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Aula 01
Teoria Geral dos
Direitos Humanos
Sumário
Sumário .................................................................................................. 2
1 - Considerações Iniciais .......................................................................... 4
2 – Teoria Geral dos Direitos Humanos ........................................................ 4
2.1 – Conceito e terminologia .................................................................. 4
2.2 – Estrutura Normativa ....................................................................... 7
2.3 – Fundamentos dos Direitos Humanos ................................................ 9
3 – Características dos Direitos Humanos .................................................. 14
3.1 – Superioridade Normativa (e norma jus cogens) ............................... 14
3.2 - Historicidade ............................................................................... 16
3.3 - Universalidade ............................................................................. 18
3.3. Relatividade .................................................................................. 21
3.4 - Irrenunciabilidade ........................................................................ 23
3.5 - Inalienabilidade ........................................................................... 24
3.6 - Imprescritibilidade........................................................................ 24
3.7 - Interdependência ......................................................................... 25
3.8 – Caráter erga omnes ..................................................................... 27
3.9 - Exigibilidade ................................................................................ 28
3.10 - Abertura.................................................................................... 28
3.11 – Aplicabilidade imediata (efetividade) ............................................ 29
3.12 – Dimensão objetiva ..................................................................... 31
3.13 – Proibição do retrocesso (efeito cliquet) ......................................... 32
3.14 – Eficácia horizontal ...................................................................... 33
4 – Dimensões dos Direitos Humanos ........................................................ 35
4.1 – Primeira Dimensão dos Direitos Humanos ....................................... 36
4.2 – Segunda Dimensão dos Direitos Humanos ...................................... 37
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teoria e questões
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1
PERES LUÑO, Antônio. Derechos humanos, Estado de derecho y Constitución. 5. edição.
Madrid: Editora Tecnos, 1995, p. 48.
2
COMPARATO, Fábio Konder. Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. 7ª edição, rev.,
ampl. e atual., São Paulo: Editora Saraiva, 2010, p. 13.
3
SARLET, Ingo Wolfgang. Eficácia dos Diretos Fundamentais. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2004, p. 110.
4
BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos. 2ª edição, rev., ampl., Salvador: Editora JusPodvim,
2012, p. 25.
Comentários
A assertiva está incorreta. Primeiramente, é importante esclarece que a primeira
parte da assertiva é confusa, não há verdadeiramente um consenso em relação
ao fundamento dos Direitos Humanos.
A dignidade da pessoa constitui o objeto central ou, ao menos, o principal direito
humano que temos. Porém, não é tecnicamente correto afirmar que o
fundamento da disciplina está na dignidade.
Fora esse aspecto, encontra-se incorreta a assertiva na segunda parte. Existem
outros direitos para além daqueles explícitos no texto constitucional. Como bem
sabemos existem princípios implícitos que revelam normas de direitos humanos.
Ademais, não há consenso acerca do conteúdo da dignidade. Pelo contrário, há
muita dificuldade em se fixar o conceito de dignidade.
REGRAS PRINCÍPIOS
Além disso, em termos normativos, devemos frisar que tanto as regras como
os princípios são considerados espécie de normas, logo possuem
normatividade. Hoje não é mais aceita a ideia clássica de que os princípios
constituem tão somente instrumentos interpretativos e orientadores da aplicação
do direito. Essa é apenas uma das funções dos princípios.
NORMAS
JURÍDICAS
regras princípios
Fundamentos
Paralelamente à corrente que nega a possibilidade de delimitação dos Direitos
Humanos, foi construída pela doutrina uma série de fundamentos que somados
constituem os fundamentos dos Direitos Humanos.
Estudaremos fundamentos principais:
o jusnaturalista;
o positivista; e
o moral.
Fundamento Jusnaturalista
Para a corrente jusnaturalista, o fundamento dos Direitos Humanos está em
normas anteriores e superiores ao direito estatal posto, decorrente de
um conjunto de ideias, de origem divina ou fruto da razão humana.
5
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos, São Paulo: Editora Saraiva, 2014
(versão digital).
6
ADI 595/ES, Rel. Celso de Mello, 2002, DJU de 26-2-2002.
7
SS 2.061 AgR/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, Presidente, DJU 30-10-2001.
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Os julgados acima, bem exemplificam que embora não seja a tese prevalente
para a defesa de direitos humanos, por vezes, é reportado como um dos
fundamentos da nossa disciplina.
Fundamento positivista
Segundo o fundamento positivista, a formação dos Estados Constitucionais
de Direito, como é o caso do Brasil, levou à inserção de Direitos Humanos nas
constituições.
Deste modo se escritos em textos legais são considerados Direitos
Humanos. Antes de serem positivados são considerados apenas valores e juízos
morais.
Acerca dessa corrente leciona André de Carvalho Ramos8:
O fundamento dos direitos humanos consiste na existência da lei positiva, cujo pressuposto
de validade está em sua edição conforme as regras estabelecidas na Constituição. Assim,
os direitos humanos justificam-se graças a sua validade formal.
Fundamento Moral
Para finalizar, vejamos a fundamentação moral, segundo a qual os direitos
humanos consistem no conjunto de direitos subjetivos originados diretamente
dos princípios, independentemente da existência de regras prévias. Assim, os
direitos humanos podem ser considerados direitos morais que não
aferem sua validade por normas positivadas, mas extraem validade
diretamente de valores morais da coletividade humana. Entende-se que a
moralidade integra o ordenamento jurídico por meio de princípios referindo-se às
exigências de justiça, de equidade ou de qualquer outra dimensão da moral.
Existe, portanto, um conteúdo ético na fundamentação dos Direitos
Humanos, no que se refere à necessidade de assegurar uma vida digna
às pessoas.
8
RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional.
2ª edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2012 (versão eletrônica).
Quadro sinótico
FUNDAMENTO JUSNATURALISTA
FUNDAMENTO POSITIVISTA
FUNDAMENTO MORAL
•Os direitos humanos podem ser considerados direitos morais que não aferem
sua validade por normas positivadas, mas diretamente de valores morais da
coletividade humana.
Em suma:
Superioridade Relatividade ou
Historicidade Universalidade
Normativa Limitabilidade
Irrenunciabilidade
ou Inalienabilidade Imprescritibilidade Interdependência
Indisponibilidade
Proibição do
Dimensão objetiva Eficácia horizontal
retrocesso
Por conta disso, a norma cogente de direitos humanos não pode ser alterada
pela vontade um Estado e a revogação de norma imperativa somente é possível
por intermédio de norma de igual hierarquia, ou seja, somente por outra norma
jus cogens, elaborada pelas mesmas partes.
O jus cogens está consagrado na Convenção Internacional sobre o Direito dos
Tratados de Viena de 1969 nos arts. 53, 64 e 71.
O primeiro dispositivo conceitua a norma imperativa de direitos humanos (jus
cogens).
Artigo 53 - Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral
(jus cogens)
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma
imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma
norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela
comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma
derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito
Internacional geral da mesma natureza (destacamos).
3.2 - Historicidade
A historicidade traduz o fato de que os Direitos Humanos decorrem de um
processo de formação histórica, de modo que, com o tempo, os direitos
humanos surgem e se solidificam em razão das lutas da sociedade em
defesa da dignidade da pessoa.
