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Suzana Ferreira

Pós Doutora em Direito- Itália


+55 17 99603 7542
suzanadagloria@uol.com.br

Apontamentos nº 04

DIREITO DE PERSONALIDADE ( ART. 11 E SS)

A personalidade é o conceito básico da ordem jurídica, que a estende a


todos os homens, consagrando-a na legislação civil e nos direitos
constitucional de vida, liberdade e igualdade.

Capacidade é a medida da personalidade, ou seja, é a manifestação do


poder de ação implícita no conceito de personalidade.

Personalidade consiste no conjunto de caracteres próprios da pessoa. Os


direitos da personalidade são os direito subjetivo da pessoa de defender o
que lhe é próprio, ou seja, a identidade, a liberdade, a sociabilidade, a hora,
a autoria , etc.

São direitos da personalidade, cuja existência tem sido proclamada pelo


direito natural, destacando-se, dentre outros, o direito à vida, à liberdade, ao
nome, ao próprio corpo , à imagem e à honra.

Constituição Federal/88, art. 5º, X: São invioláveis a intimidade, a vida


privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

(Não tem conteúdo econômico imediato e não se destacam da pessoa do


titular).
Direito subjetivo da pessoa de defender o que lhe é próprio (integridade
física, intelectual e moral). São inerentes à pessoa humana, estando ligados
de maneira perpétua.
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Os direitos da personalidade têm como fonte à dignidade. São direitos


essenciais à pessoa; essenciais à formação da dignidade, à formação e
desenvolvimento da pessoa enquanto ser humano. São também
chamados de direitos essenciais, inatos, humanos ou fundamentais.

Embora o CC trate dos direitos da personalidade, vale lembrar que a CF/88


foi a que primeiro tratou desses direitos de maneira exemplificativa (art. 5º
e outros- direito à vida; à integridade moral; à privacidade; à imagem; à
identidade; ao meio ambiente saudável ; à segurança; à voz; direito de
informação; de culto; crença, etc).

CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS:

1- Intransmissibilidade e irrenunciabilidade o que acarreta a


indisponibilidade dos direitos fundamentais.
2- Absolutismo: é consequência de sua oponibilidade erga omnes.
3- Não limitação. É ilimitado o número de direitos da personalidade,
malgrado o código civil/2002, nos arts. 11 a 21, tenha se referido
expressamente apenas a alguns.
4- Imprescritibilidade: não se extinguem pelo decurso do tempo, nem
pela inércia na pretensão de defende-los.
5- Impenhorabilidade: são inerentes a pessoa humana e dela
inseparáveis.
6- Não sujeito a desapropriação: não são suscetíveis de
desapropriação, por se ligarem à pessoa humana de modo
indestacável.
7- Vitaliciedade. Os direitos da personalidade inatos são adquiridos no
instante da concepção e acompanham a pessoa até sua morte.

Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos de


personalidade ( art. 52 CC/2002). As pessoas jurídicas públicas ou privadas,
poderão sofrer dano moral objetivo ( embora não tenham capacidade afetiva ou
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receptividade sensorial), por terem atributos da personalidade reconhecidos


jurídica e publicamente como um modo de ser, sujeito à valoração
extrapatrimonial da comunidade em que atuam ( prestígio, bom nome,
confiança, credibilidade)

CLASSIFICAÇÃO E ASPECTOS FUNDAMENTAIS DOS DIRETOS DA


PERSONALIDADE
1- Integridade física ( vida, corpo vivo ou morto, alimentos, etc)
2- Integridade intelectual: (liberdade de pensamento, autoria científica, etc)
3- Integridade moral ( liberdade civil, religiosa, segredo , recato, etc)

Direitos consagrados pelo CC/ 2002:


O CC trata de pouquíssimos direitos da personalidade (direito ao corpo vivo
ou morto, ao nome, à imagem, à vida privada) de um rol extenso previsto na
Constituição, o CC trata apenas de quatro direitos.

