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DIREITOS DA
PERSONALIDADE: ALGUMAS
REFLEXÕES ATUAIS SOBRE
ASPECTOS DA INTEGRIDADE
MORAL
Aula 4 – ALGUMAS REFLEXÕES ATUAIS SOBRE ASPECTOS DA
INTEGRIDADE MORAL
(pessoa física)
AGENDA
Distinções sobre personalidade
Características
1.º Noção associada à qualidade de ser sujeito de direito (direitos e obrigações), comum às pessoas físicas e às
jurídicas.
2.º Aplicável à proteção da pessoa humana, a sua dignidade e seus atributos singulares, a partir da Constituição,
Código Civil e leis especiais, cujas formas aplicam-se às pessoas naturais e nem sempre se aplicam às pessoas
jurídicas, necessitando do exame do caso concreto (PERLINGIERI, 1972, p. 138).
Desenvolvimento dos direitos da personalidade
Direitos humanos Direitos da personalidade
Referem-se aos direitos essenciais do indivíduo Referem-se à tutela dos direitos essenciais à
com relação ao direito público, com a intenção pessoa humana, imanentes a sua personalidade
de protegê-los, sobretudo contra as no direito privado, em relação entre
arbitrariedades do Estado. particulares, devendo-se ser protegidos quando
ameaçados ou violados por outras pessoas.
• Princípio da dignidade humana – art. 1º, III, da CF
• Princípio da solidariedade social – art 3º, I, da CF Arts. 11 a 21 do CC
• Princípio da igualdade social – art. 5º da CF
• Os direitos fundamentais, expressos na Constituição Federal, a exemplo do princípio da dignidade humana (art 1º, III),
estão refletidos no Código Civil, nos arts. 11 a 21.
• Os direitos da personalidade são um valor em si que aperfeiçoam a personalidade presente no ordenamento jurídico,
conferindo um mínimo de direitos existenciais, necessários à própria existência humana.
• Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei.
É inerente à pessoa humana.
Características principais:
Personalíssimos;
Intransmissíveis (inseparáveis da pessoa);
Irrenunciáveis (porque essenciais à pessoa humana);
De natureza extrapatrimonial (ainda que possa haver exceções, a exemplo
dos direitos do autor e propriedade industrial);
Imprescritíveis (não se extinguem pela falta exercício do direito);
Vitalícios (assegurados desde a concepção, incluem embrião);
Indisponíveis (os direitos, não seus efeitos)
Direitos da personalidade: Indisponíveis?
Os direitos da personalidade são indisponíveis, mas seus reflexos ou efeitos patrimoniais, econômicos (reflexos),
podem ser objeto de disposição do titular do direito.
Art. 11 do CC: Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente
nem geral” (Enunciado 4 da I Jornada de Direito Civil do CJF).
Cf. Roxana Cardoso Brasileiro Borges (2020). O Código Civil e o Direito da Personalidade. Revista Do
CEPEJ, (11). Recuperado de https://periodicos.ufba.br/index.php/CEPEJ/article/view/37603
Informativo 606 (STJ)
“O exercício dos direitos da personalidade pode ser objeto de disposição voluntária, desde que
não permanente nem geral, estando condicionado à prévia autorização do titular e devendo sua
utilização estar de acordo com o contrato estabelecido entre as partes” (REsp 1.630.851/SP, 3.ª
Turma, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, j. 27.04.2017, DJe 22.06.2017).
• Locutora profissional e gravação de sua voz para atendimento telefônico (saudação telefônica)
por empresa intermediária, relacionada com empresa de computadores e software conhecida no
segmento em que atua.
• Possibilidade de proteção de direitos conexos do autor (originalidade).
• Hipótese concreta que trata da possibilidade de examinar se o uso da voz está de acordo e nos
limites do acordado.
(TJSP, 4.ª Câmara de Direito Privado, Foro de Barueri – 6.ª Vara Cível, Apelação Cível 1011714-
32.2020.8.26.0068, Rel. Alcides Leopoldo, j. 28.10.2021, data de registro: 11.11.2021).
Direito da personalidade: limitado ou ilimitado?
Não. Então, para a solução do conflito, não há uma única regra aplicável ou a prevalência de um direito
sobre o outro.
No caso, por exemplo, de conflito entre o direito a imagem (imagem-retrato e imagem-atributo) e a liberdade de
imprensa/dever de informar:
“A proteção à imagem deve ser ponderada com outros interesses constitucionalmente tutelados, especialmente
em face do direito de amplo acesso à informação e da liberdade de imprensa. Em caso de colisão, levar-se-á
em conta a notoriedade do retratado e dos fatos abordados, bem como a veracidade destes e, ainda, as
características de sua utilização (comercial, informativa, biográfica), privilegiando-se medidas que não
restrinjam a divulgação de informações” (Enunciado 279 do CJF/STJ da V Jornada de Direito Civil).