Assim, não podemos afirmar que o conjunto de direitos que compõe nossa
matéria surge em determinado momento fixo. Pelo contrário, eventos como a
Declaração dos Direitos do Homem e as grandes Guerras Mundiais foram
marcantes para o surgimento gradual e expansão dos Direitos Humanos.
A historicidade é base para o estudo das dimensões (ou gerações) dos
Direitos Humanos, que veremos adiante.
Um aspecto interessante, relacionado com a historicidade, é a discussão acerca
da relação entre o Direito Natural e os Direitos Humanos. Vimos acima que um
dos fundamentos dos direitos humanos é a concepção jusnaturalista. Vimos,
também, que a principal crítica ao jusnaturalismo como fundamento é o fato de
não se adequar à ideia de historicidade!
9
RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional.
(versão eletrônica).
Não vamos aqui tecer maiores considerações acerca do Direito Natural. Todavia,
devemos compreender que o Direito Natural traduz um conjunto de normas
fundadas na natureza das coisas, trata-se de um direito ideal, acima de todas as
leis, integrado por regras e por princípios que objetivam àquilo que é justo e
correto, tendo por finalidade legitimar as leis positivas. Assim, toda Constituição,
toda lei, todo tratado internacional – como diplomas normativos – deve partir do
Direito Natural (fundamento de legitimidade). Em razão disso, a doutrina afirma
que o Direito Natural é fixo, absoluto, universal e atemporal.
É exatamente esta última característica (atemporalidade) que nos interessa!
Afirma-se o Direito Natural, em razão de estar acima do direito positivo de cada
Estado, se relacionaria com os Direitos Humanos. Isso, hoje, não é considerado
correto! Acabamos de estudar que os Direitos Humanos são históricos, fruto do
desenvolvimento da sociedade, que se constroem e se solidificam com o tempo.
Por outro lado, vimos, também, que o Direito Natural é atemporal, sempre existiu
e sempre existirá independentemente do momento histórico. Notem que as duas
coisas não se equivalem.
Os direitos naturais são inatos, cabendo a cada Estado, por meio de suas normas,
declará-los. Essa ideia não se aplica aos Direitos Humanos, que surgiram com o
lento evoluir da sociedade.
Esses conceitos e a correta compreensão da evolução dos Direitos Humanos serão
analisados ainda na presente aula, quando tratarmos da afirmação histórica dos
Direitos Humanos.
Por ora, lembre-se:
DIREITOS HUMANOS ≠ DIREITOS NATURAIS
10
BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos, p. 26.
HISTORICIDADE
3.3 - Universalidade
O debate que envolve a universalidade, em Direitos Humanos, é: ser universal
na diversidade. Trata-se de um desafio da sociedade internacional que objetiva
interpretações comuns aos mais diversos temas da sociedade como direito à vida,
aborto, transplantes de órgãos, arquivos secretos etc.
Caro aluno, entendeu? Não?! Calma, logo entenderá!
A universalidade é uma característica tão discutida pelos estudiosos, que pode
ser identificada a partir dela, duas correntes: universalistas e relativistas.
Analisar essas correntes envolve a discussão sobre “universalismo e relativismo
cultural”.
De acordo com doutrina universalista, os direitos humanos podem ser
compreendidos em 2 sentidos distintos:
Os Direitos Humanos destinam-se a todas as pessoas,
independentemente de suas características pessoais, culturais, sociais ou
econômicas. Não há que se falar em qualquer forma de discriminação
para saber se são ou não aplicáveis os Direitos Humanos.
Os Direitos Humanos abrangem todos os territórios, todos os
países, todas as sociedades. Podemos afirmar que os Direitos Humanos
possuem validade em qualquer local deste planeta, não havendo
limitações territoriais.
Diz-se, portanto, que os Direitos Humanos são universais, pois se aplicam todas
as pessoas em qualquer lugar do mundo!
Conforme leciona Rafael Barreto11,
A universalidade pode ser ilustrada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que
enuncia direitos comuns a todos os homens pela simples condição humana, sem nenhuma
discriminação, e que afirma que todos os seres humanos integram uma família única – a
família humanidade -, merecedora de respeito e dignidade de todos os lugares.
11
BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos, p. 28.
Comentários
A questão acima é interessantíssima, pois envolve a discussão acerca do
relativismo cultural. Um dos efeitos causados pela pretensão de se universalizar
os Direitos Humanos é tornar homogêneos concepções muito distintas, hábitos e
culturas totalmente opostas.
12
GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar. 2ª edição, 2014, p. 292.
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GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar, p. 291.
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Logo, a celeuma deve ser resolvida com equilíbrio, não é possível excluir um
em total detrimento do outro. É necessária uma convivência harmônica, desde
que, evidentemente, seja assegurado aquilo que alguns doutrinadores
denominam de “núcleo duro” dos direitos humanos, vale dizer, conjunto de
direitos humanos de suma importância e necessário, independentemente
das particularidades dos diversos povos.
UNIVERSALIDADE
3.3. Relatividade
Estudamos em Direito Constitucional, na parte de Teoria Geral, que os princípios,
hoje considerados espécies de normas, não são absolutos. Vale dizer, quando o
aplicador do direito se confrontar com situação em que um princípio indica uma
decisão e outro princípio indica outra decisão oposta à primeira, o jurista deverá
relativizar um princípio para a defesa do princípio que entende, para
aquele caso, mais importante.
Vejamos um exemplo bem simples. O princípio da liberdade,
direito fundamental, poderá ser relativizado em diversas
circunstâncias, como, por exemplo, no caso de condenação
criminal ou nas hipóteses em que é admitida a prisão privativa do acusado. O
legislador, ao elaborar nosso Código Penal, analisou entre as diversas
modalidades de crimes e estabeleceu que uns violam bens e valores tão
14
RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional.
(versão eletrônica).
Para a prova...
15
Podemos citar, ainda: a) artigo V, da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “ninguém
será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante”; b) artigo
7º, do Pacto dos Direitos Civis e Políticos: “ninguém poderá ser submetido à tortura, nem a penas
ou tratamento cruéis, desumanos ou degradantes. Será proibido sobretudo, submeter uma
pessoa, sem seu livre consentimento, a experiências médias ou cientificas”; e c) artigo 5, 2, da
Convenção Americana sobre os Direitos Humanos: “ninguém deve ser submetido a torturas, nem
a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada de liberdade deve ser
tratada com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano”.
RELATIVIDADE
vedação á tortura
Exceções à logo são direitos humanos
relatividade absolutos:
vedação à escravidão
3.4 - Irrenunciabilidade
Para compreendermos a irrenunciabilidade (ou indisponibilidade), vamos
entender alguns aspectos jurídicos a respeito da renúncia.
Quem faz faculdade de Direito estuda, nas aulas de Teoria Geral, que as pessoas
podem renunciar direitos considerados disponíveis. O ordenamento jurídico
prevê uma gama de direitos que são consubstanciados em textos legais. Alguns
são considerados tão importantes, porque tutelam a vida, a dignidade, a
liberdade, que mesmo que a pessoa queira renunciá-los não poderá. Por outro
lado, direitos relacionados com aspectos patrimoniais, podem ser renunciados. É
o que ocorre, por exemplo, como perdão de dívidas. Embora o credor seja titular
da pretensão e dos valores a ele devidos, poderá renunciar.
Adaptando essa ideia aos direitos humanos, porque eles envolvem o rol dos
direitos mais importantes de uma pessoa, não poderão ser renunciados, ainda
que se deseje abrir mão deles.