Art. 11 e 12- traços dos direitos da personalidade. É a idéia de caracterizar


os direitos como: irrenunciáveis, imprescritíveis e intransmissíveis, com
exceções aos casos expressos em lei (às vezes é preciso limitar alguns
direitos para proteger outros). O direito à vida não é absoluto e outros
direitos da personalidade também não são absolutos.

Os reflexos patrimoniais dos direitos são ou podem ser transmitidos,


explorados, mas não o direito em si.
Os direitos da personalidade não são tutelados apenas quando lesionados.
A ameaça de lesão já autoriza a tutela (como a CF já designava).
Obs: não confundir com censura o direito de preventivamente evitar-se a
lesão ou ameaça de lesão de um direito à personalidade.
(art. 12-ameaça e lesão- tutela específica)
(art. 12 – indenização- tutela substitutiva)
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Art. 12, § único) – tutela do direito da personalidade de pessoas mortas.


Problema: com a morte cessa a personalidade e seus direitos, uma vez
que não há mais personalidade, não há que se falar em direitos da
personalidade. No entanto, estes mesmos, com a morte projetam efeitos.
Ex. Ofensa à honra do morto - os parentes agem na defesa desse
morto ou agem por direito próprio? Uma vez ofendendo um morto
estariam ofendendo a ele também?
R: Não há uma legitimação extraordinária, não é preciso ter ferido um direito
próprio para que o parente do morto seja legitimado para defender seu
direito à honra.

* O Código estabelece uma lista (rol) dos legitimados para propor ação, mas
não há uma ordem a ser seguida. A lei fala em cônjuge, mas deve se fazer
uma interpretação extensiva onde se chega à conclusão de que o
companheiro também é legitimado.

* Os legitimados podem pedir indenização na ação da proteção dos


direitos do morto? R: Com quem fica essa indenização, uma vez que
os direitos são do morto?
R. Alguns doutrinadores dizem que não, que só pode propor ação com
obrigação de fazer e não fazer. No entanto, o Código nada ressalva. Para
aqueles que admitem, a indenização se converte a favor do espólio.

Arts. 13, 14 e 15- direito ao próprio corpo, vivo e morto.

A vida humana é o bem supremo. Preexiste ao direito e deve ser respeitada


por todos. O direito à vida deve ser entendido como o direito ao respeito à
vida do próprio titular e de todos.
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Arts. 13 e 14. Direito ao próprio corpo abrange tanto a sua integralidade


como as partes dele destacáveis e sobre as quais exerce o direito de
disposição.

Lei n º 9434/97- Lei de transplantes- art. 9 e § 3º. Os atos de disposição do


próprio corpo, segundo Maria Helena Diniz, só podem ser realizados para
fins de transplantes, desde que o ato não represente risco para a sua
integridade física e mental e não cause mutilação ou deformação
inaceitável. Ex. doar um rim, um pedaço do fígado, medula óssea.
No caso de retirada post mortem deverá ser esta precedida de diagnóstico
de morte encefálica, baseado em critérios clínicos definidos por Resolução
do Conselho Federal de Medicina ( Lei n. 9.434/97).

É preciso observar que precisa do CONSENSO AFIRMATIVO (dizer o sim)


o querer de forma livre, através de manifestação da sua vontade.

Se for de falecido incapaz, só por meio de seu representante legal Se o


corpo for de pessoa não identificada, proibida está a remição post mortem
de seus órgãos ou tecidos.

Regra: Toda pessoa tem direito a dispor do próprio corpo. Quando para
fins de transplantes, rege-se por lei especial. Se não for para esse fim
segue a regra geral. Disposição do próprio corpo do morto (forma gratuita
e com finalidade científica ou altruística).

Obs: art. 13 do CC proíbe a ablação de órgãos do corpo humano realizada


em transexuais. Contudo, a legitimidade para reclamar do ato e de suas
consequências, em juízo, é exclusivamente do paciente, que dispõe do
próprio corpo e poderá dar-se por satisfeito com o resultado.