Direitos da personalidade
Contribuições de Limongi França
Mecanismos de proteção
“Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou
representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.”
“Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.”
O nome poderá ser alterado mediante justificativa em regra (exceção art. 56 da Lei
nº 14.382) e desde que o objetivo não seja prejudicar terceiros: nome que expõe ao
ridículo ou causa embaraço; erro de grafia; introdução de apelidos sociais ou
alcunhas; casamento; adoção; reconhecimento de paternidade, entre outros.
Lei 14.382 de 27 de junho 2022
(Sistema Eletrônico de Registros Públicos)
Art. 56. A pessoa registrada poderá, após ter atingido a maioridade civil, requerer pessoalmente e
imotivadamente a alteração de seu prenome, independentemente de decisão judicial, e a
alteração será averbada e publicada em meio eletrônico.
§ 1º A alteração imotivada de prenome poderá ser feita na via extrajudicial apenas 1 (uma)
vez, e sua desconstituição dependerá de sentença judicial.
A conexão do direito ao nome com a identidade pessoal
O direito à identidade pessoal contempla o direito ao nome. Mesmo sem expressa indicação
no Código Civil, o direito à identidade pessoal assegura o reconhecimento da pessoa
segundo sua própria identificação e suas características genuínas. Trata-se da tutela
conferida à pessoa que sente lesada na sua dignidade por ser retratada “com caracteres
identificativos incompatíveis” com aqueles que genuinamente se identifica em sua vida
pessoal e social. (TEPEDINO; OLIVA, 2021, p. 160).
A conexão do direito ao nome com a identidade pessoal
Observa-se a evolução das decisões do STJ (3ª Turma, REsp 1.905.614/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 04.05.2021, DJe 06.05.2021) quanto
à modificação do nome:
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. DIREITO AO NOME. ELEMENTO ESTRUTURANTE DOS DIREITOS DA
PERSONALIDADE E DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. MODIFICAÇÃO DO NOME DELINEADA EM HIPÓTESES
RESTRITIVAS E EM CARÁTER EXCEPCIONAL. FLEXIBILIZAÇÃO JURISPRUDENCIAL DAS REGRAS. ATRIBUIÇÃO DE NOME
AO FILHO. EXERCÍCIO DO PODER FAMILIAR QUE PRESSUPÕE BILATERALIDADE E CONSENSUALIDADE. INADMISSÃO DA
AUTOTUTELA. ATO DO PAI QUE, DESRESPEITANDO CONSENSO DOS GENITORES, ACRESCE UNILATERALMENTE
PRENOME À CRIANÇA POR OCASIÃO DO REGISTRO. VIOLAÇÃO DOS DEVERES DE LEALDADE E BOA-FÉ. ATO ILÍCITO.
EXERCÍCIO ABUSIVO DO PODER FAMILIAR. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE PARA EXCLUSÃO DO PRENOME INDEVIDAMENTE
ACRESCIDO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA MÁ-FÉ, INTUITO DE VINGANÇA OU PROPÓSITO DE ATINGIR À GENITORA.
IRRELEVÂNCIA. CONDUTA CENSURÁVEL EM SI MESMA. [...]
4. Conquanto a modificação do nome civil seja qualificada como excepcional e as hipóteses em que se admite a alteração sejam restritivas,
esta Corte tem reiteradamente flexibilizado essas regras, permitindo-se a modificação se não houver risco à segurança jurídica e a terceiros.
(Continua….)
(Continuação…)
5. Nomear o filho é típico ato de exercício do poder familiar, que pressupõe bilateralidade, salvo na falta ou
impedimento de um dos pais, e consensualidade, ressalvada a possibilidade de o juiz solucionar eventual
desacordo entre eles, inadmitindo-se, na hipótese, a autotutela.
6. O ato do pai que, conscientemente, desrespeita o consenso prévio entre os genitores sobre o nome a ser
dado ao filho, acrescendo prenome de forma unilateral por ocasião do registro civil, além de violar os deveres
de lealdade e de boa-fé, configura ato ilícito e exercício abusivo do poder familiar, sendo motivação bastante
para autorizar a exclusão do prenome indevidamente atribuído à criança que completará 4 anos em
26.05.2021 e que é fruto de um namoro que se rompeu logo após o seu nascimento.
7. É irrelevante apurar se o acréscimo unilateralmente promovido pelo genitor por ocasião do registro civil da
criança ocorreu por má-fé, com intuito de vingança ou com o propósito de, pela prole, atingir à genitora,
circunstâncias que, se porventura verificadas, apenas servirão para qualificar negativamente a referida conduta.
8. Recurso especial conhecido e provido (STJ, 3ª Turma, REsp 1.905.614/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, j.
