e
fica contente, pensa em se sentar)
CHAPELEIRO E LEBRE: Não há lugar! Não há lugar! Está cheio! Muito cheio! Está cheio!
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LEBRE: Não foi muito educado sentar-se sem ter sido convidada.
CHAPELEIRO: (assusta-se com a resposta dela e depois diz) Qual a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha?
LEBRE: Dois dias de atraso. (olha bravo para a lebre) Eu disse que a manteiga não se adequaria ao trabalho.
LEBRE: Sim, mas você não deveria ter colocado-a com a faca de pão. (para Alice) Quer tomar uma xícara de chá?
(finge que vai dar, mas não dá)
LEBRE: É muito simples, trinta dias tem... um desaniversário é... O ano é composto de 365 dias, então... bom, se te
ligam e falam alô ao invés de parabéns (mostra-se confusa e depois gargalha) Ela não sabe o que é um
desaniversário.
LEBRE E CHAPELEIRO: Que coincidência. Um chá para ela. (oferecem) mais chá, mais chá e mude logo de lugar.
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LEBRE: Você quis dizer que não pode tomar menos!! É muito fácil tomar mais do que nada.
ALICE 7: (para o chapeleiro) Acho que você pode fazer algo melhor com o tempo do que o desperdiçar com
enigmas que não tem resposta.
CHAPELEIRO: Se você conhecesse o tempo tão bem como eu não falaria sobre desperdiçá-lo.
CHAPELEIRO: Infelizmente não. Nós brigamos em março. Um pouco antes de ela enlouquecer. Foi no grande
concerto da Rainha de Copas. Eu estava cantando e a Rainha me ameaçou de estar matando o tempo. Ela disse...
CHAPELEIRO: (triste) E desde então ele não fará nada que eu pergunte! Agora são sempre 6 horas.
LEBRE: Sim, sempre é hora do chá. O chá, o chá, o chá, e mude logo de lugar
LEBRE: Mas nós não conhecemos nenhum coelho! Tome uma xícara de chá.
ALICE 7: Eu não quero chá, e também não quero mais comemorar nada (vira-se de costas)
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LEBRE E CHAPELEIRO: Oi senhor Coelho!
Cena 07 - Cróquet
POSE FINAL
ESPERAR A POSE DAS BAILARINAS – ELAS NÃO VÃO SAIR – COLOCAR FAIXA 18 – INTEIRA - ALTA
(Entram as três cartas jardineiras pintando as flores brancas de vermelhas. Alice entra sorrateiramente)
CINCO: É melhor você não falar nada. Não ouviu ontem a Rainha dizer que você deveria ser decaptada?
CINCO: Sim, é problema dela. E eu direi: Foi por levar raízes de tulipa para o cozinheiro ao invés de cebolas.
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ALICE 8: Vocês poderiam me dizer, por favor, por que estão pintando essas rosas?
DOIS: Ora senhorita, o fato é que deveríamos termos plantado uma roseira vermelha, e alguém (olhando para a
Cinco) colocou uma branca por engano, se a Rainha descobrir isso, todas teremos nossas cabeças cortadas.
SETE: Estamos fazendo o nosso melhor, senhorita, antes que ela chegue...
(as três se jogam no chão de bruços, Alice por não saber se deveria, não se curva)
RAINHA 1: Quem anda pintando assim, minhas rosas cor de carmim? Alguém vai ter um mau fim por ter me
enganado assim.
REI: Com licença, meu bem, com certeza não é de copas, será que é do naipe de copas?
RAINHA 1: Olha para mim, fala direito, esconda essas mãos, fica em posição, abra a boca um pouco mais e diga
“Sim, ó majestade”.
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(a Rainha fica muito brava)
RAINHA 1: Parem com isso, vocês estão me deixando tonta. (a Alice) Você sabe jogar croquet?
ALICE 8: Sim!
(As cartas saem correndo desgovernadas, uma confusão entre eles, enquanto Alice puxa o Coelho para conversar)
ALICE 8: Não, não disse. Não acho que seja tanta pena. Eu disse “por quê?”
COELHO 2: Com certeza, (Alice se assusta) mas vou te contar um segredo: as melhores pessoas são assim.
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RAINHA 1: Que comece o jogo!