A Resolução nº 1955/2010 do CFM, não considera ilícita a realização de


cirurgias que visem à adequação do sexo, autorizando-as.
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A venda de órgãos é vedada pela CF (art 199, par. 4º). O ato de disposição
do próprio corpo não pode contrariar os bons costumes. Quando
conveniente por disposição médica poderá dispor (ex. tirar um rim
necrosado).

Art. 15- Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de


vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
A regra obriga os médicos, nos casos mais graves, a não atuarem sem
prévia autorização do paciente, que tem a prerrogativa de se recusar a se
submeter a um tratamento perigoso. (intervenção cirúrgica quando há risco
de vida) . Está ligo ao principio da transparência e do dever de informação,
previstos no Código de Defesa do consumidor.

Só se pode usar tratamento ou cirurgia para o bem do enfermo. Em caso de


colisão de direitos, deve-se aplicar a técnica da ponderação. A lei, portanto,
privilegia o direito à vida, que deve nortear a ação do profissional de saúde.

Se o tratamento não trouxer risco e se for necessário à vida, a pessoa


não pode ser constrangida mesmo contra sua vontade?
R. Entendo que pode, mas a construção será doutrinária e jurisprudencial.

Convicção religiosa: a convicção religiosa só deve ser considerada se tal


perigo na hipótese, não for iminente e houver outros meios de salvar a vida
do doente.
É direito do paciente a recuso a algum tratamento ou não aceitação de
continuidade terapêutica nos casos incuráveis ou de sofrimento atroz ou,
ainda, que possa trazer disco de vida ( testamento vital ou diretiva
antecipada)
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DIREITO AO NOME ( arts. 16 a 19 )

Trata-se de direito da personalidade que identifica e distingue a pessoa no


seio da sociedade e da família.

É tratado de maneira expressa pelo NCC. É um direito de personalidade


que deriva diretamente do direito à identidade. A pessoa identifica-se no
meio da sociedade pelo nome, estado e domicílio.
Portanto, a natureza jurídica do nome é direito da personalidade e não um
direito de propriedade (que é alienável e tem características que não se
compatibilizam com o nome). O direito ao nome é inalienável e
imprescritível.

Aspectos
a) individual: direito que todas as pessoas têm ao nome;
b) público: interesse que o Estado tem de que as pessoas possam se
distinguir uma das outras (LRP, arts. 54 a 58; CC arts. 16 a 19)
Trata-se de direito inalienável, imprescritível e irrenunciável, essencial para
o exercício regular dos direitos e do cumprimento das obrigações.

Elementos do nome
a) prenome ou nome:- identificação do indivíduo - simples ou composto;
b) sobrenome - agora é juridicamente assim denominado, mas antes do
NCC era denominação vulgar de apelido de família ou nome patronímico -
procedência familiar do indivíduo- também chamado apelido de família ou
patronímico – mãe + pai – nada impede o contrário.
c) agnome: Junior, neto, sobrinho, terceiro, quarto, filho.
Axiônimo:- designação que se dá à forma cortês de tratamento. Ex. Exmo
Sr.; Vossa Santidade; Dr.; etc.
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O prenome pode ser livremente escolhido pelos pais, desde que não
exponha o filho ao ridículo (LRP, art 55, par. único) a regra é que o prenome
é definitivo (LRP, art. 58).

O sobrenome é sinal que identifica a procedência da pessoa, indicando


sua filiação ou estirpe. Adquire-se com o nascimento e é imutável (art. 55 e
56 da Lrp)- pode ser o do pai ou o da mãe, ou de ambos - não é escolhido,
faz parte, por lei, do nome completo. Pode ser simples ou composto e
acompanhado de de , do , da , dos e das.

Obs:- registro de filhos havidos fora do casamento- art. 59 e 60 da LRP -


não será lançado o nome do pai sem que este expressamente autorize –
Lei 8560/92, obrigação de remeter ao juiz os dados sobre o suposto pai que
será convocado voluntariamente para reconhecer o filho e não o fazendo,
os dados serão encaminhados ao MP que poderá promover ação de
investigação de paternidade.

CC, art.16, direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.