04.05.2021, DJe 06.05.2021).
A conexão do direito ao nome com a identidade pessoal
Evolução do tema
• A pessoa transgênero é a pessoa cuja identidade de gênero não corresponde ao sexo do seu nascimento.
• A possibilidade de disposição do próprio corpo e alteração do nome como forma de observar o direito
à identidade pessoal, como a direito à personalidade.
A interpretação do art. 13 acerca dos atos de disposição sobre o próprio corpo, consoante o Enunciado 276
da IV Jornada de Direito Civil do CJF:
“o art. 13 do Código Civil, ao permitir a disposição do próprio corpo por exigência médica, autoriza
as cirurgias de transgenitalização, em conformidade com os procedimentos estabelecidos pelo
Conselho Federal de Medicina, e a consequente alteração do prenome e do sexo no Registro Civil”.
• Trata-se de possibilidade e não obrigatoriedade – intervenção cirúrgica
A perspectiva atual do direito ao nome para a pessoa transgênero
(CF, Pacto de São José da Costa Rica)
Possibilidade de alteração do prenome, mesmo sem cirurgia de transgenitalização.
• ADI 4.275/DF, o STF decidiu, por maioria:
• “[...] 1. O direito à igualdade sem discriminações abrange a identidade ou expressão de gênero. 2. A
identidade de gênero é manifestação da própria personalidade da pessoa humana e, como tal, cabe ao
Estado apenas o papel de reconhecê-la, nunca de constituí-la. 3. A pessoa transgênero que
comprove sua identidade de gênero dissonante daquela que lhe foi designada ao nascer por
autoidentificação firmada em declaração escrita desta sua vontade dispõe do direito
fundamental subjetivo à alteração do prenome e da classificação de gênero no registro civil
pela via administrativa ou judicial, independentemente de procedimento cirúrgico e laudos de
terceiros, por se tratar de tema relativo ao direito fundamental ao livre desenvolvimento da
personalidade (STF, Sessão Plenária, Redator p/ acórdão Edson Fachin, j. 1º.03.2018).
AULA 5
DIREITOS DA
PERSONALIDADE: ALGUMAS
REFLEXÕES ATUAIS SOBRE
ASPECTOS DA INTEGRIDADE
MORAL
Aula 5 – ALGUMAS REFLEXÕES ATUAIS SOBRE ASPECTOS DA
INTEGRIDADE MORAL
(pessoa jurídica)
AGENDA
É possível estender os direitos da personalidade para a pessoa jurídica?
A pessoa jurídica é entidade que surge a partir de conjunto de pessoas que, organizadas para fins comuns específicos,
podendo incluir ou não bens, adquire individualidade e autonomias próprias, na expressão de Amaral (2017, p. 392).
A partir de então, a lei confere personalidade e capacidade jurídica à entidade para que seja titular de direitos e
obrigações.
A) TEORIA DA FICÇÃO – a pessoa jurídica é uma ficção do legislador, pois só o homem é sujeito de direito -
GIERKE
B) TEORIA ORGÂNICA OU DA REALIDADE OBJETIVA – a pessoa coletiva é um organismo social semelhante à
pessoa física, com capacidade de vida autônoma – CASTRO Y BRAVO
C) TEORIA INSTITUCIONAL – é a partir das relações sociais, não da vontade humana, que se constata a existência
de grupos organizados destinados à realização de uma ideia socialmente útil – PLANIOL e RIPERT
Qual a escolha do legislador para fundamentar a capacidade
da pessoa jurídica de direito privado?
TEORIA DA REALIDADE TÉCNICA – “a pessoa jurídica resulta de um processo técnico, a personificação, pela
qual a ordem jurídica atribui personalidade a grupos em que a lei reconhece vontade e objetivos próprios”
(AMARAL, 2017, p. 392).
Art. 45 do CC. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder
Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
• Pessoas jurídicas de direito público interno: são civilmente responsáveis por atos dos seus
agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo (art. 43 do CC).
A partir da constituição técnica da pessoa jurídica, não é a pessoa, mas a própria entidade, que será
sujeito de direitos e obrigações. Neste ponto, o próprio Código Civil aponta:
A honra violada (seja no caso da pessoa natural ou pessoa jurídica) pode acarretar a
responsabilidade penal quando tipifica os crimes de calúnia, injúria e difamação (arts. 138, 139
e 140 do CP) e responsabilidade civil, com o ressarcimento dos prejuízos pelo ofensor (art. 953
do CC).
• Pessoa jurídica pode pleitear danos morais
decorrentes da violação da honra?
