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Aula 00 - Extra

CNU - Desafios do Estado de Direito -


2024 (Pós-Edital)

Autor:
Alessandra Lopes, André Rocha,
Equipe André Rocha, Ricardo
Torques

21 de Janeiro de 2024
Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques
Aula 00 - Extra

Sumário

Proteção de Indivíduos e Grupos Vulneráveis ou Vulnerabilizados ................................................. 5

Deveres Específicos de Proteção ................................................................................................... 12

Obrigações Positivas ...................................................................................................................... 13

Devida Diligência (Due Dilligence) ................................................................................................. 14

Mandados de Criminalização em Matéria de Direitos Humanos ................................................... 15

Quadros de Vulnerabilidade Juridicamente Reconhecidos: parâmetros internacionais e


interamericanos .............................................................................................................................. 16

Vulnerabilidade e Interseccionalidades .......................................................................................... 17

Questões Comentadas ................................................................................................................... 18

Lista de Questões ........................................................................................................................... 29

Gabarito .......................................................................................................................................... 35

DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO


CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Iniciamos o nosso curso de Desafios do Estado de Direito para o CNU. Trata-se de curso produzido
por diversas “mãos” dada a interdisciplinaridade do edital.

O edital é multidisciplinar e aberto. Os temas são vagos e trazem ainda mais responsabilidade no
que diz respeito à produção dos conteúdos escritos e em vídeo. Vejo necessário ajustar o
cronograma para inserir algumas aulas com foco mais explicativo. Ademais, nas aulas em vídeo,
será possível fazer um direcionamento mais claro. O conteúdo programático é, em si, de Teoria
Geral do Estado (ou de Direito Constitucional), de Atualidades e de Direitos Humanos. Aos Direitos
Humanos, inclusive, cumpre, em meu sentir a missão de colmatar os temas todos.

Diante disso, vamos organizar o curso para atendê-los com conteúdo escrito e em vídeo, todos
específicos.

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Em relação à produção escrita, vamos ministrar todo o conteúdo com foco específico da seguinte
forma:

1) Temas os quais serão analisados de modo abrangente, apenas nos aspectos de direitos
humanos:

2.1 Estado de direito e a Constituição Federal de 1988: consolidação da democracia,


representação política e participação cidadã. 2.2 Divisão e coordenação de Poderes
da República. 2.3 Presidencialismo como sistema de governo: noções gerais,
capacidades governativas e especificidades do caso brasileiro. 2.7 Desenvolvimento
sustentável, meio ambiente e mudança climática.

Para atender a esses itens, haverá duas aulas escritas, as aulas 05 e 06.

2) Temas de direitos humanos, os quais serão analisados de forma aprofundada.

2.4 Efetivação e reparação de Direitos Humanos: memória, autoritarismo e violência


de Estado. 2.5 Programa Nacional de Direitos Humanos PNDH-3 (Decreto nº
7.037/2009). 2.6 Combate às discriminações, desigualdades e injustiças: de renda,
regional, racial, etária e de gênero.

Para atender a esses itens, haverá as aulas 00 a 04 e a aula 07. Em cada uma dessas aulas,
vamos focar na produção específica de conteúdo quanto à vulnerabilidade, minorias e
direitos humanos.

Em relação à produção de conteúdo em vídeo, vamos produzir vídeos específicos para todas as
nossas aulas, com o seguinte planejamento:

1 - Direitos Humanos e Cidadania

2 - Constituição como Norma Suprema

3 - Elementos Fundamentais do Estado

4 - Estado Democrático de Direito

5 - Forma, Sistema e Regime de Governo e Forma de Estado

6 - Direitos Humanos no Brasil

7 - Democracia no Sistema Constitucional Brasileiro

8 - Proteção a Minorias e Grupos Vulneráveis

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9 - Idoso

- Vulnerabilidade e direitos humanos da pessoa idosa

- Proteção internacional

- Proteção interna

- Estatuto do Idoso

10 - Racismo

- Combate ao Racismo

- Proteção Internacional

- Proteção Interna

- Estatuto da Igualdade Racial

- Lei Caó

- Injuria Racial

- Quilombolas

11 - Mulher

- Proteção à mulher

- Proteção Internacional

- Proteção Interna

- Lei Maria da Penha

12 - Programa Nacional de Direitos Humanos

13 - Desigualdade e Injustiça de Renda

14 - Desigualdade e Injustiças Regionais

15 - Desenvolvimento Sustentável, Meio Ambiente e Mudança Climática

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Ainda, após pesquisa feita pelo nosso time, entendemos necessário, na presente aula, trazer a
introdução aos grupos vulneráveis, que irá formar base de estudo, oportunidade em que vocês
irão estudar os seguintes pontos:

Proteção de Indivíduos e Grupos Vulneráveis ou Vulnerabilizados ................................................. 5

Deveres Específicos de Proteção ................................................................................................... 12

Obrigações Positivas ...................................................................................................................... 13

Devida Diligência (Due Dilligence) ................................................................................................. 14

Mandados de Criminalização em Matéria de Direitos Humanos ................................................... 15

Quadros de Vulnerabilidade Juridicamente Reconhecidos: parâmetros internacionais e


interamericanos .............................................................................................................................. 16

Vulnerabilidade e Interseccionalidades .......................................................................................... 17

Questões Comentadas ................................................................................................................... 18

Lista de Questões ........................................................................................................................... 29

Gabarito .......................................................................................................................................... 35

Assim, acredito, vocês terão acesso a conteúdo específico e de qualidade para o CNU.

Por fim, uma observação importante:

Há algumas aulas duplicadas e elas são necessárias em razão dos múltiplos pacotes que
compreendem o edital. A fim de garantir que nossos alunos não sofram prejuízos,
recomendamos que dediquem tempo ao estudo de apenas uma das aulas, caso estas
apresentem conteúdo equivalente nos pacotes de seus cursos. Essa abordagem visa otimizar
o tempo dedicado aos estudos, assegurando, ao mesmo tempo, a integridade do conteúdo
programático. Essa repetição de aulas é necessária para abranger todos os cargos e compor
diferentes cursos. Pedimos desculpas pelo inconveniente, mas trata-se de organização
necessária para atender todos os alunos. Contem conosco em nosso fórum de dúvidas para
esclarecer qualquer questionamento relacionado ao conteúdo das matérias.

Agora, vamos estudar!

Boa aula!

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PROTEÇÃO DE INDIVÍDUOS E GRUPOS VULNERÁVEIS OU


VULNERABILIZADOS
Em superação ao Absolutismo, aflorou, com a Revolução Francesa, em 1789, e com a Constituição
dos EUA, em 1776, a igualdade formal, segundo a qual todos são iguais na lei. Esses movimentos,
imprescindíveis ao desenvolvimento histórico, representaram a supremacia do Estado de Direito,
que objetivou garantir os direitos de liberdade negativa, que seriam aplicáveis a todos os homens,
abstratamente considerados.

O princípio da igualdade, nesse período, é genérico, não considerando as pessoas em suas


especificidades. Contudo, percebeu-se que assegurar a igualdade formal não era suficiente para
que as pessoas fossem respeitadas mesmo com suas diferenças e particularidades.

Houve, assim, com a expansão dos Direitos Humanos, uma ampliação dos direitos de igualdade,
de modo que se passou a defender a necessidade de garantir não apenas a igualdade formal, mas
também a igualdade material (substancial), a igualdade perante a lei. A igualdade material
pressupõe a individualização do sujeito. Vale dizer, consiste em considerar a pessoa nas suas
relações concretas, assimilando suas diferenças.

Assim, a igualdade (formal) considera a pessoa em abstrato, sem levar em conta o sexo, a cor e
a classe social. Pela igualdade em sentido material pugna-se por um aparato normativo especial,
endereçado aos grupos de pessoas vulneráveis na sociedade, como forma de reequilibrar tais
desigualdades. Diante disso, surgem regras protetivas às mulheres, às crianças, aos idosos e às
vítimas de discriminação racial.

Nesse contexto, segundo a doutrina, o sistema que compreende a Declaração Internacional de


Direitos (International Bill os Rights), representa um conjunto de normas internacionais
endereçadas a toda e qualquer pessoa, genericamente concebida. Já os documentos específicos,
a exemplo da Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação
Racial, constituem documentos internacionais preocupados com a pessoa segundo suas diferenças
e relações em concreto.

Pode-se, ainda, fazer uma diferenciação entre a igualdade na perspectiva da não discriminação
(garantia da diversidade) e da igualdade sob a perspectiva da inclusão.

As normas jurídicas que buscam implementar o princípio da igualdade podem ser concebidas sob
um duplo aspecto: um de abrangência subjetiva, significando que uma pessoa ou grupo tem
direito a ser protegido contra a discriminação, e um aspecto de política pública, consistindo na
implementação de certas medidas temporárias para a promoção do equilíbrio social dos grupos.

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Historicamente, a igualdade foi compreendida primeiro como um dever de não discriminar, uma
proibição de discriminar.

Esse princípio sofreu particular conformação teórica depois das experiências totalitárias e, no
âmbito interno, depois do regime militar.

O objetivo da antidiscriminação é o de afastar toda e qualquer diferenciação injusta,


especialmente aquelas voltadas à subordinação de indivíduos ou grupos historicamente
injustiçados e vítimas de preconceito.

Esse esforço antidiscriminação levou à formação de legislação própria para a proteção de certos
grupos sociais, além da criação de uma jurisprudência específica.

Por outro lado, as normas de direitos das minorias visam proteger um grupo discriminado
específico, como as mulheres ou as crianças, no entanto, as normas antidiscriminatórias têm, em
regra, amplitude mais ampla, protegendo todas as pessoas contra a discriminação.

Isso quer dizer que o direito antidiscriminação parte de uma visão universalista do ser humano,
enquanto o direito das minorias parte de um viés particularista.

Além disso, deve-se observar que a resposta jurídica que o direito antidiscriminação oferece são
medidas repressivas e condenatórias da discriminação, enquanto o direito das minorias traz
medidas especiais destinadas a melhorar o nível dos direitos humanos dos grupos
discriminados.

Assim, é possível fazer uma diferenciação entre dois tipos de direitos da igualdade: um direito
das minorias, consistente no conjunto de normas que estruturam uma política pública para a
promoção da igualdade em favor de grupos vulneráveis, e um direito antidiscriminatória,
consistente nas regras proibitivas da discriminação.

A respeito do direito antidiscriminatório, é importante conhecer os seguintes conceitos:

I – preconceito: é uma atitude negativa dirigida a um grupo com base em


características das pessoas que o integram. O preconceito é voltado contra o
grupo como um todo. Trata-se de visão que ignora as diferenças individuais;

II – estereótipo: é uma generalização sobre um grupo a partir de certas


características dos seus membros. O estereótipo pode ser positivo ou negativo.
Não necessariamente há discriminação em razão de um estereótipo. Exemplo
comum de estereótipo positivo: o de que as pessoas asiáticas são mais
inteligentes; e

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III – discriminação: é uma ação negativa dirigida ao membro de um grupo em


razão da pertinência da vítima ao grupo.

De acordo com Adilson Moreira, são três os fundamentos do direito antidiscriminatório:

I – subjetividade jurídica: esse elemento enfatiza o fato de que a postura


discriminatória é baseada numa certa visão de mundo subjetiva adotada pelo
discriminador, o que se reflete no próprio direito antidiscriminação, o qual deve
combater a discriminação;

II – racionalidade constitucional: no sentido de que o direito incorpora uma


perspectiva racional baseada na proteção de valores constitucionais como
fundamento da proibição da discriminação; e

III – universalidade de direitos: esse elemento ressalta o fato de que os seres


humanos, tão só em razão de serem humanos, são dotados dos mesmos direitos,
o que vai contra as concepções discriminatórias.

Além disso, é importante conhecer o conceito de discriminação indireta. Esse tipo de


discriminação ocorre no âmbito normativo. Uma norma tecnicamente neutra, isto é, uma norma
que não elenca como fato gerador da sua incidência qualquer característica pessoal dos
jurisdicionados, pode, apesar dessa neutralidade, ter um impacto desproporcional sobre a
população, prejudicando algum grupo vulnerável.

O seguinte exemplo, extraído da prova objetiva do concurso para Juiz Federal do TRF-1 de 2023
ajuda a esclarecer o que é discriminação indireta:

(2023/FGV/TRF-1/Juiz Federal substituto) Considere um caso em que a União patrocina


financeiramente uma política de apoio a certa região do Brasil que está assolada por uma seca
crônica. A política adotada consiste em liberar o acesso das vítimas a um açude numa região vizinha
para levarem água gratuitamente. A política se destina a todas as vítimas da seca naquela região. O
argumento central é de que tal política seria discriminatória.

Em relação a tal caso, é correto afirmar que:

A) não existe discriminação, uma vez que a política é neutra porque trata todas as vítimas da seca de
maneira igualitária, sem impor ônus a nenhum grupo específico;

B) a existência ou não de discriminação numa política pública é uma avaliação de natureza apenas
moral e não há base legal que permita a judicialização desse caso;

C) trata-se de um caso de discriminação direta, já que produziu distinção que teve como efeito
restringir o exercício, em igualdade de condições, de um grupo ao acesso à água;

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D) é um caso de discriminação indireta, pois, apesar de ser uma política neutra, ela acarreta uma
desvantagem particular às pessoas que não possuem recursos para transportar a água;

E) a situação caracteriza-se como discriminação múltipla ou agravada, uma vez que acumula tanto a
discriminação direta quanto a discriminação indireta.

Comentários

A alternativa A é incorreta. Apesar de uma norma ser tecnicamente neutra, é possível que haja
discriminação indireta.

A alternativa B é incorreta. A existência de discriminação afronta o princípio constitucional da


igualdade, não se podendo afirmar que não há relevância jurídica.

A alternativa C é incorreta. Não há discriminação direta, a qual ocorre quando a própria norma designa
um grupo social específico como beneficiário. No caso, considerando-se o universo de beneficiários (os
vitimados pela seca), a norma não prevê preferência ou exclusão de qualquer outro grupo social de
forma específica.

A alternativa D é correta e é o gabarito da questão. De fato, a norma produz uma discriminação indireta
na medida em que ela pressupõe que as vítimas tenham, de fato, a possibilidade de se locomover até
a cidade vizinha para recolher a água, o que pode não ser correto. Assim, a política deveria ser
aprimorada para que se forneça não só o acesso à água, mas os meios de transportar a água.

A alternativa E é incorreta. Discriminação múltipla, agravada ou interseccional é aquela que se dá em


relação às pessoas que pertencem a mais de um grupo discriminado. Não é o caso da questão, em que
a discriminação se dá em decorrência do impacto desproporcional sobre o grupo social que não tem
maios de transportar a água.

Agora vamos abordar as políticas de promoção da igualdade. De acordo com o art. 1º, VI, do
Estatuto da Igualdade Racial, Lei n. 12.288/2010, ações afirmativas são os programas e medidas
especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais
e para a promoção de igualdade de oportunidades. Esse conceito pode ser estendido para abarcar
qualquer programa ou medida especial que vise a correção de desigualdades em desfavor de um
grupo vulnerável.

Ações afirmativas também são conhecidas como discriminações positivas. São medidas
efetivamente discriminatórias na medida em que elas beneficiam um grupo social específico, mas
são positivas, já que promovem uma discriminação como forma de combate a outra discriminação
negativa e excludente.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADC 41, relator o ministro Roberto Barroso,
concluiu pela constitucionalidade das ações afirmativas. O julgado reconheceu que as
desequiparações promovidas pelas políticas de ação afirmativa estão em consonância com o

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princípio da isonomia e se fundam na necessidade de superar as discriminações estruturais e


institucionais ainda existentes na sociedade brasileira como forma de se garantir a igualdade
material entre os cidadãos, para o que se exige a distribuição mais equitativa dos bens sociais e a
promoção do reconhecimento dos grupos vulneráveis.

Reputamos resolver, na sequência, a seguinte questão, que caiu na prova discursiva do II Concurso
para a Magistratura do Trabalho, em 2023:

(2023/FGV/Conselho Superior da Justiça do Trabalho/Juiz do Trabalho Substituto - Prova discursiva)


A empresa Algoritmo, que atua na área de tecnologia, constatou que dos 100 estudantes
universitários que nela realizavam estágio profissional, apenas 6 eram negros, todos do gênero
masculino.

Esse cenário motivou o questionamento de organizações de movimentos negros acerca da ausência


de estudantes negros e negras nas vagas de estágio, especialmente diante da Lei n. 12.711/2012.

Em razão disso, a empresa resolveu abrir seleção de estagiários com reserva de 60% das vagas para
mulheres negras, pessoas travestis e transexuais.

Analise a legalidade do processo seletivo de estágio realizado pela empresa, fundamentando com base
no direito nacional e internacional aplicável à matéria, bem como na jurisprudência dos Tribunais
superiores sobre o tema.

Comentários

Verifica-se que há, na situação narrada, uma discrepância entre a taxa de participação social dos grupos
sociais mencionados (mulheres negras) e a taxa de ocupação de vagas na empresa por pessoas desse
grupo.

O princípio da isonomia material justifica a adoção de medida de ação afirmativa ou de discriminação


positiva como forma de transição até uma situação social em que haja uma equivalência entre a taxa
de ocupação das vagas e a participação na sociedade dos grupos.

Justifica-se a previsão de reserva de vagas também em relação a pessoas travestis e transexuais em


razão da discriminação social a que são sujeitos esses grupos sociais.

Ainda, o fato de se tratar de ação afirmativa promovida por empresa privada encontra fundamento
tanto na eficácia horizontal dos direitos fundamentais quanto no próprio Estatuto da Igualdade Racial,
o qual pode ser aplicado de maneira analógica para a proteção de qualquer grupo social vulnerável.
Com efeito, o art. 1º, VI, do Estatuto, prevê expressamente que as ações afirmativas podem ser
adotadas pela iniciativa privada.

Como vimos, o Supremo já considerou válida a implementação de políticas de ações afirmativas.

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Outro ponto a mencionar são as interseccionalidades: interseccionalidade é a presença de mais de um


fator de discriminação. Veja que na situação narrada os negros já estão subrepresentados dentre os
estagiários da empresa, mas, além disso, não há nenhuma mulher dentre os estagiários. Assim, as
mulheres negras estão, por assim dizer, sobrediscriminadas em razão da sua participação em dois
grupos sociais discriminados.

A seguir transcrevemos o gabarito fornecido pela banca:

A.1) Fundamentar a legalidade do ato no princípio da isonomia ou igualdade material (ou substancial).
Informar que se trata de ação afirmativa ou discriminação positiva. Fundamentação normativa
constitucional (Arts. 1, III e IV, 3º, III e IV, 5º, caput, I , Art. 7º, XXX da CRFB). 0,25 pontos.

A.2) Indicação da Convenção 111 da OIT, Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação
Racial e Formas Correlatas de Intolerância. Indicação de outras convenções internacionais de Direitos
Humanos (Convenção Internacional sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial,
Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, Pacto
Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos e Sociais).
0,10 pontos.

A.3) Abordar o direito à igualdade de oportunidades como dever do Estado e da sociedade, incluídas
empresas, ou eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Indicação da Lei nº 12.288/2010 (Estatuto
da Igualdade Racial), da Lei nº 9.029/1995. 0,25 pontos.

A.4) Referir que a jurisprudência do STF reconheceu a constitucionalidade das ações afirmativas contra
a discriminação (ADC 41, ADPF 186, Tema 203). 0,15 pontos.

A.5) Mencionar a discriminação indireta ou a desigualdade no quadro da empresa em dissonância com


a composição racial e de gênero na sociedade. Mencionar a discriminação de gênero e de identidade
de gênero no trabalho. Mencionar racismo estrutural e/ou institucional. Mencionar
interseccionalidades no contexto das desigualdades no trabalho. 0,25 pontos.

Vale ressaltar, como acabamos de ver nos comentários à questão, a teoria da discriminação
interseccional, a qual defende que a discriminação não é homogênea nos grupos vulneráveis: é
possível que haja pessoas do grupo vulnerável mais discriminadas, como se deu no caso da
questão em relação às mulheres negras.

A discriminação interseccional também é conhecida como discriminação múltipla ou discriminação


agravada.

Em relação aos direitos das minorias, é importante dar ênfase ao seguinte aspecto: as políticas
públicas ou ações afirmativas de inclusão são eminentemente temporárias.

Ora, a ideia de implementar medidas afirmativas em favor de grupos sociais vulneráveis parte do
pressuposto de que existe, efetivamente, uma situação de exclusão social, o que se manifesta, por
exemplo, pela menor taxa de inscritos negros em universidades públicas, o que justifica a existência

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de cotas como forma de transição para uma situação social em que que a taxa de participação
desse grupo nas universidades públicas corresponda à presença dele na sociedade. Caso, no
entanto, se perceba que esse objetivo foi alcançado, que há uma correlação entre as taxas de
participação nas universidades e na sociedade, não mais se justificaria a existência da medida
afirmativa.

Essa ideia está incorporada na Lei federal de cotas, Lei n. 12.711/2012, com as alterações
promovidas pela recente Lei n. 14.723/2023.

De acordo com o art. 7º-C da Lei n. 12.711/2012, incluído pela Lei n. 14.723/2023, deve ser
adotada metodologia para atualização anual dos percentuais de pretos, pardos, indígenas e
quilombolas e de pessoas com deficiência em relação à população das unidades da Federação
após 3 anos da divulgação dos resultados do censo do IBGE. A finalidade dessa atualização é
justamente a de aferir a equivalência entre as taxas de participação nas universidades em relação
à participação na população, como forma não só de se verificar se estão sendo alcançados os
resultados pretendidos, mas também a fim de se avaliar a necessidade da manutenção da política
pública.

Vamos mencionar outra questão de concurso que cobrou esse aspecto: trata-se de questão arguida
a candidatos na fase oral do concurso para Delegado de Polícia do Estado de São Paulo realizado
em 2022:

(2022/VUNESP/PC-SP/Delegado de Polícia - Prova Oral) Os concursos federais atualmente preveem


cotas para pessoas negras. Seria possível pensar que um futuro concurso deixasse de prever cotas
para negros?

Comentários

Num plano hipotético é sim possível que um futuro concurso não preveja cotas para negros.

As cotas são uma política de ações afirmativas que se justificam enquanto existir uma discriminação
social consistente na defasagem entre a taxa de ocupação dos cargos públicos por pessoas negras e a
taxa de participação das pessoas negras na sociedade.

Caso se verifique, no futuro, que a população negra está devidamente representada dentre os
servidores públicos, não persistiria motivo por que manter o sistema de quotas, de forma que essa
reserva poderia ser excluída do processo seletivo.

Vamos ao próximo tópico.

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DEVERES ESPECÍFICOS DE PROTEÇÃO


Os deveres específicos de proteção são obrigações assumidas pelo Estado e pela sociedade como
forma de garantir a proteção dos direitos dos grupos vulneráveis.

Esses deveres específicos complementam a visão tradicional dos direitos humanos. Na visão
tradicional, os direitos humanos são direitos reconhecidos a todas as pessoas em razão de serem
seres humanos – é a visão universalista.

A concepção de que algumas pessoas têm direito a prestações específicas de proteção decorre
da percepção de que um reconhecimento meramente formal dos direitos humanos não é capaz
de assegurar a plena dignidade em igualdade de condições a todos. Alguns grupos vulneráveis
precisam de uma proteção específica para que possam participar da sociedade em plenitude em
razão da existência de riscos específicos que prejudicam essas pessoas.

Esses deveres específicos são previstos tanto em disposições nacionais quanto internacionais.

A própria Declaração Universal de Direitos Humanos prevê que a maternidade e a infância têm
direito a cuidados e assistência especiais, o que caracteriza o reconhecimento das especificidades
das grávidas e crianças.

Podem-se mencionar ainda os seguintes documentos no plano internacional:

I – Convenção sobre os Direitos da Criança;

II – Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência;

III – Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a


Mulher;

IV – Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados; e

V – Convenção 169 da OIT sobre Povos Indígenas e Tribais.

No plano nacional, podemos mencionar as seguintes normas:

I – Art. 227 da Constituição, que prevê direitos à criança, ao adolescente e ao


jovem que devem ser assegurados com absoluta prioridade, bem como o Estatuto
da Criança e do Adolescente e o Estatuto da Juventude;

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II – A previsão constitucional de direitos específicos para as pessoas com


deficiência, como a reserva de percentual de cargos e empregos públicos, a
possibilidade de previsão de critérios mais benéficos para obtenção de
aposentadoria, o direito à preferência no pagamento de precatórios, o direito à
habilitação e à reabilitação no âmbito da assistência social e o direito ao Benefício
de Prestação Continuada para a pessoa com deficiência que não tiver meios de
prover à própria manutenção ou de tê-la provida pela família. Além disso, temos o
Estatuto da Pessoa com Deficiência; e

III – Art. 231 da Constituição, que prevê direitos dos índios;

IV – O Estatuto do Idoso; e

V – A Lei Maria da Penha.

É importante ressaltar que esses direitos de proteção não caracterizam deveres apenas do
Estado, mas são também deveres da sociedade e das próprias famílias.

OBRIGAÇÕES POSITIVAS
Conforme amplamente reconhecido pela doutrina, é possível identificar dimensões dos direitos
fundamentais e humanos.

Os direitos de primeira geração são as liberdades civis e se manifestam principalmente por um


dever de abstenção do Estado, um dever de não interferir na esfera privada dos indivíduos.

Já os direitos de segunda geração são direitos que demonstram a preocupação em se construir


uma sociedade específica em que sejam garantidas algumas condições materiais mínimas para os
cidadãos. É nesse momento que se pode falar em obrigações positivas do Estado, obrigações de
prover condições mínimas para uma vida com dignidade.

Nesse contexto surge a necessidade de construção de políticas públicas, abrangendo as etapas


de concepção da política, de provisão orçamentária e de execução.

Na medida em que essas políticas são essenciais para a concretização de direitos fundamentais, é
possível que se exija judicial a consecução dessas prestações.

Vamos mencionar, exemplificativamente, alguns dos pontos mais importantes a respeito do tema:

I – A cláusula da reserva do possível não é suficiente para impedir a concretização


de garantias constitucionais que constituem um mínimo existencial;

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II – O princípio da proibição do retrocesso visa garantir que a atuação do Estado


vá no sentido de ampliar os direitos humanos e de lhes assegurar a máxima
efetividade, não se admitindo a extinção de políticas públicas de proteção sem
alguma forma de compensação; e

III – A primazia dos direitos humanos justifica a atuação do Poder Judiciário no


sentido de obrigação a Administração a executar obrigações de fazer específicas.

Ainda sobre esse tema, é preciso conhecer dois termos provenientes da doutrina alemã e
propagados no Brasil especialmente pelo professor Gilmar Mendes:

I – Proibição do excesso (Übermassverbot): trata-se na proibição de que o poder


público atue de forma excessiva e acabe por violar direitos fundamentais. Exemplo
disso seria o caso em que, para conter rebeliões em presídios, fosse proibida, de
forma permanente, a recepção de visitantes pelos presos: trata-se de medida que
se justifica de forma temporária para conter um risco atual ou iminente, mas que
não poderia ser feita de modo permanente sob pena de violar o direito à
intimidade dos presos; e

II – Proibição da proteção deficiente (Untermassverbot): nesse caso se


reconhece que não é lícito ao Estado errar por omissão. Seria o caso, por exemplo,
se não existissem medidas de proteção da integridade física das mulheres vítimas
de violência doméstica ou se fossem aplicadas às crianças e adolescentes as
mesmas normas trabalhistas aplicáveis aos trabalhadores adultos, situações em
que se poderia alegar que o Estado deve dar maior proteção a um interesse
jurídico relevante.

Podemos distinguir ainda duas classes de obrigações positivas:

I – Obrigações positivas gerais: são obrigações destinadas à população em geral


e decorrem do reconhecimento de um núcleo material mínimo devido a todos; e

II – Obrigações positivas especiais: são complementares às obrigações gerais e


são voltadas especificamente para a proteção de certos grupos vulneráveis.

DEVIDA DILIGÊNCIA (DUE DILLIGENCE)


Devida diligência são procedimentos por meio dos quais se identifica, previne, mitiga e produz
elementos de accountability a respeito dos impactos negativos de uma atividade.

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Qualquer empreendimento público, mesmo sem caráter econômico, pode causar prejuízos aos
direitos humanos. Os riscos de danos devem ser identificados, prevenidos e mitigados, que é
justamente o que o procedimento de devida diligência busca concretizar.

O procedimento de devida diligência é composto basicamente das seguintes etapas:

I – Identificação de riscos: os riscos aos direitos humanos ocasionados por um


empreendimento devem ser identificados. Os riscos podem estar relacionados à
localização das atividades, ao setor social afetado, ao relacionamento com outras
partes interessadas, etc.;

II – Prevenção de impactos negativos: os riscos reais ou potenciais devem ser


prevenidos por meio de medidas de controle. Essas medidas de prevenção podem
consistir, por exemplo, na adoção de códigos de conduta, na realização de
treinamento para os funcionários e na adoção de parcerias com organizações da
sociedade civil, por exemplo;

III – Mitigação de impactos negativos: caso não seja possível contornar algum
dano, ainda assim é necessário que sejam adotadas medidas que mitiguem o
impacto, como a compensação às pessoas afetadas e a adoção de postura de
colaboração com as autoridades públicas; e

IV – Prestação de contas: as partes responsáveis por um empreendimento devem


prestar contas das suas políticas de devida diligência, incluindo a publicação de
relatórios, a realização de auditorias sobre suas atividades e a abertura para
diálogos com a sociedade civil e com as autoridades públicas.

É importante saber que hoje é amplamente reconhecido o dever de se efetuar a devida diligência
em relação aos direitos humanos, não bastando um reconhecimento formal de direitos sem que
haja um procedimento efetivo de concretização dos direitos.

A falta de uma devida diligência pode justificar a responsabilidade por violação de direitos
humanos.

MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO EM MATÉRIA DE


DIREITOS HUMANOS
Mandados de criminalização são normas que assumem o caráter de um compromisso assumido
pelo Estado de criminalizar uma certa conduta.

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Os mandados de criminalização preveem matérias sobre as quais o Legislador ordinário deve


instituir leis criminais.

Como os mandados de criminalização obrigam o próprio Legislador, inevitavelmente essas normas


devem constar da própria Constituição.

A estratégia de prever mandados de criminalização decorre da percepção de que não é possível,


já em sede constitucional, definir com precisão os tipos penais e que, no entanto, é necessário que
uma certa conduta seja punida.

A Constituição de 1988 prevê os seguintes mandados de criminalização, todos previstos no art. 5º:

XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades


fundamentais;

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à


pena de reclusão, nos termos da lei;

XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a


prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; e

XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis


ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

O art. 7º, X, da Constituição, também prevê que constituir crime a retenção dolosa do salário.

Os mandados de criminalização se justificam como uma forma de garantia de suficiência da


proteção penal, ou seja, são normas que proíbem a proteção social deficiente (Untermassverbot).

QUADROS DE VULNERABILIDADE JURIDICAMENTE


RECONHECIDOS: PARÂMETROS INTERNACIONAIS E
INTERAMERICANOS

Conforme vimos no começo da aula, o princípio da igualdade permite que se identifique um direito
antidiscriminação e um direito das minorias.

Os grupos protegidos por esses direitos são os grupos vulneráveis.

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O reconhecimento da vulnerabilidade é um procedimento eminentemente político, decorrendo


principalmente da atuação de movimentos sociais.

Pode-se afirmar que os principais grupos vulneráveis reconhecidos são os seguintes:

I – crianças e adolescentes;

II – pessoas com deficiência;

III – mulheres;

IV – indígenas; e

V – migrantes.

Outras formas de vulnerabilidade podem ser reconhecidas, evidentemente, como a situação das
pessoas em pobreza extrema e a das pessoas em situação de rua, por exemplo.

VULNERABILIDADE E INTERSECCIONALIDADES
Como já mencionamos, a teoria da discriminação interseccional defende que a discriminação não
é homogênea nos grupos vulneráveis: é possível que haja pessoas do grupo vulnerável mais
discriminadas, como se dá em relação às mulheres negras. Por exemplo, se as pessoas negras têm
uma faixa de renda menor do que a das pessoas brancas, as mulheres negras têm faixa de renda
menor ainda.

A discriminação interseccional também é conhecida como discriminação múltipla ou discriminação


agravada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais uma aula.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum
no Curso, por e-mail e, inclusive, pelo Facebook.

Ricardo Torques
rst.estrategia@gmail.com

https://www.facebook.com/direitoshumanosparaconcursos

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QUESTÕES COMENTADAS
1. (2022/FCC/Recife-PE/Assistente Social) As ações afirmativas:

A) têm caráter temporário.

B) baseiam-se no princípio da igualdade formal previsto na Constituição Federal.

C) devem ser aplicadas, simultaneamente, em relação a todos os grupos sociais vulneráveis, sob
pena de violar a isonomia existente entre eles.

D) são baseadas em critérios estritos de meritocracia.

E) dependem sempre de autorização legal para não configurarem discriminação negativa.

Comentários

A alternativa A é correta e é o gabarito da questão. As ações afirmativas são eminentemente


temporárias, buscando atingir um certo patamar de igualdade social.

A alternativa B é incorreta. Ações afirmativas se baseiam no princípio da igualdade sob o espectro


material.

A alternativa C é incorreta. Admite-se a seleção de grupos mais vulneráveis como medida prática
tendente a garantir a efetividade das ações afirmativas.

A alternativa D é incorreta. As ações afirmativas são baseadas na vulnerabilidade de um certo


grupo social.

A alternativa E é incorreta. Não se faz essa exigência, podendo inclusive entidades privadas
adotarem ações afirmativas independentemente de previsão legal.

2. (2018/FADESP/IF-PA/Educação-Pedagogia) As ações afirmativas podem ser definidas


como políticas públicas (e privadas) voltadas à concretização do princípio constitucional da
igualdade material e à neutralização dos efeitos da discriminação racial, de gênero, de idade,
de origem nacional e de compleição física. São exemplos de medidas que se constituem em
ações afirmativas na educação:

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A) políticas de valorização identitária e adoção de cotas de ingresso no ensino superior.

B) adoção de cotas raciais, institucionalização de conteúdos antirracistas e antidiscriminatórios no


currículo escolar.

C) combate à lgbtfobia na escola e adoção da educação “anti-racista e antidiscriminatoria”.

D) combate à lgbtfobia na escola e ações de enfrentamento ao racismo.

E) ações de enfrentamento ao racismo e adoção de políticas de valorização identitária.

Comentários

A questão exige o conhecimento da diferença entre o direito antidiscriminatória o direito da


inclusão.

A alternativa A é correta e é o gabarito da questão. Tanto a política de valorização identitária


quanto a de cotas são ações afirmativas, pois fornecem benefícios a grupos sociais vulneráveis.

A alternativa B, C, D e E são incorretas. A institucionalização de conteúdos antirracistas e


antidiscriminatórios é medida de combate à discriminação, não se tratando de ação afirmativa, pois
não são outorgados bens ou serviços a uma classe vulnerável. O mesmo vale para o combate à
lgbtfobia, para a adoção de educação "anti-racista e antidiscriminatória" e para as ações de
enfrentamento ao racismo.

3. (2023/CESPE/MPE-AM/Promotor de Justiça Substituto) A respeito das ações afirmativas


adotadas pelo setor empresarial para a realização de programas de treinamento e
aperfeiçoamento profissional com oferta de vagas especificamente destinadas a grupos
historicamente excluídos, assinale a opção correta:

A) As iniciativas de empresas que buscam minimizar os impactos do racismo na sociedade pela


adoção de ações afirmativas consistentes em processos de seleção diferenciados contemplam,
ainda que de forma mediata, o princípio constitucional da função social da propriedade, que exige
das empresas o devido respeito aos deveres e às responsabilidades para com a comunidade em
que atuam, cujos direitos e interesses devem lealmente respeitar e atender.

B) A adoção de ações afirmativas fomenta o divisionismo, pois a mera desproporcionalidade no


número de empregados negros e brancos verificada no âmbito interno de uma empresa não é
justificativa suficientemente plausível e razoável para a adoção do processo de treinamento e
aperfeiçoamento profissional exclusivamente voltado a pessoas negras.

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C) Ações afirmativas destinadas à concretização de objetivos e valores relativos à efetivação e à


materialização do princípio da igualdade no âmbito da iniciativa privada não encontram amparo
legal no ordenamento jurídico brasileiro e, por isso, não têm o condão de eliminar desigualdades
sociais e étnicas decorrentes de fatores históricos, sociais, econômicos, entre outros, pois cabe ao
poder público adotar políticas públicas de enfrentamento a essas desigualdades.

D) Ações afirmativas para pessoas negras no mercado de trabalho promovem racismo reverso, ou
seja, discriminação contra pessoas brancas, por isso o mais adequado seria promover um processo
de seleção sem possibilidade de identificação da cor/raça dos candidatos.

E) A falta de capacitação é o principal problema da população negra, o que acaba se refletindo na


desigualdade na ocupação de postos nas empresas; portanto, em vez de fomentar o divisionismo
com ações afirmativas, convém promover ações neutras, com oferta de qualificação profissional,
para o enfrentamento do cenário de ausência de pessoas pretas e pardas nos postos de comando
nas esferas pública e privada.

Comentários

A alternativa A é correta e é o gabarito da questão. O exercício de atividade econômico por meio


da titularidade de empresa também é manifestação do direito de propriedade, o qual deve atender
à função social, inclusive por meio da adoção de medidas que beneficiem grupos sociais
vulneráveis.

A alternativa B é incorreta. O entendimento que prevalece atualmente é o de que as ações


afirmativas são benéficas e não provocam divisionismo. O fato de que a política de cotas nas
universidades públicas tem sido aceita pelos estudantes e de que não há cisão social entre os
estudantes beneficiados pelas cotas e os demais comprova que essa política não gera divisionismo
social.

A alternativa C é incorreta. Esse tipo de medida encontra amparo direto no princípio constitucional
da igualdade e há suporte legal no Estatuto da Igualdade Racial, o qual prevê que as ações
afirmativas podem ser adotadas por entidades privadas.

A alternativa D é incorreta. As políticas de ação afirmativa podem ser consideradas


discriminatórias, mas é uma discriminação positiva. Não se pode falar em racismo, que daria a
entender que haveria marginalização do grupo social que já é beneficiado socialmente.

A alternativa E é incorreta. Já está demonstrado que as pessoas negras têm as mesmas


capacidades que as demais, o que é demonstrado pela aptidão das pessoas negras para exercerem
cargos de liderança social.

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4. (2021/FCC/DPE-AM/Defensor Público) Na doutrina do direito antidiscriminatório,


estereótipos são:

A) opiniões pessoais baseadas em crenças que expressam falsas generalizações sobre membros
de grupos sociais, para além de opiniões negativas em relação a certa classe de indivíduos.

B) avaliações sobre os membros de um segmento social baseadas em generalizações depreciativas


que não podem ser estendidas a todos por conta da variedade existente entre os seres humanos.

C) atitudes e emoções que implicam direta ou indiretamente uma postura de caráter negativo ou
uma antipatia em relação a integrantes de determinados grupos.

D) atitudes irracionais em relação a grupos de pessoas que não encontram base adequada porque
expressam conhecimento falso da realidade.

E) afastamento da norma moral de reconhecimento da humanidade de todas as pessoas, como


fundamento das interações humanas em uma sociedade democrática.

Comentários

A alternativa A é correta e é o gabarito da questão. Estereótipo é uma generalização sobre um


grupo a partir de certas características dos seus membros. O estereótipo pode ser positivo ou
negativo.

A alternativa B é incorreta, pois não necessariamente o estereótipo é depreciativo.

As alternativas C e D são incorretas, pois o estereótipo é expresso por uma afirmação sobre um
grupo, não por atitudes ou emoções.

A alternativa E é incorreta. O estereótipo não necessariamente implica afastamento da moral.

5. (2023/FGV/TRF-1/Juiz Federal substituto) Considere um caso em que a União patrocina


financeiramente uma política de apoio a certa região do Brasil que está assolada por uma seca
crônica. A política adotada consiste em liberar o acesso das vítimas a um açude numa região
vizinha para levarem água gratuitamente. A política se destina a todas as vítimas da seca
naquela região. O argumento central é de que tal política seria discriminatória.

Em relação a tal caso, é correto afirmar que:

A) não existe discriminação, uma vez que a política é neutra porque trata todas as vítimas da seca
de maneira igualitária, sem impor ônus a nenhum grupo específico;

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B) a existência ou não de discriminação numa política pública é uma avaliação de natureza apenas
moral e não há base legal que permita a judicialização desse caso;

C) trata-se de um caso de discriminação direta, já que produziu distinção que teve como efeito
restringir o exercício, em igualdade de condições, de um grupo ao acesso à água;

D) é um caso de discriminação indireta, pois, apesar de ser uma política neutra, ela acarreta uma
desvantagem particular às pessoas que não possuem recursos para transportar a água;

E) a situação caracteriza-se como discriminação múltipla ou agravada, uma vez que acumula tanto
a discriminação direta quanto a discriminação indireta.

Comentários

A alternativa A é incorreta. Apesar de uma norma ser tecnicamente neutra, é possível que haja
discriminação indireta.

A alternativa B é incorreta. A existência de discriminação afronta o princípio constitucional da


igualdade, não se podendo afirmar que não há relevância jurídica.

A alternativa C é incorreta. Não há discriminação direta, a qual ocorre quando a própria norma
designa um grupo social específico como beneficiário. No caso, considerando-se o universo de
beneficiários (os vitimados pela seca), a norma não prevê preferência ou exclusão de qualquer
outro grupo social de forma específica.

A alternativa D é correta e é o gabarito da questão. De fato, a norma produz uma discriminação


indireta na medida em que ela pressupõe que as vítimas tenham, de fato, a possibilidade de se
locomover até a cidade vizinha para recolher a água, o que pode não ser correto. Assim, a política
deveria ser aprimorada para que se forneça não só o acesso à água, mas os meios de transportar
a água.

A alternativa E é incorreta. Discriminação múltipla, agravada ou interseccional é aquela que se dá


em relação às pessoas que pertencem a mais de um grupo discriminado. Não é o caso da questão,
em que a discriminação se dá em decorrência do impacto desproporcional sobre o grupo social
que não tem maios de transportar a água.

6. (2023/VUNESP/TJ-RJ/Juiz substituto) A respeito do Direito Antidiscriminatório, assinale


a alternativa correta:

A) A teoria da discriminação interseccional tem origem nas críticas recebidas por líderes de
movimentos minoritários que deduzem que tais grupos são homogêneos e que seus integrantes
sofrem com a opressão da mesma forma;

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B) Pode-se afirmar que o Direito Antidiscriminatório é um subsistema do Direito Administrativo,


encontrando fundamento no princípio da legalidade;

C) A discriminação não pressupõe uma relação de hierarquia entre indivíduos e pode ocorrer entre
sujeitos pertencentes a um mesmo grupo;

D) São três os fundamentos jurídicos do Direito Antidiscriminatório: a objetividade jurídica, a


racionalidade constitucional e a universalidade de direitos;

E) A discriminação indireta se dá quando uma norma tem um impacto desproporcionalmente


negativo sobre um dado grupo vulnerável, podendo tal norma ser neutra, no sentido da instituição
responsável não ter a intenção de prejudicar o grupo atingido.

Comentários

A alternativa A é incorreta. A discriminação interseccional ressalta justamente que algumas


pessoas são mais discriminadas em razão de participarem de mais de um grupo vulnerável.

A alternativa B é incorreta. O mais certo é dizer que o Direito Antidiscriminatório é um subsistema


dos Direitos Humanos ou do Direito Constitucional. Além disso, o fundamento desse Direito é o
princípio da igualdade.

A alternativa C é incorreta. O agente discriminador pressupõe que haja uma hierarquia que lhe
permita depreciar o grupo vulnerável.

A alternativa D é incorreta. Na verdade, é a subjetividade jurídica que é fundamento do Direito


Antidiscriminatório. Esse elemento enfatiza o fato de que a postura discriminatória é baseada numa
certa visão de mundo subjetiva adotada pelo discriminador, o que se reflete no próprio direito
antidiscriminação, o qual deve combater a discriminação.

A alternativa E é correta e é o gabarito da questão. Há discriminação indireta quando a norma


neutra causa um impacto desproporcional sobre certo grupo vulnerável.

7. (2018/CESPE/IPHAN/Técnico - Área 1) Acerca de direitos humanos, direitos de minorias


e movimentos sociais urbanos, julgue o item seguinte:

A Constituição Federal de 1988, por possuir expressivo conjunto de normas diretamente


relacionado aos direitos sociais, preserva os direitos fundamentais das minorias, como, por
exemplo, o direito a terra dos povos indígenas e das comunidades quilombolas.

Comentários

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A Constituição de 1988 é prolixa e garante muitos direitos, inclusive os direitos de indígenas (art.
231, § 2º) e de comunidades quilombolas (art. 68 do ADCT) à terra.

A assertiva está Certa.

8. (2018/CESPE/MPU/Analista - Direito) Julgue o item a seguir, à luz das disposições da Lei


n.° 12.288/2010, da Lei n.° 10.639/2003 e da Convenção Internacional sobre Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação Racial:

Medidas que visem garantir a certo grupo de minorias a superação de barreiras resultantes de
desigualdade histórica e impeditivas ao exercício pleno de direitos e garantias fundamentais não
devem ser consideradas discriminatórias, pois representam compromisso com a promoção de
valores universais concernentes à paz e à igualdade entre diferentes povos, raças e nações.

Comentários

As medidas especiais de proteção de grupos vulneráveis, apesar de discriminarem formalmente os


jurisdicionados, não são consideradas discriminatórias – num sentido pejorativo – em razão de
visarem contornar impedimento à participação plena desses grupos na sociedade.

A assertiva está Certa.

9. (2018/FCC/CLDF/Consultor – Direitos Humanos, Minorias, Cidadania e Sociedade) Uma


vez estabelecidos, os Direitos Humanos não podem ser retirados do ordenamento, em razão
do princípio da:

A) Inter-relacionaridade;

B) Indisponibilidade;

C) Inerência;

D) Vedação do retrocesso;

E) Inesgotabilidade.

Comentários

De acordo com o princípio da vedação do retrocesso, os direitos humanos devem ser sempre
agregados. A proteção num certo momento deve ser sempre superior àquela que havia antes,
proibindo-se que haja retrocessos de proteção.

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Assim, a alternativa D é correta e é o gabarito da questão.

10. (2022/CESPE/MPE-AC/Promotor de Justiça Substituto) Acerca do dever de respeitar e


garantir, assinale a opção correta. Nesse sentido, considere que a sigla CIDH, sempre que
empregada, se refere à Corte Interamericana de Direitos Humanos:

A) Tal dever é materializado a partir de medidas positivas gerais, compreendido como um direito
adicional e complementar, e de medidas positivas especiais, dirigidas à população em geral,
decorrentes da obrigação de assegurar vigência às normas internacionais de proteção aos direitos
humanos no âmbito interno pelo Estado.

B) No Caso Família Barrios versus Venezuela, a falta de diligências adequadas para prevenir uma
violação por particulares não pode configurar a responsabilidade do Estado.

C) A CIDH considera como núcleos do dever de investigar, processar e punir, exclusivamente, o


direito à vida das vítimas e a proteção judicial.

D) O dever de proteção e garantia não encontra previsão nos tratados do sistema onusiano,
especialmente nos Protocolos Internacionais de Direitos Civis e Políticos e Econômicos, Sociais e
Culturais, razão pela qual é reconhecido como uma criação da CIDH.

E) O dever de investigar, processar e punir deriva do dever de respeitar e garantir, conforme


jurisprudência da CIDH desde o Caso Velásquez Rodriguez versus Honduras.

Comentários

A alternativa A é incorreta. A assertiva trocou os conceitos. As obrigações gerais são as voltadas


à população em geral enquanto as especiais são voltadas a grupos vulneráveis específicos.

A alternativa B é incorreta. O Estado tem a obrigação positiva de promover uma investigação séria
e imparcial das violações de direitos humanos.

A alternativa C é incorreta. Há outros fundamentos para o dever de investigar, processar e punir,


como o direito à intimidade e o direito à propriedade privada.

A alternativa D é incorreta. Os Pactos preveem o direito a um recurso efetivo, ao reconhecimento


pelas autoridades judiciais dos direitos violados e um direito à execução das decisões tomadas, o
que caracteriza o dever de proteção e garantia.

A alternativa E é correta e é o gabarito da questão. Conforme se extrai do acórdão referente ao


Caso Velásquez Rodriguez versus Honduras:

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167. A obrigação de garantir o livre e pleno exercício dos direitos humanos não se
esgota com a existência de uma ordem normativa dirigida a fazer possível o
cumprimento desta obrigação, mas comporta a necessidade de uma conduta
governamental que assegure a existência, na realidade, de uma eficaz garantia do
livre e pleno exercício dos direitos humanos.

Quer dizer, a garantia dos direitos não é uma garantia efetiva tão só pelo reconhecimento formal:
exige-se que haja um procedimento estatal que efetive o direito, o que inclui o dever de investigar,
processar e punir responsáveis por violações de direitos fundamentais.

11. (2021/CESPE/MPE-SC/Promotor de Justiça Substituto) Acerca dos princípios


constitucionais penais, julgue o item subsequente:

A Constituição Federal de 1988 é primordialmente um instrumento de garantia do indivíduo diante


do enorme poder coercitivo estatal, de modo que contrariam a Constituição normas que
contenham mandados de criminalização ou que proíbam a proteção penal insuficiente, uma vez
que tais dispositivos operariam no sentido do fortalecimento do poder punitivo estatal, o que é
incompatível com as finalidades da Constituição.

Comentários

É falso, pois a própria Constituição prevê mandados de criminalização, exigindo que haja uma
proteção penal suficiente em relação a determinados bens jurídicos.

A assertiva está Errada.

12. (2022/MPE-RJ/MPE-RJ/Promotor de Justiça Substituto) Sobre os Programas de


Integridade (compliance), assinale a alternativa correta:
A) A OCDE formulou um guia para empresas multinacionais, com a finalidade de promover um
padrão empresarial responsável a nível global, e uma das recomendações feitas é a adoção da
devida diligência com base no risco (risk-based diligence).
B) A definição das medidas de prevenção, detecção e comunicação é o primeiro passo na
formulação de um programa de compliance que tenha por objetivo a prevenção à lavagem de
dinheiro.
C) A efetividade de um programa de compliance deve ser realizado por meio de um teste de
idoneidade, que se limita a avaliar em abstrato a implementação do programa.
D) A implementação de processos internos de denúncia de irregularidades nas empresas privadas
teve origem na Inglaterra, onde são denominados de whistleblowers.

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E) A implementação do programa de compliance se dá com o estabelecimento de um processo


para averiguação dos descumprimentos ao programa, assim como a instituição de um plano de
avaliação continuada.

Comentários

A alternativa A é correta e é o gabarito da questão. A Organização para a Cooperação e o


Desenvolvimento Econômico (OCDE) firmou princípios gerais para a due dilligence a nível global,
due dilligence que é baseada em riscos.

A alternativa B é incorreta. O primeiro passo na formulação de um programa de compliance é a


detecção dos riscos envolvidos. Após o conhecimento dos riscos é que se torna possível a
prevenção, detecção e comunicação desses mesmos riscos.

A alternativa C é incorreta. O teste não deve ser feito apenas em abstrato, mas se deve verificar a
aptidão real do programa para combater os riscos.

A alternativa D é incorreta. Whistleblowers são os denunciantes de ilícitos. Não se utiliza essa


expressão para designar os programas de compliance.

A alternativa E é incorreta. O programa de integridade tem um caráter eminentemente profilático


e preventivo, não se confundindo com os programas de avaliação continuada.

13. (2018/CESPE/Instituto Rio Branco/Diplomata) Julgue (C ou E) o item a seguir, acerca do


direito internacional dos direitos humanos e do direito internacional humanitário:

A jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos reconhece a responsabilidade do


Estado por violações de direitos humanos não apenas como resultado de uma ação ou omissão a
ele diretamente imputável, mas também em virtude da falta de devida diligência do Estado em
prevenir uma violação cometida por particulares.

Comentários

A garantia efetiva de um direito depende da existência de procedimentos que assegurem a sua


efetivação, incluindo a diligência correspondente à detecção, prevenção e mitigação de danos que
possam ser causados por particulares.

A assertiva está Certa.

14. (CESPE/CNMP - 2023) Julgue o seguinte item, referente ao ambiente de controle


corporativo.

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Aula 00 - Extra

Na presença de cenário de risco substancial à integridade, as entidades, públicas ou privadas,


devem adotar verificações prévias, conhecidas como due dilligence, ou seja, efetuar exame prévio
à contratação, além de medidas para a supervisão de terceiros contratados.

Comentários

O due dilligence é o procedimento por meio do qual se detectam, previnem e mitigam riscos que
possam ser ocasionados por um empreendimento, tratando-se de procedimento hoje em dia
reconhecido como necessário para se afastar a responsabilidade de uma parte interessada.

Assim, a assertiva está Certa.


==2537cb==

15. (2019/FUNDATEC/Prefeitura de Chuí - RS/Assistente Social) Sobre a interseccionalidade


e a perspectiva do feminismo interseccional, importante tema que permeia o trabalho do(a)
assistente social com as diferentes expressões da questão social, analise as assertivas abaixo:

I – O feminismo interseccional é uma abordagem teórica que tem sido utilizada por muitas
teóricas negras feministas.

II – O cruzamento entre raça e gênero, tal qual formulado pela abordagem interseccional,
ainda é periférico na produção do Serviço Social.

III – A perspectiva do feminismo interseccional permite a ampliação do olhar sobre


específicas opressões vivenciadas pelas mulheres, cujas identidades e experiências sociais
são marcadas por exclusivos marcadores sociais de gênero e raça/etnia.

IV – A proposta do feminismo interseccional possibilita uma análise dos marcadores sociais


de gênero e de raça/etnia através do seu entrecruzamento, não sendo vistos de forma
isolada, ou através de uma visão somatória ou aditiva de opressões.

Quais estão corretas?


A) Apenas I e II.
B) Apenas II e IV.
C) Apenas II e III.
D) Apenas I, II e III.
E) Apenas I, II e IV.

Comentários

A assertiva I é correta, decorrendo a abordagem das interseccionalidades principalmente da


consideração da situação das mulheres negras.

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A assertiva II é correta, podendo-se afirmar que o reconhecimento de interseccionalidades não é


uma prática corrente da Administração Pública no momento.

A assertiva III é incorreta. Não se pode afirmar que tão só as qualidades de gênero e raça/etnia
marquem a identidade e experiência social das mulheres negras. Há marcas também da pobreza,
por exemplo.

A assertiva IV é correta. A abordagem interseccional permite analisar mais de um marcador em


conjunto.

Como estão corretas apenas as assertivas I, II e IV, a alternativa E é correta e é o gabarito da


questão.

LISTA DE QUESTÕES
1. (2022/FCC/Recife-PE/Assistente Social) As ações afirmativas:

A) têm caráter temporário.

B) baseiam-se no princípio da igualdade formal previsto na Constituição Federal.

C) devem ser aplicadas, simultaneamente, em relação a todos os grupos sociais vulneráveis, sob
pena de violar a isonomia existente entre eles.

D) são baseadas em critérios estritos de meritocracia.

E) dependem sempre de autorização legal para não configurarem discriminação negativa.

2. (2018/FADESP/IF-PA/Educação-Pedagogia) As ações afirmativas podem ser definidas


como políticas públicas (e privadas) voltadas à concretização do princípio constitucional da
igualdade material e à neutralização dos efeitos da discriminação racial, de gênero, de idade,
de origem nacional e de compleição física. São exemplos de medidas que se constituem em
ações afirmativas na educação:

A) políticas de valorização identitária e adoção de cotas de ingresso no ensino superior.

B) adoção de cotas raciais, institucionalização de conteúdos antirracistas e antidiscriminatórios no


currículo escolar.

C) combate à lgbtfobia na escola e adoção da educação “anti-racista e antidiscriminatoria”.

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D) combate à lgbtfobia na escola e ações de enfrentamento ao racismo.

E) ações de enfrentamento ao racismo e adoção de políticas de valorização identitária.

3. (2023/CESPE/MPE-AM/Promotor de Justiça Substituto) A respeito das ações afirmativas


adotadas pelo setor empresarial para a realização de programas de treinamento e
aperfeiçoamento profissional com oferta de vagas especificamente destinadas a grupos
historicamente excluídos, assinale a opção correta:

A) As iniciativas de empresas que buscam minimizar os impactos do racismo na sociedade pela


adoção de ações afirmativas consistentes em processos de seleção diferenciados contemplam,
ainda que de forma mediata, o princípio constitucional da função social da propriedade, que exige
das empresas o devido respeito aos deveres e às responsabilidades para com a comunidade em
que atuam, cujos direitos e interesses devem lealmente respeitar e atender.

B) A adoção de ações afirmativas fomenta o divisionismo, pois a mera desproporcionalidade no


número de empregados negros e brancos verificada no âmbito interno de uma empresa não é
justificativa suficientemente plausível e razoável para a adoção do processo de treinamento e
aperfeiçoamento profissional exclusivamente voltado a pessoas negras.

C) Ações afirmativas destinadas à concretização de objetivos e valores relativos à efetivação e à


materialização do princípio da igualdade no âmbito da iniciativa privada não encontram amparo
legal no ordenamento jurídico brasileiro e, por isso, não têm o condão de eliminar desigualdades
sociais e étnicas decorrentes de fatores históricos, sociais, econômicos, entre outros, pois cabe ao
poder público adotar políticas públicas de enfrentamento a essas desigualdades.

D) Ações afirmativas para pessoas negras no mercado de trabalho promovem racismo reverso, ou
seja, discriminação contra pessoas brancas, por isso o mais adequado seria promover um processo
de seleção sem possibilidade de identificação da cor/raça dos candidatos.

E) A falta de capacitação é o principal problema da população negra, o que acaba se refletindo na


desigualdade na ocupação de postos nas empresas; portanto, em vez de fomentar o divisionismo
com ações afirmativas, convém promover ações neutras, com oferta de qualificação profissional,
para o enfrentamento do cenário de ausência de pessoas pretas e pardas nos postos de comando
nas esferas pública e privada.

4. (2021/FCC/DPE-AM/Defensor Público) Na doutrina do direito antidiscriminatório,


estereótipos são:

A) opiniões pessoais baseadas em crenças que expressam falsas generalizações sobre membros
de grupos sociais, para além de opiniões negativas em relação a certa classe de indivíduos.

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B) avaliações sobre os membros de um segmento social baseadas em generalizações depreciativas


que não podem ser estendidas a todos por conta da variedade existente entre os seres humanos.

C) atitudes e emoções que implicam direta ou indiretamente uma postura de caráter negativo ou
uma antipatia em relação a integrantes de determinados grupos.

D) atitudes irracionais em relação a grupos de pessoas que não encontram base adequada porque
expressam conhecimento falso da realidade.

E) afastamento da norma moral de reconhecimento da humanidade de todas as pessoas, como


fundamento das interações humanas em uma sociedade democrática.

5. (2023/FGV/TRF-1/Juiz Federal substituto) Considere um caso em que a União patrocina


financeiramente uma política de apoio a certa região do Brasil que está assolada por uma seca
crônica. A política adotada consiste em liberar o acesso das vítimas a um açude numa região
vizinha para levarem água gratuitamente. A política se destina a todas as vítimas da seca
naquela região. O argumento central é de que tal política seria discriminatória.

Em relação a tal caso, é correto afirmar que:

A) não existe discriminação, uma vez que a política é neutra porque trata todas as vítimas da seca
de maneira igualitária, sem impor ônus a nenhum grupo específico;

B) a existência ou não de discriminação numa política pública é uma avaliação de natureza apenas
moral e não há base legal que permita a judicialização desse caso;

C) trata-se de um caso de discriminação direta, já que produziu distinção que teve como efeito
restringir o exercício, em igualdade de condições, de um grupo ao acesso à água;

D) é um caso de discriminação indireta, pois, apesar de ser uma política neutra, ela acarreta uma
desvantagem particular às pessoas que não possuem recursos para transportar a água;

E) a situação caracteriza-se como discriminação múltipla ou agravada, uma vez que acumula tanto
a discriminação direta quanto a discriminação indireta.

6. (2023/VUNESP/TJ-RJ/Juiz substituto) A respeito do Direito Antidiscriminatório, assinale


a alternativa correta:

A) A teoria da discriminação interseccional tem origem nas críticas recebidas por líderes de
movimentos minoritários que deduzem que tais grupos são homogêneos e que seus integrantes
sofrem com a opressão da mesma forma;

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B) Pode-se afirmar que o Direito Antidiscriminatório é um subsistema do Direito Administrativo,


encontrando fundamento no princípio da legalidade;

C) A discriminação não pressupõe uma relação de hierarquia entre indivíduos e pode ocorrer entre
sujeitos pertencentes a um mesmo grupo;

D) São três os fundamentos jurídicos do Direito Antidiscriminatório: a objetividade jurídica, a


racionalidade constitucional e a universalidade de direitos;

E) A discriminação indireta se dá quando uma norma tem um impacto desproporcionalmente


negativo sobre um dado grupo vulnerável, podendo tal norma ser neutra, no sentido da instituição
responsável não ter a intenção de prejudicar o grupo atingido.

7. (2018/CESPE/IPHAN/Técnico - Área 1) Acerca de direitos humanos, direitos de minorias


e movimentos sociais urbanos, julgue o item seguinte:

A Constituição Federal de 1988, por possuir expressivo conjunto de normas diretamente


relacionado aos direitos sociais, preserva os direitos fundamentais das minorias, como, por
exemplo, o direito a terra dos povos indígenas e das comunidades quilombolas.

8. (2018/CESPE/MPU/Analista - Direito) Julgue o item a seguir, à luz das disposições da Lei


n.° 12.288/2010, da Lei n.° 10.639/2003 e da Convenção Internacional sobre Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação Racial:

Medidas que visem garantir a certo grupo de minorias a superação de barreiras resultantes de
desigualdade histórica e impeditivas ao exercício pleno de direitos e garantias fundamentais não
devem ser consideradas discriminatórias, pois representam compromisso com a promoção de
valores universais concernentes à paz e à igualdade entre diferentes povos, raças e nações.

9. (2018/FCC/CLDF/Consultor – Direitos Humanos, Minorias, Cidadania e Sociedade) Uma


vez estabelecidos, os Direitos Humanos não podem ser retirados do ordenamento, em razão
do princípio da:

A) Inter-relacionaridade;

B) Indisponibilidade;

C) Inerência;

D) Vedação do retrocesso;

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E) Inesgotabilidade.

10. (2022/CESPE/MPE-AC/Promotor de Justiça Substituto) Acerca do dever de respeitar e


garantir, assinale a opção correta. Nesse sentido, considere que a sigla CIDH, sempre que
empregada, se refere à Corte Interamericana de Direitos Humanos:

A) Tal dever é materializado a partir de medidas positivas gerais, compreendido como um direito
adicional e complementar, e de medidas positivas especiais, dirigidas à população em geral,
decorrentes da obrigação de assegurar vigência às normas internacionais de proteção aos direitos
humanos no âmbito interno pelo Estado.

B) No Caso Família Barrios versus Venezuela, a falta de diligências adequadas para prevenir uma
violação por particulares não pode configurar a responsabilidade do Estado.

C) A CIDH considera como núcleos do dever de investigar, processar e punir, exclusivamente, o


direito à vida das vítimas e a proteção judicial.

D) O dever de proteção e garantia não encontra previsão nos tratados do sistema onusiano,
especialmente nos Protocolos Internacionais de Direitos Civis e Políticos e Econômicos, Sociais e
Culturais, razão pela qual é reconhecido como uma criação da CIDH.

E) O dever de investigar, processar e punir deriva do dever de respeitar e garantir, conforme


jurisprudência da CIDH desde o Caso Velásquez Rodriguez versus Honduras.

11. (2021/CESPE/MPE-SC/Promotor de Justiça Substituto) Acerca dos princípios


constitucionais penais, julgue o item subsequente:

A Constituição Federal de 1988 é primordialmente um instrumento de garantia do indivíduo diante


do enorme poder coercitivo estatal, de modo que contrariam a Constituição normas que
contenham mandados de criminalização ou que proíbam a proteção penal insuficiente, uma vez
que tais dispositivos operariam no sentido do fortalecimento do poder punitivo estatal, o que é
incompatível com as finalidades da Constituição.

12. (2022/MPE-RJ/MPE-RJ/Promotor de Justiça Substituto) Sobre os Programas de


Integridade (compliance), assinale a alternativa correta:
A) A OCDE formulou um guia para empresas multinacionais, com a finalidade de promover um
padrão empresarial responsável a nível global, e uma das recomendações feitas é a adoção da
devida diligência com base no risco (risk-based diligence).
B) A definição das medidas de prevenção, detecção e comunicação é o primeiro passo na
formulação de um programa de compliance que tenha por objetivo a prevenção à lavagem de
dinheiro.

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C) A efetividade de um programa de compliance deve ser realizado por meio de um teste de


idoneidade, que se limita a avaliar em abstrato a implementação do programa.
D) A implementação de processos internos de denúncia de irregularidades nas empresas privadas
teve origem na Inglaterra, onde são denominados de whistleblowers.
E) A implementação do programa de compliance se dá com o estabelecimento de um processo
para averiguação dos descumprimentos ao programa, assim como a instituição de um plano de
avaliação continuada.

13. (2018/CESPE/Instituto Rio Branco/Diplomata) Julgue (C ou E) o item a seguir, acerca do


direito internacional dos direitos humanos e do direito internacional humanitário:

A jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos reconhece a responsabilidade do


Estado por violações de direitos humanos não apenas como resultado de uma ação ou omissão a
ele diretamente imputável, mas também em virtude da falta de devida diligência do Estado em
prevenir uma violação cometida por particulares.

14. (CESPE/CNMP - 2023) Julgue o seguinte item, referente ao ambiente de controle


corporativo.
Na presença de cenário de risco substancial à integridade, as entidades, públicas ou privadas,
devem adotar verificações prévias, conhecidas como due dilligence, ou seja, efetuar exame prévio
à contratação, além de medidas para a supervisão de terceiros contratados.

15. (2019/FUNDATEC/Prefeitura de Chuí - RS/Assistente Social) Sobre a interseccionalidade


e a perspectiva do feminismo interseccional, importante tema que permeia o trabalho do(a)
assistente social com as diferentes expressões da questão social, analise as assertivas abaixo:

I – O feminismo interseccional é uma abordagem teórica que tem sido utilizada por muitas
teóricas negras feministas.

II – O cruzamento entre raça e gênero, tal qual formulado pela abordagem interseccional,
ainda é periférico na produção do Serviço Social.

III – A perspectiva do feminismo interseccional permite a ampliação do olhar sobre


específicas opressões vivenciadas pelas mulheres, cujas identidades e experiências sociais
são marcadas por exclusivos marcadores sociais de gênero e raça/etnia.

IV – A proposta do feminismo interseccional possibilita uma análise dos marcadores sociais


de gênero e de raça/etnia através do seu entrecruzamento, não sendo vistos de forma
isolada, ou através de uma visão somatória ou aditiva de opressões.

Quais estão corretas?


A) Apenas I e II.

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B) Apenas II e IV.
C) Apenas II e III.
D) Apenas I, II e III.
E) Apenas I, II e IV.

GABARITO
1. A
2. A
3. A
4. A
5. D
6. E
7. Certa
8. Certa
9. D
10. E
11. Errada
12. A
13. Certa
14. Certa
15. E

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Torques
CNU - Desafios do Estado de Direito -
2024 (Pós-Edital)

Autor:
Alessandra Lopes, André Rocha,
Equipe André Rocha, Ricardo
Torques

13 de Janeiro de 2024
Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques
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Sumário
Desafios do Estado de Direito para o CNU ....................................................................................................... 2

Proteção ao Idoso ............................................................................................................................................... 3

1 - Idoso, vulnerabilidade e Direitos Humanos ................................................................................................... 3

2 - Carta de São José sobre os direitos dos idosos da América Latina e Caribe .............................................. 5

3 - A proteção interna ao Idoso e a base Constitucional ................................................................................... 6

4 - Estatuto do Idoso ......................................................................................................................................... 11

5 - Sistema Único de Assistência Social: Lei 8.742/1993 e o Benefício de Amparo Social ............................. 35

6 – Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência Contra Pessoa Idosa ................................................. 42

Resumo .............................................................................................................................................................. 43

Proteção ao Idoso ............................................................................................................................................. 43

Considerações Finais ......................................................................................................................................... 48

Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 49

Lista de Questões .............................................................................................................................................. 84

Gabarito ........................................................................................................................................................... 97

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DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO PARA O CNU


Na aula de hoje, vamos enfrentar os seguintes temas do edital:

2.6 Combate às discriminações, desigualdades e injustiças: de renda, regional, racial, etária


e de gênero.

Esse tema, será dividido em diversas aulas da seguinte forma:

Combate às discriminações, desigualdades e injustiças: de renda e regionais.

Combate às discriminações, desigualdades e injustiças: racial.

Combate às discriminações, desigualdades e injustiças: etária.

Combate às discriminações, desigualdades e injustiças: de gênero.

Hoje, vamos focar apenas na questão etária!

Como o conteúdo é aberto, entendemos não ser necessário abordar especificamente toda a legislação.
Assim, vamos enviesar o conteúdo para análise internacional, interna e dos principais diplomas de forma
aberta. Nas aulas em vídeo, esse enfoque será mais contundente de modo cercá-los daquilo das possíveis
cobranças em provas pelo examinador.

No que diz respeito às questões, dado padrão CESGRANRIO e a inexistência de questões sobre o assunto,
vamos focar na banca CEBRASPE e o que consideramos de “outras bancas”, que são bancas menores, que
cobram o tema de modo mais facilitado. Nas aulas em vídeo, esgotaremos as questões que podem ser
cobradas em prova.

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GRUPOS VULNERÁVEIS - IDOSO


PROTEÇÃO AO IDOSO
RECADO IMPORTANTE AQUI! Há a possibilidade de algumas aulas aparecerem duplicadas e elas são
necessárias em razão dos múltiplos pacotes que compreendem o edital. A fim de garantir que nossos alunos
não sofram prejuízos, recomendamos que dediquem tempo ao estudo de apenas uma das aulas, caso estas
apresentem conteúdo equivalente nos pacotes de seus cursos. Essa abordagem visa otimizar o tempo
dedicado aos estudos, assegurando, ao mesmo tempo, a integridade do conteúdo programático. Essa
repetição de aulas é necessária para abranger todos os cargos e compor diferentes cursos. Pedimos
desculpas pelo inconveniente, mas trata-se de organização necessária para atender todos os alunos. Contem
conosco em nosso fórum de dúvidas para esclarecer qualquer questionamento relacionado ao conteúdo das
matérias.

A fim de tornar didático o estudo desses temas vamos, primeiramente, tecer uma introdução com o fito de
localizar você no tema e, na sequência, vamos analisar as regras mais importantes de cada diploma.

É importante ressaltar que não vamos tratar de todos os dispositivos de cada uma dessas leis. Ao invés de
ajudá-los, estaríamos dificultando estudo da matéria de Direitos Humanos e retirando tempo importante
que deve ser dedicado a outros temas.

1 - Idoso, vulnerabilidade e Direitos Humanos

Em relação ao ordenamento jurídico internacional e brasileiro é notável a extensa gama de direitos


assegurados aos idosos, especialmente os direitos sociais.

Internamente, dois diplomas destacam-se: a Constituição Federal e o Estatuto do Idoso.

Internacionalmente, temos referência ao idoso de forma geral, abordada nas principais declarações, mas
sem a ênfase necessária. Por exemplo, a Declaração Universal de Direitos Humanos, no art. 25, fala de
proteção em decorrência da velhice, o Pacto Internacional dos Direitos Sociais, Econômicos e Culturais, no
art. 9º, aborda o direito à previdência social em razão da idade avançada.

Além disso temos textos não dotados de força vinculante compondo a soft law da matéria.

(i) Plano Internacional de Ação sobre Envelhecimento, fruto de conferência mundial sobre envelhecimento
organizada pela ONU;

(ii) Resolução n. 45/106 da Assembleia Geral, de 1990, que designou o dia 1º de outubro como o “Dia
Internacional da Pessoa Idosa”;

(iii) Resolução n. 46, de 1991, que adotou os “Princípios das Nações Unidas em favor das Pessoas Idosas”

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(iv) Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento de Madri, de 2002, na segunda conferência mundial
sobre a temática, organizada pela ONU, entre outros.

No Sistema Regional de Direitos Humanos o Protocolo de San Salvador – Protocolo Adicional à Convenção
Americana de Direitos Humanos – no art. 17 assegura “proteção especial à velhice”, deduzindo o dever de o
Estado prestar assistência, especialmente:

➢ criar instituições para acolhimento de idosos, com boas instalações, alimentação, assistência médica,
caso o idoso não possa se prover com recursos próprios;
➢ adotar programas específicos voltados a fim de manter e reinserir o idoso no mercado de trabalho,
se for o seu desejo e vocação; e
➢ promover a formação de organizações sociais destinadas à proteção desse grupo vulnerável.

Essas normas, contudo, revelam apenas algumas diretrizes, alguns programas, sem maior efetividade.

A Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos das Pessoas Idosas foi adotada pela
OEA em 2015. Porém o Brasil apenas assinou a convenção no mesmo ano não tendo completado o ciclo de
internalização e por isso as normas ainda não estão em vigor no Brasil.

Segundo o entendimento do STF o tratado somente entra em vigor na ordem interna com o decreto da
promulgação.

Órgãos específicos de proteção internacional

Sistema interamericano: CIDH, Corte IDH e Comitê de Especialistas. Há, no sistema interamericano, no
âmbito da CIDH, a Relatoria sobre os Direitos das Pessoas Idosas.

Sistema global: não há um órgão convencional específico.

Vamos fazer uma questão sobre esta parte introdutória:

(FUMARC - 2021) A respeito da proteção internacional da pessoa idosa, NÃO é correto afirmar:

A) A Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos estabelece sistema de
petições individuais à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, para informações sobre violações
realizadas por algum Estado Parte.

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B) A Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos foi incorporada ao direito
brasileiro apenas com status supralegal, haja vista que ainda não ocorreu a ratificação do tratado pelo
governo brasileiro, apenas sua assinatura.
C) Há previsão, no “Protocolo de San Salvador”, de disposição relativa à proteção das pessoas idosas,
garantindo o direito de que toda pessoa tenha proteção especial na velhice.
D) Não há, no plano global de proteção, instrumentos jurídicos de hard law que padronizem os direitos dos
idosos, o que leva a crer que os direitos humanos dessa categoria de pessoas não têm tido o destaque
merecido no atual direito internacional público.
Comentários
A alternativa A está correta. O artigo 36 da convenção qualquer pessoa, grupo de pessoas ou entidade não
governamental legalmente reconhecida em um ou mais Estados membros da Organização dos Estados
Americanos pode apresentar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos petições que contenham
denúncias ou queixas de violação de algum dos artigos da presente Convenção por um Estado Parte.
A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. A convenção foi apenas assinada pelo Brasil não
tendo sido completada as formalidades necessárias para a incorporação. Segundo o entendimento do STF o
tratado somente entra em vigor na ordem interna com o decreto da promulgação. Segundo o entendimento
no direito internacional o tratado entra em vigor com o depósito do instrumento de ratificação.
A alternativa C está incorreta. O art. 17 do Protocolo traz disposição relativa à proteção das pessoas idosas.
A alternativa D está correta. Os instrumentos previstos são de soft law, ou seja, não possuem força
vinculante.

2 - Carta de São José sobre os direitos dos idosos da América


Latina e Caribe

Essa Carta foi adotada em Conferência realizada em San José da Costa Rica. Embora assinada na Costa Rica,
esse documento é originário do Sistema Global de Direitos Humanos, pois assinada no âmbito da CEPAL –
Comissão Econômica para América Latina e Caribe –, órgão criado pelo Conselho Econômico e Social das
Nações Unidas.

O documento apresenta-se como uma carta de intenções, como ideais e compromissos assumidos
internacionalmente no que diz respeito à proteção das pessoas com idade avançada. Não se trata de um
documento internacional com caráter vinculante.

Entre as declarações, destaca-se:

 O compromisso de proteger os direitos humanos das pessoas idosas e de erradicar


discriminações e violações a seus direitos.

 O apoio à Organização dos Estados Interamericanos para a criação de uma convenção


específica, voltada para a defesa dos direitos humanos dos idosos.

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 O reconhecimento do direito de acesso à Justiça e participação política, pública e social


dos idoso.

 O compromisso de adotar medidas legislativas, administrativas em defesa dos idosos;


de fortalecer a proteção desse grupo vulnerável; de priorizar as ações em defesa dos seus
direitos; de adotar ações afirmativas voltadas à proteção de quem está em idade avançada.

 A pretensão de adotar ações de segurança social, de saúde e de serviço social, a fim de


promover os direitos dos idosos.

Como você pode perceber, o documento pretende estimular a comunidade internacional a tomar atitude
efetiva no trato da questão. De todo modo, para fins de prova, não vemos possibilidade cobrança objetiva
da temática, a não ser o reconhecimento da situação atual da proteção internacional desse grupo vulnerável.

Internamente, por outro lado, temos uma normativa extensa.

3 - A proteção interna ao Idoso e a base Constitucional

Inicialmente o art. 3º da Constituição Federal prevê como objetivo da República Federativa do Brasil a
promoção do bem de todos sem preconceitos de origem, cor, idade ou qualquer outra forma de
discriminação.

Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

(...) IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

Quando analisamos o art. 5º que trata dos direitos e garantias fundamentais percebemos no caput a vedação
a distinções de qualquer natureza. Assim, ao idoso é garantido o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade.

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Ao analisar os direitos garantidos aos trabalhadores urbanos e rurais previstos no art. 7º descobrimos dois
incisos importantes para este grupo vulnerável. Mais uma vez a constituição veda a diferença baseada em
idade quando se trata de salário, exercício de funções e critério de admissão e prevê como direito a
aposentadoria. Vejamos:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

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XXIV - aposentadoria;

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão


por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

Ao tratar dos direitos políticos a carta magna também se preocupou com as pessoas idosas. A Constituição
garante o direito ao alistamento e ao voto às pessoas idosas, porém de forma facultativa para os maiores de
70 anos. Sabemos que o exercício do voto no Brasil é obrigatório, como regra, e sua inobservância gera
efeitos na vida civil. Então, pensando nas pessoas idosas que por vezes possuem maior dificuldade de exercer
esse direito e dever a lei maior tornou facultativo o voto para proteger os mais idosos dos efeitos do não
exercício do voto.

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

II - facultativos para:

b) os maiores de setenta anos;

Chegamos agora na parte da Constituição que trata da Seguridade Social.

O art. 201 prevê a forma de organização da previdência social e afirma a cobertura de eventos como doença,
invalidez, morte e idade avançada. Além disso no §7º detalha aas regras para a aposentadoria do Regime
Geral de previdência.

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e


idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

(…)

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei,


obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)

I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se


mulher, observado tempo mínimo de contribuição; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

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II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se


mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de
economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Além disso, segundo o art. 203, I, da CF, a assistência social será prestada a quem dela necessitar e tem por
objetivo proteger, entre outros grupos vulneráveis, as pessoas idosas:

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de
contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; (...).

V - a garantia de um salário-mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência


e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-
la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Ademais, prevê nossa CF que os filhos possuem o dever de ajudar e amparar os país na velhice.

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores
têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

No que diz respeito à tutela constitucional dos idosos, destaca-se o art. 230 da CF.

Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas,
assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e
garantindo-lhes o direito à vida.

§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus


lares.

§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes


coletivos urbanos.

Do dispositivo acima, nota-se que o dever de amparar os idosos é tripartido. Constitui dever da família, da
sociedade e do Estado.

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Família

DEVER DE
AMPARAR OS
IDOSOS

Estado Sociedade

Importante observar aqui que as disposições constitucionais que estatuem direitos sociais não devem ser
vistas apenas como proclamação de princípios ou como tendo um caráter meramente programático. Existe
um dever específico do Estado em realizar as prestações constitucionais e, falhando o cumprimento deste
dever, cabe o ingresso em juízo para a imposição desses dispositivos constitucionais.

Por exemplo, quanto ao direito à gratuidade nos transportes coletivos assegurada pelo §2º aos maiores de
sessenta e cinco anos, o Supremo Tribunal Federal já reconheceu que essa disposição tem eficácia plena e
aplicabilidade imediata, independendo de qualquer regulamentação infraconstitucional e restando
afastados quaisquer óbices concernentes à repercussão econômica da norma.

