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1.Introdução
Desse modo, o objetivo deste trabalho é verificar se o sistema jurídico brasileiro é capaz de proteger
o consumidor na era da tecnologia. Para tanto, será utilizado o método dedutivo de abordagem e
realizada pesquisa bibliográfica e documental, por meio do estudo da literatura e da legislação
aplicada ao tema.
Por fim, serão feitas algumas reflexões sobre o direito de proteção de dados dos consumidores e sua
relação com os demais direitos fundamentais, ressaltando a possibilidade de se acentuar a sua
vulnerabilidade na sociedade informacional.
Com isso, a inclusão de novas tecnologias no cotidiano das pessoas instaurou a sociedade da
informação ou informacional.13 É uma característica do presente, que tem a informação como maior
instrumento de poder, ou seja, a informação considerada como um bem de consumo imaterial. A
informação também aparece como instrumento de poder jurídico nas relações de consumo,
garantindo aos consumidores o direito à informação clara e adequada,14 capaz de minimizar danos e
abusos por parte dos fornecedores.15
Além disso, com o advento da era da tecnologia, também foram surgindo novos direitos, sobretudo a
partir da transformação da sociedade industrial para a virtual.20 Na contemporaneidade, dessa forma,
tem-se uma combinação de direitos fundamentais de extrema relevância para a garantia da
dignidade humana na era da tecnologia: a defesa do consumidor,21 o acesso à internet e a inclusão
digital.
Nesse ponto, importante destacar que a Constituição Federal reconhece o consumidor como sujeito
de direitos, individual e coletivo. A defesa do consumidor constitui, assim, um “direito humano de
nova geração, social e econômico”.22 Além disso, é possível considerar o acesso à internet como
direito fundamental, que, apesar de não estar previsto expressamente na Constituição Federal, é
assim considerado pelo Marco Civil da Internet.23 Também a inclusão digital é um direito humano
fundamental e valor inerente à dignidade da pessoa humana.24
Assim, é possível observar que as novas tecnologias decorrem de um processo social a partir do agir
humano coletivo e complexo em torno de computadores e demais dispositivos de comunicação,25 e
que todos os direitos fundamentais estão relacionados com as novas tecnologias e a cibercultura.26
No que tange especificamente ao direito do consumidor, vale ressaltar que a Política Nacional de
Relações de Consumo deve conciliar a proteção do consumidor com o desenvolvimento econômico
e tecnológico.27
Nesse aspecto, o Código de Defesa do Consumidor possui natureza de norma de ordem pública, de
interesse social e multidisciplinar, e demonstra o principal instrumento jurídico do microssistema de
defesa do consumidor na sociedade de consumo contemporânea.28
A cultura técnico-científica induz os consumidores a buscarem suas necessidades por meio das mais
variadas tecnologias da informação para aquisição de produtos e serviços, sobretudo na internet.29
Assim, a sociedade da informação constitui a sociedade de consumo contemporânea, e o comércio
eletrônico é sua expressão característica.30
Se a utilização da internet, por um lado, ainda não possui uma adequada regulação jurídica para a
proteção do consumidor internauta em suas relações contratuais de consumo no Brasil, carregando
assim riscos e incertezas,32 por outro, já se apresenta ao menos como possível instrumento
alternativo de resolução de conflitos de consumo. Nesse sentido, um dos instrumentos que podem
ser considerados de extrema relevância para a proteção do consumidor na internet, não obstante
críticas que possa receber,33 é a plataforma Consumidor.gov, na qual os consumidores têm amplo
acesso a informações transparentes sobre determinadas empresas cadastradas e podem ainda
realizar reclamações e pedidos de resolução de problemas diretamente ao fornecedor, sendo o
pedido acompanhado pelo Estado.