Possibilidade a partir da violação da honra objetiva, pois aplica-se no que
couber (art. 52 do CC)
• “Esse dano moral somente pode atingir a honra objetiva da pessoa jurídica, a sua reputação. Não
há que se falar em lesão à honra subjetiva, pois a pessoa jurídica não tem sentimentos”
(TARTUCE, 2021, p. 206).
- A imagem da empresa é muito relevante na sua vida comercial implicando diversos aspectos, desde a obtenção
de créditos como no seu próprio valor patrimonial. A pessoa jurídica pode sofrer danos de ordem moral,
entendimento consolidado pela Súmula 227 do Superior Tribunal de Justiça. Deve ser considerado o caráter
duplo do dano moral, isto é, punitivo aliado ao compensatório, observando-se os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade. A fixação do dano deve ser feita em medida capaz de incutir ao agente do ato ilícito lição de
cunho pedagógico, mas sem propiciar o enriquecimento ilícito da vítima e com fulcro nas especificidades de cada
caso (TJMG, 10.ª Câmara Cível, Apelação Cível 5003705-02.2020.8.13.0027, Rel. Des. Cavalcante Motta, j.
17.08.2021, publicação 24.08.2021).
Sobre a inscrição indevida e a indenização por danos morais in re ipsa
1. Propriedade exclusiva – unidade autônoma – correspondente à fração ideal do terreno (art. 1.331, § 1º, do
CC).
Apartamento, escritórios, salas, lojas e sobrelojas.
Para suas atividades, possui CNPJ, pode abrir e gerir conta bancária, possui capacidade postulatória e a figura do
síndico (eleito em assembleia e que administra o condomínio – arts. 1.347 e 1.348 do CC)
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I Jornada de Direito Civil – CJF
• Enunciado 90
“Deve ser reconhecida personalidade jurídica ao
condomínio edilício nas relações jurídicas
inerentes às atividades de seu peculiar interesse.”
Personalidade
III Jornada de Direito Civil – CJF
jurídica? Ente • Enunciado 246
despersonalizado? “Fica alterado o Enunciado n. 90, com supressão
da parte final: ‘nas relações jurídicas inerentes às
atividades de seu peculiar interesse’. Prevalece o
texto: ‘Deve ser reconhecida personalidade
jurídica ao condomínio edilício’.”
Condomínio edilício
Tais teses, todavia, não repercutiram no regime jurídico brasileiro.
A doutrina tradicional, a exemplo de Caio Mário da Silva Pereira e Orlando Gomes, não reconhecia a
personalidade jurídica ainda que haja capacidade processual ou postulatória do condomínio a partir do
representante legal do conjunto de proprietários que é o síndico (do art. 75, XI, do CPC).
Características: ainda que haja a necessária administração, a partir de síndico eleito em assembleia, trata-se
de vínculo de natureza real, e não pessoal, como ocorre na sociedade.
“Entre os diversos proprietários de apartamentos não existe um vínculo de natureza pessoal, nem o ânimo de se unirem
num empreendimento comum, que permita qualificá-los como sócios. Ademais, a sociedade é uma pessoa jurídica. Se
existisse, o prédio lhe pertenceria, e não aos donos de apartamentos” (GOMES, 2019, p. 239).
40
Ente despersonalizado
Até o momento, o condomínio não é considerado pessoa jurídica, prevalecendo os argumentos
de que isso se deve a sua não inserção no art. 44 do CC e por não ser considerado sociedade.
O que não lhe impede de obter capacidade processual, postulatória proporcional a suas
finalidades: atuar judicialmente, abrir e movimentar conta bancária, contratar funcionários
(art. 75, IX, do CPC).
* Projeto de Lei 3.461/2019
STJ – Ente despersonalizado e possibilidade de danos morais
Trecho de ementa (Segunda Turma)
• Em decisão da Segunda Turma do STJ, envolvendo corte de fornecimento energia a partir de
apuração unilateral de suposta fraude no medidor, a Turma assinalou que, embora o condomínio
não possua personalidade jurídica, deve-lhe ser assegurado o tratamento conferido à pessoa
jurídica, no que diz respeito à possibilidade de condenação em danos morais, sendo-lhe
aplicável a Súmula 227 desta Corte, in verbis: "A pessoa jurídica pode sofrer dano moral". III.
O acórdão recorrido encontra-se em consonância com a jurisprudência desta Corte, no sentido
de que a pessoa jurídica pode sofrer dano moral – no caso, o Condomínio –, desde que
demonstrada ofensa à sua honra objetiva. [...] (STJ, 2ª Turma, REsp 1.298.689/RS, Rel. Min.
Castro Meira, DJe 15.04.2013). VI. Agravo regimental desprovido (STJ, 2ª Turma, AgRg no
AREsp 189780/SP, Rel. Min. Assusete Magalhães, j. 09.09.2014, DJe 16.09.2014).
STJ – Ente despersonalizado e possibilidade de danos morais