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UNIDADE 09

Dimensões Subjetiva e Objetiva dos Direitos Fundamentais

 Os direitos fundamentais correspondem à de uma ação negativa ( em especial, de respeito ao espaço

de liberdade do indivíduo ou positiva de outrem.
 A dimensão objetiva resulta do significado dos direitos fundamentais como princípios básicos da
ordem constitucional. Os direitos fundamentais participam da essência do Estado de Direito
democrático.

9.1. A teoria da crise política ( crise constituinte) e os direitos fundamentais.

A tragédia da organização constitucional dos países do Terceiro mundo decorre grandemente da

impossibilidade de fazer estáveis as formas democráticas da Sociedade, açoitadas de problemas sociais,
econômicos e financeiros quase insolúveis numa estrutura de poder onde o Estado é tudo e a Nação civil muito
pouco.
Qual a solução? A efetivação dos direitos fundamentais e superação das desigualdades.

9.2 - Direito à Vida

O direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos, pois é um pré-requisito à existência e exercício
de todos os demais direitos.
A Constituição proclama, portando, o direito à vida, cabendo ao Estado assegurá-lo em dupla acepção:
=>continuar vivo ( o artigo 7° da Lei 8.069/90 afirma que “a criança e o adolescente têm a proteção à vida e à
saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e desenvolvimento sadio e
harmonioso, em condições dignas de existência)
=> ter vida digna quanto à subsistência.
Em decorrência do primeiro desdobramento encontramos a proibição da pena de morte, salvo em caso de guerra
declarada, nos termos do artigo 84, XIX. Assim, mesmo por emenda constitucional é proibida a instituição da
pena de morte no Brasil, sob pena de se ferir a cláusula pétrea do artigo 60 §4°, IV.
 Direito a existência;
 Direito à integridade física;
 Direito á integridade moral;
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A doutrina moderna impede, ainda, evolução reacionária ou o retrocesso social, e, nesse sentido, não
admitiria a previsão da pena de morte, nem mesmo da manifestação do poder constituinte originário.
Questões Polêmicas:
 O STF no julgamento da ADI 3510 entendeu constitucional a realização de pesquisas com células-tronco
embrionárias, sem que isso significasse violação do direito à vida. Segundo o STF, é constitucional o
artigo 5° da Lei 11.105/2005 ( Lei da Biossegurança), que admite, para fins de pesquisa e terapia, a
utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos, e estabelece condições para essa
utilização.
 Numa votação apertada, 6 X 5, o Supremo Tribunal Federal entendeu que as pesquisas com célula-tronco
embrionária, nos termos da lei, não violam o direito à vida.
 Segundo o Ministro Relator, Carlos Ayres Britto, o zigoto seria o embrião em estágio inicial, pois ainda
destituído de cérebro. A vida começaria com o surgimento do cérebro que, por sua vez, só apareceria
depois de introduzido o embrião no útero da mulher. Assim, antes da introdução no útero não se teria
cérebro e, portanto, sem cérebro, não haveria vida.
 A constatação de que a vida começa com a existência do cérebro ( segundo o STF e sem apresentar
qualquer análise axiológica ou filosófica) estaria estabelecida, também, no artigo 3 da Lei de Transplantes,
que prevê a possibilidade de transplante depois da morte desde que se constate a morte encefálica. Logo,
para a lei, o fim da vida estaria previsto com a morte cerebral e, novamente, sem cérebro, não haveria vida
e, portanto, nessa linha, o conceito de vida estaria ligado ( segundo o STF) ao surgimento de cérebro.
 Eutanásia; o direito à vida tem um conteúdo de proteção positiva que impede configurá-lo como um direito
de liberdade que inclua a própria morte
A eutanásia passiva vem adquirindo vários defensores ( o desligamento das máquinas de doentes em
estágio terminal, sem diagnóstico de recuperação), assim como o suicídio assistido.
Atenção: no caso da eutanásia ativa ( o Estado – médico – provocando a morte) seria homicídio.
 Aborto: a penalização do aborto corresponde à proteção da vida do nascituro, em momento anterior ao
seu nascimento.
 A convenção americana de Direitos Humanos, em seu artigo 4°, entende a vida a partir do momento da
concepção.
 O Código Penal brasileiro, em seu artigo 128, expressamente prevê a possibilidade do aborto terapêutico
e aborto sentimental ou humanitário.
 Artigo 128 do Código Penal:
 Não se pune o aborto praticado por médico:
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 Aborto necessário
 I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
 Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
 II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando
incapaz, de seu representante legal.