Nas relações consumeristas, existem riscos que são acentuados no comércio eletrônico, sobretudo
quando se trata de pessoas em situação de vulnerabilidade acentuada ou hipervulnerabilidade, a
exemplo das pessoas com deficiência. Para a tutela desses consumidores, devem ser utilizadas
ações integradas com o apoio de tecnologias assistivas.34
Vale lembrar que a vulnerabilidade é um princípio35 que reconhece a existência de uma pessoa que
é mais fraca na relação de consumo, ou seja, reconhece o desequilíbrio na relação contratual entre
consumidor e fornecedor. O princípio da vulnerabilidade decorre da necessária observância do
princípio da igualdade36 e equilíbrio entre as partes.
Além disso, existem relações de poder e desigualdades que permanecem no ciberespaço, e existe
um risco real de que a cibercultura – uma cultura oriunda das transformações digitais – possa ser
fonte de exclusão, seja entre classes e grupos sociais, seja entre países ricos e pobres.37 A exclusão
digital pode atingir os consumidores, ensejando o desequilíbrio na relação contratual e, por
conseguinte, ampliando a sua vulnerabilidade.
Nesse ponto, o princípio favor debilis aparece como importante instrumento para a superação da
equivocada ideia de que a igualdade formal é suficiente para a proteção do consumidor. Ao revés, é
preciso reconhecer que alguns são mais fortes que outros na relação consumerista, ensejando vários
tipos de vulnerabilidade, tal como a técnica, jurídica e a informacional.38
Logo, é possível dizer que, no caso de contratação no comércio eletrônico, pode haver acúmulo dos
vários tipos de vulnerabilidade, tal como a vulnerabilidade técnica – entendida como falta de
conhecimento do consumidor para lidar com determinados instrumentos39 –, a vulnerabilidade
neuropsicológica – em decorrência de obediência a determinados padrões que são impostos nas
redes40 –, e, ainda, a vulnerabilidade cibernética – que decorre tanto da falta de acesso à internet
quanto da ignorância no uso da tecnologia.41 Existe, por conseguinte, uma hipervulnerabilidade do
consumidor na rede.
Por fim, vale lembrar que as contratações eletrônicas de consumo operam por adesão do
consumidor às condições gerais predispostas no ambiente digital e cujo conteúdo, não raras vezes,
apresenta-se de difícil acesso ou compreensão por parte dos consumidores (podendo-se falar em
violação do art. 46 do CDC (LGL\1990\40)) ou ainda trazem conteúdo abusivo, contrário à boa-fé ou
que coloca o consumidor em posição de desvantagem exagerada (CDC (LGL\1990\40), art. 39, V c/c
art. 51, IV e § 1º).42 Nesse caso, o problema é que “as características próprias a esse tipo de
contratação tendem a agravar a já presumida situação de vulnerabilidade dos consumidores no
mercado de consumo”.43
Assim, a sociedade atual, embora baseada na informação, também pode ser compreendida como a
sociedade digital, na medida em que se promove a conexão digital entre os indivíduos, a cultura, os
valores, a economia e os produtos.46 Entre as características dessa sociedade, “a
produção/distribuição de informação e de conhecimento e a redução das desigualdades sociais
podem tornar-se mutuamente indispensáveis”.47
Do ponto de vista legal, os anos 2000 representaram um marco da tecnologia no Direito, sobretudo a
partir de 2003, quando o Brasil ratificou a Declaração de Santa Cruz de La Sierra, na qual consta o
direito à privacidade como direito fundamental.53 Embora a Constituição Federal não mencione
expressamente o direito de proteção de dados como fundamental, prevê a necessidade de sigilo das
comunicações dos dados e remédios processuais hábeis à sua tutela.54 Vale lembrar, contudo, da
existência de uma proposta de emenda à Constituição que trata justamente da alteração da
Constituição para inclusão da proteção de dados pessoais entre os direitos e as garantias
fundamentais.55
Além desses importantes avanços jurídicos, deve-se sempre ressaltar as disposições gerais do CDC
(LGL\1990\40) para o controle do abuso no armazenamento e na disponibilização dos dados de