Vejamos um exemplo. Não é possível, por exemplo, determinada
pessoa dispor do próprio corpo, quando isso importar a diminuição
permanente da integridade física, conforme se extrai do art. 13, do
CC. Logo, por mais que a pessoa pretenda fazê-lo, não poderá vender
determinado órgão vital para ser transplantado no corpo de outrem.
Permitir tal situação seria renunciar à integridade física, um direito
humano fundado na dignidade da pessoa.
A dignidade humana deverá ser observada e respeitada pela
simples condição humana. Se é humano, deverá ter dignidade! Logo, pela
característica da irrenunciabilidade, devemos entender que a pessoa não
pode dispor sobre a proteção à sua dignidade. Assim, eventual renúncia a
direito humano é nula, não possuindo qualquer validade jurídica.
IRRENUNCIABILIDADE
3.5 - Inalienabilidade
Essa característica é bastante simples e relaciona-se com a irrenunciabilidade.
De acordo com a doutrina, os Direitos Humanos não poderão ser alienados.
Dito de outra forma, o titular não poderá dispor dos Direitos Humanos.
Dessa forma, a retirada de órgão humano vital não é aceita porque, por um lado,
viola a característica da irrenunciabilidade e, por outro, veda-se a alienabilidade
da dignidade para auferir lucro.
Por conta disso, inclusive, prevê o art. 14, do CC, que a disposição do corpo após
a morte, seja com objetivo científico ou com sentido altruístico, somente será
possível de forma gratuita.
INALIENABILIDADE
3.6 - Imprescritibilidade
A imprescritibilidade, que remete à ideia de que as normas de Direitos
Humanos não se esgotam, nem se consomem, com o passar do tempo.
3.7 - Interdependência
Entende-se por interdependência a mútua relação entre os Direitos Humanos
protegidos pelos diversos diplomas internacionais.
Em razão da ampliação dos direitos humanos é comum, por exemplo, que um
direito se vincule ao conteúdo de outro, demonstrando a relação de
complementaridade.
Exemplifica-se a característica interdependência com a liberdade de associação
em relação ao reconhecimento do direito de associação profissional ou sindical.
O primeiro direito é genérico, garante a todos a possibilidade de se associarem
para quaisquer fins civis lícitos. Essa temática, levada para as relações de
trabalho constitui o direito de associação profissional ou sindical, que nada mais
é do que a possibilidade de empregadores e trabalhadores se reunirem para a
defesa de direitos que lhes são próprios. Notem que o segundo direito referido
guarda uma relação de dependência e de complementariedade em relação ao
seguinte.
Comentários
Aqui temos uma questão que aborda as características dos Direitos Humanos.
Cada alternativa aborda uma característica diferente. Vejamos!
3.9 - Exigibilidade
A característica da exigibilidade relaciona-se com a implementação dos
direitos humanos. A efetividade sempre foi e será objeto de diversas
discussões, pois remete à análise da responsabilidade internacional dos Estados,
o que, por vez, é delicado de se impor ante a soberania de cada nação.
O estudo mais aprofundado da característica da exigibilidade remete aos modos
de verificação da responsabilidade de um Estado pela violação dos direitos
humanos, que não é assunto dessa aula.
Por ora, você deve saber que a exigibilidade denota a característica dos direitos
humanos que se preocupa com a implementação dos desses direitos e com
a efetividade da responsabilização dos Estados, quando violados.
EXIGIBILIDADE
3.10 - Abertura
Essa característica remete ao processo de alargamento do rol de direitos
humanos, de forma que, segundo os doutrinadores, o rol de direitos não é
taxativo (não exaustivo). Vale dizer, sempre será possível, a depender dos
influxos da sociedade, o reconhecimento de novos direitos humanos pois
eles possuem estrutura aberta.
APLICABILIDADE
Comentários
Questão fácil, não?! Embora ela se refira à Declaração Universal dos Direitos
Humanos (DUDH), cobra-se, em verdade, as características da nossa disciplina
que, porventura, estão arrolados expressamente na DUDH.
Como vimos, universalidade, efetividade (ou aplicabilidade imediata) e
indivisibilidade (decorrente da interdependência) constituem característica dos
Direitos Humanos.
Portanto, a alternativa E é a correta e gabarito da questão.
Comentários
Questão tranquila. Devemos cuidar para não marcar como incorreta, com olhos
fixos na característica da proibição do retrocesso. Notem que a assertiva é
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apresenta de forma ampla, como quem abordar a referida “luta pelos direitos”.
Ademais, justifica que o Estado, nessa luta, tem que se engajar, com a adoção
de ações e políticas voltadas não apenas para a gestão interna do país (atos de
governo), mas para defesa e representatividade do seu povo (atos de Estado).
Desse modo, os influxos constituem realidade, de forma que presenciamos
avanços e retrocessos na evolução dos direitos humanos. Portanto, está correta
a assertiva.
ESTADO
SOCIEDADE
SOCIEDADE SOCIEDADE
16
RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional.
(versão eletrônica).
vertical
o Estado e a sociedade
HUMANOS
Com isso finalizamos mais uma parte da aula, a parte mais extensa. São vários
os conceitos e, por isso, trouxemos diversos esquemas para facilita a apreensão
do assunto.
17
BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos, p. 36.
18
GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar, p. 63.
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Os civis são aqueles que, mediante garantias mínimas de integridade física e moral, bem
assim de correção procedimental nas relações judicantes entre os indivíduos e o Estado,
asseguram uma esfera de autonomia individual de modo a possibilitar o desenvolvimento
da personalidade de cada um.
19
GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar, p. 63.
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20
GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar, p. 64.
21
BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos, p. 41.
Comentários
A presente questão envolve a discussão a respeito das dimensões dos direitos
humanos. Trata-se de uma questão completa e aprofundada. Vejamos cada uma
das alternativas.
Como
bem ilustra o esquema acima, é possível perceber que a cada passo avante da
sociedade, maior é a proteção da dignidade da pessoa.
Segunda, finalizamos um dos pontos mais importantes da aula de hoje. Como
forma de auxiliar a fixação dessas informações, sugerimos a revisão periódica do
assunto, de acordo com o quadro-síntese abaixo.
associação
ao lema da
Liberdade igualdade fraternidade
Revolução
Francesa
Revolução Gloriosa na
Inglaterra Revolução Mexicana Pós-2ª Guerra Mundial
marco
histórico Independência dos EUA Revolução Russa Surgimento da ONU
Revolução Francesa
“Encíclica Rerum
“Segundo Tratado sobre Novarum” (Papa Leão trabalhos acadêmicos
marco o Governo” (John Locke) XIII) que visem à proteção
teórico “O Contrato Social” “Manifesto do Partido universal e solidária da
(Jean-Jacques Rousseau) Comunista” (Karl Marx e humanidade
Frederich Engels”
Constituição Americana
Constituição Mexicana
de 1787
marco de 1917 Declaração Universal dos
jurídico Declaração Francesa dos Direitos Humanos, de 1948
Constituição de
Direitos do Homem e do
Weimar de 1919
Cidadão de 1789
direito à liberdade de
exemplo direito à saúde direito ao meio ambiente
expressão
pesquisas biológicas e à
manipulação do patrimônio
genético das pessoas
(Norberto Bobbio)
direito direitos à paz
tutela da democracia, do
direito à informação e o
pluralismo político (Paulo
Bonavides)
Comentários
Lembre-se:
Comentários
Podem sintetizar as primeiras três dimensões da seguinte forma:
3ª D: direitos
difusos e
coletivos
2ª D: direitos
econômicos e
sociais
1ª D: direitos
civis e políticos
22
COMPARATO, Fábio Konder. Afirmação Histórica dos Direitos Humanos, p. 13.