(Quadrix - 2021) Conforme o Estatuto do Idoso, julgue o item.


Para ter acesso à gratuidade nos transportes públicos, o idoso deve apresentar identificação específica,
emitida pelo município.
Comentários
A assertiva está incorreta. Como vimos devem ser afastados quaisquer dificuldades para o exercício dos
direitos das pessoas idosas. Assim, basta que seja apresentado um documento pessoal que faça prova da
idade.

Essas são as premissas gerais de proteção ao idoso na Constituição Federal. Não vamos nos alongar no
assunto, posto que não é objeto de nossos estudos.

Na legislação infraconstitucional existem diversas normas que tratar do idoso:

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 Lei nº 8.842/1994 - dispôs sobre a Política Nacional do Idoso e criou o Conselho Nacional
do Idoso.

 Decreto nº 1.948/1996 - regulamentou a Política Nacional do Idoso.

 Lei nº 10.173/2001 - estabeleceu prioridade na tramitação de procedimentos judiciais


nos quais figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 65 anos.

 Decreto nº 4.227/2002 - criou o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso – CNDI.

 Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso) - dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, criou
normas sociais para o tratamento dos idosos, garantindo-lhes integração, autonomia e
participação na sociedade e, principalmente, a promoção da longevidade com qualidade
de vida.

Vamos analisar:

Estatuto do Idoso

Benefício de Amparo Social ao Idoso

Ação para o Enfrentamento da Violência Contra Pessoa Idosa.

Vamos começar ao Estatuto do Idoso? O referido diploma legal é composto por 118 dispositivos, observando
a estrutura que segue.

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4 - Estatuto do Idoso

4.1 - Estrutura

TÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES


• Definição de idoso; reafirmação da cidadania além de fundamento constitucional;
prioridade de direitos; competências.

TÍTULO II – DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


• Direito à vida; à liberdade; ao respeito; à dignidade; a alimentos; à saúde; à educação; à
cultura; ao esporte; ao lazer; à profissionalização; ao trabalho; à previdência social; à
assistência social; à habitação; ao transporte.

TÍTULO III – DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO


• Disposições gerais; medidas específicas de proteção.

TÍTULO IV – DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO


• Disposições gerais; entidades de atendimento ao idoso; obrigações das entidades;
fiscalização; infrações administrativas; responsabilidades; apuração administrativa das
infrações das entidades; apuração judicial das irregularidades.

TÍTULO V – DO ACESSO À JUSTIÇA


• Disposições gerais; atuação e competência do Ministério Público; proteção judicial dos
interesses difusos, coletivos e individuais indisponíveis e homogêneos; prioridade de
atendimento.

TÍTULO VI – DOS CRIMES


• Disposição geral; crimes em espécie.

TÍTULO VII – DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS


• Infração e alterações do Estatuto no Código Penal, na Lei das Contravenções Penais, na
Lei n. 9.455/97, na Lei n. 6.368/76, na Lei n. 10.048/2000; fontes de recursos para o
atendimento aos idosos; programas e ações.

Não iremos tratar todos os artigos, pois não seria producente. Temos que atacar aqueles dispositivos que
possuem maior incidência em provas.

4.2 - Disposições Preliminares

O conceito de pessoa idosa sempre foi objeto de controvérsia na doutrina especializada.

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No âmbito internacional pessoa idosa é aquela de 60 anos ou mais, salvo quando a lei interna determina
uma idade base menor ou maior, sempre que esta não seja superior aos 65 anos.

Em que pese as críticas acima e devido à dificuldade de se estabelecer um parâmetro objetivo e uniforme
para ser aplicado na prática, o Estatuto do Idosos segue o lugar comum e fixa, no art. 1º, que será idosa a
pessoa que tiver idade igual ou superior a 60 anos.

IDOSO 60 anos ou mais

As regras previstas no Estatuto constituem um patamar civilizatório adicional ao previsto na constituição


federal para conferir proteção especial aos idosos, em nítido exercício da igualdade em sentido material,
especialmente para a preservação da

• saúde física e mental; e


• aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

Tal como o ECA, o Estatuto do Idoso é fundamentado no princípio da prioridade. Desse modo, o atendimento
às necessidades dos idosos deve ser atendida com prioridade pela comunidade, pela família, pela sociedade
e pelo poder público.

Em rol exemplificativo, o Estatuto, arrola os seguintes direitos assegurados:

Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar


ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade,
ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

Notem que o dispositivo acima também rotula como dever da sociedade, da família e do Estado
assegurarem os direitos aos idosos.

Entre os direitos prioritariamente assegurados, o Estatuto do Idoso determina:

I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e


privados prestadores de serviços à população;

II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;

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III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção
ao idoso;

IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com


as demais gerações;

V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do


atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de
manutenção da própria sobrevivência;

VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia


e na prestação de serviços aos idosos;

VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de


caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;

VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.

IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda.

Além dos direitos assegurados, o Estatuto do Idoso determina que a família, a sociedade e o Estado devem
agir para prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso, contra negligência, discriminação, violência,
crueldade ou opressão, sob pena de responsabilização civil e penal.

O art. 6º possui relevância porque estabelece o dever atribuído a todos de denunciar (delatio criminis),
perante a autoridade competente, qualquer violação aos direitos dos idosos.

4.3 - Direitos Fundamentais

O fundamento para justificar a proteção diferenciada às pessoas idosas está na solidariedade e fraternidade.
Desse modo, os direitos fundamentais de proteção às pessoas com idade mais avançada são direitos de
terceira dimensão.

Os direitos fundamentais que asseguram


posição privilegiada aos idosos são direitos de
terceira dimensão.

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Na sequência vamos analisar objetivamente os direitos assegurados aos idosos.

Direito à Vida

O art. 8º trata do direito ao envelhecimento, sob duas vertentes. Por um lado, é visto como um direito
personalíssimo, por outro e sob o aspecto da proteção social dos idosos, é visto como um direito social.

DIREITO AO
ENVELHECIMENTO

Direito social, no que diz respeito à


Direito personalíssimo
proteção aos idosos

Para tanto, o Estado deverá promover políticas públicas específicas de proteção aos idosos para possibilitar
o envelhecimento com dignidade e com proteção aos direitos humanos.

Direito à liberdade, respeito e à dignidade

Do caput do art. 10 do Estatuto extrai-se o dever estatal de promover os direitos de primeira e segunda
dimensão dos idosos. Desse modo, impõe-se (i) garantir os direitos de liberdade, (ii) direito ao respeito, (iii)
assegurar-lhes a dignidade e (iv) direitos civis, políticos, individuais e sociais.

Entre os primeiros, já nos incisos, o Estatuto arrola uma lista de direitos de liberdade que devem ser
assegurados.

Contudo, para além dos direitos de liberdade, as pessoas idosas devem ser respeitadas, especialmente no
que se refere à inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem,
da identidade, da autonomia, de valores, ideias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.

Por fim, exige o Estatuto que todos devem agir para assegurar a dignidade da pessoa idosa, distanciando-os
de qualquer conduta desumana, violenta, aterrorizante, vexatória ou constrangedora.

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De modo, esquematizado, podemos distinguir:

DIREITOS DE LIBERDADE RESPEITO VALOR DIGNIDADE

• Faculdade de ir e vir e estar • Integridade física. • Repúdio a tratamento


nos logradouros públicos e • Integridade psíquica. desumano.
espaços comunitários. • Integridade moral. • Repúdio a tratamento
• Opinião e expressão. • Preservação da imagem. violento.
• Crença e culto religioso. • Preservação da identidade. • Repúdio a tratamento
• Prática de esportes e de aterrorizante.
• Preservação da autonomia
diversões. (valores, ideias e crenças). • Repúdio a tratamento
• Participação na vida vexatório.
• Preservação dos espaços.
familiar e comunitária. • Repúdio a tratamento
• Preservação dos objetos
• Participação na vida constrangedor.
pessoais.
política.
• Faculdade de buscar
refúgio, auxílio e
orientação.

Direito a Alimentos

O Estatuto faz menção expressa ao direito a alimentos garantido às pessoas idosas.

O artigo 13 autoriza expressamente que sejam feitas transações sobre o direito a alimentos. A transação é
um acordo por meio do qual as partes de um litígio dispõem sobre a sua solução. Não é possível transigir o
direito aos alimentos em si, que é indisponível por parte do próprio beneficiário, entretanto, é possível a
transação acerca da forma de seu cumprimento: valor das parcelas e periodicidade, por exemplo.

A transação, conforme autoriza o artigo, pode ser celebrada perante Promotor de Justiça ou Defensor
Público recebendo eficácia de título executivo extrajudicial.

Devemos ainda citar o enunciado 34 do IBDEFAM que afirma ser possível a relativização do princípio da
reciprocidade entre pais e filhos nos casos de abandono afetivo e material do genitor para com o seu filho.
Veja:

Enunciado 34 - É possível a relativização do princípio da reciprocidade, acerca da obrigação


de prestar alimentos entre pais e filhos, nos casos de abandono afetivo e material pelo

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genitor que pleiteia alimentos, fundada no princípio da solidariedade familiar, que o


genitor nunca observou.

Não confunda o direito a alimentos e as prestações assistenciais do Poder Público: esta última só é devida
aos que efetivamente necessitem, portanto, caso as pessoas idosas tenham meios de subsistência próprio
ou por meio de sua família, não há, em regra, direito à assistência social econômica.

Direito à Saúde

A regra estatutária é bastante semelhante à que vem disposta na CF:

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Desse modo, é assegurada atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do SUS, garantindo-lhe o acesso
universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção,
proteção e recuperação da saúde de pessoas idosas.

Para tanto, o estatuto arrola uma série de deveres destinados à toda a rede de saúde, quais sejam:

PREVENÇÃO E MANUTENÇÃO DA SAÚDE

• Cadastramento da população idosa em base territorial.


• Atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios.
• Unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e
gerontologia social.
• Atendimento domiciliar, incluindo internação nos meios urbanos e rurais.
• Reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia para redução de sequelas.
• Fornecimento gratuito de medicamentos, órteses, próteses e outros.
• Vedação da discriminação do idoso nos planos de saúde em relação à cobrança de
valores diferenciados em razão da idade.
• Atendimento especializado aos idosos portadores de deficiência ou com limitação
incapacitante.

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O art. 15, §5º, do Estatuto do Idoso trata de importante regra: VEDA-SE A EXIGÊNCIA DE COMPARECIMENTO
DO IDOSO ENFERMO PERANTE ÓRGÃOS PÚBLICOS PARA POSTULAR SERVIÇOS PÚBLICOS QUE LHES SÃO
ASSEGURADOS.

Para tanto, prevê o Estatuto a observância do seguinte procedimento:

(i) Quando o atendimento for de interesse do poder público, deve ser empreendido esforços para o
atendimento chegue até a residência do idoso fragilizado.

(ii) Quando o atendimento for de interesse do idoso, será permitido a este fazer-se representar por
procurador legalmente constituído.

VEDA-SE O COMPARECIMENTO DO IDOSO ENFERMO PERANTE ÓRGÃOS PÚBLICOS PARA POSTULAR


DIREITOS PRÓPRIOS

Se o atendimento for de interesse público Se o atendimento for de interesse do idoso

O Estado aceitar como bastante a constituição


O Estado promoverá o atendimento domiciliar
de procurador

Além disso, prevê o §6º que será assegurado à pessoa idosa, atendimento domiciliar caso seja necessário
perícia, pelo INSS, pelo serviço púbico de saúde ou até mesmo pelo serviço privado.

Os arts. 16 e 17 tratam, ainda, da pessoa idosa enferma. Assegura-se o direito a um acompanhante caso
internado e o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável. Contudo, se o
enfermo estiver sem condições de optar pelo tratamento mais favorável, o Estatuto prevê quem será o
responsável pela opção de acordo com as circunstâncias:

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quando o idoso for


curador
interditado

quando o idoso não tiver


curador ou este não puder
familiares
ser contactado em tempo
hábil

quando ocorrer iminente quando não houver curador


risco de vida e não houver ou familiar conhecido, caso
médico
tempo hábil para consulta a em que deverá comunicar o
curador ou familiar fato ao Ministério Público.

Outro dispositivo relevante é o que prevê a obrigatoriedade de comunicação de diversos órgãos


institucionais em caso de violação aos direitos dos idosos. Muitas vezes os idosos comparecem nas unidades
públicas e privadas de saúde e durante os atendimentos percebe-se que o idoso está sendo exposto a
violação aos seus direitos, como agressões por parte de familiares, maus tratos etc. Em tais casos, fixa o art.
19, o dever das instituições públicas e privadas de saúde comunicar: a autoridade policial; Ministério Público;
Conselho Municipal do Idoso; Conselho Estadual do Idoso; e Conselho Nacional do Idoso.

Nesse contexto, o §1º traz o conceito de violência contra o idoso.

Ação ou omissão praticada em local


VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO público ou privado que lhe cause morte,
dano ou sofrimento físico ou psicológico.

Educação, Cultura, Esporte e Lazer

No que diz respeito aos direitos sociais, o Estatuto assegura uma série de prerrogativas, como o direito à
educação, cultura, esporte, lazer, diversões e espetáculos.

De acordo com o art. 21 o Estado deverá criar mecanismos de acesso à educação às pessoas idosas, com
currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais próprios.

No que diz respeito à participação das pessoas idosas em atividades culturais, prevê o Estatuto que serão
assegurados:

• descontos de ao menos 50% nos ingressos para eventos artísticos culturais, esportivos e lazer; e
• acesso preferencial aos eventos.

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Em relação aos meios de comunicação serão destinados espaços e horários especiais para as pessoas idosas,
com finalidade informativa, educativa, artística e cultural.

Da Profissionalização e do Trabalho

O Estatuto garante à pessoa idosa o direito ao exercício de atividades profissionais.

O artigo 27 trata da admissão da pessoa idosa ao mercado de trabalho, abrangendo tanto a iniciativa privada
quanto a pública. Há uma vedação ao estabelecimento de idade máxima, salvo caso a própria natureza do
cargo o exija, como nas funções de segurança pública ou privada.

O parágrafo único traz uma regra importante: a primeira regra de desempate em concursos públicos deve
ser a idade, sendo que o mais velho terá preferência. Os editais de concurso devem obediência à legalidade,
não sendo possível estabelecer preferência a outro critério por meio do edital apenas.

Da Previdência Social

O Estatuto traz algumas regras a respeito da previdência social. Os dispositivos em grande parte
simplesmente repetem normas já previstas na legislação previdenciária, sem qualquer detalhe adicional.
Além disso, as regras tratam de matéria estritamente previdenciária, não sendo necessária a transcrição
aqui.

Habitação

Não menos importante, é o direito a uma moradia digna, seja no seio da família natural ou substituta. De
acordo com o Estatuto, quando a pessoa idosa não tiver casa, nem puder ser acolhido junto com familiares,
será conferida assistência integral de habitação no sistema de casas-lares, conforme disciplina o art. 37.

O art. 38 traz regra específica importante. Deve ser assegurado ao idoso prioridade na aquisição de imóvel
para moradia própria. Para tanto, prevê o dispositivo

• reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais residenciais para atendimento
aos idosos;
• implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;
• eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao idoso;
• critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de aposentadoria e pensão.

Vejamos uma questão sobre esse dispositivo:

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(IBADE - 2022) A pessoa idosa goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria nos
programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos. Em tais programas deve-se:
A) prever estruturas de lazer e esportes no entorno nos espaços habitacionais.
B) reservar pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais residenciais para atendimento às
pessoas idosas.
C) reservar as unidades residenciais no térreo para atendimento a pessoas idosas, as quais devem ter custo
menor.
D) adequar o espaço físico comum às necessidades da pessoa idosa.
E) garantir espaços de convívio nas edificações multifamiliares para atender aos idosos.
Comentários
A alternativa B está correta. Trata-se da previsão do art. 38 do Estatuto. Veja como a cobrança é literal.

Assistência Social

A assistência social, nos termos da CF, será custeada por toda a sociedade por toda a sociedade, de forma
direita e indireta.

Aqui devemos estar atentos para uma distinção recorrente em provas. O art. 34 estabelece que aos idosos,
a partir de 65 anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua
família, é assegurado o benefício mensal de um salário-mínimo segundo a Lei Orgânica da Assistência Social,
denominado de BPC-LOAS.

Assim:

APLICAÇÃO DO ESTATUTO DIREITO AO BPC-LOAS

Com 60 anos ou mais. A partir dos 65 anos.

Considerem a seguinte situação hipotética:

O casal Selvino e Deolinda possuem, respectivamente, 71 e 73 anos de idade. Ambos, embora tenham
trabalhado por longo período de tempo, não verteram contribuições suficientes para cessão de benefícios
previdenciários. Os familiares, por sua vez, não têm condições de prover o sustento do casal de idosos

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adequadamente. Em razão disso Deolinda, após orientação de sua neta, postulou o BPC-LOAS, que foi
deferido. Selvino, por seu turno, disse que também teria direito ao referido benefício, contudo, foi informado
de que não poderia requerer o mesmo benefício, uma vez que ele fora deferido à seu cônjuge.

Diante da situação hipotética acima, pergunta-se: Selvino teria direito ao BPC-LOAS, posto que o benefício
já concedido à Deolinda seria suficiente para o sustento de ambos?

Montamos toda essa situação hipotética para destacar a importância desse assunto em provas. Encontramos
diversas questões envolvendo o assunto. Para responder à questão, vejamos o que disciplina o art. 34, §
único do Estatuto do Idoso:

Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do


caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se
refere a Loas.

Portanto, Selvino também terá direito ao benefício!

O benefício já concedido a qualquer membro da família não


será computado para os fins do cálculo da renda familiar per
capita a que se refere ao BPC-LOAS.

O art. 35 trata das casas lares para acolhimento de idosos, prevendo, em síntese, diretrizes para o
funcionamento de tais instituições. Já o art. 36, determina que o acolhimento de idosos em situação de risco
social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitos legais.

Transporte

Para finalizar os direitos dos idosos previstos no Estatuto do Idoso, prevê o art. 39 benefício tarifário
concedido aos maiores de 65 anos que utilizam os transportes coletivos urbanos públicos, em nítida
reprodução ao art. 230 da CF.

BENEFÍCIO TARIFÁRIO Aos maiores de 65 anos

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Esse dispositivo, foi objeto de ADI perante o STF que julgou improcedente a ação declaratória de
inconstitucionalidade, de modo que se manteve hígida a constitucionalidade do art. 39.

Aqui é importante distinguir o transporte coletivo urbano do transporte coletivo interestadual. Para facilitar
a apreensão dos assuntos, vejamos a tabela abaixo:

TRANSPORTE COLETIVO URBANO TRANSPORTE COLETIVO INTERESTADUAL


Serão reservados 10% dos assentos, que serão Serão assegurados 2 assentos em cada ônibus,
devidamente identificados. garantindo-se o abatimento de 50% no valor da
passagem para os idosos que excederem as vagas
gratuitas, desde que comprovem renda inferior ou igual
a 2 salários-mínimos.

Além disso, prevê o art. 41 do Estatuto que deverão ser asseguradas às pessoas idosas, 5% das vagas em
estacionamentos privados, em locais que facilitem a manobra do veículo.

Para finalizar, vejamos o que dispõe o art. 42 do Estatuto, que trata da prioridade e segurança assegurados
às pessoas idosas nos procedimentos de embarque e desembarque nos veículos de transporte coletivo.

Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança da pessoa idosa nos procedimentos de
embarque e desembarque nos veículos do sistema de transporte coletivo.

Observe que o dispositivo se refere expressamente o embarque e ao desembarque, principalmente em


ônibus, sabendo-se que é comum que pessoas idosas sofram acidentes na transição entre o interior do
veículo e a calçada.

4.4 - Medidas de Proteção

O Estatuto disciplina uma série de medidas a serem tomadas sempre que houver violação ou ameaça de
violação aos direitos dos idosos.

AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO SERÃO TOMADAS EM CASO DE VIOLAÇÃO OU


AMEAÇA DE VIOLAÇÃO AOS DIREITOS DOS IDOSOS

• por ação ou omissão da sociedade ou do Estado.


• por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidades de atendimento.
• em razão da condição pessoal do idoso.

Os arts. 44 e 45 disciplinam as diversas medidas específicas que poderão ser tomadas, de forma isolada ou
cumulativamente, tendo em vista os fins sociais a que se destinam, bem como o fortalecimento dos vínculos
familiares e comunitários.

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Para a nossa prova é importante a memorização dessas medidas.

MEDIDAS DE PROTEÇÃO
• Encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabilidade.
• Orientação, apoio e acompanhamento temporários.
• Requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar ou
domiciliar.
• Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
usuários dependentes de drogas (lícitas ou ilícitas) ao próprio idoso ou à pessoa de sua
convivência que lhe cause perturbação.
• Abrigo em entidade.
• Abrigo temporário.

4.5 - Política de Atendimento ao Idoso

Em sequência, compete-nos analisar brevemente a política de atendimento à pessoa idosa, que será
executada por meio do conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, que observará
as seguintes linhas de ação:

1. Políticas sociais básicas (Lei n. 8.842/94).


2. Políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo.
3. Serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração,
abuso, crueldade e opressão.
4. Serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por idosos abandonados em
hospitais e instituições de longa permanência.
5. Proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos idosos.
6. Mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diversos segmentos da sociedade no
atendimento ao idoso.

Para dar atenção às linhas acima, o Estatuto determina que deverão ser criadas entidades governamentais
e não-governamentais, que deverão manter unidades próprias com condições adequadas para atender
dignamente os idosos. Entre outras exigências, as entidades deverão

• oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e


segurança;
• apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com os princípios desta Lei;
• estar regularmente constituída;
• demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.

Dentre as diversas entidades de atendimento ao idoso, uma delas recebe tratamento especial: entidades
que desenvolvam programas de institucionalização de longa permanência. Segundo o art. 49 do Estatuto do
Idoso, tais entidades devem observar uma série de princípios.

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Preservação dos vínculos familiares.


INSTITUCIONALIZAÇÃO DE LONGA
PRINCÍPIOS DAS ENTIDADES QUE
DESENVOLVAM PROGRAMAS DE

Atendimento personalizado e em pequenos grupos.


PERMANÊNCIA

Manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior.

Participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo.

Observância dos direitos e garantias dos idosos.

Preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e


dignidade.

O parágrafo único do art. 49 prevê a responsabilidade administrativa, civil e criminal do dirigente de


instituição prestadora de atendimento à pessoa idosa.

Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento à pessoa idosa


responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento da pessoa idosa,
sem prejuízo das sanções administrativas. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)

Vejamos, por fim, as obrigações das entidades de atendimento aos idosos, que vem arroladas no art. 50.

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OBRIGAÇÕES DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO


• Celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso discriminando o
atendimento, obrigações, prestações etc.
• Observar os direitos e as garantias dos idosos.
• Fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente.
• Oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade.
• Oferecer atendimento personalizado.
• Preservar os vínculos familiares.
• Oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas.
• Proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso.
• Promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer.
• Propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças.
• Proceder a estudo social e pessoal de cada caso.
• Comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de idoso portador de
doenças infecto-contagiosas.
• Providenciar ou solicitar que o MP requisite documentos necessários ao exercício da
cidadania àqueles que não os tiverem.
• Fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem dos idosos.
• Manter arquivo de anotações que possibilitem a identificação do idoso e a
individualização do atendimento.
• Comunicar ao MP, para as providências cabíveis, a situação de abandono moral ou
material por parte dos familiares.
• Manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.

A fiscalização às entidades públicas e privadas de atendimento compete ao Conselhos de Pessoas Idosas,


Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei. É fundamental a fiscalização por parte de
órgãos públicos acerca do devido cumprimento dos direitos das pessoas idosas, garantindo a efetividade das
políticas públicas.

As entidades fiscalizadas deverão conferir publicidade dos valores recebidos, sejam eles públicos ou
privados, conforme dispõe o art. 54.

O art. 55 com certa frequência figura em provas de concurso público. O dispositivo trata das consequências
em razão do descumprimento das normas previstas do Estatuto do Idoso. Além da responsabilização civil e
criminal, o próprio Estatuto prevê penalidades administrativas, distinguindo entidades governamentais de
entidades não governamentais.

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Vejamos o quadro abaixo, que apresenta as penalidades aplicáveis:

GOVERNAMENTAIS NÃO GOVERNAMENTAIS


ADVERTÊNCIA
AFASTAMENTO PROVISÓRIO DOS DIRIGENTES MULTA
AFASTAMENTO DEFINITIVO DOS DIRIGENTES SUSPENSÃO PARCIAL OU TOTAL DO REPASSE DE
VERBAS PÚBLICAS
FECHAMENTO DE UNIDADE OU INTERDIÇÃO DE INTERDIÇÃO DE UNIDADE OU SUSPENSÃO DE
PROGRAMA PROGRAMA
PROIBIÇÃO DE ATENDIMENTO A IDOSOS A BEM DO
INTERESSE PÚBLICO

O art. 55 §1º prevê medidas mais drásticas, quando houver danos às pessoas idosas ou fraude no programa:

• afastamento provisório dos dirigentes; ou


• interdição da unidade e a suspensão do programa.

Ademais, se constatada má aplicação ou desvio de finalidade dos recursos, será cabível a suspensão parcial
ou total do repasse de verbas públicas, conforme dispõe o art. 55, § 2º.

Prevê o art. 55, §3º, do Estatuto da Pessoa Idosa, que se as infrações colocarem em risco os direitos das
pessoas idosas, o fato será comunicado ao Ministério Público para tomar as providências cabíveis e, entre
elas:

• promover a suspensão das atividades; ou


• dissolução da entidade, com a proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público

Para a fixação das penalidades deverão ser considerados alguns critérios:

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NATUREZA DA INFRAÇÃO

GRAVIDADE DA INFRAÇÃO

DANOS PROVENIENTES DO ATO


APLICAÇÃO DAS PENALIDADES
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES

CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES

ANTECEDENTES DA ENTIDADE

Em seguida, nos arts. 56 a 58, o Estatuto do Idoso fixa as infrações administrativas.

• multa de R$ 500,00 a R$ 3.000,00, se o


Se a entidade de atendimento deixar de cumprir
fato não for caracterizado como crime,
as determinações do art. 50 do Estatuto (rol de
podendo haver interdição do
obrigações)
estabelecimento.

No caso de interdição do estabelecimento de longa permanência, os idosos abrigados serão


transferidos para outra instituição, as expensas do estabelecimento interditado, enquanto durar a
interdição.

Se o profissional de saúde ou o responsável por


estabelecimento de saúde ou instituição de longa
• multa de R$ 500,00 a R$ 3.000,00, e, em
permanência deixar de comunicar a autoridade
caso de reincidência, aplicação em dobro.
competente os casos de crime contra o idoso de
que tiver conhecimento

Se a entidade deixar de cumprir as • multa de R$ 500,00 a R$ 1.000,00 e multa


determinações dessa lei sobre a prioridade no civil a ser estipulada pelo juiz de acordo
atendimento do idoso com os danos sofridos pelo idoso.

4.6 - Acesso à Justiça

Neste capítulo veremos uma série de direitos e prerrogativas criadas aos idosos para acesso à Justiça. Em
forma de tópico, destacaremos os principais direitos.

 Faculta-se a criação de varas especializadas e exclusivas para o atendimento à pessoa idosa (art. 70).

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 Assegura-se a prioridade ao idoso na tramitação dos processos, seja como parte ou como interveniente,
e em qualquer instância (art. 71).

Tal prerrogativa não cessa com a morte da pessoa idosa beneficiária, estendendo-se em favor do cônjuge ou
companheiros, desde que maiores de 60 anos.

A referida prioridade abrange também os procedimentos administrativos. Desse modo, eventuais processos
==2537cb==

que tramitem perante os órgãos da Administração Pública direta ou indireta terão atendimento preferencial.
Para a nossa prova em específico é relevante o dispositivo que prevê prioridade de atendimento, inclusive,
perante a Defensoria Pública da União, disposto nos seguintes termos:

§ 3º A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública,


empresas prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento
preferencial junto à Defensoria Pública da União, dos Estados e do Distrito Federal em
relação aos Serviços de Assistência Judiciária.

ACESSO À
JUSTIÇA

Preferência no
Faculta-se a Atendimento
trâmite de ações
criação de varas preferencial
judiciais e
especializadas. junto à DPU
administrativas.

Na sequência, entre os arts. 73 e 74, o Estatuto arrola diversas atribuições relativas ao Ministério Público na
defesa dos direitos das pessoas idosas, entre elas está a instauração de inquéritos civis, ações civis públicas,
promoção e acompanhamento de ações de alimentos em favor de pessoas idosas, atuação como substituto
processual em favor das pessoas idosas expostas a situação de risco social, promoção e revogação de
procuração das pessoas idosas, instauração de procedimentos administrativos concernentes aos seus
interesses, instauração de sindicâncias e inspeção de entidades públicas e privadas de atendimento a
pessoas idosas entre outras funções.

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Por fim, é importante frisar que a atuação do Ministério Público em tais procedimentos é fundamental. Desse
modo, caso não esteja num dos polos como partes o MP deverá ser intimado pessoalmente para atuar como
fiscal da lei, sob pena de nulidade dos atos processuais praticados, sem intervenção ministerial.

Quanto à competência do MP, vejamos o quadro abaixo:

COMPETÊNCIA DO MP
• Instaurar inquérito civil e ação civil pública para a proteção dos direitos e interesses
difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos.
• Promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou parcial, de
designação de curador especial, em circunstâncias que justifiquem a medida, e oficiar
em todos os feitos em que se discutam os direitos de idosos em condições de risco.
• Atuar como substituto processual do idoso em situação de risco (ver o art. 43).
• Promover a revogação de instrumento procuratório do idoso quando necessário ou o
interesse público justificar.
• Instaurar procedimento administrativo e instruí-lo (expedir notificações; colher
depoimentos; requisitar conduções coercitivas; requisitar informações, exames,
perícias, documentos; promover inspeções e diligências investigatórias etc.).
• Instaurar sindicâncias; requisitar diligências investigatórias e instauração de inquérito
policial para a apuração de ilícitos ou infrações às normas relativas ao idoso.
• Zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias assegurados aos idosos, promovendo
medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis.
• Inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas
relativos aos idosos, adotando prontamente as medidas administrativas ou judiciais
necessárias à remoção de eventuais irregularidades.
• Requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de saúde, educacionais e
de assistência social, públicos, para o desempenho de suas atribuições.
• Referendar as transações que envolvam os interesses e direitos dos idosos.

É importante frisar que segundo o Estatuto da Pessoa idosa, o rol de atribuições acima não é taxativo, muito
menos exclui a atuação de terceiros, como a Defensoria Pública da União, para a tutela dos direitos dos
idosos.

Ainda em relação ao acesso à Justiça, possui relevância a análise dos dispositivos do Estatuto que tratam da
proteção judicial de direitos difusos, coletivos e individuais indisponíveis ou homogêneos dos idosos.

A atuação no âmbito dos direitos coletivos (latu sensu) e dos direitos indisponíveis deve observar as seguintes
frentes:

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• acesso às ações e serviços de saúde;


• atendimento especializado à pessoa idosa portadora de deficiência ou com limitação incapacitante;
• atendimento especializado à pessoa idosa portadora de doença infectocontagiosa;
• serviço de assistência social visando ao amparo da pessoa idosa.

Tais ações devem ser ajuizadas no domicílio da pessoa idosa, exceto se tratar de competência da Justiça
Federal ou de tribunal superior.

Embora o art. 81 do Estatuto do Idoso não mencione expressamente, a DPU é um dos órgãos legitimados
para tutelar os direitos indisponíveis e os direitos coletivos (lato sensu) da pessoa idosa. Embora a matéria
envolva disciplina específica, registre-se que a LC nº 132/2009, atribuiu à Defensoria Pública a missão de
promover a mais ampla defesa dos direitos e interesses fundamentais das categorias vulneráveis,
abrangendo seus direitos individuais, coletivos, sociais, econômicos, culturais e ambientais, admitindo todas
as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.

É o que dispõe o art. 4º, XI:

Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras: (...)

XI – exercer a defesa dos interesses individuais e coletivos da criança e do adolescente, do


idoso, da pessoa portadora de necessidades especiais, da mulher vítima de violência
doméstica e familiar e de outros grupos sociais vulneráveis que mereçam proteção especial
do Estado.

Veja, ainda, a decisão do STJ1 admitindo a atuação da Defensoria Pública como custos vulnerabilis.

Admite-se a intervenção da Defensoria Pública da União no feito como custos vulnerabilis


nas hipóteses em que há formação de precedentes em favor dos vulneráveis e dos direitos
humanos.

Portanto:

1
STJ. 2ª Seção. EDcl no REsp 1.712.163-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 25/09/2019 (Info 657).

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LEGITIMADOS CONCORRENTES PARA A PROPOSITURA DE AÇÕES CÍVEIS


FUNDADAS EM INTERESSES COLETIVOS (LATO SENSU) E INDIVIDUAIS
INDISPONÍVEIS OU HOMOGÊNEOS
• Ministério Público;
• União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
• Ordem dos Advogados do Brasil;
• Associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre os fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa (dispensada a
autorização da assembleia, se houver prévia autorização estatutária).
• Defensoria Pública da União (embora não mencionada expressamente)

Prevê, ainda, o diploma protetivo da pessoa idosa, que em caso de desistência ou abandono da demanda
por associação legitimada, poderão os outros legitimados dar seguimento à ação ajuizada.

Ademais:

 Serão admitidas todas as espécies de ações pertinentes para a defesa dos interesses e direitos envolvendo
a pessoa idosa, inclusive mandado de segurança.

 Nas ações de obrigação de fazer ou não fazer o juiz concederá tutela específica da obrigação ou
determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao adimplemento. Tais tutelas
poderão, inclusive, ser deferidas de ofício, independentemente de pedido da parte postulante.

 No âmbito recursal é admitida a concessão de efeito suspensivo, com a finalidade de evitar dano
irreparável.

 Após o trânsito em julgado da sentença que impuser condenação ao Poder Público, o juiz determinará a
remessa de peças à autoridade competente para apuração de responsabilidade civil e administrativa do
agente a que se atribua ação ou omissão.

 Decorridos 60 dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, favorável à pessoa idosa, sem que o
autor promova a execução, poderão os legitimados proceder à execução.

 Nas ações coletivas (lato sensu) não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais
ou quaisquer outras despesas, não havendo se falar em sucumbência em relação ao MP e à DPU.

 Os agentes públicos devem encaminhar ao Ministério Público fatos que possam configurar crime contra
a pessoa idosa para as providências cabíveis.

 O interessado para a instrução de sua petição inicial poderá requerer certidões e informações às
autoridades competentes, que deverão ser fornecidas no prazo de 10 dias.

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4.7 - Crimes

Em relação aos crimes praticados no âmbito do Estatuto da Pessoa Idosa, os arts. 93 e 94 preveem a aplicação
subsidiária da Lei da Ação Civil Pública, no que couber, bem como a Lei dos Juizados Especiais Cíveis e
Criminais para os crimes cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 anos, e, subsidiariamente,
no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.

O art. 94, contudo, foi objetivo da ADI nº 3.096, em que o STF2 concluiu pela interpretação conforme a
Constituição. Portanto, o dispositivo deve ser interpretado no sentido de que aos crimes previstos no
Estatuto do Idoso, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 anos, aplica-se a Lei nº
9.099/1995 tão somente para aproveitar a celeridade processual, o que beneficia o idoso. Não se pode,
entretanto, aplicar ao acusado as medidas despenalizadoras constante daquela legislação, sob pena de
conferir um privilégio ao autor do crime contra idosos.

Em relação aos crimes por espécie, vejamos o quadro abaixo, que sintetiza os crimes praticados contra os
idosos:

 Discriminar pessoa idosa, impedindo ou


dificultando seu acesso a operações bancárias,
aos meios de transporte, ao direito de contratar
ou por qualquer outro meio ou instrumento
Reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
necessário ao exercício da cidadania, por motivo
de idade.
 desdenhar, humilhar, menosprezar ou
discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
* Se a vítima se encontrar sob os cuidados ou
responsabilidade do agente.
** Não constitui crime a negativa de crédito Pena será aumentada de 1/3 (um terço)
motivada por superendividamento da pessoa
idosa.

 Deixar de prestar assistência à pessoa idosa,


quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em
situação de iminente perigo, ou recusar,
Detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa
retardar ou dificultar sua assistência à saúde,
sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o
socorro de autoridade pública.

2
ADI 3096, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 16/06/2010, DJe-164 DIVULG 02-09-2010 PUBLIC 03-09-
2010 EMENT VOL-02413-02 PP-00358 RTJ VOL-00216- PP-00204.

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 Abandonar a pessoa idosa em hospitais, casas


de saúde, entidades de longa permanência, ou
Detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
congêneres, ou não prover suas necessidades
básicas, quando obrigado por lei ou mandado.

 Expor a perigo a integridade e a saúde, física


ou psíquica, da pessoa idosa, submetendo-a a
condições desumanas ou degradantes ou
privando-o de alimentos e cuidados Detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou
sujeitando-o a trabalho excessivo ou
inadequado.
* Se do fato resulta lesão corporal de natureza
Reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
grave.
* Se resulta morte. Reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

 Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo


público por motivo de idade;
 Negar a alguém, por motivo de idade,
emprego ou trabalho;
 Recusar, retardar ou dificultar atendimento
ou deixar de prestar assistência à saúde, sem
justa causa, a pessoa idosa;
Reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
 Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem
justo motivo, a execução de ordem judicial
expedida na ação civil a que alude esta Lei;
 Recusar, retardar ou omitir dados técnicos
indispensáveis à propositura da ação civil objeto
desta Lei, quando requisitados pelo Ministério
Público.

 Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem


justo motivo, a execução de ordem judicial
Detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
expedida nas ações em que for parte ou
interveniente a pessoa idosa.

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 Apropriar-se de ou desviar bens, proventos,


pensão ou qualquer outro rendimento da
Reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
pessoa idosa, dando-lhes aplicação diversa da
de sua finalidade

 Negar o acolhimento ou a permanência da


pessoa idosa, como abrigada, por recusa desta
Detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
em outorgar procuração à entidade de
atendimento.

 Reter o cartão magnético de conta bancária


relativa a benefícios, proventos ou pensão de
pessoa idosa, bem como qualquer outro Detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
documento com objetivo de assegurar
recebimento ou ressarcimento de dívida.

 Exibir ou veicular, por qualquer meio de


comunicação, informações ou imagens Detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
depreciativas ou injuriosas à pessoa idosa.

 Induzir pessoa idosa sem discernimento de


seus atos a outorgar procuração para fins de
Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
administração de bens ou deles dispor
livremente.

 Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa


sem discernimento de seus atos, sem a devida Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
representação legal

 Impedir ou embaraçar ato do representante


do Ministério Público ou de qualquer outro Reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
agente fiscalizador.

Com isso finalizamos o Estudo as principais regras relativas ao Estatuto do Idoso.

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5 - Sistema Único de Assistência Social: Lei 8.742/1993 e o


Benefício de Amparo Social

O SUAS é o sistema público responsável pela organização de serviços


socioassistenciais no Brasil. De forma descentralizada, o SUAS atua como
um modelo de gestão participativa, voltado para congregar esforços e
recursos para financiar Política Nacional de Assistência Social (PNAS).

O direito à assistência social constitui a faculdade de exigir do Estado o


dispêndio de recurso para assegurar condições materiais mínimas de
sobrevivência, independentemente de qualquer contraprestação por parte
da pessoa tutelada. Notem, portanto, que o SUAS é instrumento
fundamental para resguardar, ainda que minimamente, a dignidade da
pessoa humana.

Dessa forma, a ausência de contraprestação do beneficiário, é característica fundamental da assistência


social. O financiamento da assistência social é de toda a comunidade, de forma solidária.

Vejamos o art. 203 da CF:

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de
contribuição à seguridade social, e tem por OBJETIVOS:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;

II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de


sua integração à vida comunitária;

V - a garantia de um salário-mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência


e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la
provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Para a nossa prova...

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proteção à família, à maternidade, à infância, à


adolescência e à velhice.

amparo às crianças e ao adolescentes carentes

ASSISTÊNCIA SOCIAL –
promoção da integração no mercado de trabalho
OBJETIVOS

habilitação e reabilitação das pessoas com


deficiência e integração na vida comunitária

garantia do salário mínimo

Portanto, a assistência social é um direito fundamental indispensável, que se volta para os segmentos mais
vulneráveis da nossa sociedade. Tendo em vista que a erradicação da pobreza e redução das desigualdades
constitui, nos termos do art. 3º, III, da CF, um dos objetivos da República.

Vejamos, na sequência, o art. 204, que se refere aos recursos destinados à assistência social. Esse dispositivo
possui relevância especialmente em relação às diretrizes, cuja leitura passamos a fazer agora:

Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com
recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes,
e organizadas com base nas seguintes DIRETRIZES:

I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à


esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual
e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;

II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação


das políticas e no controle das ações em todos os níveis.

Dos dispositivos acima podemos notar que duas são as diretrizes que orientam o SUAS.

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DIRETRIZES DO
SUAS

descentralizaçao
participação da
político-
população
administrativa

Para a consecução dos objetivos destinados ao SUAS, o parágrafo único abaixo citado, determina que os
estados-membros podem vincular parte da receita líquida para gastar com assistência social. Notem que
esses gastos delimitados não poderão ser aplicados com despesas de pessoal, para pagamento de dívidas
financeiras do estado-membro ou para quaisquer outras despesas correntes não vinculadas às políticas de
assistência social.

Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio
à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida,
vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou
ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Atualmente a assistência social é disciplinada pela Lei Orgânica da Assistência Social, instituída pela Lei nº
8.742/1993. Como já analisado acima, a LOAS assegura como objetivo da assistência social a garantia de 1
salário-mínimo a pessoa idosa que não tiver meios de se prover.

Art. 2o A assistência social tem por OBJETIVOS:

I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da


incidência de riscos, especialmente:

e) a garantia de 1 (UM) SALÁRIO-MÍNIMO de benefício mensal à pessoa com deficiência e


ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la
provida por sua família;

Esse benefício, denominado de benefício de prestação continuada (BPC-LOAS) bem estatuído no art. 20, do
seguinte modo:

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SEÇÃO I - Do Benefício de Prestação Continuada

Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à


PESSOA COM DEFICIÊNCIA e ao IDOSO COM 65 (SESSENTA E CINCO) ANOS OU MAIS QUE
COMPROVEM NÃO POSSUIR MEIOS DE PROVER A PRÓPRIA MANUTENÇÃO NEM DE TÊ-
LA PROVIDA POR SUA FAMÍLIA.

§ 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo requerente, o cônjuge


ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos
solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o
mesmo teto.

§ 2o Para efeito de concessão do benefício de prestação continuada, considera-se pessoa


com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

§ 3o Observados os demais critérios de elegibilidade definidos nesta Lei, terão direito ao


benefício financeiro de que trata o caput deste artigo a pessoa com deficiência ou a pessoa
idosa com renda familiar mensal per capita igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-
mínimo. (Redação dada pela Lei nº 14.176, de 2021).

O §3º que exige a renda per capita inferior a ¼ do salário-mínimo foi considerada inconstitucional pelo STF3
que entende que o caso concreto deve ser analisado para o deferimento do benefício.

Posteriormente o legislador encampou o entendimento e por meio da Lei 13.146/2015 inclui o §11 ao Art.
20 prevendo outras formas para se avaliar a condição de miserabilidade do grupo familiar.

§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste artigo, poderão ser utilizados
outros elementos probatórios da condição de miserabilidade do grupo familiar e da
situação de vulnerabilidade, conforme regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015)

A Lei 13.981/2020 alterou o §3º do art. 20 aumentando a renda per capta para ½ salário-mínimo. A lei foi
vetada pelo Presidente da República e o veto foi derrubado pelo Congresso Nacional e entrou em vigor em
24/03/2020. Veja o texto:

Art. 20 (...)

3
STF. Plenário. RE 567985/MT, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 17 e 18/4/2013; RE 580963/PR,
rel. Min. Gilmar Mendes, 17 e 18/4/2013 (repercussão geral) (Info 702).

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§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a


família cuja renda mensal per capita seja inferior a ½ (meio) salário-mínimo.

Em seguida, no dia 02/04/2020, foi editada a Lei 13.982/2020 que alterou novamente o §3º. Veja o novo
texto:

§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a


família cuja renda mensal per capita seja:
I - igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo, até 31 de dezembro de 2020;
II - igual ou inferior a 1/2 (meio) salário-mínimo, a partir de 1º de janeiro de 2021.

O inciso II foi vetado novamente pelo Presidente ficando apenas em vigor o inciso I.

Por fim a Lei 14.176/2021 modificou novamente o §3º do art. 20 valendo atualmente. Vamos ver novamente
o texto legal:

§ 3o Observados os demais critérios de elegibilidade definidos nesta Lei, terão direito ao


benefício financeiro de que trata o caput deste artigo a pessoa com deficiência ou a pessoa
idosa com renda familiar mensal per capita igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-
mínimo. (Redação dada pela Lei nº 14.176, de 2021).

A mesma lei incluiu o §11-A prevendo que o Poder Executivo poderá ampliar o limite de renda para ½ salário-
mínimo. Esse parágrafo entrou em vigor em janeiro de 2022.

§ 11-A. O regulamento de que trata o § 11 deste artigo poderá ampliar o limite de renda
mensal familiar per capita previsto no § 3º deste artigo para até 1/2 (meio) salário-
mínimo, observado o disposto no art. 20-B desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.176, de
2021)

Além disso a Lei 14.176/2021 trouxe outros elementos que podem provar a condição de miserabilidade e
vulnerabilidade por meio da inclusão do art. 20-B:

Art. 20-B. Na avaliação de outros elementos probatórios da condição de miserabilidade e


da situação de vulnerabilidade de que trata o § 11 do art. 20 desta Lei, serão considerados
os seguintes aspectos para ampliação do critério de aferição da renda familiar mensal per
capita de que trata o § 11-A do referido artigo:. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
I – o grau da deficiência;. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
II – a dependência de terceiros para o desempenho de atividades básicas da vida diária; e.
(Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
III – o comprometimento do orçamento do núcleo familiar de que trata o § 3º do art. 20
desta Lei exclusivamente com gastos médicos, com tratamentos de saúde, com fraldas,

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com alimentos especiais e com medicamentos do idoso ou da pessoa com deficiência não
disponibilizados gratuitamente pelo SUS, ou com serviços não prestados pelo Suas, desde
que comprovadamente necessários à preservação da saúde e da vida.. (Incluído pela
Lei nº 14.176, de 2021)
§ 1º A ampliação de que trata o caput deste artigo ocorrerá na forma de escalas graduais,
definidas em regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
§ 2º Aplicam-se à pessoa com deficiência os elementos constantes dos incisos I e III do
caput deste artigo, e à pessoa idosa os constantes dos incisos II e III do caput deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
§ 3º O grau da deficiência de que trata o inciso I do caput deste artigo será aferido por
meio de instrumento de avaliação biopsicossocial, observados os termos dos §§ 1º e 2º
do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), e
do § 6º do art. 20 e do art. 40-B desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
§ 4º O valor referente ao comprometimento do orçamento do núcleo familiar com gastos
de que trata o inciso III do caput deste artigo será definido em ato conjunto do Ministério
da Cidadania, da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia
e do INSS, a partir de valores médios dos gastos realizados pelas famílias exclusivamente
com essas finalidades, facultada ao interessado a possibilidade de comprovação, conforme
critérios definidos em regulamento, de que os gastos efetivos ultrapassam os valores
médios. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)

Vamos continuar a leitura dos parágrafos do art. 20 e o art. 21:

§ 4o O benefício de que trata este artigo NÃO PODE SER ACUMULADO PELO BENEFICIÁRIO
COM QUALQUER OUTRO no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os da
assistência médica e da pensão especial de natureza indenizatória.

§ 5o A condição de acolhimento em instituições de longa permanência não prejudica o


direito do idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício de prestação continuada.

§ 6º A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da deficiência e do grau de


impedimento de que trata o § 2o, composta por avaliação médica e avaliação social
realizadas por médicos peritos e por assistentes sociais do Instituto Nacional de Seguro
Social - INSS. (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011)

§ 6º -A. O INSS poderá celebrar parcerias para a realização da avaliação social, sob a
supervisão do serviço social da autarquia. (Incluído pela Lei nº 14.441, de 2022)

§ 7o Na hipótese de não existirem serviços no município de residência do beneficiário, fica


assegurado, na forma prevista em regulamento, o seu encaminhamento ao município mais
próximo que contar com tal estrutura.

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§ 8o A renda familiar mensal a que se refere o § 3o deverá ser declarada pelo requerente
ou seu representante legal, sujeitando-se aos demais procedimentos previstos no
regulamento para o deferimento do pedido.

§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e de aprendizagem não serão


computados para os fins de cálculo da renda familiar per capita a que se refere o § 3o
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)

§ 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para os fins do § 2o deste artigo, aquele
que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos.

§ 12. São requisitos para a concessão, a manutenção e a revisão do benefício as inscrições


no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro Único para Programas Sociais do
Governo Federal – Cadastro Único, conforme previsto em regulamento. (Incluído pela
Lei nº 13.846, de 2019)

§ 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício previdenciário no valor de até 1


(um) salário-mínimo concedido a idoso acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade ou
pessoa com deficiência não será computado, para fins de concessão do benefício de
prestação continuada a outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma família, no cálculo
da renda a que se refere o § 3º deste artigo. ' (Incluído pela Lei nº 13.982, de 2020)

§ 15. O benefício de prestação continuada será devido a mais de um membro da mesma


família enquanto atendidos os requisitos exigidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.982,
de 2020).

Art. 21. O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para
avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem.

§ 1º O pagamento do benefício cessa no momento em que forem superadas as condições


referidas no caput, ou em caso de morte do beneficiário.

§ 2º O benefício será cancelado quando se constatar irregularidade na sua concessão ou


utilização.

§ 3o O desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras ou educacionais e a


realização de atividades não remuneradas de habilitação e reabilitação, entre outras, não
constituem motivo de suspensão ou cessação do benefício da pessoa com deficiência.

§ 4º A cessação do benefício de prestação continuada concedido à pessoa com


deficiência não impede nova concessão do benefício, DESDE QUE atendidos os requisitos
definidos em regulamento.

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Art. 21-A. O benefício de prestação continuada será suspenso pelo órgão concedente
quando a pessoa com deficiência exercer atividade remunerada, INCLUSIVE na condição
de microempreendedor individual.

§ 1o Extinta a relação trabalhista ou a atividade empreendedora de que trata o caput deste


artigo e, quando for o caso, encerrado o prazo de pagamento do seguro-desemprego e não
tendo o beneficiário adquirido direito a qualquer benefício previdenciário, poderá ser
requerida a continuidade do pagamento do benefício suspenso, sem necessidade de
realização de perícia médica ou reavaliação da deficiência e do grau de incapacidade para
esse fim, respeitado o período de revisão previsto no caput do art. 21.

§ 2o A contratação de pessoa com deficiência como aprendiz não acarreta a suspensão


do benefício de prestação continuada, LIMITADO A 2 (DOIS) ANOS o recebimento
concomitante da remuneração e do benefício.

Para encerrar as regras referentes à proteção da pessoa idosa, vamos tratar uma política pública adotada no
âmbito da Presidência da República.

6 – Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência Contra


Pessoa Idosa

A partir da constatação de dados demográficos, concluiu-se no âmbito da Presidente da República que a


adoção de políticas voltadas para a inclusão da pessoa idosa constitui medida urgente. Notou-se, ainda, que
os idosos constituem grupo vulnerável submetido a discriminação e marginalização na sociedade, o que
requer adoção de medidas afirmativas. Diante disso, foi firmado o plano que ora analisamos.

Em síntese:

 objetivo do plano: dar efetivo cumprimento às normas estabelecidas no Estatuto da Pessoa Idosa.

 para o plano existem processos de não reconhecimento do idoso como sujeitos de direitos,
especialmente, em razão da exclusão social e do fenômeno de violência social.

 diretrizes de ação:

1. O foco central da atuação deve ser a plena aplicação do Estatuto da Pessoa Idosa.
2. O princípio básico de todas as ações do plano deve ser a garantia da presença e do protagonismo do
idoso como proponente, participante, monitorador e avaliador das diversas instâncias.
3. As ações do plano devem ser realizadas dentro de um processo de descentralização e pacto
federativo e de intersetorialidade;
4. O plano de ação deve ser acompanhado e avaliado desde o início de sua implantação, para que o seu
monitoramento garanta a factibilidade das propostas, correção de rumos e sua continuidade.

 propostas de ação – prioridades:

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1. Para o espaço cultural coletivo: o envelhecimento é uma realidade da sociedade, portanto é


importante considerar a contribuição do idoso em todas as esferas públicas e privadas.
2. Para o espaço público: prover acessibilidade de condições adequadas de ir de vir aos idosos, que
engloba calçamentos adequado, “passe livre” etc.
3. Para o espaço familiar: tornar o ambiente familiar um local privilegiado de moradia e cuidado dos
idosos, sem práticas de violência física, psicológicas, econômicas e sexuais.
4. Para o espaço institucional: formação e equiparação dos espaços para servirem aos idosos.

Ações Estratégicas

1. Mobilização da mídia em âmbito nacional, estadual e local, tendo como tema o envelhecimento e o
Estatuto do Idoso;

2. Estabelecimento de parceria com a mídia para divulgação das políticas, planos de ação, seminários e outras
iniciativas voltadas à garantia dos direitos dos idosos;

3. Realização de fóruns em todas as Unidades da Federação para a discussão da temática “envelhecimento


e família”.

Em síntese são essas as regras previstas no plano de ação e, com isso, finalizamos a parte relativa à proteção
dos idosos.

RESUMO
Proteção ao Idoso

● CARTA DE SÃO JOSÉ SOBRE OS DIREITOS DOS IDOSOS DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

 O compromisso de proteger os direitos humanos das pessoas idosas e de erradicar


discriminações e violações a seus direitos.

 O apoio à Organização dos Estados Interamericanos para a criação de uma convenção


específica, voltada para a defesa dos direitos humanos dos idosos.

 O reconhecimento do direito de acesso à Justiça e participação política, pública e social


dos idoso.

 O compromisso de adotar medidas legislativas, administrativas em defesa dos idosos;


de fortalecer a proteção desse grupo vulnerável; de priorizar as ações em defesa dos seus
direitos; de adotar ações afirmativas voltadas à proteção de quem está em idade avançada.

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 A pretensão de adotar ações de segurança social, de saúde e de serviço social, a fim de


promover os direitos dos idosos.

● A PROTEÇÃO INTERNA AO IDOSO E A BASE CONSTITUCIONAL

 O dever de amparar os idosos é tripartido. Constitui dever da família, da sociedade e do Estado.

 A assistência social será prestada a quem dela necessitar.

 Os filhos possuem o dever de ajudar e amparar os país na velhice.

● ESTATUTO DO IDOSO

IDOSO 60 anos ou mais

Os direitos fundamentais que asseguram posição


privilegiada aos idosos são direitos de terceira
dimensão.

DIREITO AO ENVELHECIMENTO

Direito social, no que diz respeito à proteção


Direito personalíssimo
aos idosos

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DIREITOS DE LIBERDADE RESPEITO VALOR DIGNIDADE


•Faculdade de ir e vir e estar •Integridade física. •Repúdio a tratamento
nos logradouros públicos e •Integridade psíquica. desumano.
espaços comunitários. •Integridade moral. •Repúdio a tratamento
•Opinião e expressão. •Preservação da imagem. violento.
•Crença e culto religioso. •Preservação da identidade. •Repúdio a tratamento
•Prática de esportes e de aterrorizante.
•Preservação da autonomia
diversões. (valores, ideias e crenças). •Repúdio a tratamento
•Participação na vida familiar e vexatório.
•Preservação dos espaços.
comunitária. •Repúdio a tratamento
•Preservação dos objetos
•Participação na vida política. constrangedor.
pessoais.
•Faculdade de buscar refúgio,
auxílio e orientação.

PREVENÇÃO E MANUTENÇÃO DA SAÚDE


•Cadastramento da população idosa em base territorial.
•Atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios.
•Unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e
gerontologia social.
•Atendimento domiciliar, incluindo internação nos meios urbanos e rurais.
•Reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia para redução de sequelas.
•Fornecimento gratuito de medicamentos, órteses, próteses e outros.
•Vedação da discriminação do idoso nos planos de saúde em relação à cobrança de valores
diferenciados em razão da idade.
•Atendimento especializado aos idosos portadores de deficiência ou com limitação
incapacitante.

VEDA-SE A EXIGÊNCIA DE COMPARECIMENTO DO IDOSO ENFERMO PERANTE ÓRGÃOS PÚBLICOS PARA POSTULAR
SERVIÇOS PÚBLICOS QUE LHES SÃO ASSEGURADOS.

Para tanto, prevê o Estatuto a observância do seguinte procedimento:

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VEDA-SE O COMPARECIMENTO DO IDOSO ENFERMO PERANTE ÓRGÃOS PÚBLICOS PARA POSTULAR DIREITOS
PRÓPRIOS

Se o atendimento for de interesse público Se o atendimento for de interesse do idoso

O Estado aceitar como bastante a constituição de


O Estado promoverá o atendimento domiciliar
procurador

Será assegurado ao idoso, atendimento domiciliar caso necessária perícia, seja ela perante o INSS, seja pelo serviço
púbico de saúde ou até mesmo se necessário para o atendimento privado.

curador quando o idoso for interditado

quando o idoso não tiver


familiares curador ou este não puder ser
contactado em tempo hábil

quando ocorrer iminente risco quando não houver curador


de vida e não houver tempo ou familiar conhecido, caso
médico
hábil para consulta a curador em que deverá comunicar o
ou familiar fato ao Ministério Público.

Ação ou omissão praticada em local público ou


VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO privado que lhe cause morte, dano ou
sofrimento físico ou psicológico.

O art. 34 estabelece que aos idosos, a partir de 65 anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de
tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de um salário-mínimo segundo a Lei Orgânica da
Assistência Social, denominado de BPC-LOAS.

APLICAÇÃO DO ESTATUTO DIREITO AO BPC-LOAS

Com 60 anos ou mais. A partir dos 65 anos.

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O benefício já concedido a qualquer membro da família não será


computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a
que se refere ao BPC-LOAS.

BENEFÍCIO TARIFÁRIO Aos maiores de 65 anos

TRANSPORTE COLETIVO URBANO TRANSPORTE COLETIVO INTERESTADUAL

Serão reservados 10% dos assentos, que serão Serão assegurados 2 assentos em cada ônibus, garantindo-se
devidamente identificados. o abatimento de 50% no valor da passagem para os idosos
que excederem as vagas gratuitas, desde que comprovem
renda inferior ou igual a 2 salários-mínimos.

AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO SERÃO TOMADAS EM CASO DE VIOLAÇÃO OU AMEAÇA DE


VIOLAÇÃO AOS DIREITOS DOS IDOSOS

•por ação ou omissão da sociedade ou do Estado.


•por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidades de atendimento.
•em razão da condição pessoal do idoso.

MEDIDAS DE PROTEÇÃO
•Encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabilidade.
•Orientação, apoio e acompanhamento temporários.
•Requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar ou domiciliar.
•Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a usuários
dependentes de drogas (lícitas ou ilícitas) ao próprio idoso ou à pessoa de sua convivência que
lhe cause perturbação.
•Abrigo em entidade.
•Abrigo temporário.

Acesso à Justiça

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ACESSO À
JUSTIÇA

Preferência no
Faculta-se a Atendimento
trâmite de ações
criação de varas preferencial junto
judiciais e
especializadas. à DPU
administrativas.

LEGITIMADOS CONCORRENTES PARA A PROPOSITURA DE AÇÕES CÍVEIS


FUNDADAS EM INTERESSES COLETIVOS (LATO SENSU) E INDIVIDUAIS
INDISPONÍVEIS OU HOMOGÊNEOS

•Ministério Público;
•União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
•Ordem dos Advogados do Brasil;
•Associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre os fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa (dispensada a autorização da
assembleia, se houver prévia autorização estatutária).
•Defensoria Pública da União (embora não mencionada expressamente)

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa primeira aula que trata dos grupos vulneráveis. Como você pode perceber os
assuntos são bastante específicos, o que requer atenção a tópico não muito corriqueiros em provas de
concurso público.

De todo modo, esperamos, com isso, dar o devido direcionamento no curso.

Ricardo Torques

rst.estrategia@gmail.com

@proftorques

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QUESTÕES COMENTADAS
CESPE

1. (CESPE/AGU - 2013) Julgue os próximos itens, a respeito dos direitos reais, da posse, do direito de
empresa e do Estatuto do Idoso.
O envelhecimento, embora não tenha caráter de direito personalíssimo, é protegido na condição de direito
social, garantindo à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais
públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.

Comentários

A assertiva está incorreta, uma vez que o envelhecimento é um direito personalíssimo, de acordo com o art.
8º, do Estatuto do Idoso:

Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social,


nos termos desta Lei e da legislação vigente.

2. (CESPE/PC-DF - 2013) No que se refere ao Estatuto do Idoso, julgue o item que se segue.
A pessoa jurídica poderá ser responsabilizada, nos termos da lei, pela inobservância das normas que visem
prevenir a ameaça ou a violação aos direitos do idoso.

Comentários

A assertiva está correta. O artigo 5º, do Estatuto, prevê que a inobservância das normas de proteção do
Idoso acarretará a responsabilização tanto da pessoa física, quanto da pessoa jurídica. Vejamos.

Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à pessoa


física ou jurídica nos termos da lei.

3. (CESPE/PC-DF - 2013) No que se refere ao Estatuto do Idoso, julgue o item que se segue.
O procedimento da Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais não é aplicado a nenhum dos crimes previstos
no Estatuto do Idoso.

Comentários

A assertiva está incorreta, tenho em vista que os crimes com penas de até 4 anos se submeterão ao
julgamento dos Juizados Especiais, pelo que prevê o art. 94. Trata-se de uma mudança perpetrada por
julgamento do STF na ADI 3.096-5.

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Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não
ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de
setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e
do Código de Processo Penal.

4. (CESPE/DPE-ES - 2012) No que se refere ao direito do idoso, julgue os itens a seguir.


Para fins de reserva de vaga gratuita para idoso, não são consideradas embarcação do serviço convencional
de transporte interestadual de passageiros as embarcações que operem travessias em lagoas abertas ao
público.

Comentários

A assertiva está incorreta. A questão cobrou uma especificidade do Decreto que regulamentou o art. 40 do
estatuto do idoso (Decreto n. 5.934/06). Vejamos o art. 3º do referido decreto.

Art. 3º Na forma definida no art. 40 da Lei nº 10.741, de 2003, ao idoso com renda igual ou
inferior a dois salários-mínimos serão reservadas duas vagas gratuitas em cada veículo,
comboio ferroviário ou embarcação do serviço convencional de transporte interestadual
de passageiros.

§ 1º Para fins do disposto no caput, incluem-se na condição de serviço convencional:

I - os serviços de transporte rodoviário interestadual convencional de passageiros, prestado


com veículo de características básicas, com ou sem sanitários, em linhas regulares;

II - os serviços de transporte ferroviário interestadual de passageiros, em linhas regulares;


e

III - os serviços de transporte aquaviário interestadual, abertos ao público, realizados nos


rios, lagos, lagoas e baías, que operam linhas regulares, inclusive travessias.

5. (CESPE/DPE-ES - 2012) No que se refere ao direito do idoso, julgue os itens a seguir.


O idoso que pretenda viajar utilizando o chamado bilhete de viagem do idoso deverá comprovar sua idade,
por meio de documento pessoal, e sua renda, que não pode ultrapassar um salário mínimo.

Comentários

A assertiva está incorreta. A questão exige o conhecimento dos arts. 39 e 40. O erro da questão está na renda
prevista. Na verdade, a renda do idoso não pode ultrapassar 02 salários mínimos.

Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos
transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e
especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.

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§ 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento
pessoal que faça prova de sua idade.

§ 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10%
(dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de
reservado preferencialmente para idosos.

§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta


e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício
da gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste artigo.

Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da


legislação específica:

I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior
a 2 (dois) salários-mínimos;

II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os
idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos.

6. (CESPE/DPE-BA - 2010) Em relação ao Estatuto do Idoso (Lei n.º 10.741/2003), julgue o item
seguinte.
Aos crimes previstos nesse estatuto e cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse quatro anos
aplica-se o procedimento previsto na Lei n.º 9.099/1995 e, subsidiariamente, no que couber, aplicam-se as
disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.

Comentários

A assertiva está incorreta.

Devemos comentar essa questão, pois a ADI 3.096-5, já citada nesses comentários, modulou os efeitos do
art. 94 ao excluir a expressão do Código Penal para conferir interpretação conforme a Constituição com
redução de texto. Vejamos novamente a ementa:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 39 E 94 DA LEI 10.741/2003


(ESTATUTO DO IDOSO). RESTRIÇÃO À GRATUIDADE DO TRANSPORTE COLETIVO. SERVIÇOS
DE TRANSPORTE SELETIVOS E ESPECIAIS. APLICABILIDADE DOS PROCEDIMENTOS
PREVISTOS NA LEI 9.099/1995 AOS CRIMES COMETIDOS CONTRA IDOSOS. 1. No julgamento
da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.768/DF, o Supremo Tribunal Federal julgou
constitucional o art. 39 da Lei 10.741/2003. Não conhecimento da ação direta de
inconstitucionalidade nessa parte. 2. Art. 94 da Lei n. 10.741/2003: interpretação conforme
à Constituição do Brasil, com redução de texto, para suprimir a expressão “do Código Penal
e”. Aplicação apenas do procedimento sumaríssimo previsto na Lei n. 9.099/95: benefício

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do idoso com a celeridade processual. Impossibilidade de aplicação de quaisquer medidas


despenalizadoras e de interpretação benéfica ao autor do crime. 3. Ação direta de
inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à
Constituição do Brasil, com redução de texto, ao art. 94 da Lei n. 10.741/2003.

7. (CESPE/DPE-BA - 2010) Em relação ao Estatuto do Idoso (Lei n.º 10.741/2003), julgue o item
seguinte.
As transações relativas a alimentos em favor do idoso poderão ser celebradas perante o promotor de justiça
ou defensor público, que as referendarão, passando elas a ter efeito de título executivo extrajudicial nos
termos da lei processual civil.

Comentários

A assertiva está correta com base no art. 13, do Estatuto.

Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de
Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo
extrajudicial nos termos da lei processual civil.

8. (CESPE/DPE-BA - 2010) Em relação ao Estatuto do Idoso (Lei n.º 10.741/2003), julgue o item
seguinte.
Considere a seguinte situação hipotética.
João e Maria, maiores de setenta anos de idade, carentes, moram juntos e não possuem meios para prover
sua subsistência nem podem tê-la provida por sua família. À Maria foi assegurado o benefício mensal de um
salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social.
Nessa situação, João fica impedido de receber o mesmo benefício, dado o não atendimento, pelo casal, do
requisito da renda familiar per capita.

Comentários

A assertiva está incorreta. A banca cobra o conhecimento do art. 34 e do benefício LOAS.

Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para
prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício
mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas.

Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do


caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se
refere a Loas.

9. (CESPE/DPE-BA - 2010) Julgue o item a seguir, relativo às normas aplicáveis aos idosos.

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O primeiro critério de desempate em concurso público deve ser o de idade, dando-se preferência ao
candidato de idade mais elevada.

Comentários

A assertiva está correta, tendo em vista o previsto no art. 27, parágrafo único.

Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a discriminação


e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em
que a natureza do cargo o exigir.

Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade,


dando-se preferência ao de idade mais elevada.

10. (CESPE/DPE-BA - 2010) Julgue o item a seguir, relativo às normas aplicáveis aos idosos.
Deverá ser incentivada, como diretriz da política nacional do idoso, a permanência, em instituições asilares
de caráter social, dos idosos portadores de doenças que necessitem de assistência médica ou de
enfermagem permanente.

Comentários

A assertiva está incorreta. O atendimento na família do idoso deve ser prioritário. Vejamos o artigo 3º, do
Estatuto.

Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar


ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade,
ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do


atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de
manutenção da própria sobrevivência;

11. (CESPE/TRE-BA - 2010) Julgue o item a seguir.


O Estatuto do Idoso prevê a realização de cursos especiais para idosos, cujo conteúdo deve incluir temas
relacionados ao processo de envelhecimento, computação e outros avanços tecnológicos para sua
integração à vida moderna.

Comentários

A assertiva está correta. Vejamos os arts. 20 e 21 do Estatuto.

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Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos,
produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.

Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando
currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados.

§ 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de


comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida
moderna.

§ 2o Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para


transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações, no sentido da preservação
da memória e da identidade culturais.

12. (CESPE/MPE-RR - 2017) Com referência ao Estatuto do Idoso e suas alterações, julgue os seguintes
itens, relativos às competências do MP no tocante a feitos que envolvam a proteção ao idoso.
I Compete ao MP a instauração de inquérito civil e ação civil pública para a proteção dos direitos e interesses
difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos do idoso.
II Cabe ao MP promover e acompanhar ações de alimentos, de interdição, de designação de curador especial,
em circunstâncias que justifiquem a medida, bem como oficiar em todos os feitos nos quais estejam sendo
discutidos os direitos de idosos em condições de risco.
III A atuação do parquet como substituto processual do idoso em situação de risco encontra-se prevista de
forma expressa na legislação infraconstitucional nos casos em que, no âmbito do Estatuto do Idoso, direitos
reconhecidos forem ameaçados ou violados.
IV A possibilidade de requisitar força policial bem como de solicitar a colaboração dos serviços de saúde,
educacionais e de assistência social públicos para o desempenho de suas atribuições é inerente à atividade
específica do MP como protetor dos idosos em situação de risco.
Assinale a opção correta.
a) Apenas os itens I e II estão certos.
b) Apenas os itens I e III estão certos.
c) Apenas os itens II e III estão certos.
d) Todos os itens estão certos.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 74, do Estatuto do Idoso. Visto isso, passemos à análise de cada um
dos itens.

O item I está correto, com base no inc. I:

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Art. 74. Compete ao Ministério Público:

I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos direitos e interesses
difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos do idoso;

O item II está correto, nos termos do inc. II:

II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou parcial, de


designação de curador especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e oficiar em
todos os feitos em que se discutam os direitos de idosos em condições de risco;

O item III está correto, conforme prevê o inc. III:

III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco, conforme o disposto
no art. 43 desta Lei;

O item IV está correto, pois é o que dispõe o inc. IX:

IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de saúde, educacionais
e de assistência social, públicos, para o desempenho de suas atribuições;

Assim, a alternativa D é correta e gabarito da questão.

13. (CESPE/TRE-BA - 2017) À luz do Estatuto do Idoso, consideram-se idosos os indivíduos com idade
igual ou superior a
a) setenta anos.
b) sessenta anos.
c) cinquenta e cinco anos.
d) sessenta e cinco anos, se for homem, e sessenta anos, se for mulher.
e) sessenta anos, se for homem, e cinquenta e cinco anos, se for mulher.

Comentários

De acordo com o art. 1º, do Estatuto do Idoso, consideram-se idosos os indivíduos com idade igual ou
superior a sessenta anos.

Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às


pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

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14. (CESPE/DPU - 2017) Acerca da proteção a grupos vulneráveis, julgue o seguinte item.
O STJ entende que, em decorrência do mandamento constitucional de proteção ao idoso e do princípio da
solidariedade entre gerações, são irregulares os contratos de plano de saúde que preveem reajustes de
mensalidade em razão da mudança de faixa etária do beneficiário.

Comentários

A assertiva está incorreta. O STJ decidiu pela legitimidade dos reajustes de mensalidade dos planos de saúde
conforme a faixa etária do usuário, desde que haja previsão contratual e que os percentuais sejam razoáveis.

A decisão se deu em julgamento de recurso repetitivo (Tema 952) e a tese aprovada pelos ministros foi a
seguinte:

“O reajuste de mensalidade de plano de saúde individual ou familiar fundado na mudança de faixa etária do
beneficiário é válido desde que (i) haja previsão contratual, (ii) sejam observadas as normas expedidas pelos
órgãos governamentais reguladores e (iii) não sejam aplicados percentuais desarrazoados ou aleatórios que,
concretamente e sem base atuarial idônea, onerem excessivamente o consumidor ou discriminem o idoso.”

15. (CESPE/DPE-AC - 2017) Vera, com sessenta e oito anos de idade, aposentada e com renda mensal
de dois salários mínimos, pretende viajar de ônibus de Rio Branco – AC para o Rio de Janeiro – RJ,
usufruindo de seu direito à gratuidade da passagem, mas, chegando ao guichê para requerer sua
passagem, foi informada de que as vagas gratuitas, na data e horário em que ela desejava embarcar, já
estavam ocupadas.
Nessa situação hipotética, de acordo com a legislação, Vera
a) poderá pleitear desconto do valor da passagem em um dos demais assentos do veículo no horário
desejado, caso haja vagas.
b) terá direito a desconto da passagem apenas no ônibus seguinte ao pretendido, se neste não houver vaga
gratuita, desde que parta até vinte e quatro horas após o primeiro horário desejado.
c) poderá comprar a passagem para o horário desejado e pleitear reembolso do valor pago, caso não haja
vaga gratuita em ônibus que parta nas quarenta e oito horas seguintes.
d) poderá pleitear a gratuidade da passagem no horário desejado, em vaga não reservada a idosos, caso
ainda haja assentos vagos.
e) terá direito à gratuidade da passagem, em vaga não reservada, no ônibus seguinte ao pretendido, caso
também não haja para ele vagas gratuitas.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 40, do Estatuto do Idoso, Vera
tem direito ao desconto pela metade do preço, caso não consiga a passagem entre as duas vagas gratuitas.

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Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da


legislação específica:

I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior
a 2 (dois) salários-mínimos;

II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os
idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos.

16. (CESPE/DPE-AC - 2017) Um idoso, que tem filhos maiores e capazes, vive em condições precárias,
sem recursos para prover seus próprios alimentos.
Nessa situação hipotética,
a) se comprovado que os filhos não têm condições econômicas para prover alimentos, caberá à previdência
social provê-los.
b) caso ocorra transação relativa a alimentos, esta poderá ser celebrada perante promotor público ou DP.
c) a obrigação alimentar ao idoso será solidária, cabendo ao filho com melhores condições econômicas ser o
prestador.
d) a obrigação alimentar ao idoso será solidária, cabendo ao filho mais velho, se tiver condições econômicas,
ser o prestador.
e) caso se determine que os filhos prestem alimentos, esse provimento se dará na forma especial prevista
no Estatuto do Idoso.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 13, do Estatuto do Idoso:

Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de
Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo
extrajudicial nos termos da lei processual civil.

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 14, da Lei nº 10.741/03, se o idoso ou seus familiares
não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento,
no âmbito da assistência social.

As alternativas C e D estão incorretas. Com base no art. 12, da referida Lei, a obrigação alimentar é solidária,
podendo o idoso optar entre os prestadores.

A alternativa E está incorreta. Segundo o art. 11, do Estatuto do Idoso, os alimentos serão prestados ao idoso
na forma da lei civil.

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17. (CESPE/TRF-5ªR - 2017) Um idoso ajuizou ação em face de entidade não governamental de
atendimento à pessoa idosa, visando apurar irregularidades praticadas por essa entidade.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Depois de apresentada a defesa, o juiz poderá designar audiência de instrução e julgamento.
b) Antes de citar o réu, o juiz deverá intimar o Ministério Público para firmar acordo visando eliminar as
irregularidades.
c) Recebida a petição inicial, deverá ser marcada audiência de conciliação, na qual o dirigente da entidade
deverá apresentar defesa escrita.
d) Havendo motivo grave, poderá o juiz, antes de ouvir o Ministério Público, decretar liminarmente o
afastamento provisório do dirigente da entidade.
e) Caso, ao final do processo, seja aplicada pena de multa, esta deverá ser imposta à entidade.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 68, do Estatuto do Idoso:

Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art. 69 ou, se


necessário, designará audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre a
necessidade de produção de outras provas.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o §3º, do art. 68, da Lei nº 10.741/03, antes de aplicar qualquer
das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas.

A alternativa C está incorreta. Com base no art. 67, da referida Lei, o dirigente da entidade será citado para,
no prazo de 10 dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 66, do Estatuto do Idoso, havendo motivo grave, poderá a
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do
dirigente da entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para evitar lesão aos direitos do idoso,
mediante decisão fundamentada.

A alternativa E está incorreta. O §4º, do art. 68, da Lei nº 10.741/03, estabelece que a multa e a advertência
serão impostas ao dirigente da entidade ou ao responsável pelo programa de atendimento.

18. (CESPE/TRT-8ªR - 2016) De acordo com a Lei Orgânica da Assistência Social, assinale a opção
correta.
a) Os princípios da assistência social incluem a ampla divulgação dos benefícios, serviços, programas e
projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo poder público e dos critérios para sua
concessão.

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b) O benefício de prestação continuada pode ser transferido a dependentes de até vinte e um anos de idade,
em caso de morte do beneficiário.
c) O Conselho Nacional de Assistência Social deve ser presidido pelo titular do órgão da administração pública
federal coordenador da política de assistência social, enquanto durar sua gestão nesse órgão.
d) A proteção social básica refere-se a um conjunto de ações direcionadas à proteção de crianças e
adolescentes que vivenciaram situações de violação de direitos.
e) A pessoa com deficiência que recebe o benefício de prestação continuada não pode ser contratada por
empresas na condição de aprendiz.

Comentários

A alternativa A está correta, pois cita o princípio previsto no art. 4º, inciso V, da Lei nº 8.742.

Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios:

V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem


como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.

A alternativa B está incorreta. Como sabemos, a concessão do benefício termina com a superação da
impossibilidade de prover meios a própria manutenção ou por sua família ou, ainda, com a morte do
beneficiário. Desse modo, o benefício é intransferível em caso de morte.

Art. 21. O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para
avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem.

§ 1º O pagamento do benefício cessa no momento em que forem superadas as condições


referidas no caput, ou em caso de morte do beneficiário.

A alternativa C está incorreta. O Conselho será presidido por um de seus membros, que será eleito, conforme
art. 17, § 2º, da Lei.

§ 2º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) é presidido por um de seus


integrantes, eleito dentre seus membros, para mandato de 1 (um) ano, permitida uma
única recondução por igual período.

A alternativa D está incorreta, pois aponta de forma incorreta o conceito de proteção social básica. Vejamos
o conceito trazido no art. 6º - A, que aponta corretamente do que se trata essa proteção.

Art. 6o-A. A assistência social organiza-se pelos seguintes tipos de proteção:

I - proteção social básica: conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios da


assistência social que visa a prevenir situações de vulnerabilidade e risco social por meio

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do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos


familiares e comunitários;

A alternativa E está incorreta, pois a lei é expressa em dizer que a contratação da pessoa com deficiência
como aprendiz não acarreta a suspensão do benefício. Tal preceito está disposto no art. 21-A, § 2º.

Outras Bancas

19. (PUC-PR/TJ-PR - 2017) Analise as assertivas acerca do Estatuto do Idoso e assinale a alternativa
CORRETA.
I. Pelo Estatuto do Idoso, o envelhecimento foi fixado como direito personalíssimo.
II. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao
Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social.
III. Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso
continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou
reabilitação.
IV. É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos públicos.
a) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
b) Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
c) Todas as assertivas estão corretas.
d) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
e) Apenas as assertivas III e IV estão corretas.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens.

O item I está correta, nos termos do art. 8º, da Lei nº 10.741/03:

Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social,


nos termos desta Lei e da legislação vigente.

O item II está correto, com base no art. 14, da referida Lei:

Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu
sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social.

O item III está correto, conforme prevê o art. 15, §2º, do Estatuto do Idoso:

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§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos,


especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos
relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.

O item IV está correto, pois é o que dispõe o §5º, do art. 15, da Lei nº 10.741/03:

§ 5o É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos públicos,


hipótese na qual será admitido o seguinte procedimento:

Desse modo, a alternativa C é correta e gabarito da questão.

20. (FUNRIO/SESAU-RO - 2017) Avalie, com base no estatuto do Idoso, se as afirmativas a seguir estão
corretas:
I. Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou
opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
II. É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
III. O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social.
IV. É obrigação do Estado garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de
políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II, apenas.
b) III e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens.