consumidores em cadastros e bancos de dados em geral, com importante repercussão nos
chamados “cadastros de restrição de crédito” (art. 43 e incisos), bem como a regulamentação do
chamado “Cadastro Positivo dos Consumidores” (Lei 12.414/2011 (LGL\2011\1883)), com foco no
armazenamento de dados para formação do histórico de crédito dos consumidores pessoas físicas e
jurídicas que a ele aderirem.56
“O uso dessas informações, inclusive o uso de dados pessoais sensíveis e o mapeamento do perfil
comportamental da pessoa, acentua sobremaneira a vulnerabilidade do consumidor na rede,
acrescendo-lhe uma nova camada de vulnerabilidade.”58
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informação e a necessidade da proteção jurídica de seus
dados nas relações estabelecidas em ambiente digital
Dessa forma, o direito de proteção de dados dos consumidores está intrinsecamente relacionado aos
direitos de privacidade, intimidade e livre desenvolvimento da personalidade, em que se inclui a
liberdade de disposição sobre os dados. Logo, o tratamento de dados pessoais pode eventualmente
violar mais de um direito, e é por isso que o Estado assume um papel de tutelar esse direito, seja por
meio de regulação legal ou prestações fáticas.62
Embora a Lei Geral de Proteção de Dados seja uma normativa de extrema relevância com relação
ao tema, é possível afirmar que o veto ao seu texto original, no que diz respeito à criação de órgãos
de fiscalização de tratamento de dados, é um ponto negativo na defesa do consumidor. A LGPD
dispõe de diversas sanções administrativas para o tratamento inadequado de dados, tais como
advertência, multa, bloqueio de dados pessoais, entre outras,63 mas a criação da Autoridade
Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que seria responsável pela aplicação de tais penalidades,
sofreu algumas alterações legais substanciais, a exemplo da sua natureza transitória. Além disso, o
órgão permaneceu vinculado à presidência da República e, portanto, sem autonomia.64
Além disso, vale ressaltar que, inicialmente, a criação do Conselho Nacional de Proteção de Dados
(CNPD) sofreu veto presidencial, o que certamente fragilizaria a responsabilização dos agentes que
utilizassem de forma ilícita os dados dos consumidores.65 Contudo, a lei fora alterada e, atualmente,
trata da composição e da competência do CNPD para o trabalho em conjunto com a ANPD, de modo
a elaborar relatórios e estudos, sugerir ações etc.66 Logo, a fim de possibilitar a plena defesa dos
direitos dos consumidores em matéria de proteção de dados e demais direitos fundamentais
relacionados, deve ser realizado um movimento de articulação entre os atores envolvidos e uma
conjugação de todos os instrumentos integrantes da Política Nacional das Relações de Consumo.67
Aqui, mais uma vez, o diálogo de fontes aparece como um importante instrumento para a proteção
efetiva do consumidor. Devem ser conciliados os pressupostos normativos do microssistema de
proteção dos consumidores para que se evitem maiores violações aos direitos fundamentais e
ampliação da sua vulnerabilidade social no ambiente digital.
5.Considerações finais
A partir do que foi abordado neste trabalho, é possível perceber que a sociedade de consumo
contemporânea está intrinsecamente ligada ao digital, ambiente de contratação do qual podem
resultar consequências positivas – tais como a facilitação de acesso a bens e serviços e o
surgimento de novos direitos – e negativas, tendo em vista as constantes ameaças ao exercício
pleno desses direitos, sobretudo a direitos fundamentais do consumidor.
Dessa forma, com o advento das novas tecnologias, faz-se necessária a ampliação dos mecanismos
legais de tutela do consumidor. Por isso, a aprovação do PL 3514/2015, que trata do comércio
eletrônico, é de extrema relevância para a regulação dessa forma de contração tão utilizada na
sociedade de consumo contemporânea, de modo a proporcionar a sua proteção. Isso porque é a
insurgente a necessidade de garantir o equilíbrio entre as partes, observadas as diversas camadas
de vulnerabilidade que atingem o consumidor na sociedade da informação.