Período Axial
Primeiramente vamos compreender o termo “axial”. Axial refere a eixo. Vale
dizer, o período axial dos direitos humanos é o eixo sobre o qual se
desenvolve a disciplina Direitos Humanos.
Compreendido entre VIII a.C e II a.C., esse período levou à formação
daquilo que conhecemos por humanidade.
O século VIII a.C. marca o INÍCIO do período axial, quando os estudiosos
estabeleceram princípios e diretrizes fundamentais da vida.
Em seguida, no século V a.C. nasce a filosofia, que marca uma evolução: a
passagem do saber mitológico para o saber da razão. Antes, as coisas eram
fantásticas, tudo o que existia era fruto da criação dos deuses. Com a filosofia, o
homem passou a exercer um papel crítico e racional na realidade, não mais
apegado à mitologia.
Em razão dessa mudança de postura, o homem passou a ser o centro das
discussões. Dito de outra forma: as pessoas passaram a ser objeto de análise
e de reflexão.
Isso não quer dizer que deixou de existir a mitologia ou religião, mas com o
tempo ela foi adaptada, de maneira que passou a se cultuar, por exemplo,
antepassados, pessoas com modelos éticos para orientar o comportamento das
novas gerações.
Nesse período houve aproximação e compreensão mútua entre os diversos
povos que compunham as comunidades da época.
Assim leciona Fábio Konder Comparato23 sobre esse período:
É a partir do período axial que, pela primeira vez na História, o ser humano passa a ser
considerado, em sua igualdade essencial, como ser dotado de liberdade e razão, não
obstante as múltiplas diferenças de sexo, raça, religião ou costumes sociais.
23
COMPARATO, Fábio Konder. Afirmação Histórica dos Direitos Humanos, p. 19.
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Século XVII
Esse período é caracterizado pelo que a doutrina denomina de “crise de
consciência”, no qual os estudiosos e pensadores da época passaram a
questionar o poder político.
Ao lado das revoluções científicas da época, houve o renascimento dos ideais
republicanos e democráticos, intensificando-se o sentimento de
liberdade e de resistência ao poder absolutista.
Por conta disso, esse período é marcado pelo estatuto das liberdades pessoais,
com destaque para:
1. criação do habeas corpus; e
2. Bill of Rights.
Em suma: nesse período despontou o ESTATUTO DAS LIBERDADES
PESSOAIS, guardando íntima relação com a temática dos Direitos Humanos.
Comentários
Essa questão é extremamente maldosa!
Sabemos que o Bill Of Rights constitui uma declaração de direitos de lliberdade
(de expressão, política e de tolerância religiosa). Trata-se de um documento que
surgiu no Reino Unido em 1689 e possui grande relevância para a afirmação
histórica dos Direitos Humanos.
Contudo, não é desse documento que trata a questão. Ela refere-se ao Bill of
Rights DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, que é o nome dado às primeiras
10 emendas à Constituição dos EUA de 1787. Esse documento caracteriza-se por
conter direitos básicos do cidadão em face do Estado, porém não se confunde
com Bill os Rigths que estudamos acima.
Portanto, a alternativa C é a correta e gabarito da questão.
24
COMPARATO, Fábio Konder. Afirmação Histórica dos Direitos Humanos, p. 62.
Comentários
Temos aqui uma questão dificílima, mas que ilustra bem o nosso estudo. Em face
disso, vamos comentá-la no material. A Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, marca a Revolução Francesa e é fundamental na afirmação histórica dos
Direitos Humanos.
Embora seja reconhecido como documento fundamental de Direitos Humanos, há
autores que criticam o documento. Na questão, a FCC explorou justamente isso.
Ela quer saber, em cada um dos itens, quais são os críticos referidos.
Acrditamos que uma questão tal como essa é difícil de aparecer em provas. As
provas de Defensor Público do Estado de São Paulo caracterizam-se por serem
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as mais difíceis do Brasil na matéria. Assim, se nós soubermos até o que eles
estão cobrando lá, não teremos dificuldade nenhuma em nossa prova.
No primeiro item temos um excerto de Karl Marx crítico ferrenho da burguesia e
do sistema capitalista desenvolvido após à Revolução Francesa. Notem que o
excerto deixa claro que a Declaração de Direitos do Homem é feita para “uma
espécie de homem”, o burguês.
Em relação ao segundo item, temos uma citação de Gouges. Sem necessidade
de nos aprofundarmos muito a respeito do tema, Marie Gouze (conhecida como
Gouges) foi uma feminista revolucionária. Defendia os direitos das mulheres
criou uma obra denominada “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, em
crítica à autoridade masculina e à relação desigual travada na Declaração.
Desse modo, a alternativa C é a correta e gabarito da questão.
PERÍODO OBSERVAÇÕES
- Bill Of Rights
Comentários
Analisando as alternativas, excluímos a alternativa A, pois o junaturalismo
constitui um movimento que é utilizado como fundamento dos Direitos Humanos
e não como marco histórico evolutivo da matéria. Do mesmo modo, a
independência do Brasil naõ possui significado na evolução dos Direitos Humanos.
25
BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. (Coutinho, Carlos Nélson – trad.). 5º reimp. Rio de
Janeiro: Editora Campus, 1992, p. 68
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A nova ordem mundial deve se opor às irracionalidades, por vezes, causadas pelo
mercado, não deixando de considerar as diversidades históricas e culturais, bem
como, eventuais compensações e reparações dos grupos vulneráveis e
marginalizados, historicamente excluídos da sociedade. Caso contrário, todo o
26
CANÇADO TRINDADE, Augusto. O Brasil e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais. Brasília: Cordenações de Publicações, 2000 (versão eletrônica).
Comentários
Novamente temos uma questão complexa, recentemente abordada pela FCC. Ela
ilustra bem os aspectos negativos impostos aos Direitos Humanos em face do
movimento globalizatório.
Há pensadores, tais como Eric Hobsbawn, que falam em “imperialismo dos
Direitos Humanos”.
E o que seria isso?
Em termos simples, seria uma forma de impor vontades e concepções ocidentais
a países com outras concepções, sob o argumento de que tais países violam
sistematicamente os direitos mais básicos das pessoas, bem como adotam
governos didatoriais.
Argumenta-se que em tais situações apenas a força armada poderia assegurar
minimamente o respeito a direitos humanos.
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teoria e questões
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27
Morais, José. L. B. Direitos Humanos, Estado e Globalização. In: RÚBIO, David Sanchez.
Direitos Humanos e Globalização. 2ª edição, Porto Alegre: ediPUCRS, 2010, p. 143.