O item I está correto, pois é o que dispõe o art. 4º, caput, do Estatuto do Idoso:

Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência,
crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido
na forma da lei.

O item II está correto, conforme prevê o art. 4º, §1º, da Lei nº 10.741/03:

§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.

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O item III está correto, nos termos do art. 8º, da referida Lei:

Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social,


nos termos desta Lei e da legislação vigente.

O item IV está correto, com base no art. 9º, do Estatuto do Idoso:

Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante
efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em
condições de dignidade.

Dessa forma, a alternativa E é correta e gabarito da questão.

21. (PUC-PR/TJ-MS - 2017) O Estatuto do Idoso estabelece medidas de proteção ao idosos, as quais são
aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos no referido Estatuto forem ameaçados ou violados
I. por ação ou omissão da sociedade ou do Estado.
II. por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento.
III. em razão de sua condição pessoal.
Está CORRETO o que se afirma
a) apenas na assertiva I.
b) apenas na assertiva II.
c) apenas nas assertivas I e II.
d) apenas nas assertivas II e III.
e) em todas as assertivas.

Comentários

Vejamos o que dispõe o art. 43, do Estatuto do Idoso:

Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:

I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento;

III – em razão de sua condição pessoal.

Dessa forma, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

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22. (MPE-SC - 2013) Analise o enunciado da questão abaixo e assinale “certo” - (c) ou “errado” - (e).
As ações previstas no Estatuto do Idoso serão propostas no foro do domicílio do idoso, porém, a critério da
família e no interesse do idoso, poderão ser ajuizadas no domicílio do seu representante legal.

Comentários

A assertiva está incorreta, uma vez que se trata de competência absoluta do juiz do foro de domicílio do
idoso. Vejamos a tratativa da matéria no art. 80 do Estatuto do Idoso.

Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do domicílio do idoso,
cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas as competências
da Justiça Federal e a competência originária dos Tribunais Superiores.

23. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) Conforme preconiza o Estatuto do Idoso, Lei n° 10.741/2003, deve
haver uma reserva das unidades residenciais para atendimento aos idosos nos programas habitacionais
públicos ou subsidiados com recursos públicos, na razão de pelo menos:
a) 10%.
b) 5%.
c) 3%.
d) 25%.
e) 15%.

Comentários

De acordo com o art. 38, I, do Estatuto do Idoso, nos programas habitacionais públicos ou subsidiados com
recursos públicos, o idoso vai gozar de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria. Essa reserva
deve ser de pelo menos 3%.

Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, o
idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o
seguinte:

I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais residenciais para
atendimento aos idosos;

Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

24. (Alternative Concursos/Prefeitura de Sul Brasil-SC - 2017) De acordo com o Estatuto do Idoso, Lei
nº 10.741/2003, art. 23, a participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada

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mediante descontos de pelo menos _____________________ nos ingressos para eventos artísticos,
culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais.
a) 5% (cinco por cento)
b) 15% (quinze por cento)
c) 25% (vinte e cinco por cento)
d) 50% (cinquenta por cento)
e) 75% (setenta e cinco por cento)

Comentários

A questão requer o conhecimento do art. 23, do Estatuto do Idoso. Vejamos o dispositivo:

Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada
mediante descontos de pelo menos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos para eventos
artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos
locais.

Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

25. (Alternative Concursos/Prefeitura de Sul Brasil-SC - 2017) De acordo com o Estatuto do Idoso, Lei
nº 10.741/2003, art. 28, o Poder Público criará e estimulará programas de:
I. Profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades
regulares e remuneradas.
II. Preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 5 (cinco) anos, por meio
de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais
e de cidadania.
III. Estímulo às empresas públicas para admissão de idosos ao trabalho.
a) Somente I está incorreta.
b) Somente II e III estão incorretas.
c) Somente III está incorreta.
d) Somente I e III estão incorretas.
e) Todas estão corretas.

Comentários

Vejamos o art. 28, do Estatuto do Idoso, que prevê quais os programas o Poder Público criará e estimulará.

Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:

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I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e


habilidades para atividades regulares e remuneradas;

II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1


(um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de
esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania;

III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.

Vamos analisar cada um dos itens.

O item I está correto, pois reproduz o inc. I, acima descrito.

O item II está incorreto. O programa para preparação dos trabalhadores para a aposentadoria ocorre com
antecedência mínima de 1 ano, e não 5 anos.

O item III está incorreto. O Poder Público criará e estimulará programas de estímulo às empresas privadas, e
não públicas, para admissão de idosos ao trabalho.

Desse modo, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

26. (IADES/Correios - 2017) Quatro amigos – Alfredo, Ragnar, Ulisses e Gisele – discutiam a respeito da
garantia de prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda prevista no Estatuto do Idoso
(Lei nº 10.741/2003), mas persistiu a dúvida referente a qual deles é ou não considerado idoso para o
referido diploma legal. Considere que Alfredo tem 58 anos de idade; Ragnar, 72 anos de idade; Ulisses, 63
anos de idade; e Gisele, 56 anos de idade.
Assinale a alternativa que apresenta, de forma correta, nos termos do Estatuto do Idoso, que
personagem(ns) da situação hipotética narrada pode(m) ser considerado(s) idoso(s).
a) Apenas Ragnar, pois o Estatuto do Idoso considera como idosas as pessoas com idade igual ou superior a
70 anos.
b) Apenas Ragnar e Ulisses, pois o Estatuto do Idoso considera como idosas as pessoas com idade igual ou
superior a 60 anos.
c) Apenas Ragnar, Ulisses e Gisele, pois o Estatuto do Idoso considera como idosos os homens com idade
igual ou superior a 60 anos e considera como idosas as mulheres com idade igual ou superior a 55 anos.
d) Nenhum dos quatro pode ser considerado idoso, tendo em vista que o Estatuto do Idoso considera como
idosas as pessoas com idade igual ou superior a 80 anos.
e) Todos os quatro podem ser considerados idosos, pois o Estatuto do Idoso considera como idosas as
pessoas com idade igual ou superior a 50 anos.

Comentários

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A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 1º, o Estatuto do Idoso considera
como idosas as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.

Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às


pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

27. (FUNDATEC/FHGV - 2017) Conforme Estatuto do Idoso, é obrigação da família, da comunidade, da


sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida,
à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade,
à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. A garantia de prioridade compreendida
pela Lei nº 10.741/2003 refere-se:
I. Ao atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores
de serviços à população.
II. Às oportunidades de recolocação no caso de se optar ativo no mercado de trabalho, contribuindo para
seguridade social.
III. À preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas.
Quais estão INCORRETAS?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

Comentários

De acordo com o que prevê o art. 3º, §1º, do Estatuto do Idoso, apenas o item II está incorreto. Vejamos:

§ 1º A garantia de prioridade compreende:

I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e


privados prestadores de serviços à população;

II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;

III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao
idoso;

IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com


as demais gerações;

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V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do


atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de
manutenção da própria sobrevivência;

VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia


e na prestação de serviços aos idosos;

VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de


caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;

VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.

IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda.

Conforme se nota, as oportunidades de recolocação no caso de se optar ativo no mercado de trabalho,


contribuindo para seguridade social, não está previsto no rol acima. Dessa forma, a alternativa B está correta
e é o gabarito da questão.

28. (IESES/Prefeitura de São José do Cerrito-SC - 2017) Após a leitura do enunciado apresentado a
seguir, identifique a afirmação correta:
Segundo a Lei Federal n° 10.741 de 01/10/2003, é assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por
intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS. A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão
efetivadas por meio de:
I. Cadastramento da população idosa em base territorial.
II. Atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios.
III. Unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social.
IV. Atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja
impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas,
filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, somente para os
idosos nos meios urbano.
V. Reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas decorrentes do agravo da
saúde.
A sequência correta é:
a) Apenas as assertivas I, II, III e IV estão corretas.
b) Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
c) Apenas as assertivas I e V estão corretas.
d) Apenas as assertivas I, II, III e V estão corretas.

Comentários

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O art. 15, §1º, da Lei nº 10.741/03 prevê em quais hipóteses a prevenção e a manutenção da saúde do idoso
serão efetivadas. Vejamos:

§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de:

I – cadastramento da população idosa em base territorial;

II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;

III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e
gerontologia social;

IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar


e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por
instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com
o Poder Público, nos meios urbano e rural;

V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas


decorrentes do agravo da saúde.

Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

29. (Fundação La Salle/SUSEPE-RS - 2017) Pelo Estatuto do Idoso é crime a conduta de discriminar
pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao
direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade, com previsão de pena de reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. Pela legislação
supramencionada, quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer
motivo:
a) incorrerá na mesma pena.
b) terá seu apenamento majorado em 1/3.
c) será punido com uma majorante de 1/2 sobre a pena cominada no tipo penal.
d) terá pena de 1 ano e 6 meses de reclusão e multa.
e) será responsabilizado na esfera cível, por danos morais, unicamente.

Comentários

Vejamos o que dispõe o art. 96, caput, do Estatuto do Idoso:

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações
bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou
instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:

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Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

O §1º, do art. 96, estabelece que na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou
discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.

Portanto, a alternativa A é correta e gabarito da questão.

30. (Quadrix/CFO-DF - 2017) Julgue o item subsecutivo com base em conhecimentos relativos ao direito
civil.
O Estatuto do idoso prevê pena de multa, com possibilidade de aplicação em dobro em caso de reincidência,
ao profissional de saúde ou responsável por estabelecimento de saúde que deixe de comunicar às
autoridades competentes os casos de crime contra idoso de que tiver conhecimento.

Comentários

A assertiva está correta, nos termos do art. 57, do Estatuto do Idoso:

Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabelecimento de saúde ou


instituição de longa permanência de comunicar à autoridade competente os casos de
crimes contra idoso de que tiver conhecimento:

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), aplicada em
dobro no caso de reincidência.

31. (Quadrix/CFO-DF - 2017) Com base em conhecimentos relativos a direito processual civil e à
legislação correlata, julgue o próximo item.
A prioridade de tramitação dos procedimentos judiciais em que figure como parte ou interessada pessoa
com idade igual ou superior a sessenta anos é direito personalíssimo, que cessa com a morte do beneficiado.

Comentários

De acordo com o art. 71, §2º, do Estatuto do Idoso, a prioridade de tramitação dos procedimentos judiciais
não cessará com a morte do beneficiado. Essa prioridade será estendida ao cônjuge, com união estável,
maior de 60 anos.

Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na


execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.

§ 2o A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do


cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60
(sessenta) anos.

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Portanto, a assertiva está incorreta.

32. (FMP Concursos/MPE-RO - 2017) Dentre os modos de proteção do idoso, segundo a legislação em
vigor, é CORRETO afirmar que
a) não se inclui na competência do Ministério Público promover o encaminhamento à família ou curador,
mediante termo de responsabilidade.
b) não se inclui na competência do Ministério Público requerer a imposição de penalidade administrativa por
infração às normas de proteção ao idoso;
c) não se inclui na competência do Ministério Público promover ação civil pública em proteção de interesses
ou direitos individuais do idoso.
d) compete ao Ministério Público atuar como substituto processual do idoso, o que se exclui apenas quando
a pretensão se dirija contra seus próprios familiares.
e) a falta de intervenção do Ministério Público em processos em defesa dos direitos e interesses difusos é
causa de nulidade do feito.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois traz uma competência do MP. Vejamos o que dispõe o art. 45, I, do
Estatuto do Idoso:

Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministério Público ou o
Poder Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as seguintes
medidas:

I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabilidade;

A alternativa B está incorreta, nos termos do art. 60, da Lei nº 10.741/03:

Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrativa por infração às


normas de proteção ao idoso terá início com requisição do Ministério Público ou auto de
infração elaborado por servidor efetivo e assinado, se possível, por duas testemunhas.

A alternativa C está incorreta, pois diz respeito a competência uma do MP, prevista no art. 74, I, da referida
Lei:

Art. 74. Compete ao Ministério Público:

I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos direitos e interesses
difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos do idoso;

A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 74, III, do Estatuto do Idoso, compete ao Ministério
Público atuar como substituto processual do idoso em situação de risco.

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A alterativa E está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o art. 77, da Lei nº 10.741/03:

Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será
declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.

33. (UTFPR/UTFPR - 2017) É crime contra o idoso, conforme define a Lei nº 10.741/2003:
a) recusar atendimento a suas exigências pessoais.
b) impedir acesso ao transporte coletivo municipal, quando este der prova de sua idade, desde que não seja
nos serviços de transporte seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.
c) negar acesso a emprego ou cargo público por motivo de saúde.
d) receber doação por ele feita de boa-fé e de plena consciência, mas que não tenha sido submetida à
autoridade mediadora.
e) recusar-se a oferecer o assento privativo aos idosos nos ônibus coletivos municipais ou intermunicipais.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois trata-se de crime contra o idoso, previsto no art.
96, da Lei nº 10.741/03:

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações
bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou
instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

34. (UFPA/UFPA - 2017) Com base no Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741 de 2003), é CORRETO afirmar
que
a) a prestação de alimentos ao idoso e as respectivas transações poderão ser celebradas perante o Promotor
de Justiça ou Defensor Público, que as encaminhará ao juiz para que este as referende, e passarão a ter efeito
de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil.
b) ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde
proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, conforme requerimento
familiar.
c) a participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante descontos de
até cinquenta por cento nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o
acesso preferencial aos respectivos locais.
d) é assegurada ao idoso a prioridade na tramitação de processos e procedimentos judiciais em que figure
como autor, em qualquer instância, estendendo-se o benefício após a morte do idoso em favor do cônjuge
supérstite, com união estável, desde que maior de sessenta anos.

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e) a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos aos idosos que comprovem sua
condição por meio de qualquer documento pessoal com foto é norma que deve ser observada pela legislação
local.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Segundo o art. 13, da Lei nº 10.741/03, as transações relativas a alimentos
poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão
a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil.

A alternativa B está incorreta. Com base no art. 16, da referida Lei, ao idoso internado ou em observação é
assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para
a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 23, do Estatuto do Idoso, a participação dos idosos em
atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% nos ingressos
para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos
locais.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 71, §2º, da Lei nº 10.741/03:

§ 2o A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do


cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60
(sessenta) anos.

A alternativa E está incorreta. O art. 39, da referida Lei, estabelece que aos maiores de 65 anos fica
assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços
seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.

Enquanto o §1º, menciona que para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer
documento pessoal que faça prova de sua idade.

Ademais, o §3º, prevê que no caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 e 65 anos, ficará a
critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte
coletivos públicos urbanos e semi-urbanos.

35. (MPE-PR/MPE-PR - 2017) Nos termos da Lei nº 10.741/03 (Estatuto do Idoso), assinale a alternativa
incorreta:
a) Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão objeto de notificação
compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão
obrigatoriamente comunicados por eles à autoridade policial e ao Ministério Público, sendo vedada a
comunicação exclusiva ao Conselho Municipal do Idoso.

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b) As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor
Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei
processual civil.
c) Os descontos nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, que têm por objetivo
proporcionar a participação dos idosos nas referidas atividades, poderão ser acima de 50% (cinquenta por
cento).
d) Os meios de comunicação devem manter espaços ou horários especiais voltados aos idosos, com
finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.
e) O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a
dependência econômica, para os efeitos legais.

Comentários

A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. Vejamos o que dispõe o art. 19, do Estatuto do
Idoso:

Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão
objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade
sanitária, bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos
seguintes órgãos:

I – autoridade policial;

II – Ministério Público;

III – Conselho Municipal do Idoso;

IV – Conselho Estadual do Idoso;

V – Conselho Nacional do Idoso.

Conforme se nota, os Conselhos Municipal, Estadual e Nacional do Idoso, também serão obrigatoriamente
comunicados.

A alternativa B está correta, nos termos do art. 13, da Lei nº 10.741/03:

Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de
Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo
extrajudicial nos termos da lei processual civil.

A alternativa C está correta, com base no art. 23, da referida Lei:

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Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada
mediante descontos de pelo menos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos para eventos
artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos
locais.

A alternativa D está correta, segundo o art. 24, do Estatuto do Idoso:

Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários especiais voltados aos
idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o
processo de envelhecimento.

A alternativa E está correta, conforme estabelece o art. 36, da Lei nº 10.741/03:

Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar,
caracteriza a dependência econômica, para os efeitos legais.

36. (IBADE/IPERON-RO - 2017) De acordo com o Estatuto do Idoso, Lei n° 10.741/2003, a obrigação
alimentar é:
a) participativa.
b) ilícita.
c) solidária.
d) restrita aos filhos.
e) exclusiva do cônjuge.

Comentários

De acordo com o art. 12, do Estatuto do Idoso, a obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar
entre os prestadores.

Assim, a alternativa C é correta e gabarito da questão.

37. (PUC-PR/TJ-PR - 2017) Sobre a Política de Atendimento ao Idoso prevista na Lei 10.741/2003
(Estatuto do Idoso), assinale a alternativa INCORRETA.
a) As entidades de atendimento devem fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem
dos idosos.
b) As entidades de atendimento ficam dispensadas de oferecer atendimento personalizado ao idoso e de
manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.
c) As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, observadas as
normas de planejamento e execução emanadas do órgão competente da Política Nacional do Idoso.

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d) O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso responderá civil e criminalmente pelos atos
que praticar em detrimento do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas.
e) Quando houver apuração judicial de irregularidades em entidade de atendimento ao idoso, a multa e a
advertência, quando impostas, serão direcionadas ao dirigente da entidade ou ao responsável pelo programa
de atendimento.

Comentários

A alternativa A está correta, conforme dispõe o art. 50, XIV, do Estatuto do Idoso:

Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:

XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem dos idosos;

A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 50, V e XVII, da Lei nº
10.741/03, as entidades de atendimento ficam obrigadas a oferecer atendimento personalizado ao idoso e
manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.

Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:

V – oferecer atendimento personalizado;

XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.

A alternativa C está correta, com base no art. 48, da referida Lei:

Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias
unidades, observadas as normas de planejamento e execução emanadas do órgão
competente da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei no 8.842, de 1994.

A alternativa D está correta, nos termos do parágrafo único, do art. 49, do Estatuto do Idoso:

Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso responderá


civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem prejuízo das
sanções administrativas.

A alternativa E está correta, conforme prevê o art. 68, caput e §4º, da Lei nº 10.741/03:

Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art. 69 ou, se


necessário, designará audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre a
necessidade de produção de outras provas.

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§ 4o A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou ao responsável


pelo programa de atendimento.

38. (FADESP/COSANPA - 2017) Com base no Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 1º de outubro de
2003), é correto afirmar que
a) todas as entidades de longa permanência poderão firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa
idosa abrigada, sendo facultada a cobrança de participação do idoso no custeio da entidade quando esta for
filantrópica ou casa-lar.
b) o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria nos programas habitacionais,
públicos ou subsidiados com recursos públicos, cujos critérios de financiamento devem observar o valor
praticado no mercado.
c) o idoso tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou, ainda, desacompanhado
de seus familiares, quando assim o desejar, bem como em instituição pública ou até mesmo privada.
d) o acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a
dependência econômica, para os efeitos legais, salvo se a família possuir renda per capita superior a um
salário mínimo.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois esta é uma é obrigação das entidades de atendimento. Vejamos o que
dispõe o art. 50, I, da Lei nº 10.741/03:

Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:

I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especificando o tipo de


atendimento, as obrigações da entidade e prestações decorrentes do contrato, com os
respectivos preços, se for o caso;

A alternativa B está incorreta. Para os critérios de financiamento observar-se-ão os rendimentos de


aposentadoria e pensão, e não o valor praticado no mercado, conforme prevê o art. 38, IV, da referida Lei:

Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, o
idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o
seguinte:

IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de aposentadoria e


pensão.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 37, do Estatuto do Idoso:

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Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou
desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição
pública ou privada.

A alternativa D está incorreta, pois não está prevista exceção. Vejamos o que dispõe o art. 36, da Lei nº
10.741/03:

Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar,
caracteriza a dependência econômica, para os efeitos legais.

39. (IADES/Correios - 2017) A Lei n° 10.741/2003, dispõe quanto ao Estatuto do Idoso. Com base nesse
dispositivo legal, assinale a alternativa correta.
a) Os maiores de 80 anos de idade sempre terão preferência especial sobre os demais idosos, nos casos de
atendimento de saúde.
b) Nos processos judiciais em que figure como parte pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, é
assegurada prioridade na tramitação.
c) É dever único e exclusivo do Estado a prevenção à ameaça ou à violação aos direitos do idoso.
d) O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, ressaltando-se que as empresas têm a
discricionariedade para fixar limite máximo de idade para qualquer cargo.
e) É permitida a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão
da idade.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 15, §7º, da Lei nº 10.741/03, em todo atendimento de
saúde, os maiores de oitenta anos terão preferência especial sobre os demais idosos, exceto em caso de
emergência.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o art. 71, da referida Lei:

Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na


execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.

A alternativa C está incorreta. Com base no §1º, do art. 4º, do Estatuto do Idoso, é dever de todos prevenir
a ameaça ou violação aos direitos do idoso.

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 27, da Lei nº 10.741/03, na admissão do idoso em qualquer
trabalho ou emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para
concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.

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A alternativa E está incorreta. Nos termos do §3º, do art. 15, da referida Lei, é vedada a discriminação do
idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade.

40. (FUNDATEC/FHGV - 2017) A Lei nº 10.741/2003, que institui o Estatuto do Idoso, visa regular os
direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a:
a) Sessenta anos de idade.
b) Sessenta e cinco anos de idade.
c) Setenta anos de idade.
d) Setenta e cinco anos de idade.
e) Oitenta anos de idade.

Comentários

De acordo com o art. 1º, o Estatuto do Idoso é destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com
idade igual ou superior a 60 anos.

Dessa forma, a alternativa A é correta e gabarito da questão.

41. (UFPA/UFPA - 2017) O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741 de 2003) estabeleceu normas quanto à
profissionalização e ao trabalho do idoso, bem como sobre a assistência social e a previdência social. Sobre
o tema, e com base na lei, é CORRETO afirmar o seguinte:
a) a concessão da aposentadoria por idade, ainda que a pessoa conte com o tempo de contribuição
correspondente ao exigido para efeito de carência na data de requerimento do benefício, levará em conta a
condição de segurado do idoso.
b) é assegurado o benefício mensal de um salário mínimo ao idoso que não possua meios de prover sua
subsistência, nem tê-la provida por sua família, sendo tal benefício computado como renda per capita caso
já tenha sido concedido a um membro da família.
c) às entidades de longa permanência, ou casa-lar, é facultado firmar contrato de prestação de serviços com
a pessoa idosa abrigada, podendo, no último caso, ou ainda em entidades filantrópicas, haver cobrança de
participação do idoso no custeio da entidade.
d) o Poder Público criará e estimulará programas de preparação psicológica dos trabalhadores, um ano antes
de se tornarem idosos, estimulando a aposentadoria e esclarecendo-os sobre os direitos sociais e de
cidadania.
e) na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite
máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.

Comentários

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A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 30, do Estatuto do Idoso, a concessão da aposentadoria
por idade, desde que a pessoa conte com o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de
carência na data de requerimento do benefício, levará em conta a condição de segurado do idoso.

Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a concessão da
aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo de
contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data de requerimento
do benefício.

A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 34, caput e parágrafo único, da referida Lei, é assegurado o
benefício mensal de um salário mínimo ao idoso que não possua meios de prover sua subsistência, nem tê-
la provida por sua família, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. Além disso, o benefício já
concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo
da renda familiar per capita a que se refere a Loas. Confiram:

Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para
prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício
mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas.

Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do


caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se
refere a Loas.

A alternativa C está incorreta. O art. 35, da Lei nº 10.741/03, estabelece que todas as entidades de longa
permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa
abrigada.

Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar
contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada.

A alternativa D está incorreta. Com base no art. 28, II, da referida Lei, o Poder Público criará e estimulará
programas de preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, um ano antes de se tornarem idosos,
estimulando novos projetos sociais e esclarecendo-os sobre os direitos sociais e de cidadania.

Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:

II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1


(um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de
esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania;

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o art. 27, do Estatuto do Idoso:

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Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a discriminação


e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em
que a natureza do cargo o exigir.

42. (FEPESE/MPE-SC - 2014) Analise o enunciado da Questão abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado.
No que se refere ao comportamento de abandono exclusivamente moral ou afetivo do idoso por seus
familiares, o Estatuto do Idoso não contemplou essa figura típica no repertório dos crimes em espécie,
restando a esfera civil, por exemplo, para o enfrentamento da questão no interesse do idoso.

Comentários

A assertiva está correta, tendo em vista o tipo previsto no artigo 99.

Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o
a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados
indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou
inadequado:

Note que o dispositivo menciona somente a privação de alimentos e cuidados indispensáveis, assim, não
menção expressa ao abandono ou privação afetiva ou moral, como se trata de norma penal, deve ser
interpretado de forma restritiva.

43. (MPE-SC - 2013) Analise o enunciado da questão abaixo e assinale “certo” - (c) ou “errado” - (e)
O Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003) destina-se a regular os direitos assegurados às pessoas com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos, dentre os quais a gratuidade dos transportes coletivos públicos
urbanos e semi-urbanos, a prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e o direito a benefício
assistencial no valor de 1 (um) salário mínimo, para aqueles que não dispõem de meios para prover a sua
subsistência.

Comentários

A assertiva está incorreta.

Trata-se de questão dificílima, por isso trouxemos para análise. Para encontrar o erro da questão temos que
observar cada frase. Vejamos o art 1º.

Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às


pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Assim, a primeira parte está correta. A prioridade na tramitação de processos também está correta, tendo
em vista o art. 71.

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Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na


execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.

Todavia, a gratuidade dos transportes públicos coletivos é concedida apenas a quem possui mais de 65 anos
e não 60 anos como diz no início do enunciado. Vejamos o art. 39.

Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos
transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e
especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.

Por fim, o benefício assistencial também é concedido apenas aos maiores de 65, conforme artigo 34.

Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para
prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício
mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas.

44. (MPE-SC - 2013) Analise o enunciado da questão abaixo e assinale “certo” - (c) ou “errado” - (e).
Todas as entidades de longa permanência ou casa-lar são obrigadas a firmar contrato de prestação de
serviços com a pessoa idosa abrigada, sendo facultada a cobrança do idoso, no caso de entidades
filantrópicas, de participação que não poderá ser superior a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício
previdenciário ou assistencial percebido pelo idoso.

Comentários

A assertiva está correta, de acordo com o que prevê o art. 35.

Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar
contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada.

§ 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança de participação


do idoso no custeio da entidade.

§ 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistência Social


estabelecerá a forma de participação prevista no § 1o, que não poderá exceder a 70%
(setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário ou de assistência social
percebido pelo idoso.

§ 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal firmar o contrato a que
se refere o caput deste artigo.

45. (FEPESE/MPE-SC - 2014) Analise o enunciado da Questão abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado.

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Nos termos do Estatuto do Idoso, Lei n. 10.741/2003, constituem obrigações das entidades de atendimento,
dentre outras: celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso; providenciar ou solicitar que o
Ministério Público requisite os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os
tiverem, na forma da lei; firmar e manter seguro-saúde; comunicar ao Ministério Público, para as
providências cabíveis, a situação de abandono moral ou material por parte dos familiares.

Comentários

A assertiva está incorreta, tendo em vista que não há a previsão de firmar e manter seguro-saúde. O artigo
50 do Estatuto do Idoso traz as obrigações das entidades de atendimento.

Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:

I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especificando o tipo de


atendimento, as obrigações da entidade e prestações decorrentes do contrato, com os
respectivos preços, se for o caso;

II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;

III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente;

IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade;

V – oferecer atendimento personalizado;

VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;

VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;

VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;

IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;

X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;

XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de idoso portador de


doenças infecto-contagiosas;

XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os documentos


necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei;

XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem dos idosos;

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XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento,


nome do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences, bem
como o valor de contribuições, e suas alterações, se houver, e demais dados que
possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento;

XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a situação de


abandono moral ou material por parte dos familiares;

XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.

46. (FEPESE/MPE-SC - 2014) Analise o enunciado da Questão abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado.
Conforme previsto na Lei n. 10.741/2003, as entidades de atendimento não- governamentais que
descumprirem as determinações dessa Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal
de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades, observado o devido processo legal: a)
advertência; b) afastamento provisório ou definitivo de seus dirigentes; c) fechamento de unidade ou
interdição de programa; d) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas; e) proibição de
atendimento a idosos a bem do interesse público.

Comentários

A assertiva está incorreta. O artigo 55 traz as espécies de penalidades aplicadas às entidades de


atendimento, e diferencia as penalidades aplicáveis às entidades governamentais ou não governamentais.
Dentre elas somente a advertência é comum a ambas as entidades.

A questão troca as penalidades. Vejamos o art. 55.

Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determinações desta Lei


ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou
prepostos, às seguintes penalidades, observado o devido processo legal:

I – as entidades governamentais:

a) advertência;

b) afastamento provisório de seus dirigentes;

c) afastamento definitivo de seus dirigentes;

d) fechamento de unidade ou interdição de programa;

II – as entidades não-governamentais:

a) advertência;

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b) multa;

c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;

d) interdição de unidade ou suspensão de programa;

e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.

§ 1o Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude em relação ao


programa, caberá o afastamento provisório dos dirigentes ou a interdição da unidade e a
suspensão do programa.

§ 2o A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas ocorrerá quando verificada


a má aplicação ou desvio de finalidade dos recursos.

§ 3o Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que coloque em risco os


direitos assegurados nesta Lei, será o fato comunicado ao Ministério Público, para as
providências cabíveis, inclusive para promover a suspensão das atividades ou dissolução
da entidade, com a proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público, sem
prejuízo das providências a serem tomadas pela Vigilância Sanitária.

§ 4o Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração


cometida, os danos que dela provierem para o idoso, as circunstâncias agravantes ou
atenuantes e os antecedentes da entidade.

LISTA DE QUESTÕES
CESPE

1. (CESPE/AGU - 2013) Julgue os próximos itens, a respeito dos direitos reais, da posse, do direito de
empresa e do Estatuto do Idoso.
O envelhecimento, embora não tenha caráter de direito personalíssimo, é protegido na condição de direito
social, garantindo à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais
públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.

2. (CESPE/PC-DF - 2013) No que se refere ao Estatuto do Idoso, julgue o item que se segue.
A pessoa jurídica poderá ser responsabilizada, nos termos da lei, pela inobservância das normas que visem
prevenir a ameaça ou a violação aos direitos do idoso.

3. (CESPE/PC-DF - 2013) No que se refere ao Estatuto do Idoso, julgue o item que se segue.
O procedimento da Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais não é aplicado a nenhum dos crimes previstos
no Estatuto do Idoso.

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4. (CESPE/DPE-ES - 2012) No que se refere ao direito do idoso, julgue os itens a seguir.


Para fins de reserva de vaga gratuita para idoso, não são consideradas embarcação do serviço convencional
de transporte interestadual de passageiros as embarcações que operem travessias em lagoas abertas ao
público.

5. (CESPE/DPE-ES - 2012) No que se refere ao direito do idoso, julgue os itens a seguir.


O idoso que pretenda viajar utilizando o chamado bilhete de viagem do idoso deverá comprovar sua idade,
por meio de documento pessoal, e sua renda, que não pode ultrapassar um salário mínimo.
6. (CESPE/DPE-BA - 2010) Em relação ao Estatuto do Idoso (Lei n.º 10.741/2003), julgue o item
seguinte.
Aos crimes previstos nesse estatuto e cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse quatro anos
aplica-se o procedimento previsto na Lei n.º 9.099/1995 e, subsidiariamente, no que couber, aplicam-se as
disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.

7. (CESPE/DPE-BA - 2010) Em relação ao Estatuto do Idoso (Lei n.º 10.741/2003), julgue o item
seguinte.
As transações relativas a alimentos em favor do idoso poderão ser celebradas perante o promotor de justiça
ou defensor público, que as referendarão, passando elas a ter efeito de título executivo extrajudicial nos
termos da lei processual civil.

8. (CESPE/DPE-BA - 2010) Em relação ao Estatuto do Idoso (Lei n.º 10.741/2003), julgue o item
seguinte.
Considere a seguinte situação hipotética.
João e Maria, maiores de setenta anos de idade, carentes, moram juntos e não possuem meios para prover
sua subsistência nem podem tê-la provida por sua família. À Maria foi assegurado o benefício mensal de um
salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social.
Nessa situação, João fica impedido de receber o mesmo benefício, dado o não atendimento, pelo casal, do
requisito da renda familiar per capita.

9. (CESPE/DPE-BA - 2010) Julgue o item a seguir, relativo às normas aplicáveis aos idosos.
O primeiro critério de desempate em concurso público deve ser o de idade, dando-se preferência ao
candidato de idade mais elevada.

10. (CESPE/DPE-BA - 2010) Julgue o item a seguir, relativo às normas aplicáveis aos idosos.
Deverá ser incentivada, como diretriz da política nacional do idoso, a permanência, em instituições asilares
de caráter social, dos idosos portadores de doenças que necessitem de assistência médica ou de
enfermagem permanente.

11. (CESPE/TRE-BA - 2010) Julgue o item a seguir.

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O Estatuto do Idoso prevê a realização de cursos especiais para idosos, cujo conteúdo deve incluir temas
relacionados ao processo de envelhecimento, computação e outros avanços tecnológicos para sua
integração à vida moderna.

12. (CESPE/MPE-RR - 2017) Com referência ao Estatuto do Idoso e suas alterações, julgue os seguintes
itens, relativos às competências do MP no tocante a feitos que envolvam a proteção ao idoso.
I Compete ao MP a instauração de inquérito civil e ação civil pública para a proteção dos direitos e interesses
difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos do idoso.
II Cabe ao MP promover e acompanhar ações de alimentos, de interdição, de designação de curador especial,
em circunstâncias que justifiquem a medida, bem como oficiar em todos os feitos nos quais estejam sendo
discutidos os direitos de idosos em condições de risco.
III A atuação do parquet como substituto processual do idoso em situação de risco encontra-se prevista de
forma expressa na legislação infraconstitucional nos casos em que, no âmbito do Estatuto do Idoso, direitos
reconhecidos forem ameaçados ou violados.
IV A possibilidade de requisitar força policial bem como de solicitar a colaboração dos serviços de saúde,
educacionais e de assistência social públicos para o desempenho de suas atribuições é inerente à atividade
específica do MP como protetor dos idosos em situação de risco.
Assinale a opção correta.
a) Apenas os itens I e II estão certos.
b) Apenas os itens I e III estão certos.
c) Apenas os itens II e III estão certos.
d) Todos os itens estão certos.

13. (CESPE/TRE-BA - 2017) À luz do Estatuto do Idoso, consideram-se idosos os indivíduos com idade
igual ou superior a
a) setenta anos.
b) sessenta anos.
c) cinquenta e cinco anos.
d) sessenta e cinco anos, se for homem, e sessenta anos, se for mulher.
e) sessenta anos, se for homem, e cinquenta e cinco anos, se for mulher.

14. (CESPE/DPU - 2017) Acerca da proteção a grupos vulneráveis, julgue o seguinte item.
O STJ entende que, em decorrência do mandamento constitucional de proteção ao idoso e do princípio da
solidariedade entre gerações, são irregulares os contratos de plano de saúde que preveem reajustes de
mensalidade em razão da mudança de faixa etária do beneficiário.

15. (CESPE/DPE-AC - 2017) Vera, com sessenta e oito anos de idade, aposentada e com renda mensal
de dois salários mínimos, pretende viajar de ônibus de Rio Branco – AC para o Rio de Janeiro – RJ,
usufruindo de seu direito à gratuidade da passagem, mas, chegando ao guichê para requerer sua

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passagem, foi informada de que as vagas gratuitas, na data e horário em que ela desejava embarcar, já
estavam ocupadas.
Nessa situação hipotética, de acordo com a legislação, Vera
a) poderá pleitear desconto do valor da passagem em um dos demais assentos do veículo no horário
desejado, caso haja vagas.
b) terá direito a desconto da passagem apenas no ônibus seguinte ao pretendido, se neste não houver vaga
gratuita, desde que parta até vinte e quatro horas após o primeiro horário desejado.
c) poderá comprar a passagem para o horário desejado e pleitear reembolso do valor pago, caso não haja
vaga gratuita em ônibus que parta nas quarenta e oito horas seguintes.
d) poderá pleitear a gratuidade da passagem no horário desejado, em vaga não reservada a idosos, caso
ainda haja assentos vagos.
e) terá direito à gratuidade da passagem, em vaga não reservada, no ônibus seguinte ao pretendido, caso
também não haja para ele vagas gratuitas.

16. (CESPE/DPE-AC - 2017) Um idoso, que tem filhos maiores e capazes, vive em condições precárias,
sem recursos para prover seus próprios alimentos.
Nessa situação hipotética,
a) se comprovado que os filhos não têm condições econômicas para prover alimentos, caberá à previdência
social provê-los.
b) caso ocorra transação relativa a alimentos, esta poderá ser celebrada perante promotor público ou DP.
c) a obrigação alimentar ao idoso será solidária, cabendo ao filho com melhores condições econômicas ser o
prestador.
d) a obrigação alimentar ao idoso será solidária, cabendo ao filho mais velho, se tiver condições econômicas,
ser o prestador.
e) caso se determine que os filhos prestem alimentos, esse provimento se dará na forma especial prevista
no Estatuto do Idoso.

17. (CESPE/TRF-5ªR - 2017) Um idoso ajuizou ação em face de entidade não governamental de
atendimento à pessoa idosa, visando apurar irregularidades praticadas por essa entidade.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Depois de apresentada a defesa, o juiz poderá designar audiência de instrução e julgamento.
b) Antes de citar o réu, o juiz deverá intimar o Ministério Público para firmar acordo visando eliminar as
irregularidades.
c) Recebida a petição inicial, deverá ser marcada audiência de conciliação, na qual o dirigente da entidade
deverá apresentar defesa escrita.
d) Havendo motivo grave, poderá o juiz, antes de ouvir o Ministério Público, decretar liminarmente o
afastamento provisório do dirigente da entidade.

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e) Caso, ao final do processo, seja aplicada pena de multa, esta deverá ser imposta à entidade.

18. (CESPE/TRT-8ªR - 2016) De acordo com a Lei Orgânica da Assistência Social, assinale a opção
correta.
a) Os princípios da assistência social incluem a ampla divulgação dos benefícios, serviços, programas e
projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo poder público e dos critérios para sua
concessão.
b) O benefício de prestação continuada pode ser transferido a dependentes de até vinte e um anos de idade,
em caso de morte do beneficiário.
c) O Conselho Nacional de Assistência Social deve ser presidido pelo titular do órgão da administração pública
federal coordenador da política de assistência social, enquanto durar sua gestão nesse órgão.
d) A proteção social básica refere-se a um conjunto de ações direcionadas à proteção de crianças e
adolescentes que vivenciaram situações de violação de direitos.
e) A pessoa com deficiência que recebe o benefício de prestação continuada não pode ser contratada por
empresas na condição de aprendiz.

Outras Bancas

19. (PUC-PR/TJ-PR - 2017) Analise as assertivas acerca do Estatuto do Idoso e assinale a alternativa
CORRETA.
I. Pelo Estatuto do Idoso, o envelhecimento foi fixado como direito personalíssimo.
II. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao
Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social.
III. Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso
continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou
reabilitação.
IV. É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos públicos.
a) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
b) Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
c) Todas as assertivas estão corretas.
d) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
e) Apenas as assertivas III e IV estão corretas.

20. (FUNRIO/SESAU-RO - 2017) Avalie, com base no estatuto do Idoso, se as afirmativas a seguir estão
corretas:
I. Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou
opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
II. É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.

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III. O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social.


IV. É obrigação do Estado garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de
políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II, apenas.
b) III e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

21. (PUC-PR/TJ-MS - 2017) O Estatuto do Idoso estabelece medidas de proteção ao idosos, as quais
são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos no referido Estatuto forem ameaçados ou violados
I. por ação ou omissão da sociedade ou do Estado.
II. por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento.
III. em razão de sua condição pessoal.
Está CORRETO o que se afirma
a) apenas na assertiva I.
b) apenas na assertiva II.
c) apenas nas assertivas I e II.
d) apenas nas assertivas II e III.
e) em todas as assertivas.

22. (MPE-SC - 2013) Analise o enunciado da questão abaixo e assinale “certo” - (c) ou “errado” - (e).
As ações previstas no Estatuto do Idoso serão propostas no foro do domicílio do idoso, porém, a critério da
família e no interesse do idoso, poderão ser ajuizadas no domicílio do seu representante legal.

23. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) Conforme preconiza o Estatuto do Idoso, Lei n° 10.741/2003, deve
haver uma reserva das unidades residenciais para atendimento aos idosos nos programas habitacionais
públicos ou subsidiados com recursos públicos, na razão de pelo menos:
a) 10%.
b) 5%.
c) 3%.
d) 25%.
e) 15%.

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24. (Alternative Concursos/Prefeitura de Sul Brasil-SC - 2017) De acordo com o Estatuto do Idoso, Lei
nº 10.741/2003, art. 23, a participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada
mediante descontos de pelo menos _____________________ nos ingressos para eventos artísticos,
culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais.
a) 5% (cinco por cento)
b) 15% (quinze por cento)
c) 25% (vinte e cinco por cento)
d) 50% (cinquenta por cento)
e) 75% (setenta e cinco por cento)

25. (Alternative Concursos/Prefeitura de Sul Brasil-SC - 2017) De acordo com o Estatuto do Idoso, Lei
nº 10.741/2003, art. 28, o Poder Público criará e estimulará programas de:
I. Profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades
regulares e remuneradas.
II. Preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 5 (cinco) anos, por meio
de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais
e de cidadania.
III. Estímulo às empresas públicas para admissão de idosos ao trabalho.
a) Somente I está incorreta.
b) Somente II e III estão incorretas.
c) Somente III está incorreta.
d) Somente I e III estão incorretas.
e) Todas estão corretas.

26. (IADES/Correios - 2017) Quatro amigos – Alfredo, Ragnar, Ulisses e Gisele – discutiam a respeito
da garantia de prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda prevista no Estatuto do
Idoso (Lei nº 10.741/2003), mas persistiu a dúvida referente a qual deles é ou não considerado idoso para
o referido diploma legal. Considere que Alfredo tem 58 anos de idade; Ragnar, 72 anos de idade; Ulisses,
63 anos de idade; e Gisele, 56 anos de idade.
Assinale a alternativa que apresenta, de forma correta, nos termos do Estatuto do Idoso, que
personagem(ns) da situação hipotética narrada pode(m) ser considerado(s) idoso(s).
a) Apenas Ragnar, pois o Estatuto do Idoso considera como idosas as pessoas com idade igual ou superior a
70 anos.
b) Apenas Ragnar e Ulisses, pois o Estatuto do Idoso considera como idosas as pessoas com idade igual ou
superior a 60 anos.

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c) Apenas Ragnar, Ulisses e Gisele, pois o Estatuto do Idoso considera como idosos os homens com idade
igual ou superior a 60 anos e considera como idosas as mulheres com idade igual ou superior a 55 anos.
d) Nenhum dos quatro pode ser considerado idoso, tendo em vista que o Estatuto do Idoso considera como
idosas as pessoas com idade igual ou superior a 80 anos.
e) Todos os quatro podem ser considerados idosos, pois o Estatuto do Idoso considera como idosas as
pessoas com idade igual ou superior a 50 anos.

27. (FUNDATEC/FHGV - 2017) Conforme Estatuto do Idoso, é obrigação da família, da comunidade, da


sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida,
à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade,
à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. A garantia de prioridade compreendida
pela Lei nº 10.741/2003 refere-se:
I. Ao atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores
de serviços à população.
II. Às oportunidades de recolocação no caso de se optar ativo no mercado de trabalho, contribuindo para
seguridade social.
III. À preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas.
Quais estão INCORRETAS?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

28. (IESES/Prefeitura de São José do Cerrito-SC - 2017) Após a leitura do enunciado apresentado a
seguir, identifique a afirmação correta:
Segundo a Lei Federal n° 10.741 de 01/10/2003, é assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por
intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS. A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão
efetivadas por meio de:
I. Cadastramento da população idosa em base territorial.
II. Atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios.
III. Unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social.
IV. Atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja
impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas,
filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, somente para os
idosos nos meios urbano.

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V. Reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas decorrentes do agravo da
saúde.
A sequência correta é:
a) Apenas as assertivas I, II, III e IV estão corretas.
b) Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
c) Apenas as assertivas I e V estão corretas.
d) Apenas as assertivas I, II, III e V estão corretas.

29. (Fundação La Salle/SUSEPE-RS - 2017) Pelo Estatuto do Idoso é crime a conduta de discriminar
pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao
direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade, com previsão de pena de reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. Pela legislação
supramencionada, quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer
motivo:
a) incorrerá na mesma pena.
b) terá seu apenamento majorado em 1/3.
c) será punido com uma majorante de 1/2 sobre a pena cominada no tipo penal.
d) terá pena de 1 ano e 6 meses de reclusão e multa.
e) será responsabilizado na esfera cível, por danos morais, unicamente.

30. (Quadrix/CFO-DF - 2017) Julgue o item subsecutivo com base em conhecimentos relativos ao
direito civil.
O Estatuto do idoso prevê pena de multa, com possibilidade de aplicação em dobro em caso de reincidência,
ao profissional de saúde ou responsável por estabelecimento de saúde que deixe de comunicar às
autoridades competentes os casos de crime contra idoso de que tiver conhecimento.

31. (Quadrix/CFO-DF - 2017) Com base em conhecimentos relativos a direito processual civil e à
legislação correlata, julgue o próximo item.
A prioridade de tramitação dos procedimentos judiciais em que figure como parte ou interessada pessoa
com idade igual ou superior a sessenta anos é direito personalíssimo, que cessa com a morte do beneficiado.

32. (FMP Concursos/MPE-RO - 2017) Dentre os modos de proteção do idoso, segundo a legislação em
vigor, é CORRETO afirmar que
a) não se inclui na competência do Ministério Público promover o encaminhamento à família ou curador,
mediante termo de responsabilidade.
b) não se inclui na competência do Ministério Público requerer a imposição de penalidade administrativa por
infração às normas de proteção ao idoso;

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c) não se inclui na competência do Ministério Público promover ação civil pública em proteção de interesses
ou direitos individuais do idoso.
d) compete ao Ministério Público atuar como substituto processual do idoso, o que se exclui apenas quando
a pretensão se dirija contra seus próprios familiares.
e) a falta de intervenção do Ministério Público em processos em defesa dos direitos e interesses difusos é
causa de nulidade do feito.

33. (UTFPR/UTFPR - 2017) É crime contra o idoso, conforme define a Lei nº 10.741/2003:
a) recusar atendimento a suas exigências pessoais.
b) impedir acesso ao transporte coletivo municipal, quando este der prova de sua idade, desde que não seja
nos serviços de transporte seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.
c) negar acesso a emprego ou cargo público por motivo de saúde.
d) receber doação por ele feita de boa-fé e de plena consciência, mas que não tenha sido submetida à
autoridade mediadora.
e) recusar-se a oferecer o assento privativo aos idosos nos ônibus coletivos municipais ou intermunicipais.

34. (UFPA/UFPA - 2017) Com base no Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741 de 2003), é CORRETO afirmar
que
a) a prestação de alimentos ao idoso e as respectivas transações poderão ser celebradas perante o Promotor
de Justiça ou Defensor Público, que as encaminhará ao juiz para que este as referende, e passarão a ter efeito
de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil.
b) ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde
proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, conforme requerimento
familiar.
c) a participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante descontos de
até cinquenta por cento nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o
acesso preferencial aos respectivos locais.
d) é assegurada ao idoso a prioridade na tramitação de processos e procedimentos judiciais em que figure
como autor, em qualquer instância, estendendo-se o benefício após a morte do idoso em favor do cônjuge
supérstite, com união estável, desde que maior de sessenta anos.
e) a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos aos idosos que comprovem sua
condição por meio de qualquer documento pessoal com foto é norma que deve ser observada pela legislação
local.

35. (MPE-PR/MPE-PR - 2017) Nos termos da Lei nº 10.741/03 (Estatuto do Idoso), assinale a alternativa
incorreta:
a) Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão objeto de notificação
compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão
obrigatoriamente comunicados por eles à autoridade policial e ao Ministério Público, sendo vedada a
comunicação exclusiva ao Conselho Municipal do Idoso.

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b) As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor
Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei
processual civil.
c) Os descontos nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, que têm por objetivo
proporcionar a participação dos idosos nas referidas atividades, poderão ser acima de 50% (cinquenta por
cento).
d) Os meios de comunicação devem manter espaços ou horários especiais voltados aos idosos, com
finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.
e) O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a
dependência econômica, para os efeitos legais.

36. (IBADE/IPERON-RO - 2017) De acordo com o Estatuto do Idoso, Lei n° 10.741/2003, a obrigação
alimentar é:
a) participativa.
b) ilícita.
c) solidária.
d) restrita aos filhos.
e) exclusiva do cônjuge.

37. (PUC-PR/TJ-PR - 2017) Sobre a Política de Atendimento ao Idoso prevista na Lei 10.741/2003
(Estatuto do Idoso), assinale a alternativa INCORRETA.
a) As entidades de atendimento devem fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem
dos idosos.
b) As entidades de atendimento ficam dispensadas de oferecer atendimento personalizado ao idoso e de
manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.
c) As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, observadas as
normas de planejamento e execução emanadas do órgão competente da Política Nacional do Idoso.
d) O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso responderá civil e criminalmente pelos atos
que praticar em detrimento do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas.
e) Quando houver apuração judicial de irregularidades em entidade de atendimento ao idoso, a multa e a
advertência, quando impostas, serão direcionadas ao dirigente da entidade ou ao responsável pelo programa
de atendimento.

38. (FADESP/COSANPA - 2017) Com base no Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 1º de outubro de
2003), é correto afirmar que
a) todas as entidades de longa permanência poderão firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa
idosa abrigada, sendo facultada a cobrança de participação do idoso no custeio da entidade quando esta for
filantrópica ou casa-lar.

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b) o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria nos programas habitacionais,
públicos ou subsidiados com recursos públicos, cujos critérios de financiamento devem observar o valor
praticado no mercado.
c) o idoso tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou, ainda, desacompanhado
de seus familiares, quando assim o desejar, bem como em instituição pública ou até mesmo privada.
d) o acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a
dependência econômica, para os efeitos legais, salvo se a família possuir renda per capita superior a um
salário mínimo.

39. (IADES/Correios - 2017) A Lei n° 10.741/2003, dispõe quanto ao Estatuto do Idoso. Com base nesse
dispositivo legal, assinale a alternativa correta.
a) Os maiores de 80 anos de idade sempre terão preferência especial sobre os demais idosos, nos casos de
atendimento de saúde.
b) Nos processos judiciais em que figure como parte pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, é
assegurada prioridade na tramitação.
c) É dever único e exclusivo do Estado a prevenção à ameaça ou à violação aos direitos do idoso.
d) O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, ressaltando-se que as empresas têm a
discricionariedade para fixar limite máximo de idade para qualquer cargo.
e) É permitida a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão
da idade.

40. (FUNDATEC/FHGV - 2017) A Lei nº 10.741/2003, que institui o Estatuto do Idoso, visa regular os
direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a:
a) Sessenta anos de idade.
b) Sessenta e cinco anos de idade.
c) Setenta anos de idade.
d) Setenta e cinco anos de idade.
e) Oitenta anos de idade.

41. (UFPA/UFPA - 2017) O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741 de 2003) estabeleceu normas quanto à
profissionalização e ao trabalho do idoso, bem como sobre a assistência social e a previdência social. Sobre
o tema, e com base na lei, é CORRETO afirmar o seguinte:
a) a concessão da aposentadoria por idade, ainda que a pessoa conte com o tempo de contribuição
correspondente ao exigido para efeito de carência na data de requerimento do benefício, levará em conta a
condição de segurado do idoso.
b) é assegurado o benefício mensal de um salário mínimo ao idoso que não possua meios de prover sua
subsistência, nem tê-la provida por sua família, sendo tal benefício computado como renda per capita caso
já tenha sido concedido a um membro da família.

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c) às entidades de longa permanência, ou casa-lar, é facultado firmar contrato de prestação de serviços com
a pessoa idosa abrigada, podendo, no último caso, ou ainda em entidades filantrópicas, haver cobrança de
participação do idoso no custeio da entidade.
d) o Poder Público criará e estimulará programas de preparação psicológica dos trabalhadores, um ano antes
de se tornarem idosos, estimulando a aposentadoria e esclarecendo-os sobre os direitos sociais e de
cidadania.
e) na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite
máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.

42. (FEPESE/MPE-SC - 2014) Analise o enunciado da Questão abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado.
No que se refere ao comportamento de abandono exclusivamente moral ou afetivo do idoso por seus
familiares, o Estatuto do Idoso não contemplou essa figura típica no repertório dos crimes em espécie,
restando a esfera civil, por exemplo, para o enfrentamento da questão no interesse do idoso.

43. (MPE-SC - 2013) Analise o enunciado da questão abaixo e assinale “certo” - (c) ou “errado” - (e)
O Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003) destina-se a regular os direitos assegurados às pessoas com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos, dentre os quais a gratuidade dos transportes coletivos públicos
urbanos e semi-urbanos, a prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e o direito a benefício
assistencial no valor de 1 (um) salário mínimo, para aqueles que não dispõem de meios para prover a sua
subsistência.

44. (MPE-SC - 2013) Analise o enunciado da questão abaixo e assinale “certo” - (c) ou “errado” - (e).
Todas as entidades de longa permanência ou casa-lar são obrigadas a firmar contrato de prestação de
serviços com a pessoa idosa abrigada, sendo facultada a cobrança do idoso, no caso de entidades
filantrópicas, de participação que não poderá ser superior a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício
previdenciário ou assistencial percebido pelo idoso.

45. (FEPESE/MPE-SC - 2014) Analise o enunciado da Questão abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado.
Nos termos do Estatuto do Idoso, Lei n. 10.741/2003, constituem obrigações das entidades de atendimento,
dentre outras: celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso; providenciar ou solicitar que o
Ministério Público requisite os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os
tiverem, na forma da lei; firmar e manter seguro-saúde; comunicar ao Ministério Público, para as
providências cabíveis, a situação de abandono moral ou material por parte dos familiares.

46. (FEPESE/MPE-SC - 2014) Analise o enunciado da Questão abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado.
Conforme previsto na Lei n. 10.741/2003, as entidades de atendimento não- governamentais que
descumprirem as determinações dessa Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal
de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades, observado o devido processo legal: a)
advertência; b) afastamento provisório ou definitivo de seus dirigentes; c) fechamento de unidade ou
interdição de programa; d) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas; e) proibição de
atendimento a idosos a bem do interesse público.

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GABARITO
1. INCORRETA 17. A 33. B
2. CORRETA 18. A 34. D
3. INCORRETA 19. C 35. A
4. INCORRETA 20. E 36. C
5. INCORRETA 21. E 37. B
6. INCORRETA 22. INCORRETA 38. C
7. CORRETA 23. C 39. B
8. INCORRETA 24. D 40. A
9. CORRETA 25. B 41. E
10. INCORRETA 26. B 42. CORRETA
11. CORRETA 27. B 43. INCORRETA
12. D 28. D 44. CORRETA
13. B 29. A 45. INCORRETA
14. INCORRETA 30. CORRETA 46. INCORRETA
15. A 31. INCORRETA
16. B 32. E

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Autor:
Alessandra Lopes, André Rocha,
Equipe André Rocha, Ricardo
Torques

15 de Janeiro de 2024
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Sumário
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 3

Combate ao Racismo.......................................................................................................................................... 3

1 – Introdução .................................................................................................................................................... 3

2 - Constituição Federal ..................................................................................................................................... 5

Pontos relevantes da legislação internacional sobre discriminação racial ......................................................... 8

1 – Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial ........................................... 8

2- Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e a Intolerância ............................ 10

Estatuto da Igualdade Racial ............................................................................................................................ 14

1 - Introdução ................................................................................................................................................... 14

2 - Direitos Fundamentais ................................................................................................................................ 21

3 - Acesso à terra e à moradia adequada .......................................................................................................... 26

4 - Trabalho ...................................................................................................................................................... 29

5 - Meios de Comunicação ............................................................................................................................... 30

6 - SINAPIR ..................................................................................................................................................... 31

Crimes resultantes de raça ou de cor - Lei 7.716/1989 – Lei Caó ................................................................... 32

Injuria racial ..................................................................................................................................................... 38

Quilombolas e outras comunidades tradicionais .............................................................................................. 39

1 – Introdução .................................................................................................................................................. 39

2 - Conceito ...................................................................................................................................................... 40

3 - Proteção Legislativa .................................................................................................................................... 41

4 - Estruturação das Políticas Públicas voltadas para a defesa dos direitos de comunidades quilombolas ..... 42

5 - Art. 68 dos ADCT ....................................................................................................................................... 44

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Legislação Destacada ....................................................................................................................................... 44

Resumo............................................................................................................................................................. 46

Considerações Finais ........................................................................................................................................ 52

Questões com Comentários .............................................................................................................................. 52

Lista de Questões ............................................................................................................................................. 98

Gabarito .......................................................................................................................................................... 117

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GRUPOS VULNERÁVEIS - NEGROS


CONSIDERAÇÕES INICIAIS
RECADO IMPORTANTE AQUI! Há a possibilidade de algumas aulas aparecerem duplicadas e elas são
necessárias em razão dos múltiplos pacotes que compreendem o edital. A fim de garantir que nossos alunos
não sofram prejuízos, recomendamos que dediquem tempo ao estudo de apenas uma das aulas, caso estas
apresentem conteúdo equivalente nos pacotes de seus cursos. Essa abordagem visa otimizar o tempo
dedicado aos estudos, assegurando, ao mesmo tempo, a integridade do conteúdo programático. Essa
repetição de aulas é necessária para abranger todos os cargos e compor diferentes cursos. Pedimos
desculpas pelo inconveniente, mas trata-se de organização necessária para atender todos os alunos. Contem
conosco em nosso fórum de dúvidas para esclarecer qualquer questionamento relacionado ao conteúdo das
matérias.

Nessa aula estudaremos o seguinte grupo vulnerável:

Negros

Excelente aula a todos!

COMBATE AO RACISMO

1 – Introdução

A discussão em torno da discriminação racial envolve o estudo da igualdade, notadamente em sentido


material. O princípio da igualdade pode ser analisado sob o aspecto formal e sob o aspecto material.

Pelo aspecto da igualdade em sentido formal temos a igualdade perante a lei. Nesse caso, o conceito de
igualdade é aproximado do conceito de legalidade, pois todas as normas previstas em nosso ordenamento
jurídico atingem a todos, sem qualquer discriminação. Os direitos e os deveres estipulados se destinam a
toda e qualquer etnia, seja branca ou negra.

Essa concepção formal de igualdade destaca os direitos de liberdade negativa, que são os direitos de primeira
dimensão que são reconhecidos em abstrato. Isso significa dizer são reconhecidos a todos sem levar em
consideração quaisquer possíveis distinções entre as pessoas.

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Contudo, na prática, essa igualdade em sentido formal não é suficiente. Nem todas as pessoas são iguais
entre si de forma que possamos tratá-las abstratamente como iguais. Dito de outra forma, se todos fôssemos
do mesmo sexo, da mesma etnia e com as mesmas condições econômicas por exemplo, se justificaria
tratamento igualitário em sentido abstrato, formal, genérico.

Contudo, a evolução histórica da sociedade releva que não é bem assim, existem distinções que não
proporcionam a igualdade fática tão somente a partir da igualdade perante a lei (igualdade em sentido
formal).

É nesse contexto que surge a discussão a respeito da igualdade em sentido material, também conhecida
como isonomia material. A partir da multiplicação dos direitos humanos, passou-se a cogitar o respeito às
diferenças.

Por exemplo, sabidamente uma pessoa com deficiência tem maiores dificuldades de se inserir no mercado
de trabalho, o que justifica ações afirmativas no sentido de reservar ou incentivar a contratação de pessoas
com deficiência. É por isso que no concurso público há reserva de vagas para as pessoas com deficiência. O
intuito é corrigir a desigualdade fática, não obstante abstratamente pessoas com e sem deficiência sejam
consideradas iguais perante a lei. É por intermédio de um tratamento diferenciado concedido às pessoas
com deficiência, espécie de grupo vulnerável, que será possível atingir a igualdade em sentido material. O
mesmo raciocínio se aplica às questões étnicas, que descambam para a discriminação racial.

Assim:

aproxima-se do conceito de
legalidade

em sentido formal igualdade abstrata e genérica


IGUALDADE

igualdade perante a lei

sinônimo de legalidade

em sentido
igualdade na prática
material

leva em consideração as distinções

Compreendida a diferença entre os sentidos formal e material da igualdade, sigamos.

O racismo se funda na convicção da superioridade racial. Veja o conceito previsto nos considerando da
Convenção Interamericana Contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância:

Racismo consiste em qualquer teoria, doutrina, ideologia ou conjunto de ideias que


enunciam um vínculo causal entre as características fenotípicas ou genotípicas de

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indivíduos ou grupos e seus traços intelectuais, culturais e de personalidade, inclusive o


falso conceito de superioridade racial.

Há uma suposição equivocada de que determinadas etnias são superiores a outras. Mesmo que hoje,
formalmente sejam considerados como iguais, na prática não o são. Sustenta-se, assim, a necessidade de
serem desenvolvidas regra específicas com a finalidade de proporcionar substancialmente a igualdade entre
negros e brancos.

O tema do combate ao racismo tem ganhado destaque tanto na seara internacional como nacional, em
especial com a criminalização de tal conduta. São diversos os diplomas internacionais e nacionais que tratam
do tema da discriminação racial e visam, geralmente com a concessão de direitos e opressão de práticas
racistas, o combate ao racismo e conscientização da população.

Internacionalmente, temos convenções internacionais gerais (como o Pacto Internacional os Direitos Civis e
Políticos) e específicas que tutelam as pessoas vítimas de discriminação racial. A Convenção sobre a
Eliminação da Discriminação Racial, instituída no âmbito da ONU, é o principal documento internacional
específicos sobre o tema.

Contudo, nosso enfoque aqui é a disciplina interna, ou seja, as normas jurídicas nacionais que tutelam esse
grupo vulnerável.

2 - Constituição Federal

Dentre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil há a previsão da promoção do bem-estar


de todos sem preconceito de origem, raça, cor, idade e outras formas de discriminação.

Art. 3° Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: (…).

IV Promover o bem-estar de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

Já o art. 4º que trata da forma que o Brasil atuará nas suas relações internacionais a Constituição Federal
enuncia entre seus princípios o do repúdio ao racismo e afirma a prevalência dos direitos humanos.

Art. 4° – A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:

II – prevalência dos direitos humanos;

VIII – repudio ao terrorismo e ao racismo;

Os incs. XLI e XLII do art. 5º da CF trazem um mandado constitucional de criminalização do racismo, ou seja,
a própria constituição determina que o legislador infraconstitucional crie o crime e comine penas para a
prática do racismo.

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A lei 7.716/1989 cumpre o mandado de criminalização da constituição federal.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de


reclusão, nos termos da lei;

A CF pune qualquer forma de discriminação e considera o racismo crime inafiançável, imprescritível e sujeito
à pena de reclusão. Note que a CF adota um tratamento severo contra a discriminação racial.

inafiançável

DISCRIMINAÇÃO RACIAL
crime imprescritível
NA CF

sujeito a pena de
reclusão

A partir daí, temos o desenvolvimento de uma série de leis infraconstitucionais que criminalizam o racismo.
Além disso, temos normas de caráter promocional.

É importante fixar que o tratamento da desigualdade racial é, por um lado, punitivo, tal como você notou
acima, mas também promocional. No aspecto promocional, temos leis específicas que têm por objetivo criar
políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade.

Assim:

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tipificação de crime
vertente punitiva
para o racismo
COMBATE À
DISCRIMINAÇÃO
RACIAL
prescrição e políticas
vertente promocional
públicas específicas

O art. 7º da CF proíbe a diferença salarial e critérios de admissão baseados em motivo de sexo, idade, cor ou
estado civil. Trata-se de uma proteção no âmbito trabalhista.

Art. 7°-

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão


por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

O art. 215 §1º protege manifestações culturais afro-brasileiras. E o art. 216 §5º considera tombados
documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.

Art. 215. § 1°- O Estado protegera as manifestações das culturas populares, indígenas e
afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.

Art. 216. § 5° – Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de


reminiscências históricas dos antigos quilombos.

Por fim, o art. 68 do ADCT reconhece a propriedade definitiva das terras ocupadas pelas comunidades
quilombolas, devendo o Estado emitir os títulos de propriedade.

ADCT – Art. 68 – Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam
ocupando suas terras e reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes
os títulos respectivos.

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PONTOS RELEVANTES DA LEGISLAÇÃO INTERNACIONAL


SOBRE DISCRIMINAÇÃO RACIAL

1 – Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de


Discriminação Racial

Destaca-se do preâmbulo a condenação de todas as práticas de segregação e discriminação, o


reconhecimento da existência de barreiras raciais e manifestações de discriminação racial preocupantes que
indicam a necessidade de adoção de medidas capazes de eliminar a discriminação racial.

Podemos afirmar que o OBJETIVO CENTRAL da Convenção é a eliminação de todas as formas de


discriminação racial.

eliminação de todas as formas de discriminação


OBJETIVO CENTRAL racial

Para tanto, o Estado-parte deve atuar em duas vertentes:

• proibir qualquer forma de discriminação racial; e


• promover políticas compensatórias que levem à igualdade substancial.

• Proíbe-se qualquer forma de discriminação racial.


VERTENTE REPRESSIVO-
• Criam-se tipos penais para quem causar discriminação
PUNITIVA racial.

• promoção de políticas públicas compensatórias que


VERTENTE PROMOCIONAL levem à igualdade substancial
• ações afirmativas

O conceito de discriminação racial é apresentado no art. 1º, da Convenção, nos seguintes termos:

1. Nesta Convenção, a expressão “discriminação racial” significará qualquer distinção,


exclusão restrição ou preferência baseadas em raça, cor, descendência ou origem
nacional ou étnica que tem por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento,
gozo ou exercício num mesmo plano,( em igualdade de condição), de direitos humanos e

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liberdades fundamentais no domínio político econômico, social, cultural ou em qualquer


outro domínio de vida pública.

 o ponto principal do conceito de discriminação está na diferenciação de tratamento entre as


pessoas em razão da raça, da cor, da descendência ou origem nacional ou étnica;

 essa diferenciação implica na anulação ou restrição do reconhecimento, gozo ou exercício em


igualdade de condições de direitos, nas suas mais variadas formas.

Situações nas quais a diferenciação é admitida. São elas:

 eventuais distinções, exclusões, restrições e preferências estabelecidas pelo Estado entre cidadão e
não-cidadãos.
 disposições legais gerais dos Estados que disciplinem a nacionalidade, cidadania e naturalização (não
podem se referir a determinada etnia em específico); e
 ações afirmativas estatais que objetivem o progresso de grupos ou indivíduos que demandam
proteção.

O STF tem importantes decisões sobre o tema, vamos ver algumas delas?

Cotas em universidades públicas1: “O sistema de cotas em universidades públicas, com base em critério
étnico-racial, é CONSTITUCIONAL. No entanto, as políticas de ação afirmativa baseadas no critério racial
possuem natureza transitória”.

Cotas em concursos públicos2: “É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos
públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública direta
e indireta”.

Segundo a Convenção, devem ser considerados ilícitos penais as seguintes condutas:

 difundir ideias baseadas na superioridade ou ódio raciais, incitando a discriminação racial;


 praticar atos de violência contra qualquer etnia ou grupo de pessoas; e
 prestar assistência ou prover financeiramente atividades racistas.

DIREITOS RECONHECIDOS NA CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS


FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL
• tratamento igual perante os tribunais;
• direito à segurança da pessoa ou à proteção do Estado contra violência ou lesão corporal;

1
STF. Plenário. ADPF 186/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25 e 26/4/2012 (Info 663).
2
STF. Plenário. ADC 41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (Info 868).

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• direitos políticos, incluindo a capacidade eleitoral ativa (votar) e passiva (ser votado) em igualdade
de condições;
• direitos civis, destacando-se:
o liberdade de ir e vir;
o direito de deixar o país e de retornar;
o direito a uma nacionalidade;
o direito de casar-se e escolher o cônjuge;
o direito à propriedade;
o direito à herança;
o liberdade de pensamento, de consciência e de religião;
o liberdade de opinião e de expressão; e
o liberdade de reunião e de associação pacífica;
• direitos econômicos, sociais e culturais, destacando-se:
o direito ao trabalho;
o direito de fundar sindicatos e a eles se filiar;
o direito à habitação;
o direito à saúde pública, a tratamento médico, à previdência social e aos serviços sociais;
o direito à educação e à formação profissional;
o direito à igual participação das atividades culturais; e
o direito de acesso a todos os lugares e serviços destinados ao uso do público.

2- Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação


Racial e a Intolerância

A Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e a Intolerância é tratado


internacional que foi elaborado em 2013 no âmbito da Organização dos Estados Americanos – OEA. O Brasil
participou das tratativas de elaboração do Tratado.

O Tratado foi aprovado pelo Congresso Nacional em fevereiro de 2021 e foi ratificado pelo Presidente da
República em maio de 2021, constituindo tratado internacional com status de norma constitucional.

O Tratado reitera os princípios da igualdade, principalmente sob a forma de não discriminação.

A primeira feição do direito à igualdade é a de uma igualdade negativa, segundo a qual não devem ser
criadas regras diferenciadas para diferentes pessoas.

Numa concepção mais moderna, o direito à não discriminação assume a feição de uma obrigação positiva
do Estado, que deve implementar políticas públicas para propiciar a efetiva igualdade entre dos grupos
discriminados. Essa visão parte da teoria do impacto desproporcional, segundo a qual os grupos

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desprivilegiados têm direito a uma proteção reforçada dos seus direitos justamente a fim de equilibrar a
desigualdade material existente, quer dizer, devem ser tomadas medidas concretas que efetivem a
igualdade, afastando o desnivelamento existente.

A teoria do impacto desproporcional justifica a adoção de medidas


positivas para equalizar a situação de igualdade que existe na
sociedade

Com essa concepção geral, podemos passar ao estudo da Convenção:

2.1 – Preâmbulo

De acordo com o preâmbulo da Convenção, as atitudes de racismo, discriminação racial e intolerância


representam a negação de valores universais e dos direitos inalienáveis e invioláveis da pessoa humana,
constituindo afronta aos propósitos e princípios de diversos acordos internacionais.

O propósito principal da Convenção é o de fomentar o surgimento de sociedades pluralistas e democráticas


que respeitem todas as pessoas e tenham condições adequadas para a expressão, preservação e
desenvolvimento da identidade.

Podemos mencionar ainda, do preâmbulo, o reconhecimento do papel fundamental da educação como


elemento promotor do respeito aos direitos humanos, e concretizador da igualdade, da não discriminação
e da tolerância.

Esses são os principais elementos do preâmbulo, agora vamos ao estudo dos dispositivos da Convenção:

2.2 – Definições

A Convenção traz uma série de definições que devem ser conhecidas.

Em primeiro lugar, discriminação racial é qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência, em qualquer
área da vida pública ou privada, cujo propósito ou efeito seja anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou
exercício, em condições de igualdade, de um ou mais direitos humanos e liberdades fundamentais
consagrados em instrumentos internacionais.

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Discriminação indireta é aquela que ocorre quando um dispositivo, prática ou critério aparentemente
neutro tem a capacidade de acarretar uma desvantagem particular para pessoas pertencentes a um grupo
específico ou as coloca em desvantagem, a menos que esse dispositivo, prática ou critério tenha um objetivo
ou justificativa razoável e legítima à luz do Direito Internacional dos Direitos Humanos.

Já discriminação múltipla ou agravada é qualquer preferência, distinção, exclusão ou restrição baseada, de


modo concomitante, em dois ou mais critérios discriminatórios.

No caso de discriminação múltipla, temos uma intersecção de diversos fatores excludentes, ocasionando
uma discriminação reforçada à pessoa.

Partindo agora para o conceito de racismo, racismo é qualquer teoria, doutrina, ideologia ou conjunto de
ideias que enunciam um vínculo causal entre as características fenotípicas ou genotípicas de indivíduos ou
grupos e seus traços intelectuais, culturais e de personalidade, inclusive o falso conceito de superioridade
racial.

Agora sob o ângulo do combate à discriminação e ao racismo, a Convenção define medidas especiais ou
medidas de ação afirmativa: são ações estatais adotadas com a finalidade de assegurar o gozo ou exercício,
em condições de igualdade, de um ou mais direitos humanos e liberdades fundamentais de grupos
discriminados. Essas medidas não constituem forma de discriminação racial pois são efetivadas com a
finalidade de assegurar a igualdade material. Essas medidas especiais, no entanto, não podem gerar
situação de perpetuidade da separação entre os grupos: quer dizer, as medidas devem ser essencialmente
transitórias, visando equalizar os grupos, mas não definitivas, forçando uma situação de prejuízo a um dos
grupos para sempre.

Por fim, a Convenção define intolerância como um ato ou conjunto de atos ou manifestações que denotam
desrespeito, rejeição ou desprezo à dignidade, características, convicções ou opiniões de pessoas por serem
diferentes ou contrárias. A intolerância ocorre por meio da marginalização ou exclusão de grupos
vulneráveis da participação na esfera pública ou privada, conduta que ocorre como forma de violência contra
esses grupos.

2.3 – Direitos protegidos

Nessa parte, a Convenção reconhece, de forma ampla e genérica, o direito de todo ser humano à igualdade
perante a lei. Todos têm direito a igual proteção contra o racismo, a discriminação racial e outras formas
de intolerância, seja na esfera pública seja na esfera privada.

A partir dessa proclamação genérica, a Convenção traz diversas obrigações específicas para os Estados:

2.4 – Deveres do Estado

É dever de todos os Estados partes na Convenção prevenir, eliminar, proibir e punir todos os atos e
manifestações de racismo, discriminação racial e intolerância.

A Convenção detalha quais condutas são consideradas discriminatórias:

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CONDUTAS DISCRIMINATÓRIAS

• apoio público ou privado a atividades discriminatórias e racistas ou que promovam a


intolerância, incluindo o financiamento dessas atividades;
• publicação, circulação ou difusão, por qualquer forma e/ou meio de comunicação,
inclusive a internet, de qualquer material racista ou racialmente discriminatório que:
defenda, promova ou incite o ódio, a discriminação e a intolerância; tolere, justifique ou
defenda atos que constituam ou tenham constituído genocídio ou crimes contra a
humanidade;
• violência motivada por razão discriminatória;
• atividade criminosa com cujas vítimas sejam alvo por razão discriminatória;
• ação repressiva fundada em critério discriminatório, ao invés de se basear no
comportamento da pessoa ou em informações objetivas que identifiquem seu
envolvimento em atividade criminosa;
• restrição, de forma indevida ou irrazoável, do exercício dos direitos individuais à
propriedade, administração e disposição de bens de qualquer tipo, por fundamento
discriminatório;
• qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência aplicada a pessoas, devido a sua
condição de vítima de discriminação múltipla ou agravada, cujo propósito ou resultado
seja negar ou prejudicar o reconhecimento, gozo, exercício ou proteção, em condições
de igualdade, dos direitos e liberdades fundamentais;
• qualquer restrição racialmente discriminatória do gozo dos direitos humanos;
• qualquer restrição ou limitação do uso de idioma, tradições, costumes e cultura das
pessoas em atividades públicas ou privadas;
• elaboração e implementação de material, métodos ou ferramentas pedagógicas que
reproduzam estereótipos ou preconceitos;
• negação do acesso à educação pública ou privada, bolsas de estudo ou programas de
financiamento educacional com fundamento discriminatório;
• negação do acesso a qualquer direito econômico, social e cultural, com base em
qualquer critério discriminatório;
• realização de pesquisas ou aplicação dos resultados de pesquisas sobre o genoma
humano, especialmente nas áreas da biologia, genética e medicina, com vistas à seleção
ou à clonagem humana, que extrapolem o respeito aos direitos humanos, às
liberdades fundamentais e à dignidade humana, gerando qualquer forma de
discriminação fundamentada em características genéticas;
• restrição ou limitação, com base em critério discriminatório, do direito de toda pessoa
de obter acesso à água, aos recursos naturais, aos ecossistemas, à biodiversidade e
aos serviços ecológicos que constituem o patrimônio natural de cada Estado,
protegido pelos instrumentos internacionais pertinentes e suas próprias legislações
nacionais, bem como de usá-los de maneira sustentável;
• restrição do acesso a locais públicos e locais privados franqueados ao público por
motivo discriminatório.

Os Estados se comprometem a adotar as políticas especiais e ações afirmativas necessárias para assegurar
o gozo ou exercício dos direitos e liberdades fundamentais das pessoas ou grupos sujeitos ao racismo, à

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discriminação racial e formas correlatas de intolerância, com o propósito de promover condições


equitativas para a igualdade de oportunidades, inclusão e progresso para essas pessoas ou grupos.

É sempre importante relembrar que essas medidas especiais não podem ser consideradas discriminatórias
e não devem durar indefinidamente, mas devem ter extensão limitada a período razoável até que a
igualdade material seja alcançada.

Outras políticas que proporcionem tratamento equitativo e gerem igualdade de oportunidades para todos
devem ser adotadas pelo Estado, particularmente políticas de caráter educacional, trabalhista e social. As
campanhas de conscientização podem ser divulgadas, inclusive, pelos meios de comunicação em massa e
pela internet.

A legislação dos Estados, de acordo com a Convenção, deve definir e proibir expressamente o racismo, a
discriminação racial e outras formas de intolerância. Essas normas devem ser aplicáveis a todas as
autoridades públicas e indivíduos, pessoas físicas ou jurídicas, seja no setor público seja no privado. As áreas
de maior interesse para a legislação são de emprego, participação em organizações profissionais, educação,
capacitação, moradia, saúde, proteção social, exercício de atividade econômica e acesso a serviços públicos.
Qualquer legislação que constitua ou produza racismo, discriminação ou intolerância deve ser revogada
ou reformada.

A Convenção também expressa preocupação quanto à aplicação de medidas penais ou de segurança: essas
medidas não devem constituir discriminação, direta ou indireta, de pessoas ou grupos.

ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL

1 - Introdução

Atualmente, o Estatuto Nacional da Igualdade Racial (EIR) é disciplinado pela Lei 12.228/2010. Trata-se de
um diploma que tutela direitos das pessoas negras. E possui os objetivos abaixo relacionados:

efetivação da igualdade de
oportunidades aos negros

OBJETIVOS DO EIR defesa de direito étnicos

combate à discriminação e
intolerância racial

Esses objetivos são extraídos do caput do art. 1º, assim disciplinado:

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Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população
negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais,
coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.

Das finalidades acima, é importante chamar atenção à questão de defesa dos direitos étnicos. O EIR prevê
que serão defendidos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos. Sabe qual a diferença entre eles?

Os direitos individuais, como o próprio nome indica, representa o direito assegurado à pessoa de forma
isolada. Por exemplo, uma pessoa negra sofre discriminação racial no trabalho. Em razão da violação a esfera
jurídica dessa pessoa, surge a possibilidade de buscar reparação jurídica.

Há, entretanto, direitos que atingem grupos de pessoas ou coletividades.

Os direitos difusos são aqueles que dizem respeito a todas as pessoas, independentemente de quem seja,
em razão de uma circunstância de fato. Por exemplo, os negros. Todos que estiverem na mesma condição
de fato (vale dizer, ser negro) receberá por intermédio do EIR tutela diferenciada com vistas assegurar a
isonomia.

Os direitos coletivos (em sentido estrito) refere-se a direitos que atingem um grupo de pessoas, mas em
razão de uma relação jurídica existente entre elas. Lembra do exemplo da discriminação no ambiente de
trabalho? Pois bem, se a discriminação for perpetrada contra apenas um dos funcionários negros da
empresa, temos a violação de um direito individual. Por outro lado, se uma determinada categoria daquela
empresa sofre discriminação racial em razão das políticas definidas, temos um direito coletivo.

O importante é que você saiba que a tutela dos direitos étnicos abrange:

 direitos individuais de um negro especificamente considerado;

 direitos difusos da comunidade negra;

 direitos coletivos (em sentido estrito) de determinado grupo de pessoas negras ligadas por uma
relação jurídica entre si.