(Todos eles correm de um lado para o outro, parecendo uma bagunça. A Rainha anda por todos gritando “Cortem a
cabeça dela” “cortem a cabeça dele”. Alice tenta entender o jogo, de repente avista o Gato Cheshire. Quando ela
começar a conversar com o gato, a disputa se transforma em um “mise en scène”)
ALICE 8: Não acho que joguem de uma maneira justa. E a Rainha briga tão terrivelmente que não se ouvir mais
nada. E eles parecem não ter regras específicas, além de ser muito estranho os tacos serem flamingos vivos.
(A rainha se aproxima)
ALICE 8: De jeito nenhum. É tão (percebe a Rainha) provável que vença, que dificilmente vale a pena terminar o
jogo.
(A Rainha sorri, o Rei se aproxima. Todos os outros personagens se rearranjam observando a conversa)
REI: Não gosto nada da aparência. Mas pode me fazer uma reverência, se desejar.
REI: Não seja impertinente. E não me olhe assim. Ele deve ser banido. (a Rainha) Minha querida, gostaria que esse
gato fosse banido.
COELHO: Senhora rainha, creio não ser possível decaptá-lo já que tem o hábito de desaparecer. Como é possível
cortar a cabeça de alguém que desaparecerá?
REI: Não fale bobagem, qualquer coisa que tenha cabeça é possível ser decaptado.
RAINHA 1: Ela está na prisão (ao Coelho) Nos leve até ela. Vamos! Todos!
Cena 08 – O julgamento
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COELHO 2: Soltaram a Duquesa, procurem por ela, para hoje, para ontem, rápido!!
(cruza o palco)
DUQUESA 2: Psiu!! Você não pode imaginar como estou feliz em vê-la novamente queridinha.
ALICE 9: Olá, dona Duquesa. Ainda bem que a senhora está livre e está bem mais calma ( para a plateia) deve ser o
excesso de pimenta que a tornava tão selvagem. Quando eu for duquesa não terei pimenta na minha cozinha.
DUQUESA 2: Você está falando com o vento, minha querida, e assim não posso escutá-la e a moral disso é “Cuide
dos sentidos e os sons cuidarão de si mesmos.
ALICE 9: É uma pena o gato ter desaparecido antes de a senhora chegar. Mas pelo menos eles te soltaram da
prisão.
DUQUESA 2: E a moral disso é “Oh esse amor, esse amor que faz o mundo girar”
ALICE 9: Mas alguém me disse que são as pessoas que cuidam da sua própria vida que fazem o mundo girar.
DUQUESA 2: Ah claro, é a mesma coisa e a moral disso é que “quanto mais eu ganho, mais você perde”
DUQUESA 2: Ora, ora criança. Tudo tem uma moral, se você conseguir encontrá-la. Só basta que cada uma de nós
seja aquilo que se é. É tão certo quanto os porcos precisam voar, e a mora... (ia falar a “moral”, mas percebe a
presença da rainha e começa a tremer) Um bom dia, majestade...!
RAINHA 2: Agora dou-lhe um aviso justo. Você ou sua cabeça devem sumir e já, faça a sua escolha!
ALICE 9: Julgamento?
(Todos entram e ocupam seus lugares. As cartas trazem cadeiras para o Rei e a Rainha. As cartas são os jurados e
estão com prancheta. O Rei é o Juiz)
COELHO 2: Oh majestade! Senhores jurados (as cartas são os jurados) Fiéis súditos (a plateia)... e o rei.
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REI: Mensageiro, leia a acusação.
COELHO: A rainha de copas fez várias tortas, tudo em um dia de verão. A Valete de copas roubou as tortas
pensando “nunca descobrirão”.
COELHO: Ainda não, ainda não. Há muita coisa por vir antes disso.
CHAPELEIRO 2: Peço perdão majestade, mas não havia terminado meu chá quando fui chamado.
CHAPELEIRO 2: Acho que foi no dia quatorze de março, digo quinze, digo dezesseis.
(os jurados anotam, mas fazem vários rabiscos diferentes para isso)
CHAPELEIRO 2: Não! Eu os mantenho para vender, não tenho nenhum. Eu sou um chapeleiro.
REI: Entregue sua evidência e não fique nervoso, ou então o executarei aqui mesmo.
(O coelho sai correndo para pegar um papel que entrega para a Rainha 2)
CHAPELEIRO 2: Sou um pobre homem Majestade. Não tinha começado o meu chá e o pão com manteiga foi
ficando tão fino, e o brilho do chá.