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teoria e questões
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globalização civilizatória;
7 - Questões
Considerando as questões analisadas no decorrer da aula (10 questões), mais as
43 questões que compõem a bateria abaixo, temos a seguinte distribuição de
questões, que denota a importância dos assuntos para fins de prova:
17
16
12
AULA 01
7.2 - Gabarito
Questão 01 – CORRETA Questão 02 – INCORRETA
Questão 21 – B Questão 22 – D
Questão 23 – C Questão 24 – E
Questão 25 – B Questão 26 – E
Questão 35 – E Questão 36 – D
Questão 37 – C Questão 38 – B
Questão 43 – INCORRETA
Comentários
Embora a questão se refira à Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH),
que não foi estudada, podemos respondê-la, com base nos conhecimentos iniciais
da matéria.
O cerne dos direitos humanos previstos internacionalmente é a dignidade, que é
inerente a todas as pessoas. A dignidade deve ser assegurada a todas as pessoas,
não se admitindo qualquer ato de despojamento do ser humano em relação a
esses direitos. Portanto, está correta a assertiva.
Comentários
A questão acima confunde as teorias que fundamentam os Direitos Humanos.
Para a teoria jusnaturalista os Direitos Humanos são superiores, universais,
imutáveis e inderrogáveis.
Podemos distinguir ambas as teorias da seguinte forma:
Comentário
Embora a questão faça um pouco de confusão entre direitos humanos e direitos
fundamentais, é exatamente isso: o poder político é responsável para,
internamente, editar normas de direitos fundamentais e, externamente, normas
direitos humanos, ambas objetivando à proteção da dignidade da pessoa.
Lembre-se:
Comentários
Temos aqui uma questão que envolve o conceito de Direitos Humanos. Se
analisarmos, concluiremos que a alternativa A é a correta e gabarito da questão.
Embora esteja incompleta, podemos concluir que os Direitos Humanos
constituem os direitos fundamentais, essenciais à pessoa, e que maximizam a
dignidade.
Não bastasse, as demais alternativas contêm falhas. Vejamos objetivamente.
A alternativa B está incorreta pois os “direitos fundamentais” (e não os Direitos
Humanos) são aqueles previstos na Constituição Federal. Além disso, não se
restringem às pessoas que respondem a inquéritos ou processos penais.
Totalmente incorreta, portanto.
A alternativa C, do mesmo modo, está incorreta. Os direitos humanos não
derivam apenas do espírito humano. Na realidade, o conceito apresentado
assemelha-se ao conceito de direitos do homem, de viés jusnaturalista, que não
representa o conceito atual de Direitos Humanos. Ademais, é relevante destacar
que ao contrário do afirmado os Direitos Humanos podem estar positivados em
lei.
A alternativa D, do mesmo modo, está incorreta. Não há qualquer correção ao
conceito filosófico de Direitos Humanos que o atrele apenas ao direito de
liberdade.
Finalmente, o erro da alternativa E está atrelar os Direitos Humanos ao direito
de propriedade. Embora esse direito releve o direito de liberdade, ao contrário do
que se afirmou, a defesa dos Direitos Humanos pressupõe modificação do foco.
Ao invés de se dar primazia ao ter – aos bens – prioriza-se a proteção à pessoa,
ou seja, à dignidade.
Comentários
Comentários
Essa é uma questão bastante difícil e que está incorreta. A doutrina
contemporânea afirma que não é possível falar em uma única fundamentação
dos Direitos Humanos. Entendem os doutrinadores que cada um dos
fundamentos (jusnaturalista, postitivista e moral) dos Direitos Humanos tiveram
sua contribuição para lançar as bases da nossa disciplina.
Prova disso são os julgados citados em aula do STF que se reportaram à origem
jusnaturalista dos Direitos Humanos.
Portanto, a assertiva está incorreta.
Comentários
Certeiramente a indivisibilidade e a universalidade constituem características dos
Direitos Humanos:
INDIVISIBILIDADE UNIVERSALIDADE
Comentários
Vejam que a afirmação não faz sentido. A universalidade conforme estudamos,
contrapondo com a ideia de relatividade, nos afirmou que os Direitos Humanos
tendem a serem aplicados para todas as pessoas e para todos os territórios,
sempre respeitando as diferenças, de forma que não é possível pensar em
imposição da visão de mundo ocidental.
Logo, está incorreta a assertiva.
Comentários
Predomina nos direitos fundamentais (e nos Direitos Humanos, externamente) a
universalidade, a unidade e não a consideração a aspectos individuais
isoladamente considerados.
Logo, a assertiva está incorreta.
Comentários
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teoria e questões
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Comentários
Devemos lembrar que a universalidade objetiva exatamente o contrário do
afirmado: estabelecer determinados valores protegidos em documentos
internacionais dirigidos a todos os países.
Logo, a assertiva está incorreta.
Comentários
É exatamente pelo fato de vincularem o gênero humano que os direitos humanos
são considerados irrenunciáveis, vale dizer, não constituem bens jurídicos
patrimoniais, cuja disposição pelo seu titular é permitida.
Comentários
Quando houver várias normas tratando do mesmo direito humano, em nome do
universalismo, e ideia de complementariedade dos Direitos Humanos, deve-se
aplicar a norma a norma mais benéfica à pessoa.
Não há, portanto, uma regra prévia de prevalência. Informa-se que a norma mais
favorável à pessoa será aplicável.
Estudamos em Direitos Humanos que as normas não se excluem, mas se
complementam. Assim, diante do conflito de normas, ao invés de aplicarmos as
regras jurídicas de solução de antinomias (critério cronológico hierárquico ou da
especialidade) ambas as normas devem ser aplicadas de forma complementar,
buscando-se a melhor forma de se proteger a dignidade da pessoa.
Classicamente, diante da presença de duas normas conflitantes, válidas e
emanadas de autoridade competente, sem que se possa dizer qual delas será
aplicada no caso concreto, o aplicador do direito deverá se valer dos critérios
acima mencionados.
Segundo o critério cronológico, a lei posterior revoga a lei anterior, vale dizer,
prevalece a norma mais recente. Para o critério hierárquico a lei de superior
hierárquica prevalece em comparação à lei inferior. Por fim, segundo o critério
da especialidade, a lei específica tem prevalência sobre a lei que estabelece
apenas normas gerais.
Em Direitos Humanos, entretanto, os critérios acima podem ser desconsiderados
na hipótese de conflito entre normas a fim de que se aplique a norma mais
favorável. Essa é a essência de aplicação do princípio "pro homine".
Segundo doutrina de Luís Garcia, ao nos depararmos com o concurso simultâneo
de normas, sejam elas internacionais ou internas, devemos escolher para aplicar
a norma que: a) garantir mais amplamente o gozo do direito; b) que admitir
menos restrições ao exercício do direito humano; ou c) a que impor maiores
condições a eventuais restrições aos direitos humanos.
Comentários
A assertiva está incorreta, posto que a rigidez hierárquica não caracteriza os
Direitos Humanos. Podemos afirmar, ao contrário, que os Direitos Humanos
adotam diversas fontes e devemos aplicar aquela que for mais favorável à
proteção da dignidade da pessoa humana.
Comentários
A Convenção de Viena consagra as denominadas normas jus cogens que são
consideradas normas de direitos humanos superiores, se sobrepondo às demais
normas do ordenamento internacional.
Assim, a assertiva está incorreta, posto que ao contrário do afirmado na
assertiva, a Convenção de Viena viabiliza normas superiores de Direitos
Humanos.
Comentários
Devemos ter máxima atenção para resolver essa questão. Embora a ideia central
de cada uma dessas características indique que ambas são excludentes, sabemos
que ambas convivem nos Direitos Humanos, de modo que se fala em
universalidade dos Direitos Humanos, respeitando-se diferenças culturais,
econômicas e sociais dos Estados.