Feito esse esclarecimento, sigamos!

Ademais, em relação à parte introdutória é importante que conheçamos os conceitos adotados pelo EIR,
assim esquematizados:

CONCEITOS
DISCRIMINAÇÃO Constitui toda forma de distinção baseada em fatores étnicos ou de descendência
RACIAL OU ÉTNICO- que impliquem na anulação ou restrição dos seus direitos humanos.
RACIAL
DESIGUALDADE RACIAL Diferenciação injustificada no acesso e fruição de bens, serviços e oportunidade em
razão de fatores étnicos ou de descendência.

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DESIGUALDADE DE Constatação da grande desigualdade entre as mulheres negras e demais segmentos


GÊNERO E RAÇA da sociedade.
Tanto as mulheres como os negros são considerados vulneráveis em razão das
condições fáticas em que se encontram. No caso, mulheres negras encontram-se
em situação de dupla vulnerabilidade.
POPULAÇÃO NEGRA Conjunto de pessoas que se declaram negas ou pardas segundo o IBGE.
Note que o que define a pessoa negra é autodeclaração. Isso, evidentemente, não
impede que sejam criados mecanismos com a finalidade de evitar abusos, como
ocorre, por exemplo, diante de comissões especiais constituídas em concursos
públicos para a reserva de vagas.
POLÍTICAS PÚBLICAS Ações, iniciativas e programas adotados pelo Poder Público voltado para a
efetivação de direitos humanos, no âmbito de suas prerrogativas institucionais.

Esses conceitos constam do parágrafo único do art. 1º do EIR.

Quando tratamos da desigualdade racial precisamos citar as diversas formas de racismo. Segundo o
doutrinador Silvio Luiz de Almeida na sua obra "Racismo Estrutural”, teremos 3 tipos de racismo.

1) Racismo sob a concepção individualista: o racismo é compreendido como um


comportamento de indivíduos ou grupos que agem por motivações psicológicas ou desvios
éticos, consistindo em uma "irracionalidade" ou "patologia" comportamental. Os ataques
racistas se dão, em sua maioria, de forma direta. O combate a esse tipo de racismo se daria
por meio da responsabilização jurídica e condenação moral dos racistas. Crítica: visão
limitada do racismo à esfera individual, visão legalista, pouco efetiva para o combate ao
racismo.
2) Racismo sob a concepção institucional: o racismo constitui uma relação de poder
desigual entre grupos raciais. O termo "racismo institucional" foi usado pela primeira vez
no livro Black Power: Politics of Liberation in America, de Charles V. Hamilton e Kwame
Ture. Sob essa concepção, o racismo opera, em regra, de forma indireta, através das
instituições que são hegemonizadas por grupos raciais que impõem os seus padrões, com
o privilégio de determinados grupos raciais no acesso a cargos de liderança, cargos
públicos, postos de poder, acesso a saúde, educação. As instituições reproduzem o racismo
e carregam internamente a luta de grupos sociais.
3) Racismo sob a concepção estrutural: o racismo é parte da estrutura social. A ordem
social tem o racismo como um de seus elementos estruturantes. Em virtude disso, a
atuação meramente inerte ou "normal" das instituições resulta em práticas racistas, pois
as instituições reproduzem a ordem social racista. Comportamentos individuais e
institucionais derivam da sociedade em que o racismo é a regra e não a exceção. Dessa
forma, as instituições e os indivíduos devem ser antirracistas para se combater o racismo.
Exige-se uma atuação efetiva. O racismo estrutural pode ser desdobrado em processo
político e processo histórico. "Consciente de que o racismo é parte da estrutura social e,
por isso, não necessita de intenção para se manifestar, por mais que calar-se diante do
racismo não faça do indivíduo moral e/ou juridicamente culpado ou responsável,

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certamente o silêncio o torna ética e politicamente responsável pela manutenção do


racismo".

Vamos ver uma questão sobre o assunto.

(FCC - 2022) O “racismo estrutural”, consoante Silvio Luiz de Almeida,


a) é produto de uma patologia social e de um desarranjo institucional, sendo um fenômeno incontornável,
revelando-se inúteis as ações e políticas institucionais antirracistas.
b) é resultante da produção de padrões de comportamento e conduta de instituições hegemonizadas por
determinados grupos raciais que impõem seus interesses políticos e econômicos ao restante da sociedade.
c) decorre unicamente de indivíduos e grupos estruturalmente racistas.
d) é uma decorrência da forma com que se constituem as relações sociais, de modo que o direito faz parte
da mesma estrutura social que o reproduz enquanto prática política e como ideologia.
e) é uma manifestação irracional do Estado moderno, que funciona norteado pela impessoalidade e pela
técnica, de maneira que o direito é o melhor instrumento para combatê-lo, seja punindo criminal e
civilmente os racistas, seja estruturando políticas públicas de promoção de igualdade.
Comentários
A alternativa A está incorreta. O autor não entende o racismo como uma patologia social ou um desarranjo
institucional e nem tão pouco um fenômeno incontornável.
A alternativa B está incorreta. A assertiva está ligada ao racismo institucional e não ao racismo estrutural.
A alternativa C está incorreta. A assertiva traz a concepção individualista de racismo.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O racismo estrutural é sim uma decorrência das
relações sociais. Quanto a segunda parte da assertiva afirma o autor que o direito é a forma mais eficiente
de combate ao racismo, seja punindo condutas, seja estruturando políticas públicas de promoção de
igualdade e o direito "faz parte da mesma estrutura social que reproduz o racismo enquanto prática política
e como ideologia".
A alternativa E está incorreta. A assertiva não está ligada ao racismo estrutural.

De acordo com EIR a garantia da igualdade material entre as pessoas negras e as demais etnias é dever do
Estado e da sociedade. Essa igualdade pressupõe a fruição de diversas prerrogativas, especialmente a
participação em atividades políticas, econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas. Além
disso, devem ser respeitadas a dignidade e valores religiosos e culturais das pessoas negras.

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Notem:

Igualdade de
participação na
comunidade.

do Estado e da Respeito à
DEVER
sociedade dignidade.

Respeito à religião
e cultura próprios.

De acordo com o art. 3º, o EIR é considerado diretriz político-jurídica para a inclusão das vítimas de
desigualdade étnico-racial, para a valorização da igualdade étnica e para o fortalecimento da identidade
nacional brasileira.

Fique atento!

EIR É DIRETRIZ POLÍTICO-


JURÍDICA PARA

inclusão de vítimas de fortalecimento da


valorização da igualdade
desigualdade étnico- identificada nacional
étnica
racial brasileira

Vamos ver mais uma questão sobre o assunto.

(CESPE - 2021) Acerca do Estatuto Nacional da Igualdade Racial, julgue o item seguinte.
O referido estatuto adota como diretrizes a inclusão das vítimas da desigualdade étnico-racial, a valorização
da igualdade étnica e o fortalecimento da identidade nacional.

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Comentários
A assertiva está correta. Para responder a questão bastava o conhecimento da literalidade do art. 3º do EIR.

Para a execução das diretrizes, tendo em vista os deveres e objetivos assegurados às pessoas negras, deve
ser promovida uma série de ações, que vem disciplinadas no art. 4º.

Vejamos o dispositivo:

Art. 4o A participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na


vida econômica, social, política e cultural do País será promovida, prioritariamente, por
meio de:

I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econômico e social;

II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirmativa;

III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o adequado enfrentamento


e a superação das desigualdades étnicas decorrentes do preconceito e da discriminação
étnica;

IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate à discriminação étnica e


às desigualdades étnicas em todas as suas manifestações individuais, institucionais e
estruturais;

V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e institucionais que impedem a


representação da diversidade étnica nas esferas pública e privada;

VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da sociedade civil


direcionadas à promoção da igualdade de oportunidades e ao combate às desigualdades
étnicas, inclusive mediante a implementação de incentivos e critérios de condicionamento
e prioridade no acesso aos recursos públicos;

VII - implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das


desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança,
trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à
terra, à Justiça, e outros.

Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir-se-ão em políticas públicas


destinadas a reparar as distorções e desigualdades sociais e demais práticas
discriminatórias adotadas, nas esferas pública e privada, durante o processo de formação
social do País.

Vamos destacar alguns pontos relevantes com relação a adoção de medidas, programas e políticas de ação
afirmativa.

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Desde 2012 o STF3 entendeu ser constitucional a adoção de cotas para afrodescendentes nas universidades.
Balizas adotadas no julgamento.

• Estabelecer um ambiente acadêmico plural e diversificado, superando a pouca diversidade racial do


ensino superior público e, com isso, eliminando distorções sociais historicamente consolidadas.
• Há dois critérios utilizados comumente: a autoidentificação e a heteroidentificação (identificação
feita por terceiros). No caso da ADPF 186, ambos os critérios foram considerados constitucionais.
• Cota deve ser proporcional e razoável, reservando-se as vagas em número adequado, apto a não
excluir em demasia os demais membros da comunidade não abrangidos no critério de seleção.
• Cota deve ser proporcional e razoável, reservando-se as vagas em número adequado, apto a não
excluir em demasia os demais membros da comunidade não abrangidos no critério de seleção.

Também no ano de 2012 o STF4 julgou constitucional a Lei 11.096/2005 que instituiu o Programa
Universidade para Todos (ProUni).

Em 2014 a Lei 12.990 instituiu reserva de 20% das vagas oferecidas em concurso público para aqueles que
se auto reconhecem ou se autodeclaram pretos ou pardos. Em 2017 o STF5 reconheceu a constitucionalidade
desta lei no julgamento da ADC41.

As ações afirmativas também podem ser adotadas pela iniciativa privada desde que visem a correção de
desigualdades e a obtenção da igualdade material. Recentemente houve uma ação promovida no âmbito
trabalhista depois que uma empresa privada realizou uma seleção para um programa de trainee apenas para
pessoas negras. A ação civil pública alegou a existência de racismo reverso o que foi refutado pelo judiciário
uma vez que para existir racismo é preciso haver situação de vulnerabilidade e inferiorização.

Vamos ver mais uma questão sobre o assunto.

(CESPE - 2022) Acerca dos dispositivos e conceitos legais previstos na Lei federal n.º 12.288/2010 (Estatuto
Nacional da Igualdade Racial) e na Lei estadual n.º 13.694/2011, julgue o item a seguir.
A modalidade de cotas para garantir o acesso da população de cor preta ao ensino superior, em âmbito
estadual ou federal, é exemplo de ação afirmativa, baseada no princípio da igualdade.

3
ADPF 186 Min. Rel. Ricardo Lewandowski, j. 26- 4-2012, Plenário, DJe de 20-10-2014
4
ADI 3330 Min. Rel. AYRES BRITTO Plenário,03.05.2012.
5
ADC 41, rel. Min. Roberto Barroso, j. 8-6-2017, P, DJe de 17-8-2017.

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Comentários
A assertiva está correta. As cotas são exemplos de ações afirmativas que buscam a igualdade material.

Para a promoção dessas medidas o Estatuto criou o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial
(SINAPIR).

Art. 5o Para a consecução dos objetivos desta Lei, é instituído o Sistema Nacional de
Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), conforme estabelecido no Título III.

2 - Direitos Fundamentais

2.1 - Direito à Saúde

Em síntese, a atuação do Poder Público na oferta de direitos relacionados à saúde da população negra se dá
no sentido de proporcionar políticas universais, sociais e econômicas para a redução de riscos de doenças.

Para tanto, o EIR institui, para a questão afeta à saúde das pessoas negras, a Política Nacional de Saúde
Integral da População Negra. Essa Política, disciplinada no art. 7º do EIR, possui as seguintes diretrizes:

 Ampliação e fortalecimento da participação de movimentos sociais em defesa da saúde da


população negra nas áreas de controle social do SUS.

 Produção de conhecimento científico e tecnológico em saúde da população negra.

 Informação, comunicação e educação para a redução das vulnerabilidades da população negra.

O art. 8º, estabelece os objetivos da referida Política, quais sejam:

 Promoção da saúde, com objetivo de reduzir desigualdades étnicas e combate à discriminação nas
instituições e serviços do SUS.

 Melhorias na qualidade de informação do SUS no que tange à coleta, ao processamento e à análise


dos dados desagregados por cor, etnia e gênero.

 Fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racismo e saúde da população negra.

 Inclusão do conteúdo da saúde dos negros nos processos de formação e educação permanente
dos trabalhadores da área de saúde.

 Adoção dos temas relacionados à saúde da população negra nos processos de formação política
das lideranças de movimentos sociais para o exercício da participação e controle social no SUS.

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Em relação à comunidade quilombola, prevê ainda o dispositivo acima citado, o tratamento especialíssimo,
relativamente à saúde, prevendo a melhorias de condições ambientais, saneamento básico, segurança
alimentar e nutricional e atenção integral à saúde.

2.2 - Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer

Em relação aos direitos de segunda dimensão, especificamente à educação, cultura e lazer, o Estado tem o
dever de adotar políticas públicas a fim de viabilizar a prestação desses direitos, como forma de integração
da população negra.

A responsabilidade de adotar as providências é do governo Federal, governos estaduais e municipais.

Em relação às providências, lembre-se:

COMPETE AO PODER PÚBLICO ADOTAR UMA SÉRIE DE PROVIDÊNCIAS NO QUE


DIZ RESPEITO À EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER:

• Promoção de ações o acesso da população negra ao ensino e às atividades esportivas e


de lazer.
• Apoio às entidades que mantenham espaço para promoção social e cultural da
população negra.
• Desenvolvimento de campanhas educativas para integração da comunidade negra.
• Implementação de políticas públicas para o fortalecimento da juventude negra brasileira.

Vejamos, na sequência, alguns aspectos pontuais relativos a cada um dos direitos mencionados.

Educação

Entre os assuntos a serem abordados nos currículos escolares é obrigatório, segundo EIR, o estudo da história
geral da África e da história da população negra no Brasil, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional.

Pretende-se, com o ensino de tais assuntos, resgatar a contribuição decisiva da comunidade negra para o
desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País.

Para tanto, é essencial a formação dos professores e a elaboração de material didático específico para a
disseminação desses conhecimentos. Do mesmo modo, a pesquisa e desenvolvimento voltados para temas
referentes às relações étnicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra será incentivado
pelos órgãos federais.

Veja, ainda, o art. 12, cuja leitura é o suficiente para fins de prova:

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Art. 12. Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à pesquisa e à pós-graduação


poderão criar incentivos a pesquisas e a programas de estudo voltados para temas
referentes às relações étnicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra.

Nesse contexto, segundo dispõe o art. 13, o Poder Executivo deverá:

 Resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, que
desenvolvam temáticas de interesse da população negra.

 Incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de formação de professores, assuntos que incluam
valores concernentes à pluralidade étnica e cultural da sociedade brasileira.

 Desenvolver programas de extensão universitária destinados a aproximar jovens negros de


tecnologias avançadas.

 Estabelecer programas de cooperação técnica, nos estabelecimentos de ensino públicos, privados


e comunitários, com as escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e ensino
técnico, para a formação docente baseada em princípios de equidade, de tolerância e de respeito às
diferenças étnicas.

Além disso nos arts. 14 a 16, são estabelecidos deveres específicos aos poderes públicos.

Em síntese:

OUTRAS ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS CONFERIDAS AO PODER


PÚBLICO

• estimular e apoiar ações socioeducacionais realizadas por entidades do movimento negro


que desenvolvam atividades voltadas para a inclusão social, mediante cooperação
técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros mecanismos.
• adotar programas de ação afirmativa.
• acompanhar e avaliar os programas voltados à defesa dos direitos das pessoas negras.

Cultura

Em relação aos direitos culturais da população negra, destaca-se do EIR o reconhecimento das culturas
específicas desse segmento social, com a preservação de seus usos, costumes, tradições e religião.

Há forte preocupação também com a manutenção das reminiscências históricas dos quilombolas.

Portanto, o que se busca com o EIR é preservar e fomentar esses aspectos da formação histórica da nossa
sociedade.

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Ademais, está previsto o respeito à capoeira, como bem de natureza imaterial e de formação da identidade
cultural brasileira, que será divulgado internacionalmente como tradição da cultura brasileira.

(IBFC - 2023) A respeito do Estatuto da Igualdade Racial, Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010, assinale a
alternativa correta.
A) Além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias
fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como
diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial e a valorização da igualdade
étnica, repudiando o fortalecimento da uma identidade nacional brasileira única
B) O Estatuto da Igualdade Racial não contém previsão acerca do direito à saúde da população negra ou
política se saúde voltada à população negra
C) A população negra tem direito a participar de atividades educacionais, culturais, esportivas e de lazer
adequadas a seus interesses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio cultural de sua comunidade
e da sociedade brasileira
D) Nos estabelecimentos de ensino fundamental, médio e superior, públicos e privados, é obrigatório o
estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil, na forma da lei
E) O poder público não adotará programas de ação afirmativa
Comentários
A alternativa A está incorreta. O Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão
das vítimas de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da uma
identidade nacional brasileira.
A alternativa B está incorreta. Como vimos o art. 6º trata especificamente do direito à saúde.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Trata-se do texto do art. 9º do EIR.
A alternativa D está incorreta. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e
privados, é obrigatório o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil, na
forma da lei. Artigo 11º do EIR.
A alternativa E está incorreta. As ações afirmativas deverão ser adotadas na busca da igualdade material.

Sigamos!

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Esporte e Lazer

No que diz respeito ao esporte e ao lazer, reconhece-se a capoeira, para além dos aspectos acima, também
um esporte de criação nacional. Em relação à capoeira, destaca-se:

➢ Será reconhecida como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território
nacional.
➢ Faculta-se o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres
tradicionais, pública e formalmente reconhecidos.

2.3 - Direito à Liberdade de Consciência, de Crença e o Livre Exercício de


Culto

Vejamos o que dispõe o art. 23:

Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre


exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e
a suas liturgias.

Como expressão dos direitos de liberdade, assegura-se ao negro o direito de expressar consciência e crenças
própria, tanto em relação aos seus costumes e cultura como também em relação ao credo.

Sobre a liberdade de consciência e de crença, o art. 24 do EIR estabelece quais seriam as manifestações
protegidas.

A liberdade de consciência abrange:

 A prática de cultos, reuniões e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de lugares


reservados para tais fins.

 A celebração de festividades e cerimônias.

 A fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de instituições beneficentes ligadas às


respectivas convicções religiosas.

 A produção, a comercialização, a aquisição e o uso de artigos e materiais religiosos adequados aos


costumes e às práticas.

 A produção e a divulgação de publicações relacionadas ao exercício e à difusão das religiões de


matriz africana;

 A coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais e jurídicas de natureza privada para a


manutenção das atividades.

 O acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para divulgação das respectivas religiões.

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 A comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes e práticas
de intolerância religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais.

Temos na CF a garantia de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva,
abrangendo inclusive a assistência quanto aos praticantes de religiões de matrizes africanas, conforme
estabelece o art. 25 da EIR.

Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de matrizes


africanas internados em hospitais ou em outras instituições de internação coletiva,
inclusive àqueles submetidos a pena privativa de liberdade.

Além de assegurar a liberdade de culto, ao Poder Público é conferida a função de combater a intolerância
religiosa, atendendo, em relação aos cultos professados pela população negra, os seguintes objetivos:

Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância
com as religiões de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente
com o objetivo de:

I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a difusão de proposições,


imagens ou abordagens que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por
motivos fundados na religiosidade de matrizes africanas;

II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e outros bens de valor artístico


e cultural, os monumentos, mananciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões
de matrizes africanas;

III - assegurar a participação proporcional de representantes das religiões de matrizes


africanas, ao lado da representação das demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos
e outras instâncias de deliberação vinculadas ao poder público.

Finalizamos, assim, mais um grupo específico de direitos no âmbito do Estatuto.

Vamos tratar do aceso à terra e à moradia.

3 - Acesso à terra e à moradia adequada

3.1 - Acesso à Terra

No que diz respeito ao acesso a propriedades produtivas pelas comunidades negras, prevê o EIR que o Estado
deverá promover políticas públicas voltadas específicas. Desse modo, além de propiciar condições para o
acesso à terra, compete ao Poder Público incentivar o desenvolvimento de atividades produtivas no campo,
notadamente por intermédio do financiamento agrícola, com facilitação de crédito, fortalecimento da
logística e infraestrutura.

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Está previsto, ainda, a educação e a orientação profissional dos trabalhadores negros para o melhor
desenvolvimento de suas atividades.

No que diz respeito ao acesso à terra pelos quilombolas, prevê o Estatuto regramento específico para
preservar-lhes as propriedades de origem. Notamos, em relação aos quilombolas, um tratamento
especialíssimo, na medida que em constituem grupos ainda mais vulneráveis dentro da temática estudada
na presente aula.

Afinal, você sabe quem são essas os quilombolas?

Segundo a doutrina6:

"Os quilombolas são membros de comunidade tradicional, com identidade, costumes e


usos próprios, composta por descendentes de escravos e que mantém a tradição de união
gerada pela resistência à sociedade envolvente, que, à época da constituição dos
quilombos, representava a opressão e a perda da liberdade."

Essas comunidades constituem grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, com
formas próprias de organização social ocupantes de territórios e recursos naturais para manutenção da
comunidade. Citam-se como exemplo de comunidades tradicionais os quilombolas, os indígenas, as
comunidades ciganas e de terreiro.

O aspecto principal de discussão no cenário jurídico atual é o acesso à terra, cuja diretriz normativa consta
do Estatuto Nacional da Igualdade Racial, por nós analisado. Conforme destacam os especialistas, a terra
para essas comunidades não é apenas um bem econômico. O espaço ocupado por tais comunidade é, para
além de um bem material, fundamental para as relações sociais, econômicas, culturais, justificando a
proteção especial conferida pelo Estatuto.

Nesse contexto, prevê o art. 68 dos ADCT:

Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas
terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos
respectivos.

Analisaremos esse dispositivo, adiante.

Para a prova:

6
RAMOS, A. D. C. Curso de direitos humanos. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.

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Grupos que desenvolveram práticas de


CONCEITO DE
resistência na manutenção e reprodução
GRUPOS
de seus modos de vida característicos
QUILOMBOLAS
num determinado lugar.

Os quilombolas constituem grupos e comunidades que adotam a prática do sistema de uso comum da terra,
entendida como espaço coletivo e indivisível a ser ocupado e explorado por meio de regras consensuais aos
grupos familiares que as compõem. As relações são orientadas pela solidariedade e ajuda mútua entre os
integrantes da comunidade.

Há um conceito regulamentar, conferido pelo Decreto nº 4.887/2003, cujo conhecimento é importante:

Art. 2o Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste
Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória
histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de
ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.

Segundo a doutrina para o conceito de quilombo, quatro elementos devem ser analisados.

Passado histórico de
resistência à opressão
racial

ELEMENTOS PARA Cultura própria


CARACTERIZAÇÃO DE UMA
COMUNIDADE
QUILOMBOLA Relação especial com a
terra (territorialidade)

Auto-atribuição

Vamos explorar um pouco mais esses elementos:

 No que diz respeito ao primeiro elemento, deve ser verificado se a comunidade é marcada por
uma trajetória histórica específica, relacionada à resistência e opressão contra os negros.

 Ademais, é fundamental que essa comunidade possua traços culturais próprios, como modos de
criar, fazer e viver peculiares.

 No que diz respeito à territorialidade, traço distintivo dessas comunidades, é a existência de uma
relação próxima do quilombo com a terra, para além do aspecto meramente econômico do imóvel.

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 Finalmente, no que atine à auto-atribuição, refere-se à percepção dos integrantes da comunidade


têm em relação à própria identidade étnica. Vale dizer, reconhecem-se como uma comunidade
quilombola, nos termos que definimos acima.

Definido quem são om quilombolas, cumpre compreender que o Estado confere proteção especial a esse
grupo. Inicialmente destaca-se o dispositivo dos ADCT já citado, que reconhece a propriedade definitiva às
comunidades quilombolas que estejam ocupadas, caracterizando-as como direito fundamental.

Essa regra específica é endossada pela proteção especial conferida aos povos indígenas, constantes do art.
231 e 232 da CF, mencionados no tópico anterior.

Paralelamente há o Decreto nº 4.887/2003, em atenção ao art. 68, dos ADCT, que regulamenta o
procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas
por remanescentes das comunidades dos quilombos.

3.2 - Moradia

O tratamento jurídico da moradia é bastante semelhante ao tratamento conferido ao acesso à terra. Fixa-se
ao Poder Público o dever de estabelecer políticas específicas para assegurar o direito fundamental à moradia,
especialmente àqueles que vivem em situações degradantes, como favelas, cortiços, áreas urbanas
subutilizadas etc.

O direito à moradia, de acordo com o art. 35, inclui entre os deveres do Estado:

1. o provimento habitacional;
2. garantia da infraestrutura urbana ;
3. garantia de equipamentos comunitários associados à função habitacional;
4. assistência técnica e jurídica para a construção, a reforma ou a regularização fundiária da habitação
em área urbana.

Conforme art. 36 do EIR, essas políticas serão desenvolvidas no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de
Interesse Social (SNHIS), tendo em vistas as peculiaridades sociais, econômicas e culturais da população
negra.

4 - Trabalho

O trabalho, enquanto direito social fundamental, vem expressamente disciplinado no Estatuto. Nesta
atuação, cabe ao Poder Público levar em consideração, além das normas previstas no Estatuto da Igualdade
Racial, as normas internacionais de direito do trabalho como a Convenção 111 da OIT que veda a
discriminação fundada na raça, cor, sexo, religião, opinião política, ascendência nacional ou origem social em
matéria de emprego ou profissão.

Ainda, confere-se ao Poder Público, do mesmo modo, o dever de implementar políticas públicas voltadas à
igualdade material no trabalho para as pessoas negras. É o que prevê o art. 39.

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Envolvem, ainda, políticas voltadas para o mercado trabalho dos negros:

 financiamento para constituição e ampliação de pequenas e médias empresas e de programas de


geração de renda, contemplarão o estímulo à promoção de empresários negros.
 atividades voltadas ao turismo étnico com enfoque nos locais, monumentos e cidades que retratem
a cultura, os usos e os costumes da população negra.

Recentemente a Lei 14.553/2023 incluiu mais dois parágrafos ao art. 39 do Estatuto determinando a
inclusão das informações étnico e racial em documentos relacionados ao trabalho tanto na esfera
pública como na privada.

É importante destacar que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) classifica os dados pessoais sobre
origem racial ou étnica como dados sensíveis e portanto deve receber maior proteção.

A intenção da nova lei é coletar dados que permitam a promoção de ações afirmativas que assegurem
a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho isso será possível por meio do censo realizado
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a cada 5 anos conforme previsão da nova
lei.

Para encerrar a parte relativa ao trabalho, confira os dispositivos finais:

Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) formulará


políticas, programas e projetos voltados para a inclusão da população negra no mercado
de trabalho e orientará a destinação de recursos para seu financiamento.

Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por meio de financiamento para
constituição e ampliação de pequenas e médias empresas e de programas de geração de
renda, contemplarão o estímulo à promoção de empresários negros.

Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades voltadas ao turismo étnico com
enfoque nos locais, monumentos e cidades que retratem a cultura, os usos e os costumes
da população negra.

Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar critérios para provimento de
cargos em comissão e funções de confiança destinados a ampliar a participação de negros,
buscando reproduzir a estrutura da distribuição étnica nacional ou, quando for o caso,
estadual, observados os dados demográficos oficiais.

5 - Meios de Comunicação

Quanto aos meios de comunicação destaca-se:

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 Valorização da herança cultural e a participação da população negra na história do País.

 Prática de conferir oportunidades de emprego para atores, figurantes e técnicos negros, vedada toda e
qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou artística.

Dito isso, confira os dispositivos do EIR:

6 - SINAPIR

O Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial busca implementar as políticas públicas destinadas a
superar as desigualdades existentes no país.

Quanto ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, vejamos apenas as regras mais relevantes,
em forma de tópicos.

OBJETIVOS DO SINAPIR
• promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades sociais resultantes do
racismo, inclusive mediante adoção de ações afirmativas.
• formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a
integração social da população negra.
• descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital
e municipais.
• articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade étnica.
• garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das
ações afirmativas e o cumprimento das metas a serem estabelecidas.

No âmbito do SINAPIR o Poder Público instituirá mecanismos e instrumentos para a defesa da igualdade
racial, notadamente por intermédio de recebimento e encaminhamento de denúncias relatando
preconceitos e discriminação fundados na etnia ou cor.

Para tanto, assegura-se o acesso às Defensorias Públicas e demais órgãos jurídicos estatais.

Para além do acesso à Justiça deve-se observar as regras relativas à proteção desse grupo vulnerável, contra
a violência policial incidente sobre a população negra. Entre as práticas adotadas pelo Estado, devem ser
implementadas ações de ressocialização e proteção da juventude negra em conflito com a lei e exposta a
experiências de exclusão social.

Desse modo, chegamos ao final do tratamento relativo ao Estatuto Nacional da Igualdade Racial. Vimos os
principais dispositivos, destacando aqueles que possuem relevância para a nossa prova.

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CRIMES RESULTANTES DE RAÇA OU DE COR - LEI


7.716/1989 – LEI CAÓ
A lei 7.716/1989 como vimos cumpre o mandado de criminalização determinado pela Constituição Federal.
Originalmente a lei previa crimes de preconceito de raça e de cor.

Em 1997 foi ampliada pela Lei 9.459 passando a prever crimes resultantes de preconceito ou discriminação
relacionados com etnia, religião e procedência nacional.

Recentemente, o STF7 no julgamento da ADO 26 decidiu que a lei deve ser aplicada aos casos de
discriminação pela orientação sexual adotando um conceito de racismo social que se projeta para aspectos
que vão além dos estritamente biológicos ou fenotípicos.

O artigo 1º da lei afirma punição de crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional.

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou


preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Muita atenção às situações que o legislador decidiu tipificar nesta lei. Veja, portanto, com atenção:

raça

cor

A LEI 7.716/1989 TIPIFICADA AS


etnia
CONDUTAS RESULTANTES DE

religião

procedência nacional

Desse modo, toda vez que uma pessoa praticar crime de discriminação racial ou de preconceito em razão de
raça, cor, étnica, religião ou procedência nacional poderá sofrer um processo penal que poderá levá-la à
cadeia.

Vamos definir preconceito e discriminação:

7
STF. Plenário. ADO 26/DF, Rel. Min. Celso de Mello; MI 4733/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 13/6/2019 (Info 944).

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O preconceito é um julgamento formado antecipadamente, caracterizado principalmente por não ter lógica
ou fundamento crítico.

A discriminação consiste em uma atitude dinâmica de separação, apartação ou segregação, traduzindo a


concretização do preconceito.

Perceba que o preconceito é estático e teórico e a discriminação é dinâmica.

Devemos destacar que discriminação positiva, manifestada por meio de ações afirmativas não é vedada pela
lei pois buscam corrigir as desigualdades raciais e promover a igualdade de oportunidades.

Os crimes previstos nestas leis são imprescritíveis.

O que faz a Lei 7.716/1989 é expor cada uma dessas condutas ilícitas e penalmente puníveis. Todas possuem
a previsão de pena de reclusão. Cada modalidade de pena tem uma regra específica, a ser estudada em
Direito Penal. Em nossa matéria, devido ao caráter humanístico, devemos ter em mente que a penalidade
será de reclusão tão somente. O examinador não nos exigirá maiores detalhes.

Note, ainda, que entre as hipóteses mencionadas não está a conduta de discriminação ou preconceito em
razão do sexo ou do estado civil. Esse esclarecimento é importante, pois no contexto dessas leis penais
específicas, temos a Lei 7.437/1985 conhecida como Lei Afonso Arinos. Essa Lei é anterior à Lei 7.716/1989
(que ora estudamos) e previa a cominação de contravenção penal para práticas discriminatórias ou
preconceituosas em razão da raça, da cor, do sexo e do estado civil.

Nesse ponto temos um problema. Por um lado, uma lei prevê que a discriminação ou preconceito em razão
da raça ou da cor é contravenção penal, por outro, essas mesmas condutas são consideradas crimes. Qual
aplicar?

Aplicamos a Lei 7.716/1989 (que ora estudamos), que é lei posterior.

Logo, as condutas tipificadas na outra Lei, a Lei 7.437/1985, é aplicável apenas em relação à discriminação
e ao preconceito em razão do sexo e do estado civil, mas não em relação à raça e à cor, cuja disciplina
segue a lei 7.716/1989.

Feito isso, o que temos que fazer efetivamente é estudar cada uma das hipóteses penais previstas. Para fins
da nossa prova, é importante conhecer os crimes tipificados nesta legislação específica, sem necessidade de
aprofundar em maiores detalhes. A cobrança tende a ser objetiva e literal. Por isso, vamos auxiliar na
compreensão das hipóteses legais.

Antes de começar lembre-se: QUASE TODAS AS SANÇÕES SÃO DE RECLUSÃO, apenas com variação o tempo
mínimo e máximo.

A fim de facilitar a absorção dos tipos penais específicos, confira:

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❑ Impedir ou obstar acesso a cargo da Administração Pública Direta ou Indireta em razão de


discriminação (reclusão de 2 a 5 anos);
❑ Negar ou obstar emprego em empresa privada, não conceder equipamentos de EPIs em igualdade
de condições, impedir o progresso na carreira ou benefício profissional ou proporcionar condições
diferenciadas de trabalho (reclusão de 2 a 5 anos)
❑ Anúncios de emprego discriminatórios ou preconceituosos (multa + PSC)
❑ Recusar acesso ou atendimento a estabelecimento comercial (reclusão de 1 a 3 anos);
❑ Recursar, negar ou impedir inscrição ou acesso em escola, pública ou privada (reclusão de 3 a 5 anos)
✓ se praticada contra menor de 18 anos → pena agravada em 1/3
❑ Impedir ou recursar hospedagem em hotel (reclusão de 3 a 5 anos)
❑ Impedir ou recusar acesso a restaurantes e “assemelhados” (reclusão de 1 a 3 anos)
❑ Impedir ou recusar atendimento em estabelecimento esportivo ou locais de diversão (reclusão de 1
a 3 anos)
❑ Impedir ou recusar acesso a cabelereiros ou barbearias e “assemelhados” (reclusão de 1 a 3 anos)
❑ Impedir ou acesso a entradas sociais de prédios públicos ou privados (reclusão de 1 a 3 anos)
❑ Impedir o acesso ou uso de transporte público (reclusão de 1 a 3 anos)
❑ Impedir ou obstar o acesso às Forças Armadas (reclusão de 2 a 4 anos);
❑ Impedir ou obstar o casamento ou convivência familiar e social (reclusão de 2 a 4 anos);
❑ Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito (reclusão de 1 a 3 anos + multa)
✓ se praticado nos meios de comunicação social ou decorrer de publicação em redes sociais,
rede mundial de computadores ou publicação de qualquer natureza (reclusão de 2 a 5 anos +
multa)
✓ Se praticado no contexto de atividades esportivas, religiosas, artísticas ou culturais destinadas
ao público (reclusão de 2 a 5 anos + e proibição de frequência, por 3 (três) anos, a locais
destinados a práticas esportivas, artísticas ou culturais)
❑ Obstar, impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações ou práticas religiosas
(reclusão de 1 a 3 anos + multa) – sem prejuízo da pena pela violência.
❑ Veicular propaganda que utilize a suástica, símbolo nazista (reclusão de 2 a 5 anos e multa)

Vamos fazer um destaque para o crime previsto no Art. 20 da lei.

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Pena: reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

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§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos,


distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação
do nazismo. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos neste artigo for cometido por intermédio dos meios
de comunicação social, de publicação em redes sociais, da rede mundial de computadores
ou de publicação de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº 14.532, de 2023)

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

§ 2º-A Se qualquer dos crimes previstos neste artigo for cometido no contexto de
atividades esportivas, religiosas, artísticas ou culturais destinadas ao público: (Incluído
pela Lei nº 14.532, de 2023)

Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e proibição de frequência, por 3 (três) anos, a
locais destinados a práticas esportivas, artísticas ou culturais destinadas ao público,
conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023)

§ 2º-B Sem prejuízo da pena correspondente à violência, incorre nas mesmas penas
previstas no caput deste artigo quem obstar, impedir ou empregar violência contra
quaisquer manifestações ou práticas religiosas. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023)

§ 3º No caso do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público


ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:
(Redação dada pela Lei nº 14.532, de 2023)

I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material


respectivo;(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da


publicação por qualquer meio; (Redação dada pela Lei nº 12.735, de 2012)

III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede mundial de


computadores. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)

§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da


decisão, a destruição do material apreendido. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Trata-se um de um tipo penal bem abrangente que visa criminalizar qualquer conduta preconceituosa ou
discriminatória é o crime de racismo.

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O art. 20 terá uma causa de aumento prevista no art. 20 -B, também inserido na lei pela lei 14.532/2023,
quando forem praticados por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las.
Veja o novo texto legal:

Art. 20-B. Os crimes previstos nos arts. 2º-A e 20 desta Lei terão as penas aumentadas de
1/3 (um terço) até a metade, quando praticados por funcionário público, conforme
definição prevista no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), no
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las.

Existe uma importante decisão do STF8 sobre o art. 20 da Lei 7.716/89. O caso Siegfried Ellwanger envolveu
crime de racismo contra os judeus. Veja trecho da ementa:

(...) 1. Escrever, editar, divulgar e comerciar livros "fazendo apologia de ideias


preconceituosas e discriminatórias" contra a comunidade judaica (Lei 7716/89, artigo 20,
na redação dada pela Lei 8081/90) constitui crime de racismo sujeito às cláusulas de
inafiançabilidade e imprescritibilidade (CF, artigo 5º, XLII).

(...)

6. Adesão do Brasil a tratados e acordos multilaterais, que energicamente repudiam


quaisquer discriminações raciais, aí compreendidas as distinções entre os homens por
restrições ou preferências oriundas de raça, cor, credo, descendência ou origem nacional
ou étnica, inspiradas na pretensa superioridade de um povo sobre outro, de que são
exemplos a xenofobia, "negrofobia", "islamafobia" e o anti-semitismo.

(...) 13. Liberdade de expressão. Garantia constitucional que não se tem como absoluta.
Limites morais e jurídicos. O direito à livre expressão não pode abrigar, em sua abrangência,
manifestações de conteúdo imoral que implicam ilicitude penal.

14. As liberdades públicas não são incondicionais, por isso devem ser exercidas de maneira
harmônica, observados os limites definidos na própria Constituição Federal (CF, artigo 5º,
§ 2º, primeira parte). O preceito fundamental de liberdade de expressão não consagra o
"direito à incitação ao racismo", dado que um direito individual não pode constituir-se em
salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os delitos contra a honra. Prevalência
dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica. (...)

No Brasil, o hate speech (discurso de ódio) não é permitido pela ordem constitucional. A liberdade de
expressão não é direito absoluto. E assim o STF9 tem proferido decisões aplicando o art. 20 da lei para coibir
a incitação ao ódio público contra, por exemplo, outras denominações religiosas. Devemos lembrar que o

8
STF. Plenário. HC 82424, Relator p/ Acórdão Min. Maurício Corrêa, julgado em 17/09/2003.
9
STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/3/2018 (Info 893).

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Brasil aderiu a tratados internacionais como a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as
Formas de Discriminação Racial. Veja mais uma decisão nesse sentido:

A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores


não está protegida pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão.

Assim, é possível, a depender do caso concreto, que um líder religioso seja condenado pelo
crime de racismo (art. 20, §2º, da Lei nº 7.716/89) por ter proferido discursos de ódio
público contra outras denominações religiosas e seus seguidores.

(FGV - 2022) O discurso de ódio (hate speech) racial é a manifestação de ideias que incitam a intolerância
e a discriminação de raça contra determinado grupo, extrapolando ilegalmente a liberdade de expressão,
com violação à Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.
Tal convenção prevê que os Estados-partes condenem a discriminação racial e comprometam-se a adotar,
por todos os meios apropriados e sem tardar, uma política de eliminação da discriminação racial em todas
as suas formas e de promoção de entendimento entre todas as raças, e, para esse fim, cada Estado-parte:
a) compromete-se a tratar com igualdade formal, sem favorecimento, as organizações e movimentos
multirraciais que visam a eliminar o racismo estrutural;
b) compromete-se a não encorajar, defender ou apoiar a discriminação racial praticada por uma pessoa ou
uma organização qualquer;
c) deve, por todos os meios de competência do Poder Executivo, combater a discriminação racial praticada
por pessoa ou grupo, não havendo referência às medidas legislativas, diante do princípio da separação dos
poderes;
d) deve adotar medidas eficazes, a fim de instituir novas políticas governamentais que tenham por objetivo
combater a discriminação, vedada a adoção de ações afirmativas, que são consideradas discriminação às
avessas.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o artigo II, 1 “e” da Convenção é possível haver o
favorecimento de organizações e movimentos multirraciais visando eliminar as barreiras entre as raças e a
desencorajar o que tende a fortalecer a divisão racial.

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A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Trata-se exatamente da previsão do artigo II, 1 “b” da
Convenção: "Cada Estado Parte compromete-se a não encorajar, defender ou apoiar a discriminação racial
praticada por uma pessoa ou uma organização qualquer".
A alternativa C está incorreta. O Estado pode se valer de medidas legislativas também conforme o artigo II,
1 “d” da Convenção.
A alternativa D está incorreta. As ações afirmativas não são consideradas discriminação racial, como já
vimos.

A nova lei incluiu, ainda, o art. 20- A aumentando as penas dos crimes previsto na lei de 1/3 até a metade
quando correrem em contexto ou com intuito de descontração, diversão ou recreação. Trata-se do racismo
recreativo.

Importante registrar, ainda, que se algum dos crimes acima for praticado por servidor público no exercício
das suas funções, ele, em regra, não perderá o cargo como efeito automático da condenação transitada em
julgado. Significa dizer que após o término do processo penal, se o servidor for considerado agente culpado
pela conduta discriminatória ou preconceituosa, somente haverá perda do cargo público se houver
motivação expressa nesse sentido na sentença.

Além disso, na hipótese de o crime praticado envolver atividade empresarial, o estabelecimento terá o seu
funcionamento suspenso por prazo não superior a 3 meses.

INJURIA RACIAL
Precisamos fazer a distinção entre a injúria preconceituosa prevista no Código Penal e a Injúria Racial agora
prevista na Lei 7.716/89.

A injuria preconceituosa está prevista no art. 140 §3º do CP:

Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a religião ou à condição


de pessoa idosa ou com deficiência: (Redação dada pela Lei nº 14.532, de 2023)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 14.532,
de 2023)

Perceba que abrange elementos religiosos, pessoa idosa ou pessoa com deficiência.

Já a injúria racial, agora prevista na lei especial, ocorre em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional.
Veja o novo texto do art. 2º-A da Lei 7.716/89:

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Art. 2º-A Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, cor,
etnia ou procedência nacional. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023)

Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.532, de
2023)

Parágrafo único. A pena é aumentada de metade se o crime for cometido mediante


concurso de 2 (duas) ou mais pessoas. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023)

O STF10 já tinha precedente no sentido de que a injúria qualificada pela raça é, também, um crime
imprescritível, assim como os crimes tratados pela Lei n. 7.716/1989. Agora a previsão está na legislação.

O crime de injúria racial, espécie do gênero racismo, é imprescritível.

QUILOMBOLAS E OUTRAS COMUNIDADES TRADICIONAIS

1 – Introdução

Por comunidades tradicionais devemos compreender os grupos culturalmente diferenciados e que se


reconhecem como tais, com formas próprias de organização social ocupantes de territórios e recursos
naturais para manutenção da comunidade.

Citam-se como exemplo de comunidades tradicionais os quilombolas, os indígenas, as comunidades ciganas


e de terreiro.

Em relação aos quilombolas, vejamos o que nos ensina Daniel Sarmento11:

As marcas deixadas por séculos de escravidão negra no país estão longe de cicatrizar. A
escravidão e a posterior omissão do Estado e da sociedade brasileira em adotar medidas
de inclusão social do negro são responsáveis por um quadro desalentador, de profunda
desigualdade entre as etnias. A tarefa que hoje se impõe ao país, e que tem firme apoio na
Constituição de 88, não se esgota na redução dos desníveis socioeconômicos existentes
entre as raças. Ela é mais profunda, e inclui também o respeito e a valorização da cultura
afro-brasileira e o reconhecimento, despido de preconceitos e estereótipos, da identidade
dos negros.

10
STF. Plenário. HC 154248/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 28/10/2021 (Info 1036).

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O aspecto principal de discussão no cenário jurídico atual é o acesso à terra, cuja diretriz normativa consta
do Estatuto Nacional da Igualdade Racial, por nós analisado. Conforme destacam os especialistas, a terra
para essas comunidades não é apenas um bem econômico. O espaço ocupado por tais comunidade é, para
além de um bem material, fundamental para as relações sociais, econômicas, culturais, justificando a
proteção especial conferida pelo Estatuto.

Nesse contexto, prevê o art. 68 dos ADCT:

Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas
terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos
respectivos.

Analisaremos esse dispositivo, adiante.

2 - Conceito

Grupos que desenvolveram práticas de


CONCEITO DE
resistência na manutenção e reprodução
GRUPOS
de seus modos de vida característicos
QUILOMBOLAS
num determinado lugar.

Os quilombolas constituem grupos e comunidades que adotam a prática do sistema de uso comum da terra,
entendida como espaço coletivo e indivisível a ser ocupado e explorado por meio de regras consensuais aos
grupos familiares que as compõem. As relações são orientadas pela solidariedade e ajuda mútua entre os
integrantes da comunidade.

Há um conceito regulamentar, conferido pelo Decreto nº 4.887/2003, cujo conhecimento é importante:

Art. 2o Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste
Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória
histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de
ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.

Segundo a doutrina para o conceito de quilombo, quatro elementos devem ser analisados.

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Passado histórico de
resistência à opressão
racial

ELEMENTOS PARA Cultura própria


CARACTERIZAÇÃO DE UMA
COMUNIDADE
QUILOMBOLA Relação especial com a
terra (territorialidade)

Auto-atribuição

 No que diz respeito ao primeiro elemento, deve ser verificado se a comunidade é marcada por uma
trajetória histórica específica, relacionada à resistência e opressão contra os negros.

 Ademais, é fundamental que essa comunidade possua traços culturais próprios, como modos de criar,
fazer e viver peculiares.

 No que diz respeito à territorialidade, traço distintivo dessas comunidades, é a existência de uma relação
próxima do quilombo com a terra, para além do aspecto meramente econômico do imóvel.

 Finalmente, no que atine à auto-atribuição, refere-se à percepção dos integrantes da comunidade têm
em relação à própria identidade étnica. Vale dizer, reconhecem-se como uma comunidade quilombola, nos
termos que definimos acima.

3 - Proteção Legislativa

Inicialmente destaca-se o dispositivo do ADCT já citado, que reconhece a propriedade definitiva às


comunidades quilombolas que estejam ocupadas, caracterizando-as como direito fundamental.

Essa regra específica é endossada pela proteção especial conferida aos povos indígenas, constantes do art.
231 e 232 da CF, mencionados no tópico anterior.

Paralelamente há o Decreto nº 4.887/2003, em atenção ao art. 68, dos ADCT, que regulamenta o
procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas
por remanescentes das comunidades dos quilombos.

Esse Decreto, em razão do seu grau mínimo de normatividade, foi objeto da ADI 3.239/DF, entre cujas
decisões destaca-se:

 A inexistência de invasão de esfera de lei reservada à legislação federal ao “regulamentar o art. 68


dos ADCT”. Entendeu o STF, ser desnecessária lei federal para reconhecimento da propriedade pelas
comunidades quilombolas. Entendeu a Suprema Corte, tratar-se de norma de eficácia plena. Ao

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Decreto coube tão somente disciplinar a forma como será implementada a determinação contida na
Constituição.

 Não há inconstitucionalidade no critério da auto atribuição para definição da comunidade


quilombola. Segundo consta do julgamento da ADI a auto-atribuição constitui método autorizado e
prestigiado pela antropologia contemporânea, cujo objetivo é romper com o processo sistemático de
negação da própria identidade em relação aos grupos marginalizados. Com isso, há estímulo para que
essas pessoas se orgulhem de quem são. Se assim se reconhecer a comunidade e agir como tal, serão
considerada quilombola.

 Não há inconstitucionalidade na regra que prevê que serão levados em consideração os locais
indicados pela comunidade para a identificação, medição e demarcação das terras, não havendo
atribuição individualizada da propriedade (propriedade coletiva de terras).

 Para a formalização do registro, não obstante a propriedade esteja assegurada


constitucionalmente, é válido o processo de desapropriação promovido pelo INCRA.

No âmbito internacional, aplicável à matéria, destaca-se a Convenção nº 169 da OIT, que trata dos direitos
dos povos indígenas e tribais, aplicável aos remanescentes de quilombos. O referido documento,
regularmente internalizado em nosso ordenamento (Decreto Legislativo nº 143/2002 e Decreto Presidencial
nº 5.051/2004) disciplina o direito ao território ocupado por tais comunidades indígenas.

BASE LEGAL DE PROTEÇÃO ÀS COMUNIDADES QUILOMBOLAS

• Art. 68, das ADCT


• Arts. 231 e 232, da CF
• Decreto nº 4.887/2003
• Convenção nº 169 da OIT

4 - Estruturação das Políticas Públicas voltadas para a defesa dos


direitos de comunidades quilombolas

4.1 - Regularização fundiária em comunidades quilombolas

Tal política é, atualmente, desenvolvida pelo INCRA, órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento
Agrário. Para a regularização há abertura de processo administrativo, seguido da confecção de um relatório
que identifica a delimita o território reivindicado pela comunidade quilombola.

Esse documento de delimitação do território é publicado, para eventuais impugnações administrativas.


Resolvidas as impugnações ou decorrido o prazo sem manifestações, a delimitação é constituída e o
presidente do INCRA publica portaria reconhecendo e declarando os limites da terra quilombola.

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4.2 - Políticas Públicas voltadas às comunidades quilombolas

Entre as diversas políticas que são desenvolvidas para a proteção das comunidades quilombolas, destacam-
se:

 Programa Brasil Quilombola

Constitui um conjunto de ações governamentais voltadas para a defesa dos direitos das comunidades
remanescentes de quilombos, com ênfase na participação da sociedade civil. Dentre as ações engendradas,
destaca-se:

• Política de Regularização Fundiária;


• Política de Infraestrutura e Serviços → série de ações destacadas à construção de obras de
infraestrutura e construção de equipamentos sociais destinados a atender as comunidades
quilombolas;
• Desenvolvimento econômico-social → na aplicação de um modelo peculiar de desenvolvimento das
comunidades quilombolas, tendo em vista as características do local, identidade da comunidade.
Essas ações têm por finalidade conferir condições adequadas de vida ao segmento social.
• Controle e participação social → ações voltadas à integração da comunidade quilombola em fóruns
locais e nacionais de políticas públicas.

 Agenda Social Quilombola

A Agenda Social objetiva articular as ações existentes no âmbito do Governo Federal, por meio do Programa,
voltadas para a defesa dos direitos da comunidade, em especial a defesa da terra, construção de obras de
infraestrutura, visando conferir qualidade de vida a tais pessoas, inclusão produtiva e desenvolvimento local
e direitos de cidadania.

EIXOS DE AÇÃO DA AGENDA SOCIAL QUILOMBOLA

• Acesso à Terra
• Promoção da Saúde
• Educação Quilombola
• Alfabetização
• Luz para todos
• Meio ambiente
• Desenvolvimento local
• Cidadania

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5 - Art. 68 dos ADCT

Segundo Daniel Sarmento12, o art. 68 da ADCT veio à CF para acolher uma demanda legítima e importante:

Sem embargo, a partir da década de 1990 o tema passa a ser objeto de intensa discussão
tanto no âmbito do movimento negro como no campo da Antropologia, e o art. 68 começa
a ser invocado com frequência cada vez maior como instrumento de luta em favor dos
direitos territoriais de comunidades negras dotadas de cultura própria e de um passado
ligado à resistência à opressão. Desde então, houve, no plano federal, duas tentativas
principais de definição jurídica do instituto: a primeira, em termos extremamente
restritivos, foi realizada pelo Decreto n. 3.912/2001, e a segunda, mais ampliativa, está
plasmada no Decreto n. 4.887/2003, atualmente em vigor.

Vejamos, abaixo, os objetivos do art. 68, dos ADCT, segundo a doutrina.

OBJETIVOS DO ART. 68 DOS ADCT

• Assegurar a sobrevivência e o florescimentos das comunidades quilombolas.


• Promoção da igualdade substantiva e da justiça social ao conferir direitos territoriais a
grupo desfavorecido.
• Medida reparatória que objetiva resgatar a dívida histórica do Brasil em relação às
comunidades compostas por descedentes de escravos que, até hoje, sofrem os efeitos da
dominação e violações de direitos.

A terra para essas comunidades é imantada por uma relação mais próxima da comunidade. Há um conjunto
de laços históricos, tradições e valores compartilhados pela sociedade que se estabelece a partir da relação
do quilombo com o território que ocupam. Em razão disso, o art. 68 dos ADCT assume caráter de direito
fundamental às comunidades quilombolas, constituindo verdadeiro premissa para a dignidade de seus
integrantes.

LEGISLAÇÃO DESTACADA

Estatuto da Igualdade Racial

 art. 1º, caput, do EIR: objetivos do Estatuto

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Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população
negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais,
coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.

 art. 2º, do EIR: objetivos do Estatuto

Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades,


reconhecendo a todo cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da pele, o
direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas,
empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus
valores religiosos e culturais.

 art. 4º, do EIR: medidas a serem adotadas

Art. 4o A participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na


vida econômica, social, política e cultural do País será promovida, prioritariamente, por
meio de:

I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econômico e social;

II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirmativa;

III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o adequado enfrentamento


e a superação das desigualdades étnicas decorrentes do preconceito e da discriminação
étnica;

IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate à discriminação étnica e


às desigualdades étnicas em todas as suas manifestações individuais, institucionais e
estruturais;

V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e institucionais que impedem a


representação da diversidade étnica nas esferas pública e privada;

VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da sociedade civil


direcionadas à promoção da igualdade de oportunidades e ao combate às desigualdades
étnicas, inclusive mediante a implementação de incentivos e critérios de condicionamento
e prioridade no acesso aos recursos públicos;

VII - implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das


desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança,
trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à
terra, à Justiça, e outros.

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Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir-se-ão em políticas públicas


destinadas a reparar as distorções e desigualdades sociais e demais práticas
discriminatórias adotadas, nas esferas pública e privada, durante o processo de formação
social do País.

RESUMO

Combate ao Racismo

 IGUALDADE

 em sentido formal

• aproxima-se do conceito de legalidade


• igualdade abstrata e genérica
• igualdade perante a lei

 em sentido material

• sinônimo de legalidade
• igualdade na prática
• leva em consideração as distinções

 DISCRIMINAÇÃO RACIAL NA CF → crime

 inafiançável

 imprescritível

 sujeito a pena de reclusão

 COMBATE À DISCRIMINAÇÃO RACIAL

 vertente punitiva: tipificação de crime para o racismo

 vertente promocional: prescrição e políticas públicas específicas

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Estatuto da Igualdade Racial

 OBJETIVOS DO EIR

 efetivação da igualdade de oportunidades aos negros

 defesa de direito étnicos

 combate à discriminação e intolerância racial

 CONCEITOS

 discriminação racional ou étnico racial: constitui toda forma de distinção baseada em fatores étnicos ou de
descendência que impliquem na anulação ou restrição dos seus direitos humanos.

 desigualdade racial: diferenciação injustificada no acesso e fruição de bens, serviços e oportunidade em


razão de fatores étnicos ou de descendência.

 desigualdade de gênero e raça: constatação do fosso entre as mulheres negras e demais segmentos da
sociedade.

 população indígena: conjunto de pessoas que se declaram negas ou pardas segundo o IBGE.

 políticas públicas: ações, iniciativas e programas adotados pelo Poder Público voltado para a efetivação de
direitos humanos, no âmbito de suas prerrogativas institucionais.

 DEVER do Estado e da sociedade de:

 assegurar a igualdade de participação na comunidade.

 respeitar a dignidade.

 respeitar a religião e cultura próprios.

 EIR É DIRETRIZ POLÍTICO-JURÍDICA PARA

 inclusão de vítimas de desigualdade étnico-racial

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 valorização da igualdade étnica

 fortalecimento da identificada nacional brasileira

 DIREITOS FUNDAMENTAIS:

 DIREITO À SAÚDE:

❑ Políticas públicas universais e específicas:

✓ universais: mesmo tratamento conferido a todos, por intermédio do SUS

✓ específicas: “Política Nacional de Saúde Integral da População Negra” que possui diretrizes (art.
7º) e objetivos próprios (art. 8º).

 DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER:

❑ Políticas públicas universais e específicas.

 DIREITO DE CONSCIÊNCIA, DE CRENÇA E LIVRE EXERCÍCIO DO CULTO:

❑ preservação de cultos, festividades, cerimônias, bens, produtos e serviços relacionados à formação étnica
negra no Brasil;

 ACESSO À TERRA:

❑ garantia do acesso à terra e às atividades produtivas do campo;

❑ reconhecimento das terras quilombolas:

• MATRIZ CONSTITUCIONAL – art. 68, dos ADCT:

Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é
reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.

• MATRIZ INFRACONSTITUCIONAL – art. 32, do EIR:

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Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvolverá políticas públicas especiais voltadas
para o desenvolvimento sustentável dos remanescentes das comunidades dos quilombos,
respeitando as tradições de proteção ambiental das comunidades.

 DIREITO AO TRABALHO:

❑ implementação de políticas voltadas para a inclusão da população negra no mercado de trabalho

 MEIOS DE COMUNICAÇÃO:

❑ valorização da herança cultural e a participação da população negra

 SINAPIR

 Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial

 Objetivos:

❑ promoção da igualdade étnica;


❑ combate às desigualdades sociais;
❑ combate à marginalização e integração social da população negra;
❑ descentralização da implementação das ações afirmativas (Estados-membros, Distrito Federal e
Municípios);
❑ promoção da igualdade (planos, ações e mecanismos)
❑ garantia de eficácia dos meios adotados

 organização e competência de atuação do Poder Executivo Federal para fixação das diretrizes;

 atuação específica dos Estados e Municípios a partir das regras gerais;

 previsão de repasses de recursos específicos.

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Crimes resultantes de raça ou de cor

raça

cor

A LEI 7.716/1989 TIPIFICADA AS


etnia
CONDUTAS RESULTANTES DE

religião

procedência nacional

TIPO PENA
Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer  RECLUSÃO de 2 a 5
cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de anos.
serviços públicos.

* também inclui-se no tipo penal quem, por motivo de discriminação de raça,


cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional.
Negar ou obstar emprego em empresa privada.  RECLUSÃO de 2 a 5
anos.
* inclui quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas
resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica: a)
não conceder equipamentos de trabalho em iguais condições; b) impedir a
ascensão funcional; e c) tratar de forma discriminatória no ambiente de
trabalho, em especial em relação ao salário.

** inclui quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de


trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para
emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências.
Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir,  RECLUSÃO de 1 a 3
atender ou receber cliente ou comprador. anos.
Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento  RECLUSÃO de 3 a 5
de ensino público ou privado de qualquer grau. anos.

 CUAUSA DE
AUMENTO DE PENA
(1/3): se praticar contra
menor de 18 anos.
Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou  RECLUSÃO de 3 a 5
qualquer estabelecimento similar. anos.

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Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias,  RECLUSÃO de 1 a 3


ou locais semelhantes abertos ao público. anos.
Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos,  RECLUSÃO de 1 a 3
casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público. anos.
Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros,  RECLUSÃO de 1 a 3
barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as mesmas anos.
finalidades.
Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e  RECLUSÃO de 1 a 3
elevadores ou escada de acesso aos mesmos. anos.
Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas,  RECLUSÃO de 1 a 3
barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido. anos.
Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças  RECLUSÃO de 2 a 4
Armadas. anos.
Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência  RECLUSÃO de 2 a 4
familiar e social. anos.
Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,  RECLUSÃO de 1 a 3
religião ou procedência nacional. anos.
Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos,  RECLUSÃO de 2 a 5
distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de anos.
divulgação do nazismo.
Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos  RECLUSÃO de 2 a 5
meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza. anos.

Quilombolas e outras comunidades tradicionais

⚫ CONCEITO

Grupos que desenvolveram práticas de


CONCEITO DE
resistência na manutenção e reprodução
GRUPOS
de seus modos de vida característicos
QUILOMBOLAS
num determinado lugar.

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Passado histórico de
resistência à opressão
racial

ELEMENTOS PARA Cultura própria


CARACTERIZAÇÃO DE UMA
COMUNIDADE
QUILOMBOLA Relação especial com a
terra (territorialidade)

Autoatribuição

⚫ PROTEÇÃO LEGISLATIVA

BASE LEGAL DE PROTEÇÃO ÀS COMUNIDADES QUILOMBOLAS

• Art. 68, das ADCT


• Arts. 231 e 232, da CF
• Decreto nº 4.887/2003
• Convenção nº 169 da OIT

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais uma aula. Excelentes estudos a todos e, quaisquer dúvidas, estou à disposição no
fórum do curso.

Ricardo Torques

rst.estrategia@gmail.com
@proftorques

QUESTÕES COM COMENTÁRIOS

CESPE

1. (CESPE/MPE-RR - 2017) De acordo com o Estatuto da Igualdade Racial, o estudo da história geral da
África e da história da população negra do Brasil é obrigatório nos estabelecimentos de ensino

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a) infantil e fundamental.
b) fundamental e médio.
c) médio, apenas.
d) infantil, fundamental e médio.

Comentários

De acordo com o art. 11, do Estatuto da Igualdade Racial, nos estabelecimentos de ensino fundamental e de
ensino médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da história geral da África e da história da
população negra no Brasil.

Assim, a alternativa B é correta e gabarito da questão.

2. (CESPE/PC-BA - 2013) Considerando o que dispõe a legislação atual acerca de discriminação, julgue
os itens que se seguem.
Pratica crime o empregador que, por motivo de discriminação de raça ou cor, deixar de conceder
equipamentos necessários ao empregado, em igualdade de condições com os demais trabalhadores.

Comentários

A assertiva está correta. Trata-se do previsto no art. 4º, da Lei 7.716, cujo parágrafo primeiro e seus incisos
foram inclusos pela Lei nº 12.288, o Estatuto da Igualdade Racial.

Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.

§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou


práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica:

I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de


condições com os demais trabalhadores;

II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício


profissional;

III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho,


especialmente quanto ao salário.

3. (CESPE/SAEB-BA - 2012) A respeito do Estatuto da Igualdade Racial e do princípio constitucional da


isonomia, assinale a opção correta.
a) A isonomia formal admite que uma mesma lei seja aplicada de forma diferente a duas pessoas
absolutamente iguais.

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b) O princípio da isonomia, em sentido amplo, prevê que todos sejam tratados de forma absolutamente igual
pela lei, independentemente de desigualdades materiais.
c) A isonomia material objetiva uma igualdade substancial, ainda que eventual tratamento diferenciado seja
desproporcional ou desarrazoado.
d) O Estatuto da Igualdade Racial reflete a isonomia material, e seus dispositivos buscam assegurar à
população negra uma igualdade substancial, e não apenas formal.

Comentários

A igualdade deve ser dividida em duas espécies:

 A igualdade formal assegura o tratamento igual às pessoas, sem investigar as particularidades das pessoas
envolvidas. Independentemente de condições sociais ou econômicas consideram-se igual perante a lei. Essa
regra é extraída do art. 5º, I, a CF:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
(...).

 A igualdade material (ou substancial) busca criar condições diferenciadas a fim de que as pessoas ou grupo
de pessoas em situação de desvantagem sejam equiparadas.

Ao contrário da igualdade formal, na igualdade material levam-se em consideração as características


individuais das pessoas consideradas. Com isso, busca-se dar tratamento desigual a determinadas pessoas,
a fim de que elas tenham as mesmas oportunidades e satisfações de direitos.

Nesse contexto, o Estatuto da Igualdade Racial busca alcançar a igualdade material das pessoas negras, que
sabidamente encontram-se em situação de vulnerabilidade social em nosso País.

Sigamos para as alternativas:

 A alternativa A está incorreta pois a isonomia formal não admite que uma mesma lei seja aplicada de
forma diferente a duas pessoas absolutamente iguais.

 A alternativa B está incorreta, pois é o princípio da isonomia, em sentido estrito, que prevê que todos
sejam tratados de forma absolutamente igual pela lei, independentemente de desigualdades materiais.

 A alternativa C está incorreta, uma vez que a isonomia material objetiva uma igualdade substancial, desde
que eventual tratamento diferenciado seja proporcional e razoável.

 A alternativa D está correta e é o gabarito da questão em face do que analisamos acima.

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4. (CESPE/PC-GO - 2017) Uma jovem de vinte e um anos de idade, moradora da região Sudeste,
inconformada com o resultado das eleições presidenciais de 2014, proferiu, em redes sociais na Internet,
diversas ofensas contra nordestinos. Alertada de que estava cometendo um crime, a jovem apagou as
mensagens e desculpou-se, tendo afirmado estar arrependida. Suas mensagens, porém, têm sido
veiculadas por um sítio eletrônico que promove discurso de ódio contra nordestinos.
No que se refere à situação hipotética precedente, assinale a opção correta, com base no disposto na Lei n.º
7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça e cor.
a) Independentemente de autorização judicial, a autoridade policial poderá determinar a interdição das
mensagens ou do sítio eletrônico que as veicula.
b) Configura-se o concurso de pessoas nessa situação, visto que o material produzido pela jovem foi utilizado
por outra pessoa no sítio eletrônico mencionado.
c) O crime praticado pela jovem não se confunde com o de injúria racial.
d) Como se arrependeu e apagou as mensagens, a jovem não responderá por nenhum crime.
e) A conduta da jovem não configura crime tipificado na Lei n.º 7.716/1989.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 20, §§ 2º e 3º, da Lei nº 7.716/89:

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional.

Pena: reclusão de um a três anos e multa.

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de
comunicação social ou publicação de qualquer natureza:

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público


ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:

III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede mundial de


computadores.

Conforme se nota, apenas com a autorização do juiz, a autoridade policial poderá determinar a interdição
das mensagens.

A alternativa B está incorreta. Para que o concurso de pessoas se configure são necessários quatro
requisitos:

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 pluralidade de condutas;
 relevância causal das condutas;
 liame subjetivo;
 identidade de crimes para todos os sujeitos.

Nesse caso, não há liame subjetivo entre as condutas.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Os conceitos jurídicos de injúria racial e racismo são
diferentes, embora impliquem possibilidade de incidência da responsabilidade penal. A injúria racial, contida
no Código Penal, consiste em ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor,
etnia, religião ou origem. Enquanto o crime de racismo, previsto na Lei nº 7.716/89, atinge uma coletividade
indeterminada de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma raça. Ao contrário da injúria racial,
o crime de racismo é inafiançável e imprescritível.

O crime de injúria está associado ao uso de palavras depreciativas referentes à raça ou cor com a intenção
de ofender a honra da vítima. Já o crime de racismo implica conduta discriminatória dirigida a determinado
grupo ou coletividade e, geralmente, refere-se a crimes mais amplos. Nesses casos, cabe ao Ministério
Público a legitimidade para processar o ofensor.

A alternativa D está incorreta. O crime praticado pela jovem é um crime instantâneo de efeitos permanentes
que já foi consumado, Portanto, não há a possibilidade de arrependimento nesse caso o que significa dizer
que o arrependimento posterior pode até vir a reduzir a pena, mas nunca poderá excluir a conduta.

A alternativa E está incorreta. A conduta da jovem configura sim crime tipificado na Lei nº 7.716/89,
conforme prevê o art. 20:

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional.

Pena: reclusão de um a três anos e multa.

5. (CESPE/TRE-BA - 2017) Caso um escritor publique um livro que contenha afirmações


discriminatórias contra determinada comunidade étnica,
a) o escritor não poderá ser condenado por racismo, em razão do princípio da liberdade de expressão,
conforme expresso pela lei pertinente aos crimes de racismo.
b) os exemplares desse livro que estejam em circulação poderão ser imediatamente recolhidos, por ordem
judicial.
c) os exemplares existentes do livro não poderão ser destruídos por ordem judicial, mesmo após sentença
transitada em julgado, por terem constituído prova da materialidade do delito.
d) somente membros da comunidade étnica discriminada terão legitimidade para ingressar com ação judicial
contra o escritor do livro.

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e) todos os indivíduos que adquirirem o referido livro serão, em consequência dessa compra, sujeitos ativos
de crime resultante de preconceito de raça.

Comentários

A alternativa B está correta e á o gabarito da questão. Nesse caso e de acordo com o art. 20, §§ 2º e 3º, da
Lei nº 7.716/89, o juiz poderá determinar o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares
do material respectivo.

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional.

Pena: reclusão de um a três anos e multa.

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de
comunicação social ou publicação de qualquer natureza:

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público


ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:

I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;

Vejamos as demais alternativas:

A alternativa A está incorreta, pois, como explicado nos comentários da alternativa B, houve sim crime de
racismo.

A alternativa C está incorreta, uma vez que a destruição do material apreendido, após o trânsito em julgado,
constitui um dos efeitos da condenação, na hipótese em tela (art. 20, § 4º, da Lei n. 7.716/89).

A alternativa D está incorreta, uma vez que não há essa restrição na Lei.

E a alternativa E está incorreta, uma vez que cria uma conduta que não está prevista no art. 20. Como
podemos perceber, o artigo fala em “praticar, induzir ou incitar”, condutas completamente diferentes
daquela realizada por quem “adquire” o referido livro, no caso.

6. (CESPE/MPE-RR - 2017) João, servidor público estadual, no exercício da função e em razão de


preconceito de cor, raça e religião, impediu o ingresso de um aluno no estabelecimento de ensino público
onde era lotado. Lúcio, dono de um estabelecimento comercial, se negou, por motivos semelhantes ao de
João, a atender determinado cliente. Com base na lei sobre crimes resultantes de preconceito de cor, raça
e religião, João estará sujeito à perda do cargo, e o funcionamento do estabelecimento de Lúcio poderá
ser suspenso por prazo não superior a três meses.

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Nessas situações hipotéticas, os efeitos de eventuais condenações


a) não serão automáticos para João, devendo ser motivadamente declarados na sentença, mas serão
automáticos para Lúcio.
b) serão automáticos tanto para João quanto para Lúcio, não havendo necessidade de serem motivadamente
declarados nas sentenças.
c) não serão automáticos nem para João nem para Lúcio, devendo ser motivadamente declarados nas
sentenças.
d) serão automáticos tanto para João quanto para Lúcio, devendo ser motivadamente declarados nas
sentenças.

Comentários

De acordo com os arts. 16 e 18, ambos da Lei nº 7.716/89, para a suspensão do funcionamento do
estabelecimento de Lúcio e para João perder o cargo, deve haver declaração e motivação expressas na
sentença.

Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor
público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não
superior a três meses.

Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 [vetado] desta Lei não são automáticos,
devendo ser motivadamente declarados na sentença.

Desse modo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

7. (CESPE/SEFAZ-RS - 2018) Instituído pelo Estatuto Nacional da Igualdade Racial — Lei n.º
12.288/2010 —, o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SINAPIR) tem por objetivo
a) iniciar a ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa nos meios de comunicação e
em quaisquer outros locais.
b) formular políticas, programas e projetos voltados para a inclusão da população negra no mercado de
trabalho.
c) descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital e municipais.
d) ratificar os compromissos assumidos pelo Brasil junto a organismos internacionais.
e) instituir os conselhos para a aplicação do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS).

Comentários

O art. 48, do Estatuto da Igualdade Racial, prevê quais são os objetivos do SINAPIR:

Art. 48. São objetivos do Sinapir:

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I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades sociais resultantes do


racismo, inclusive mediante adoção de ações afirmativas;
II - formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a
integração social da população negra;
III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital
e municipais;
IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade étnica;
V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das
ações afirmativas e o cumprimento das metas a serem estabelecidas.

Desse modo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

8. (CESPE/UNIPAMPA - 2013) As cotas raciais no serviço público, medida prevista no Estatuto da


Igualdade Racial, foram recentemente tema de audiência pública promovida pela Procuradoria Federal
dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal. Acerca desse assunto, julgue o item a seguir
Compete exclusivamente ao Estado definir se determinada população é ou não é negra.

Comentários

Quem define se determinada população é ou não negra é a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Vejamos o que dispõe o art. 1º, parágrafo único, IV, da Lei nº 12.288/10:

IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas,


conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga;

Portanto, a assertiva está incorreta.

Outras Bancas

9. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa correta, considerando as disposições da lei federal nº


12.288, de 20/07/2010 que institui o Estatuto da Igualdade Racial.
a) O Poder Legislativo federal elaborará plano nacional de promoção da igualdade racial contendo as metas,
princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR).
b) A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e acompanhamento da Política Nacional de
Promoção da Igualdade Racial (PNPIR), bem como a organização, articulação e coordenação do Sistema
Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), serão efetivados pelo órgão responsável pela política de
promoção da igualdade étnica em âmbito nacional.

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c) É o Poder Legislativo federal autorizado a instituir fórum intergovernamental de promoção da igualdade


étnica, a ser coordenado pelo órgão responsável pelas políticas educacionais gerais, com o objetivo de
implementar estratégias que visem à incorporação da política nacional de promoção da igualdade étnica nas
ações governamentais de Estados e Municípios.
d) As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção da igualdade étnica serão elaboradas por órgão
colegiado, independentemente de participação da sociedade civil.
e) Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais, no âmbito das respectivas esferas de competência,
poderão instituir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter provisório e deliberativo,
compostos exclusivamente por representantes de órgãos e entidades públicas.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 49, caput, da Lei nº 12.288/10, o plano nacional de
promoção da igualdade racial será elaborado pelo Poder Executivo federal, e não pelo Poder Legislativo
federal.

Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional de promoção da igualdade
racial contendo as metas, princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional
de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR).

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o §1º, do art. 49, da referida Lei:

§ 1o A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e acompanhamento da PNPIR,


bem como a organização, articulação e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo
órgão responsável pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional.

A alternativa C está incorreta. Vejamos o que dispõe o §2º, do art. 49, do Estatuto da Igualdade Racial:

§ 2o É o Poder Executivo federal autorizado a instituir fórum intergovernamental de


promoção da igualdade étnica, a ser coordenado pelo órgão responsável pelas políticas de
promoção da igualdade étnica, com o objetivo de implementar estratégias que visem à
incorporação da política nacional de promoção da igualdade étnica nas ações
governamentais de Estados e Municípios.

A alternativa D está incorreta. Nos termos do art. 49, §3º, da Lei nº 12.288/10, as diretrizes serão elaboradas
por órgão colegiado que assegure a participação da sociedade civil.

§ 3o As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção da igualdade étnica serão


elaboradas por órgão colegiado que assegure a participação da sociedade civil.

A alternativa E está incorreta. Com base no art. 50, da referida Lei, os Poderes Executivos poderão instituir
conselhos de caráter permanente e consultivo, compostos por igual número de representantes de órgãos e
entidades públicas e de organizações da sociedade civil representativas da população negra.

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Art. 50. Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais, no âmbito das respectivas
esferas de competência, poderão instituir conselhos de promoção da igualdade étnica, de
caráter permanente e consultivo, compostos por igual número de representantes de
órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil representativas da
população negra.

10. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre as previsões da Lei Federal n° 12.288, de
20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, quanto à educação.
a) Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos responsáveis pela educação determinarão a
participação de intelectuais e representantes do movimento negro para debater com os estudantes suas
vivências relativas ao tema em comemoração.
b) Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à pesquisa e à pós-graduação deverão criar incentivos
a pesquisas e a programas de estudo voltados para temas referentes às relações étnicas, aos quilombos e às
questões pertinentes à população negra.
c) O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos competentes, obrigará as instituições de ensino superior
públicas e privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a resguardar os princípios da ética em pesquisa e
apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas de pós-graduação que desenvolvam
temáticas de interesse da população negra.
d) Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no âmbito de todo o
currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico, político e
cultural do País.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o §3º, do art. 11, do Estatuto da Igualdade Racial, nas datas
comemorativas de caráter cívico, os órgãos responsáveis pela educação incentivarão a participação de
intelectuais e representantes do movimento negro para debater com os estudantes suas vivências relativas
ao tema em comemoração.

A alternativa B está incorreta. Com base no art. 12, da Lei nº 12.288/10, os órgãos federais, distritais e
estaduais de fomento à pesquisa e à pós-graduação poderão criar incentivos a pesquisas e a programas de
estudo voltados para temas referentes às relações étnicas, aos quilombos e às questões pertinentes à
população negra.

A alternativa C está incorreta. Vejamos o que estabelece o art. 13, da referida Lei:

Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos competentes, incentivará as
instituições de ensino superior públicas e privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a:

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o §1º, do art. 11, do Estatuto da
Igualdade Racial:

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§ 1o Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no


âmbito de todo o currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o
desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País.

11. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa INCORRETA sobre os objetivos do Sistema Nacional de
Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), considerando as disposições da lei federal nº 12.288, de
20/07/2010 que institui o Estatuto da Igualdade Racial.
a) Promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades sociais resultantes do racismo, inclusive
mediante adoção de ações afirmativas.
b) Formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a integração social
da população negra.
c) Centralizar a implementação de ações afirmativas no nível federal.
d) Articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade étnica.
e) Garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das ações afirmativas e o
cumprimento das metas a serem estabelecidas.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 48, do Estatuto da Igualdade Racial. Vejamos:

Art. 48. São objetivos do Sinapir:

I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades sociais resultantes do


racismo, inclusive mediante adoção de ações afirmativas;

II - formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a


integração social da população negra;

III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital


e municipais;

IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade étnica;

V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das
ações afirmativas e o cumprimento das metas a serem estabelecidas.

Conforme se nota, centralizar a implementação de ações afirmativas no nível federal não é um dos objetivos
da Sinapir. Portanto, a alternativa C é incorreta e gabarito da questão.

12. (CPCON/UEPB - 2017) Com relação à Lei nº 12.288/10 (Estatuto da Igualdade Racial), atente às
assertivas abaixo e em seguida responda ao que se pede.

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I- Discriminação racial ou étnico-racial compreende-se como toda distinção, exclusão, restrição ou


preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular
ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e
liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da
vida pública ou privada.
II- A centralização para a implementação das ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital e
municipais constitui um dos objetivos do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
III- Como população negra deve-se compreender o conjunto de pessoas que adotam auto definição preta ou
parda para efeitos de fruição dos programas sociais estatuídos pela administração direta.
Está CORRETO o que se afirma
a) apenas na afirmativa III.
b) em todas as afirmativas.
c) apenas nas afirmativas I e III.
d) apenas na afirmativa I.
e) apenas na afirmativa II.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens.

O item I está correto, nos termos do art. 1º, parágrafo único, I, da Lei nº 12.288/10:

Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:

I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência


baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto
anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de
direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada;

O item II está incorreto. Ao contrário do que se afirma, vejamos o que dispõe o art. 48, III, da referida Lei:

Art. 48. São objetivos do Sinapir:

III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital


e municipais;

O item III está incorreto. De acordo com o art. 1º, parágrafo único, IV, do Estatuto da Igualdade Racial,
considera-se população negra o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o
quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam
auto definição análoga.

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Assim, a alternativa D é correta e gabarito da questão.

13. (PR-4 UFRJ/UFRJ - 2017) Muitas vezes os jovens nas instituições escolares são reduzidos a
estereótipos que são construídos em relação a ele e que podem promover conflitos entre estes e o mundo
adulto, representado por direção, professores e funcionários da escola, bem como entre os próprios
jovens. Quando os indivíduos são reduzidos aos estereótipos, a sociedade constrói teorias ou ideologias
para explicar essa diferença e justificar a discriminação. Fixa-se uma imagem social do outro que ao
ressaltar a diferença o transforma em problema social que assusta e incomoda. Isto acaba por justificar
agressões e desrespeito ao outro.
É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão
brasileiro o seu direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas,
empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e
culturais. Para isso, há leis e estatutos que asseguram estes direitos.
O Estatuto da Igualdade Racial (Lei n° 12.288/2010) é destinado a garantir à população negra a efetivação da
igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à
discriminação e às demais formas de intolerância étnica. Marque a opção que está em DESACORDO com o
que este Estatuto considera
a) Discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça,
cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento,
gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos
político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada.
b) Desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e
oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou
étnica.
c) Desigualdade de gênero e raça: simetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social
entre mulheres negras e os demais segmentos sociais.
d) Políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas
atribuições institucionais.
e) Ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para
a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 1º, do Estatuto da Igualdade Racial:

Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população
negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais,
coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.

Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:

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I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência


baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto
anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de
direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada;

II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de


bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor,
descendência ou origem nacional ou étnica;

III - desigualdade de gênero e raça: ASSIMETRIA existente no âmbito da sociedade que


acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais;

IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas,


conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), ou que adotam auto definição análoga;

V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no


cumprimento de suas atribuições institucionais;

VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela


iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade
de oportunidades.

Conforme se nota, considera-se desigualdade de gênero e raça a assimetria existente no âmbito da sociedade
que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. Desse modo, a
alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão.

14. (MPE/SP - 2012) Julgue o item a seguir.


O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da
igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à
discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera Desigualdade racial: toda situação
justificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e
privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.

Comentários

A assertiva está incorreta. O artigo 1º, § único, inciso II, do Estatuto da Igualdade Racial diz que a situação
de diferenciação deve ser injustificada para gerar desigualdade racial.

II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de


bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor,
descendência ou origem nacional ou étnica;

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15. (MPE-SP - 2012) Julgue o item a seguir.


O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da
igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à
discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera Discriminação racial ou étnico-racial: toda
distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou
étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de
condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural
ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada.

Comentários

A assertiva está correta, uma vez que de acordo com o art. 1º, § único, inciso I, do Estatuto.

Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação
da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à
discriminação e às demais formas de intolerância étnica.

Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:

I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência


baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto
anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de
direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada;

16. (MPE-SP - 2012) Julgue o item a seguir.


O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da
igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à
discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera População negra: o conjunto de pessoas
que se autodeclaram não brancas, conforme o quesito cor ou raça usado pelos órgãos oficiais de estatística.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois a população negra precisa se autodeclarar preta ou parda ou auto definição
análoga. Vejamos o inciso IV, do mesmo artigo já citado.

IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas,


conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga;

17. (MPE-SP - 2012) Julgue o item a seguir.


O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da
igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à

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discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera Ações afirmativas: os programas


incentivados pelo Estado e pela iniciativa privada para a conscientização das desigualdades raciais e para a
promoção dos direitos humanos.

Comentários

A assertiva está incorreta. As ações afirmativas não têm como fim conscientizar das desigualdades raciais,
mas efetivamente corrigi-las por meio da promoção da igualdade de oportunidades. Vejamos o inciso VI, do
art. 1º, § único.

VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela


iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade
de oportunidades.

18. (UFPR/DPE-PR - 2014) Em relação ao racismo e à discriminação racial, o Sistema Internacional de


Direitos Humanos desenvolveu normas e órgãos de supervisão e controle, tendo em vista a erradicação
definitiva desse mal. Sobre o tema, julgue o item a seguir.
O Estado-parte pode ser responsabilizado internacionalmente por ato racista ou discriminatório praticado
por particular, caso comprovada sua omissão em adotar as medidas estabelecidas no artigo II da Convenção
Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial.

Comentários

A assertiva está correta. Entre outros mecanismos fiscalização previstos na Convenção destacam-se as
comunicações interestatais e as petições individuais, que poderão ser utilizadas para responsabilizar o
estado internacionalmente.

19. (FESMIP-BA/MPE-BA - 2011) A Lei 12.288/10, que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial, trouxe,
no seu artigo primeiro, conceitos acerca de discriminação racial ou étnico-racial, desigualdade racial,
população negra, políticas públicas e ações afirmativas para efeito do mencionado Estatuto. Analise os
itens I, II, III, IV e V abaixo.
I. ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados somente pelo Estado para a correção das
desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.
II. políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado e pela iniciativa privada no
cumprimento de suas atribuições institucionais.
III. população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou
raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição
análoga.
IV. desigualdade racial: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre
mulheres negras e os demais segmentos sociais.

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V. discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça,
cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento,
gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos
político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada.
Escolha a alternativa que contempla dois itens que tratam dos conceitos que, na forma do indicado artigo
de lei, tratam de discriminação racial ou étnico-racial, desigualdade racial, população negra, políticas públicas
e ações afirmativas para efeito do mencionado Estatuto.
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e V.
e) IV e V.

Comentários

A questão traz um conjunto de requisitos e pede para que sejam assinalados dois deles, que tratem de
discriminação racial, étnico-racial, desigualdade racial, população negra, políticas públicas e ações
afirmativas.

O item I está incorreto. Ao trazer o conceito de ações afirmativas notem que há menção de que constituem
ações especiais a serem adotadas “somente” pelo Estado. Conforme declinado no art. 1º, VI, do EIR, as ações
afirmativas serão adotadas pelo Estado e pela iniciativa privada.

O item II, do mesmo modo, está incorreto. O conceito de políticas públicas não inclui ações, inciativas ou
programas adotados pela iniciativa privada, conforme o art. 1º, V, do Estatuto.

O item III está correto, pois reproduz o conceito de população negra corretamente:

POPULAÇÃO
 Conjunto de pessoas que se declaram negas ou pardas segundo o IBGE.
NEGRA

O item IV está incorreto, pois ao tratar do conceito de desigualdade racial a questão confunde com o conceito
de desigualdade de gênero e de raça. Vejamos ambos:

 Ocorrerá quando for identificado diferenciação injustificada no acesso e fruição


DESIGUALDADE RACIAL
de bens, serviços e oportunidade em razão de fatores étnicos ou de descendência.
DESIGUALDADE DE  Refere-se à constatação do fosso entre as mulheres negras e demais segmentos
GÊNERO E RAÇA da sociedade.

Por fim, o conceito de discriminação racial ou étnico-racial retratado no item V está correto:

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 Constitui toda forma de distinção baseada em fatores étnicos ou de


DISCRIMINAÇÃO RACIAL OU
descendência que impliquem na anulação ou restrição dos seus direitos
ÉTNICO-RACIAL
humanos.

Desse modo, como apenas os itens III e V estão corretos, a alternativa D é a correta e gabarito da questão.

20. (ESAF/MPOG - 2012) A Lei n. 12.288, de 20 de julho de 2010, instituiu o Estatuto da Igualdade Racial.
Ela se destina a garantir a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos
individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.
a) Lei se refere especificamente à população negra.
b) A Lei não especifica raça ou etnia, visando a combater todo tipo de discriminação.
c) A Lei é de difícil aplicação porque não define discriminação racial ou étnico-racial.
d) A Lei representa o coroamento das lutas contra o racismo e foi batizada como Lei Zumbi dos Palmares.
e) A Lei revoga o antigo Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), instituído por decreto-
lei do regime militar.

Comentários

Para responder à questão é importante conhecer o art 1º do EIR:

Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população
negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais,
coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.

Nota-se, portanto, que o EIR destina-se a proteger a população negra, conferindo-lhes igualdade de
oportunidades, defesa dos direitos étnicos e o combate à discriminação e intolerância étnica.

Portanto, a alternativa A é a correta e gabarito da questão.

21. (AOCP/FCP - 2014) De acordo com a Lei nº 12.288/2010, artigo 3º, além das normas constitucionais
relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos sociais,
econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz política-jurídica a
I. discriminação racial, desigualdade de gênero e raça e direitos étnicos individuais.
II. inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, valorização da igualdade étnico-racial e fortalecimento
da identidade nacional brasileira.
III. participação efetiva da população negra em projetos contra a desigualdade, direitos étnicos coletivos e
Políticas Públicas voltadas para comunidades dos Quilombos.
É correto o que está contido em
a) I, apenas.

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b) I, II e III.
c) I e III, apenas.
d) II, apenas.
e) II e III, apenas.

Comentários

Vejamos o art. 3º do EIR:

Art. 3º Além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos
e garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da
Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de
desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da
identidade nacional brasileira.

Portanto, três são as diretrizes político-jurídica do Estatuto:

DIRETRIZ POLÍTICO-JURÍDICA DO ESTATUTO


• inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial
• valorização da igualdade étnica
• fortalecimento da identidade nacional brasileira

Logo, apenas o item II está correto, de forma que a alternativa D é a correta e gabarito da questão.

22. (AOCP/FCP - 2014) Com base na Lei nº 12.288/2010, sobre o Sistema Nacional de Promoção da
Igualdade Racial, no que se refere a sua organização e competência, é correto afirmar que a
responsabilidade de elaboração do plano nacional de promoção da igualdade racial pertence ao(à)
a) Poder Executivo Federal.
b) Poder Judiciário.
c) Ministério Público.
d) Secretaria da Cultura.
e) Poder Executivo Municipal.

Comentários

Para responder à questão devemos conhecer o art. 49 do EIR:

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Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional de promoção da igualdade
racial contendo as metas, princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional
de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR).

Logo, a alternativa A é a correta e gabarito da questão.

23. (COPS-UEL/PC-PR - 2015) Quantos aos crimes de racismo definidos na Lei nº 7.716/1989, assinale a
alternativa correta.
a) A incitação pública ao racismo constitui delito de incitação ao crime definido no Art. 286 do Código Penal,
não havendo na referida Lei disposição sobre tal conduta.
b) No caso de incitação ou induzimento ao preconceito racial praticado através da rede mundial de
computadores, poderá o juiz determinar a interdição da mensagem ou página de informação.
c) São crimes de ação penal pública condicionada, dependendo de representação da vítima para propositura
da ação penal.
d) A injúria qualificada pelo preconceito racial é crime definido na referida Lei, não se aplicando o crime de
injúria definido no Art. 140 do Código Penal.
e) Não constitui crime definido na referida Lei o empregador que, motivado pelo preconceito racial, não
conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições com os demais
trabalhadores.

Comentários

A questão cobra vários diplomas legais, contudo, a alternativa correta trata de assunto tratado em nossa
aula, por isso resolvemos trazer a questão e apontar apenas a alternativa correta.

A alternativa A está incorreta, pois o art. 20, caput, da Lei n. 7.716/89, trata do crime de incitação à
discriminação ou ao preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, com base no art. 20, § 3º, inciso III, da Lei 7.716, o
qual foi alterado pela Lei n. 12.288/10.

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional.

§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público


ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:

III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede mundial de


computadores.

A alternativa C está incorreta porque se trata de ação penal pública incondicionada.

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A alternativa D está incorreta, com base no art. 140, do Código Penal, também alterado pela Lei 9.459.

§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião


ou origem:

Pena: reclusão de um a três anos e multa.

A alternativa E está incorreta. Segundo o art. 4º, § 1º, I, da Lei n. 7.716/89:

Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.

Pena: reclusão de dois a cinco anos.

§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou


práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica:

I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de


condições com os demais trabalhadores;

24. (IBFC/PC-SE - 2014) A Lei n° 7.716/89 pune criminalmente algumas formas de preconceito e
discriminação praticados contra a pessoa humana. NÃO serão punidos criminalmente por esta lei o
preconceito e a discriminação decorrente de:
a) Religião.
b) Procedência nacional.
c) Etnia.
d) Orientação sexual.

Comentários

A questão requer o conhecimento do art. 1º, da Lei 7.716, o qual foi alterado pela Lei 9.459.

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou


preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Assim, não será considerada como crime de preconceito a discriminação decorrente de orientação sexual,
por não estar previsto no artigo citado.

Desta forma, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

25. (FUNDATEC/IGP-RS - 2017) De acordo com a Lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial),
“toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional

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ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de
condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada” corresponde ao conceito de:
a) Desigualdade racial.
b) Desigualdade de gênero.
c) Discriminação racial.
d) Discriminação de gênero.
e) Descriminalização racial.

Comentários

De acordo com o art. 1º, parágrafo único, I, da Lei nº 12.228/10, a questão trata do conceito de discriminação
racial. Vejamos:

Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:

I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência


baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto
anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de
direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada;

Dessa forma, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

26. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre o que devem ser consideradas ações
afirmativas de acordo com a Lei Federal nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da
Igualdade Racial.
a) As políticas de tratamento absolutamente igualitário dos cidadãos.
b) Os programas e as medidas especiais adotados exclusivamente pelo Estado para a proibição das
desigualdades de oportunidades.
c) Os programas e as medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das
desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.
d) As campanhas da iniciativa privada para obtenção de vantagens pela diminuição dos tratamentos
desiguais.

Comentários

Ações afirmativas são os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para
a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. É o que dispõe o art.
art. 1º, parágrafo único, VI, do Estatuto da Igualdade Racial:

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Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:

VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela


iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade
de oportunidades.

Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

27. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa INCORRETA sobre a prática da capoeira de acordo com
a Lei Federal n° 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial.
a) O poder público garantirá o registro e a proteção da capoeira, em todas as suas modalidades, como bem
de natureza imaterial e de formação da identidade cultural brasileira.
b) O poder público buscará garantir, por meio dos atos normativos necessários, a preservação dos elementos
formadores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais.
c) A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional.
d) É obrigatório o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres
tradicionais, pública e formalmente reconhecidos.

Comentários

A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 20, do Estatuto da Igualdade Racial:

Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da capoeira, em todas as suas
modalidades, como bem de natureza imaterial e de formação da identidade cultural
brasileira, nos termos do art. 216 da Constituição Federal.

A alternativa B está correta, com base no parágrafo único, do art. 20, da Lei nº 12.288/10:

Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio dos atos normativos
necessários, a preservação dos elementos formadores tradicionais da capoeira nas suas
relações internacionais.

A alternativa C está correta, pois é o que dispõe o art. 22, caput, da referida Lei:

Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional, nos termos do art.
217 da Constituição Federal.

A alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 22, §2º, do Estatuto da
Igualdade Racial, é facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e
mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos.

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28. (IBFC/AGERBA - 2017) Considerando as disposições da lei federal nº 12.288, de 20/07/2010 que
institui o Estatuto da Igualdade Racial, assinale a alternativa correta sobre o significado da sigla SINAPIR.
a) Serviço de Integração e Autopromoção Racial.
b) Serviço Nacional de Apoio às Práticas de Integração Racial.
c) Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
d) Sistema Nacional de Promoção da Integração Racial.
e) Sindicato Nacional de Participação Racial.

Comentários

O art. 47, da Lei nº 12.288/10, estabelece que SINAPIR significa Sistema Nacional de Promoção da Igualdade
Racial:

Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) como
forma de organização e de articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas
e serviços destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, prestados pelo
poder público federal.

Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

29. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta de acordo com as previsões expressas da Lei
Federal n° 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de
cor.
a) É crime impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração
Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos
b) É contravenção penal impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo
da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos
c) É mero ilícito administrativo impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer
cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos
d) É mero ilícito civil impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da
Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente
habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços
públicos, é crime apenado com reclusão de dois a cinco anos. Vejamos o que dispõe o art. 3º, da Lei nº
7.716/89:

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Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo


da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional.

Pena: reclusão de dois a cinco anos.

30. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a pena aplicável no caso de alguém
recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente
ou comprador de acordo com as previsões expressas da Lei Federal nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que
define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
a) Detenção de um a quatro anos
b) Reclusão de um a três anos
c) Detenção de dois a cinco anos
d) Reclusão de dois a seis anos

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 5º, da Lei nº 7.716/89:

Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir,


atender ou receber cliente ou comprador.

Pena: reclusão de um a três anos.

31. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a pena aplicável no caso de alguém
recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou
privado de qualquer grau de acordo com as previsões expressas da Lei Federal nº 7.716, de 5 de janeiro de
1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
a) Detenção de dois a quatro anos
b) Reclusão de três a cinco anos
c) Detenção de um a cinco anos
d) Reclusão de dois a cinco anos

Comentários

Primeiramente, lembre-se que não há pena de detenção nos crimes resultantes de preconceito de raça ou
de cor. Além disso, vejamos o que dispõe o art. 6º, da Lei nº 7.716/89:

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Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de


ensino público ou privado de qualquer grau.

Pena: reclusão de três a cinco anos.

Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

32. (CONSULPLAN/TRF-2ªR - 2017) Nos crimes previstos na Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 – que
define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor –, constitui efeito da condenação a perda do
cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento
particular envolvido por prazo não superior a:
a) 1 mês.
b) 1 ano.
c) 6 meses.
d) 3 meses.

Comentários

Para responder essa questão, exige-se o conhecimento do art. 16, da Lei nº 7.716/89. Vejamos:

Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor
público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não
superior a três meses.

Assim, a alternativa D é correta e gabarito da questão.

33. (IBFC/EMBASA - 2015) Assinale a alternativa correta considerando as disposições da lei federal n°
12.288, de 20/07/2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial.
a) É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de matrizes africanas internados em
hospitais ou em outras instituições de internação coletiva, excluídos os casos de pena privativa de liberdade.
b) Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados por meio de
componente curricular específico, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social,
econômico, político e cultural do País.
c) É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas formados em
educação física.
d) Para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da população negra no campo, o poder
público promoverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrícola.

Comentários

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A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 25, da Lei nº 12.288/10, é assegurada a assistência
religiosa aos praticantes de religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em outras instituições
de internação coletiva, inclusive àqueles submetidos a pena privativa de liberdade.

A alternativa B está incorreta. O §1º, do art. 11, da referida Lei, estabelece que os conteúdos referentes à
história da população negra no Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, resgatando
sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País.

A alternativa C está incorreta. Com base no §2º, do art. 22, do Estatuto da Igualdade Racial, é facultado o
ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e
formalmente reconhecidos.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 28, da Lei nº 12.288/10:

Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da população negra
no campo, o poder público promoverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao
financiamento agrícola.

34. (FAURGS/BANRISUL - 2018) Para efeito do Estatuto da Igualdade Racial, instituído pela Lei Federal
nº 12.288, de 20 de julho de 2010, desigualdade racial é
a) a assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre as mulheres negras e
os demais segmentos sociais.
b) a restrição à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz
africana.
c) a distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou
étnica.
d) a situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades em virtude
de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.
e) a restrição ao exercício de direitos no campo político em razão da cor.

Comentários

O art. 1º, parágrafo único, II, da Lei nº 12.288/10, prevê o conceito de desigualdade racial. Vejamos:

II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de


bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor,
descendência ou origem nacional ou étnica;

Portanto, a alternativa D é correta e gabarito da questão.

35. (UFPel-CES/UFPEL - 2016) O Estatuto da Igualdade Racial através da Lei Nº 12.288, de 20 de julho
de 2010, em seu Art. 1º, Parágrafo Único, considera ações afirmativas,

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a) o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pelo
IBGE, ou que adotam autodefinição análoga.
b) a participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na vida econômica, social,
política e cultural do país.
c) os programas e medidas especiais adotadas pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das
desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.
d) medidas para combater a assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre
mulheres negras e os demais segmentos sociais.
e) as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais
no combate à discriminação de gênero e de raça.

Comentários

O parágrafo único, VI, do art. 1º, da Lei nº 12.288/10, traz o conceito de ações afirmativas:

VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela


iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade
de oportunidades.

Dessa forma, a alternativa C é correta e gabarito da questão.

A alternativa A está incorreta, pois trata conceito de população negra (art. 1º, Parágrafo único, IV).

A alternativa B está incorreta, pois trás, apenas, a disposição do caput do art. 4º, do Estatuto, e não a
definição de desigualdade social.

A alternativa D está incorreta, pois trata da definição de desigualdade de gênero e raça (art. 1º, Parágrafo
único, III).

E a alternativa E está incorreta, pois trata do conceito de políticas públicas (art. 1º, Parágrafo único, V).

36. (IBFC/EMBASA - 2015) Considerando as disposições da lei federal n° 12.288, de 20/07/2010, que
institui o Estatuto da Igualdade Racial, assinale a alternativa correta sobre o que a referida lei considera
de forma precisa, desigualdade racial.
a) Assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os
demais segmentos sociais.
b) Toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas
esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.
c) Toda distinção baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto
anular exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos.

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d) Toda exclusão ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha
por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos
humanos e liberdades fundamentais.

Comentários

A alternativa B é correta e gabarito da questão, conforme prevê o art. 1º, parágrafo único, II, do Estatuto da
Igualdade Racial:

II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de


bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor,
descendência ou origem nacional ou étnica;

A alternativa A está incorreta, pois traz o conceito de desigualdade de gênero e raça.

As alternativas C e D estão incorretas, pois trazem o conceito de discriminação racial.

37. (IDECAN/Prefeitura de Natal-RN - 2016) De acordo com a Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010 –
Estatuto da Igualdade Racial, o direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos
religiosos de matriz africana NÃO compreende:
a) A produção e a divulgação de publicações relacionadas ao exercício e à difusão das religiões de matriz
africana.
b) A fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de instituições beneficentes ligadas às respectivas
convicções religiosas.
c) A prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à religiosidade e a fundação e manutenção, por
iniciativa pública, de lugares reservados para tais fins.
d) A comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes e práticas de
intolerância religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 24, do Estatuto da Igualdade Racial. Vejamos:

Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos
religiosos de matriz africana compreende:
I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à religiosidade e a fundação e
manutenção, por iniciativa privada, de lugares reservados para tais fins; (ALTERNATIVA C)
II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com preceitos das respectivas
religiões;
III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de instituições beneficentes ligadas
às respectivas convicções religiosas; (ALTERNATIVA B)

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IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de artigos e materiais religiosos


adequados aos costumes e às práticas fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as
condutas vedadas por legislação específica;
V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao exercício e à difusão das
religiões de matriz africana; (ALTERNATIVA A)
VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais e jurídicas de natureza privada
para a manutenção das atividades religiosas e sociais das respectivas religiões;
VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para divulgação das respectivas
religiões;
VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes
e práticas de intolerância religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais.
(ALTERNATIVA D)

Conforme se nota, a alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão, por dizer que a inciativa é pública.

38. (FAURGS/BANRISUL - 2018) O Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010) instituiu, como
forma de organização e articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços
destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no país:
a) a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.
b) o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
c) os Juizados Especiais Criminais.
d) o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador.
e) o Ministério dos Direitos Humanos.

Comentários

De acordo com o art. 47, da Lei nº 12.288/10, é instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade
Racial como forma de organização e de articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e
serviços destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, prestados pelo poder público
federal.

Portanto, a alternativa B é correta e gabarito da questão.

39. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Entende-se por ações afirmativas os programas e medidas especiais
adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção
da igualdade de oportunidades. A Lei n. 12.288/10 (Estatuto da Igualdade Racial), para garantir a
participação da população negra em condições de igualdade de oportunidades, dentre algumas medidas,
prioriza a implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das

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desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho,
moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à Justiça, e outros.

Comentários

A assertiva está correta, pois é o que dispõe o art. 4º, VII, do Estatuto da Igualdade Racial:

Art. 4o A participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na


vida econômica, social, política e cultural do País será promovida, prioritariamente, por
meio de:
VII - implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das
desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança,
trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à
terra, à Justiça, e outros.

40. (IDECAN/Prefeitura de Natal-RN - 2016) Sobre o tratamento que a Lei nº 12.288, de 20 de julho de
2010 – Estatuto da Igualdade Racial dá ao esporte e lazer, analise as afirmativas.
I. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional, nos termos do Art. 217 da Constituição
Federal.
II. A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira se manifesta,
seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território nacional.
III. É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres
tradicionais, pública e formalmente reconhecidos.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 22, da Lei nº 12.288/10. Visto isso, vamos analisar cada um dos itens.

O item I está correto, pois é o que dispõe o art. 22, caput:

Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional, nos termos do art.
217 da Constituição Federal.

O item II está correto, conforme prevê o §1º:

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§ 1o A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as modalidades em que a


capoeira se manifesta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício
em todo o território nacional.

O item III está correta, nos termos do §2º:

§ 2o É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas


e mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos.

Assim, a alternativa A é correta e gabarito da questão.

41. (IESES/BAHIAGÁS - 2016) A Lei n.º 12.288, de 20 de julho de 2010, instituiu o Estatuto da Igualdade
Racial, que objetiva garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos
direitos étnicos individuais, coletivos e difusos, e o combate à discriminação e às demais formas de
intolerância, conforme dispõe o caput do artigo 1º do diploma legal em análise. Considerando os termos
da lei e a mens lege, assinale a afirmação INCORRETA.
a) O Brasil, no tocante à inclusão da população negra no mercado, tem por fundamento legal a CF, a Lei
12.288/2010, os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção Internacional sobre a
eliminação de todas as formas de Discriminação Racial e todos os compromissos assumidos pelo Brasil
perante a comunidade internacional.
b) O Estatuto da Igualdade Racial ao tratar da Cultura busca preservar as tradições remanescentes dos
quilombos e o registro e proteção da capoeira, como bem de natureza imaterial e da formação da identidade
cultural brasileira.
c) O Estatuto da Igualdade Racial tem por objetivo único evitar a discriminação racial e o bulling social.
d) O Estado tem o dever de garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a qualquer cidadão
brasileiro, independente da etnia ou cor da pele, o pleno direito de participação na comunidade, em todas
as suas vertentes.
e) A lei 12288/2010, no que trata do direito à saúde, garante tratamento igualitário da população negra,
também no que diz respeito aos seguros privados de saúde.

Comentários

A alternativa A está correta, com base no art. 38, I, II e IV, do Estatuto da Igualdade Racial:

Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a inclusão da população negra no


mercado de trabalho será de responsabilidade do poder público, observando-se:
I - o instituído neste Estatuto;
II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção Internacional sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, de 1965;

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IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo Brasil perante a comunidade


internacional.

A alternativa B está correta, nos termos dos arts. 18 e 20, da Estatuto da Igualdade Racial:

Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos quilombos o direito à
preservação de seus usos, costumes, tradições e manifestos religiosos, sob a proteção do
Estado.
Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da capoeira, em todas as suas
modalidades, como bem de natureza imaterial e de formação da identidade cultural
brasileira, nos termos do art. 216 da Constituição Federal.

A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 1º, a Lei nº 12.288/10 é
destinada a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos
étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.

A alternativa D está correta, conforme prevê o art. 2º, da referida Lei:

Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades,


reconhecendo a todo cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da pele, o
direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas,
empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus
valores religiosos e culturais.

A alternativa E está correta, com base no §2º, do art. 6º, da Lei nº 12.288/10:

§ 2o O poder público garantirá que o segmento da população negra vinculado aos seguros
privados de saúde seja tratado sem discriminação.

42. (CETRO/FCP - 2014) De acordo com a Lei nº 12.288/2010, artigo 3º, além das normas constitucionais
relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos sociais,
econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz política-jurídica a:
I. discriminação racial, desigualdade de gênero e raça e direitos étnicos individuais.
II. inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, valorização da igualdade étnico-racial e fortalecimento
da identidade nacional brasileira.
III. participação efetiva da população negra em projetos contra a desigualdade, direitos étnicos coletivos e
Políticas Públicas voltadas para comunidades dos Quilombos.
É correto o que está contido em :
a) I, apenas.
b) I, II e III.

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c) I e III, apenas.
d) II, apenas.
e) II e III, apenas.

Comentários

Vejamos o que dispõe o art. 3º, do Estatuto da Igualdade Racial:

Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos
e garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da
Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de
desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da
identidade nacional brasileira.

Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

43. (IF-PB/IF-PB - 2015) De acordo com o artigo 56 da Lei nº 12.288, de 20 de julho 2010, no que se
refere à implementação dos programas e das ações constantes dos planos plurianuais e dos orçamentos
anuais da União, deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se refere o inciso VII do
artigo 4º desta Lei e outras políticas públicas que tenham como objetivo promover a igualdade de
oportunidades e a inclusão social da população negra, especialmente no que tange a:
I. Promoção da igualdade de oportunidades em educação, emprego e moradia.
II. Financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde e emprego, voltadas para a melhoria da
qualidade de vida da população negra.
III. Doações de empresas privadas e organizações não governamentais, nacionais ou internacionais.
IV. Incentivo à criação e à manutenção de microempresas administradas por pessoas autodeclaradas negras.
Está CORRETO o que se afirma apenas em:
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) I, II e IV.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 56, do Estatuto da Igualdade Racial. Vejamos:

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Art. 56. Na implementação dos programas e das ações constantes dos planos plurianuais
e dos orçamentos anuais da União, deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa
a que se refere o inciso VII do art. 4o desta Lei e outras políticas públicas que tenham como
objetivo promover a igualdade de oportunidades e a inclusão social da população negra,
especialmente no que tange a:
I - promoção da igualdade de oportunidades em educação, emprego e moradia;
II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde e emprego, voltadas para a
melhoria da qualidade de vida da população negra;
III - incentivo à criação de programas e veículos de comunicação destinados à divulgação
de matérias relacionadas aos interesses da população negra;
IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas administradas por pessoas
autodeclaradas negras;
V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das pessoas negras na educação
fundamental, média, técnica e superior;
VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais, distrital e municipais e de
entidades da sociedade civil voltados para a promoção da igualdade de oportunidades para
a população negra;
VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das tradições africanas e
brasileiras.

O item III estabelecido pela questão não faz parte do rol presente no art. 56. Portanto, a alternativa E está
correta e é o gabarito da questão.

44. (MPE-SP/MPE-SP - 2013) À vista das regras contidas no Estatuto da Igualdade Racial, assinale a
alternativa que contém afirmação INCORRETA.
a) O Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade
étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da identidade nacional brasileira.
b) Constitui meio de promover a participação da população negra, em condições de igualdade de
oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural do País a implementação de programas de ação
afirmativa destinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte
e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos,
acesso à terra, à Justiça e outros.
c) A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, organizada de acordo com as diretrizes
especificadas na Lei n.º 12.288/2010, é constituída de um conjunto de ações de saúde voltadas à população
negra.
d) Para o acesso da população negra à terra e às atividades produtivas no campo, caberá ao poder público
assegurar à população negra, dentre outras medidas, a assistência técnica rural, a simplificação do acesso ao
crédito agrícola e o fortalecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da produção.

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e) Para garantia de acesso da população negra à moradia, constitui diretriz a ser observada pelos agentes
financeiros, públicos ou privados, a promoção de ações para viabilizar seu acesso aos financiamentos
habitacionais, observando-se a previsão legal expressa de criação de linha especial e diferenciada de crédito
com juros inferiores aos praticados no mercado.

Comentários

Para a moradia não há a previsão de linhas especiais de financiamento público, mas apenas o que prevê o
art. 37, do Estatuto da Igualdade Racial:

Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados, promoverão ações para viabilizar o
acesso da população negra aos financiamentos habitacionais.

Portanto, a alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão.

A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 3º, da Lei nº 12.288/10:

Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos
e garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da
Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de
desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da
identidade nacional brasileira.

A alternativa B está correta, nos termos do art. 4º, VII, da referida Lei:

Art. 4o A participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na


vida econômica, social, política e cultural do País será promovida, prioritariamente, por
meio de:
VII - implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das
desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança,
trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à
terra, à Justiça, e outros.

A alternativa C está correta, com base no art. 7º, do Estatuto:

Art. 7o O conjunto de ações de saúde voltadas à população negra constitui a Política


Nacional de Saúde Integral da População Negra, organizada de acordo com as diretrizes
abaixo especificadas:
(...)

A alternativa D está correta, Vejamos o que dispõe os art. 27 ao 30, da Lei nº 12.288/10:

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Art. 27. O poder público elaborará e implementará políticas públicas capazes de promover
o acesso da população negra à terra e às atividades produtivas no campo.
Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da população negra
no campo, o poder público promoverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao
financiamento agrícola.
Art. 29. Serão assegurados à população negra a assistência técnica rural, a simplificação
do acesso ao crédito agrícola e o fortalecimento da infraestrutura de logística para a
comercialização da produção.

Art. 30. O poder público promoverá a educação e a orientação profissional agrícola para
os trabalhadores negros e as comunidades negras rurais.

45. (MPE-SP/MPE-SP - 2015) Para efeito da lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial),
considera-se discriminação racial ou étnico-racial, dentre outras ações, as seguintes:
I - A distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou
étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de
condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural
ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada.
II - A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da
autoestima.
III - A violência sexual, entendida como qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força.
IV - A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração,
destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e
direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.
V - A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
Está correto apenas o contido em:
a) I, II, III e V.
b) I e V.
c) I, II, III e IV.
d) I.
e) Todos os itens estão corretos.

Comentários

A Lei nº 12.288/10, estabelece no parágrafo único, I, do art. 1º, o conceito de discriminação racial ou étnico-
racial:

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I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência


baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto
anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de
direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada;

Desta forma, somente o item I está correto. Os demais itens se referem à violência doméstica e familiar
contra a mulher prevista na Lei nº 11.340/06.

Portanto, a alternativa D é correta e gabarito da questão.

46. (IDECAN/Prefeitura de Natal-RN - 2016) Considerando o que dispõe a Lei nº 12.288, de 20 de julho
de 2010 – Estatuto da Igualdade Racial, analise as seguintes definições para efeito do Estatuto.
I. Desigualdade racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência
ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício,
em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico,
social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada.
II. Discriminação racial ou étnico-racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de
bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou
origem nacional ou étnica.
III. Desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância
social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais.
IV. População negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou
raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição
análoga.
Estão corretas apenas as afirmativas
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) II, III e IV.

Comentários

A questão exige o conhecimento do parágrafo único, do art. 1º, da Lei nº 12.288/10. Visto isso, passemos à
análise de cada um dos itens.

O item I está incorreto, pois traz o conceito de discriminação racial ou étnico-racial, previsto no inc. I:

I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência


baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto

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anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de


direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada;

O item II está também está incorreto, pois traz o conceito de desigualdade racial, estabelecido no inc. II:

II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de


bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor,
descendência ou origem nacional ou étnica;

O item III está correto, conforme prevê o inc. III:

III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que


acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais;

O item IV está correto, com base no inc. IV:

IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas,


conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga;

Desse modo, a alternativa C é correta e gabarito da questão.

47. (IF-PB/IF-PB - 2015) A Lei n° 12.288, de 20 de julho de 2010, institui o Estatuto da Igualdade Racial,
destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos
étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância
étnica. No parágrafo único do artigo 1º, para efeito deste estatuto, considera-se:
( ) Discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça,
cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento,
gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos
político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada.
( ) Desigualdade racial: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre
mulheres negras e os demais segmentos sociais.
( ) Desigualdade de gênero e raça: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens,
serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem
nacional ou étnica.
( ) Políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas
atribuições institucionais.
( ) Ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para
a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.

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A sequência CORRETA para as assertivas acima é:


a) V, F, V, V, V.
b) V, F, F, F, V.
c) V, F, V, V, F.
d) V, F, V, F, V.
e) V, F, F, V, V.

Comentários

A questão cobra o conhecimento do art. 1º, parágrafo único, do Estatuto da Igualdade Racial. Visto isso,
vamos analisar cada uma das afirmativas.

A primeira afirmativa é verdadeira, nos termos do inc. I:

I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência


baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto
anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de
direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada;

A segunda afirmativa é falsa. De acordo com o inc. II, desigualdade racial é toda situação injustificada de
diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude
de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.

A terceira afirmativa também é falsa. Com base no inc. III, desigualdade de gênero e raça é a assimetria
existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais
segmentos sociais.

A quarta afirmativa é verdadeira, pois é o que dispõe o inc. V:

V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no


cumprimento de suas atribuições institucionais;

Por fim, a quinta afirmativa é verdadeira, segundo o inc. VI:

VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela


iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade
de oportunidades.

Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

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48. (FUNCAB/SEDS-TO - 2014) Com o intuito de garantir à população negra a igualdade de


oportunidades e a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos, foi criado o(a):
a) Padrão Nacional contra o Racismo.
b) Estatuto da Igualdade Racial.
c) Ação Afirmativa de Intolerância Étnica.
d) Norma de Procedimento e Conduta.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o que dispõe o art. 1º, caput, do Estatuto da
Igualdade Racial:

Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população
negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais,
coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.

49. (CESP/Câmara dos Deputados - 2014) Julgue o item que segue, relativo aos crimes contra as pessoas
com deficiência, aos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor e ao Estatuto da Igualdade Racial.
De acordo com o Estatuto da Igualdade Racial, o fato de um empregado de estabelecimento comercial
privado recusar atendimento a um cliente tão somente em razão de este ser negro amolda-se a desigualdade
racial e não a discriminação racial, pois caracteriza-se uma situação injustificada de acesso a serviço privado
em virtude de raça ou origem étnica.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois o caso em comento amolda-se ao conceito de discriminação racial ou étnico-
racial, conforme prevê o art. 1º, parágrafo único, I, da Lei nº 12.288/10:

I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência


baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto
anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de
direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada;

A desigualdade racial, diferentemente, vem definida no art. 1º, parágrafo único, II, da
mesma Lei. Confiram:
II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de
bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor,
descendência ou origem nacional ou étnica;

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50. (IBFC/SAEB-BA - 2015) Assinale a alternativa correta sobre as matérias indicadas expressamente na
Lei Federal n° 12.288, de 20 de julho de 2010 (Estatuto da Igualdade Racial) como sendo de estudo
obrigatório nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados.
a) Estudo dos problemas brasileiros e História geral da África.
b) História das populações indígenas no Brasil e História da população negra no Brasil.
c) História geral da África e História da população negra no Brasil.
d) História das populações indígenas no Brasil e História geral da África.
e) Estudo dos problemas brasileiros e História das populações indígenas no Brasil.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 11, do Estatuto da Igualdade Racial:

Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e


privados, é obrigatório o estudo da história geral da África e da história da população negra
no Brasil, observado o disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

Dessa forma, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

51. (FUNDATEC/PC-RS - 2018) O Estatuto da Igualdade Racial abarca questões tais como o livre
exercício dos cultos religiosos de matriz africana. Nesse sentido, pode-se afirmar que:
a) O combate a intolerância com as religiões de matrizes africanas exclui de seu âmbito de proteção os
mananciais a elas vinculadas.
b) A pena privativa de liberdade impede a assistência religiosa aos praticantes das religiões de matriz africana
que se encontram no cumprimento de tal pena
c) A celebração de reuniões relacionadas a religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada,
inclusive em lugares não reservados para tais fins.
d) É assegurada a possibilidade de criação de instituições beneficentes privadas ligas às convicções religiosas
derivadas dos cultos de matriz africanas.
e) Os representantes das religiões de matrizes africanas possuem assento paritário em relação às demais
religiões em conselhos públicos.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Dentro do âmbito de proteção dessas religiões incluem-se os documentos, as
obras e outros bens de valor artístico e cultural, bem como os monumentos, os mananciais, a flora e os sítios
arqueológicos vinculados a elas (art. 26, II, do Estatuto).

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A alternativa B está incorreta. A pena privativa de liberdade não impede a assistência religiosa aos
praticantes de tais religiões. É o que se depreende do art. 25, do Estatuto, parte final.

Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de matrizes


africanas internados em hospitais ou em outras instituições de internação coletiva,
inclusive àqueles submetidos a pena privativa de liberdade.

A alternativa C está incorreta. O Estatuto fala em “fundação e manutenção, por iniciativa privada, de lugares
reservados para tais fins” (art. 24, I) e não “inclusive não reservados para tais fins”, como diz a alternativa.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. De fato, é assegurada a possibilidade de criação de


instituições beneficentes privadas ligas às convicções religiosas derivadas dos cultos de matriz africanas.
Vejam o que dispõe o art. 24, III, do Estatuto:

Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos
religiosos de matriz africana compreende:
(...)
III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de instituições beneficentes ligadas
às respectivas convicções religiosas;

E a alternativa E está incorreta. O assento não é paritário, mas proporcional (art. 26, III). Confiram:

Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância
com as religiões de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente
com o objetivo de:
(...)
III - assegurar a participação proporcional de representantes das religiões de matrizes
africanas, ao lado da representação das demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos
e outras instâncias de deliberação vinculadas ao poder público.

52. (2019 / Instituto Excelência / CORE-MT – Fiscal)


Racismo
Preconceito racial e discriminação racial são duas coisas diferentes.
O preconceito é um sentimento, fruto de condicionamento cultural ou de uma deformação mental, mas
sempre incorrigível. Não se legisla sobre sentimentos, não se muda um hábito de pensamento ou uma
convicção herdada por decreto. Já a discriminação racial é o preconceito determinando atitudes, políticas,
oportunidades e direitos, o convívio social e o econômico. Não se pode coagir ninguém a gostar de quem
não gosta, mas qualquer sociedade democrática, para desmentir o nome, deve combater a discriminação
por todos os meios – inclusive a coação.
Não concordo com quem diz que uma política de cotas para negros no estudo superior é discriminação. É
coação, certo, mais para tentar corrigir um dos desequilíbrios que persistem na sociedade brasileira, o que

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reflete na educação a desigualdade de oportunidades de brancos e negros em todos os setores, mal


disfarçada pela velha conversa da harmonia racial tão nossa. As cotas seriam irrealistas? Melhor igualdade
artificial do que igualdade nenhuma.
Agora mesmo caíram em cima de quem disse – numa frase obviamente arrancada do contexto – que racismo
de negro contra branco é justificável. Nenhum racismo é justificável, mas o ressentimento dos negros é.
Construiu-se durante todos os anos em que a última nação do mundo a acabar com a escravatura continuou
na prática o que o tinha abolido no papel. Não se esperava que o preconceito acabasse com o decreto da
abolição, mas mais de 100 anos deveriam ter sido mais do que suficientes para que a discriminação
diminuísse. Não diminuiu.
Igualar racismo de negro com racismo de branco não resiste a um teste elementar. O negro pode dizer –
distinguindo com nitidez preconceito de discriminação – “Não precisa me amar, só me dê meus direitos”.
Qual a frase mais próxima disto que um branco poderia dizer, sem provocar risos? “Não precisa me amar, só
tenha paciência”? “Me ame, apesar de tudo”?. Pouco convincente.
É uma questão que vai e vem, como as marés. A velha oposição, na seleção brasileira, do time do povo e o
time do técnico. Quando as coisas vão bem (Brasil 4, Chile 0) não há discussão, quando as coisas vão mal
(Brasil ali ali, Gana 0) volta a questão. O povo quer os melhores sempre no time. Isto se repete há anos.
Mudam os técnicos, mudam os melhores, muda, em boa parte o povo, e a questão continua indo e vindo.
Como as marés.
Luis Fernando Veríssimo
Assinale a alternativa INCORRETA em relação às ideias do autor:
a) A cota para negros no Ensino Superior é uma forma velada de discriminação.
b) É dever da sociedade coagir as pessoas a discriminarem as outras.
c) O preconceito não acabou com o fim da Abolição da escravatura.
d) Preconceito racial e discriminação racial são duas coisas diferentes.
e) Nenhuma das alternativas.

Comentários

A alternativa A está correta. O autor entende que as cotas no ensino superior são uma forma de coação, a
qual é imposta artificialmente a fim de promover a igualdade social. Assim, é correto dizer que ele entende
que se trata de forma de discriminação, mas uma discriminação necessária. Não é discriminação racial, no
entanto, é discriminação socialmente justificada.

A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. O autor defende que a discriminação deve ser
combatida por todos os meios, inclusive com o uso de técnicas discriminatórias inversas a fim de igualar os
discriminados.

A alternativa C está correta. O autor afirma expressamente que a abolição da escravatura só extinguiu a
discriminação no papel, mas essa prática permaneceu na sociedade.

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A alternativa D está correta. De acordo com o autor, o preconceito é a própria formação mental da pessoa,
enquanto a discriminação é a manifestação desse preconceito em atitudes reais.

A alternativa E não deve ser assinalada, pois a alternativa B está incorreta.

53. (2010 / DPE-SP / Cientista Social) Segundo Oracy Nogueira, o preconceito racial pode ser distinguido
em preconceito racial de marca e preconceito racial de origem. O autor identifica diversas diferenças entre
ambos. A diferenciação está correta em:
a) onde o preconceito é de origem, a ideologia é, ao mesmo tempo, assimilacionista e miscigenacionista;
onde é de marca, ela é segregacionista e racista.
b) o preconceito de marca determina uma exclusão incondicional dos membros do grupo atingido; o
preconceito de origem determina uma preterição.
c) onde o preconceito é de origem, ele tende a ser mais intelectivo e estético; onde ele é de marca, tende a
ser mais emocional e mais integral no que tange à atribuição de inferioridade aos membros do grupo
discriminado.
d) onde o preconceito é de origem, a consciência da discriminação tende a ser intermitente; onde é de marca,
tende a ser contínua.
e) onde o preconceito é de marca, a reação tende a ser individual; onde é de origem, a reação tende a ser
coletiva, pelo reforço da solidariedade grupal.

Comentários

De acordo com a autora Oracy Nogueira, o preconceito de marca é o que ocorre em razão de traços físicos
da pessoa vulnerável. Já o preconceito de origem é o que decorre de uma suposição, por exemplo, a
suposição de que se algo deu errado é porque foi uma pessoa vulnerável que ocasionou o fato. O preconceito
de marca se manifesta de forma individual, a partir de relações pessoais, mas o preconceito de origem ocorre
como resultado de interpretações grupais e constitui forma de manutenção da solidariedade. Assim, a
alternativa E é correta e é o gabarito da questão.

54. (2021 / SEED-PR / Professor de Sociologia) Com relação às variadas formas de desigualdade social
que se reproduzem até hoje na história do Brasil, assinale a opção correta.
a) A abolição do sistema escravocrata no Brasil não eliminou a desigualdade social entre brancos e negros
estruturada desde o período escravocrata e, em alguns contextos, até a aprofundou.
b) A precarização do trabalho é um fenômeno decorrente da globalização e não é importante para explicar
desigualdades sociais no Brasil.
c) A desigualdade de gênero é um fenômeno historicamente ausente na estrutura social brasileira.
d) As desigualdades regionais no Brasil não refletem as etapas históricas pelas quais o país passou.
e) A desigualdade de renda no Brasil não é influenciada por fatores como raça, região e gênero.

Comentários

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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A abolição da escravatura, de certa forma, promoveu
a completa separação entre os grupos negros e os brancos, aprofundando a desigualdade social.

A alternativa B está incorreta. A precarização do trabalho pode ser considerada forma de racismo estrutural
que afeta particularmente os grupos vulneráveis.

A alternativa C está incorreta. Pelo contrário, é fenômeno típico da sociedade brasileira.

A alternativa D está incorreta. Há correlação entre as etapas históricas da sociedade brasileira e as


desigualdades regionais. Basta pensar na situação do êxodo rural nordestino para a região Sudeste, a qual
promoveu ampla desigualdade entre as duas regiões.

A alternativa E está incorreta. Há uma correlação direta entre esses elementos. A interseccionalidade de
vulnerabilidades gera situação de desempoderamento inclusive financeiro.

55. (2013 / PC-GO / Agente de Polícia) É um conjunto de pessoas com características especiais, em
decorrência das quais podem tornar-se mais suscetíveis à violação de direitos. Ex: mulheres, crianças e
adolescentes, idosos, homossexuais, pessoas com deficiência física ou sofrimento mental. Tal enunciado
refere-se a
a) minorias.
b) excluídos.
c) grupos vulneráveis.
d) sociedades anônimas.

Comentários

O conceito que melhor descreve essas pessoas sujeitas a certas vulnerabilidades sociais é o de grupo
vulnerável. Não se trata de minorias, pois, no caso das mulheres, por exemplo, se trata de metade da
população. Também não se pode afirmar que são excluídos, apesar de que a exclusão seja um dos fatores
de vulnerabilidade. A noção de sociedade anônima foge completamente do assunto. Assim, a alternativa C
está correta e é o gabarito da questão.

56. (Instituto AOCP / Betim-MG / Sociólogo) Sobre o tema da modernização econômica e seus impactos
políticos e sociais, assinale a alternativa correta.
a) O ecorracismo ou racismo ambiental é utilizado por pesquisas que investigam a relação entre os problemas
ambientais e as condições de vulnerabilidade social enfrentadas pela população negra.
b) O aumento da violência nas periferias, favelas e ocupações urbanas informais está desvinculado das
questões socioambientais.
c) A industrialização e a lucratividade desenvolvimentista são vistas pela sociologia como cumpridoras de sua
função social, mesmo que elas causem a destruição e degradação dos recursos naturais relacionados à
fertilidade e à biodiversidade.

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d) A atividade acrobática parkour é vista pela sociologia como uma prática condenável, uma vez que expõe
os jovens a uma situação de risco em escadas e corrimões sem equipamento de segurança.
e) Estudos sociológicos no Brasil demonstram que o processo de modernização levou ao desaparecimento
da cultura rústica e caipira do interior do país. Uma das principais características dessa transformação é a
substituição das redes solidárias por relações racionais e competitivas.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O ecorracismo estuda a relação entre problemas
ambientais e grupos vulneráveis, particularmente a população negra.

A alternativa B está incorreta. Há sim correlação entre fatores ambientais e a exclusão das periferias. É
possível pensar na ausência de saneamento básico, por exemplo.

A alternativa C está incorreta. Quando degradam o ambiente, o desenvolvimento é forma de


descumprimento da função social.

A alternativa D está incorreta. Não, é vista como uma forma de manifestação cultural de pessoas que se
submetem a situações de risco.

A alternativa E está incorreta. Não houve um desaparecimento completo das culturas rústica ou caipira.

LISTA DE QUESTÕES

CESPE

1. (CESPE/MPE-RR - 2017) De acordo com o Estatuto da Igualdade Racial, o estudo da história geral da
África e da história da população negra do Brasil é obrigatório nos estabelecimentos de ensino
a) infantil e fundamental.
b) fundamental e médio.
c) médio, apenas.
d) infantil, fundamental e médio.

2. (CESPE/PC-BA - 2013) Considerando o que dispõe a legislação atual acerca de discriminação, julgue
os itens que se seguem.
Pratica crime o empregador que, por motivo de discriminação de raça ou cor, deixar de conceder
equipamentos necessários ao empregado, em igualdade de condições com os demais trabalhadores.

3. (CESPE/SAEB-BA - 2012) A respeito do Estatuto da Igualdade Racial e do princípio constitucional da


isonomia, assinale a opção correta.

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a) A isonomia formal admite que uma mesma lei seja aplicada de forma diferente a duas pessoas
absolutamente iguais.
b) O princípio da isonomia, em sentido amplo, prevê que todos sejam tratados de forma absolutamente igual
pela lei, independentemente de desigualdades materiais.
c) A isonomia material objetiva uma igualdade substancial, ainda que eventual tratamento diferenciado seja
desproporcional ou desarrazoado.
d) O Estatuto da Igualdade Racial reflete a isonomia material, e seus dispositivos buscam assegurar à
população negra uma igualdade substancial, e não apenas formal.

4. (CESPE/PC-GO - 2017) Uma jovem de vinte e um anos de idade, moradora da região Sudeste,
inconformada com o resultado das eleições presidenciais de 2014, proferiu, em redes sociais na Internet,
diversas ofensas contra nordestinos. Alertada de que estava cometendo um crime, a jovem apagou as
mensagens e desculpou-se, tendo afirmado estar arrependida. Suas mensagens, porém, têm sido
veiculadas por um sítio eletrônico que promove discurso de ódio contra nordestinos.
No que se refere à situação hipotética precedente, assinale a opção correta, com base no disposto na Lei n.º
7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça e cor.
a) Independentemente de autorização judicial, a autoridade policial poderá determinar a interdição das
mensagens ou do sítio eletrônico que as veicula.
b) Configura-se o concurso de pessoas nessa situação, visto que o material produzido pela jovem foi utilizado
por outra pessoa no sítio eletrônico mencionado.
c) O crime praticado pela jovem não se confunde com o de injúria racial.
d) Como se arrependeu e apagou as mensagens, a jovem não responderá por nenhum crime.
e) A conduta da jovem não configura crime tipificado na Lei n.º 7.716/1989.

5. (CESPE/TRE-BA - 2017) Caso um escritor publique um livro que contenha afirmações


discriminatórias contra determinada comunidade étnica,
a) o escritor não poderá ser condenado por racismo, em razão do princípio da liberdade de expressão,
conforme expresso pela lei pertinente aos crimes de racismo.
b) os exemplares desse livro que estejam em circulação poderão ser imediatamente recolhidos, por ordem
judicial.
c) os exemplares existentes do livro não poderão ser destruídos por ordem judicial, mesmo após sentença
transitada em julgado, por terem constituído prova da materialidade do delito.
d) somente membros da comunidade étnica discriminada terão legitimidade para ingressar com ação judicial
contra o escritor do livro.
e) todos os indivíduos que adquirirem o referido livro serão, em consequência dessa compra, sujeitos ativos
de crime resultante de preconceito de raça.

6. (CESPE/MPE-RR - 2017) João, servidor público estadual, no exercício da função e em razão de


preconceito de cor, raça e religião, impediu o ingresso de um aluno no estabelecimento de ensino público

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onde era lotado. Lúcio, dono de um estabelecimento comercial, se negou, por motivos semelhantes ao de
João, a atender determinado cliente. Com base na lei sobre crimes resultantes de preconceito de cor, raça
e religião, João estará sujeito à perda do cargo, e o funcionamento do estabelecimento de Lúcio poderá
ser suspenso por prazo não superior a três meses.
Nessas situações hipotéticas, os efeitos de eventuais condenações
a) não serão automáticos para João, devendo ser motivadamente declarados na sentença, mas serão
automáticos para Lúcio.
b) serão automáticos tanto para João quanto para Lúcio, não havendo necessidade de serem motivadamente
declarados nas sentenças.
c) não serão automáticos nem para João nem para Lúcio, devendo ser motivadamente declarados nas
sentenças. ==2537cb==

d) serão automáticos tanto para João quanto para Lúcio, devendo ser motivadamente declarados nas
sentenças.

7. (CESPE/SEFAZ-RS - 2018) Instituído pelo Estatuto Nacional da Igualdade Racial — Lei n.º
12.288/2010 —, o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SINAPIR) tem por objetivo
a) iniciar a ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa nos meios de comunicação e
em quaisquer outros locais.
b) formular políticas, programas e projetos voltados para a inclusão da população negra no mercado de
trabalho.
c) descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital e municipais.
d) ratificar os compromissos assumidos pelo Brasil junto a organismos internacionais.
e) instituir os conselhos para a aplicação do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS).

8. (CESPE/UNIPAMPA - 2013) As cotas raciais no serviço público, medida prevista no Estatuto da


Igualdade Racial, foram recentemente tema de audiência pública promovida pela Procuradoria Federal
dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal. Acerca desse assunto, julgue o item a seguir
Compete exclusivamente ao Estado definir se determinada população é ou não é negra.

Outras Bancas

9. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa correta, considerando as disposições da lei federal nº


12.288, de 20/07/2010 que institui o Estatuto da Igualdade Racial.
a) O Poder Legislativo federal elaborará plano nacional de promoção da igualdade racial contendo as metas,
princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR).
b) A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e acompanhamento da Política Nacional de
Promoção da Igualdade Racial (PNPIR), bem como a organização, articulação e coordenação do Sistema

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Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), serão efetivados pelo órgão responsável pela política de
promoção da igualdade étnica em âmbito nacional.
c) É o Poder Legislativo federal autorizado a instituir fórum intergovernamental de promoção da igualdade
étnica, a ser coordenado pelo órgão responsável pelas políticas educacionais gerais, com o objetivo de
implementar estratégias que visem à incorporação da política nacional de promoção da igualdade étnica nas
ações governamentais de Estados e Municípios.
d) As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção da igualdade étnica serão elaboradas por órgão
colegiado, independentemente de participação da sociedade civil.
e) Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais, no âmbito das respectivas esferas de competência,
poderão instituir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter provisório e deliberativo,
compostos exclusivamente por representantes de órgãos e entidades públicas.

10. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre as previsões da Lei Federal n° 12.288, de
20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, quanto à educação.
a) Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos responsáveis pela educação determinarão a
participação de intelectuais e representantes do movimento negro para debater com os estudantes suas
vivências relativas ao tema em comemoração.
b) Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à pesquisa e à pós-graduação deverão criar incentivos
a pesquisas e a programas de estudo voltados para temas referentes às relações étnicas, aos quilombos e às
questões pertinentes à população negra.
c) O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos competentes, obrigará as instituições de ensino superior
públicas e privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a resguardar os princípios da ética em pesquisa e
apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas de pós-graduação que desenvolvam
temáticas de interesse da população negra.
d) Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no âmbito de todo o
currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico, político e
cultural do País.

11. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa INCORRETA sobre os objetivos do Sistema Nacional de
Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), considerando as disposições da lei federal nº 12.288, de
20/07/2010 que institui o Estatuto da Igualdade Racial.
a) Promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades sociais resultantes do racismo, inclusive
mediante adoção de ações afirmativas.
b) Formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a integração social
da população negra.
c) Centralizar a implementação de ações afirmativas no nível federal.
d) Articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade étnica.
e) Garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das ações afirmativas e o
cumprimento das metas a serem estabelecidas.

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12. assertivas abaixo e em seguida responda ao que se pede.


I- Discriminação racial ou étnico-racial compreende-se como toda distinção, exclusão, restrição ou
preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular
ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e
liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da
vida pública ou privada.
II- A centralização para a implementação das ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital e
municipais constitui um dos objetivos do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
III- Como população negra deve-se compreender o conjunto de pessoas que adotam auto definição preta ou
parda para efeitos de fruição dos programas sociais estatuídos pela administração direta.
Está CORRETO o que se afirma
a) apenas na afirmativa III.
b) em todas as afirmativas.
c) apenas nas afirmativas I e III.
d) apenas na afirmativa I.
e) apenas na afirmativa II.

13. (PR-4 UFRJ/UFRJ - 2017) Muitas vezes os jovens nas instituições escolares são reduzidos a
estereótipos que são construídos em relação a ele e que podem promover conflitos entre estes e o mundo
adulto, representado por direção, professores e funcionários da escola, bem como entre os próprios
jovens. Quando os indivíduos são reduzidos aos estereótipos, a sociedade constrói teorias ou ideologias
para explicar essa diferença e justificar a discriminação. Fixa-se uma imagem social do outro que ao
ressaltar a diferença o transforma em problema social que assusta e incomoda. Isto acaba por justificar
agressões e desrespeito ao outro.
É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão
brasileiro o seu direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas,
empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e
culturais. Para isso, há leis e estatutos que asseguram estes direitos.
O Estatuto da Igualdade Racial (Lei n° 12.288/2010) é destinado a garantir à população negra a efetivação da
igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à
discriminação e às demais formas de intolerância étnica. Marque a opção que está em DESACORDO com o
que este Estatuto considera
a) Discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça,
cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento,
gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos
político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada.

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b) Desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e
oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou
étnica.
c) Desigualdade de gênero e raça: simetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social
entre mulheres negras e os demais segmentos sociais.
d) Políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas
atribuições institucionais.
e) Ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para
a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.

14. (MPE/SP - 2012) Julgue o item a seguir.


O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da
igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à
discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera Desigualdade racial: toda situação
justificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e
privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.

15. (MPE-SP - 2012) Julgue o item a seguir.


O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da
igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à
discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera Discriminação racial ou étnico-racial: toda
distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou
étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de
condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural
ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada.

16. (MPE-SP - 2012) Julgue o item a seguir.


O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da
igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à
discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera População negra: o conjunto de pessoas
que se autodeclaram não brancas, conforme o quesito cor ou raça usado pelos órgãos oficiais de estatística.

17. (MPE-SP - 2012) Julgue o item a seguir.


O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da
igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à
discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera Ações afirmativas: os programas
incentivados pelo Estado e pela iniciativa privada para a conscientização das desigualdades raciais e para a
promoção dos direitos humanos.

18. discriminação racial, o Sistema Internacional de Direitos Humanos desenvolveu normas e órgãos
de supervisão e controle, tendo em vista a erradicação definitiva desse mal. Sobre o tema, julgue o item a
seguir.

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O Estado-parte pode ser responsabilizado internacionalmente por ato racista ou discriminatório praticado
por particular, caso comprovada sua omissão em adotar as medidas estabelecidas no artigo II da Convenção
Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial.

19. (FESMIP-BA/MPE-BA - 2011) A Lei 12.288/10, que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial, trouxe,
no seu artigo primeiro, conceitos acerca de discriminação racial ou étnico-racial, desigualdade racial,
população negra, políticas públicas e ações afirmativas para efeito do mencionado Estatuto. Analise os
itens I, II, III, IV e V abaixo.
I. ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados somente pelo Estado para a correção das
desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.
II. políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado e pela iniciativa privada no
cumprimento de suas atribuições institucionais.
III. população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou
raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição
análoga.
IV. desigualdade racial: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre
mulheres negras e os demais segmentos sociais.
V. discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça,
cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento,
gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos
político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada.
Escolha a alternativa que contempla dois itens que tratam dos conceitos que, na forma do indicado artigo
de lei, tratam de discriminação racial ou étnico-racial, desigualdade racial, população negra, políticas públicas
e ações afirmativas para efeito do mencionado Estatuto.
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e V.
e) IV e V.

20. (ESAF/MPOG - 2012) A Lei n. 12.288, de 20 de julho de 2010, instituiu o Estatuto da Igualdade Racial.
Ela se destina a garantir a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos
individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.
a) Lei se refere especificamente à população negra.
b) A Lei não especifica raça ou etnia, visando a combater todo tipo de discriminação.
c) A Lei é de difícil aplicação porque não define discriminação racial ou étnico-racial.
d) A Lei representa o coroamento das lutas contra o racismo e foi batizada como Lei Zumbi dos Palmares.

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e) A Lei revoga o antigo Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), instituído por decreto-
lei do regime militar.

21. (AOCP/FCP - 2014) De acordo com a Lei nº 12.288/2010, artigo 3º, além das normas constitucionais
relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos sociais,
econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz política-jurídica a
I. discriminação racial, desigualdade de gênero e raça e direitos étnicos individuais.
II. inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, valorização da igualdade étnico-racial e fortalecimento
da identidade nacional brasileira.
III. participação efetiva da população negra em projetos contra a desigualdade, direitos étnicos coletivos e
Políticas Públicas voltadas para comunidades dos Quilombos.
É correto o que está contido em
a) I, apenas.
b) I, II e III.
c) I e III, apenas.
d) II, apenas.
e) II e III, apenas.

22. (AOCP/FCP - 2014) Com base na Lei nº 12.288/2010, sobre o Sistema Nacional de Promoção da
Igualdade Racial, no que se refere a sua organização e competência, é correto afirmar que a
responsabilidade de elaboração do plano nacional de promoção da igualdade racial pertence ao(à)
a) Poder Executivo Federal.
b) Poder Judiciário.
c) Ministério Público.
d) Secretaria da Cultura.
e) Poder Executivo Municipal.

23. (COPS-UEL/PC-PR - 2015) Quantos aos crimes de racismo definidos na Lei nº 7.716/1989, assinale a
alternativa correta.
a) A incitação pública ao racismo constitui delito de incitação ao crime definido no Art. 286 do Código Penal,
não havendo na referida Lei disposição sobre tal conduta.
b) No caso de incitação ou induzimento ao preconceito racial praticado através da rede mundial de
computadores, poderá o juiz determinar a interdição da mensagem ou página de informação.
c) São crimes de ação penal pública condicionada, dependendo de representação da vítima para propositura
da ação penal.
d) A injúria qualificada pelo preconceito racial é crime definido na referida Lei, não se aplicando o crime de
injúria definido no Art. 140 do Código Penal.

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e) Não constitui crime definido na referida Lei o empregador que, motivado pelo preconceito racial, não
conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições com os demais
trabalhadores.

24. (IBFC/PC-SE - 2014) A Lei n° 7.716/89 pune criminalmente algumas formas de preconceito e
discriminação praticados contra a pessoa humana. NÃO serão punidos criminalmente por esta lei o
preconceito e a discriminação decorrente de:
a) Religião.
b) Procedência nacional.
c) Etnia.
d) Orientação sexual.

25. (FUNDATEC/IGP-RS - 2017) De acordo com a Lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial),
“toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional
ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de
condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada” corresponde ao conceito de:
a) Desigualdade racial.
b) Desigualdade de gênero.
c) Discriminação racial.
d) Discriminação de gênero.
e) Descriminalização racial.

26. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre o que devem ser consideradas ações
afirmativas de acordo com a Lei Federal nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da
Igualdade Racial.
a) As políticas de tratamento absolutamente igualitário dos cidadãos.
b) Os programas e as medidas especiais adotados exclusivamente pelo Estado para a proibição das
desigualdades de oportunidades.
c) Os programas e as medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das
desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.
d) As campanhas da iniciativa privada para obtenção de vantagens pela diminuição dos tratamentos
desiguais.

27. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa INCORRETA sobre a prática da capoeira de acordo com
a Lei Federal n° 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial.
a) O poder público garantirá o registro e a proteção da capoeira, em todas as suas modalidades, como bem
de natureza imaterial e de formação da identidade cultural brasileira.

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b) O poder público buscará garantir, por meio dos atos normativos necessários, a preservação dos elementos
formadores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais.
c) A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional.
d) É obrigatório o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres
tradicionais, pública e formalmente reconhecidos.

28. (IBFC/AGERBA - 2017) Considerando as disposições da lei federal nº 12.288, de 20/07/2010 que
institui o Estatuto da Igualdade Racial, assinale a alternativa correta sobre o significado da sigla SINAPIR.
a) Serviço de Integração e Autopromoção Racial.
b) Serviço Nacional de Apoio às Práticas de Integração Racial.
c) Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
d) Sistema Nacional de Promoção da Integração Racial.
e) Sindicato Nacional de Participação Racial.

29. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta de acordo com as previsões expressas da Lei
Federal n° 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de
cor.
a) É crime impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração
Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos
b) É contravenção penal impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo
da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos
c) É mero ilícito administrativo impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer
cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos
d) É mero ilícito civil impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da
Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos

30. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a pena aplicável no caso de alguém
recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente
ou comprador de acordo com as previsões expressas da Lei Federal nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que
define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
a) Detenção de um a quatro anos
b) Reclusão de um a três anos
c) Detenção de dois a cinco anos
d) Reclusão de dois a seis anos

31. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a pena aplicável no caso de alguém
recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou

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privado de qualquer grau de acordo com as previsões expressas da Lei Federal nº 7.716, de 5 de janeiro de
1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
a) Detenção de dois a quatro anos
b) Reclusão de três a cinco anos
c) Detenção de um a cinco anos
d) Reclusão de dois a cinco anos

32. (CONSULPLAN/TRF-2ªR - 2017) Nos crimes previstos na Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 – que
define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor –, constitui efeito da condenação a perda do
cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento
particular envolvido por prazo não superior a:
a) 1 mês.
b) 1 ano.
c) 6 meses.
d) 3 meses.

33. (IBFC/EMBASA - 2015) Assinale a alternativa correta considerando as disposições da lei federal n°
12.288, de 20/07/2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial.
a) É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de matrizes africanas internados em
hospitais ou em outras instituições de internação coletiva, excluídos os casos de pena privativa de liberdade.
b) Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados por meio de
componente curricular específico, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social,
econômico, político e cultural do País.
c) É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas formados em
educação física.
d) Para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da população negra no campo, o poder
público promoverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrícola.

34. (FAURGS/BANRISUL - 2018) Para efeito do Estatuto da Igualdade Racial, instituído pela Lei Federal
nº 12.288, de 20 de julho de 2010, desigualdade racial é
a) a assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre as mulheres negras e
os demais segmentos sociais.
b) a restrição à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz
africana.
c) a distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou
étnica.
d) a situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades em virtude
de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.

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e) a restrição ao exercício de direitos no campo político em razão da cor.

35. (UFPel-CES/UFPEL - 2016) O Estatuto da Igualdade Racial através da Lei Nº 12.288, de 20 de julho
de 2010, em seu Art. 1º, Parágrafo Único, considera ações afirmativas,
a) o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pelo
IBGE, ou que adotam autodefinição análoga.
b) a participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na vida econômica, social,
política e cultural do país.
c) os programas e medidas especiais adotadas pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das
desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.
d) medidas para combater a assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre
mulheres negras e os demais segmentos sociais.
e) as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais
no combate à discriminação de gênero e de raça.

36. (IBFC/EMBASA - 2015) Considerando as disposições da lei federal n° 12.288, de 20/07/2010, que
institui o Estatuto da Igualdade Racial, assinale a alternativa correta sobre o que a referida lei considera
de forma precisa, desigualdade racial.
a) Assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os
demais segmentos sociais.
b) Toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas
esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.
c) Toda distinção baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto
anular exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos.
d) Toda exclusão ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha
por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos
humanos e liberdades fundamentais.

37. (IDECAN/Prefeitura de Natal-RN - 2016) De acordo com a Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010 –
Estatuto da Igualdade Racial, o direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos
religiosos de matriz africana NÃO compreende:
a) A produção e a divulgação de publicações relacionadas ao exercício e à difusão das religiões de matriz
africana.
b) A fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de instituições beneficentes ligadas às respectivas
convicções religiosas.
c) A prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à religiosidade e a fundação e manutenção, por
iniciativa pública, de lugares reservados para tais fins.
d) A comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes e práticas de
intolerância religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais.

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38. (FAURGS/BANRISUL - 2018) O Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010) instituiu, como
forma de organização e articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços
destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no país:
a) a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.
b) o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
c) os Juizados Especiais Criminais.
d) o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador.
e) o Ministério dos Direitos Humanos.

39. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Entende-se por ações afirmativas os programas e medidas especiais
adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção
da igualdade de oportunidades. A Lei n. 12.288/10 (Estatuto da Igualdade Racial), para garantir a
participação da população negra em condições de igualdade de oportunidades, dentre algumas medidas,
prioriza a implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das
desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho,
moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à Justiça, e outros.

40. (IDECAN/Prefeitura de Natal-RN - 2016) Sobre o tratamento que a Lei nº 12.288, de 20 de julho de
2010 – Estatuto da Igualdade Racial dá ao esporte e lazer, analise as afirmativas.
I. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional, nos termos do Art. 217 da Constituição
Federal.
II. A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira se manifesta,
seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território nacional.
III. É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres
tradicionais, pública e formalmente reconhecidos.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.

41. (IESES/BAHIAGÁS - 2016) A Lei n.º 12.288, de 20 de julho de 2010, instituiu o Estatuto da Igualdade
Racial, que objetiva garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos
direitos étnicos individuais, coletivos e difusos, e o combate à discriminação e às demais formas de
intolerância, conforme dispõe o caput do artigo 1º do diploma legal em análise. Considerando os termos
da lei e a mens lege, assinale a afirmação INCORRETA.

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a) O Brasil, no tocante à inclusão da população negra no mercado, tem por fundamento legal a CF, a Lei
12.288/2010, os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção Internacional sobre a
eliminação de todas as formas de Discriminação Racial e todos os compromissos assumidos pelo Brasil
perante a comunidade internacional.
b) O Estatuto da Igualdade Racial ao tratar da Cultura busca preservar as tradições remanescentes dos
quilombos e o registro e proteção da capoeira, como bem de natureza imaterial e da formação da identidade
cultural brasileira.
c) O Estatuto da Igualdade Racial tem por objetivo único evitar a discriminação racial e o bulling social.
d) O Estado tem o dever de garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a qualquer cidadão
brasileiro, independente da etnia ou cor da pele, o pleno direito de participação na comunidade, em todas
as suas vertentes.
e) A lei 12288/2010, no que trata do direito à saúde, garante tratamento igualitário da população negra,
também no que diz respeito aos seguros privados de saúde.

42. (CETRO/FCP - 2014) De acordo com a Lei nº 12.288/2010, artigo 3º, além das normas constitucionais
relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos sociais,
econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz política-jurídica a:
I. discriminação racial, desigualdade de gênero e raça e direitos étnicos individuais.
II. inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, valorização da igualdade étnico-racial e fortalecimento
da identidade nacional brasileira.
III. participação efetiva da população negra em projetos contra a desigualdade, direitos étnicos coletivos e
Políticas Públicas voltadas para comunidades dos Quilombos.
É correto o que está contido em :
a) I, apenas.
b) I, II e III.
c) I e III, apenas.
d) II, apenas.
e) II e III, apenas.

43. (IF-PB/IF-PB - 2015) De acordo com o artigo 56 da Lei nº 12.288, de 20 de julho 2010, no que se
refere à implementação dos programas e das ações constantes dos planos plurianuais e dos orçamentos
anuais da União, deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se refere o inciso VII do
artigo 4º desta Lei e outras políticas públicas que tenham como objetivo promover a igualdade de
oportunidades e a inclusão social da população negra, especialmente no que tange a:
I. Promoção da igualdade de oportunidades em educação, emprego e moradia.
II. Financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde e emprego, voltadas para a melhoria da
qualidade de vida da população negra.

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III. Doações de empresas privadas e organizações não governamentais, nacionais ou internacionais.


IV. Incentivo à criação e à manutenção de microempresas administradas por pessoas autodeclaradas negras.
Está CORRETO o que se afirma apenas em:
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) I, II e IV.

44. (MPE-SP/MPE-SP - 2013) À vista das regras contidas no Estatuto da Igualdade Racial, assinale a
alternativa que contém afirmação INCORRETA.
a) O Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade
étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da identidade nacional brasileira.
b) Constitui meio de promover a participação da população negra, em condições de igualdade de
oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural do País a implementação de programas de ação
afirmativa destinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte
e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos,
acesso à terra, à Justiça e outros.
c) A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, organizada de acordo com as diretrizes
especificadas na Lei n.º 12.288/2010, é constituída de um conjunto de ações de saúde voltadas à população
negra.
d) Para o acesso da população negra à terra e às atividades produtivas no campo, caberá ao poder público
assegurar à população negra, dentre outras medidas, a assistência técnica rural, a simplificação do acesso ao
crédito agrícola e o fortalecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da produção.
e) Para garantia de acesso da população negra à moradia, constitui diretriz a ser observada pelos agentes
financeiros, públicos ou privados, a promoção de ações para viabilizar seu acesso aos financiamentos
habitacionais, observando-se a previsão legal expressa de criação de linha especial e diferenciada de crédito
com juros inferiores aos praticados no mercado.

45. (MPE-SP/MPE-SP - 2015) Para efeito da lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial),
considera-se discriminação racial ou étnico-racial, dentre outras ações, as seguintes:
I - A distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou
étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de
condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural
ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada.
II - A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da
autoestima.
III - A violência sexual, entendida como qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força.

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IV - A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração,
destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e
direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.
V - A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
Está correto apenas o contido em:
a) I, II, III e V.
b) I e V.
c) I, II, III e IV.
d) I.
e) Todos os itens estão corretos.

46. (IDECAN/Prefeitura de Natal-RN - 2016) Considerando o que dispõe a Lei nº 12.288, de 20 de julho
de 2010 – Estatuto da Igualdade Racial, analise as seguintes definições para efeito do Estatuto.
I. Desigualdade racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência
ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício,
em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico,
social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada.
II. Discriminação racial ou étnico-racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de
bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou
origem nacional ou étnica.
III. Desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância
social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais.
IV. População negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou
raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição
análoga.
Estão corretas apenas as afirmativas
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) II, III e IV.

47. (IF-PB/IF-PB - 2015) A Lei n° 12.288, de 20 de julho de 2010, institui o Estatuto da Igualdade Racial,
destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos
étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância
étnica. No parágrafo único do artigo 1º, para efeito deste estatuto, considera-se:
( ) Discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça,
cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento,

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gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos
político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada.
( ) Desigualdade racial: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre
mulheres negras e os demais segmentos sociais.
( ) Desigualdade de gênero e raça: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens,
serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem
nacional ou étnica.
( ) Políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas
atribuições institucionais.
( ) Ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para
a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.
A sequência CORRETA para as assertivas acima é:
a) V, F, V, V, V.
b) V, F, F, F, V.
c) V, F, V, V, F.
d) V, F, V, F, V.
e) V, F, F, V, V.

48. (FUNCAB/SEDS-TO - 2014) Com o intuito de garantir à população negra a igualdade de


oportunidades e a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos, foi criado o(a):
a) Padrão Nacional contra o Racismo.
b) Estatuto da Igualdade Racial.
c) Ação Afirmativa de Intolerância Étnica.
d) Norma de Procedimento e Conduta.

49. (CESP/Câmara dos Deputados - 2014) Julgue o item que segue, relativo aos crimes contra as pessoas
com deficiência, aos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor e ao Estatuto da Igualdade Racial.
De acordo com o Estatuto da Igualdade Racial, o fato de um empregado de estabelecimento comercial
privado recusar atendimento a um cliente tão somente em razão de este ser negro amolda-se a desigualdade
racial e não a discriminação racial, pois caracteriza-se uma situação injustificada de acesso a serviço privado
em virtude de raça ou origem étnica.

50. (IBFC/SAEB-BA - 2015) Assinale a alternativa correta sobre as matérias indicadas expressamente na
Lei Federal n° 12.288, de 20 de julho de 2010 (Estatuto da Igualdade Racial) como sendo de estudo
obrigatório nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados.
a) Estudo dos problemas brasileiros e História geral da África.
b) História das populações indígenas no Brasil e História da população negra no Brasil.

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c) História geral da África e História da população negra no Brasil.


d) História das populações indígenas no Brasil e História geral da África.
e) Estudo dos problemas brasileiros e História das populações indígenas no Brasil.

51. (FUNDATEC/PC-RS - 2018) O Estatuto da Igualdade Racial abarca questões tais como o livre
exercício dos cultos religiosos de matriz africana. Nesse sentido, pode-se afirmar que:
a) O combate a intolerância com as religiões de matrizes africanas exclui de seu âmbito de proteção os
mananciais a elas vinculadas.
b) A pena privativa de liberdade impede a assistência religiosa aos praticantes das religiões de matriz africana
que se encontram no cumprimento de tal pena
c) A celebração de reuniões relacionadas a religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada,
inclusive em lugares não reservados para tais fins.
d) É assegurada a possibilidade de criação de instituições beneficentes privadas ligas às convicções religiosas
derivadas dos cultos de matriz africanas.
e) Os representantes das religiões de matrizes africanas possuem assento paritário em relação às demais
religiões em conselhos públicos.

52. (2019 / Instituto Excelência / CORE-MT – Fiscal)


Racismo
Preconceito racial e discriminação racial são duas coisas diferentes.
O preconceito é um sentimento, fruto de condicionamento cultural ou de uma deformação mental, mas
sempre incorrigível. Não se legisla sobre sentimentos, não se muda um hábito de pensamento ou uma
convicção herdada por decreto. Já a discriminação racial é o preconceito determinando atitudes, políticas,
oportunidades e direitos, o convívio social e o econômico. Não se pode coagir ninguém a gostar de quem
não gosta, mas qualquer sociedade democrática, para desmentir o nome, deve combater a discriminação
por todos os meios – inclusive a coação.
Não concordo com quem diz que uma política de cotas para negros no estudo superior é discriminação. É
coação, certo, mais para tentar corrigir um dos desequilíbrios que persistem na sociedade brasileira, o que
reflete na educação a desigualdade de oportunidades de brancos e negros em todos os setores, mal
disfarçada pela velha conversa da harmonia racial tão nossa. As cotas seriam irrealistas? Melhor igualdade
artificial do que igualdade nenhuma.
Agora mesmo caíram em cima de quem disse – numa frase obviamente arrancada do contexto – que racismo
de negro contra branco é justificável. Nenhum racismo é justificável, mas o ressentimento dos negros é.
Construiu-se durante todos os anos em que a última nação do mundo a acabar com a escravatura continuou
na prática o que o tinha abolido no papel. Não se esperava que o preconceito acabasse com o decreto da
abolição, mas mais de 100 anos deveriam ter sido mais do que suficientes para que a discriminação
diminuísse. Não diminuiu.
Igualar racismo de negro com racismo de branco não resiste a um teste elementar. O negro pode dizer –
distinguindo com nitidez preconceito de discriminação – “Não precisa me amar, só me dê meus direitos”.