Os reflexos patrimoniais do nome podem ser negociados (nome artístico) mas
ninguém pode abrir mão do nome, tendo em vista ser irrenunciável,
imprescritível e inalienável.

CC, art. 17- a lei proíbe a usurpação do nome alheio e garante a indenização
dos danos que a usurpação possa ter provocado.

CC, art. 18- sem autorização não se pode usar o nome alheio em propaganda
comercial.

CC.art. 19- entende-se que há uma interpretação ampla, protegendo todas as


formas de “nome” da pessoa natural. Mesma proteção que se dá ao nome,
estende-se ao pseudônimo, independente de qualquer registro.
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O pseudônimo é o nome suposto que alguém usa para esconder o seu próprio
nome, ocultar o nome. Ex. Mano, Veio, Doquinha, Kaká, Robinho, etc. Na
época da ditadura, Chico Buarque assinava suas composições como Julinho
da Adelaide.

Heterônimo: é nome imaginário de um personagem criado, que tem


características próprias. Ex. Fernando Pessoa tinha 07 heterônimos para cada
personagem que escrevia.

Hipocorístico: Claudinho, Claucau, etc.

Alcunha ou epíteto : vulgarmente chamado de apelido (Pelé, Lula, Xuxa)


permite o art. 58 da LRP a incorporação do nome de alcunhas notórias.

ALTERAÇÃO DO NOME ( LEI N º 6015/73)

Consta do art. 58 da Lei 6015/73 que o prenome será definitivo, portanto não
pode ser alterado, em regra, livremente (não é modificado só porque a pessoa
quer) Interpretação jurisprudencial - o nome não é livremente mutável como é o
sobrenome até 1 ano após a maioridade.

Contudo, dispõe o art. 56 da mesma lei que o interessado, no primeiro ano


após ter atingido a maioridade civil, poderá pessoalmente ou por procurador,
alterar o nome (sem qualquer justificação), desde que não prejudique os
apelidos de família – assim, devemos entender o “nome” como expressão de
“sobrenome” + “prenome”, ou seja nome completo - deve o interessado
respeitar a definitividade (imutabilidade) do prenome, de acordo com o art. 58,
bem como o sobrenome. Afora isso, poderá acrescentar novos nomes
intermediários e não precisa para a jurisprudência (RT 562/73) respeitar o
prazo da maioridade, podendo requerer antes.
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Após o prazo do art. 56 não será por procedimento administrativo a mudança,


mas por procedimento judicial, mediante pedido motivado (art 57) e sempre por
sentença , nos casos de:
a) erro de grafia: art. 110 e ss da LRP - procedimento sumário, no próprio
Cartório, com manifestação do MP e sentença do Juiz.
b) que exponha o titular ao ridículo: art. 109 LRP- retificação do nome;
c) homonímia: nomes idênticos – pode alterar trazendo mais sobrenome e
quando isto não for possível, acrescenta-se um prenome.
d) apelidos públicos e notórios: podem ser incluídos no nome e também
substituir o prenome (art.58 da LRP)
e) Lei de Proteção às testemunhas: pessoas que entrarem no esquema de
proteção à testemunha podem mudar o prenome e inclusive, o
sobrenome, a fim de permanecerem no anonimato;
f) ECA - alteração a princípio do sobrenome e se houver pedido expresso
ao juiz, pode-se alterar o prenome;
g) tradução de prenome estrangeiro: por ex. Willian por Pedro.

h) casamento: homem ou mulher podem adotar o sobrenome do outro (art.


1565, par. 1º) e também há a faculdade de não se adotar o sobrenome,
permanecendo o nome de solteiro. No que se refere à união estável, a LRP
no seu art. 57, par. 2º já previa que o companheiro adotasse o sobrenome
do outro.

Tanto o CC de 1916, como o CC/2002 utilizam o verbo acrescer de tal modo


que o cônjuge/companheiro não podem adotar sobrenome com supressão total
ou parcial de seu sobrenome. Contudo, esta matéria está também regulada na
esfera administrativa- normas de serviço da Corregedoria Geral da Justiça –
que permitiu, contra a lei, que o cônjuge ao adotar o sobrenome do outro
pudesse fazê-lo em prejuízo de seu próprio nome, suprimindo total ou
parcialmente o seu sobrenome.

