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DIREITO A PERSONALIDADE

Maria Helena Diniz, com apoio na lição de Limongi O Art. 13 dispõe: “Art. 13. Salvo por exigência médica,
França, os conceitua como “direitos subjetivos da pessoa é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando
de defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua integridade importar diminuição permanente da integridade física,
física (vida, alimentos, próprio corpo vivo ou morto, ou contrariar os bons costumes.
corpo alheio vivo ou morto, partes separadas do corpo
vivo ou morto); a sua integridade intelectual (liberdade Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será
de pensamento, autoria científica, artística e literária); e admitido para fins de transplante, na forma estabelecida
a sua integridade moral (honra, recato, segredo em lei especial”.
profissional e doméstico, identidade pessoal, familiar e
social). O direito à integridade física compreende a proteção
jurídica à vida, ao próprio corpo vivo ou morto, quer na
Dispõe o art. 11 do Código Civil que, com “exceção dos sua totalidade, quer em relação a tecidos, órgãos e partes
casos previstos em lei, os direitos da personalidade são suscetíveis de separação e individualização, quer ainda
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu ao direito de alguém submeter-se ou não a exame e
exercício sofrer limitação voluntária”. tratamento médico. Tudo isto é protegido pela
Constituição Federal.
a) Intransmissíveis e irrenunciáveis – Não podem
os seus titulares deles dispor, transmitindo-os a O Art. 14 dispõe da doação com objetivo científico ou
terceiros, renunciando ao seu uso ou
altruístico do próprio corpo. Nesse caso, a retirada das
abandonando-os, pois nascem e se extinguem
com eles, dos quais são inseparáveis.
partes doadas para transplante ou tratamento deverá ser
Evidentemente, ninguém pode desfrutar em precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada
nome de outrem bens como a vida, a honra, a e registrada.
liberdade etc. Encontram-se no princípio do consenso afirmativo de
b) Absolutos – O caráter absoluto dos direitos da que pelo qual cada um deve manifestar sua vontade de
personalidade é consequência de sua
doar seus órgãos e tecidos depois de sua morte, com
oponibilidade erga omnes. São tão relevantes e
necessários que impõem a todos um dever de objetivo científico ou terapêutico, tendo o direito de, a
abstenção, de respeito. Sob outro ângulo, têm qualquer tempo, revogar livremente essa doação feita
caráter geral, porque inerentes a toda pessoa para tornar-se eficaz após a morte do doador.
humana.
c) Ilimitados – Ilimitado o número de direitos da “Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se,
personalidade. O código civil cita alguns
com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção
direitos expressos, mas eles são inúmeros.
d) Imprescritíveis – esses diretos não se extinguem cirúrgica”.
pelo seu uso ou desuso. A regra obriga os médicos, nos casos mais graves, a não
e) Extrapatrimoniais – os direitos não podem ser atuarem sem prévia autorização do paciente, que tem a
precificados. prerrogativa de se recusar a se submeter a um tratamento
perigoso. A sua finalidade é proteger a inviolabilidade do
O art. 12 do código civil diz que sansões não serão corpo humano.
aplicadas no individuo que cesse a lesão ou ameaça, a
direito da personalidade. Isto é, o respeito pela dignidade Os Art. 16 ao 19 tratam da proteção ao nome e ao
humana vem em primeiro lugar no ordenamento jurídico pseudônimo.
brasileiro.
O Art. 16 diz que o direito ao nome é espécie dos direitos
da personalidade, pertencente ao gênero do direito à
integridade moral, pois todo indivíduo tem o direito à
identidade pessoal, de ser reconhecido em sociedade por O Art. 21. Dispõe que “A vida privada da pessoa natural
denominação própria. Tem ele caráter absoluto e produz é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado,
efeito erga omnes, pois todos têm o dever de respeitá-lo. adotará as providências necessárias para impedir ou
O nome completo é formado por dois elementos: fazer cessar o ato contrário a esta norma”.
prenome (antigamente denominado nome de batismo) e A Proteção à vida privada visa resguardar o direito das
sobrenome (também denominado nome de família ou pessoas de intromissões indevidas em seu lar, em sua
simplesmente nome). família, em sua correspondência, em sua economia etc.
Apesar de vivermos em uma época onde a tecnologia
Há também o Agnome que distingue pessoas domina todos os meios o código civil assegura a proteção
pertencentes a uma mesma família que têm o mesmo da vida privada.
nome (ex: Júnior, Neto, Sobrinho etc.).

Há as partículas que de, da, do, e.

Axiônimo é designação que se dá à forma cortês de


tratamento ou à expressão de reverência, como, por
exemplo: Exmo. Sr., Vossa Santidade etc. Os títulos de
nobreza, como conde, comendador. Algumas vezes
acrescentam-se ao nome títulos acadêmicos,
Eclesiásticos ou qualificações de dignidade oficial, como
professor, doutor, monsenhor, desembargador etc.

O Art. 17 deixa claro que o nome não pode ser utilizado


em publicações ou qualquer outra atividade que o
coloque em situações de desprezo ou humilhações
públicas.

O Art. 18 dispõe que o nome não pode ser empregado


sem autorização em campanhas públicas, seja de uma
pessoa viva ou morta.

O Art. 19 declara que o pseudônimo usado em atividades


lícitas é totalmente protegido pela lei.

O Art. 20 considera tratar-se de direitos da


personalidade, prescreve que tais atos poderão ser
proibidos, a requerimento do autor e sem prejuízo da
indenização que couber, “se lhe atingirem a honra, a boa
fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins
comerciais, salvo se autorizadas, ou se necessárias à
administração da justiça ou à manutenção da ordem
pública”.

Isto é, a imagem, a voz ou seus escritos são protegidos e


seu uso não autorizado é submetido a sansões e o infrator
é obrigado a reparar os danos causados.

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