Além disso, a utilização abusiva dos dados pessoais dos consumidores deve ser evitada,
respeitando-se a sua vulnerabilidade e garantindo-se maior humanidade nas relações consumeristas
e, especialmente, a fruição de outros direitos fundamentais também indispensáveis para o exercício
da cidadania e essenciais para a manutenção da dignidade humana no ambiente cibernético. Na
hipótese, atribui-se destaque aos direitos da segurança das informações e dos dados pessoais,
igualdade, proteção de dados pessoais, sigilo das comunicações dos dados, privacidade, intimidade,
livre desenvolvimento da personalidade e liberdade de escolha e disposição sobre os dados. É
possível lembrar, nesse ponto, da ampliação da tutela do consumidor, inclusive do seu acesso à
justiça para o efetivo exercício desses direitos.
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informação e a necessidade da proteção jurídica de seus
dados nas relações estabelecidas em ambiente digital
Portanto, o sistema jurídico brasileiro é de extrema relevância para a tutela do consumidor na era da
tecnologia. É necessário que haja uma conjugação de esforços de todas as pessoas e instituições
envolvidas para a eficácia desses instrumentos, a exemplo da atuação conjunta dos órgãos de
fiscalização e ampliação de sua autonomia, especialmente da Autoridade Nacional de Proteção de
Dados (ANPD) e do Conselho Nacional de Proteção de Dados (CNPD). Além disso, é indispensável
a observância das normas consumeristas agregadas a essa atuação conjunta, sendo, assim, o
diálogo de fontes um importante instrumento para efetiva tutela do consumidor.
6.Referências
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em: 13.01.2021.
1 .AZEVEDO, Fernando Costa de. O desequilíbrio excessivo da relação jurídica de consumo e sua
correção por meio da cláusula geral de proibição de vantagem excessiva no Código de Defesa do
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informação e a necessidade da proteção jurídica de seus
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Consumidor. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2014.
3 .AZEVEDO, Fernando Costa de. O desequilíbrio excessivo da relação jurídica de consumo e sua
correção por meio da cláusula geral de proibição de vantagem excessiva no Código de Defesa do
Consumidor. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2014.
4 .Idem.
6 .AZEVEDO, Fernando Costa de. O desequilíbrio excessivo da relação jurídica de consumo e sua
correção por meio da cláusula geral de proibição de vantagem excessiva no Código de Defesa do
Consumidor. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2014.
7 .Idem.
9 .RODRIGUES, Horácio Wanderlei; BECHARA, Gabriela Natacha; GRUBBA, Leilane Serratine. Era
digital e controle da informação. Revista Em Tempo, [S.l.], v. 20, n. 1, n.p., nov. 2020. Disponível em:
[https://revista.univem.edu.br/emtempo/article/view/3268]. Acesso em: 22.01.2021.
12 .LUÑO, Antonio-Enrique Pérez. Internet y los derechos humanos. Anuario de Derechos Humanos,
Nueva Época, [S.l.], v. 12, 2011. p. 292.
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14 .O direito à informação adequada e clara sobre produtos e serviços é um dos direitos básicos do
consumidor, conforme dispõe o artigo 6º, III, da Lei 8.078/1990 (LGL\1990\40). Também o Decreto
5.903/2006 (LGL\2006\1594) dispõe sobre as práticas infracionais que atentam contra o direito
básico do consumidor de obter informação adequada e clara sobre produtos e serviços.
15 .AZEVEDO, Fernando Costa de. O desequilíbrio excessivo da relação jurídica de consumo e sua
correção por meio da cláusula geral de proibição de vantagem excessiva no Código de Defesa do
Consumidor. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2014.
16 .Nesse sentido observa Luño que “[i]nternet implica, por tanto, el riesgo de un efecto multiplicador
de los atentados contra derechos, bienes e intereses jurídicos. Su potencialidad en la difusión
ilimitada de imágenes e informaciones la hace un vehículo especialmente poderoso para perpetrar
atentados criminales contra bienes jurídicos básicos: La intimidad, la imagen, la dignidad y el honor
de las personas, la libertad sexual, la propiedad intelectual e industrial, el mercado y los
consumidores, la seguridad nacional y el orden público” (LUÑO, Antonio-Enrique Pérez.