Obs:- Mudança de sexo – não há, a rigor, nenhuma hipótese específica de


alteração de nome. Contudo, na jurisprudência existe posição minoritária que
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nega a alteração do nome sob fundamento de que não há previsão legal e


outra que permite a alteração do nome sob fundamento de exposição ao
ridículo alguém que tem nome masculino e conformação feminina ou vice-versa
e que fere o direito constitucional à identidade, que deve corresponder ao que a
pessoa é. Permite-se também como base no direito de igualdade e de
tolerância.
Hoje é posição consolidada nos enunciados, na doutrina e na
jurisprudência a permissão para a cirurgia de mudança de sexo e do
nome e até do direito ao esquecimento.

TÉRMINO DO CASAMENTO:

Com o divórcio pode haver alteração do sobrenome. Será da seguinte forma:

a) consensual: há opção do cônjuge em continuar ou não usando o


sobrenome do outro;

b) litigiosa: discutível depois da EC nº 66/2010. O CPC novo tenta


reabilitar a Separação Lázara.

O Código prevê a possibilidade de manter o nome quando:

a) significar grave prejuízo à sua identificação;

b) causar grave prejuízo de identificação dos filhos;

c) dano grave reconhecido na decisão judicial.

DIREITO A PALAVRA E À IMAGEM

Imagem –retrato é a representação física da pessoa, como um todo ou em


partes separadas do corpo (nariz, olhos, boca, etc) desde que identificáveis,
implicando o reconhecimento de seu titular, por meio de fotografia, escultura,
desenho, pintura, cinema, sites, face, instagram, etc. Imagem- atributo é o
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conjunto de caracteres ou qualidades cultivadas pela pessoa, reconhecidos


socialmente como habilidade, competência, lealdade, pontualidade, etc. . O
direito de imagem é autônomo, não necessitando estar ligado a intimidade,
identidade, honra, etc.

Art. 20 - proteção à imagem e palavra – proíbe a divulgação sempre que esta


agredir a boa honra ou com finalidade comercial (Lei 9610/98-direitos
autorais).

CC/2002, art 20- parte interessada, sem prejuízo da indenização que couber
pode requerer a proibição da divulgação de escritos; transmissão da palavra
ou publicação, exposição ou utilização da imagem que atingirem a honra, boa
fama ou respeitabilidade ou que destinarem a fins comerciais.

O lesado poderá pleitear reparação por dano moral e patrimonial provocado por
violação do uso da imagem-retrato ou imagem-atributo e pela divulgação não
autorizada de escritos ou de declarações feitas.

A captação de imagem também é proibida? E se a divulgação não afrontar


a honra ou tiver fim comercial, não há proteção? Pode haver ofensa à
imagem sem haver ofensa à honra ou sem a finalidade comercial. ( VIDE ADIN
4815)

A reprodução da imagem é emanação da própria pessoa e somente ela pode


autorizá-la.

A CF/88 declara inviolável a intimidade, a vida privada, a honra e a


imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação ( art. 5º X).

Art. 21- proteção à intimidade - a vida privada da pessoa natural é inviolável, e


o juiz , a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias
para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma — c/c art. 5º, X, CF
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que protege todos os aspectos da intimidade, e concede ao prejudicado a


prerrogativa de pleitear ou cessar o ato abusivo ou ilegal. Caso o dano,
material ou moral, já tenha ocorrido, o direito à indenização é assegurado
expressamente pela norma constitucional. ( VIDE ADIN 4815)

Privacidade não se confunde com intimidade, mas a intimidade pode estar


incluída na privacidade. A privacidade ( minha casa, minha sala, meu estúdio)
está geralmente ligado a aspectos externos e, a intimidade a aspectos
internos do viver da pessoa ( seus segredos, pudor, medos, relacionamento. A
intimidade é a zona espiritual íntima e reservada de uma pessoa, constituindo
um direito da personalidade.

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