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Qual a frase mais próxima disto que um branco poderia dizer, sem provocar risos? “Não precisa me amar, só
tenha paciência”? “Me ame, apesar de tudo”?. Pouco convincente.
É uma questão que vai e vem, como as marés. A velha oposição, na seleção brasileira, do time do povo e o
time do técnico. Quando as coisas vão bem (Brasil 4, Chile 0) não há discussão, quando as coisas vão mal
(Brasil ali ali, Gana 0) volta a questão. O povo quer os melhores sempre no time. Isto se repete há anos.
Mudam os técnicos, mudam os melhores, muda, em boa parte o povo, e a questão continua indo e vindo.
Como as marés.
Luis Fernando Veríssimo
Assinale a alternativa INCORRETA em relação às ideias do autor:
a) A cota para negros no Ensino Superior é uma forma velada de discriminação.
b) É dever da sociedade coagir as pessoas a discriminarem as outras.
c) O preconceito não acabou com o fim da Abolição da escravatura.
d) Preconceito racial e discriminação racial são duas coisas diferentes.
e) Nenhuma das alternativas.

53. (2010 / DPE-SP / Cientista Social) Segundo Oracy Nogueira, o preconceito racial pode ser distinguido
em preconceito racial de marca e preconceito racial de origem. O autor identifica diversas diferenças entre
ambos. A diferenciação está correta em:
a) onde o preconceito é de origem, a ideologia é, ao mesmo tempo, assimilacionista e miscigenacionista;
onde é de marca, ela é segregacionista e racista.
b) o preconceito de marca determina uma exclusão incondicional dos membros do grupo atingido; o
preconceito de origem determina uma preterição.
c) onde o preconceito é de origem, ele tende a ser mais intelectivo e estético; onde ele é de marca, tende a
ser mais emocional e mais integral no que tange à atribuição de inferioridade aos membros do grupo
discriminado.
d) onde o preconceito é de origem, a consciência da discriminação tende a ser intermitente; onde é de marca,
tende a ser contínua.
e) onde o preconceito é de marca, a reação tende a ser individual; onde é de origem, a reação tende a ser
coletiva, pelo reforço da solidariedade grupal.

54. (2021 / SEED-PR / Professor de Sociologia) Com relação às variadas formas de desigualdade social
que se reproduzem até hoje na história do Brasil, assinale a opção correta.
a) A abolição do sistema escravocrata no Brasil não eliminou a desigualdade social entre brancos e negros
estruturada desde o período escravocrata e, em alguns contextos, até a aprofundou.
b) A precarização do trabalho é um fenômeno decorrente da globalização e não é importante para explicar
desigualdades sociais no Brasil.
c) A desigualdade de gênero é um fenômeno historicamente ausente na estrutura social brasileira.
d) As desigualdades regionais no Brasil não refletem as etapas históricas pelas quais o país passou.

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e) A desigualdade de renda no Brasil não é influenciada por fatores como raça, região e gênero.

55. (2013 / PC-GO / Agente de Polícia) É um conjunto de pessoas com características especiais, em
decorrência das quais podem tornar-se mais suscetíveis à violação de direitos. Ex: mulheres, crianças e
adolescentes, idosos, homossexuais, pessoas com deficiência física ou sofrimento mental. Tal enunciado
refere-se a
a) minorias.
b) excluídos.
c) grupos vulneráveis.
d) sociedades anônimas.

56. (Instituto AOCP / Betim-MG / Sociólogo) Sobre o tema da modernização econômica e seus impactos
políticos e sociais, assinale a alternativa correta.
a) O ecorracismo ou racismo ambiental é utilizado por pesquisas que investigam a relação entre os problemas
ambientais e as condições de vulnerabilidade social enfrentadas pela população negra.
b) O aumento da violência nas periferias, favelas e ocupações urbanas informais está desvinculado das
questões socioambientais.
c) A industrialização e a lucratividade desenvolvimentista são vistas pela sociologia como cumpridoras de sua
função social, mesmo que elas causem a destruição e degradação dos recursos naturais relacionados à
fertilidade e à biodiversidade.
d) A atividade acrobática parkour é vista pela sociologia como uma prática condenável, uma vez que expõe
os jovens a uma situação de risco em escadas e corrimões sem equipamento de segurança.
e) Estudos sociológicos no Brasil demonstram que o processo de modernização levou ao desaparecimento
da cultura rústica e caipira do interior do país. Uma das principais características dessa transformação é a
substituição das redes solidárias por relações racionais e competitivas.

GABARITO
1. B 12. D 23. B
2. CORRETA 13. C 24. D
3. D 14. INCORRETA 25. C
4. C 15. CORRETA 26. C
5. B 16. INCORRETA 27. D
6. C 17. INCORRETA 28. C
7. C 18. CORRETA 29. A
8. INCORRETA 19. D 30. B
9. B 20. A 31. B
10. D 21. D 32. D
11. C 22. A 33. D

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34. D 42. D 50. C


35. C 43. E 51. D
36. B 44. E 52. B
37. C 45. D 53. E
38. B 46. C 54. A
39. CORRETA 47. E 55. C
40. A 48. B 56. A
41. C 49. INCORRETA

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Autor:
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Equipe André Rocha, Ricardo
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17 de Janeiro de 2024
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Sumário
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 2

Proteção a minorias e demais grupos vulneráveis.............................................................................................. 2

Proteção à mulher ............................................................................................................................................... 3

1 - Introdução ..................................................................................................................................................... 3

Pontos relevantes da legislação internacional sobre a mulher ........................................................................... 5

1 - Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher .............................. 5

2 - Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher .......................... 6

3 - Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo
à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças. ......................... 8

Pontos relevantes da legislação interna de proteção a mulher. .......................................................................... 9

1 - Proteção da mulher na Constituição Federal de 1988................................................................................... 9

2 - legislação infraconstitucional de proteção à mulher ................................................................................... 10

3 - Violência Obstétrica ................................................................................................................................... 33

4 - Diretrizes Nacionais para o Abrigamento de Mulheres em Situação de Risco e de Violência .................. 35

5 - Redes e Políticas contra a Violência ........................................................................................................... 36

6 – Trabalho da mulher .................................................................................................................................... 37

Resumo............................................................................................................................................................. 38

Considerações Finais ........................................................................................................................................ 43

Questões com Comentários .............................................................................................................................. 43

Lista de Questões ............................................................................................................................................. 71

Gabarito ............................................................................................................................................................ 81

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GRUPOS VULNERÁVEIS - MULHERES


CONSIDERAÇÕES INICIAIS
RECADO IMPORTANTE AQUI! Há a possibilidade de algumas aulas aparecerem duplicadas e elas são
necessárias em razão dos múltiplos pacotes que compreendem o edital. A fim de garantir que nossos alunos
não sofram prejuízos, recomendamos que dediquem tempo ao estudo de apenas uma das aulas, caso estas
apresentem conteúdo equivalente nos pacotes de seus cursos. Essa abordagem visa otimizar o tempo
dedicado aos estudos, assegurando, ao mesmo tempo, a integridade do conteúdo programático. Essa
repetição de aulas é necessária para abranger todos os cargos e compor diferentes cursos. Pedimos
desculpas pelo inconveniente, mas trata-se de organização necessária para atender todos os alunos. Contem
conosco em nosso fórum de dúvidas para esclarecer qualquer questionamento relacionado ao conteúdo das
matérias.

Para finalizar a parte referente aos grupos vulneráveis, vamos analisar os seguintes pontos da ementa:

Mulheres

Será uma aula bastante tranquila e objetiva, sem adentrar em aspectos procedimentos, que não importam
para fins de Direitos Humanos.

Excelente aula a todos!

PROTEÇÃO A MINORIAS E DEMAIS GRUPOS VULNERÁVEIS


O estudo dos direitos humanos invariavelmente remete à defesa das pessoas que se encontram em posição
desprivilegiada na comunidade. Essa é uma realidade comprovada pelo curso histórico.

Dois exemplos bem ilustram esses fatos: os judeus na Alemanha nazista e o escravagismo Africano e indígena
no Brasil Colonial. Tanto os judeus como os negros e índios ocupavam, nas respectivas comunidades posição
desfavorável, o que propiciou a exploração e, consequentemente, a violação dos seus direitos mais básicos.

A vulnerabilidade é algo natural à condição humana. Não há pessoa invulnerável, todos são, em algum grau,
vulneráveis. Todos estão sujeitos, em alguma medida, a violações dos seus direitos mais básicos. É
necessário, contudo, aferir na prática, no dia a dia, grupos de pessoas que se encontram em situação de
maior vulnerabilidade.

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Nesse contexto, trazemos à discussão a ideia de igualdade em sentido material. Vulnerabilidade e


desigualdade são conceitos correlacionados. É necessário constatar faticamente pessoas que possuem
menor capacidade de enfrentar violações desses direitos mais básicos.

Por consequência, é papel central da disciplina de Direitos Humanos identificar e proteger pessoas que
estejam em condições desfavoráveis. Essa proteção está tanto em normas internacionais como em normas
internas.

Desse modo, estudar a situação jurídica internacional de minorias e grupos vulneráveis nada mais é do que
compreender as normas criadas para defesa daquelas pessoas cujos direitos são constantemente violados.

Antes de iniciarmos, contudo, o estudo específico da proteção às mulheres, é importante diferenciarmos


minorias de grupos vulneráveis.

As minorias constituem o grupo de pessoas que ocupam posição não dominante na sociedade, embora
sejam organizados e com sentimento de autodeterminação e solidariedade entre os integrantes dos grupos.

Os grupos vulneráveis, por sua vez, constituem o conjunto de pessoas dotado formalmente de direitos,
contudo, destituídos de poder. Desse modo, os grupos vulneráveis encontram uma série de dificuldades para
exigir seus direitos.

PROTEÇÃO À MULHER

1 - Introdução

No âmbito internacional esse tratamento diferenciado é notado especialmente em razão de alguns diplomas
relevantes.

Destaca-se no âmbito internacional:

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(i) A Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW,
pela sigla internacional).

(ii) No âmbito da OEA é importante conhecermos a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir
e Erradicar a Violência contra a Mulher, denominada de Convenção de Belém do Pará.

(iii) Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional
Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e
Crianças.

Em âmbito nacional, além de algumas passagens na Constituição Federal temos algumas leis voltadas para a
proteção da mulher. Vamos citá-las e descrever o ponto principal de cada uma delas para que você se
localize. Depois ao longo da aula trataremos das mais importantes.

(i) Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, 2006) – cria mecanismos para coibir a violência doméstica e
familiar contra a mulher.
(ii) Lei do Minuto Seguinte (Lei nº 12.845/2013) - prevê atendimento imediato pelo SUS e
informações sobre os diretos das vítimas de abuso.
(iii) Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104, 2015) - alterou o Código Penal criando um tipo de homicídio
qualificado.
(iv) Lei nº 13.718/2018 – esta lei trouxe relevante mudanças no Código Penal. Tipificou os crimes de
importunação sexual e de divulgação de cena de estupro, tornou pública incondicionada a
natureza da ação penal dos crimes contra a liberdade sexual e dos crimes sexuais contra
vulneráveis e definiu como causas para aumento de pena o estupro coletivo e o estupro corretivo.
(v) Lei nº 13.642/2018 – atribuiu competência para a polícia federal investigar crimes praticados na
rede mundial de computadores, que difundam conteúdo misógino.
(vi) Lei nº 13.931/2019 - notificação compulsória dos casos de indícios ou confirmação de violência
contra a mulher, atendida em serviços de saúde públicos e privados.
(vii) Lei Joana Maranhão (Lei nº 12.650/2015) – alterou os prazos quanto à prescrição (prazo) contra
abusos sexuais cometidos contra crianças e adolescentes.
(viii) Lei Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica (Lei nº 14.188/2021) - define o programa de
cooperação Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica como uma das medidas de
enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher, altera a modalidade da pena
da lesão corporal simples cometida contra a mulher por razões da condição do sexo feminino e
cria o tipo penal de violência psicológica contra a mulher.
(ix) Lei nº 14.192/2021 - estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política
contra a mulher.
(x) Lei nº 14.326/2022 - assegura à mulher presa gestante ou puérpera tratamento humanitário
antes e durante o trabalho de parto e no período de puerpério, bem como assistência integral à
sua saúde e à do recém-nascido.

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PONTOS RELEVANTES DA LEGISLAÇÃO INTERNACIONAL


SOBRE A MULHER

1 - Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de


Discriminação contra a Mulher

A Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW, pela sigla
internacional). Esse documento deu importante passo para o reconhecimento da valorização da dignidade
da mulher.

Tratar-se do principal diploma específico do Sistema Global de Direitos Humanos, voltado à proteção dos
direitos humanos da mulher. Conta com a adesão de 189 países, porém é o instrumento que mais recebeu
reservas formuladas pelos Estados, principalmente no que diz respeito a cláusula que prevê igualdade entre
homens e mulheres na família.

A CEDAW recebeu críticas de alguns países, para eles o Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra
a Mulher impõe o imperialismo cultural e a intolerância religiosa.

O papel da mulher na sociedade enfrenta uma dicotomia entre os espaços públicos e privados. Muitas
mulheres ao redor do mundo ainda se encontram confinadas no ambiente doméstico.

O Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher elaborou diversas recomendações gerais veja
alguns exemplos: Recomendações Gerais nºs 19º (violência contra as mulheres), 21º (igualdade no
casamento e relações familiares), 23º (mulheres na vida pública) e 24º(saúde das mulheres) e recentemente
a 39º (proteção dos direitos humanos de mulheres e meninas indígenas).

A Convenção tem como objetivo central eliminar discriminações e assegurar a igualdade. E logo em seu
primeiro artigo conceitua o que a discriminação contra a mulher.

Artigo 1o

Para os fins da presente Convenção, a expressão "discriminação contra a mulher"


significará toda a distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto
ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher,
independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher,
dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural e civil ou em qualquer outro campo.

Esta convenção não disciplina a questão da violência contra a mulher, mas a Recomendação nº 19 do Comitê
da CEDAW ampliou o conceito de discriminação para abranger também as situações de violência.

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A violência baseada no género é uma forma de discriminação que inibe a capacidade das mulheres de
gozarem os direitos e liberdades numa base de igualdade com os homens.

Estes direitos e liberdades incluem:

a) O Direito à vida;

b) O Direito a não ser sujeita à tortura e outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes;

c) O Direito à igualdade de proteção, de acordo com as normas humanitárias em tempo de conflito armado
interno ou internacional;

d) O Direito à liberdade e à segurança pessoal;

e) O Direito à igualdade perante a lei;

f) O Direito à igualdade na família;

g) O Direito ao mais alto nível de saúde física e mental;

h) O Direito a condições de trabalho justas e favoráveis.

Paralelamente à Convenção, existe o Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de todas as


formas de Discriminação contra a Mulher, que viabilizou a possibilidade de vítimas, pessoalmente ou por
intermédio de organizações, peticionar ao Comitê para denunciar violações os direitos das mulheres
prescritos na CEDAW.

2 - Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a


Violência contra a Mulher

No âmbito da OEA é importante conhecermos a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher, denominada de Convenção de Belém do Pará. Esse documento é o primeiro a
reconhecer a violência contra a mulher como um fenômeno comum na sociedade, assunto que exige atenção
da comunidade internacional e dos Estados.

Em seu artigo 1° traz a definição de violência contra a mulher.

Artigo 1

Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por violência contra a mulher qualquer ato
ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou
psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada.

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Em seguida classifica os tipos de violência contra as mulheres em violência física, sexual e psicológica. E o
âmbito de sua aplicação. Veja o artigo 2º:

Artigo 2

Entende-se que a violência contra a mulher abrange a violência física, sexual e psicológica.

a) ocorrida no âmbito da família ou unidade doméstica ou em qualquer relação


interpessoal, quer o agressor compartilhe, tenha compartilhado ou não a sua residência,
incluindo-se, entre outras turmas, o estupro, maus-tratos e abuso sexual;

b) ocorrida na comunidade e comedida por qualquer pessoa, incluindo, entre outras


formas, o estupro, abuso sexual, tortura, tráfico de mulheres, prostituição forçada,
sequestro e assédio sexual no local de trabalho, bem como em instituições educacionais,
serviços de saúde ou qualquer outro local; e

c) perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra.

Essa Convenção influenciou o surgimento da Lei nº 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha e veremos
muitas semelhanças no texto da lei infraconstitucional.

A convenção traz um rol de direitos a serem protegidos:

a) direito a que se respeite sua vida;

b) direitos a que se respeite sua integridade física, mental e moral;

c) direito à liberdade e à segurança pessoais;

d) direito a não ser submetida a tortura;

e) direito a que se respeite a dignidade inerente à sua pessoa e a que se proteja sua família;

f) direito a igual proteção perante a lei e da lei;

g) direito a recesso simples e rápido perante tribunal competente que a proteja contra atos que violem seus
direitos;

h) direito de livre associação;

i) direito à liberdade de professar a própria religião e as próprias crenças, de acordo com a lei; e

j) direito a ter igualdade de acesso às funções públicas de seu pais e a participar nos assuntos públicos,
inclusive na tomada de decisões.

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A convenção prevê um rol de deveres dos Estados:

a) abster-se de qualquer ato ou prática de violência contra a mulher e velar para que as autoridades, seus
funcionários e pessoal, bem como agentes e instituições públicos ajam de conformidade com essa obrigação;

b) agir com o devido zelo para prevenir, investigar e punira violência contra a mulher;

c) incorporar na sua legislação interna normas penais, civis, administrativas e de outra natureza, que sejam
necessárias para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, bem como adotar as medidas
administrativas adequadas que forem aplicáveis;

d) adotar medidas jurídicas que exijam do agressor que se abstenha de perseguir, intimidar e ameaçar a
mulher ou de fazer uso de qualquer método que danifique ou ponha em perigo sua vida ou integridade ou
danifique sua propriedade;

e) tomar todas as medidas adequadas, inclusive legislativas, para modificar ou abolir leis e regulamentos
vigentes ou modificar práticas jurídicas ou consuetudinárias que respaldem a persistência e a tolerância da
violência contra a mulher;

f) estabelecer procedimentos jurídicos justos e eficazes para a mulher sujeitada a violência, inclusive, entre
outros, medidas de proteção, juízo oportuno e efetivo acesso a tais processos;

g) estabelecer mecanismos judiciais e administrativos necessários para assegurar que a mulher sujeitada a
violência tenha efetivo acesso a restituição, reparação do dano e outros meios de compensação justos e
eficazes;

h) adotar as medidas legislativas ou de outra natureza necessárias à vigência desta Convenção.

3 - Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o


Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção,
Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial
Mulheres e Crianças.

Outros documentos específicos de relevo são Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o
Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em
Especial Mulheres e Crianças.

Os objetivos do protocolo são:

a) Prevenir e combater o tráfico de pessoas, prestando uma atenção especial às mulheres e às crianças;

b) Proteger e ajudar as vítimas desse tráfico, respeitando plenamente os seus direitos humanos; e

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c) Promover a cooperação entre os Estados Partes de forma a atingir esses objetivos.

PONTOS RELEVANTES DA LEGISLAÇÃO INTERNA DE


PROTEÇÃO A MULHER.

1 - Proteção da mulher na Constituição Federal de 1988

A Constituição Federal prevê algumas normas a respeito da proteção a mulher.

Trouxe pela primeira vez a plena igualdade entre homens e mulheres (art. 5º, I). Embora na prática a regra
não seja observada em sua totalidade foi um marco importante. O §5º do art. 226 trouxe a previsão de
igualdade nos direitos e deveres referentes à sociedade conjugal.

A proteção do mercado de trabalho da mulher mediante políticas públicas específicas (art. 7º XX), além da
previsão da licença maternidade de 4 meses e mais recentemente reconhecimento de direitos para as
empregadas domésticas (categoria majoritariamente formada por mulheres) por meio de uma PEC.

Redução em três anos da idade mínima para aposentadoria quando comparada aos homens (art. 40, III, “a”
e “b”; e art. 201, §7º, I e II) esse é um direito que vem diminuindo a cada reforma previdenciária.

Recentemente, algumas regras protetivas e inclusivas no âmbito eleitoral foram incluídas pelas Emendas
111/2022 e 117/2022.

O art. 17 §7º prevê a criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política
das mulheres.

§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do
fundo partidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da
participação política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)

O art. 17 §8º define uma proporcionalidade na distribuição do dinheiro e do tempo de propaganda gratuita,
garantido pelo menos 30% para as candidatas.

§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo


partidário destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita
no rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, deverão
ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao número de candidatas, e a
distribuição deverá ser realizada conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de
direção e pelas normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse partidário.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)

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Veremos mais adiante que leis infraconstitucionais sofreram recentes alterações no que diz respeito a
participação feminina na política.

Por fim o §8º do art. 226 determinou a criação de mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas
relações. Trata-se base constitucional da Lei Maria da Penha.

2 - legislação infraconstitucional de proteção à mulher

2.1 – Lei Maria da Penha

Trata-se de norma cujo objetivo é coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Como
vimos a norma busca fundamento no art. 226, §8º, da CF, e em diversos diplomas internacionais. A nossa
Constituição estabelece:

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram,


criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.

A Lei, já no seu início, reitera os direitos e garantais fundamentais das mulheres, afirmando que deve ser
assegurado uma vida digna, livre de qualquer violência.

Didaticamente, podemos afirmar que a norma tempo por finalidade:

 coibir e prevenir a violência doméstica familiar;

 criar os Juizados de Violência Doméstica e Familiar;

 adotar medidas de assistência e proteção às vítimas de violência doméstica e familiar.

Além disso, a Lei Maria da Penha deixa claro que esse dever não é apenas do Estado, mas constitui obrigação
da família e da sociedade.

Toda mulher goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana. Esta previsão está escrita no art.
2º da Lei Maria da Penha, trata-se de um reforço da previsão do art. 5º da Constituição que afirma a
igualdade de todos perante a lei. Assim, os arts. 2º e 3º da lei infraconstitucional buscam garantir os direitos
mínimos das mulheres.

Violência doméstica e familiar contra a mulher

Assim como a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher
a lei conceitua a violência doméstica e familiar a classifica e delimita seu âmbito de aplicação.

Diante da importância do conteúdo, confira a literalidade do art. 5º da Lei Maria da Penha:

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Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio


permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que


são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação


sexual.

A lei 14.550/2023, que entrou em vigou dia 20/04/2023, acrescentou o art. 40-A a Lei Maria da Penha.
Analisando a justificativa da edição da nova lei feita pela senadora Simone Tebet percebe-se que as
mudanças são uma reação a decisões dos tribunais que exigiam na análise do caso concreto se a violência
praticada se baseava ou não em gênero restringindo a aplicação da lei.

Vou destacar dois julgados citados pela senadora:

(...) para a aplicação da Lei 11.340/2006, não é suficiente que a violência seja praticada
contra a mulher e numa relação familiar, doméstica ou de afetividade, mas também há
necessidade de demonstração da sua situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência,
numa perspectiva de gênero. (STJ, AgRg no Resp n. 1.430.724/RJ, rel. Min. Maria Thereza
de Assis Moura, 6ª T., j. 17/3/2015, DJe 24/3/2015).

--

A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça orienta-se no sentido de que, para que a
competência dos Juizados Especiais de Violência Doméstica seja firmada, não basta que o
crime seja praticado contra mulher no âmbito doméstico ou familiar, exigindo-se que a
motivação do acusado seja de gênero, ou que a vulnerabilidade da ofendida seja
decorrente da sua condição de mulher. (STJ, AgRg no REsp 1900484/GO, rel. Min. Felix
Fischer, 5ª T., j. 02/02/2021, DJe 17/02/2021).

Assim a nova legislação busca promover a proteção ampla e integral de todas as mulheres que venham a
sofrer violência nas relações domésticas, familiares e íntimas de afeto.

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Vamos verificar o texto legal:

Art. 40-A. Esta lei será aplicada a todas as situações previstas no art. 5º,
independentemente da causa ou motivação dos atos de violência, ou da condição do
ofensor ou da ofendida.

Parágrafo único. Configura violência baseada no gênero toda situação de violência doméstica e familiar
contra a mulher.”

Algumas observações são importantes:

 a violência doméstica independe da orientação sexual da vítima;

 independe de coabitação.

A violência doméstica constitui violação de direitos humanos, por se tratar de violência de gênero.

Formas de violência doméstica e familiar contra a mulher

São cinco as formas previstas e a própria lei conceitua cada um deles.

Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe
cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça,
coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno
ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,


subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades;

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V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação
ou injúria.

Assistência à mulher em situação de violência

Além de medidas preventivas e de políticas assistenciais à vítima, a Lei define regras referentes ao
atendimento pela autoridade policial.

 medidas integradas de prevenção; e

 assistência à vítima.

O Poder Público deve desenvolver uma política pública voltada a coibir a violência doméstica e familiar. Essa
política é conceituada como um conjunto de ações a serem adotadas por todos os entes que compreendem
nossa federação e, também, por ações não governamentais.

Em síntese essas medidas buscam:

 integração entre as esferas (Judiciário, MP e Defensoria com segurança pública,


assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação);

 atendimento policial especializado;

 campanhas educativas e de prevenção da violência doméstica e familiar; e

 capacitação permanente da rede de atuação.

As medidas integradas são estabelecidas para evitar a violação de direitos, ao passo que as medidas
assistenciais, definidas no art. 9º da lei, tem por finalidade reparar violações já perpetradas.

De acordo com o caput do art. 9º da Lei, haverá um corpo integrado de serviços que serão disponibilizados
à vítima. Esse corpo integrado envolve o SUAS (Sistema Único de Assistência Social), o SUS (Sistema Único
de Saúde) e o Sistema Único de Segurança Pública.

O acesso a esses serviços será determinado pelo juiz, por prazo por ele determinado assegurando-se:

 acesso prioritário à remoção, caso a vítima seja servidora pública; e

 manutenção do vínculo de trabalho por até seis meses, se necessário o afastamento.

Analisadas as medidas protetivas e assistenciais, vejamos as regras relativas ao atendimento policial, que
foram modificadas pela Lei 13.505/2017.

São três as diretrizes relativas ao atendimento policial:

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 salvaguarda da integridade física;

 não contato com investigados e suspeitos; e

 evitar a revitimização.

Quanto à revitimização, cumpre acrescentar algumas observações.

Primeiramente, devemos compreender o significado da palavra. A revitimização implica em tornar vítima


novamente quem já é vítima de violação de direitos. No caso da violência doméstica, por se tratar crime
sensível, intrinsicamente relacionado com a intimidade da pessoa, a necessidade de declinar os fatos para
as autoridades policiais implica em reviver as violações, vitimizando-a novamente.

Desse modo, algumas cautelas devem ser tomadas com a finalidade de evitar a revitimização:

 inquirição em recinto especialmente criado para esse fim;

 quando necessário, acompanhamento por profissionais especializados em violência


doméstica e familiar; e

 registro eletrônico ou magnético do depoimento.

A partir dessas orientações gerais, a Lei contém regras que se aplicam à autoridade policial no atendimento
à mulher em situação de violência e no procedimento policial respectivo.

No que diz respeito ao atendimento à mulher em situação de violência, prevê o art. 11 da Lei as seguintes
ações:

 garantia de proteção policial;

 encaminhamento para atendimento médico;

 fornecimento de transporte, estendendo o benefício a dependentes da vítima de


violência;

 garantir apoio policial para a vítima buscar pertences do local da ocorrência ou do


domicílio; e

 informação quanto aos direitos.

Medidas Protetivas

Essas medidas são adotadas judicialmente a pedido da vítima ou do Ministério Público. Cabe ao juiz decidi-
las no prazo de 48 horas a contar do requerimento formulado.

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Além disso, são medidas provisórias, vale dizer, podem ser alteradas ou revogadas a qualquer tempo durante
o curso do inquérito ou do processo penal.

MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA:


• requerimento da vítima ou do membro do Ministério Público;
• decisão judicial no prazo de 48 horas;
• são provisórias;
• possibilidade de prisão preventiva do agressor.

 medidas que obrigam o agressor:

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente,
as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão


competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo


de distância entre estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de


comunicação;

c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e


psicológica da ofendida;

IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de


atendimento multidisciplinar ou serviço similar;

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na


legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem,
devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.

§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições


mencionadas no caput e incisos do art. 6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o
juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de

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urgência concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior


imediato do agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena
de incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.

§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar,
a qualquer momento, auxílio da força policial.

§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos
§§ 5o e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).

 medidas protetivas de urgência à ofendida:

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de


proteção ou de atendimento;

II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio,


após afastamento do agressor;

III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,
guarda dos filhos e alimentos;

IV - determinar a separação de corpos.

V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação


básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição,
independentemente da existência de vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)

VI – conceder à ofendida auxílio-aluguel, com valor fixado em função de sua situação de


vulnerabilidade social e econômica, por período não superior a 6 (seis) meses. (Incluído
pela Lei nº 14.674, de 2023)

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de
propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes
medidas, entre outras:

I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;

II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação


de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;

III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;

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IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos


materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.

Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos
incisos II e III deste artigo.

Preste especial atenção ao inciso V, que é uma inovação legislativa. As bancas têm especial preferência por
cobrar assuntos novos. O inciso V autoriza que o juiz determine a matrícula ou a transferência de
dependentes da ofendida à escola mais próxima de seu domicílio, mesmo que não haja vaga, devendo a
própria escola providenciar o manejo da situação.

Observe, especificamente em relação ao inciso III do art. 23, que o juiz pode determinar o afastamento da
própria ofendida do lar, não apenas do ofensor.

A recente Lei 14.674/2023 trouxe a possibilidade da concessão do auxílio- aluguel, pelo período de 6 meses,
para a mulher que se encontre em situação de vulnerabilidade social e econômica. Alguns estados como São
Paulo e Fortaleza já possuíam iniciativas semelhantes. Os valores serão custeados pelo Estado.

O descumprimento das medidas acima constitui crime. Nesse sentido, a Lei 13.641/2018, que alterou a Lei
Maria da Penha, estabelece que constitui crime descumprir decisão judicial que defere medida protetiva e,
em razão dela, aplica-se pena de detenção de 3 meses a 2 anos. Devido ao fato de se tratar de tema recente
trazido à Lei, leia:

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas
nesta Lei:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.

§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu


as medidas.

§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder


fiança.

§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.

Ministério Público e assistência judiciária

Para encerrar, reunimos dois pontos específicos em um só.

O MP, quando não for parte, atuará nos procedimentos judiciais envolvendo violência doméstica ou familiar
na condição de fiscal da ordem jurídica. E, em razão disso, poderá requisitar força policial e serviços públicos,
fiscalizar estabelecimentos públicos ou particulares de atendimento à mulher ou cadastrar casos de
violência.

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Quanto à assistência judiciária, esse instrumento de acesso à Justiça será assegurado mediante contratação
de advogado privado ou por intermédio da Defensoria Pública ou da assistência judiciária gratuita.

Com isso, encerramos a análise dos dispositivos atinentes a lei Maria da Penha.

Sigamos verificando as demais leis.

2.2 – Lei do Minuto Seguinte (Lei nº 12.845/2013)

A Lei n. 12.845/13 trata sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência
sexual. Assim, a lei determina atenção específica às pessoas que estiverem envolvidas em tais situações. Para
tanto, os hospitais devem oferecer às vítimas atendimento emergencial, integral e multidisciplinar para o
controle e tratamento de pessoas submetidas a violência sexual. Veja o que diz o art. 1º da lei:

imediato

SERVIÇOS A QUEM FOR SUBMETIDO


obrigatório
A VIOLÊNCIA SEXUAL

gratuito, a quem dela


necessitar

Art. 1o Os hospitais devem oferecer às vítimas de violência sexual atendimento


emergencial, integral e multidisciplinar, visando ao controle e ao tratamento dos agravos
físicos e psíquicos decorrentes de violência sexual, e encaminhamento, se for o caso, aos
serviços de assistência social.

Qual o conceito de violência sexual para fins da Lei 12.845/2013?

A lei define violência sexual como qualquer forma de atividade sexual não consentida.

qualquer forma de
VIOLÊNCIA SEXUAL atividade sexual não
consentida

E lista um rol de serviços que deve ser prestado pelo SUS de forma gratuita aos que necessitarem.

 diagnóstico e tratamento das lesões físicas no aparelho genital e nas demais áreas
afetadas;

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 amparo médico, psicológico e social imediatos;

 facilitação do registro da ocorrência e encaminhamento ao órgão de medicina legal e às


delegacias especializadas com informações que possam ser úteis à identificação do
agressor e à comprovação da violência sexual;

 profilaxia da gravidez;

 profilaxia das DST;

 coleta de material para realização do exame de HIV para posterior acompanhamento e


terapia;

 fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços


sanitários disponíveis.

Vamos ver uma questão recente de procurador que cobrou o conhecimento da lei 12.845/2013

(Avança SP - 2022) Em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013, por redação dada pela
Lei 13427/2017, foi acrescido à Lei 8080/90, o inciso XIV, no artigo 7º, como princípio do Sistema Único de
Saúde:
A) avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde.
B) revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua
elaboração a colaboração das entidades sindicais.
C) organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.
D) organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência
doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias
plásticas reparadoras.
E) conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população.
Comentários
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Conhecendo o conteúdo da Lei 12.845/13 sabemos
que o princípio inserido deve versar sobre violência contra mulheres. Essa questão é importante pois afirma
que o atendimento deve ser específico e especializado incluindo acompanhamento psicológico e até cirurgias
plásticas reparadoras.

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Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram
o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da
Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios
XIV – organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência
doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias
plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013.

2.3 – Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104, 2015)

A lei do feminicídio alterou o Código Penal e estabeleceu mais uma qualificadora ao crime de homicídio e a
incluiu no rol de crimes hediondos previstos na Lei 8.072/90.

Mas afinal o que é feminicídio?

Feminicídio é o assassinato de mulher motivado por questões de gênero. Para entender melhor vamos
analisar o texto do Código Penal inserido pela lei 13.104/2015.

Homicídio qualificado

§ 2° Se o homicídio é cometido:

(...)

Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015)

(...)

§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de


2015)

Veja que a própria legislação explica o contexto em que os crimes serão considerados como feminicídio:

➢ Crimes praticados no âmbito da violência doméstica e familiar e


➢ Crimes cometidos com menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

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A pena para este tipo de homicídio qualificado será de 12 a 30 anos de reclusão.

Apesar da criação do novo crime e da cominação e pena mais grave o Fórum Brasileiro de Segurança Pública
sobre feminicídios em seu estudo mais recente, feito em 2021, apurou que uma mulher é assassinada, em
média, a cada sete horas no país, só pelo fato de ser mulher.

2.4 – Lei da Pensão especial por feminicídio (Lei nº 14.717, 2023)

Recentemente a Lei 14.717/2023 instituiu uma pensão especial aos filhos e dependentes crianças ou
adolescentes, órfãos em razão do crime de feminicídio.

1. Beneficiários:

A pensão será concedida para filhos e dependentes menores de 18 anos cuja renda familiar per capta seja
igual ou inferior a 1/4 do salário-mínimo.

Quando estudamos o benefício de prestação continuada na aula de Grupo Vulnerável Idosos vimos que o
STF1 declarou a inconstitucionalidade da exigência de renda per capta de 1/4 do salário-mínimo afirmando
que a vulnerabilidade deve ser analisada no caso concreto. Teremos que aguardar para saber se o
entendimento também será aplicado nesse caso.

2. Valor do benefício:

O valor do benefício será de 1 salário-mínimo e será pago ao conjunto de filhos e dependentes.

O benefício terá como marco inicial a data do óbito da mulher vítima do feminicídio e poderá ser concedido
de forma provisória quando houver fundados indícios da materialidade do feminicídio.

É vedado ao autor, coautor ou partícipe do crime representar as crianças ou adolescentes para fins de
recebimento e administração da pensão especial.

1
STF. Plenário. RE 567985/MT, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 17 e 18/4/2013; RE 580963/PR,
rel. Min. Gilmar Mendes, 17 e 18/4/2013 (repercussão geral) (Info 702).

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O benefício não pode se cumulado com outro benefício previdenciário ou com pensões ou benefícios
militares.

3. Cessação do benefício:

Verificado em julgamento com trânsito em julgado que não houve o feminicídio o pagamento deverá cessar
imediatamente porém, os dependentes e filhos não estarão obrigados a devolver os valores recebidos, salvo
se houver má-fé.

Quando o beneficiado completar 18 anos ou em razão do seu falecimento. Havendo outros filhos ou
dependentes a cota do excluído será revertida para eles.

Serão excluídos a criança ou o adolescente que tiver sido condenado, mediante sentença com trânsito em
julgado, pela prática de ato infracional análogo a crime como autor, coautor ou partícipe de feminicídio
doloso, ou de tentativa desse ato, cometido contra a mulher vítima da violência, ressalvados os
absolutamente incapazes e os inimputáveis.

Para finalizar mais algumas observações importantes:

A concessão desse benefício não prejudica o eventual direito a indenização que os filhos ou dependentes
podem ter em relação ao autor do crime;

O benefício será concedido inclusive para casos de feminicídios ocorridos antes da edição dessa lei, nesse
caso o marco inicial será a data da publicação da lei e não terá efeito retroativo;

As verbas para o pagamento desse benefício serão classificadas no orçamento como Assistência Social.

Confira o texto legal:

Art. 1º É instituída pensão especial aos filhos e dependentes menores de 18 (dezoito) anos
de idade, órfãos em razão do crime de feminicídio tipificado no inciso VI do § 2º do art.
121 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), cuja renda familiar
mensal per capita seja igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo.

§ 1º O benefício de que trata o caput deste artigo, no valor de 1 (um) salário mínimo, será
pago ao conjunto dos filhos e dependentes menores de 18 (dezoito) anos de idade na data
do óbito de mulher vítima de feminicídio.

§ 2º O benefício de que trata o caput deste artigo será concedido, ainda que
provisoriamente, mediante requerimento, sempre que houver fundados indícios de
materialidade do feminicídio, na forma definida em regulamento, vedado ao autor, coautor
ou partícipe do crime representar as crianças ou adolescentes para fins de recebimento e
administração da pensão especial.

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§ 3º Verificado em processo judicial com trânsito em julgado que não houve o crime de
feminicídio, o pagamento do benefício de que trata o caput deste artigo cessará
imediatamente, desobrigados os beneficiários do dever de ressarcir os valores recebidos,
salvo má-fé.

§ 4º O benefício de que trata o caput deste artigo, ressalvado o direito de opção, não é
acumulável com benefícios previdenciários recebidos do Regime Geral de Previdência
Social (RGPS) ou dos regimes próprios de previdência social, nem com pensões ou
benefícios do sistema de proteção social dos militares.

§ 5º Será excluído definitivamente do recebimento do benefício de que trata o caput


deste artigo a criança ou o adolescente que tiver sido condenado, mediante sentença com
trânsito em julgado, pela prática de ato infracional análogo a crime como autor, coautor
==2537cb==

ou partícipe de feminicídio doloso, ou de tentativa desse ato, cometido contra a mulher


vítima da violência, ressalvados os absolutamente incapazes e os inimputáveis.

§ 6º O benefício de que trata o caput deste artigo cessará quando o beneficiário completar
18 (dezoito) anos de idade, ou em razão de seu falecimento, e a respectiva cota será
reversível aos demais beneficiários.

§ 7º O benefício de que trata o caput deste artigo não prejudicará os direitos de quem o
receber, relativos ao dever de o agressor ou o autor do ato delitivo indenizar a família da
vítima.

Art. 2º O benefício de que trata o art. 1º desta Lei será concedido às crianças e aos
adolescentes elegíveis à prestação mensal na data de publicação desta Lei, inclusive nos
casos de feminicídios ocorridos anteriormente, sem efeitos retroativos.

Art. 3º As despesas decorrentes do disposto nesta Lei serão classificadas na função


orçamentária Assistência Social e estarão sujeitas a previsão nas respectivas leis
orçamentárias anuais.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 31 de outubro de 2023; 202o da Independência e 135o da República.

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2.5 – Lei nº 13.718/2018 – Proteção da mulher diante de crimes sexuais.

Trata-se de uma lei muito importante no que diz respeito a proteção da mulher diante dos crimes sexuais.
Esta lei modificou o Código Penal incluindo novos crimes, modificando o tipo de Ação Penal a ser usada para
apurar crimes sexuais e trouxe algumas causas de aumento de pena para o crime de estupro.

Vamos analisar cada ponto relevante.

Foram criados dois tipos penais:

Importunação Sexual

A importunação sexual prevista no art. 215-A do CP e o crime de Divulgação de cena de estupro ou de cena
de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia no art. 218 -C do CP.

O que é crime de importunação sexual?

É a realização de ato libidinoso na presença de alguém, a vítima pode ser homem ou mulher, de forma não
consensual, com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro. Este crime é muito cometido em
meios de transporte coletivos e será punido com a pena de 1 a 5 anos de prisão.

Antes da Lei 13.718/2018 a conduta era considerada uma contravenção penal punida apenas com multa.

Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia

Nossa intenção não tratar do tipo penal em detalhes, isso vocês farão nas aulas de direito penal. Apenas
queremos demonstrar mais um passo na busca da proteção das mulheres com a criação de mais um crime
que busca tutelar a dignidade sexual. Embora o sujeito passivo não seja exclusivamente mulheres sabemos
que na prática elas são as maiores vítimas deste tipo de ação.

O crime prevê a divulgação, de qualquer forma, por qualquer meio, fotografias ou vídeos que contenha cena
de estupro ou, ainda, divulga cena de sexo, nudez ou pornografia sem o consentimento da vítima. A pena
cominada é de 1 a 5 anos de reclusão que sofrerá aumento caso o agente mantenha ou tenha mantido
relação íntima de afeto com a vítima ou se for praticado com o fim de vingança ou humilhação.

Causas de aumento de pena para crimes contra a dignidade sexual

A lei 13.718/2018 trouxe causas de aumento de pena para os casos de estupro coletivo, corretivo, quando
resulta em gravidez, quando há transmissão de doença sexualmente transmissível e se a vítima é idosa ou
pessoa com deficiência.

➢ Estupro coletivo – exige necessariamente o concurso de pelo menos 2 pessoas.


➢ Estupro corretivo – busca normalmente corrigira orientação sexual ou o gênero da vítima

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2.6 – Lei Lola (Lei nº 13.642/2018)

Esta lei atribuiu a Polícia Federal a atribuição de investigar crimes praticados por meio da rede mundial de
computadores que difundam conteúdo misógino.

O que são crimes de conteúdo misógino?

Crimes misóginos são definidos como aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres.

A lei 13.642/2018 acrescentou mais um inciso no rol do art. 1º da lei 10.446/2002 que trata do rol de crimes
que podem ser investigados pela polícia federal. Veja:

Art. 1º Na forma do inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição, quando houver


repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o
Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade
dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em especial
das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das
seguintes infrações penais:

(...)

VII – quaisquer crimes praticados por meio da rede mundial de computadores que
difundam conteúdo misógino, definidos como aqueles que propagam o ódio ou a aversão
às mulheres.

A competência para julgamento continua sendo da Justiça Estadual.

2.7 – Lei nº 13.931/2019 – Notificação compulsória de violência contra a


mulher.

Desde o dia 10/03/2020, quando entrou em vigor as alterações produzidas pela Lei 13.931/2019 casos de
violência contra a mulher que for atendida em serviços de saúde públicos ou privados terão notificação
compulsória.

Caso o profissional de saúde atenda uma mulher que tenha sido vítima de violência doméstica, ainda que
não tenha certeza, deverá notificar as autoridades sanitárias e a autoridade policial no prazo de 24 horas,
inclusive para fins de estatística.

Vejamos o novo texto da Lei 10.778/2003

Art. 1º Constituem objeto de notificação compulsória, em todo o território nacional, os


casos em que houver indícios ou confirmação de violência contra a mulher atendida em
serviços de saúde públicos e privados.

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§ 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência contra a mulher qualquer ação ou
conduta, baseada no gênero, inclusive decorrente de discriminação ou desigualdade
étnica, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto
no âmbito público quanto no privado.

§ 2o Entender-se-á que violência contra a mulher inclui violência física, sexual e


psicológica e que:

I – tenha ocorrido dentro da família ou unidade doméstica ou em qualquer outra relação


interpessoal, em que o agressor conviva ou haja convivido no mesmo domicílio que a
mulher e que compreende, entre outros, estupro, violação, maus-tratos e abuso sexual;

II – tenha ocorrido na comunidade e seja perpetrada por qualquer pessoa e que


compreende, entre outros, violação, abuso sexual, tortura, maus-tratos de pessoas, tráfico
de mulheres, prostituição forçada, sequestro e assédio sexual no lugar de trabalho, bem
como em instituições educacionais, estabelecimentos de saúde ou qualquer outro lugar; e

III – seja perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra.

§ 3o Para efeito da definição serão observados também as convenções e acordos


internacionais assinados pelo Brasil, que disponham sobre prevenção, punição e
erradicação da violência contra a mulher.

§ 4º Os casos em que houver indícios ou confirmação de violência contra a mulher


referidos no caput deste artigo serão obrigatoriamente comunicados à autoridade policial
no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, para as providências cabíveis e para fins estatísticos.

Esta lei sofre muitas críticas uma vez que a notificação compulsória realizada sem o consentimento da vítima
pode gerar um risco maior para algumas mulheres fazendo, inclusive, que elas deixem de procurar
assistência médica.

O Presidente da República chegou a vetar o texto legal, porém o Congresso Nacional derrubou o veto e a lei
se encontra em vigor.

2.8 – Lei Joana Maranhão (Lei nº 12.650/2015)

Mais uma lei que alterou o Código Penal. A Lei 12.650/2015 alterou a prescrição nos crimes contra a
dignidade sexual de crianças e adolescentes.

O que é prescrição? Você lembra?

Prescrição é a perda do direito de punir ou de executar uma pena já imposta em razão do Estado não ter
atuado nos prazos previsto na lei.

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A prescrição é uma das causas de extinção de punibilidade, a Lei 12.650/2015 modificou o termo inicial de
contagem do prazo prescricional para os crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes. Veja
como ficou o texto do art. 111 do CP:

Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:

V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código
ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a
esse tempo já houver sido proposta a ação penal.

A prescrição só começa a correr quando a vítima completar 18 anos.

2.9 – Lei Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica (Lei nº 14.188/2021)

Programa Sinal Vermelho

O programa “Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica” é mais uma iniciativa para enfrentar a
violência doméstica e familiar contra a mulher foi lançado pelo CNJ em 2020 antes de virar lei.

Trata-se da integração de empresas privadas e públicas que atuarão denunciando a violência que será
sinalizada por meio de uma letra “X”, de preferência de cor vermelha, escrita na palma da mão ou em papel.
Haverá a criação de um canal direito com as autoridades que viabilizarão assistência e segurança as vítimas.

Nova causa de aumento de pena na lesão corporal contra a mulher

A lei trouxe, ainda, uma causa de aumento no crime de lesão corporal praticada contra a mulher por razão
da condição do sexo feminino. Vejamos o §13 do art. 129 do CP.

Art. 129 (...)

§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino,
nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos).

Como já vimos na lei do feminicídio a própria lei dispõe sobre o que é considerado razões de condição de
sexo feminino.

Art. 121 (...)

§ 2º-A Considera-se que há “razões de condição de sexo feminino” quando o crime


envolve:

I - violência doméstica e familiar;

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II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Crime de violência psicológica contra a mulher

Como vimos a Lei Maria da Penha prevê que a violência psicológica é uma das formas de violência doméstica
e familiar, porém não havia na legislação brasileira um tipo penal que punisse o agente que causasse
violência psicológica contra uma mulher.

A lei 14.188/2021 supriu a lacuna criando o crime previsto no art. 147-B do CP. Veja o texto legal:

Violência psicológica contra a mulher


Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno
desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro
meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime
mais grave.

Medida protetiva por risco a integridade psicológica da mulher

Além disso, essa importante lei modificou a própria Lei Maria da Penha permitindo a aplicação da medida
protetiva de afastamento do lar não apenas quando houver risco à vida ou integridade física da mulher mas
também quando houver risco a integridade psicológica daquela que sofre a violência doméstica e familiar ou
de seus dependentes.

Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física
ou psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus
dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de
convivência com a ofendida:
(...)

2.10 – Lei nº 14.192/2021 – Violência Política contra a Mulher

Podemos perceber pelo primeiro artigo da lei os assuntos tratados:

• normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher, nos espaços e
atividades relacionados ao exercício de seus direitos políticos e de suas funções públicas;
• normas para assegurar a participação de mulheres em debates eleitorais;
• crime de divulgação de fato ou vídeo com conteúdo inverídico no período de campanha eleitoral.

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Art. 1º Esta Lei estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política
contra a mulher, nos espaços e atividades relacionados ao exercício de seus direitos
políticos e de suas funções públicas, e para assegurar a participação de mulheres em
debates eleitorais e dispõe sobre os crimes de divulgação de fato ou vídeo com conteúdo
inverídico no período de campanha eleitoral.

O segundo artigo reforça a proibição de discriminação e de desigualdade de tratamento em razão de sexo


ou raça já previstos na Constituição Federal.

Art. 2º Serão garantidos os direitos de participação política da mulher, vedadas a


discriminação e a desigualdade de tratamento em virtude de sexo ou de raça no acesso às
instâncias de representação política e no exercício de funções públicas.

Parágrafo único. As autoridades competentes priorizarão o imediato exercício do direito


violado, conferindo especial importância às declarações da vítima e aos elementos
indiciários.

Mas afinal o que é violência política contra a mulher?

O artigo terceiro da lei conceitua a violência política contra a mulher. Trata-se de mais uma lei editada para
criminalizar abusos contra a mulher evitando que este tipo de violência faça parte dos estatutos partidários.

Art. 3º Considera-se violência política contra a mulher toda ação, conduta ou omissão com
a finalidade de impedir, obstaculizar ou restringir os direitos políticos da mulher.

Parágrafo único. Constituem igualmente atos de violência política contra a mulher


qualquer distinção, exclusão ou restrição no reconhecimento, gozo ou exercício de seus
direitos e de suas liberdades políticas fundamentais, em virtude do sexo.

toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir,


obstaculizar ou restringir os direitos políticos da mulher OU

VIOLÊNCIA POLÍTICA
qualquer distinção, exclusão ou restrição no reconhecimento,
gozo ou exercício de seus direitos e de suas liberdades políticas
fundamentais, em virtude do sexo.

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Essa lei modificou diversos instrumentos jurídicos visando a proteção da mulher no âmbito político. Vamos
citá-las de forma pontual para que você perceba a importância da novel legislação para as mulheres que
ainda são grande minoria na política.

Alterações no Código Eleitoral

Em seu artigo 243 o Código Eleitoral elenca um rol de propagandas proibidas. A lei 14.192/2021 adicionou
o inciso X proibindo propaganda eleitoral que discrimine razão de gênero, cor, raça ou etnia.

Art. 243. Não será tolerada propaganda:

(...)

X - que deprecie a condição de mulher ou estimule sua discriminação em razão do sexo


feminino, ou em relação à sua cor, raça ou etnia.

O artigo 323 do Código Eleitoral prevê o crime de divulgação de fatos inverídicos na propaganda. Vamos ver
o conteúdo do novo artigo e fazer alguns comentários.

Art. 323. Divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha eleitoral,


fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer
influência perante o eleitorado:

Pena – detenção de dois meses a um ano ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.

Hoje o tipo penal é mais abrangente, passou a ser considerado crime a divulgação de fatos inverídicos
durante a campanha e na propaganda eleitoral. A redação anterior falava apenas em propaganda.

A nova lei adicionou mais dois parágrafos criando uma conduta equiparada e uma nova causa de aumento
de pena específica para a mulher. Veja abaixo:

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem produz, oferece ou vende vídeo com conteúdo
inverídico acerca de partidos ou candidatos.

§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até metade se o crime:

I – é cometido por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por meio da internet ou de


rede social, ou é transmitido em tempo real;

II – envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou


etnia.

A lei 14.192/2021 criou um crime eleitoral, trata-se do artigo 326-B do Código Eleitoral. Veja abaixo:

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Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio,
candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo
ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de
impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato
eletivo.

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço), se o crime é cometido contra
mulher:

I – gestante;

II – maior de 60 (sessenta) anos;

III – com deficiência.

Os artigos 324, 325 e 326 do Código Eleitoral tratam dos crimes de calúnia, difamação e injuria eleitoral e o
artigo 327 traz causas de aumento de pena para esses crimes. A lei 14.192/2021 trouxe duas novas causas
de aumento e ampliou o percentual aplicável que anteriormente tinha como limite 1/3. Veja o texto
destacado:

Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326 aumentam-se de 1/3 (um terço) até
metade, se qualquer dos crimes é cometido:

(...)

IV – com menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia;

V – por meio da internet ou de rede social ou com transmissão em tempo real.

Alterações na Lei dos Partidos Políticos

A lei 14.192/2021 inseriu um novo inciso ao artigo 15 da Lei dos Partidos Políticos que trata de normas
obrigatórias nos estatutos de partidos políticos.

Art. 15. O Estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:

(...)

X - prevenção, repressão e combate à violência política contra a mulher.

O artigo 7º da Lei 14.192/2021 determinou a obrigatoriedade de adequação dos estatutos dos partidos
políticos no prazo de 120 dias da data de sua publicação (05/08/2021). Veja o artigo:

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Art. 7º Os partidos políticos deverão adequar seus estatutos ao disposto nesta Lei no prazo
de 120 (cento e vinte) dias, contado da data de sua publicação.

Alterações na Lei das Eleições

A lei 14.211/2021 modificou o art. 46 II da Lei 9.504/97 passando a exigir a observância da proporção entre
homens e mulheres previsto no §3º do art. 10 da mesma lei (70% no máximo e 30% no mínimo) no âmbito
dos debates sobre as eleições proporcionais. Vamos ver o artigo alterado:

Art. 46. Independentemente da veiculação de propaganda eleitoral gratuita no horário


definido nesta lei, é facultada a transmissão por emissora de rádio ou televisão de debates
sobre as eleições majoritária ou proporcional, assegurada a participação de candidatos dos
partidos com representação no Congresso Nacional, de, no mínimo, cinco parlamentares,
e facultada a dos demais, observado o seguinte:

(...)

II – nas eleições proporcionais, os debates poderão desdobrar-se em mais de um dia e


deverão ser organizados de modo que assegurem a presença de número equivalente de
candidatos de todos os partidos que concorrem a um mesmo cargo eletivo, respeitada a
proporção de homens e mulheres estabelecida no § 3º do art. 10 desta Lei;

2.11 – Lei nº 14.713/2023 – Guarda compartilhada e violência doméstica ou


familiar

A lei 14.713/2023 altera o Código Civil e Código de Processo Civil, para estabelecer o risco de violência
doméstica ou familiar como causa impeditiva ao exercício da guarda compartilhada, bem como para impor
ao juiz o dever de indagar previamente o Ministério Público e as partes sobre situações de violência
doméstica ou familiar que envolvam o casal ou os filhos.

Como regra, o Código Civil prevê no §2º do art. 1.584 que não havendo acordo entre os genitores e estando
ambos aptos a exercer o poder familiar o juiz deverá aplicar a guarda compartilhada.

Mas o que é guarda compartilhada?

A guarda compartilhada é aquela em que os pais, em conjunto, exercem o poder familiar sobre os filhos.
Ambos têm direito de estar na companhia do filho e o dever de cuidar e zelar por seus interesses.

O Código Civil afirmava que a guarda compartilhada só não seria aplicada se um dos genitores declarasse ao
magistrado seu desinteresse me exercer a guarda do filho, com a mudança legislativa haverá outra exceção
havendo elementos que evidenciem a probabilidade de risco de violência doméstica ou familiar o juiz não
aplicará a guarda compartilhada.

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Veja o novo texto no §2º do art. 1.584 do CC:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:

(...)

§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho,
encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda
compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda
da criança ou do adolescente ou quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade de risco de violência doméstica ou familiar. (Redação dada pela Lei nº
14.713, de 2023)

A nova lei alterou também o Código de Processo Civil impondo ao juiz a obrigação de indagar as partes e ao
Ministério Público se existe o risco de violência doméstica e familiar naquele caso concreto.

Veja o novo art. 699-A do CPC:

Art. 699-A. Nas ações de guarda, antes de iniciada a audiência de mediação e conciliação
de que trata o art. 695 deste Código, o juiz indagará às partes e ao Ministério Público se há
risco de violência doméstica ou familiar, fixando o prazo de 5 (cinco) dias para a
apresentação de prova ou de indícios pertinentes.

3 - Violência Obstétrica

O projeto de lei 2.082/2022 que tramita no senado conceitua a violência obstétrica como "qualquer conduta
que seja direcionada à mulher durante o trabalho de parto, parto ou puerpério, praticada sem
consentimento, desrespeitando sua autonomia ou feita em desacordo com procedimentos estabelecidos
pelo Ministério da Saúde e que lhe cause dor, dano ou sofrimento desnecessário 2".

O Brasil não possui uma legislação federal tratando do tema, porém alguns estados legislaram sobre o
assunto.

Em alguns países, tais como Argentina e Venezuela a violência obstétrica é tipificada penalmente. Em nosso
ordenamento, temos parco arcabouço legislativo, o que dificulta a responsabilização. De toda forma, se
considerarmos a legislação nacional e internacional em conjunto é possível coibir esse tipo de conduta.

2
Fonte: Agência Senado

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É direito da mulher (e do nascituro) realizar pré-natal de qualidade, com a finalidade assegurar uma gestação
saudável, com preservação do bem-estar.

Essa forma específica de violência contra a mulher, abrange:

• negativa, negligência ou dificultação do atendimento em postos de saúde que realizam o


atendimento pré-natal;
• tratamento discriminatório às gestantes por razões de cor, religião, crença, condições
socioeconômicas, estado civil, orientação sexual ou número de filhos;
• ofensas à mulher e à família;
• recomendação de realização da cesárea sem real necessidade médica (baseada em evidências
científicas).

3.1 - Normas que podem ser usadas pelas mulheres

No que diz respeito à proteção jurídica constante do nosso ordenamento, podemos destacar algumas
normas.

Lei 11.108/2005 e Lei 13.257/2016 - Direito a acompanhante no parto

A Lei 11.108/2005 tem por finalidade assegurar o direito à presença de acompanhante durante o trabalho
de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Importante destacar que
essa regra foi novamente trazida à tona com Lei 13.257/2016, denominada Lei da Primeira Infância, que
alterou o ECA para incluir a mesma obrigação.

De acordo com a Lei, primeira infância compreende o período entre primeiros 6 anos completos ou 72 meses
de vida da criança. Essa nova lei trouxe diversas alterações. Temos alterações no ECA, na CLT, na Lei
11.770/2008 (Programa Empresa Cidadã) e até mesmo no CPP.

Nota-se um esforço da legislação em desenvolver programas e políticas de atendimento adequadas à


proteção da gestação. Destaca-se:

 A mãe terá direito de escolher, nos últimos 3 meses da gestação, do local onde será
realizado o parto.

 É assegurado à gestante e à parturiente o direito a um acompanhante durante o período


que estiver em estabelecimento hospitalar.

 O Poder Público deverá atuar a fim de garantir os direitos das gestantes perante a rede
pública de saúde, atuará também em posição interventiva nos contratos de emprego,
preservará o direito das gestantes que estiverem em restrição de liberdade.

 Além de promover os direitos das gestantes e parturientes, o Estado deverá coibir


práticas discriminatórias e violadoras dos direitos das gestantes.

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Lei 14.326/22 – Assegura direito a mulher presa gestante ou puérpera

Esta lei alterou a Lei de Execuções Penais para assegurar à mulher presa gestante ou puérpera tratamento
humanitário antes e durante o trabalho de parto e no período de puerpério, bem como para prever a
obrigação do poder público de promover a assistência integral à sua saúde e à do recém-nascido.

Veja como ficou o §4º do art. 14 da LEP

§ 4º Será assegurado tratamento humanitário à mulher grávida durante os atos médico-


hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem
como à mulher no período de puerpério, cabendo ao poder público promover a assistência
integral à sua saúde e à do recém-nascido.

Para fins de prova você deve lembrar dessas normas e, ter em mente, a factibilidade da tutela dos direitos
das mulheres que sofrem violência obstétrica, com base nos princípios que informam nosso ordenamento
jurídico nacional e internacional.

4 - Diretrizes Nacionais para o Abrigamento de Mulheres em


Situação de Risco e de Violência

A Lei 11.340/2006 disciplina que no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a
autoridade policial deverá fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local
seguro, quando houver risco de vida.

Além disso, na parte final da Lei, mais especificamente no art. 35, II, estabelece que compete à União, DF,
Estados e Municípios a prerrogativa de criar casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes
menores em situação de violência doméstica e familiar.

Em 2011 foi divulgado o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra a Mulher que estabeleceu
que deve ser prioridade o aumento do número de serviços de abrigamento, levando em conta eventuais
consórcios entre os órgãos públicos.

Infelizmente não dispomos no âmbito federal ou estadual nenhum programa efetivo voltado para o
abrigamento de mulheres em situação de risco e de violência, pelo que, acredita-se possui legitimidade a
Defensoria Pública para ingressar com ações coletivas, com o intuito de exigir do Estado a tutela judicial
específica.

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5 - Redes e Políticas contra a Violência

5.1 - Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e Rede de


Atendimento à Mulher em Situação de Violência

Essas duas redes, referidas expressamente em edital, envolvem políticas desenvolvidas pelas instituições e
órgãos governamentais voltados à proteção de mulheres expostas a situações de violência.

Ambas as redes possuem 4 objetivos:

empoderamento e construção da autonomia das


mulheres

defesa dos direitos humanos


OBJETIVO DA REDE
responsabilização dos agressores

assistência qualificada às mulheres em situação


de violência

Mas qual a diferença entre “rede de atendimento” e “rede de enfrentamento”?

A rede de enfrentamento é conjunto de órgãos que atuam

 agentes governamentais e não-governamentais, formuladores, fiscalizadores e


executores de políticas voltadas para as mulheres;

 serviços/programas voltados para a responsabilização dos agressores; universidades;

órgãos federais, estaduais e municipais responsáveis pela garantia de direitos e serviços


especializados e não-especializados de atendimento às mulheres em situação de violência.

A rede atendimento, por sua vez, envolve o conjunto de ações e serviços que tem por objetivo ampliar a
rede de atendimento às mulheres vítimas de violência.

5.2 - Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres

Em sentido semelhante às redes acima estudadas, a Política Nacional de Enfrentamento à Violência tem por
finalidade “estabelecer conceitos, princípios, diretrizes e ações de prevenção e combate à violência contra as
mulheres, assim como de assistência e garantia de direitos às mulheres em situação de violência, conforme
normas e instrumentos internacionais de direitos humanos e legislação nacional”.

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6 – Trabalho da mulher

Apesar da previsão de igualdade entre homens e mulheres prevista na Constituição Federal vivemos até os
dias atuais grande discriminação de gênero e falta de igualdade no âmbito do trabalho principalmente no
que diz respeito aos salários.

Criou-se um sistema de proteção à mulher havendo Convenções e Recomendações da OIT tratando de


assuntos como inserção no mercado de trabalho, à não discriminação no trabalho, à proteção à gestação e
à maternidade e ao respeito às suas características físicas.

A questão da igualdade deve ser tratada como uma questão de direitos humanos, segundo a doutrina
trabalhista3, e requisito indispensável ao regime democrático.

A Constituição Federal prevê a mesma duração de trabalho e veda a discriminação salarial.

6.1 - Dos métodos e locais de Trabalho

• prover os estabelecimentos de medidas concernentes à higienização dos métodos e locais de


trabalho, tais como ventilação e iluminação e outros que se fizerem necessários à segurança e ao
conforto das mulheres, a critério da autoridade competente;

• instalar bebedouros, lavatórios, aparelhos sanitários; dispor de cadeiras ou bancos, em número


suficiente, que permitam às mulheres trabalhar sem grande esgotamento físico;

• instalar vestiários com armários individuais privativos das mulheres, exceto os estabelecimentos
comerciais, escritórios, bancos e atividades afins, em que não seja exigida a troca de roupa, e outros,
a critério da autoridade competente em matéria de segurança e higiene do trabalho, admitindo--se
como suficientes as gavetas ou escaninhos, onde possam as empregadas guardar seus pertences;

• Proteção Individual - fornecer, gratuitamente, a juízo da autoridade competente, os recursos de


proteção individual, tais como óculos, máscaras, luvas e roupas especiais, para a defesa dos olhos, do
aparelho respiratório e da pele, de acordo com a natureza do trabalho.

• Creches - os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais de 16
(dezesseis) anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob
vigilância e assistência os seus filhos no período da amamentação.

• Emprego de força muscular - limitação de 20KG para o trabalho contínuo e 25 KG para o ocasional.

3
ROMAR, C. T. M.; LENZA, P. Direito do trabalho. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2021. E-book.

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• Afastamento por violência doméstica - a Lei Maria da Penha assegura à mulher em situação de
violência doméstica e familiar a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento
do local de trabalho, por até seis meses.

6.2 - Proteção à gravidez e à maternidade

• Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de haver
contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez.
• Licença Maternidade de 120 dias, inclusive para a mãe adotante. Podendo ser ampliada para 180 dias
de acordo com a Lei 11.770/2008 (Programa Empresa Cidadã).
• Estabilidade no emprego desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto.
• Direito de mudar de função.
• Direito a rescindir o contrato quando o trabalho for prejudicial a gestação.
• Afastamento de atividade insalubres durante a gestação.
• Dois intervalos de meia hora para amamentação até que o filho complete 6 meses.
• No caso de aborto não provocado 2 semanas de licença.

6.3 - Convenções da OIT

• Convenção n. 100 sobre Salário Igual para Trabalho de Igual Valor entre o Homem e a Mulher, de
1951.
• Convenção n. 111 sobre Discriminação em Matéria de Emprego e Ocupação, de 1959 - tem por
finalidade promover a igualdade eliminado todas as formas de discriminação.

RESUMO
Introdução

 A proteção especial se justifica em face da desigualdade fática entre homens e mulheres.

 Busca-se, por intermédio do Direito, a igualdade substancial (ou isonomia).

 Internacionalmente, temos várias normas protetiva à mulher. Internamente, a CF possui algumas regras esparsas e
a legislação central é a Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha.

Lei Maria da Penha

 É dever do Estado adotar políticas públicas específicas (ações afirmativas) a fim de promover os direitos das
mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar.

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 Finalidade da norma:

 coibir e prevenir a violência doméstica familiar;

 criar os Juizados de Violência Doméstica e Familiar; e

 adotar medidas de assistência e proteção às vítimas de violência doméstica e familiar.

 Garantir vida digna à mulher, livre de violência é responsabilidade do Estado, da família e da sociedade.

 Violência Doméstica é conceituada “ação/omissão baseada no gênero que possa causar morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, praticada no âmbito doméstico, familiar ou em decorrência
de relação de afeto”.

 A configuração da violência independe da orientação sexual da vítima; e

 A caracterização da violência independe da coabitação.

 A violência doméstica e familiar contra a mulher poderá ser:

 física

 psicológica

 sexual

 patrimonial

 moral

 As medidas integradas às vítimas de violência doméstica incluem:

 integração entre as esferas (Judiciário, MP e Defensoria com segurança pública, assistência social, saúde,
educação, trabalho e habitação);

 atendimento policial especializado;

 campanhas educativas e de prevenção da violência doméstica e familiar; e

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 capacitação permanente da rede de atuação.

 Em relação ao atendimento policial, três diretrizes se destacam:

 salvaguarda da integridade física;

 não contato com investigados e suspeitos; e

 evitar a revitimização.

 Como forma de evitar a revitimização:

 a inquirição da ofendida deve ocorrer em recinto especialmente criado para esse fim;

 quando necessário, haverá acompanhamento por profissionais especializados em violência doméstica e


familiar; e

 haverá registro eletrônico ou magnético do depoimento.

 Em relação aos procedimentos judiciais da Lei Maria da Penha:

 aplicação subsidiária do CPP, do NCPC e de regras processuais do ECA e do Estatuto do Idoso;

 possibilidade de praticar atos processuais à noite;

 competência cível, à escolha da vítima, entre:

• foro do domicílio ou da residência;

• foro do lugar do fato em se baseou a demanda; ou

• foro do domicílio do agressor

 para admissão da renúncia da representação (em ações penais públicas incondicionadas, necessário:

a) fazê-lo perante autoridade judicial;

b) em audiência especialmente designada para esse fim;

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c) antes do recebimento da denúncia; e

d) com prévia oitiva do membro do MP.

 Em relação às medidas protetivas de urgência, destaca-se:

 necessidade de requerimento da vítima ou do membro do Ministério Público;

 determinação por decisão judicial no prazo de 48 horas;

 são provisórias; e

 possibilidade de prisão preventiva do agressor.

Atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual

A Lei n. 12.845/13 trata sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual.

qualquer forma de
VIOLÊNCIA SEXUAL atividade sexual não
consentida

Entre os serviços que devem ser providenciados de forma OBRIGATÓRIA e IMEDIATA, temos:

 diagnóstico e tratamento das lesões físicas no aparelho genital e nas demais áreas
afetadas;

 amparo médico, psicológico e social imediatos;

 facilitação do registro da ocorrência e encaminhamento ao órgão de medicina legal e às


delegacias especializadas com informações que possam ser úteis à identificação do
agressor e à comprovação da violência sexual;

 profilaxia da gravidez;

 profilaxia das DST;

 coleta de material para realização do exame de HIV para posterior acompanhamento e


terapia;

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 fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços


sanitários disponíveis.

Esses serviços serão gratuitos, APENAS AOS QUE DELES NECESSITAREM.

imediato

SERVIÇOS A QUEM FOR SUBMETIDO A


obrigatório
VIOLÊNCIA SEXUAL

gratuito, a quem dela


necessitar

 Violência Obstétrica

➢ conceito: apropriação do corpo e processos reprodutivos das mulheres pelos profissionais de saúde, por
intermédio de tratamento desumanizado, por abuso de medicação e patologização dos processos naturais, de
forma prejudicar a autonomia e capacidade de decisão sobre o corpo e sexualidade e que possa causar perda
na qualidade de vida das mulheres.

 Redes e Políticas contra a Violência

➢ objetivos:

empoderamento e construção da autonomia das


mulheres

defesa dos direitos humanos


OBJETIVO DA REDE
responsabilização dos agressores

assistência qualificada às mulheres em situação de


violência

➢ rede de enfretamento:

 agentes governamentais e não-governamentais, formuladores, fiscalizadores e


executores de políticas voltadas para as mulheres;

 serviços/programas voltados para a responsabilização dos agressores; universidades;

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órgãos federais, estaduais e municipais responsáveis pela garantia de direitos e serviços


especializados e não-especializados de atendimento às mulheres em situação de violência.

➢ rede atendimento: conjunto de ações e serviços que tem por objetivo ampliar a rede de atendimento às
mulheres vítimas de violência.

 Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres – finalidade: “estabelecer conceitos, princípios,
diretrizes e ações de prevenção e combate à violência contra as mulheres, assim como de assistência e garantia de
direitos às mulheres em situação de violência, conforme normas e instrumentos internacionais de direitos humanos e
legislação nacional”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais uma aula específica, referente à proteção das pessoas em situação de
vulnerabilidade.

Com isso concluímos nosso curso. Espero que você tenha gostado do material e que ele seja útil para a sua
preparação.

Qualquer dúvida estou disponível no fórum, na área do aluno.

Ricardo Torques

rst.estrategia@gmail.com
@proftorques

QUESTÕES COM COMENTÁRIOS

CESPE

1. (CESPE/PC-GO - 2017) À luz do posicionamento jurisprudencial e doutrinário dominantes acerca das


disposições da Lei n.º 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), assinale a opção correta.
a) Caracteriza o crime de desobediência o reiterado descumprimento, pelo agressor, de medida protetiva
decretada no âmbito das disposições da Lei Maria da Penha.
b) Em se tratando dos crimes de lesão corporal leve e ameaça, pode o Ministério Público dar início a ação
penal sem necessidade de representação da vítima de violência doméstica.

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c) No caso de condenação à pena de detenção em regime aberto pela prática do crime de ameaça no âmbito
doméstico e familiar, é possível a substituição da pena pelo pagamento isolado de multa.
d) No âmbito de aplicação da referida lei, as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, o qual deverá ser
prontamente comunicado.
e) Afasta-se a incidência da Lei Maria da Penha na violência havida em relações homoafetivas se o sujeito
ativo é uma mulher.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O descumprimento de medida protetiva de urgência prevista no art. 22, da
Lei Maria da Penha, não configura crime de desobediência.

A alternativa B está incorreta. O crime de ameaça, previsto no art. 147, do CP, somente se procede mediante
representação. Já a lesão corporal leve, segundo entendimento do STF, independe de representação uma
vez que não se aplica o art. 88 da Lei 9.099/90.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 17, da Lei Maria da Penha, é vedada a aplicação, nos
casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação
pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o §1º, do art. 19, da referida Lei:

§ 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,


independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público,
devendo este ser prontamente comunicado.

A alternativa E está incorreta. A Lei Maria da Penha se preocupa com o sujeito passivo. Por isso, sendo a
vítima mulher, independente do agressor, serão aplicados os dispositivos da LMP.

2. (CESPE/DPE-AL - 2017) Considerando a Lei Maria da Penha e o entendimento dos tribunais


superiores acerca de crimes contra a mulher, assinale a opção correta.
a) A Lei Maria da Penha não estabelece medidas próprias para o descumprimento de medidas protetivas,
devendo-se, nesse caso, responsabilizar o agente pelo crime de desobediência.
b) Em caso de violência contra mulher, para que se aplique a Lei Maria da Penha, deverá ser demonstrada a
situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência da vítima, sob a perspectiva de gênero.
c) As medidas protetivas de urgência têm natureza cautelar e temporária, sendo vinculadas à existência,
presente ou potencial, de processo-crime ou ação principal contra o agressor.
d) A agravante relativa à violência contra a mulher prevista no Código Penal (CP) não se aplica de modo
conjunto com outras disposições da Lei Maria da Penha, sob pena de acarretar o bis in idem.

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e) Ato de violência física contra mulher, em ambiente doméstico, acarreta pena de prisão simples ou de
multa, admitindo-se que o magistrado fixe apenas a pena pecuniária.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Há previsão de crime para o caso e descumprimento da medida de proteção
prevista no art. 24-A, da Lei Maria da Penha.

A alternativa B é correta e gabarito da questão. Para a aplicação da Lei nº 11.340/06, não é suficiente que a
violência seja praticada contra a mulher e numa relação familiar, doméstica ou de afetividade, mas também
há necessidade de demonstração da sua situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência, numa perspectiva
de gênero.

A alternativa C está incorreta. As medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha, podem ser pleiteadas
de forma autônoma, independentemente da existência, presente ou potencial, de processo-crime ou ação
principal contra o suposto agressor.

A alternativa D está incorreta. Segundo o STJ, a aplicação da agravante prevista no art. 61, II, “f”, do CP, de
modo conjunto com outras disposições da Lei nº 11.340/06 não acarreta bis in idem, pois a Lei Maria da
Penha visou recrudescer o tratamento dado para a violência doméstica e familiar contra a mulher.

A alternativa E está incorreta. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que
implique o pagamento isolado de multa.

3. (CESPE/DPE-AL - 2017) Maria denunciou seu esposo, Antônio, por ele ter insistido em manter
relação sexual com ela, contra a sua vontade, após chegar em casa embriagado. Maria afirmou, ainda, que
Antônio, diante de sua recusa, a agrediu verbalmente, dirigindo-lhe palavras insultuosas.
Antônio foi condenado, mas a sua defesa recorreu, alegando nulidade do pedido e requerendo absolvição
por falta de condição de procedibilidade da ação penal ante a ausência de representação formal da vítima.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) A situação em apreço se refere a crime de injúria com violência doméstica contra a mulher, razão por que
a ação penal pode ser iniciada a qualquer tempo.
b) O crime em questão é de ação pública condicionada e só pode ir adiante se Maria fizer uma representação
formal.
c) O fato de Maria ter registrado a ocorrência e pedido providências supre o requisito da representação.
d) A ação penal será arquivada se Maria desistir do registro da ocorrência policial em audiência especial
perante o juiz e o representante do Ministério Público.
e) A ausência de lesão corporal impossibilita que o fato em questão seja abrangido pelas normas tutelares
da Lei Maria da Penha.

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Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Segundo o que prevê a Lei Maria da Penha, o registro
de ocorrência perante autoridade policial serve para demonstrar a vontade da vítima de violência doméstica
em dar seguimento à ação penal contra o agressor.

Além disso, conforme entendimento do STJ, a representação é um ato que dispensa formalidades, não sendo
exigidos requisitos específicos para sua validade, mas apenas a clara manifestação de vontade da vítima de
que deseja ver apurado o fato contra ela praticado.

4. (CESPE/TJ-AM - 2016) Com relação às disposições da Lei n.° 11.340/2006 — Lei Maria da Penha —,
julgue o item a seguir.
Para os efeitos da referida lei, a configuração da violência doméstica e familiar contra a mulher depende da
demonstração de coabitação da ofendida e do agressor.

Comentários

A assertiva está incorreta. Segundo a Lei Maria da Penha, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que acarrete morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico prática no âmbito doméstico ou em qualquer relação íntima de afeto, independentemente de
coabitação.

É o que dispõe o art. 5º, da Lei.

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.

5. (CESPE/TJ-AM - 2016) Com relação às disposições da Lei n.° 11.340/2006 — Lei Maria da Penha —,
julgue o item a seguir.
Considera-se violência sexual a conduta de forçar a mulher ao matrimônio mediante coação, chantagem,
suborno ou manipulação, assim como a conduta de limitar ou anular o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos.

Comentários

A assertiva está correta. O art. 7º, da Lei nº 11.340/2006, cita quais as formas de violência doméstica ou
familiar contra a mulher e dentre elas está o ato de forçar a mulher ao matrimônio. Vejamos o inciso III.

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

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III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça,
coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem,
suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos;

Outras Bancas

6. (FUNDATEC/IGP-RS - 2017) De acordo com a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), assinale a
alternativa correta.
a) Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena
prevista, aplica-se a Lei nº 9.099/1995.
b) Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da
mulher, a restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida não é uma das medidas
que o juiz poderá, liminarmente, determinar.
c) É possível a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento
isolado de multa.
d) Ainda que para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, não pode o juiz requisitar auxílio
da força policial.
e) Dentre as medidas protetivas de urgência à ofendida, poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de
outras medidas, determinar a separação de corpos.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Não se aplica a Lei nº 9.099/95 aos crimes praticados com violência doméstica
e familiar contra a mulher.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 24, I, da Lei Maria da Penha, a restituição de bens
indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida é uma das medidas que o juiz poderá, liminarmente,
determinar.

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de
propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes
medidas, entre outras:

I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;

A alternativa C está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 17, da referida Lei:

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Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher,
de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de
pena que implique o pagamento isolado de multa.

A alternativa D está incorreta. De acordo com o §3º, do art. 22, da Lei nº 11.340/06, para garantir a
efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da
força policial.

Por fim, a alternativa E é correta e gabarito da questão, conforme prevê o art. 23, IV, da referida Lei:

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

IV - determinar a separação de corpos.

7. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre as previsões expressas da Lei Federal n°
11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).
a) O Ministério Público atuará apenas quando for parte nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência
doméstica e familiar contra a mulher.
b) Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência doméstica e familiar
deverá estar acompanhada de advogado.
c) Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar
com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas
psicossocial, jurídica e de saúde.
d) A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher deverá ser acompanhada
pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 25, da Lei nº 11.340/06, o Ministério Público intervirá,
quando não for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a
mulher.

A alternativa B está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 27, da referida Lei:

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência
doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art.
19 desta Lei.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o 29, da Lei Maria da Penha:

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Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser
criados poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada
por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.

A alternativa D está incorreta. Nos termos do art. 34, da referida Lei, a instituição dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação das curadorias necessárias
e do serviço de assistência judiciária.

8. (IESES/IGP-SC - 2017) De acordo com a Lei 11.340/06 - Lei Maria da Penha - são formas de violência
doméstica e familiar contra a mulher, dentre outras:
a) A violência moral, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da
autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar
suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica
e à autodeterminação.
b) A violência física, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a
induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante
coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais.
c) A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal
ou psíquica, que configure calúnia, difamação ou injúria.
d) A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.

Comentários

A questão exige o conhecimento dos conceitos previstos no art. 7º, da Lei Maria da Penha.

Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças
e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,
vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,

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exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo
à saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça,
coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno
ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,


subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação
ou injúria.

Visto isso, passemos à análise das alternativas.

A alternativa A está incorreta, pois traz o conceito de violência psicológica, e não moral.

A alternativa B está incorreta, pois traz o conceito de violência sexual, e não física.

A alternativa C está incorreta, pois traz o conceito de violência moral, e não psicológica.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o inc. IV.

