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Direito Civil I – Parte Geral

Profª. Jéssica Feitosa Ferreira

Direitos de Personalidade

1. Conceito: constituem a proteção básica, fundamental que decorre da personalidade.


São direitos subjetivos, extrapatrimoniais que caracterizam uma relação jurídica
existencial e garantem o exercício de vida digna nas relações privadas.

2. Características
2.1. Origem eminentemente cristã

2.2. Objetivam proteger a pessoa e a sua dignidade

2.3. Não taxativos (numerus clasus)

2.4. Intransmissíveis/irrenunciáveis1
2.4.1. Indisponibilidade relativa

2.5. Impenhoráveis

2.6. Vitalícios

2.7. Absolutos (erga omnes)

2.8. Imprescritíveis

3. Forma de aquisição
3.1. Concepção uterina2

4. Forma de proteção3
4.1. Preventiva
4.2. Repressiva

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Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Enunciado 4, JDC: “O exercício dos direitos de personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que
não seja permanente, nem geral.”
2
Enunciado 1, JC: “A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne
aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura.”
3
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e
danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o
cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
5. Espécies
5.1. Direito à integridade física4
5.1.1. Transplantes5
5.1.2. Transexuais6

5.2. Direito ao cadáver7


5.2.1. Testamento vital - Direito à morte digna
5.2.2. Código Civil X Lei n.º 9.434/978

5.3. Direito à autonomia do paciente9

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Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida
em lei especial.
5
L9434/97. Art. 1º A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou post
mortem, para fins de transplante e tratamento, é permitida na forma desta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, não estão compreendidos entre os tecidos a que se refere este
artigo o sangue, o esperma e o óvulo.
Art. 9o É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do
próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consangüíneos até
o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização
judicial, dispensada esta em relação à medula óssea.
§ 3º Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos,
tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem
risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento de suas aptidões vitais e saúde
mental e não cause mutilação ou deformação inaceitável, e corresponda a uma necessidade terapêutica
comprovadamente indispensável à pessoa receptora.
6
(“Temos o direito de ser diferentes em nossa pluralidade e nossa forma de ser.” Carmem Lúcia, 2018.
Presidente do STF).
7
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo
ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
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Enunciado 277, JDC: “O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade da disposição gratuita do próprio
corpo, com objetivo científico ou altruístico, para depois da morte, determinou que a manifestação
expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos familiares, portanto, a aplicação do
art. 4º da Lei n. 9.434/97 ficou restrita à hipótese de silêncio do potencial doador.”
9
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a
intervenção cirúrgica.
5.3.1. Internação compulsória10
5.3.2. Testemunhas de Jeová

5.4. Direito à imagem11


5.4.1. Exceções
5.4.1.1. Autorização (expresso ou tácito)
5.4.1.2. Administração da justiça
5.4.1.3. Manutenção da ordem pública

5.4.2. Flexibilização
5.4.2.1. Lugares públicos

5.5. Direito à vida privada12

5.6. Direito ao esquecimento13


5.6.1. Direito à informação?

6. Extinção dos direitos de personalidade


6.1. Morte
6.1.1. Art. 212, CP14

10
L10216/01. Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os
recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado que
caracterize os seus motivos.
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro; e
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.
11
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem
pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização
da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que
couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais
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Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará
as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
13
Enunciado 531, JDC: “A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui o
direito ao esquecimento”.
14
CP. Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

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