Portanto, a assertiva encontra-se incorreta.
Comentários
Exatamente isso! Devemos lembrar que, em regra, os Direitos Humanos podem
ser flexibilizados, podem ser colmatados para conviver harmonicamente com
outros Direitos Humanos. Tal entendimento ganha relevo no contexto de que os
Direitos Humanos são compostos precipuamente por princípios.
Em que pese essa seja a regra, existem, segundo a doutrina de Noberto Bobbio,
dois direitos humanos que não podem ser relativizados, vale dizer que são
absolutos:
1. Vedação à tortura; e
2. Vedação à escravidão.
Deste modo, a assertiva está correta.
Comentários
Cuidado com essa questão. Devemos dissociar o direito humano do direito à
reparação civil em decorrência da violação a um determinado direito humano. Os
direitos humanos propriamente são irrenunciáveis e imprescritíveis, o que torna
a assertiva incorreta. Por outro lado, a reparação civil em decorrência da violação
aos direitos humanos é prescritível.
Notem, portanto, que a colocação de empregado para trabalhar em condições
subumanas é direito humano, cuja ação para livrá-lo de tal situação não
prescreve. Caso, entretanto, esse empregado pretenda uma reparação civil do
empregador que o submeteu a condições precarizantes, deverá postular uma
ação de reparação por danos materiais e morais, conforme o caso.
Logo, a assertiva está incorreta.
Comentários
Cuidado para não confundir os assuntos!
A aplicabilidade imediata dos Direitos Humanos refere-se ao fato de que as
normas de direitos humanos não dependem de normal ulteriores para lhe conferir
exequibilidade. Afirma-se, assim, que os Direitos Humanos possuem
aplicabilidade imediata.
Por outro lado, a vigência do tratado internacional em nosso ordenamento jurídico
depende da internalização.
Desse modo, podemos afirmar que tão logo seja internalizado o tratado
internacional, terá aplicação imediata em nosso ordenamento jurídico.
Logo, está correta a assertiva.
Comentários
Questão bastante fácil, que envolve os direitos típicos de cada geração.
Conforme quadro da questão 02, percebe-se que os direitos de primeira
dimensão albergam os direitos civis e políticos. Já os direitos sociais,
econômicos e culturais estão compreendidos na segunda dimensão dos
Direitos Humanos.
Logo a assertiva está incorreta.
Comentários
A presente questão é bastante tranquila e exige o conhecimento dos direitos
pertinentes a cada dimensão.
Para responder à questão, vejamos o quadro abaixo28:
28
Com base em: GUERRA, Sidnei. Direitos Humanos: Curso Elementar, 2ª edição, São Paulo:
Editora Saraiva, p. 62/65.
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Assim:
A alternativa A está incorreta uma vez que engloba direitos de segunda
dimensão.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, posto que o direito à
vida e o direito à liberdade são direitos civis.
A alternativa C está incorreta, tendo em vista que os direitos trabalhistas e os
direitos previdenciários são direitos sociais, compreendidos como direitos de
segunda dimensão.
A alternativa D, do mesmo modo, está incorreta posto que, embora os direitos
civis estejam circunscritos à primeira dimensão, o direito à paz é abrangido pela
terceira dimensão.
Finalmente, a alternativa E está incorreta, posto que o direito à
fraternidade consta do rol de direitos de terceira dimensão e os direitos
sociais estão compreendidos na segunda dimensão dos Direitos
Humanos.
Lembre-se que há cizânia doutrinária quanto aos direitos de quarta e
quinta dimensão. Entretanto, não há maiores preocupações, pois estas
dimensões raramente são exigidas em provas, vez que retiram a objetividade da
questão, gerando dúvidas. De todo modo, ainda que a matéria venha a ser
cobrada, provavelmente, exigirá o pensamento de Paulo Bonavides, que está
consentâneo com o quadro acima.
O pensamento divergente mais importante é o de Norberto Bobbio para quem os
direitos humanos de quarta geração são os direitos à manipulação do patrimônio
genético, direitos esses que, segundo a concepção do doutrinador brasileiro estão
acomodados na quinta geração.
Comentários
Vejamos cada uma das assertivas.
A assertiva I está correta. A Constituição de Weimar representa a ascensão do
Estado Social do séc. XX e, concomitantemente, a crise do Estado Liberal do séc.
XVIII. A referida constituição, juntamente com a Constituição do México de 1917,
é marco do movimento constitucionalista, consagrando direitos socais de
segunda dimensão, estabelecendo entre outros direitos:
Direitos relativos às relações de produção e de trabalho;
Direito à educação, à cultura, à previdência;
Reorganização do Estado em função da Sociedade e não mais em função
do indivíduo; e
Função social da propriedade.
A assertiva II está correta, pois consagra expressamente tanto direitos de
primeira quanto de segunda dimensão.
A assertiva III está correta, posto que, segundo doutrina majoritária é possível
encontrar direitos de terceira dimensão na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, notadamente, o direito ao desenvolvimento.
Comentários
Trata-se de questão bastante simples, que exige do candidato exemplos de
direitos econômicos (direitos de segunda dimensão, ao lado dos direitos sociais
e culturais).
Assim, a alternativa A está incorreta, posto que os direitos dos trabalhadores
embora sejam direitos de segunda dimensão, são direitos sociais. Ademais, os
direitos ambientais constituem direitos de terceira dimensão.
A alternativa B está incorreta posto que a garantia fundamental da segurança
individual é direito de primeira dimensão. Já os direitos dos consumidores é
direitos transindividual, característico dos direitos de terceira dimensão.
A alternativa C está correta e os direitos elencados são econômicos. O Direito
Econômico é ramo do direito que trata d regulamentação da produção e da
Comentários
Como vocês podem perceber esse tipo de questão tem bastante
incidência em provas de concurso público. Logo, fique atento!
Cada alternativa contempla três direitos: o inicial deve ser um
direito de primeira dimensão; o seguinte deve ser um direito de
segunda dimensão; e, ao final, deve constar um direito de terceira dimensão.
Antes de responder à questão, retome o quadro constante da questão 02, após:
A alternativa A está incorreta:
a) sociais, à autodeterminação dos povos e econômico.
A alternativa B está incorreta:
b) econômico, políticos e ao desenvolvimento.
A alternativa C está incorreta:
c) civis, ao desenvolvimento e políticos
A alternativa D está incorreta:
d) políticos, ao meio ambiente sadio e sociais.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão
e) civis, sociais e à paz
Comentários
Esse é o tipo de questão que não podemos errar em prova, pois todos sabemos
que os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade (liberté, égalité,
fraternité) constituem o lema da Revolução Francesa, importante movimento
contra a opressão do poder absolutista.
Deste modo, está correta a alternativa B, gabarito da questão.
Comentários
A presente questão exige os direitos consubstanciados nas três clássicas
dimensões, em ordem:
primeira dimensão: direitos civis e políticos
segunda dimensão: direitos sociais, econômicos e culturais
terceira dimensão: direitos de solidariedade e de fraternidade
Assim, a alternativa A está incorreta:
a) direitos individuais; direitos coletivos e direitos sociais.
Os direitos de solidariedade e de fraternidade caracterizam-se por serem direitos
coletivos e, portanto, de terceira dimensão.