9. (FUNDATEC/FHGV - 2017) Na interpretação da Lei nº 11.340/2006, serão considerados os fins


sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de:
a) Vulnerabilidade.
b) Incapacidade.
c) Violência doméstica e familiar.
d) Abandono.
e) Risco e perigo.

Comentários

Vejamos o que dispõe o art. 4º, da Lei Maria da Penha:

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Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina
e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica
e familiar.

Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

10. (FADESP/COSANPA - 2017) Com relação às medidas protetivas de urgência e equipe de


atendimento multidisciplinar dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com base
na Lei nº 11.340/06, é correto afirmar que
a) o juiz poderá determinar a suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor, para a
proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher,
devendo a ofendida levar a decisão ao cartório para que se produza os efeitos.
b) é competência da equipe multidisciplinar o desenvolvimento de trabalhos de orientação voltados para a
ofendida, bem como o fornecimento de subsídios e orientações ao Juiz e ao Ministério Público mediante
laudos, desde que anteriores à audiência, sendo vedado o fornecimento de informações durante a sua
realização.
c) poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas
protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de
seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o ofendido.
d) o juiz terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, recebido o expediente com o pedido da ofendida, para
decidir sobre as medidas protetivas de urgência, determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de
assistência judiciária, quando for o caso, e comunicar ao Ministério Público para que adote as providências
cabíveis.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 24, III, da Lei Maria da Penha:

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de
propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes
medidas, entre outras:

III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;

De acordo com o parágrafo único, do art. 24, o juiz é quem deverá oficiar ao cartório competente.

A alternativa B está incorreta. Com base no art. 30, da referida Lei, compete à equipe de atendimento
multidisciplinar, mediante laudos ou verbalmente em audiência, desenvolver trabalhos de orientação,
encaminhamento, prevenção e outras medidas.

Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuições que
lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao

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Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência,


e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas,
voltados para a ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos
adolescentes.

A alternativa C está incorreta, nos termos o §3º, do art. 19, da Lei nº 11.340/06:

§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder


novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender
necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o
Ministério Público.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 18, da referida Lei:

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas:

I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;

II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando


for o caso;

III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.

11. (PUC-PR/TJ-PR - 2017) Conhecida como Lei Maria da Penha, a Lei 11.340/2006 criou mecanismos
para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA.
a) Para evitar represálias, em casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da
ocorrência, a autoridade policial está expressamente proibida de ouvir o agressor e as testemunhas.
b) A violência doméstica prevista na Lei Maria da Penha é unicamente a violência física, na qual o homem faz
uso da força para subjugar a esposa.
c) Para preservar a integridade física e psicológica da mulher em situação de violência doméstica, o juiz
poderá assegurar, quando necessário, o afastamento da mulher do local de trabalho, por até seis meses.
d) As relações pessoais que podem configurar atos de violência doméstica são necessariamente aquelas
derivadas da relação entre homem e mulher, não se podendo aplicá-las a eventuais relações homoafetivas
entre duas mulheres.
e) A configuração de atos de violência doméstica depende necessariamente de haver coabitação entre
cônjuges.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, a
autoridade deverá ouvir o agressor e as testemunhas. É o que estabelece o art. 12, V, da Lei Maria da Penha:

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Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o
registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes
procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:

V - ouvir o agressor e as testemunhas;

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 5º, da referida Lei, configura violência doméstica e
familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. É hipótese de suspensão do contrato de trabalho.


Vejamos o que prevê o art. 9º, §2º, II, da Lei nº 11.340/06:

§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para


preservar sua integridade física e psicológica:

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de


trabalho, por até seis meses.

A alternativa D está incorreta. Com base no parágrafo único, do art. 5º, da referida Lei, as relações pessoais
independem de orientação sexual.

A alternativa E está incorreta. A configuração de atos de violência doméstica independe de coabitação, nos
termos do art. 5º, III, da Lei Maria da Penha:

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.

12. (FUNDATEC/FHGV - 2017) A Lei nº 11.340/2006, ao tratar das formas de violência contra a mulher,
entre outras, determina que a violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda:
a) A moral da cidadã.
b) Sua integridade ou saúde corporal.
c) Psicologicamente.
d) De forma verbal.
e) De forma direta ou indireta.

Comentários

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Vejamos o que dispõe o art. 7º, I, da Lei nº 11.340/06, a respeito da violência física:

Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;

Dessa forma, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

13. (UFPA/UFPA - 2017) A Lei nº 11.340/2006, conhecida por Lei Maria da Penha, visa a coibir e prevenir
a violência doméstica e familiar contra a mulher. Acerca do tema e com base na referida lei, é CORRETO
afirmar o seguinte:
a) nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida por violência doméstica, será
admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência designada com tal finalidade, somente
após o recebimento da denúncia, desde que ouvido o Ministério Público.
b) a autoridade policial, no atendimento de mulher em situação de violência doméstica e familiar, deverá
fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco
de vida, bem como informar à ofendida os serviços disponíveis.
c) poderá o Ministério Público, a requerimento da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência
ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário a proteção da ofendida, de seus familiares e de seu
patrimônio, ouvida a equipe multidisciplinar.
d) é vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica
ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de
multa, salvo, no último caso, se houver consentimento da ofendida.
e) para a proteção patrimonial dos bens conjugais ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz
poderá determinar, liminarmente, a proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra,
venda e locação do bem em comum, salvo expressa autorização da ofendida.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 16, da Lei nº 11.340/06, nas ações penais públicas
condicionadas à representação da ofendida por violência doméstica, será admitida a renúncia à
representação perante o juiz, em audiência designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia,
e não somente após o recebimento da denúncia, como enunciado.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme os termos do art. 11, III e V, da Lei Maria da
Penha:

Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a


autoridade policial deverá, entre outras providências:

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III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro,
quando houver risco de vida;

V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.

A alternativa C está incorreta. Baseado nos termos do art. 19, §3º, da Lei nº 11.340/06, é o juiz quem poderá,
a requerimento do Ministério Público, ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de
urgência ou rever aquelas já concedidas.

A alternativa D está incorreta. Conforme o art. 17, da Lei Maria da Penha, é vedada a aplicação, nos casos
de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação
pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa, mesmo havendo
consentimento da ofendida.

A alternativa E está incorreta. De acordo com art. 24, II, para a proteção patrimonial dos bens conjugais ou
daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, a proibição
temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação do bem em comum, salvo
expressa autorização judicial.

14. (UPENET-IAUPE/UPE - 2017) A Lei Nº 11.340/06, “Lei Maria da Penha”, criou inúmeros mecanismos
para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA.
a) A violência doméstica e familiar contra a mulher se constitui em uma das formas de violação dos direitos
humanos.
b) Cabe exclusivamente ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos
enunciados na legislação.
c) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero
que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral, exceto o patrimonial.
d) A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio
exclusivo de ações da União e dos Estados.
e) A criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com
competência cível e criminal, é de competência da União, estando distribuídos nos Estados e no Distrito
Federal, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 6º, da Lei Maria da Penha:

Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de
violação dos direitos humanos.

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A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 3º, § 2º, da Lei nº 11.340/06, não cabe exclusivamente
ao poder público, criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados na
legislação. Essa é uma atribuição da família, da sociedade e do poder público.

A alternativa C está incorreta. Nos termos do art. 5º, da Lei Maria da Penha, configura violência doméstica
e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.

A alternativa D está incorreta. Conforme o art. 8º, da Lei nº 11.340/06, a política pública que visa coibir a
violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações, não
somente exclusivas da União e dos Estados, mas também do Distrito Federal, dos Municípios e de ações não-
governamentais.

A alternativa E está incorreta. De acordo com art. 14, da Lei Maria da Penha, os Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão
ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento
e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

15. (CONSULPLAN/TJ-MG - 2017) Mulher que foi vítima de lesões corporais perpetradas por seu
marido, firmou representação perante a autoridade policial e requereu medidas protetivas previstas na
Lei 11.340/06. O Juiz, na análise das medidas protetivas requeridas, poderá determinar, EXCETO:
a) Afastamento da ofendida do lar conjugal.
b) Revogação das procurações conferidas pela ofendida ao agressor.
c) Prestação de caução provisória, mediante depósito judicial.
d) Proibição temporária de celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em
comum.

Comentários

A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 23, III, da Lei nº 11.340/06.

A alternativa C está correta, conforme prevê o art. 24, IV, da Lei nº 11.340/06.

A alternativa D está correta, conforme prevê o art. 24, II, da Lei nº 11.340/06.

A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 24, III, da referida Lei ocorrerá
a suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor.

16. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa INCORRETA considerando as disposições da Lei Federal
nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), sobre a assistência à mulher em situação de
violência doméstica e familiar.

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a) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e
conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de
Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e
emergencialmente quando for o caso
b) O juiz determinará, por prazo incerto, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar
no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal
c) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade
física e psicológica, acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração
direta ou indireta
d) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade
física e psicológica manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de
trabalho, por até seis meses
e) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso aos
benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção
de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de
violência sexual

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 9º, da Lei nº 11.340/06. Visto isto, passemos à análise das
alternativas.

A alternativa A está correta, nos termos do art. 9º, caput:

Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada


de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da
Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública,
entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o
caso.

A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. Conforme o art. 9º, §1º, o juiz determinará, por
prazo certo, e não incerto, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro
de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.

A alternativa C está correta, baseada no art. 9º, §2º, I:

§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para


preservar sua integridade física e psicológica:

I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração


direta ou indireta;

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A alternativa D está correta, conforme os termos do §2º, II:

§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para


preservar sua integridade física e psicológica:

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de


trabalho, por até seis meses.

A alternativa E está correta, de acordo com o §3º:

§ 3o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o


acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo
os serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros
procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.

17. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) Visando preservar a integridade física e psicológica da mulher vítima
de violência doméstica, o juiz pode assegurar, em consonância com a Lei Maria da Penha, Lei n°
11.340/2006, a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento da vítima de seu
local de trabalho, por até:
a) 3 meses.
b) 30 dias.
c) 45 dias.
d) 1 ano.
e) 6 meses.

Comentários

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 9º, §2º, II:

§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para


preservar sua integridade física e psicológica:

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de


trabalho, por até seis meses.

18. (IBADE/IPERON-RO - 2017) A Lei Maria da Penha, Lei n° 11.340/2006, define no Artigo 5º violência
doméstica e familiar contra a mulher “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte,
lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. Nela, a unidade doméstica é
compreendida como o espaço de convívio de pessoas:

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a) de laços consanguíneos ou não, desde que haja convivência sistemática.


b) com vinculo matrimonial.
c) com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas.
d) exclusivamente que tenham vinculo familiar.
e) cujo convívio seja, necessariamente, frequente.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 5º, I, da Lei Maria da Penha, a
unidade doméstica é compreendida como o espaço de convívio de pessoas com ou sem vínculo familiar,
inclusive as esporadicamente agregadas.

19. (FUNDATEC/CRQ-5ªR - 2017) A Lei nº 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da
Penha, é reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à
violência contra as mulheres. Segundo dados de 2015 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA),
desde que entrou em vigor, já contribuiu para uma diminuição de cerca de 10% na taxa de homicídios
contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas. Assinale a alternativa correta referente
aos dispositivos dessa lei.
a) A violência doméstica contra a mulher só se configura quando parte de um homem. Ou seja, vítimas de
parceiras em relacionamentos homoafetivos ou mesmo transexuais que se identificam como mulheres em
sua identidade de gênero não são amparadas por essa lei.
b) A vítima somente poderá renunciar à denúncia perante o juiz.
c) Por enquanto, a lei ainda entende violência doméstica apenas quando ocorre agressão física. Sendo assim,
casos em que existe calúnia, difamação, injúria, violência psicológica e violência patrimonial devem ser
enquadrados nas outras leis existentes.
d) Para que se enquadre na lei, a vítima tem que ter sofrido agressão por parte do marido, companheiro ou
namorado. Se a agressão partir de outro homem da família, ou mesmo de outra mulher, não será configurada
violência doméstica.
e) Os serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita são disponibilizados apenas para
mulheres de baixa renda em situação de violência doméstica e familiar. Nesses casos, deverá comprovar sua
condição financeira mediante o juiz para a liberação do benefício.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O sujeito agressor pode ser tanto homem quanto mulher, sendo a vítima do
sexo feminino, a Lei Maria da Penha é aplicável, portanto em uma relação homoafetiva a referida Lei também
é válida.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o art. 16, da Lei nº 11.340/06:

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Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata
esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o
Ministério Público.

Como sempre ressaltamos, infelizmente, não é raro que o examinador seja atécnico. Nessa
questão, por exemplo, onde está escrito “denúncia” devemos ler “representação”, marcando
a alternativa B como correta por eliminação.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 5º, da Lei 11.340/06, configura violência doméstica e
familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.

A alternativa D está incorreta. A Lei Maria da Penha visa garantir os direitos humanos das mulheres no
âmbito das relações domésticas e familiares. A Lei não prevê um rol taxativo de sujeitos ativos.

A alternativa E está incorreta. Conforme o art. 28, da Lei 11.340/06, é garantido a toda mulher em situação
de violência doméstica e familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária
Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante atendimento específico e humanizado.

20. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a espécie de violência que a Lei Federal
nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) indica, em termos expressos e precisos, como
qualquer conduta contra a mulher que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima, que lhe
prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento, que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça.
a) Violência psicológica
b) Violência moral
c) Violência imaterial
d) Violência uxória
e) Violência extra corporal

Comentários

A questão traz o conceito de violência psicológica, conforme prevê o art. 7º, II, da Lei Maria da Penha:

Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças
e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,

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vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,


exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo
à saúde psicológica e à autodeterminação;

Desse modo, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

21. (PUC-PR/TJ-MS - 2017) “A Lei Maria da Penha (Lei 11.340), sancionada no dia 7 de agosto de 2006,
completa 11 anos de vigência em 2017. Ferramenta essencial para o enfrentamento da violência de
gênero, a norma tem sido aplicada de forma progressiva. Apesar de os índices de violência ainda serem
alarmantes, é possível perceber que as mulheres estão, cada dia mais, abrindo a porta de suas casas para
a entrada da Justiça.
De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em março de
2015, a Lei Maria da Penha fez diminuir em cerca de 10% a taxa de homicídios contra as mulheres dentro
das residências. A norma disciplinou diversas questões, como medidas de prevenção, medidas protetivas de
urgência, assistência judiciária e até mesmo atendimento multidisciplinar.”
Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA.
a) Para os efeitos dessa Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
omissão baseada no gênero que lhe cause lesão, sofrimento físico sexual ou psicológico em qualquer relação
íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de
coabitação.
b) O alvo da Lei Maria da Penha se limita à violência praticada por maridos contra esposas ou companheiros
contra companheiras e as pessoas envolvidas têm de morar sob o mesmo teto. A vítima, contudo, precisa,
necessariamente, ser mulher.
c) De acordo com a Lei Maria da Penha, constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a
mulher, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, medidas protetivas
de urgência, como o afastamento do lar e a proibição de manter contato com a vítima, não podendo
determinar de imediato a prestação de alimentos provisórios.
d) As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas
a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos da vítima forem ameaçados ou
violados. Não poderá o juiz, a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever
aquelas já concedidas, sendo indispensável que o requerimento seja feito pelo Ministério Público.
e) Não poderá o juiz determinar o afastamento da ofendida do lar, a fim de assegurar direitos relativos a
bens, guarda dos filhos e alimentos, cabendo ao agressor afastar-se do lar, domicílio ou local de convivência
com a ofendida.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 5º, III, da Lei nº 11.340/06:

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Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.

A alternativa B está incorreta. O alvo da Lei Maria da Penha não se limita à violência praticada por maridos
contra mulheres ou companheiros contra companheiras. As pessoas envolvidas não têm de morar sob o
mesmo teto. A vítima, contudo, precisa, necessariamente, ser mulher.

A alternativa C está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 22, V, da referida Lei:

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente,
as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

A alternativa D está incorreta. Com base no §3º, do art. 19, da Lei nº 11.340/06, o juiz poderá, a pedido da
ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência.

§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder


novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender
necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o
Ministério Público.

A alternativa E está incorreta. Ao contrário do que se afirma, vejamos o que estabelece o art. 23, III, da
referida Lei:

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,
guarda dos filhos e alimentos;

22. (CONSULPLAN/TRF-2ªR - 2017) Os dados da violência contra a mulher no Brasil comprovam a


persistência do patriarcado no país, além de atestarem a ausência de políticas capazes de prevenir e
enfrentar a violência. São 5 espancamentos a cada dois minutos (Fundação Perseu Abramo/2010); 1
estupro a cada 11 minutos (9º Anuário da Segurança Pública/2015); 1 feminicídio a cada 90 minutos
(Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil, Ipea/2013); 179 relatos de agressão por dia (Balanço
Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher/jan-jun/2015) e 13 homicídios femininos por dia em 2013

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(Mapa da Violência 2015/Flasco). A Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, institui as medidas de prevenção
da violência contra a mulher. Acerca dessas medidas assinale a afirmativa INCORRETA.
a) O juiz poderá, quando necessário e sem prejuízo de outras medidas, encaminhar a ofendida e seus
dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento.
b) A integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas
de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação.
c) O destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos
humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a
mulher.
d) A promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva de
gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às consequências e à frequência da violência doméstica
e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação
periódica dos resultados das medidas adotadas.

Comentários

A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão, pois não se refere a uma medida de prevenção, e
sim uma medida protetiva de urgência, conforme estabelece o art. 23, I, da Lei nº 11.340/06:

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de


proteção ou de atendimento;

As demais alternativas estão previstas nos incisos do art. 8º, da Lei Maria da Penha:

Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher
far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes:

I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria


Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e
habitação; (ALTERNATIVA B)

II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com


a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às consequências e à
frequência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de
dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das
medidas adotadas; (ALTERNATIVA D)

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IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos


relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da
violência doméstica e familiar contra a mulher. (ALTERNATIVA C)

23. (NUCEPE/SEJUS-PI - 2017) Em relação à legislação especial é forma de violência doméstica e familiar
contra a mulher:
a) A violência moral e física, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição
da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar
suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica
e à autodeterminação.
b) A violência psicológica entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força.
c) A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal.
d) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.
e) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure apropriação indébita.

Comentários

Os conceitos estão invertidos. Vejamos o que dispõe o art. 7º, da Lei Maria da Penha:

Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças
e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,
vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo
à saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça,
coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao

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matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno


ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,


subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação
ou injúria.

A alternativa A está incorreta, pois traz o conceito de violência psicológica, e não violência moral e física.

A alternativa B está incorreta, pois traz o conceito de violência sexual, e não violência psicológica.

A alternativa D está incorreta, pois traz o conceito de violência patrimonial, e não violência moral.

A alternativa E está incorreta, pois traz o conceito errado de violência moral.

Portanto, a alternativa C é correta e gabarito da questão.

24. (Fundação La Salle/SUSEPE-RS - 2017) Relativamente à Lei Maria da Penha, analise as assertivas
abaixo e assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso.
( ) As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência
das partes e de manifestação do Ministério Público e independente de comunicação ao Ministério Público.
( ) A ofendida deverá ser citada e intimada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos
pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do
defensor público.
( ) Uma das medidas protetivas e de urgência que obrigam o agressor, segundo a legislação em comento, é
a prestação de alimentos provisionais, provisórios ou definitivos à vítima.
( ) O Ministério Público intervirá, exclusivamente, quando for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes
da violência doméstica e familiar contra a mulher.
( ) O juiz poderá relaxar a prisão em flagrante se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) V — F — V — F — V.
b) F — F — F — V — V.
c) F — F — F — F — F.
d) V — V —V — V — F
e) V—V — V — V — V.

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Comentários

Vamos analisar cada uma das afirmativas.

A primeira afirmativa é falsa. De acordo com o art. 19, §1º, da Lei nº 11.340/06, as medidas protetivas de
urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de
manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado.

A segunda afirmativa é falsa. Com base no art. 21, da referida Lei, a ofendida deverá ser notificada dos atos
processuais relativos ao agressor.

A terceira afirmativa é falsa. A prestação de alimentos definitivos à vítima, não é uma das medidas protetivas
e de urgência. Vejamos o que dispõe o art. 22, V, da Lei Maria da Penha:

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente,
as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras: (...)

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

A quarta afirmativa é falsa. Nos termos do art. 25, da referida Lei, o Ministério Público intervirá, quando não
for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.

Por fim, a quinta afirmativa também é falsa. Segundo o parágrafo único, do art. 20, da Lei nº 11.340/06, o
juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista,
bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

Desse modo, a alternativa C é correta e gabarito da questão.

25. (IBADE/PC-AC - 2017) Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o
registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem
prejuízo de outros previstos no Código de Processo Penal:
I. ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada.
II. determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais
necessários.
III. remeter, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida,
para a concessão de medidas protetivas de urgência.
IV. ouvir o agressor e as testemunhas. Caso entenda desnecessária a oitiva do agressor, poderá o Delegado
dispensá-lo ouvindo apenas a vítima e as testemunhas.
Está correto o que se afirma apenas em:
a) II e III.

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b) II e IV.
c) I e III.
d) I e II.
e) III e IV.

Comentários

A questão requer o conhecimento do art. 12, da Lei Maria da Penha. Visto isso, vamos analisar cada um dos
itens.

O item I está correto, com base no inc. I:

Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o
registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes
procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:

I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se


apresentada;

O item II está correto, nos termos do inc. IV:

IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros


exames periciais necessários;

O item III está incorreto. De acordo com o inc. III, o prazo é de 48 horas, e não 72 horas.

III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o
pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;

O item IV está incorreto. Não existe previsão legal de dispensa de oitiva do agressor.

Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

26. (IBADE/PC-AC - 2017) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher, atraindo, portanto,
a competência do juízo especializado na matéria, qualquer ação ou omissão que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, quando:
a) baseada no gênero, salvo nas relações homoafetivas.
b) baseada no gênero, em qualquer relação intima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação ou da orientação sexual.
c) ocorra no âmbito da família, como por exemplo o caso do filho agride o pai.
d) baseada no sexo, salvo nas relações homoafetivas.

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e) a ocorrência se dê no âmbito da unidade doméstica envolvendo qualquer familiar independente do sexo


da vítima.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 5º, da Lei Maria da Penha. Vejamos:

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente


de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que


são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação


sexual.

Dessa forma, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

27. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) As medidas protetivas de urgência à mulher vítima de violência


doméstica, de acordo com a Lei Maria da Penha, poderão ser concedidas:
a) de imediato.
b) só com a manifestação do Ministério Público
c) após autorizado pelo Ministério Público.
d) em 48 horas.
e) dependendo da audiência das partes.

Comentários

De acordo com o art. 19, da Lei nº 11.340/06, as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de
imediato.

§ 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,


independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público,
devendo este ser prontamente comunicado.

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Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

28. (MSCONCURSOS/CASSEMS - 2015) Tendo em mente a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha),
analise as alternativas e marque a incorreta.
a) As relações pessoais enunciadas no art. 5º da Lei Maria da Penha dependem de orientação sexual.
b) A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos
humanos.
c) São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras a violência moral, entendida
como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
d) O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar
no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.

Comentários

A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. Preceitua o art. 5º, em seu parágrafo único, que as
relações pessoais INDEPENDEM de orientação sexual.

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente


de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que


são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo INDEPENDEM de


orientação sexual.

A alternativa B está correta, pois reproduz o art. 6º, da Lei Maria da Penha.

Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de
violação dos direitos humanos.

A alternativa C está correta, pois traz o entendimento do art. 7º, inciso V, da Lei.

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

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V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação
ou injúria.

A alternativa D está correta cm base no art. 9º, § 1º.

§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência


doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual
e municipal.

29. (CONSULPAM/CRESS-PB - 2015) A Lei nº 11.340/2006 prevê as formas de violência doméstica e


familiar contra a mulher, entre outras como:
a) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria ao
agressor.
b) A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter relação
sexual desejada, sem impedimento de qualquer método contraceptivo, que desenvolva seus direitos sexuais.
c) A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde psicológica,
crenças e decisões.
d) A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da
autoestima.

Comentários

A questão cobra o entendimento do art. 7º da Lei Maria da Penha.

A alternativa A está incorreta, pois a violência moral é entendida como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria CONTRA A MULHER não contra o agressor.

A alternativa B está incorreta, pois a relação sexual deve ser indesejada para configurar violência sexual.

A alternativa C está incorreta, tendo em vista que a conduta descrita configura violência psicológica e não
física.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme art. 7º, II.

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças
e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,
vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,

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exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo
à saúde psicológica e à autodeterminação;

LISTA DE QUESTÕES

CESPE

1. (CESPE/PC-GO - 2017) À luz do posicionamento jurisprudencial e doutrinário dominantes acerca das


disposições da Lei n.º 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), assinale a opção correta.
a) Caracteriza o crime de desobediência o reiterado descumprimento, pelo agressor, de medida protetiva
decretada no âmbito das disposições da Lei Maria da Penha.
b) Em se tratando dos crimes de lesão corporal leve e ameaça, pode o Ministério Público dar início a ação
penal sem necessidade de representação da vítima de violência doméstica.
c) No caso de condenação à pena de detenção em regime aberto pela prática do crime de ameaça no âmbito
doméstico e familiar, é possível a substituição da pena pelo pagamento isolado de multa.
d) No âmbito de aplicação da referida lei, as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, o qual deverá ser
prontamente comunicado.
e) Afasta-se a incidência da Lei Maria da Penha na violência havida em relações homoafetivas se o sujeito
ativo é uma mulher.

2. (CESPE/DPE-AL - 2017) Considerando a Lei Maria da Penha e o entendimento dos tribunais


superiores acerca de crimes contra a mulher, assinale a opção correta.
a) A Lei Maria da Penha não estabelece medidas próprias para o descumprimento de medidas protetivas,
devendo-se, nesse caso, responsabilizar o agente pelo crime de desobediência.
b) Em caso de violência contra mulher, para que se aplique a Lei Maria da Penha, deverá ser demonstrada a
situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência da vítima, sob a perspectiva de gênero.
c) As medidas protetivas de urgência têm natureza cautelar e temporária, sendo vinculadas à existência,
presente ou potencial, de processo-crime ou ação principal contra o agressor.
d) A agravante relativa à violência contra a mulher prevista no Código Penal (CP) não se aplica de modo
conjunto com outras disposições da Lei Maria da Penha, sob pena de acarretar o bis in idem.
e) Ato de violência física contra mulher, em ambiente doméstico, acarreta pena de prisão simples ou de
multa, admitindo-se que o magistrado fixe apenas a pena pecuniária.

3. (CESPE/DPE-AL - 2017) Maria denunciou seu esposo, Antônio, por ele ter insistido em manter
relação sexual com ela, contra a sua vontade, após chegar em casa embriagado. Maria afirmou, ainda, que
Antônio, diante de sua recusa, a agrediu verbalmente, dirigindo-lhe palavras insultuosas.

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Antônio foi condenado, mas a sua defesa recorreu, alegando nulidade do pedido e requerendo absolvição
por falta de condição de procedibilidade da ação penal ante a ausência de representação formal da vítima.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) A situação em apreço se refere a crime de injúria com violência doméstica contra a mulher, razão por que
a ação penal pode ser iniciada a qualquer tempo.
b) O crime em questão é de ação pública condicionada e só pode ir adiante se Maria fizer uma representação
formal.
c) O fato de Maria ter registrado a ocorrência e pedido providências supre o requisito da representação.
d) A ação penal será arquivada se Maria desistir do registro da ocorrência policial em audiência especial
perante o juiz e o representante do Ministério Público.
e) A ausência de lesão corporal impossibilita que o fato em questão seja abrangido pelas normas tutelares
da Lei Maria da Penha.

4. (CESPE/TJ-AM - 2016) Com relação às disposições da Lei n.° 11.340/2006 — Lei Maria da Penha —,
julgue o item a seguir.
Para os efeitos da referida lei, a configuração da violência doméstica e familiar contra a mulher depende da
demonstração de coabitação da ofendida e do agressor.

5. (CESPE/TJ-AM - 2016) Com relação às disposições da Lei n.° 11.340/2006 — Lei Maria da Penha —,
julgue o item a seguir.
Considera-se violência sexual a conduta de forçar a mulher ao matrimônio mediante coação, chantagem,
suborno ou manipulação, assim como a conduta de limitar ou anular o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos.

Outras Bancas

6. (FUNDATEC/IGP-RS - 2017) De acordo com a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), assinale a
alternativa correta.
a) Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena
prevista, aplica-se a Lei nº 9.099/1995.
b) Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da
mulher, a restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida não é uma das medidas
que o juiz poderá, liminarmente, determinar.
c) É possível a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento
isolado de multa.
d) Ainda que para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, não pode o juiz requisitar auxílio
da força policial.

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e) Dentre as medidas protetivas de urgência à ofendida, poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de
outras medidas, determinar a separação de corpos.
7. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre as previsões expressas da Lei Federal n°
11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).
a) O Ministério Público atuará apenas quando for parte nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência
doméstica e familiar contra a mulher.
b) Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência doméstica e familiar
deverá estar acompanhada de advogado.
c) Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar
com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas
psicossocial, jurídica e de saúde.
d) A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher deverá ser acompanhada
pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.

8. (IESES/IGP-SC - 2017) De acordo com a Lei 11.340/06 - Lei Maria da Penha - são formas de violência
doméstica e familiar contra a mulher, dentre outras:
a) A violência moral, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da
autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar
suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica
e à autodeterminação.
b) A violência física, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a
induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante
coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais.
c) A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal
ou psíquica, que configure calúnia, difamação ou injúria.
d) A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.

9. (FUNDATEC/FHGV - 2017) Na interpretação da Lei nº 11.340/2006, serão considerados os fins


sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de:
a) Vulnerabilidade.
b) Incapacidade.
c) Violência doméstica e familiar.
d) Abandono.

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e) Risco e perigo.
10. (FADESP/COSANPA - 2017) Com relação às medidas protetivas de urgência e equipe de
atendimento multidisciplinar dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com base
na Lei nº 11.340/06, é correto afirmar que
a) o juiz poderá determinar a suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor, para a
proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher,
devendo a ofendida levar a decisão ao cartório para que se produza os efeitos.
b) é competência da equipe multidisciplinar o desenvolvimento de trabalhos de orientação voltados para a
ofendida, bem como o fornecimento de subsídios e orientações ao Juiz e ao Ministério Público mediante
laudos, desde que anteriores à audiência, sendo vedado o fornecimento de informações durante a sua
realização.
c) poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas
protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de
seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o ofendido.
d) o juiz terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, recebido o expediente com o pedido da ofendida, para
decidir sobre as medidas protetivas de urgência, determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de
assistência judiciária, quando for o caso, e comunicar ao Ministério Público para que adote as providências
cabíveis.

11. (PUC-PR/TJ-PR - 2017) Conhecida como Lei Maria da Penha, a Lei 11.340/2006 criou mecanismos
para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA.
a) Para evitar represálias, em casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da
ocorrência, a autoridade policial está expressamente proibida de ouvir o agressor e as testemunhas.
b) A violência doméstica prevista na Lei Maria da Penha é unicamente a violência física, na qual o homem faz
uso da força para subjugar a esposa.
c) Para preservar a integridade física e psicológica da mulher em situação de violência doméstica, o juiz
poderá assegurar, quando necessário, o afastamento da mulher do local de trabalho, por até seis meses.
d) As relações pessoais que podem configurar atos de violência doméstica são necessariamente aquelas
derivadas da relação entre homem e mulher, não se podendo aplicá-las a eventuais relações homoafetivas
entre duas mulheres.
e) A configuração de atos de violência doméstica depende necessariamente de haver coabitação entre
cônjuges.

12. (FUNDATEC/FHGV - 2017) A Lei nº 11.340/2006, ao tratar das formas de violência contra a mulher,
entre outras, determina que a violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda:
a) A moral da cidadã.
b) Sua integridade ou saúde corporal.
c) Psicologicamente.
d) De forma verbal.

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e) De forma direta ou indireta.


13. (UFPA/UFPA - 2017) A Lei nº 11.340/2006, conhecida por Lei Maria da Penha, visa a coibir e prevenir
a violência doméstica e familiar contra a mulher. Acerca do tema e com base na referida lei, é CORRETO
afirmar o seguinte:
a) nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida por violência doméstica, será
admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência designada com tal finalidade, somente
após o recebimento da denúncia, desde que ouvido o Ministério Público.
b) a autoridade policial, no atendimento de mulher em situação de violência doméstica e familiar, deverá
fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco
de vida, bem como informar à ofendida os serviços disponíveis.
c) poderá o Ministério Público, a requerimento da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência
ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário a proteção da ofendida, de seus familiares e de seu
patrimônio, ouvida a equipe multidisciplinar.
d) é vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica
ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de
multa, salvo, no último caso, se houver consentimento da ofendida.
e) para a proteção patrimonial dos bens conjugais ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz
poderá determinar, liminarmente, a proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra,
venda e locação do bem em comum, salvo expressa autorização da ofendida.

14. (UPENET-IAUPE/UPE - 2017) A Lei Nº 11.340/06, “Lei Maria da Penha”, criou inúmeros mecanismos
para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA.
a) A violência doméstica e familiar contra a mulher se constitui em uma das formas de violação dos direitos
humanos.
b) Cabe exclusivamente ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos
enunciados na legislação.
c) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero
que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral, exceto o patrimonial.
d) A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio
exclusivo de ações da União e dos Estados.
e) A criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com
competência cível e criminal, é de competência da União, estando distribuídos nos Estados e no Distrito
Federal, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher.

15. (CONSULPLAN/TJ-MG - 2017) Mulher que foi vítima de lesões corporais perpetradas por seu
marido, firmou representação perante a autoridade policial e requereu medidas protetivas previstas na
Lei 11.340/06. O Juiz, na análise das medidas protetivas requeridas, poderá determinar, EXCETO:

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a) Afastamento da ofendida do lar conjugal.


b) Revogação das procurações conferidas pela ofendida ao agressor.
c) Prestação de caução provisória, mediante depósito judicial.
d) Proibição temporária de celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em
comum.
16. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa INCORRETA considerando as disposições da Lei Federal
nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), sobre a assistência à mulher em situação de
violência doméstica e familiar.
a) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e
conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de
Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e
emergencialmente quando for o caso
b) O juiz determinará, por prazo incerto, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar
no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal
c) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade
física e psicológica, acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração
direta ou indireta
d) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade
física e psicológica manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de
trabalho, por até seis meses
e) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso aos
benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção
de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de
violência sexual

17. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) Visando preservar a integridade física e psicológica da mulher vítima
de violência doméstica, o juiz pode assegurar, em consonância com a Lei Maria da Penha, Lei n°
11.340/2006, a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento da vítima de seu
local de trabalho, por até:
a) 3 meses.
b) 30 dias.
c) 45 dias.
d) 1 ano.
e) 6 meses.

18. (IBADE/IPERON-RO - 2017) A Lei Maria da Penha, Lei n° 11.340/2006, define no Artigo 5º violência
doméstica e familiar contra a mulher “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte,

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lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. Nela, a unidade doméstica é
compreendida como o espaço de convívio de pessoas:
a) de laços consanguíneos ou não, desde que haja convivência sistemática.
b) com vinculo matrimonial.
c) com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas.
d) exclusivamente que tenham vinculo familiar.
e) cujo convívio seja, necessariamente, frequente.

19. (FUNDATEC/CRQ-5ªR - 2017) A Lei nº 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da
Penha, é reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à
violência contra as mulheres. Segundo dados de 2015 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA),
desde que entrou em vigor, já contribuiu para uma diminuição de cerca de 10% na taxa de homicídios
contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas. Assinale a alternativa correta referente
aos dispositivos dessa lei.
a) A violência doméstica contra a mulher só se configura quando parte de um homem. Ou seja, vítimas de
parceiras em relacionamentos homoafetivos ou mesmo transexuais que se identificam como mulheres em
sua identidade de gênero não são amparadas por essa lei.
b) A vítima somente poderá renunciar à denúncia perante o juiz.
c) Por enquanto, a lei ainda entende violência doméstica apenas quando ocorre agressão física. Sendo assim,
casos em que existe calúnia, difamação, injúria, violência psicológica e violência patrimonial devem ser
enquadrados nas outras leis existentes.
d) Para que se enquadre na lei, a vítima tem que ter sofrido agressão por parte do marido, companheiro ou
namorado. Se a agressão partir de outro homem da família, ou mesmo de outra mulher, não será configurada
violência doméstica.
e) Os serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita são disponibilizados apenas para
mulheres de baixa renda em situação de violência doméstica e familiar. Nesses casos, deverá comprovar sua
condição financeira mediante o juiz para a liberação do benefício.

20. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a espécie de violência que a Lei Federal
nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) indica, em termos expressos e precisos, como
qualquer conduta contra a mulher que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima, que lhe
prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento, que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça.
a) Violência psicológica
b) Violência moral
c) Violência imaterial
d) Violência uxória

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e) Violência extra corporal


21. (PUC-PR/TJ-MS - 2017) “A Lei Maria da Penha (Lei 11.340), sancionada no dia 7 de agosto de 2006,
completa 11 anos de vigência em 2017. Ferramenta essencial para o enfrentamento da violência de
gênero, a norma tem sido aplicada de forma progressiva. Apesar de os índices de violência ainda serem
alarmantes, é possível perceber que as mulheres estão, cada dia mais, abrindo a porta de suas casas para
a entrada da Justiça.
De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em março de
2015, a Lei Maria da Penha fez diminuir em cerca de 10% a taxa de homicídios contra as mulheres dentro
das residências. A norma disciplinou diversas questões, como medidas de prevenção, medidas protetivas de
urgência, assistência judiciária e até mesmo atendimento multidisciplinar.”
Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA.
a) Para os efeitos dessa Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
omissão baseada no gênero que lhe cause lesão, sofrimento físico sexual ou psicológico em qualquer relação
íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de
coabitação.
b) O alvo da Lei Maria da Penha se limita à violência praticada por maridos contra esposas ou companheiros
contra companheiras e as pessoas envolvidas têm de morar sob o mesmo teto. A vítima, contudo, precisa,
necessariamente, ser mulher.
c) De acordo com a Lei Maria da Penha, constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a
mulher, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, medidas protetivas
de urgência, como o afastamento do lar e a proibição de manter contato com a vítima, não podendo
determinar de imediato a prestação de alimentos provisórios.
d) As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas
a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos da vítima forem ameaçados ou
violados. Não poderá o juiz, a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever
aquelas já concedidas, sendo indispensável que o requerimento seja feito pelo Ministério Público.
e) Não poderá o juiz determinar o afastamento da ofendida do lar, a fim de assegurar direitos relativos a
bens, guarda dos filhos e alimentos, cabendo ao agressor afastar-se do lar, domicílio ou local de convivência
com a ofendida.

22. (CONSULPLAN/TRF-2ªR - 2017) Os dados da violência contra a mulher no Brasil comprovam a


persistência do patriarcado no país, além de atestarem a ausência de políticas capazes de prevenir e
enfrentar a violência. São 5 espancamentos a cada dois minutos (Fundação Perseu Abramo/2010); 1
estupro a cada 11 minutos (9º Anuário da Segurança Pública/2015); 1 feminicídio a cada 90 minutos
(Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil, Ipea/2013); 179 relatos de agressão por dia (Balanço
Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher/jan-jun/2015) e 13 homicídios femininos por dia em 2013
(Mapa da Violência 2015/Flasco). A Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, institui as medidas de prevenção
da violência contra a mulher. Acerca dessas medidas assinale a afirmativa INCORRETA.

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a) O juiz poderá, quando necessário e sem prejuízo de outras medidas, encaminhar a ofendida e seus
dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento.
b) A integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas
de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação.
c) O destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos
humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a
mulher.
d) A promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva de
gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às consequências e à frequência da violência doméstica
e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação
periódica dos resultados das medidas adotadas.

23. (NUCEPE/SEJUS-PI - 2017) Em relação à legislação especial é forma de violência doméstica e familiar
contra a mulher:
a) A violência moral e física, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição
da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar
suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica
e à autodeterminação.
b) A violência psicológica entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força.
c) A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal.
d) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.
e) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure apropriação indébita.

24. (Fundação La Salle/SUSEPE-RS - 2017) Relativamente à Lei Maria da Penha, analise as assertivas
abaixo e assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso.
( ) As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência
das partes e de manifestação do Ministério Público e independente de comunicação ao Ministério Público.
( ) A ofendida deverá ser citada e intimada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos
pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do
defensor público.
( ) Uma das medidas protetivas e de urgência que obrigam o agressor, segundo a legislação em comento, é
a prestação de alimentos provisionais, provisórios ou definitivos à vítima.
( ) O Ministério Público intervirá, exclusivamente, quando for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes
da violência doméstica e familiar contra a mulher.

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( ) O juiz poderá relaxar a prisão em flagrante se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) V — F — V — F — V.
b) F — F — F — V — V.
c) F — F — F — F — F.
d) V — V —V — V — F
e) V—V — V — V — V.

25. (IBADE/PC-AC - 2017) Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o
registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem
prejuízo de outros previstos no Código de Processo Penal:
I. ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada.
II. determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais
necessários.
III. remeter, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida,
para a concessão de medidas protetivas de urgência.
IV. ouvir o agressor e as testemunhas. Caso entenda desnecessária a oitiva do agressor, poderá o Delegado
dispensá-lo ouvindo apenas a vítima e as testemunhas.
Está correto o que se afirma apenas em:
a) II e III.
b) II e IV.
c) I e III.
d) I e II.
e) III e IV.

26. (IBADE/PC-AC - 2017) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher, atraindo, portanto,
a competência do juízo especializado na matéria, qualquer ação ou omissão que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, quando:
a) baseada no gênero, salvo nas relações homoafetivas.
b) baseada no gênero, em qualquer relação intima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação ou da orientação sexual.
c) ocorra no âmbito da família, como por exemplo o caso do filho agride o pai.
d) baseada no sexo, salvo nas relações homoafetivas.
e) a ocorrência se dê no âmbito da unidade doméstica envolvendo qualquer familiar independente do sexo
da vítima.

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27. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) As medidas protetivas de urgência à mulher vítima de violência


doméstica, de acordo com a Lei Maria da Penha, poderão ser concedidas:
a) de imediato.
b) só com a manifestação do Ministério Público
c) após autorizado pelo Ministério Público.
d) em 48 horas.
e) dependendo da audiência das partes.

28. (MSCONCURSOS/CASSEMS - 2015) Tendo em mente a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha),
analise as alternativas e marque a incorreta.
a) As relações pessoais enunciadas no art. 5º da Lei Maria da Penha dependem de orientação sexual.
b) A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos
humanos.
c) São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras a violência moral, entendida
como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
d) O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar
no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.

29. (CONSULPAM/CRESS-PB - 2015) A Lei nº 11.340/2006 prevê as formas de violência doméstica e


familiar contra a mulher, entre outras como:
a) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria ao
agressor.
b) A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter relação
sexual desejada, sem impedimento de qualquer método contraceptivo, que desenvolva seus direitos sexuais.
c) A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde psicológica,
crenças e decisões.
d) A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da
autoestima.

GABARITO
1. D 8. D 15. B
2. B 9. C 16. B
3. C 10. D 17. E
4. INCORRETA 11. C 18. C
5. CORRETA 12. B 19. B
6. E 13. B 20. A
7. C 14. A 21. A

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22. A 25. D 28. A


23. C 26. B 29. D
24. C 27. A

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Autor:
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Equipe André Rocha, Ricardo
Torques

20 de Janeiro de 2024
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Sumário
Considerações Iniciais ......................................................................................................................................... 2

PNDH 3 ............................................................................................................................................................... 2

1 - Competência Normativa ........................................................................................................................... 2

2 - Estrutura..................................................................................................................................................... 3

2.1 - Eixo Orientador.................................................................................................................................. 3

2.2 - Diretrizes ............................................................................................................................................ 6

2.3 - Objetivos Estratégicos ...................................................................................................................... 11

2.4 - Ações Programáticas ........................................................................................................................ 11

3 - Decreto .................................................................................................................................................... 12

Resumo .............................................................................................................................................................. 16

Considerações Finais ......................................................................................................................................... 19

Questões com Comentários ............................................................................................................................... 20

Lista de Questões .............................................................................................................................................. 41

Gabarito ........................................................................................................................................................... 48

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PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS


CONSIDERAÇÕES INICIAIS
RECADO IMPORTANTE AQUI! Há a possibilidade de algumas aulas aparecerem duplicadas e elas são
necessárias em razão dos múltiplos pacotes que compreendem o edital. A fim de garantir que nossos alunos
não sofram prejuízos, recomendamos que dediquem tempo ao estudo de apenas uma das aulas, caso estas
apresentem conteúdo equivalente nos pacotes de seus cursos. Essa abordagem visa otimizar o tempo
dedicado aos estudos, assegurando, ao mesmo tempo, a integridade do conteúdo programático. Essa
repetição de aulas é necessária para abranger todos os cargos e compor diferentes cursos. Pedimos
desculpas pelo inconveniente, mas trata-se de organização necessária para atender todos os alunos. Contem
conosco em nosso fórum de dúvidas para esclarecer qualquer questionamento relacionado ao conteúdo das
matérias.

Na aula de hoje vamos tratar do seguinte assunto:

Programas nacionais de
direitos humanos.

É um assunto tranquilo de se estudar.

Boa aula a todos!

PNDH 3

1 - Competência Normativa

Inicialmente devemos saber que o Presidente da República, desde o advento da Emenda Constitucional nº
32/2001, detém a prerrogativa de editar decretos autônomos. Esses decretos constituem uma espécie
normativa primária na ordem jurídica brasileira, uma vez que não são destinados à regulamentação da lei.

Vejamos o art. 84, VI, a, da CF, fundamento do PNDH 3:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...)

VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

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a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento


de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001) (...).

Portanto, lembre-se...

O PNDH 3 foi instituído por intermédio de um decreto autônomo.

2 - Estrutura

No PNDH 3 são dispostos “eixos orientadores”, os quais são divididos em: diretrizes, objetivos estratégicos
e ações programáticas.

Para a nossa prova...

Objetivos Ações
Eixo Orientador Diretrizes
Estratégicos Programáticas

Vejamos:

2.1 - Eixo Orientador

Dentro da seara dos Direitos Humanos no Brasil, o Governo Federal fixou alguns pontos principais, os quais
serão considerados como prioritários na implementação de ações e políticas voltadas para os Direitos
Humanos.

Assim, por eixo orientador devemos entender um conjunto de assuntos de direitos humanos considerado
fundamental para a adoção das políticas de Governo em matéria humanística.

O PNDH 3 é formado por seis eixos orientadores.

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Eixo Orientador I: • Interação democrática entre Estado e sociedade civil

Eixo Orientador II • Desenvolvimento e Direitos Humanos

Eixo Orientador III: • Universalizar direitos em um contexto de desigualdades

Eixo Orientador IV: • Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência

Eixo Orientador V: • Educação e Cultura em Direitos Humanos

Eixo Orientador VI: • Direito à Memória e à Verdade

Vejamos uma questão sobre o tema.

(FUNDEP - 2019) O Decreto nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009, que aprovou o Programa Nacional de
Direitos Humanos, definiu cinco eixos orientadores para a implantação do Programa.
São diretrizes que compõem o Eixo Orientador V dedicado à Educação e Cultura em Direitos Humanos,
exceto:
A) Efetivação das diretrizes e dos princípios da Política Nacional de Educação em Direitos Humanos para
fortalecer uma cultura de direitos.
B) Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas de Educação Básica,
nas instituições de Ensino Superior e nas instituições formadoras.
C) Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia e a defesa
de direitos.
D) Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e promoção dos Direitos Humanos.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Trata-se da Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política
nacional de educação em Direitos Humanos para fortalecer uma cultura de direitos;

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A alternativa B está incorreta. Trata-se da Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e dos
Direitos Humanos nos sistemas de educação básica, nas instituições de ensino superior e nas instituições
formadoras;
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Não é esta previsão dentro do eixo V que trata da
educação e cultura em Direitos Humanos. É na verdade a Diretriz 17 do eixo IV que trata da Segurança
Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência.
A alternativa D está incorreta. Trata-se da Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como espaço
de defesa e promoção dos Direitos Humanos.
O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), cuja terceira versão foi lançada em 2010, apresenta a
Política Nacional de Direitos Humanos e estabelece diretrizes, objetivos e ações a serem implementadas.
O programa é estruturado, de acordo com o Decreto nº 7.037/2009, nos seguintes eixos orientadores:

Interação Democrática Universalizar Direitos Segurança Pública,


Desenvolvimento e
entre Estado e em um Contexto de Acesso à Justiça e
Direitos Humanos;
Sociedade Civil; Desigualdades; Combate à Violência;

Educação e Cultura em Direito à Memória e à


Direitos Humanos; e Verdade.

Portanto...

conjunto de assuntos de direitos humanos


considerado fundamental para a adoção
EIXO ORIENTADOR
das políticas de Governo em matéria
humanística

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2.2 - Diretrizes

Dentro de determinado eixo são fixadas diretrizes, ou seja, são delimitadas linhas de atuação que devem ser
observadas.

Se observarmos o Decreto nº 7.037/2009, para cada Eixo Orientador são delimitadas várias linhas de
atuação.

Assim...

Linhas delimitadas de atuação que


DIRETRIZ
devem ser observadas

Vejamos cada uma das 25 diretrizes distribuídas ao longo dos seis eixos orientadores:

Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e sociedade civil:

Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e sociedade civil como instrumento de fortalecimento
da democracia participativa;

Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento transversal das políticas públicas
e de interação democrática; e

Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de informações em Direitos Humanos e construção


de mecanismos de avaliação e monitoramento de sua efetivação;

6
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(CESPE/FUB/2022) Julgue o item subsecutivo, com relação ao Programa Nacional de Direitos Humanos
(PNDH).
Segundo as diretrizes e os objetivos para o desenvolvimento de ações em direitos humanos, para a
implementação do PNDH é necessária interação entre Estado e sociedade civil.
Comentários
A assertiva está correta. A primeira diretriz do eixo orientado I é a interação democrática entre Estado e
sociedade civil.

Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos:

Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão social e econômica,


ambientalmente equilibrado e tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente diverso,
participativo e não discriminatório;

Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito central do processo de desenvolvimento; e

Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo as gerações
futuras como sujeitos de direitos;

Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um contexto de desigualdades:

Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e interdependente,


assegurando a cidadania plena;

Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o seu desenvolvimento integral, de
forma não discriminatória, assegurando seu direito de opinião e participação;

Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais; e

Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade;

Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência:

Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública;

Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e justiça criminal;

Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização da investigação de atos


criminosos;

Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na redução da
letalidade policial e carcerária;

Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das pessoas ameaçadas;

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Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de penas e medidas
alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário; e

Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a
garantia e a defesa de direitos;

Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos Humanos:

Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política nacional de educação em Direitos
Humanos para fortalecer uma cultura de direitos;

Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas de
educação básica, nas instituições de ensino superior e nas instituições formadoras;

Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e promoção dos Direitos
Humanos;

Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos Humanos no serviço público; e

Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para


consolidação de uma cultura em Direitos Humanos; e

Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à Verdade:

Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como Direito Humano da cidadania e dever
do Estado;

Diretriz 24: Preservação da memória histórica e construção pública da verdade; e

Diretriz 25: Modernização da legislação relacionada com a promoção do direito à memória e à


verdade, fortalecendo a democracia.

Portanto:

EIXOS ORIENTADORES 6

DIRETRIZES 25

Vejamos algumas questões sobre o assunto.

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(FEPESE - 2019) O Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3, aprovado pelo Decreto nº 7.037, de
21 de dezembro de 2009, é estruturado em eixos orientadores que contêm suas respectivas diretrizes.
Nesse contexto normativo, estão incluídas no Eixo Orientador IV, que trata da Segurança Pública, Acesso à
Justiça e Combate à Violência, as seguintes diretrizes:
A) Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e interdependente, assegurando a cidadania
plena; Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o seu desenvolvimento integral, de forma não
discriminatória, assegurando seu direito de opinião e participação; Combate às desigualdades estruturais;
Garantia da igualdade na diversidade.
B) Efetivação das diretrizes e dos princípios da política nacional de educação em Direitos Humanos para
fortalecer uma cultura de direitos; Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos
sistemas de educação básica, nas instituições de ensino superior e nas instituições formadoras;
Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e promoção dos Direitos Humanos;
Promoção da Educação em Direitos Humanos no serviço público; Garantia do direito à comunicação
democrática e ao acesso à informação para consolidação de uma cultura em Direitos Humanos.
C) Interação democrática entre Estado e sociedade civil como instrumento de fortalecimento da democracia
participativa; Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento transversal das políticas públicas e
de interação democrática; Integração e ampliação dos sistemas de informações em Direitos Humanos e
construção de mecanismos de avaliação e monitoramento de sua efetivação.
D) Democratização e modernização do sistema de segurança pública; Transparência e participação popular
no sistema de segurança pública e justiça criminal; Prevenção da violência e da criminalidade e
profissionalização da investigação de atos criminosos; Combate à violência institucional, com ênfase na
erradicação da tortura e na redução da letalidade policial e carcerária; Garantia dos direitos das vítimas de
crimes e de proteção das pessoas ameaçadas; Modernização da política de execução penal, priorizando a
aplicação de penas e medidas alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário;
Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia e a defesa de
direitos.
E) Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão social e econômica, ambientalmente
equilibrado e tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente diverso, participativo e não
discriminatório; Valorização da pessoa humana como sujeito central do processo de desenvolvimento;
Promoção e proteção dos direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras como
sujeitos de direitos.
Comentários
A alternativa A está incorreta. São todas diretrizes do Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um
contexto de desigualdades.

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A alternativa B está incorreta. São todas diretrizes do Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos
Humanos.
A alternativa C está incorreta. São todas diretrizes do Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado
e sociedade civil.
A alternativa D está correta. A questão cobra um dos eixos orientadores do PNDH – 3/2009, aquele que se
refere à Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à violência. Vejamos todas as diretrizes desse eixo
orientador.
“IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência:
a) Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública;
b) Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e justiça criminal;
c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização da investigação de atos
criminosos;
d) Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na redução da
letalidade policial e carcerária;
e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das pessoas ameaçadas;
f) Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de penas e medidas
alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário; e
g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia
e a defesa de direitos”;
Notem que é importante ler o Decreto nº 7.037/2009, que está anexo a esta aula.
A alternativa E está incorreta. São todas diretrizes do Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos
Humanos.

Vejamos mais uma questão:

(CESPE/DEPEN - 2021) A respeito do Programa Nacional de Direitos Humanos, julgue o item que se segue.
O estabelecimento de diretrizes na política penitenciária nacional com o objetivo de fortalecer o processo
de reintegração social dos presos, internados e egressos, é de responsabilidade exclusiva do Ministério da
Justiça e Segurança Pública.
Comentários
A assertiva está incorreta. A responsabilidade não é exclusiva do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Veja o texto dos objetivos estratégicos:
k)Estabelecer diretrizes na política penitenciária nacional que fortaleçam o processo de reintegração social
dos presos, internados e egressos, com sua efetiva inclusão nas políticas públicas sociais.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da
Saúde; Ministério da Educação; Ministério do Esporte.

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Por fim, mais uma questãozinha para fixar o conteúdo:

(CESPE - 2022) Entre as diretrizes do eixo orientador relativo ao título Desenvolvimento e Direitos
Humanos, no Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), inclui-se a de
A) garantir os direitos humanos de forma universal, indivisível e interdependente.
B) promover e proteger os direitos ambientais como direitos humanos.
C) combater as desigualdades estruturais.
D) garantir a igualdade na diversidade.
E) promover os direitos de crianças e adolescentes para o seu desenvolvimento integral.
Comentários
A alternativa D está correta. A promoção e proteção ambiental está inclusa no Eixo Orientador II. Vejamos:
“Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos:
Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras
como sujeitos de direitos”;

2.3 - Objetivos Estratégicos

Os objetivos estratégicos, por sua vez, são pretensões específicas dentro de cada diretriz.

Em relação à determinada diretriz dentro de um dos eixos orientadores, a Administração Pública Federal
deverá procurar executar os objetivos definidos no PNDH 3:

Pretensões específicas dentro de cada


OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
diretriz

2.4 - Ações Programáticas

Por fim, o Decreto nº 7.037/2009 ainda estabelece ações específicas a serem adotadas para que sejam
atingidos os objetivos estratégicos definidos no âmbito de cada diretriz.

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Notem que a estruturação do PNDH 3 é complicada. Para fins do concurso é importante ter uma noção geral
de cada desses conceitos, sabendo identificá-los em prova. Não se preocupem, quando chegarmos na leitura
do Programa, tudo ficará mais claro.

AÇÕES PROGRAMÁTICAS Ações específicas a serem adotadas

3 - Decreto

Vejamos os primeiros dispositivos do PNDH 3, que já foram abordados acima:

Art. 1o Fica aprovado o Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH-3, em


consonância com as diretrizes, objetivos estratégicos e ações programáticas
estabelecidos, na forma do Anexo deste Decreto.

Art. 2o O PNDH-3 será implementado de acordo com os seguintes eixos orientadores e suas
respectivas diretrizes:

I - Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e sociedade civil:

a) Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e sociedade civil como instrumento de


fortalecimento da democracia participativa;

b) Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento transversal das


políticas públicas e de interação democrática; e

c) Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de informações em Direitos Humanos e


construção de mecanismos de avaliação e monitoramento de sua efetivação;

II - Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos:

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a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão social e


econômica, ambientalmente equilibrado e tecnologicamente responsável, cultural e
regionalmente diverso, participativo e não discriminatório;

b) Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito central do processo de


desenvolvimento; e

c) Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo


as gerações futuras como sujeitos de direitos;

III - Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um contexto de desigualdades:

a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e


interdependente, assegurando a cidadania plena;

b) Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o seu desenvolvimento


integral, de forma não discriminatória, assegurando seu direito de opinião e participação;

c) Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais; e

d) Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade;

IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência:

a) Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública;

b) Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e


justiça criminal;

c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização da


investigação de atos criminosos;

d) Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na


redução da letalidade policial e carcerária;

e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das pessoas
ameaçadas;

f) Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de


penas e medidas alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário;
e

g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o
conhecimento, a garantia e a defesa de direitos;

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V - Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos Humanos:

a) Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política nacional de educação em
Direitos Humanos para fortalecer uma cultura de direitos;

b) Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos
sistemas de educação básica, nas instituições de ensino superior e nas instituições
formadoras;

c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e


promoção dos Direitos Humanos;

d) Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos Humanos no serviço público; e

e) Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação


para consolidação de uma cultura em Direitos Humanos; e

VI - Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à Verdade:

a) Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como Direito Humano da


cidadania e dever do Estado;

b) Diretriz 24: Preservação da memória histórica e construção pública da verdade; e

c) Diretriz 25: Modernização da legislação relacionada com promoção do direito à memória


e à verdade, fortalecendo a democracia.

Parágrafo único. A implementação do PNDH-3, além dos responsáveis nele indicados,


envolve parcerias com outros órgãos federais relacionados com os temas tratados nos
eixos orientadores e suas diretrizes.

Art. 3o As metas, prazos e recursos necessários para a implementação do PNDH-3 serão


definidos e aprovados em Planos de Ação de Direitos Humanos bianuais.

De acordo com o art. 3º, do PNDH 3, duas vezes por ano serão fixados e aprovados Planos de Ação de Direitos
Humanos.

Vejamos uma questão sobre um dos artigos acima.

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(CESPE - 2022) No Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), a diretriz que visa promover e
proteger os direitos ambientais como direitos humanos está prevista no eixo orientador
A) Interação Democrática entre Estado e Sociedade Civil.
B) Desenvolvimento e Direitos Humanos.
C) Universalizar Direitos em um Contexto de Desigualdades.
D) Educação e Cultura em Direitos Humanos.
E) Segurança Pública e Acesso à Justiça.
Comentários
A alternativa A está correta. Vejamos a diretriz 6 do Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos:
Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras
como sujeitos de direitos;

O art. 4º que disciplinava a criação de um Comitê de Acompanhamento e Monitoramento do PNDH foi


revogado pelo Decreto 10.087/2019.

Embora o Programa seja instituído no âmbito federal e voltado para a implementação de políticas públicas
pelo Governo Federal, o art. 5º prevê a possibilidade de adesão ao PNDH 3 pelos Estados-membros,
municípios e órgãos dos demais poderes (Legislativo e Judiciário), bem como do Ministério Público:

Art. 5o Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os órgãos do Poder Legislativo, do


Poder Judiciário e do Ministério Público, serão convidados a aderir ao PNDH-3.

Para a sua prova...

PODERÃO ADERIR AO
PNDH 3

Poderes Legislativo e
Estados-membros Municípios Ministério Público
Judiciário

15
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Por fim, vejamos os arts. 6º e 7º:

Art. 6o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7o Fica revogado o Decreto no 4.229, de 13 de maio de 2002.

Brasília, 21 de dezembro de 2009; 188o da Independência e 121o da República.

RESUMO
 COMPETÊNCIA NORMATIVA
==2537cb==

O PNDH 3 foi instituído por intermédio de um decreto autônomo.

 Estrutura

Objetivos Ações
Eixo Orientador Diretrizes
Estratégicos Programáticas

 Eixo Orientador → conjunto de assuntos de direitos humanos considerado fundamental para a adoção das
políticas de Governo em matéria humanística.

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Eixo Orientador I: • Interação democrática entre Estado e sociedade civil

Eixo Orientador II • Desenvolvimento e Direitos Humanos

Eixo Orientador III: • Universalizar direitos em um contexto de desigualdades

Eixo Orientador IV: • Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência

Eixo Orientador V: • Educação e Cultura em Direitos Humanos

Eixo Orientador VI: • Direito à Memória e à Verdade

 Diretrizes

Linhas delimitadas de atuação que


DIRETRIZ
devem ser observadas

Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e sociedade civil:

Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e sociedade civil como instrumento de fortalecimento da
democracia participativa;

Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento transversal das políticas públicas e de
interação democrática; e

Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de informações em Direitos Humanos e construção de


mecanismos de avaliação e monitoramento de sua efetivação;

Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos:

Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão social e econômica,


ambientalmente equilibrado e tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente diverso, participativo
e não discriminatório;

Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito central do processo de desenvolvimento; e

Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras
como sujeitos de direitos;

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Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um contexto de desigualdades:

Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e interdependente, assegurando a
cidadania plena;

Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o seu desenvolvimento integral, de forma
não discriminatória, assegurando seu direito de opinião e participação;

Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais; e

Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade;

Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência:

Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública;

Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e justiça criminal;

Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização da investigação de atos criminosos;

Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na redução da letalidade
policial e carcerária;

Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das pessoas ameaçadas;

Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de penas e medidas
alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário; e

Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia e a
defesa de direitos;

Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos Humanos:

Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política nacional de educação em Direitos Humanos
para fortalecer uma cultura de direitos;

Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas de educação
básica, nas instituições de ensino superior e nas instituições formadoras;

Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e promoção dos Direitos
Humanos;

Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos Humanos no serviço público; e

Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para consolidação de
uma cultura em Direitos Humanos; e

Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à Verdade:

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Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como Direito Humano da cidadania e dever do Estado;

Diretriz 24: Preservação da memória histórica e construção pública da verdade; e

Diretriz 25: Modernização da legislação relacionada com promoção do direito à memória e à verdade,
fortalecendo a democracia.

 EIXO ORIENTADOR versus DIRETRIZ

EIXOS ORIENTADORES 6

DIRETRIZES 25

 Objetivos Estratégicos

Pretensões específicas dentro de cada


OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
diretriz

 Ações Programáticas

AÇÕES PROGRAMÁTICAS Ações específicas a serem adotadas

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estamos avançando bem! Foi uma aula mais tranquila, contudo, relevante para encerramos a análise dos
assuntos relativos aos Direitos Humanos no Brasil.

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Até a próxima aula.

Um forte abraço e bons estudos a todos!

Ricardo Torques

rst.estrategia@gmail.com

@proftorques

QUESTÕES COM COMENTÁRIOS


CESPE

1. (CESPE/DPE-RO - 2012) O Programa Nacional de Direitos Humanos


a) identifica, desde a sua primeira edição, os órgãos estatais diretamente responsáveis pela realização das
diretrizes ou ações nele previstas.
b) é atualizado respeitando-se a periodicidade estabelecida na CF.
c) não foi positivado quando de sua primeira edição, já que havia sido produzido exclusivamente por
iniciativa da sociedade civil organizada.
d) incorporou ações especificamente relacionadas à DP apenas a partir de sua segunda edição.
e) encontra-se em sua terceira edição, que incorporou proposições oriundas da 11.ª Conferência Nacional
dos Direitos Humanos e de outras tantas conferências temáticas nacionais.

Comentários

Vejamos cada uma das alternativas.

Está incorreta a alternativa A, pois não há no PNDH 1 mecanismos de incorporação das propostas. Como
vimos acima, são previstas regras protetivas de caráter programático, contudo, o Estado não diz como ou o
que executará para a defesa dos direitos acima mencionados.

Somente no PNDH 3 houve a explicitação expressa da responsabilidade de cada governo em relação a cada
ação programática.

A alternativa B, do mesmo modo, está incorreta, uma vez que não há previsão na CF a respeito dos
Programas Nacionais de Direitos Humanos. Como vimos, ele é uma decorrência de acordos internacionais.

A alternativa C está incorreta. Como vimos todos os PNDHs foram instituídos por intermédio de Decretos do
Poder Executivo. No que atine especificamente ao PNDH 1, ele foi editado pelo Decreto n° 1.904/1996.

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Na alternativa D – que também está incorreta – temos uma questão específica para Defensoria Pública, logo
de menor importância para a nossa prova. De todo modo, devemos lembrar que já no PNDH 1 há previsão
de ação específica relativa à Defensoria, ao prever:

Luta contra a impunidade

35. Incentivar a prática de plantões permanentes no Judiciário, Ministério Público,


Defensoria Pública e Delegacias de Polícia.

Por fim, a alternativa E está correta. Apenas a título ilustrativo, saibamos alguns dados relevantes:

 O PNDH 3 foi fruto de 137 encontros que envolveram cerca de 14 mil participantes, bem como de
conferências livres, territoriais e regionais, estaduais e distrital.

 O PNDH 3 incorporou as proposições oriundas da 11ª Convenção Nacional de Direitos Humanos, na qual
participação 1.200 delegados.

 Ademais, participou da elaboração do PNDH 3 a Sociedade Civil, Ministérios Públicos, Consultores e a


Secretaria de Direitos Humanos.

2. (CESPE/DPE-PI - 2009) A proteção dos direitos humanos no Brasil conta com legislação que instituiu
o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH). A respeito do PNDH, assinale a opção correta.
a) Nesse programa, não é feita alusão à proteção internacional dos direitos humanos.
b) O acompanhamento da implementação do PNDH deve ser feito pelo MP Federal.
c) Os direitos econômicos não são promovidos pelo PNDH.
d) Os direitos culturais não são promovidos pelo PNDH.
e) Os direitos sociais são promovidos pelo PNDH.

Comentários

Vejamos cada uma das alternativas.

A alternativa A está incorreta, tendo em vista o objetivo estratégico I da diretriz 2:

Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento transversal das


políticas públicas e de interação democrática.

Objetivo estratégico I:

Promoção dos Direitos Humanos como princípios orientadores das políticas públicas e das
relações internacionais.

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A alternativa B está incorreta pois não há acompanhamento pelo Ministério Público Federal. Como vimos é
possível ao MP aderir ao PNDH.

As alternativas C e D estão incorretas, pois o PNDH 3 envolve direitos humanos das três dimensões e,
portanto, trata dos direitos econômicos e culturais, que são direitos de segunda dimensão.

Finalmente, a alternativa E é a correta e gabarito da questão, pois que os direitos sociais são direitos de 2ª
dimensão, previstos no PNDH.

3. (CESPE/DPE-MA - 2011) Considerando que a Política Nacional de Direitos Humanos é responsável


pelo desenvolvimento de políticas públicas para a afirmação dos direitos humanos na sociedade brasileira,
julgue o item abaixo acerca dos programas nacionais de direitos humanos (PNDHs).
O PNDH-2 prevê ações em prol do direito à memória e à verdade, que incluem a promoção da apuração e
do esclarecimento público das violações de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política
ocorrida no Brasil, com o propósito de promover a reconciliação nacional.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois essa é uma previsão do PNDH 3 no Eixo Orientador VI– Direito à Memória e
à Verdade, em especial no que se refere a Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como
Direito Humano da cidadania e dever do Estado. Não se trata de previsão de ação do PNDH 2.

4. (CESPE/DPU - 2016) O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) estabeleceu, em 2010,


diretrizes, objetivos estratégicos e ações programáticas a serem trilhados nos próximos anos. A respeito
desse assunto, julgue o item que se segue.
Com base na desconstrução da heteronormatividade, o PNDH-3 recomenda que as configurações familiares
constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) sejam reconhecidas e incluídas nos
sistemas de informação do serviço público.

Comentários

A assertiva está correta. Vejamos o que dispõe o Decreto nº 7.037/09, no eixo orientador III:

Objetivo estratégico V:

Garantia do respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero.

d) Reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as


configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais,
com base na desconstrução da heteronormatividade.

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5. (CESPE/DPU - 2016) O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) estabeleceu, em 2010,


diretrizes, objetivos estratégicos e ações programáticas a serem trilhados nos próximos anos. A respeito
desse assunto, julgue o item que se segue.
O PNDH-3 recomenda adequar os serviços de acolhimento aos parâmetros aprovados pelo CONANDA e pelo
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), de modo a eliminar a longa permanência de crianças e
adolescentes em situações de abrigamento.

Comentários

É o que dispõe o eixo orientador III, Objetivo estratégico III, “f”, do PNDH-3:

Ações programáticas:

f) Extinguir os grandes abrigos e eliminar a longa permanência de crianças e adolescentes


em abrigamento, adequando os serviços de acolhimento aos parâmetros aprovados pelo
CONANDA e CNAS.

Assim, a assertiva está correta.

6. (CESPE/DEPEN - 2015) Aprovado em 2009, o terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos


(PNDH-3) assenta-se nos seguintes eixos orientadores: interação democrática entre Estado e sociedade
civil; desenvolvimento e direitos humanos; universalização dos direitos em um contexto de desigualdades;
segurança pública, acesso à justiça e combate à violência; educação e cultura em direitos humanos; direito
à memória e à verdade. A respeito desse assunto, julgue o item que se segue.
Entre as diretrizes contidas no PNDH-3, estão a democratização e a modernização do sistema de segurança
pública, o que requer transparência e efetiva participação da sociedade na abordagem do tema.

Comentários

A assertiva está correta, conforme prevê o Decreto nº 7.037/09:

Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública

Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e justiça


criminal.

7. (CESPE/MTE - 2013) Acerca do Programa Nacional de Direitos Humanos III (PNDH-3), julgue os itens
que se seguem.
É prevista como objetivo estratégico do PNDH-3 a garantia do trabalho decente, adequadamente
remunerado, exercido em condições de equidade e segurança.

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Comentários

Dentro do eixo orientador III, encontra-se a Diretriz 7 que orienta pela garantia de Direitos Humanos de
forma universal, indivisível e interdependente, assegurando a cidadania plena.

a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e


interdependente, assegurando a cidadania plena;

Inserido nessa diretriz, está o objetivo estratégico VI, que buscará a garantia do trabalho decente,
adequadamente remunerado exercido em condições de equidade e segurança.

Objetivo estratégico VI:

Garantia do trabalho decente, adequadamente remunerado, exercido em condições de


equidade e segurança.

Portanto, a assertiva está correta.

8. (CESPE/MTE - 2013) Acerca do Programa Nacional de Direitos Humanos III (PNDH-3), julgue os itens
que se seguem.
A diretriz referente à garantia dos direitos humanos de forma universal, indivisível e interdependente, de
modo a assegurar a cidadania plena, consta no eixo orientador denominado Desenvolvimento e Direitos
Humanos do PNDH-3.

Comentários

A assertiva está incorreta. A questão diz respeito ao eixo orientador II, que tem como diretrizes:

 Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão social e econômica,


ambientalmente equilibrado e tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente diverso,
participativo e não discriminatório
 Valorização da pessoa humana como sujeito central do processo de desenvolvimento
 Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras
como sujeitos de direitos.

A diretriz referente à garantia dos direitos humanos de forma universal, indivisível e interdependente consta
no eixo orientador III que trata sobre universalizar direitos em um contexto de desigualdades. O eixo
orientador III tem como diretrizes:

 Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e interdependente, assegurando a


cidadania plena
 Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o seu desenvolvimento integral, de forma não
discriminatória, assegurando seu direito de opinião e participação
 Combate às desigualdades estruturais

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 Garantia da igualdade na diversidade.


9. (CESPE/DEPEN - 2013) De acordo com o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), julgue
o próximo item.
No eixo orientador do PNDH-3 que diz respeito à segurança pública, ao acesso à justiça e ao combate à
violência, é disposta diretriz para a modernização da política de execução penal; a diretriz para a
modernização do sistema de segurança pública não é, contudo, abrangida por esse eixo.

Comentários

O eixo orientador IV abrange tanto a modernização da política de execução penal, conforme a diretriz 16,
quanto a modernização do sistema de segurança pública, nos termos da diretriz 11. Vejamos:

a) Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública;

f) Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de penas


e medidas alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário;

Desse modo, a assertiva está incorreta.

10. (CESPE/DEPEN - 2013) Acerca do eixo orientador IV do Programa Nacional de Direitos Humanos
(PNDH-3), que trata de segurança pública, acesso à justiça e combate à violência, julgue os próximos itens.
O eixo orientador IV parte do pressuposto de que a realidade brasileira segue sendo gravemente marcada
pela violência e por severos impasses estruturais na área da segurança pública.

Comentários

A assertiva está correta, conforme dispõe o PNDH-3, eixo orientador IV:

Eixo Orientador IV:

Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência

As propostas elencadas neste eixo orientador do PNDH-3 articulam-se com tal processo
histórico de transformação e exigem muito mais do que já foi alcançado. Para tanto, parte-
se do pressuposto de que a realidade brasileira segue sendo gravemente marcada pela
violência e por severos impasses estruturais na área da segurança pública.

11. (CESPE/DEPEN - 2013) Acerca do eixo orientador IV do Programa Nacional de Direitos Humanos
(PNDH-3), que trata de segurança pública, acesso à justiça e combate à violência, julgue os próximos itens.
Constitui um objetivo estratégico do eixo orientador IV a promoção dos direitos humanos dos profissionais
do sistema de segurança pública, assegurando sua formação continuada e compatível com as atividades que
exercem.

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Comentários

A previsão do referido objetivo estratégico encontra-se estampada no objetivo estratégico III, da diretriz 11,
do eixo orientador IV, do PNDH-3:

Eixo Orientador IV:

Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública

Objetivo estratégico III:

Promoção dos Direitos Humanos dos profissionais do sistema de segurança pública,


assegurando sua formação continuada e compatível com as atividades que exercem.

Assim, a assertiva está correta.

Vamos relembrar as diretrizes do eixo orientador IV:

 Democratização e modernização do sistema de segurança pública


 Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e justiça criminal
 Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização da investigação de atos criminosos
 Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na redução da letalidade
policial e carcerária
 Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das pessoas ameaçadas
 Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de penas e medidas alternativas
à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário
 Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia e a
defesa de direitos

12. (CESPE/DEPEN - 2013) Acerca do eixo orientador IV do Programa Nacional de Direitos Humanos
(PNDH-3), que trata de segurança pública, acesso à justiça e combate à violência, julgue os próximos itens.
No eixo orientador IV, é disposta diretriz para a participação popular no sistema de segurança pública e
justiça criminal; a diretriz para o combate à violência institucional não é, contudo, abrangida por esse eixo.

Comentários

O eixo orientador IV, do PNDH-3, que trata de segurança pública, acesso à justiça e combate à violência,
possui as seguintes diretrizes:

 Democratização e modernização do sistema de segurança pública;


 Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e justiça criminal;
 Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização da investigação de atos criminosos;
 Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na redução da letalidade
policial e carcerária;
 Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das pessoas ameaçadas;

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 Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de penas e medidas alternativas


à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário; e
 Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia e a
defesa dos direitos.

Conforme se nota, o eixo orientador IV inclui a diretriz de combate à violência institucional. Portanto, a
assertiva está incorreta.

13. (CESPE/PRF - 2013) Julgue os próximos itens, relativos aos direitos humanos, à responsabilidade do
Estado e à Política Nacional de Direitos Humanos.
A Política Nacional de Direitos Humanos contempla medidas voltadas à proteção dos direitos civis, tais como
os projetos que tratam da parceria entre pessoas do mesmo sexo e da obrigatoriedade de atendimento do
aborto legal pela rede pública de saúde.

Comentários

A assertiva está correta. O PNDH-3 prevê, no Eixo Orientador III, a Diretriz 10 que visa à garantia de igualdade
na diversidade.

Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade.

Dentro dessa diretriz, há o objetivo estratégico V de assegurar o respeito à livre orientação sexual e
identidade de gênero, por meio do apoio ao projeto de lei que disponha sobre a união civil entre pessoas do
mesmo sexo.

Objetivo estratégico V:

Garantia do respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero.

Ações programáticas:

b)Apoiar projeto de lei que disponha sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Já no Eixo Orientador IV, há a Diretriz 17 que orienta no sentido de promoção de um sistema de justiça mais
acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia e a defesa dos direitos.

Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o
conhecimento, a garantia e a defesa dos direitos.

Nesse âmbito, há o objetivo estratégico II que visa à garantia do aperfeiçoamento e monitoramento das
normas jurídicas para proteção dos Direitos Humanos.

Objetivo estratégico II:

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Garantia do aperfeiçoamento e monitoramento das normas jurídicas para proteção dos


Direitos Humanos.

Tal objetivo seria concretizado por meio da implementação de mecanismos de monitoramento dos serviços
de atendimento ao aborto legalmente autorizado, garantindo seu cumprimento e facilidade de acesso.

Ações programáticas:

g)Implementar mecanismos de monitoramento dos serviços de atendimento ao aborto


legalmente autorizado, garantindo seu cumprimento e facilidade de acesso.

Outras Bancas

14. (CONSULPLAN/CDP - 2020) Nos termos do Programa Nacional de Direitos Humanos PNDH-3,
instituido pelo Decreto nº 7.037/2009 assinale a alternativa em que o Eixo Orientador está corretamente
associado a uma de suas diretrizes.
a) Eixo: Universializar direitos em um contexto de desigualdade/ Diretriz: Democratização e modernização
do sistema de segurança pública.
b) Eixo: Interação democrática entre Estado e sociedade civil/ Diretriz: Valorização da pessoa humana como
sujeito central do processo de desenvolvimento.
c) Eixo: Universalizar direitos em um contexto de desigualdade/ Diretriz: Reconhecimento da educação não
formal como espaço de defesa e promoção dos Direitos Humanos.
d) Eixo: Interação democrática entre Estado e sociedade civil. / Diretriz: Fortalecimento dos Direitos
Humanos como instrumento transversal das políticas públicas e de interação democrática.

Comentários

A alternativa A está incorreta. A Diretriz em questão está relacionada ao eixo Segurança Pública, Acesso à
Justiça e Combate à Violência:

IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência:

a) Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública;

A alternativa B está incorreta. A Diretriz em questão está relacionada ao eixo Desenvolvimento e Direitos
Humanos:

II - Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos:

b) Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito central do processo de


desenvolvimento; e

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A alternativa C está incorreta. A Diretriz em questão está relacionada ao eixo Educação e Cultura em Direitos
Humanos:

V - Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos Humanos:

c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e


promoção dos Direitos Humanos;

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A Diretriz está corretamente articulada com o Eixo
Orientados:

I - Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e sociedade civil:

b) Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento transversal das


políticas públicas e de interação democrática; e

15. (FEPESE/DEAP-SC – 2019) O Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3, aprovado pelo
Decreto No 7.037, de 21 de dezembro de 2009, é estruturado em eixos orientadores que contêm suas
respectivas diretrizes.
Nesse contexto normativo, estão incluídas no Eixo Orientador IV, que trata da Segurança Pública, Acesso à
Justiça e Combate à Violência, as seguintes diretrizes:
A) Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e interdependente, assegurando a cidadania
plena; Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o seu desenvolvimento integral, de forma não
discriminatória, assegurando seu direito de opinião e participação; Combate às desigualdades estruturais;
Garantia da igualdade na diversidade.
B) Efetivação das diretrizes e dos princípios da política nacional de educação em Direitos Humanos para
fortalecer uma cultura de direitos; Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos
sistemas de educação básica, nas instituições de ensino superior e nas instituições formadoras;
Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e promoção dos Direitos Humanos;
Promoção da Educação em Direitos Humanos no serviço público; Garantia do direito à comunicação
democrática e ao acesso à informação para consolidação de uma cultura em Direitos Humanos.
C) Interação democrática entre Estado e sociedade civil como instrumento de fortalecimento da democracia
participativa; Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento transversal das políticas públicas e
de interação democrática; Integração e ampliação dos sistemas de informações em Direitos Humanos e
construção de mecanismos de avaliação e monitoramento de sua efetivação.
D) Democratização e modernização do sistema de segurança pública; Transparência e participação popular
no sistema de segurança pública e justiça criminal; Prevenção da violência e da criminalidade e
profissionalização da investigação de atos criminosos; Combate à violência institucional, com ênfase na
erradicação da tortura e na redução da letalidade policial e carcerária; Garantia dos direitos das vítimas de
crimes e de proteção das pessoas ameaçadas; Modernização da política de execução penal, priorizando a
aplicação de penas e medidas alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário;

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Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia e a defesa de
direitos.
E) Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão social e econômica, ambientalmente
equilibrado e tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente diverso, participativo e não
discriminatório; Valorização da pessoa humana como sujeito central do processo de desenvolvimento;
Promoção e proteção dos direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras como
sujeitos de direitos.

