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AESGA

Amanda Maciel de Lemos Vasconcelos Ferraz


3 Período de Direito - Tarde

1-Interrupção antecipada da gestação : Existe um direito fundamental ao aborto? Levando em


consideração o artigo 5° (direito a vida)

O tema do aborto é bastante complexo e envolve diferentes perspectivas éticas, morais,


religiosas e legais. No Brasil, o aborto é tratado como um crime, com algumas exceções
previstas em lei. No entanto, é importante entender que os direitos fundamentais, incluindo o
direito à vida, são princípios consagrados na Constituição Federal brasileira.
O artigo 5º da Constituição, que trata dos direitos e garantias fundamentais, estabelece,
em seu inciso II, o direito à vida como um dos direitos invioláveis. Isso significa que o Estado
tem o dever de proteger a vida desde a concepção até a morte natural. Nesse contexto, o
aborto é considerado um ato que viola o direito à vida do feto.
No entanto, é importante notar que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, em
algumas situações específicas, a possibilidade de interrupção da gestação até o terceiro mês de
gestação, sem que isso seja considerado crime. Essas situações incluem casos de gravidez
resultante de estupro e de fetos anencéfalos. Nessas circunstâncias, o STF entende que há uma
colisão de direitos fundamentais, e a interrupção da gestação nessas situações específicas é
uma forma de proteger outros direitos fundamentais, como a dignidade da mulher e a saúde
física e mental.
Portanto, enquanto o direito à vida é um princípio fundamental na Constituição
brasileira, o STF reconheceu que em situações excepcionais, como nos casos de estupro ou de
fetos anencéfalos, outros direitos fundamentais também devem ser considerados, levando à
possibilidade de interrupção da gestação nessas circunstâncias específicas.

2- Eutanásia: Existe um direito a própria morte? Levando em Consideração o artigo 5° (direito


a vida)

A eutanásia, que envolve a prática de encerrar intencionalmente a vida de uma pessoa


para aliviar seu sofrimento, é uma questão complexa e altamente debatida, especialmente em
relação aos direitos fundamentais, como o direito à vida.
O artigo 5º da Constituição Federal brasileira assegura o direito à vida como um direito
inviolável. Isso significa que o Estado tem o dever de proteger a vida de todos os indivíduos,
garantindo sua integridade física e moral.
No contexto da eutanásia, o debate sobre o direito à própria morte é delicado. Embora a
Constituição garanta o direito à vida, alguns argumentam que os indivíduos deveriam ter
autonomia sobre suas próprias vidas, inclusive o direito de escolher quando e como morrer,
especialmente em casos de doenças terminais ou sofrimento insuportável.
No entanto, a legislação brasileira não reconhece o direito à eutanásia ou ao suicídio
assistido. O Código Penal brasileiro criminaliza a prática de auxílio ao suicídio (artigo 122) e o
homicídio, que inclui o ato de provocar a morte de outra pessoa, mesmo que seja a pedido
desta (artigos 121 e seguintes).
Portanto, embora exista um debate ético e moral sobre o direito à própria morte,
especialmente em casos de sofrimento extremo, atualmente, no Brasil, não há reconhecimento
legal do direito à eutanásia ou ao suicídio assistido. O direito à vida, conforme estabelecido na
Constituição, continua sendo um princípio fundamental que deve ser protegido pelo Estado.

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