Assim, a alternativa B está incorreta:
b) direitos individuais, direitos coletivos e liberdades negativas.
Comentários
Está correta a assertiva. Entre os direitos de primeira dimensão estão os direitos
civis e, certamente, o direito de propriedade é um dos direitos individuais civis
mais importantes deles, ao lado do direito de liberdade e do princípio da
igualdade.
Do mesmo modo, os direitos de segunda dimensão são característicos do Estado
de Bem-Estar social, na medida em que representam a necessidade de o Estado
efetivar políticas públicas para garantir o bem estar da coletividade, tais como o
direito à saúde.
Logo, a assertiva está correta.
Comentários
Exato! Os direitos de terceira dimensão são representados pelos direitos de
fraternidade e solidariedade, que abrangem os direitos difusos e coletivos.
Quanto às quarta e quinta dimensões referidas na assertiva, se retornarmos à
Aula 01, podemos afirmar que as os direitos referidos estão em conformidade
com o posicionamento de Norberto Bobbio. Logo, ainda mais considerando que a
questão alertou haver divergências, a assertiva está correta.
Comentários
Essa assertiva tem que ficar memorizada. Os direitos dos trabalhadores são
espécie de direitos sociais de segunda dimensão. Lembre-se que, neste caso, a
atuação estatal ocorre com a intervenção nas relações de trabalho, com o fim de
evitar abusos por parte do empregador.
Logo, a assertiva está correta.
Comentários
A evolução e afirmação histórica dos Direitos Humanos é recente, tendo como
marco fulcral a 2ª Guerra Mundial, que despertou a comunidade internacional
para a importância de se proteger os direitos humanos, em razão das atrocidades
ocorridas durante o conflito armado com inúmeras violações à dignidade das
pessoas.
Logo, é possível afirmar que o Direito Internacional dos Direitos Humanos surgiu
após o referido conflito bélico e, portanto, está correta a assertiva.
Comentários
A primeira vez em que houve declaração de direitos em documento escritos
remonta da baixa idade média, com a elaboração da Magna Carta, de 1215,
quando houve a previsão para assegurar direitos de liberdade como manifestação
inicial dos Direito Humanos.
Logo a assertiva está incorreta.
Comentários
Como vimos a consolidação dos Direitos Humanos é algo que ocorreu
paulatinamente, expandindo-se a cada confluência social. De todo modo, o
registro marcante a despertar a preocupação da comunidade internacional
quanto a temática protetiva dos direitos humanos, foi a 2ª Guerra Mundial.
Logo, a assertiva está incorreta.
Comentários
Trata-se de questão bastante interessante acerca da evolução e afirmação
histórica dos Direitos Humanos.
A alternativa A está incorreta, posto que os ideais de liberdade, igualdade e
fraternidade são discutidos antes da 2ª Guerra Mundial. É com a Revolução
Francesa que tais direitos são aventados e defendidos pela sociedade.
A alternativa B poderia gerar certa dúvida, pois, de fato, a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão constituem importante documento histórico na
afirmação dos Direitos Humanos. Entretanto, ao contrário do que fora afirmado,
a referida declaração é do século XVIII – de 1789 – e não do século XIX conforme
trouxe a questão.
A alternativa C está totalmente incorreta. A concepção filosófica racionalista
afirma a razão como única fonte para propiciar o conhecimento adequado da
realidade. Por decorrência, ao contrário do que mencionou a alternativa, esse
pensamento despoja-se do divino. Segundo essa corrente do pensamento
filosófico, o direito é compreendido como processo racional.
A alternativa D também está incorreta. O positivismo teve papel fundamental
para que os direitos assumissem caráter vinculativo, gerando efeitos jurídicos
perante toda a sociedade. Nesse contexto, à medida que foram positivados, os
direitos humanos passaram a ser exigíveis. Logo, contribuíram de modo
significativo para a afirmação e evolução histórica dos Direitos Humanos.
A alternativa E é a correta e gabarito da presente questão. Entre outros
pensamento filosóficos – como os mencionados pensamentos racionalista e
positivista – o “jusnaturalismo” teve forte influência para o reconhecimento dos
direitos humanos.
Comentários
A questão acima é comum em provas de concurso público, tendo em vista que
em Direitos Humanos algumas datas e eventos históricos são cruciais. Entre eles
o ano de 1948, que marca a edição pela ONU da Declaração Universal dos Direitos
do Homem, também conhecida como Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Vejamos, rapidamente, as alternativas.
A alternativa A está incorreta, posto que não existe tecnicamente uma “Corte
Internacional de Direitos Humanos”. Existe, por outro lado, conforme veremos ao
longo do Curso, a Corte Internacional de Justiça – que integra a ONU – e que foi
criada em 1945. Existe, também, a Corte Interamericana de Direitos humanos,
que integra a Organização dos Estados Americano, cuja criação remonta 1969.
A alternativa B está incorreta, pois a independência dos EUA – marco histórico
dos Direitos Humanos – data de 1776.
A alternativa C está incorreta, posto que a Revolução Francesa data de 1789.
A alternativa D está incorreta, pois a assinatura da Carta Magna ocorreu no
Século XVII, especificamente, em 1215.
Finalmente, a alternativa E é a alternativa correta e gabarito da questão
conforme comentários acima.
Comentários
O documento a que se refere a questão é a Magna Carta!
O referido documento foi assinado em 1215 e constituiu um acordo entre o rei e
barões a época. A Magna Carta se destinou à proteção dos direitos dos ingleses,
originários da law of the land (lei da terra). Devido à importância do documento
e disseminação ao longo da Europa, pode ser considerada como nascedouro de
direitos, influenciado inúmeros outros documentos posteriores. A principal
finalidade da Carta Magna foi a limitação do poder do rei, que assim como
qualquer cidadão, encontrava-se vinculado às leis. Ademais, neste documentos
foram assegurados direitos civis, como a propriedade privada e o direito de ir e
vir.
Logo a alternativa D é a correta a gabarito da questão.
A Lei do Habeas Corpus (Habeas Corpus Act) é um documento legislado de
1969, que foi editado para dar efetividade ao direito de ir e vir previsto na Magna
Carta. Tratou a referida lei de regulamentar formal processual para proteger
judicialmente o direito de liberdade. Logo, a alternativa A está incorreta.
A alternativa B está igualmente incorreta, posto que a Declaração de Direitos
da Inglaterra, embora documento importante na evolução histórica dos Direitos
Humanos. O Bill of Rigths foi imposto a Guilherme de Orange ao ser empossa rei
na Inglaterra em 1969. Em síntese, o referido documento prescreveu, além de
maiores poderes ao Parlamento Inglês, direitos de liberdade, à vida e à
propriedade privada.
A Declaração de Independência dos EUA, que data de 1776, acentuou direitos de
liberdade, bem como direitos de revolução, de acordo com a doutrina. Logo, está
incorreta a alternativa D.
Finalmente, a alternativa E está incorreta, pois a Declaração de Direitos do
Homem e do Cidadão data de 1789, foi criada no auge da Revolução Francesa e
caracteriza-se pela defesa dos direitos de liberdade, igualdade e fraternidade.
Comentários
Para resolver a presente questão devemos ter em mente a evolução história das
três clássicas dimensões de direitos.
Após a Revolução Francesa foi editada a Constituição de 1791 que firmou direitos
civis e políticos, mais especificamente, garantiu os direitos de liberdade,
impondo limites ao Estado Absolutista anteriormente imperante.