Teledemocracia, ciberciudadania y derechos humanos. Revista Brasileira de Políticas Públicas,
Brasília, v. 4, n. 2, 2014. p. 34).
18 .AZEVEDO, Fernando Costa de. O desequilíbrio excessivo da relação jurídica de consumo e sua
correção por meio da cláusula geral de proibição de vantagem excessiva no Código de Defesa do
Consumidor. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2014.
20 .WOLKMER, Antonio Carlos. Introdução aos fundamentos de uma teoria geral dos “novos”
direitos. Revista Jurídica, v. 2, n. 31, p. 121-148, ago. 2013. Disponível em:
[http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/RevJur/article/view/593]. Acesso em: 14.01.2021.
21 .O inciso XXXII do artigo 5º da Constituição Federal dispõe que o Estado promoverá, na forma da
lei, a defesa do consumidor.
22 .MARQUES, Claudia Lima. Introdução ao direito do consumidor. In: BENJAMIN, Antonio Herman
V.; MARQUES, Claudia Lima; BESSA, Leonardo Roscoe. Manual de direito do consumidor. São
Paulo: Ed. RT, 2014. p. 35.
23 .O artigo 4º, inciso I, e o artigo 7º da Lei 12.965/2014 (LGL\2014\3339) dispõem que o direito de
acesso à internet deve ser concedido a todos e é essencial para o exercício da cidadania.
24 .GONÇALVES, Victor Hugo Pereira. Inclusão digital como direito fundamental. Dissertação
(Mestrado em Direitos Humanos) – Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo,
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dados nas relações estabelecidas em ambiente digital
26 .SALDANHA, Alexandre Henrique Tavares; MEDEIROS, Pablo Diego Veras. Processo judicial
eletrônico e inclusão digital para acesso à justiça na sociedade da informação. Revista de Processo,
São Paulo, v. 277, p. 541-561, mar. 2018. p. 6.
27 .O artigo 4º, III, do Código de Defesa do Consumidor prevê que a Política Nacional de Relações
de Consumo deve atender ao princípio da harmonização dos interesses das partes na relação de
consumo, promovendo a compatibilização da proteção do consumidor com o desenvolvimento
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios da ordem econômica contidos no
artigo 170 da Constituição Federal e baseado na boa-fé e equilíbrio entre as partes.
29 .AZEVEDO, Fernando Costa de. O desequilíbrio excessivo da relação jurídica de consumo e sua
correção por meio da cláusula geral de proibição de vantagem excessiva no Código de Defesa do
Consumidor. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2014.
30 .AZEVEDO, Fernando Costa de; KLEE, Antonia Espíndola Longoni. Considerações sobre a
proteção dos consumidores no comércio eletrônico e o atual processo de atualização do Código de
Defesa do Consumidor. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, n. 85, p. 209-260, jan.-fev.
2013. p. 251.
32 .BERGSTEIN, Laís; TRAUTWEIN, José Roberto Della Tonia. Desafios da tutela da pessoa com
deficiência no comércio eletrônico. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, n. 125, set.-out.
2019. p. 80-81.
34 .BERGSTEIN, Laís; TRAUTWEIN, José Roberto Della Tonia. Desafios da tutela da pessoa com
deficiência no comércio eletrônico. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, n. 125, set.-out.
2019. p. 85.
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38 .MARQUES, Claudia Lima. Introdução ao direito do consumidor. In: BENJAMIN, Antonio Herman
V.; MARQUES, Claudia Lima; BESSA, Leonardo Roscoe. Manual de direito do consumidor. São
Paulo: Ed. RT, 2014. p. 39-43.
40 .Ibidem, p. 173-174.
41 .SPENGLER, Fabiana Marion; PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. A mediação digital de
conflitos como política judiciária de acesso à justiça no Brasil. Rev. Fac. Direito UFMG, Belo
Horizonte, n. 72, p. 219-257, jan.-jun. 2018.
42 .Sobre a chamada “cláusula geral de proibição de vantagem excessiva” como norma fundamental
de correção do abuso nas relações de consumo, v. AZEVEDO, Fernando Costa de. O desequilíbrio
excessivo da relação jurídica de consumo e sua correção por meio da cláusula geral de proibição de
vantagem excessiva no Código de Defesa do Consumidor. Tese (Doutorado em Direito) –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.