REI: Eu sei que chá é com CH. Você acha que sou ignorante? Continue.
CHAPELEIRO 2: Sou um pobre homem e a maioria das coisas brilhava depois daquilo, mas a Lebre de Março disse...
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REI: Você DEVE se lembrar...
REI: Você é um orador muito ruim! (a carta Cinco começa a aplaudir. Ninguém entende) Se é tudo que sabe, pode
descer.
CHAPELEIRO 2: Eu não posso descer. Estou no chão. E preciso terminar meu chá.
REI: Minha querida, você deveria interrogar a próxima testemunha. Isso faz minha testa doer.
COELHO: A próxima testemunha é... (procura nos papeis) Deixe-me ver... Alice!
RAINHA 2: Não importa. Regra número quarenta e dois. Todas as pessoas com mais de mil e seiscentos metros de
altura devem deixar a corte.
ALICE 9: De todo jeito eu não vou, e essa não é uma regra comum, você a inventou agora.
COELHO: Por favor majestade, ainda há mais evidências. Esse documento acabou de ser apreendido (é o livro que
Alice lia na primeira cena). Ainda não abri, mas parece ser uma carta, escrita pelo prisioneiro (aponto a Valete)
para... alguém.
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COELHO: Para ninguém, afinal não é uma carta, é um conjunto de versos
VALETE: Por favor, Majestade, eu não escrevi e eles não podem provar que sim. Não há nome assinado no final.
RAINHA 2: Se você não assinou isso só piora a situação. Sinal que estava mal intencionada.
ALICE 9: Ora, não prova nada. Vocês nem sabem do que se trata.
ALICE 9: Mas se todos tomassem isso como regra, não existiria mais nenhuma conversa.
(as cartas vão bater palma, mas a Rainha as repreende e elas param)
REI: (a Valete) Leia a carta. Comece do começo, e continue até chegar o fim. Depois pare.
RAINHA 2: Exatamente, porque esses versos não foram lidos pelo seu autor, foram escritos.
REI: Essa é a evidência mais importante que já ouvimos “Só é pena que não saiba nadar” diz no poema. A senhora
não sabe nadar, sabe?
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REI: Que o júri considere seu veredicto.
ALICE9: Que besteira, que ideia absurda é essa de apresentar primeiro a sentença e depois o veredicto?
ALICE 9: Quem se importa com você? Você não passa de um baralho de cartas.
BLACK-OUT
QUANDO BAILARINAS SAÍREM - BLACK-OUT – ESPERAR ALICE DEITAR NO MEIO DO PALCO E ACENDER JUNTO
COM A MÚSICA
COELHO VAI CRUZAR O PALCO – ASSIM QUE ELE TERMINAR DE CRUZAR, FOCO CENTRAL NA ALICE
(Música. Alice desmaiada no palco com o livro que estava lendo em mãos)
ALICE: (acordando do sonho) Esperem, esperem, eu posso explicar. Onde está a Rainha? E as cartas? ( vendo o livro)
O poema... Ah não é só o livro de história que eu estava lendo... Será que o País das Maravilhas foi então um
sonho? Ou será eu fiz com que ele acontecesse? Afinal a única forma de chegar ao impossível é acreditar que ele é
possível. Se for isso, quero viver muitas outras aventuras nesse país das maravilhas, e não vou ter medo! O medo
jamais vai sufocar os meus sonhos. Mas onde fica o país das maravilhas? (abre o livro e lê) Isso não estava aqui
antes “O segredo, querida Alice, é rodear-se de pessoas que te façam sorrir o coração. E então, só então, você
estará no país das maravilhas.” (olha para a plateia, para os amigos na coxia e diz sorrindo) Eu acho que então eu já
estou no meu país das maravilhas!
BLACKOUT!
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FAIXA 27 - COREOGRAFIA ALICE
- BALÉ – ALICE
- BALÉ – ROSAS
- BALÉ – COELINHAS
- BALÉ – RATINHAS
- BALÉ – CHAPELEIRAS
Parabéns às professoras e aos alunos que participaram desse evento pelo fantástico
espetáculo!!!!
Agradecemos a todos pela presença. Tenham uma ótima tarde e uma maravilhosa semana.
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