Entretanto, a tão só garantia de direitos negativos não foi suficiente para
suplantar as mazelas sociais presentes na sociedade à época. Em razão disso,
novo momento inicia-se para agregar, para além da proteção dos direitos civis e
políticos, outra dimensão de direitos. Passa-se a defender direitos que propiciem
condições de igualdade material, efetivados por intermédio de uma atuação
estatal ostensiva. Esta corrente do pensamento é explorada substancialmente
pela corrente filosófico-política comunista, que se portou de forma
veementemente contrária às explorações à classe trabalhadora decorrente da
Revolução Industrial.
Deste modo, os Estados passaram a legislar sobre direitos de segunda dimensão
e, notadamente sobre direito do trabalho, que constou pioneiramente da
Constituição do México de 1917 e da Constituição de Weimar de 1919.
Logo a alternativa C é a correta e gabarito da questão.
Comentários
Comentários
Conforme vimos em questão anterior, a Magna Carta foi assinada em 1215 e
constituiu um acordo rei e barões da Inglaterra, que se destinou à proteção dos
direitos individuais, originários da law of the land (lei da terra). A finalidade
principal do documento foi a submissão do rei às suas regras a sim de evitar
arbitrariedades e excessiva cobrança de impostos, além de reconhecer direitos
civis como a propriedade privada e o direito de ir e vir.
Assim, a alternativa B é a correta e gabarito da questão.
Apenas por curiosidade:
O Talmude é uma compilação, que data de 499 d.C., de leis
e tradições judaicas, consistindo-se em 63 (sessenta e três) tratados de assuntos
legais, éticos e históricos29.
O Alcorão, também conhecido por Corão, é o livro sagrado do Islã. Os
muçulmanos acreditam que o Corão é a palavra literal de Deus (Alá) revelada ao
Profeta Maomé ao longo de um período de 22 anos. O seu título significa
"Recitação" ou "Leitura"30.
29
Extraído de http://pt.wikiquote.org/wiki/Alcor%C3%A3o, acesso em 09.10.2014.
30
Extraído de http://pt.wikiquote.org/wiki/Talmude, acesso em 09.10.2014.
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Comentários
Correto. Tal afirmação consta da doutrina de Fábio Konder Comparato. Isso fica
evidente, especialmente no que tange à criação da ONU, que é decorrência direta
a mobilização internacional contra as barbáries da 2ª Guerra Mundial.
Logo, a assertiva está correta.
Comentários
O movimento socialista defende maior intervenção estatal, de modo que ao
Estado compete prover, na medida de suas possibilidades as necessidades da
sociedade. Essas necessidades caracterizam-se pelos direitos de segunda
dimensão.
Logo, está incorreta a assertiva.
Comentários
Quando da análise da afirmação histórica, vimos que o cristianismo foi essencial
para firmar a compreensão de que a pessoa é o centro das ações humanas,
contribuindo com o desenvolvimento dos Direitos Humanos.
Logo, a assertiva está incorreta.
Comentários
A assertiva está incorreta. Embora uma das consequências geradas pelo
processo de globalização seja a universalização dos Direitos Humanos, os
diversos sistemas de proteção devem coexistir.
No âmbito do Brasil, por exemplo, respeitamos as regras do Sistema Global,
capitaneado pela ONU, e do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, que é
conduzido pela OEA.
GABARITO: C
GABARITO: C
GABARITO: E
GABARITO: E
GABARITO: C
GABARITO: C
GABARITO: INCORRETO
GABARITO: C
GABARITO: E
GABARITO: A
GABARITO: D
9 - Resumo
Teoria Geral dos Direitos Humanos
CONCEITO: conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento
histórico, concretizam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade
humanas, as quais devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos
jurídicos em nível nacional e internacional.
dignidade: base dos Direitos Humanos é a dignidade da pessoa.
Direitos Humanos versus Direitos Fundamentais.
ESTRUTURA NORMATIVA
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NORMAS:
no âmbito internacional:
d) aos tratados internacionais;
e) aos costumes; e
f) aos princípios gerais do Direito Internacional.
no âmbito interno destaca-se:
d) Constituição Federal;
e) Leis específicas; e
f) Atos normativos secundários (como decretos executivos).
FUNDAMENTOS DOS DIREITOS HUMANOS
FUNDAMENTO JUSNATURALISTA
FUNDAMENTO POSITIVISTA
FUNDAMENTO MORAL
•Os direitos humanos podem ser considerados direitos morais que não aferem
sua validade por normas positivadas, mas diretamente de valores morais da
coletividade humana.
Em suma:
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HISTORICIDADE
HISTORICIDADE
UNIVERSALIDADE
UNIVERSALIDADE
RELATIVIDADE
RELATIVIDADE
vedação á tortura
Exceções à logo são direitos humanos
relatividade absolutos:
vedação à escravidão
IRRENUNCIABILIDADE
IRRENUNCIABILIDADE
INALIENABILIDADE
IMPRESCRITIBILIDADE
IMPRESCRITIBILIDADE
INTERDEPENDÊNCIA
INTERDEPENDÊNCIA
EXIGIBILIDADE
EXIGIBILIDADE
ABERTURA
DIMENSÃO OBJETIVA
DIMENSÃO OBJETIVA
EFICÁCIA HORIZONTAL
vertical
o Estado e a sociedade
HUMANOS
Revolução
Francesa
Revolução Gloriosa na
Inglaterra Revolução Mexicana Pós-2ª Guerra Mundial
marco
histórico Independência dos EUA Revolução Russa Surgimento da ONU
Revolução Francesa
“Encíclica Rerum
“Segundo Tratado sobre Novarum” (Papa Leão trabalhos acadêmicos
marco o Governo” (John Locke) XIII) que visem à proteção
teórico “O Contrato Social” “Manifesto do Partido universal e solidária da
(Jean-Jacques Rousseau) Comunista” (Karl Marx e humanidade
Frederich Engels”
Constituição Americana
Constituição Mexicana
de 1787
marco de 1917 Declaração Universal dos
jurídico Declaração Francesa dos Direitos Humanos, de 1948
Constituição de
Direitos do Homem e do
Weimar de 1919
Cidadão de 1789
direito à liberdade de
exemplo direito à saúde direito ao meio ambiente
expressão
pesquisas biológicas e à
manipulação do patrimônio
genético das pessoas
(Norberto Bobbio)
direito direitos à paz
tutela da democracia, do
direito à informação e o
pluralismo político (Paulo
Bonavides)
PERÍODO OBSERVAÇÕES
globalização econômica;
globalização civilizatória;
10 - Considerações Finais
Chegamos ao final da nossa aula. O assunto de hoje foi bastante cansativo,
porque envolve uma série de informações conceituais e históricas, e difícil
assimilação.
Em face disso, a aula toda foi elaborada com diversos resumos e esquemas que
têm por finalidade auxiliá-los na fixação e na revisão dos conceitos.
Por fim, cumpre mencionar que na próxima aula, do mesmo modo, será
conceitual e teórica. Essas duas aulas, entretanto, são fundamentais para todo o
curso, pois constituem a base para os demais assuntos. Somente na Aula 03
veremos os primeiros tratados e convenções internacionais.
Um forte abraço e bons estudos a todos!
Ricardo Torques
rst.estrategia@gmail.com
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