43 .AZEVEDO, Fernando Costa de; KLEE, Antonia Espíndola Longoni. Considerações sobre a
proteção dos consumidores no comércio eletrônico e o atual processo de atualização do Código de
Defesa do Consumidor. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, n. 85, p. 209- -260, jan.-fev.
2013. p. 228.
44 .AZEVEDO, Fernando Costa de. O desequilíbrio excessivo da relação jurídica de consumo e sua
correção por meio da cláusula geral de proibição de vantagem excessiva no Código de Defesa do
Consumidor. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2014.
46 .Idem.
48 .SILVA, Joseane Suzart Lopes da. A proteção de dados pessoais dos consumidores e a Lei
13.709/2018 (LGL\2018\7222): em busca da efetividade dos direitos à privacidade, intimidade e
autodeterminação. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, n. 121, jan.-fev. 2019. p. 399.
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informação e a necessidade da proteção jurídica de seus
dados nas relações estabelecidas em ambiente digital
49 .O artigo 5º, inciso I, da Lei 13.709/2018 (LGL\2018\7222) (Lei Geral de Proteção de Dados)
dispõe que dado pessoal é toda informação relacionada à pessoa natural identificada ou identificável.
50 .SARLET, Ingo Wolfgang; MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Curso de direito
constitucional. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
51 .BERGSTEIN, Laís; TRAUTWEIN, José Roberto Della Tonia. Desafios da tutela da pessoa com
deficiência no comércio eletrônico. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, n. 125, p. 63-90,
set.-out. 2019.
52 .SILVA, Joseane Suzart Lopes da. A proteção de dados pessoais dos consumidores e a Lei
13.709/2018 (LGL\2018\7222): em busca da efetividade dos direitos à privacidade, intimidade e
autodeterminação. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, n. 121, jan.-fev. 2019. p. 398-399.
53 .SILVA, Joseane Suzart Lopes da. A proteção de dados pessoais dos consumidores e a Lei
13.709/2018 (LGL\2018\7222): em busca da efetividade dos direitos à privacidade, intimidade e
autodeterminação. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, n. 121, jan.-fev. 2019. p. 378.
54 .SARLET, Ingo Wolfgang; MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Curso de direito
constitucional. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
55 .Trata-se da PEC 17/2019, de iniciativa do Senado Federal e que atualmente se encontra pronta
para pauta no Plenário. Disponível em:
[www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2210757]. Acesso em:
04.03.2021.
56 .Nesse sentido, destaque para o art. 4º, caput, da Lei 12.414, que prevê a necessidade de
autorização prévia do consumidor, seu consentimento, por manifestação expressa em instrumento
específico ou cláusula apartada. A boa iniciativa da norma esbarra na previsão do § 1º do mesmo
dispositivo, segundo o qual, “[a]pós a abertura do cadastro, a anotação de informação em banco de
dados independe de autorização e de comunicação ao cadastrado”. Vale dizer: a instituição
financeira ou de crédito, tão logo receba o consentimento do consumidor para a inserção da sua
identidade e dados de crédito no cadastro, passa a ter poder de utilização desses dados à revelia do
consumidor, o que certamente pode ser fator para o exercício abusivo da posição jurídica desses
fornecedores.
57 .SILVA, Joseane Suzart Lopes da. A proteção de dados pessoais dos consumidores e a Lei
13.709/2018 (LGL\2018\7222): em busca da efetividade dos direitos à privacidade, intimidade e
autodeterminação. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, n. 121, jan.-fev. 2019. p. 371-372.
58 .BERGSTEIN, Laís. TRAUTWEIN, José Roberto Della Tonia. Desafios da tutela da pessoa com
deficiência no comércio eletrônico. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, n. 125, set.-out.
2019. p. 84.
59 .SILVA, Joseane Suzart Lopes da. A proteção de dados pessoais dos consumidores e a Lei
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