Comentários

A resposta da questão se encontra no art. 2º do Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3. Veja:

Art. 2º O PNDH-3 será implementado de acordo com os seguintes eixos orientadores e


suas respectivas diretrizes:

IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência:

a) Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública;

b) Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e


justiça criminal;

c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização da


investigação de atos criminosos;

d) Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e


na redução da letalidade policial e carcerária;

e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das pessoas
ameaçadas;

f) Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de


penas e medidas alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário;
e

g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o
conhecimento, a garantia e a defesa de direitos;

Dessa forma, a alternativa D é a correta e o gabarito da questão.

16. (FUMARC/PC-MG - 2018) Sobre a Política Nacional de Direitos Humanos do Brasil, é CORRETO
afirmar:
(A) O PNDH-3 carece de diretriz a respeito da profissionalização da investigação de atos criminosos.

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(B) No Brasil, já foram aprovados três Programas Nacionais de Direitos Humanos, sendo: PNDH-1, no governo
Fernando Henrique Cardoso; PNDH-2, no governo Luiz Inácio Lula da Silva; PNDH-3, no governo Dilma
Rousseff.
(C) As diretrizes contidas no PNDH-2 e no PNDH-3 têm força normativa.
(D) A elaboração dos Programas Nacionais de Direitos Humanos decorreu de recomendação feita na
Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena (1993).

Comentários

A alternativa A está incorreta. A diretriz que diz respeito à profissionalização da investigação de atos
criminosos é a Diretriz 13, do Eixo orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência.

A alternativa B também está incorreta. Como sabemos, existem três versões da PNDH: PNDH-1, PNDH-2 e
PNDH-3. As duas primeiras foram aprovadas no governo de Fernando Henrique Cardoso. A última, no
governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

A alternativa C também está incorreta. Ao contrário do que afirma a alternativa, as diretrizes contidas na
PNDH-2 e PNDH-3 não possuem força normativa.

E a alternativa D, por fim, está correta e é o gabarito da questão. De fato, a elaboração dos Programas
Nacionais de Direitos Humanos (PNDHs) decorreu de uma recomendação feita na Conferência Mundial de
Direitos Humanos de Viena (1993). Tanto é assim, que no preâmbulo da própria PNDH-1, vem expresso:

No dia 7 de setembro, fiz um apelo a todos os brasileiros para uma mobilização ampla em
favor dos direitos humanos. Criamos um Prêmio dos Direitos Humanos. E prometemos
preparar um Programa Nacional dos Direitos Humanos, tal como recomendava a
Conferência Mundial de Direitos Humanos, realizada em Viena em 1993, cujo Comitê de
Redação foi presidido pelo Brasil.

17. (FAUEL/CISMEPAR-PR - 2016) “A educação e a cultura em Direitos Humanos visam à formação de


nova mentalidade coletiva para o exercício da solidariedade, do respeito às diversidades e da tolerância.
Seu objetivo é combater o preconceito, a discriminação e a violência, promovendo a adoção de novos
valores de liberdade, justiça e igualdade. Como canal estratégico capaz de produzir uma sociedade
igualitária, extrapola o direito à educação permanente e de qualidade. Trata-se de mecanismo que articula
conhecimentos, cultura, consciência cidadã, processos metodológicos e o fortalecimento de políticas,
dentre outros elementos”. (PNDH – 3 – Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, 2010).
A este respeito, é correto afirmar que:
a) O Programa Nacional de Direitos Humanos-3 propõe exclusão da temática de Educação em Direitos
Humanos nos programas de capacitação de lideranças comunitárias e nos programas de qualificação
profissional, alfabetização de jovens e adultos, incluindo, prioritariamente, na educação de crianças e
adolescentes.

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b) A Educação em Direitos Humanos volta-se, especialmente, para o estabelecimento de diálogo e parcerias


temporárias com o vasto leque brasileiro de movimentos populares, sindicatos, igrejas, ONGs, clubes,
entidades empresariais e toda sorte de agrupamentos da sociedade civil que desenvolvem atividades
formativas em seu cotidiano.
c) São fundamentais para consolidar o Estado Democrático e a proteção do direito à vida e à dignidade, a
formação em todo o serviço público, especialmente entre os agentes do sistema de Justiça e segurança
privada, abordando os recortes de gênero, relações étnico-raciais e de orientação sexual.
d) Os meios de comunicação de massa têm papel estratégico no sentido de construir ou desconstruir um
ambiente nacional e uma cultura social de respeito e proteção aos Direitos Humanos. Daí a importância
primordial de introduzir mudanças que assegurem ampla democratização desses meios, bem como de atuar
permanentemente junto a todos os profissionais e empresas do setor.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O PNDH-3 propõe inclusão da temática de Educação em Direitos Humanos
nos programas de capacitação de lideranças comunitárias e nos programas de qualificação profissional,
alfabetização de jovens e adultos, entre outros:

A educação não formal em Direitos Humanos é orientada pelos princípios da emancipação


e da autonomia, configurando-se como processo de sensibilização e formação da
consciência crítica. Desta forma, o PNDH-3 propõe inclusão da temática de Educação em
Direitos Humanos nos programas de capacitação de lideranças comunitárias e nos
programas de qualificação profissional, alfabetização de jovens e adultos, entre outros.

A alternativa B está incorreta. A Educação em Direitos Humanos volta-se, especialmente, para o


estabelecimento de diálogo e parcerias permanentes, e não temporárias:

Volta-se, especialmente, para o estabelecimento de diálogo e parcerias permanentes como


o vasto leque brasileiro de movimentos populares, sindicatos, igrejas, ONGs, clubes,
entidades empresariais e toda sorte de agrupamentos da sociedade civil que desenvolvem
atividades formativas em seu cotidiano.

A alternativa C está incorreta. São fundamentais para consolidar o Estado Democrático e a proteção do
direito à vida e à dignidade, a formação em todo o serviço público, especialmente entre os agentes do
sistema de Justiça e segurança pública, abordando os recortes de gênero, relações étnico-raciais e de
orientação sexual:

A formação e a educação continuada em Direitos Humanos, com recortes de gênero,


relações étnico-raciais e de orientação sexual, em todo o serviço público, especialmente
entre os agentes do sistema de Justiça de segurança pública, são fundamentais para
consolidar o Estado Democrático e a proteção do direito à vida e à dignidade, garantindo
tratamento igual a todas as pessoas e o funcionamento de sistemas de Justiça que
promovam os Direitos Humanos.

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Por fim, a alternativa D é correta e gabarito da questão, pois é o que dispõe o eixo orientador V, do Decreto
nº 7.037/09:

Por fim, aborda-se o papel estratégico dos meios de comunicação de massa, no sentido de
construir ou desconstruir ambiente nacional e cultura social de respeito e proteção aos
Direitos Humanos. Daí a importância primordial de introduzir mudanças que assegurem
ampla democratização desses meios, bem como de atuar permanentemente junto a todos
os profissionais e empresas do setor (seminários, debates, reportagens, pesquisas e
conferências), buscando sensibilizar e conquistar seu compromisso ético com a afirmação
histórica dos Direitos Humanos.

18. (FUNIVERSA/SEAP-DF - 2015) Com relação aos direitos humanos, julgue o item.
A modernização da política de execução penal, que prioriza a aplicação de penas e medidas alternativas à
privação de liberdade e a melhoria do sistema penitenciário, é uma das diretrizes do Programa Nacional de
Direitos Humanos (PNDH-3).

Comentários

A assertiva está correta, nos termos da diretriz 16, do eixo orientador IV, do PNDH-3:

Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de penas


e medidas alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário.

19. (Inédita - 2017) A respeito dos Programas Nacionais de Direitos Humanos assinale a alternativa
correta:
a) O PNDH 1 prevê direitos de primeira e de segunda dimensões.
b) O PNDH 3 constitui uma compilação do PNDH 1 e 2.
c) O PNDH 2 dispõe sobre direitos de segunda dimensão.
d) O PNDH 2 adota uma visão transversal.
e) O PNDH 2 não previu instrumentos orçamentários para a execução das políticas estabelecidas.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O PNDH 1 conferiu ênfase aos direitos civis, direitos de primeira dimensão.

A alternativa B também está incorreta. O PNDH 3 representa uma evolução dos dois primeiros programas,
mais amplos e mais abrangente que os programas anteriores. Constitui um Programa que considera a
indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos em todas as suas dimensões, bem como estabelece
eixos temáticos estruturantes, que dispõe sobre os principais desafios para a efetivação dos direitos em
nosso país.

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A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Entre outros direitos o PNDH 2 previu direito à
educação, à previdência e assistência social, ao trabalho, à moradia, ao meio ambiente, à alimentação, à
cultura e ao lazer.

A alternativa D está incorreta, pois a visão transversal é adotada pelo PNDH 3.

A alternativa E, por fim, também está incorreta, uma vez que o PNDH 2 caracteriza-se justamente pela
destinação de recursos no PPA 2004-2007 com vistas implementação de políticas públicas protetivas dos
direitos humanos.

20. (Inédita - 2017) O PNDH 3 foi instituído por:


a) decreto autônomo
b) tratado internacional
c) lei ordinária
d) medida provisória
e) lei complementar

Comentários

Tranquilo, não? Como vimos o PNDH foi instituído pelo Decreto nº 7.037/2009, com fundamento no art. 84,
VI, a, da CF:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...)

VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento


de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001) (...).

Logo, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

21. (Inédita - 2017) O PNDH 3 – instituído pelo Decreto nº 7.037/2008 é estruturado na seguinte ordem:
a) diretrizes > eixo orientador > objetivos estratégicos > ações programáticas
b) eixo orientador > diretrizes > objetivos estratégicos > ações programáticas
c) ações programáticas > diretrizes > objetivos estratégicos > eixos orientadores
d) eixo orientador > objetivos estratégicos > diretrizes > ações programáticas
b) diretrizes > eixo orientador > ações programáticas > objetivos estratégicos

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Comentários

Para responder à questão basta lembrar:

Objetivos Ações
Eixo Orientador Diretrizes
Estratégicos Programáticas

Logo, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

22. (Inédita - 2017) Assinale dentre as alternativas abaixo aquela que representa um dos eixos
orientadores do PNDH 3:
a) Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e interdependente, assegurando a cidadania
plena.
b) Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e justiça criminal.
c) Educação e Cultura em Direitos Humanos.
d) Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e promoção dos Direitos Humanos.
e) Reconhecimento da memória e da verdade como Direito Humano da cidadania e dever do Estado.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois trata da Diretriz 7, do Eixo Orientador III:

Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um contexto de desigualdades:

Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e


interdependente, assegurando a cidadania plena;

A alternativa B está incorreta, pois trata da Diretriz 12, do Eixo Orientador IV:

Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência:

Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e justiça criminal

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão:

Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos Humanos: (...)

A alternativa D está incorreta, pois trata da Diretriz 20, do Eixo Orientador V:

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Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos Humanos:

Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e promoção
dos Direitos Humanos;

A alternativa E está incorreta, pois trata da Diretriz 23, do Eixo Orientador VI:

Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à Verdade:

Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como Direito Humano da cidadania


e dever do Estado;

Sistematizando:

EIXOS ORIENTADORES DIRETRIZES


Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e
sociedade civil como instrumento de
fortalecimento da democracia participativa
Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos
Eixo Orientador I: Interação democrática entre como instrumento transversal das políticas públicas
Estado e sociedade civil e de interação democrática
Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de
informações em Direitos Humanos e construção de
mecanismos de avaliação e monitoramento de sua
efetivação
Diretriz 4: Efetivação de modelo de
desenvolvimento sustentável, com inclusão social e
econômica, ambientalmente equilibrado e
tecnologicamente responsável, cultural e
regionalmente diverso, participativo e não
Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos
discriminatório
Humanos
Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como
sujeito central do processo de desenvolvimento
Diretriz 6: Promover e proteger os direitos
ambientais como Direitos Humanos, incluindo as
gerações futuras como sujeitos de direitos
Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma
universal, indivisível e interdependente,
assegurando a cidadania plena
Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e
contexto de desigualdades adolescentes para o seu desenvolvimento integral,
de forma não discriminatória, assegurando seu
direito de opinião e participação
Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais

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Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade


Diretriz 11: Democratização e modernização do
sistema de segurança pública
Diretriz 12: Transparência e participação popular no
sistema de segurança pública e justiça criminal
Diretriz 13: Prevenção da violência e da
criminalidade e profissionalização da investigação
de atos criminosos
Diretriz 14: Combate à violência institucional, com
ênfase na erradicação da tortura e na redução da
Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à
letalidade policial e carcerária
Justiça e Combate à Violência
Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de
crimes e de proteção das pessoas ameaçadas
Diretriz 16: Modernização da política de execução
penal, priorizando a aplicação de penas e medidas
alternativas à privação de liberdade e melhoria do
sistema penitenciário
Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais
acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a
garantia e a defesa de direitos
Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios
da política nacional de educação em Direitos
Humanos para fortalecer uma cultura de direitos;
Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da
democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas
de educação básica, nas instituições de ensino
superior e nas instituições formadoras
Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos
Diretriz 20: Reconhecimento da educação não
Humanos
formal como espaço de defesa e promoção dos
Direitos Humanos
Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos
Humanos no serviço público
Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação
democrática e ao acesso à informação para
consolidação de uma cultura em Direitos Humanos
Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da
verdade como Direito Humano da cidadania e dever
do Estado
Diretriz 24: Preservação da memória histórica e
Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à Verdade
construção pública da verdade
Diretriz 25: Modernização da legislação relacionada
com promoção do direito à memória e à verdade,
fortalecendo a democracia

23. (Inédita - 2017) Não constitui um dos eixos orientadores do PNDH 3:

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a) Interação democrática entre Estado e sociedade civil


b) Direito à Memória e à Verdade
c) Desenvolvimento e Direitos Humanos
d) Discriminar direitos em um contexto entre os membros que compõem a comunidade
e) Educação e Cultura em Direitos Humanos

Comentários

Para responder à questão vejamos o quadro abaixo:

Eixo Orientador I: • Interação democrática entre Estado e sociedade civil

Eixo Orientador II • Desenvolvimento e Direitos Humanos

Eixo Orientador III: • Universalizar direitos em um contexto de desigualdades

Eixo Orientador IV: • Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência

Eixo Orientador V: • Educação e Cultura em Direitos Humanos

Eixo Orientador VI: • Direito à Memória e à Verdade

Logo, a alternativa D é a incorreta e gabarito da questão.

24. (Inédita - 2017) O Programa Nacional de Direitos Humanos 3, instituído pelo Decreto nº 7.037/2009,
poderá ser aderido:
a) pelo Governo Federal.
b) pessoas naturais
c) associações
d) municípios
e) sindicatos

Comentários

Vejamos cada uma das alternativas.

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A alternativa A está incorreta, o PNDH 3 é criado pelo próprio Governo Federal, logo não há que falar em
adesão, nesse caso.

As alternativas B, C e E não estão previstas no art. 5º e, portanto, estão incorretas.

Finalmente a alternativa D é a correta e gabarito da questão.

Vejamos:

Art. 5o Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os órgãos do Poder Legislativo, do


Poder Judiciário e do Ministério Público, serão convidados a aderir ao PNDH-3.

Lembre-se:

PODERÃO ADERIR AO
PNDH 3

Poderes Legislativo e
Estados-membros Municípios Ministério Público
Judiciário

25. (Inédita - 2017) Sobre os programas nacionais de direitos humanos, julgue o item abaixo:
O PNDH-1 tratou, essencialmente, dos direitos civis e políticos e, o PNDH – 2, dos direitos sociais, econômicos
e culturais. Já o PNDH – 3 abrangeu apenas os direitos difusos e coletivos.

Comentários

Como dito em aula, o PNDH – 3 previu as três dimensões de direitos humanos, na medida em que
implementou os direitos previstos no PNDH 1 e 2, conferindo efetividade as suas disposições e, também,
disciplinou direitos de terceira dimensão.

Deste modo, considera-se incorreta a assertiva.

26. (Inédita - 2017) Em relação ao Programa Nacional de Direitos Humanos 3, instituído pelo Decreto
nº 7.037/2009, julgue o item seguinte.
Cada um dos Programas Nacionais de Direitos Humanos foram instituídos para a proteção de uma das
dimensões de Direitos Humanos.

Comentários

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Está incorreta a assertiva. Como vimos o PNDH 1 previu essencialmente direitos de primeira dimensão. Já o
PNDH 2 previu essencialmente direitos de segunda dimensão. Contudo, o PNDH 3 previu direitos de todas
as dimensões.

27. (Inédita - 2017) Em relação ao Programa Nacional de Direitos Humanos 3, instituído pelo Decreto
nº 7.037/2009, julgue o item seguinte.
O PNDH 3 é estruturado em eixo orientadores, diretrizes, objetivos estratégicos e ações programáticas.

Comentários

Essa é fácil, não é mesmo? Está correta a assertiva.

Objetivos Ações
Eixo Orientador Diretrizes
Estratégicos Programáticas

28. (Inédita - 2017) Em relação ao Programa Nacional de Direitos Humanos 3, instituído pelo Decreto
nº 7.037/2009, julgue o item seguinte.
Entre os Eixos Orientadores do PNDH 3 está a educação e cultura em Direitos Humanos e o Direito à Memória
e à Verdade.

Comentários

A assertiva está correta. Vejamos:

Eixo Orientador I: • Interação democrática entre Estado e sociedade civil

Eixo Orientador II • Desenvolvimento e Direitos Humanos

Eixo Orientador III: • Universalizar direitos em um contexto de desigualdades

Eixo Orientador IV: • Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência

Eixo Orientador V: • Educação e Cultura em Direitos Humanos

Eixo Orientador VI: • Direito à Memória e à Verdade

29. (FUNIVERSA/SESIPE-DF - 2015) Com relação aos direitos humanos, julgue os itens seguintes:

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Entre as diretrizes do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), não estão inseridas, entre os
direitos humanos, a promoção e a proteção dos direitos ambientais.

Comentários

O PNDH 3, instituído pelo Decreto Executivo nº 7.037/2009, é o mais amplo dos programas nacionais,
abrangendo extenso rol de direito e de medidas para serem implementadas a partir de uma visão de
transversalidade.

O principal desafio político do PNDH 3 foi o de construir um programa que considerasse a indivisibilidade e
interdependência dos direitos humanos em todas as suas dimensões: direitos civis, políticos, sociais,
econômicos e culturais.

Em razão disso, foram estabelecidos eixos temáticos estruturantes, que dispõe sobre os principais desafios
para a efetivação dos direitos em nosso país, destacando as dimensões da desigualdade, violência, modelo
de desenvolvimento, cultura e educação em direitos humanos, democracia, monitoramento e direito à
memória e justiça.

Dentro do PNDH III há referência a políticas voltadas aos direitos de terceira dimensão, com destaque para
direito ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável. Esses direitos difusos e coletivos foram
incorporados para prevendo mecanismos e instrumentos para efetivar o controle social, a reparação e a
violação desses direitos transindividuais.

Nesse contexto, no eixo orientador II, diretriz 6, temos:

Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos:

Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo


as gerações futuras como sujeitos de direitos;

Logo, a assertiva está incorreta.

LISTA DE QUESTÕES
CESPE

1. (CESPE/DPE-RO - 2012) O Programa Nacional de Direitos Humanos


a) identifica, desde a sua primeira edição, os órgãos estatais diretamente responsáveis pela realização das
diretrizes ou ações nele previstas.
b) é atualizado respeitando-se a periodicidade estabelecida na CF.
c) não foi positivado quando de sua primeira edição, já que havia sido produzido exclusivamente por
iniciativa da sociedade civil organizada.

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d) incorporou ações especificamente relacionadas à DP apenas a partir de sua segunda edição.


e) encontra-se em sua terceira edição, que incorporou proposições oriundas da 11.ª Conferência Nacional
dos Direitos Humanos e de outras tantas conferências temáticas nacionais.

2. (CESPE/DPE-PI - 2009) A proteção dos direitos humanos no Brasil conta com legislação que instituiu
o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH). A respeito do PNDH, assinale a opção correta.
a) Nesse programa, não é feita alusão à proteção internacional dos direitos humanos.
b) O acompanhamento da implementação do PNDH deve ser feito pelo MP Federal.
c) Os direitos econômicos não são promovidos pelo PNDH.
d) Os direitos culturais não são promovidos pelo PNDH.
e) Os direitos sociais são promovidos pelo PNDH.

3. (CESPE/DPE-MA - 2011) Considerando que a Política Nacional de Direitos Humanos é responsável


pelo desenvolvimento de políticas públicas para a afirmação dos direitos humanos na sociedade brasileira,
julgue o item abaixo acerca dos programas nacionais de direitos humanos (PNDHs).
O PNDH-2 prevê ações em prol do direito à memória e à verdade, que incluem a promoção da apuração e
do esclarecimento público das violações de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política
ocorrida no Brasil, com o propósito de promover a reconciliação nacional.

4. (CESPE/DPU - 2016) O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) estabeleceu, em 2010,


diretrizes, objetivos estratégicos e ações programáticas a serem trilhados nos próximos anos. A respeito
desse assunto, julgue o item que se segue.
Com base na desconstrução da heteronormatividade, o PNDH-3 recomenda que as configurações familiares
constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) sejam reconhecidas e incluídas nos
sistemas de informação do serviço público.

5. (CESPE/DPU - 2016) O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) estabeleceu, em 2010,


diretrizes, objetivos estratégicos e ações programáticas a serem trilhados nos próximos anos. A respeito
desse assunto, julgue o item que se segue.
O PNDH-3 recomenda adequar os serviços de acolhimento aos parâmetros aprovados pelo CONANDA e pelo
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), de modo a eliminar a longa permanência de crianças e
adolescentes em situações de abrigamento.

6. (CESPE/DEPEN - 2015) Aprovado em 2009, o terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos


(PNDH-3) assenta-se nos seguintes eixos orientadores: interação democrática entre Estado e sociedade
civil; desenvolvimento e direitos humanos; universalização dos direitos em um contexto de desigualdades;
segurança pública, acesso à justiça e combate à violência; educação e cultura em direitos humanos; direito
à memória e à verdade. A respeito desse assunto, julgue o item que se segue.
Entre as diretrizes contidas no PNDH-3, estão a democratização e a modernização do sistema de segurança
pública, o que requer transparência e efetiva participação da sociedade na abordagem do tema.

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7. (CESPE/MTE - 2013) Acerca do Programa Nacional de Direitos Humanos III (PNDH-3), julgue os itens
que se seguem.
É prevista como objetivo estratégico do PNDH-3 a garantia do trabalho decente, adequadamente
remunerado, exercido em condições de equidade e segurança.

8. (CESPE/MTE - 2013) Acerca do Programa Nacional de Direitos Humanos III (PNDH-3), julgue os itens
que se seguem.
A diretriz referente à garantia dos direitos humanos de forma universal, indivisível e interdependente, de
modo a assegurar a cidadania plena, consta no eixo orientador denominado Desenvolvimento e Direitos
Humanos do PNDH-3.

9. (CESPE/DEPEN - 2013) De acordo com o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), julgue
o próximo item.
No eixo orientador do PNDH-3 que diz respeito à segurança pública, ao acesso à justiça e ao combate à
violência, é disposta diretriz para a modernização da política de execução penal; a diretriz para a
modernização do sistema de segurança pública não é, contudo, abrangida por esse eixo.

10. (CESPE/DEPEN - 2013) Acerca do eixo orientador IV do Programa Nacional de Direitos Humanos
(PNDH-3), que trata de segurança pública, acesso à justiça e combate à violência, julgue os próximos itens.
O eixo orientador IV parte do pressuposto de que a realidade brasileira segue sendo gravemente marcada
pela violência e por severos impasses estruturais na área da segurança pública.

11. (CESPE/DEPEN - 2013) Acerca do eixo orientador IV do Programa Nacional de Direitos Humanos
(PNDH-3), que trata de segurança pública, acesso à justiça e combate à violência, julgue os próximos itens.
Constitui um objetivo estratégico do eixo orientador IV a promoção dos direitos humanos dos profissionais
do sistema de segurança pública, assegurando sua formação continuada e compatível com as atividades que
exercem.

12. (CESPE/DEPEN - 2013) Acerca do eixo orientador IV do Programa Nacional de Direitos Humanos
(PNDH-3), que trata de segurança pública, acesso à justiça e combate à violência, julgue os próximos itens.
No eixo orientador IV, é disposta diretriz para a participação popular no sistema de segurança pública e
justiça criminal; a diretriz para o combate à violência institucional não é, contudo, abrangida por esse eixo.

13. (CESPE/PRF - 2013) Julgue os próximos itens, relativos aos direitos humanos, à responsabilidade do
Estado e à Política Nacional de Direitos Humanos.
A Política Nacional de Direitos Humanos contempla medidas voltadas à proteção dos direitos civis, tais como
os projetos que tratam da parceria entre pessoas do mesmo sexo e da obrigatoriedade de atendimento do
aborto legal pela rede pública de saúde.

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Outras Bancas

14. (CONSULPLAN/CDP - 2020) Nos termos do Programa Nacional de Direitos Humanos PNDH-3,
instituido pelo Decreto nº 7.037/2009 assinale a alternativa em que o Eixo Orientador está corretamente
associado a uma de suas diretrizes.
a) Eixo: Universializar direitos em um contexto de desigualdade/ Diretriz: Democratização e modernização
do sistema de segurança pública.
b) Eixo: Interação democrática entre Estado e sociedade civil/ Diretriz: Valorização da pessoa humana como
sujeito central do processo de desenvolvimento.
c) Eixo: Universalizar direitos em um contexto de desigualdade/ Diretriz: Reconhecimento da educação não
formal como espaço de defesa e promoção dos Direitos Humanos.
d) Eixo: Interação democrática entre Estado e sociedade civil. / Diretriz: Fortalecimento dos Direitos
Humanos como instrumento transversal das políticas públicas e de interação democrática.

15. (FEPESE/DEAP-SC – 2019) O Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3, aprovado pelo
Decreto No 7.037, de 21 de dezembro de 2009, é estruturado em eixos orientadores que contêm suas
respectivas diretrizes.
Nesse contexto normativo, estão incluídas no Eixo Orientador IV, que trata da Segurança Pública, Acesso à
Justiça e Combate à Violência, as seguintes diretrizes:
A) Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e interdependente, assegurando a cidadania
plena; Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o seu desenvolvimento integral, de forma não
discriminatória, assegurando seu direito de opinião e participação; Combate às desigualdades estruturais;
Garantia da igualdade na diversidade.
B) Efetivação das diretrizes e dos princípios da política nacional de educação em Direitos Humanos para
fortalecer uma cultura de direitos; Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos
sistemas de educação básica, nas instituições de ensino superior e nas instituições formadoras;
Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e promoção dos Direitos Humanos;
Promoção da Educação em Direitos Humanos no serviço público; Garantia do direito à comunicação
democrática e ao acesso à informação para consolidação de uma cultura em Direitos Humanos.
C) Interação democrática entre Estado e sociedade civil como instrumento de fortalecimento da democracia
participativa; Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento transversal das políticas públicas e
de interação democrática; Integração e ampliação dos sistemas de informações em Direitos Humanos e
construção de mecanismos de avaliação e monitoramento de sua efetivação.
D) Democratização e modernização do sistema de segurança pública; Transparência e participação popular
no sistema de segurança pública e justiça criminal; Prevenção da violência e da criminalidade e
profissionalização da investigação de atos criminosos; Combate à violência institucional, com ênfase na
erradicação da tortura e na redução da letalidade policial e carcerária; Garantia dos direitos das vítimas de
crimes e de proteção das pessoas ameaçadas; Modernização da política de execução penal, priorizando a
aplicação de penas e medidas alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário;

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Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia e a defesa de
direitos.
E) Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão social e econômica, ambientalmente
equilibrado e tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente diverso, participativo e não
discriminatório; Valorização da pessoa humana como sujeito central do processo de desenvolvimento;
Promoção e proteção dos direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras como
sujeitos de direitos.

16. (FUMARC/PC-MG - 2018) Sobre a Política Nacional de Direitos Humanos do Brasil, é CORRETO
afirmar:
(A) O PNDH-3 carece de diretriz a respeito da profissionalização da investigação de atos criminosos.
(B) No Brasil, já foram aprovados três Programas Nacionais de Direitos Humanos, sendo: PNDH-1, no governo
Fernando Henrique Cardoso; PNDH-2, no governo Luiz Inácio Lula da Silva; PNDH-3, no governo Dilma
Rousseff.
(C) As diretrizes contidas no PNDH-2 e no PNDH-3 têm força normativa.
(D) A elaboração dos Programas Nacionais de Direitos Humanos decorreu de recomendação feita na
Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena (1993).

17. (FAUEL/CISMEPAR-PR - 2016) “A educação e a cultura em Direitos Humanos visam à formação de


nova mentalidade coletiva para o exercício da solidariedade, do respeito às diversidades e da tolerância.
Seu objetivo é combater o preconceito, a discriminação e a violência, promovendo a adoção de novos
valores de liberdade, justiça e igualdade. Como canal estratégico capaz de produzir uma sociedade
igualitária, extrapola o direito à educação permanente e de qualidade. Trata-se de mecanismo que articula
conhecimentos, cultura, consciência cidadã, processos metodológicos e o fortalecimento de políticas,
dentre outros elementos”. (PNDH – 3 – Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, 2010).
A este respeito, é correto afirmar que:
a) O Programa Nacional de Direitos Humanos-3 propõe exclusão da temática de Educação em Direitos
Humanos nos programas de capacitação de lideranças comunitárias e nos programas de qualificação
profissional, alfabetização de jovens e adultos, incluindo, prioritariamente, na educação de crianças e
adolescentes.
b) A Educação em Direitos Humanos volta-se, especialmente, para o estabelecimento de diálogo e parcerias
temporárias com o vasto leque brasileiro de movimentos populares, sindicatos, igrejas, ONGs, clubes,
entidades empresariais e toda sorte de agrupamentos da sociedade civil que desenvolvem atividades
formativas em seu cotidiano.
c) São fundamentais para consolidar o Estado Democrático e a proteção do direito à vida e à dignidade, a
formação em todo o serviço público, especialmente entre os agentes do sistema de Justiça e segurança
privada, abordando os recortes de gênero, relações étnico-raciais e de orientação sexual.
d) Os meios de comunicação de massa têm papel estratégico no sentido de construir ou desconstruir um
ambiente nacional e uma cultura social de respeito e proteção aos Direitos Humanos. Daí a importância

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primordial de introduzir mudanças que assegurem ampla democratização desses meios, bem como de atuar
permanentemente junto a todos os profissionais e empresas do setor.
18. (FUNIVERSA/SEAP-DF - 2015) Com relação aos direitos humanos, julgue o item.
A modernização da política de execução penal, que prioriza a aplicação de penas e medidas alternativas à
privação de liberdade e a melhoria do sistema penitenciário, é uma das diretrizes do Programa Nacional de
Direitos Humanos (PNDH-3).

19. (Inédita - 2017) A respeito dos Programas Nacionais de Direitos Humanos assinale a alternativa
correta:
a) O PNDH 1 prevê direitos de primeira e de segunda dimensões.
b) O PNDH 3 constitui uma compilação do PNDH 1 e 2.
c) O PNDH 2 dispõe sobre direitos de segunda dimensão.
d) O PNDH 2 adota uma visão transversal.
e) O PNDH 2 não previu instrumentos orçamentários para a execução das políticas estabelecidas.

20. (Inédita - 2017) O PNDH 3 foi instituído por:


a) decreto autônomo
b) tratado internacional
c) lei ordinária
d) medida provisória
e) lei complementar

21. (Inédita - 2017) O PNDH 3 – instituído pelo Decreto nº 7.037/2008 é estruturado na seguinte ordem:
a) diretrizes > eixo orientador > objetivos estratégicos > ações programáticas
b) eixo orientador > diretrizes > objetivos estratégicos > ações programáticas
c) ações programáticas > diretrizes > objetivos estratégicos > eixos orientadores
d) eixo orientador > objetivos estratégicos > diretrizes > ações programáticas
b) diretrizes > eixo orientador > ações programáticas > objetivos estratégicos

22. (Inédita - 2017) Assinale dentre as alternativas abaixo aquela que representa um dos eixos
orientadores do PNDH 3:
a) Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e interdependente, assegurando a cidadania
plena.
b) Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e justiça criminal.
c) Educação e Cultura em Direitos Humanos.
d) Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e promoção dos Direitos Humanos.

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e) Reconhecimento da memória e da verdade como Direito Humano da cidadania e dever do Estado.


23. (Inédita - 2017) Não constitui um dos eixos orientadores do PNDH 3:
a) Interação democrática entre Estado e sociedade civil
b) Direito à Memória e à Verdade
c) Desenvolvimento e Direitos Humanos
d) Discriminar direitos em um contexto entre os membros que compõem a comunidade
e) Educação e Cultura em Direitos Humanos

24. (Inédita - 2017) O Programa Nacional de Direitos Humanos 3, instituído pelo Decreto nº 7.037/2009,
poderá ser aderido:
a) pelo Governo Federal.
b) pessoas naturais
c) associações
d) municípios
e) sindicatos

25. (Inédita - 2017) Sobre os programas nacionais de direitos humanos, julgue o item abaixo:
O PNDH-1 tratou, essencialmente, dos direitos civis e políticos e, o PNDH – 2, dos direitos sociais, econômicos
e culturais. Já o PNDH – 3 abrangeu apenas os direitos difusos e coletivos.

26. (Inédita - 2017) Em relação ao Programa Nacional de Direitos Humanos 3, instituído pelo Decreto
nº 7.037/2009, julgue o item seguinte.
Cada um dos Programas Nacionais de Direitos Humanos foram instituídos para a proteção de uma das
dimensões de Direitos Humanos.

27. (Inédita - 2017) Em relação ao Programa Nacional de Direitos Humanos 3, instituído pelo Decreto
nº 7.037/2009, julgue o item seguinte.
O PNDH 3 é estruturado em eixo orientadores, diretrizes, objetivos estratégicos e ações programáticas.

28. (Inédita - 2017) Em relação ao Programa Nacional de Direitos Humanos 3, instituído pelo Decreto
nº 7.037/2009, julgue o item seguinte.
Entre os Eixos Orientadores do PNDH 3 está a educação e cultura em Direitos Humanos e o Direito à Memória
e à Verdade.

29. (FUNIVERSA/SESIPE-DF - 2015) Com relação aos direitos humanos, julgue os itens seguintes:
Entre as diretrizes do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), não estão inseridas, entre os
direitos humanos, a promoção e a proteção dos direitos ambientais.

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GABARITO
1. E 11. CORRETA 21. B
2. E 12. INCORRETA 22. C
3. INCORRETA 13. CORRETA 23. D
4. CORRETA 14. D 24. D
5. CORRETA 15. D 25. INCORRETA
6. CORRETA 16. D 26. INCORRETA
7. CORRETA 17. D 27. CORRETA
8. INCORRETA 18. CORRETA 28. CORRETA
9. INCORRETA 19. C 29. INCORRETA
10. CORRETA 20. A

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Autor:
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Equipe André Rocha, Ricardo
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23 de Janeiro de 2024
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Sumário
Considerações Iniciais ......................................................................................................................................... 2

Comissão Nacional da Verdade ......................................................................................................................... 2

1 - Composição ............................................................................................................................................... 4

2 - Objetivos ................................................................................................................................................... 4

Considerações Finais ........................................................................................................................................... 8

Questões com Comentários ................................................................................................................................. 9

Lista de Questões .............................................................................................................................................. 13

Gabarito ........................................................................................................................................................... 14

1
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LEI Nº 12.528/2011
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
RECADO IMPORTANTE AQUI! Há a possibilidade de algumas aulas aparecerem duplicadas e elas são
necessárias em razão dos múltiplos pacotes que compreendem o edital. A fim de garantir que nossos alunos
não sofram prejuízos, recomendamos que dediquem tempo ao estudo de apenas uma das aulas, caso estas
apresentem conteúdo equivalente nos pacotes de seus cursos. Essa abordagem visa otimizar o tempo
dedicado aos estudos, assegurando, ao mesmo tempo, a integridade do conteúdo programático. Essa
repetição de aulas é necessária para abranger todos os cargos e compor diferentes cursos. Pedimos
desculpas pelo inconveniente, mas trata-se de organização necessária para atender todos os alunos. Contem
conosco em nosso fórum de dúvidas para esclarecer qualquer questionamento relacionado ao conteúdo das
matérias.

Na aula de hoje vamos tratar a Comissão Nacional da Verdade

Vamos lá?!

COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE


A Comissão Nacional da Verdade foi criada pela Lei nº 12.528/2011, com o objetivo de investigar as violações
de Direitos Humanos perpetradas em um determinado período histórico, denominado de Ditadura Militar,
compreendido no período de 18 de setembro de 1946 a 05 de outubro de 1988. A comissão atuou por 3 anos
encerrando seus trabalhos em dezembro de 2014.

Assim...

2
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A COMISSÃO NACIONAL DA
VERDADE VISA

efetivar o direito à memória

obter a verdade histórica

promover a reconciliação
nacional

(CESPE/CEBRASPE - 2022) As ações da Comissão Nacional da Verdade destinadas a promover o


esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de
cadáveres e sua autoria, visaram, em um primeiro plano, de acordo com o relatório apresentado,
beneficiar
A) a memória das vítimas.
B) os parentes das vítimas.
C) toda a sociedade.
D) o direito à informação.
E) a honra das vítimas.
Comentários
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o relatório final em primeiro plano se
buscou beneficiar toda a sociedade. Veja trecho do relatório:
"as ações da CNV visaram ao fortalecimento das instituições democráticas, procurando beneficiar, em um
primeiro plano, toda a sociedade, composta inclusive por 82 milhões de brasileiros que nasceram já sob o
regime democrático".

3
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1 - Composição

A Comissão Nacional da Verdade foi composta por sete membros, todos brasileiros, nomeados pelo
Presidente da República, que atendiam aos seguintes requisitos:

 reconhecida idoneidade e conduta ética;

identificados com a defesa da democracia e da institucionalidade constitucional;

 identificados com respeito aos direitos humanos.

Houve também pessoas que não puderam fazer parte da comissão. Vejamos um esquema sobre o assunto.

NÃO PUDERAM PARTICIPAR DA COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE


AQUELES QUE:

• exerçiam cargos executivos em agremiação partidária, com exceção daqueles de natureza


honorária;
• não tinham condições de atuar com imparcialidade no exercício das competências da
Comissão;
• estavam no exercício de cargo em comissão ou função de confiança em quaisquer esferas
do poder público.

2 - Objetivos

É de suma importância sabermos quais os objetivos da Comissão da Verdade fixados pela Lei. Essencialmente
o objetivo é trazer à tona os fatos ocorridos durante a Ditadura Militar e, assim, punir os crimes praticados
durante esse período. Contudo, os objetivos listados foram muitos.

Vejamos todos os objetivos mencionados na Lei nº 12.528/2011 e em seguida faremos um quadro para
facilitar a absorção.

Art. 3º São objetivos da Comissão Nacional da Verdade:

I - esclarecer os fatos e as circunstâncias dos casos de graves violações de direitos humanos


mencionados no caput do art. 1º ;

II - promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes,


desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria, ainda que ocorridos no
exterior;

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III - identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as instituições e as circunstâncias


relacionados à prática de violações de direitos humanos mencionadas no caput do art. 1º
e suas eventuais ramificações nos diversos aparelhos estatais e na sociedade;

IV - encaminhar aos órgãos públicos competentes toda e qualquer informação obtida que
possa auxiliar na localização e identificação de corpos e restos mortais de desaparecidos
políticos, nos termos do art. 1º da Lei nº 9.140, de 4 de dezembro de 1995;

V - colaborar com todas as instâncias do poder público para apuração de violação de


direitos humanos;

VI - recomendar a adoção de medidas e políticas públicas para prevenir violação de direitos


humanos, assegurar sua não repetição e promover a efetiva reconciliação nacional; e

VII - promover, com base nos informes obtidos, a reconstrução da história dos casos de
graves violações de direitos humanos, bem como colaborar para que seja prestada
assistência às vítimas de tais violações.

5
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esclarecer os fatos e as circunstâncias dos casos de graves violações de direitos


humanos

promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes,


desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria, ainda que
ocorridos no exterior

identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as instituições e as


circunstâncias relacionados à prática de violações de direitos humanos e suas
eventuais ramificações nos diversos aparelhos estatais e na sociedade
OBJETIVOS

encaminhar aos órgãos públicos competentes toda e qualquer informação obtida


que possa auxiliar na localização e na identificação de corpos e restos mortais de
desaparecidos políticos

colaborar com todas as instâncias do poder público para apuração de violação de


direitos humanos

recomendar a adoção de medidas e políticas públicas para prevenir a violação de


direitos humanos, assegurar sua não repetição e promover a efetiva reconciliação
nacional

promover a reconstrução da história dos casos de graves violações de direitos


humanos, bem como colaborar para que seja prestada assistência às vítimas de
tais violações.

Para que esses objetivos sejam alcançados a Comissão poderá adotar uma série de medidas. Vejamos:

Art. 4º Para execução dos objetivos previstos no art. 3º , a Comissão Nacional da Verdade
poderá:

I - receber testemunhos, informações, dados e documentos que lhe forem encaminhados


voluntariamente, assegurada a não identificação do detentor ou depoente, quando
solicitada;

II - requisitar informações, dados e documentos de órgãos e entidades do poder público,


ainda que classificados em qualquer grau de sigilo;

III - convocar, para entrevistas ou testemunho, pessoas que possam guardar qualquer
relação com os fatos e circunstâncias examinados;

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IV - determinar a realização de perícias e diligências para coleta ou recuperação de


informações, documentos e dados;

V - promover audiências públicas;

VI - requisitar proteção aos órgãos públicos para qualquer pessoa que se encontre em
situação de ameaça em razão de sua colaboração com a Comissão Nacional da Verdade;

VII - promover parcerias com órgãos e entidades, públicos ou privados, nacionais ou


internacionais, para o intercâmbio de informações, dados e documentos; e

VIII - requisitar o auxílio de entidades e órgãos públicos.

§ 1º As requisições previstas nos incisos II, VI e VIII serão realizadas diretamente aos
órgãos e entidades do poder público.

2º Os dados, documentos e informações sigilosos fornecidos à Comissão Nacional da


Verdade não poderão ser divulgados ou disponibilizados a terceiros, cabendo a seus
membros resguardar seu sigilo.

§ 3º É dever dos servidores públicos e dos militares colaborar com a Comissão Nacional
da Verdade.

§ 4º As atividades da Comissão Nacional da Verdade não terão caráter jurisdicional ou


persecutório.

§ 5º A Comissão Nacional da Verdade poderá requerer ao Poder Judiciário acesso a


informações, dados e documentos públicos ou privados necessários para o desempenho
de suas atividades.

§ 6º Qualquer cidadão que demonstre interesse em esclarecer situação de fato revelada


ou declarada pela Comissão terá a prerrogativa de solicitar ou prestar informações para
fins de estabelecimento da verdade.

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PARA A EXECUÇÃO DE SEUS OBJETIVOS A COMISSÃO PODERÁ

receber testemunhos, informações, dados e documentos que lhe forem encaminhados


voluntariamente, assegurada a não identificação do detentor ou depoente, quando solicitada

requisitar informações, dados e documentos de órgãos e entidades do poder público, ainda que
classificados em qualquer grau de sigilo

convocar, para entrevistas ou testemunho, pessoas que possam guardar qualquer relação com os
fatos e circunstâncias examinados

determinar a realização de perícias e diligências para coleta ou recuperação de informações,


documentos e dados

promover audiências públicas

requisitar proteção aos órgãos públicos para qualquer pessoa que se encontre em situação de
ameaça em razão de sua colaboração com a Comissão Nacional da Verdade

promover parcerias com órgãos e entidades, públicos ou privados, nacionais ou internacionais,


para o intercâmbio de informações, dados e documentos

requisitar o auxílio de entidades e órgãos públicos.

Para nossa prova essas informações são suficientes. Com isso, encerramos a aula de hoje.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum do Curso e
por e-mail.

Um forte abraço e bons estudos a todos!

Ricardo Torques

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rst.estrategia@gmail.com

@proftorques

QUESTÕES COM COMENTÁRIOS


FCC

1. (FCC/CL DF - 2018) O Ministério da Justiça, por meio de sua Comissão da Anistia, estabelece na
Resolução nº 01, de 20 de abril de 2016, ações do Programa de Reparação e Memória que integram a
Política Nacional de Promoção da Justiça de Transição e da Anistia Política.
==2537cb==

Dentre tais ações estão as Clínicas do Testemunho, que têm como objetivo
a) tornar públicos os episódios de violações aos direitos humanos levados a cabo durante o regime
autoritário.
b) atuar em parceria com entidades públicas e privadas que atuem na temática da anistia e da justiça de
transição.
c) capacitar profissionais e formular insumos de referência para o aproveitamento profissional múltiplo.
d) gerar e difundir pesquisas e conhecimento sobre processos de transição dos regimes autoritários,
consolidação da democracia e garantia dos direitos humanos.
e) realizar entrevistas com perseguidos políticos baseadas em critérios teórico-metodológicos próprios da
História Oral.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A alternativa corresponde a um dos objetivos fixados
para as Clínicas do Testemunho (art. 6º, parágrafo único, II).

Art. 6º O projeto "Clínicas do Testemunho" consiste na formação e manutenção da rede de


clínicas de apoio e atenção psicológica aos afetados por violência de Estado entre os anos
de 1946 e 1988, aos requerentes de anistia política e seus familiares.

Parágrafo único. Figuram como objetivos do projeto "Clínicas do Testemunho":

I - realizar atividades de atenção terapêutica às vítimas de violações de direitos humanos e


de perseguições políticas;

II - capacitar profissionais e formular insumos de referência para aproveitamento


profissional múltiplo;

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III - promover eventos de divulgação pública do projeto e sua metodologia, abrindo espaço
para o debate e para a reflexão sobre as marcas psíquicas deixadas pela violência de Estado.

A alternativa A está incorreta. O objetivo apresentado é pertencente às "Caravanas da Anistia" (art. 4º, §1º,
I).

Art. 4º As "Caravanas da Anistia" são sessões públicas itinerantes de apreciação de


requerimentos de anistia política, de caráter pedagógico-cultural, com vinculação a um
tema, a uma efeméride ou ao local em que é realizada.

§ 1º Figuram como objetivos das "Caravanas da Anistia":

I - tornar públicos os episódios de violações aos direitos humanos levados a cabo durante
o regime autoritário;

II - valorizar a luta de ex-perseguidos políticos, ressignificando as histórias dessas pessoas


nas localidades em que ocorreram as perseguições;

III - sensibilizar o público jovem a respeito da história brasileira recente, dando ênfase à
educação em direitos humanos como garantia da não repetição de graves violações;

IV - divulgar os trabalhos da Comissão de Anistia em matéria de reparação, memória e


verdade.

A alternativa B está incorreta. A previsão apresentada é, na verdade, um objetivo do projeto "Ações


Educativas para a Memória e Verdade" (art. 5º, parágrafo único, III).

Art. 5º O projeto "Ações Educativas para a Memória e a Verdade" corresponde à realização


de eventos e seminários nacionais e internacionais.

Parágrafo único. Figuram como objetivos do projeto "Educação para a Memória e para a
Verdade":

I - ampliar e aprofundar a dimensão pedagógica e educativa da Comissão de Anistia,


contribuindo para uma formação histórica, humana e política, especialmente da juventude,
bem como para o exercício de novas formas de democracia e cidadania, visando a não
repetição dos crimes contra os direitos humanos;

II - incentivar o debate escolar e acadêmico acerca da história brasileira, da participação


popular na construção da democracia e dos direitos e liberdades fundamentais;

III - atuar em parceria com entidades públicas e privadas que atuem na temática da anistia
e da justiça de transição.

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A alternativa D está incorreta. O item refere-se a um objetivo do Laboratório de Tecnologia para Pesquisa
em Memória e Direitos Humanos / LAB-MDH (art. 3º, parágrafo único, II).

Art. 3º - O Laboratório de Tecnologia para Pesquisa em Memória e Direitos Humanos (LAB-


MDH) corresponde à iniciativa de suporte ao acervo digital da Comissão de Anistia e ao
fomento de pesquisas dedicadas à anistia política e à justiça de transição, bem como a
áreas correlatas no campo dos direitos humanos.

Parágrafo único. Figuram como objetivos do LAB-MDH:

I - fomentar pesquisas que gerem relações, inferências, relatórios e cruzamentos das


informações existentes na base de dados da Comissão da Anistia, bem como entre essas
informações e as existentes em outros centros de pesquisa e documentação;

II - gerar e difundir pesquisas e conhecimentos sobre processos de transição dos regimes


autoritários, consolidação da democracia e garantia dos direitos humanos;

III - criar um Banco Nacional de Dados em Memória e Direitos Humanos, fruto da


disponibilização dos bancos de dados utilizados no âmbito das pesquisas fomentadas pelo
Laboratório.

A alternativa E está incorreta. O objetivo apresentado faz parte do projeto "Marcas da Memória" (art. 2º,
parágrafo único, IV).

Art. 2º - O projeto "Marcas da Memória" consiste no apoio e fomento a iniciativas e


projetos de memória realizados por entidades da sociedade civil e governamentais, por
meio de instrumentos de repasse como convênios, termos de parceria e termos de
cooperação, com o intuito de dar visibilidade à memória das vítimas e construir um acervo
de fontes orais e audiovisuais.

Parágrafo único. Figuram como objetivos do projeto "Marcas da Memória": (...)

IV - realizar entrevistas com perseguidos políticos baseadas em critérios teórico-


metodológicos próprios da História Oral;

FGV

2. (FGV/OAB - 2014) A história recente da república brasileira conta com capítulos autoritários e
violentos. Para restituir o direito à memória e cessar a violência do silêncio e da desinformação, o Estado
brasileiro aprovou a Lei n. 12.528/11 que instituiu, no âmbito da Casa Civil da Presidência da República, a
Comissão Nacional da Verdade, como forma de realizar, no Brasil, a Justiça de Transição.
Assinale a opção que apresenta o objetivo dessa Comissão.

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a) Investigar as atividades praticadas por grupos de oposição ao governo, no período de 1946 até 1988, para
apurar as responsabilidades civis e criminais de seus militantes em eventuais atos ilegais.
b) Promover uma avaliação e revisão da anistia no Brasil para, ao final, propor uma PEC que modifique e
adeque o Art. 8º, dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias, que trata, justamente, da anistia.
c) Examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988, a fim de
efetivar o direito à memória e à verdade histórica, bem como promover a reconciliação nacional.
d) Examinar e esclarecer ocorrência de crimes praticados entre 1946 e 1988 que não tenham sido resolvidos
à época, a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica, bem como promover a reconciliação
nacional.

Comentários

Conforme vimos acima, constituem objetivos da Comissão da Verdade:

➔ esclarecer os fatos e as circunstâncias dos casos de graves violações de direitos humanos

➔ promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes,


desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria, ainda que ocorridos no
exterior

➔ identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as instituições e as circunstâncias


relacionados à prática de violações de direitos humanos e suas eventuais ramificações nos
diversos aparelhos estatais e na sociedade

➔ encaminhar aos órgãos públicos competentes toda e qualquer informação obtida que
possa auxiliar na localização e identificação de corpos e restos mortais de desaparecidos
políticos

➔ colaborar com todas as instâncias do poder público para apuração de violação de


direitos humanos

➔ recomendar a adoção de medidas e políticas públicas para prevenir violação de direitos


humanos, assegurar sua não repetição e promover a efetiva reconciliação nacional

➔ promover a reconstrução da história dos casos de graves violações de direitos humanos,


bem como colaborar para que seja prestada assistência às vítimas de tais violações.

Ante o exposto, as alternativas A, B e D estão incorretas ao passo que a alternativa C é a correta e gabarito
da questão.

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LISTA DE QUESTÕES
FCC

1. (FCC/CL DF - 2018) O Ministério da Justiça, por meio de sua Comissão da Anistia, estabelece na
Resolução nº 01, de 20 de abril de 2016, ações do Programa de Reparação e Memória que integram a
Política Nacional de Promoção da Justiça de Transição e da Anistia Política.
Dentre tais ações estão as Clínicas do Testemunho, que têm como objetivo
a) tornar públicos os episódios de violações aos direitos humanos levados a cabo durante o regime
autoritário.
b) atuar em parceria com entidades públicas e privadas que atuem na temática da anistia e da justiça de
transição.
c) capacitar profissionais e formular insumos de referência para o aproveitamento profissional múltiplo.
d) gerar e difundir pesquisas e conhecimento sobre processos de transição dos regimes autoritários,
consolidação da democracia e garantia dos direitos humanos.
e) realizar entrevistas com perseguidos políticos baseadas em critérios teórico-metodológicos próprios da
História Oral.

FGV

2. (FGV/OAB - 2014) A história recente da república brasileira conta com capítulos autoritários e
violentos. Para restituir o direito à memória e cessar a violência do silêncio e da desinformação, o Estado
brasileiro aprovou a Lei n. 12.528/11 que instituiu, no âmbito da Casa Civil da Presidência da República, a
Comissão Nacional da Verdade, como forma de realizar, no Brasil, a Justiça de Transição.
Assinale a opção que apresenta o objetivo dessa Comissão.
a) Investigar as atividades praticadas por grupos de oposição ao governo, no período de 1946 até 1988, para
apurar as responsabilidades civis e criminais de seus militantes em eventuais atos ilegais.
b) Promover uma avaliação e revisão da anistia no Brasil para, ao final, propor uma PEC que modifique e
adeque o Art. 8º, dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias, que trata, justamente, da anistia.
c) Examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988, a fim de
efetivar o direito à memória e à verdade histórica, bem como promover a reconciliação nacional.
d) Examinar e esclarecer ocorrência de crimes praticados entre 1946 e 1988 que não tenham sido resolvidos
à época, a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica, bem como promover a reconciliação
nacional.

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GABARITO
1. C 2. C

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Autor:
Alessandra Lopes, André Rocha,
Equipe André Rocha, Ricardo
Torques

23 de Janeiro de 2024
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Sumário

Direitos Humanos e Cidadania ........................................................................................................................... 2

Constituição como norma máxima e fundamental do Estado .............................................................................. 3

Elementos Fundamentais de um Estado ............................................................................................................... 4

Estado Democrático de Direito ........................................................................................................................... 6

Forma, Sistema e Regime de Governo e Forma de Estado ................................................................................ 7

1 - Forma de Governo .................................................................................................................................. 10

2 - Forma de Estado ..................................................................................................................................... 11

3 - Sistema de Governo................................................................................................................................ 13

4 - Regime de Governo ................................................................................................................................ 14

Resumo .............................................................................................................................................................. 16

Noções de Teoria Geral do Direito .............................................................................................................. 16

Direitos de Cidadania ................................................................................................................................... 20

Considerações Finais ......................................................................................................................................... 21

Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 21

Lista de Questões .............................................................................................................................................. 34

Gabarito ........................................................................................................................................................... 40

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DIREITOS DE CIDADANIA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Para este encontro reservamos os seguintes tópicos da matéria:

- Estado Democrático de Direito;

- Direitos Humanos e Cidadania;

Veremos, portanto, alguns assuntos relacionados com os Direitos de Cidadania, que remete, a fundo, a
assuntos estudados em Teoria Geral do Estado.

DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA


A cidadania é um conceito decorrente do princípio do Estado Democrático de Direito, que envolve a
participação das pessoas na condução dos negócios e interesses do Estado.

Dessa forma, conceitua-se cidadania no direito de participar da política e dos negócios do Estado. Todos os
direitos relacionados à participação política são direitos de cidadania.

Em nossa Constituição Federal a cidadania é prescrita como um dos fundamentos da República:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos: (...)

II - a cidadania (...).

Assim, é direito fundamental a convivência em uma comunidade politicamente articulada, que confere aos
cidadãos um conjunto de direitos e de obrigações, sob a regência da Constituição Federal.

Doutrinariamente a cidadania é distinguida em formal e material.

A cidadania em sentido formal refere-se à nacionalidade, vale dizer, aos critérios jurídicos e políticos que
vinculam determinada pessoa ao Estado. Estudamos a cidadania em sentido formal quando analisamos o
art. 12 da CF, que define a nacionalidade brasileira nata e estabelecem os critérios para que determinada
pessoa adquira a nacionalidade brasileira.

A consequência direta da aquisição da cidadania em sentido formal é a titularidade de direitos civis, políticos
e sociais, assegurados àquela comunidade. Entretanto, esse conjunto de direitos não é assegurado de forma
uniforme a todas as pessoas e, é justamente nesse aspecto, que surge o interesse pela cidadania em sentido
material.

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A cidadania em sentido material, por sua vez, refere-se à extensão dos direitos originariamente previstos a
todas as pessoas que integram a nação. Nesse contexto, a cidadania em sentido material aproxima-se do
conceito de igualdade jurídica, o qual analisamos acima, na medida em que apenas a previsão de tais direitos
sem a correta efetivação não confere plena cidadania à pessoa.

Vejamos, por exemplo, o direito à segurança, que vem expressamente previsto no caput do art. 5º da CF.
Embora assegurado expressamente como um dos principais direitos fundamentais da nossa Constituição, a
não efetivação desse direito implica na supressão de parcela da cidadania.

Afirma-se que a plena cidadania somente é alcançada após a evolução por três níveis:

DIREITOS CIVIS

• direitos inerentes à liberdade individual, liberdade de expressão e de pensamento;


direito de propriedade e de conclusão de contratos; direito à justiça.

DIREITOS POLÍTICOS

• direito de participação no exercício do poder político, como eleito ou eleitor, no conjunto


das instituições de autoridade pública.

DIREITOS SOCIAIS

• conjunto de direitos relativos ao bem-estar econômico e social, desde a segurança até ao


direito de partilhar do nível de vida, segundo os padrões prevalecentes na sociedade.

CONSTITUIÇÃO COMO NORMA MÁXIMA E FUNDAMENTAL DO


ESTADO
A Constituição Federal é a norma máxima de um Estado. Regulamenta assuntos importantes como direitos
fundamentais, organização do poder, distribuição de competências, exercício das funções políticas e forma
de governo. Essas regras dão origem ao Estado, que nada mais é do que um contrato aceito por um grupo
de pessoas de determinado território.

A Constituição Federal de 1988 deu origem ao


Estado brasileiro atual!

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Portanto, o que veremos aqui são algumas regras que organizam e estruturam o Estrado Brasileiro, segundo
o que prevê a Constituição Federal.

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE UM ESTADO


Para a criação/constituição do Estado brasileiro foi necessário a reunião do povo em nosso território que,
soberanamente, ou seja, sem qualquer interferência de qualquer outro país, estabeleceu a Constituição.

Podemos extrair, portanto, três elementos fundamentais na criação de um Estado:

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS
DE UM ESTADO

Governo
Povo Território
soberano

Vejamos cada um deles!

O povo refere-se às pessoas que estão efetivamente ligadas ao Estado, porque


nasceram aqui ou porque residem em nosso País. Essa
questão é tratada em “direitos de nacionalidade”, os quais
são os responsáveis por definir os requisitos e as
condições para que uma pessoa possa ser considerada
brasileira.

A definição de território compreende o limite espacial onde está situado o povo


brasileiro.

O governo soberano, por fim, refere-se à titularidade do poder para


comandar o Estado brasileiro. Ao governo compete regulamentar a vida em
sociedade de acordo com os parâmetros definidos na Constituição. Compete
também executar as prescrições da CF e da legislação infraconstitucional,
bem como julgar os conflitos que surgirem no convívio social.

A soberania é atribuída ao povo, detentor do poder supremo, e é classificada


em interna e em externa.

Internamente, a soberania refere-se ao poder conferido ao Estado Brasileiro sobre qualquer outro poder
existente na sociedade. O único poder institucionalizado, responsável por gerir o Brasil, são os poderes
constituídos pela Constituição Federal.

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Além da soberania interna, nosso país é soberano internacionalmente, na medida em que nenhum outro
País, ou organização internacional poderá sujeitar o Estado Brasileiro à força. O Brasil é independente e
autodeterminado em relação aos demais países.

A soberania é entendida como o poder supremo que o Estado possui


dentro dos seus limites territoriais e, internacionalmente, refere-se à
não sujeição a nenhum outro poder no âmbito internacional.

Trata-se de um governo soberano, porque não está vinculado, dentro dos seus limites territoriais, a nenhum
outro poder social ou Estado.

POVO pessoas ligadas ao Estado

delimitação territorial onde está


TERRITÓRIO
situado o povo

titularidade para comando do povo


GOVERNO SOBERANO
brasileiro

Vimos, assim, os elementos que caracterizam o Estado brasileiro, cujo regramento fundamental está na
Constituição Federal.

Vamos avançar, na sequência, para algumas regras iniciais previstas na CF. Elas irão esclarecer que, embora
o poder seja conferido ao poder, o exercício poderá ser atribuído a terceiros, quando são escolhidos os
nossos representantes.

Segundo o art. 1º, parágrafo único:

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o EXERCE por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Assim...

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é do povo

O PODER
diretamente pelo povo
será
exercido por intermédio de
indiretamente representantes
eleitos

Como vimos, o documento fundamental que estrutura o Estado Brasileiro é a Constituição, um documento
jurídico, que vincula os detentores do poder e os seus exercentes, ou seja, o povo e os representantes eleitos.
Todos estão sujeitos à lei.

ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO


Ao ratificar a submissão do Estado brasileiro à lei, prevê o art. 1º, caput, que o Brasil é um Estado
Democrático de Direito.

Vamos destrinchar essa expressão?

O Texto Constitucional define que o Brasil é um Estado de Direito, de modo que compete à lei exercer papel
fundamental, pois todas as pessoas que residem em nosso território estão submetidas ao ordenamento
jurídico brasileiro, composto pela Constituição e pela legislação infraconstitucional.

Ademais, segundo nossa Constituição, o Brasil é um Estado Democrático. Devemos prestar atenção nesse
conceito, porque ele é fundamental para o estudo dos Direitos de Cidadania. A democracia refere-se ao
governo do povo, que funda um regime político pautado na soberania popular, característico de uma
sociedade livre, segundo a qual cada pessoa tem o direito de participar livremente das decisões da
sociedade.

Segundo a doutrina1, a democracia é:

A forma de organização capaz de oferecer aos cidadãos a possibilidade de desenvolvimento


integral e de liberdade de participação crítica no processo político em condições de
igualdade econômica, política e social.

O povo brasileiro é chamado a participar com liberdade e igualdade das decisões políticas tomadas pelo
Estado, como modo de exercer a soberania.

1
TENÓRIO, Rodrigo. Direito Eleitoral, coord. André Ramos Tavares, Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014, p. 04.

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Portanto, a soberania materializa-se pela participação da sociedade nas decisões políticas, seja pelo
sufrágio universal - pelo voto direto, secreto, universal e periódico – seja pelo referendo, plebiscito e
iniciativa popular.

Nesse sentido, segundo José Jairo Gomes2:

A soberania popular revela-se no poder incontrastável de decidir. É ela que confere


legitimidade ao exercício do Poder Estatal.

Portanto, a condução do Estado brasileiro se dá por mecanismos diretos e indiretos de democracia. Aos
Direitos de Cidadania compete estudar esses mecanismos.

FORMA, SISTEMA E REGIME DE GOVERNO E FORMA DE


ESTADO
O exercício do poder político pelos representantes eleitos observa uma série de regras definidas na CF. Essas
regras distribuem o Poder Político em três poderes, com divisão funcional em esferas de competência.

A divisão do Poder Político em poderes envolve a compreensão da Teoria da Separação dos Poderes em
Poder Executivo, em Poder Legislativo e em Poder Judiciário.

Já as esferas de competência remetem à divisão geográfica do poder entre a União, os estados-membros e


os Distrito Federal e os municípios.

Vamos com calma...

Vejamos, novamente, o art. 1º, caput, e o art. 18, caput, ambos da CF:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos: (...)

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos,
nos termos desta Constituição.

Em regra, os países considerados democráticos possuem a divisão funcional do Poder Político. Isso não quer
dizer que, necessariamente, haverá também uma divisão geográfica do Poder Político. Melhor explicando,
os Estados unitários democráticos possuem divisão funcional de poderes, mas não possuem divisão

2
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 9ª edição, São Paulo: Editora Atlas S/A, 2013, p. 44.

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geográfica, ou seja, não são divididos em União, em Estados-Membros e em municípios, tal como o Brasil. A
divisão geográfica de poderes, portanto, alinha-se ao pacto federativo, não à separação de poderes.

Esquematizando...

Divisão Funcional de Poder Judiciário, Poder Executivo e Poder Separação dos


Poderes Legislativo Poderes
Divisão Geográfica de União, estados-membros e Distrito Federal e
Pacto Federativo
Poderes municípios

Não iremos destrinchar todas as regras relativas à organização e à estruturação do Estado brasileiro. Não é
assunto pertinente à nossa matéria. Contudo, uma breve compreensão dessa estruturação será fundamental
para a compreensão dos Direitos de Cidadania.

Nós temos representantes eleitos para ocupar tanto o Poder Executivo como o Poder Legislativo. Já os cargos
do Poder Judiciário não são ocupados por intermédio do voto popular, mas pelo ingresso via concurso
público ou pela regra do quinto constitucional, aplicável aos Tribunais.

Além disso, os poderes Executivo e Legislativo desenham-se nas três esferas de competência, ou seja, na
União, nos Estados-membros e Distrito Federal e nos Municípios.

Assim...

na União...

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Poder Executivo Presidente e vice-Presidente da


Federal República

Câmara dos
Deputados
Poder Legislativo Congresso
Federal Nacional
UNIÃO Senado Federal
Justiça Federal

Justiça do Trabalho
Poder Judiciário
Federal
Justiça Militar

Justiça Eleitoral

nos estados-membros e Distrito Federal...

Poder Executivo Governador e vice-


Estadual Governador

ESTADOS/DISTRITO Poder Legislativo


Assembleias Legislativas
FEDERAL Estadual

Poder Judiciário
Justiça Comum
Estadual

nos municípios...

Poder Executivo Municipal Prefeito e vice-Prefeito

MUNICÍPIOS

Poder Legislativo Municipal Câmaras Legislativas

Desses esquemas, devemos pontuar algumas observações:

 Não temos Poder Judiciário Municipal. A estrutura do Poder Judiciário brasileiro é alçada apenas no
âmbito federal e estadual.

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 A Justiça Eleitoral, embora estruturada nos Estados-membros e Distrito Federal, integra a esfera federal
de competências.

Longe de qualquer profundidade teórica, traçamos uma ideia geral da estruturação do nosso Estado, mas
que será fundamental para o desenvolvimento dos nossos estudos.

Para arrematar o estudo da organização e da estrutura do nosso Estado, resta analisar algumas regras gerais,
que disciplinam o funcionamento do Estado brasileiro.

Vamos iniciar com um esquema simples e, na sequência, vejamos cada um desses conceitos, em separado:

Forma de Governo República


Forma de Estado Federativa
Sistema de Governo Presidencialista
Regime de Governo Democrática

Parte da doutrina denomina a forma de governo e o regime de governo como princípios! Isso
destaca a importância desse assunto para a nossa prova.

Deste modo, podemos afirmar que são princípios constitucionais o princípio republicano e o
princípio democrático, que passamos estudar a seguir:

1 - Forma de Governo

A forma de governo determina como se atinge o poder e disciplina a


relação entre aqueles que governam o Estado e os governados. Desse
modo, a forma de governo fixa a sistematização do exercício do poder e
a composição dos órgãos estatais.

Tradicionalmente, existem duas formas de Governo: a Monarquia e a


República.

A Monarquia caracteriza-se pela vitaliciedade e hereditariedade. Isso significa dizer que a pessoa do
governante permanecerá no governo durante toda a sua vida, não havendo processo eleitoral e, com sua
morte, assumem o poder os sucessores.

Na República, o governo é do povo. A República pressupõe que as funções governamentais sejam exercidas
por cidadãos que foram eleitos pelo sufrágio universal, ou seja, escolhidos para exercerem tal função. Nesse
sentido, podemos afirmar que a República tem como premissa basilar o princípio da igualdade, uma vez
que não há possibilidade de adoção da sucessão hereditária para os cargos políticos, nem mesmo tratamento
diferenciado àqueles que pretendem chegar ao poder. Isso significa dizer que todas as pessoas podem
concorrer, em condições de igualdade aos cargos políticos previstos em nossa Constituição.

Na República, o exercício do poder supremo é atribuído ao povo, que escolhe seus representantes para
“cuidar” da “coisa pública” (República).

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Vejamos as características da República:

(i) O exercício do poder político é transitório, em mandatos fixos, com renovações periódicas. É por isso, por
exemplo, que temos eleições a cada 4 anos.

(ii) Os governantes são escolhidos pelo povo, por intermédio do voto.

(iii) Qualquer cidadão tem a prerrogativa de participar da vida política em condições de igualdade, desde
que preenchidos os requisitos previstos na legislação.

REPÚBLICA

• Forma como se atinge o Poder.


• No Brasil, o governo é do povo.
• O exercício dos cargos políticos são transitórios.
• Os governantes são escolhidos pelo povo.
• Os cidadão podem concorrer aos cargos públicos em condições de igualdade.

2 - Forma de Estado

A forma de Estado se refere à organização político-administrativa dos


entes que compõem determinado Estado. Como vimos, são três entes
federativos: a União, os estados-membros e os municípios. Por isso a
forma do Estado brasileiro é a federativa.

Tradicionalmente, a forma adotada por determinado Estado pode ser


federativa ou unitária.

O Estado unitário é caracterizado pela concentração de poder no governo


central, o qual simplesmente delega parcelas de prerrogativas aos demais
entes, na extensão da sua vontade e pelo tempo que interessar. Essa
forma de Estado é marcada pela inexistência de autonomia para os demais entes governamentais, uma vez
que todo o poder é concentrado no governo central.

O Brasil, como dissemos, adota a forma de estado federativa, isso equivale dizer que, no nosso país,
prevalece a descentralização de poder entre os entes políticos. Assim, cada ente federado possui autonomia
e uma esfera de competência própria, delimitada pela Constituição.

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A autonomia dos entes federados se caracteriza, em especial, pela capacidade de autogoverno, sendo
garantida a competência orçamentária, administrativa, legislativa, financeira e, principalmente, tributária.

Podemos citar como outra característica do federalismo a aptidão de produção de leis pelos entes
federados, tendo em vista a possibilidade de os Estados e Municípios legislarem, desde que observados
certos parâmetros constitucionais.

Vejamos, também, as principais características da federação:

(i) Os Estados-membros influenciam na formação da vontade nacional. Assim, não compete apenas à União
definir os rumos gerais do país. No Brasil, a influência regional se dá pela atuação dos senadores,
representantes dos Estados-membros, que, no Congresso Nacional, legislam em prol de interesse dos seus
respectivos Estados.

(ii) A igualdade dos entes federativos. Cada ente federativo possui esfera de competência própria, sem
distinções ou preferência entre os entes federativos.

(iii) A existência de uma Justiça específica para resolver os litígios entre os entes. No Brasil, a Justiça Federal
é a responsável por tal competência.

(iv) A existência de um espaço de competência exclusiva para cada um dos entes federativos. Cada ente
federativo possui algumas matérias que somente ele pode tratar e legislar. Um exemplo clássico são os
tributos. O IPTU, por exemplo, é competência exclusiva do município, o IPVA de competência exclusiva dos
Estados-membros e o IR, da União. Um ente não pode interferir na competência do outro.

FEDERAÇÃO
• Forma descentralizada de organização do Estado brasileiro.
• Autonomia e esfera de competência própria dos entes.
• Estados-membros influenciam na vontade nacional (Senado Federal).
• Igualdade entre os entes federativos.
• Justiça específica para solução de litígios.
• Espaço de competência exclusiva.

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3 - Sistema de Governo

O sistema de governo adotado pelos Estados representa o modo como é


conduzido o relacionamento entre o Poder Executivo e o Poder
Legislativo. Os dois sistemas de governo contrastantes são o
parlamentarismo e o presidencialismo. Já o sistema de governo adotado
pelo Brasil é o presidencialismo.

O sistema parlamentarista possui uma maior aplicabilidade do sistema de


freios e de contrapesos, tendo em vista que a chefia de Estado e a chefia
de governo são exercidas por pessoas diferentes. Nesse sistema, a chefia
de Estado é ocupada pelo monarca ou pelo presidente, enquanto a chefia
de governo fica a cargo do primeiro ministro ou chanceler, escolhido pelo Poder Legislativo. É um sistema de
chefia dual, todavia, o poder que possui maior relevância é o Poder Legislativo, tendo em vista que cabe aos
seus membros escolher o Chefe de Governo.

Já no presidencialismo há a predominância do Poder Executivo.

Assim, nesse sistema existe uma clara separação entre quem faz as leis – Poder Legislativo – e quem tem
a obrigação de executá-las – Poder Executivo. O governo é independente do parlamento e a este cabe
fiscalizar o Executivo. Nesse sentido, as funções de chefe de governo e chefe de estado se concentram em
uma única figura: o Presidente.

Vamos às características do sistema presidencialista de governo?

(i) A chefia de Estado e a chefia de Governo são ocupadas pela mesma pessoa.

O CHEFE DE GOVERNO é o representante do país no âmbito da política e da economia interna.


Representa o país nas relações com os cidadãos e com os demais entes.

O CHEFE DE ESTADO representa o país em relação aos outros países, ou seja, representa o país
internacionalmente. No Brasil, tanto a chefia de Estado como a chefia de governo são
exercidas pelo Presidente da República.

(ii) Preponderância do Poder Executivo.

(iii) A chefia de governo é ocupada pelo candidato que individualmente alcançar o maior número de votos.
Determina a Constituição que o Presidente será eleito se obtiver a maioria absoluta dos votos válidos.

(iv) O Poder Legislativo não participa diretamente do governo.

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PRESIDENCIALISMO
• Modo como é conduzido o relacionamento entre o Poder Executivo e o Poder
Legislativo.
• Há predominância do Poder Executivo.
• A chefia de Estado e a chefia de governo é exercida pelo Presidente da República.
• O Poder Legislativo não participa diretamente do governo.
==2537cb==

Vejamos, por fim, o regime de governo!

4 - Regime de Governo

O regime de governo adotado no Brasil é o regime democrático e é exatamente o qual permite a aplicação
do direitos de cidadania. Na verdade, a Constituição Federal consagrou o Brasil como um Estado Democrático
de Direito, o que caracteriza, segundo Francisco Dirceu Barros3:

Uma convergência de vontades entre os legalmente administrados (povo) e aqueles que


legitimamente administram (governo).

O regime democrático, com maior ou menor amplitude, é o adotado na maior parte das nações
desenvolvidas. A participação popular nas decisões do governo eleito confere-lhe maior legitimidade, o que
permite, pelo menos em tese, a fiscalização do governo e a possibilidade de discussão na tomada de
decisões.

Esse regime de governo pressupõe uma interação os entre entes governamentais e a sociedade. Tem como
princípio a participação popular e o respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos.

No Brasil a democracia é exercida, em regra, de forma indireta, ou seja, o povo não toma as decisões políticas
direta e pessoalmente, uma vez que os representantes são eleitos pela sociedade para, em nome da
sociedade e segundo os interesses desta, escolherem os caminhos que serão seguidos.

Assim, para formação de uma democracia representativa indireta há a necessidade de que os representantes
sejam legitimamente eleitos.

3
BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral, p. 15.

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REGIME DEMOCRÁTICO

• Permite a aplicação dos direitos de cidadania.


• Convergência entre o povo e os governantes, dada a interação entre ambos.
• Maior legitimidade no exercício do poder.

... um esquema que você deverá levar para a prova:

• Forma como se atinge o poder.


FORMA DE GOVERNO
• República

• Organização político-administrativa dos entes que


FORMA DE ESTADO compõem determinado Estado.
• Federal

• O modo como é conduzido o relacionamento entre o


SISTEMA DE GOVERNO Poder Executivo e o Poder Legislativo
• Presidencialismo

• Convergência de vontade entre os legalmente


administrados (povo) e aqueles que legitimamente
REGIME DE GOVERNO administram (governo).
• Democrático

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RESUMO
Noções de Teoria Geral do Direito

 CONSTITUIÇÃO COMO NORMA MÁXIMA E FUNDAMENTAL DO ESTADO

A Constituição Federal de 1988 deu


origem ao Estado brasileiro atual!

 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE UM ESTADO

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS
DE UM ESTADO

Governo
Povo Território
soberano

 Conceitos:

POVO pessoas ligadas ao Estado

delimitação territorial onde está


TERRITÓRIO
situado o povo

titularidade para comando do povo


GOVERNO SOBERANO
brasileiro

 PODER SOBERANO – art. 1º, parágrafo único, da CF

é do povo

O PODER
diretamente pelo povo
será
exercido por intermédio de
indiretamente representantes
eleitos

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 ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO – art. 1º, caput, da CF

 Estado de Direito: compete a lei exercer papel fundamental.

 Estado Democrático: a democracia refere-se ao governo do povo, que funda um regime político pautado
na soberania popular, característico de uma sociedade livre, segundo a qual cada pessoa tem o direito de
participar livremente das decisões da sociedade.

 A soberania materializa-se pela participação da sociedade nas decisões políticas, seja pelo sufrágio universal -
pelo voto direto, secreto, universal e periódico - bem como pelo referendo, plebiscito e iniciativa popular.

O Direito Eleitoral trata do exercício da soberania pelo povo brasileiro,


pelos diversos mecanismos previstos na Constituição Federal.

FORMA, SISTEMA E REGIME DE GOVERNO E FORMA DE ESTADO

 art. 1º, caput, combinado com o art. 18, caput, do CF:

Divisão Funcional de Poder Judiciário, Poder Executivo e Poder Separação dos


Poderes Legislativo Poderes
Divisão Geográfica de União, estados-membros e Distrito Federal e
Pacto Federativo
Poderes municípios

Assim...

 na União...

Poder Executivo Presidente e vice-Presidente da


Federal República

Câmara dos
Deputados
Poder Legislativo Congresso
Federal Nacional
UNIÃO Senado Federal
Justiça Federal

Justiça do Trabalho
Poder Judiciário
Federal
Justiça Militar

Justiça Eleitoral

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 nos estados-membros e Distrito Federal...

Poder Executivo Governador e vice-


Estadual Governador

ESTADOS/DISTRITO Poder Legislativo


Assembleias Legislativas
FEDERAL Estadual

Poder Judiciário
Justiça Comum
Estadual

 nos municípios...

Poder Executivo Municipal Prefeito e vice-Prefeito

MUNICÍPIOS

Poder Legislativo Municipal Câmaras Legislativas

 NÃO TEMOS PODER JUDICIÁRIO MUNICIPAL. A estrutura do Poder Judiciário brasileiro é alçada apenas no âmbito
federal e estadual.

 A JUSTIÇA ELEITORAL, embora estruturada nos estados-membros e Distrito Federal, INTEGRA A ESFERA FEDERAL
DE COMPETÊNCIAS.

 FORMA DE GOVERNO

REPÚBLICA

• Forma como se atinge o Poder.


• No Brasil, o governo é do povo.
• O exercício dos cargos políticos são transitórios.
• Os governantes são escolhidos pelo povo.
• Os cidadão podem concorrer aos cargos públicos em condições de igualdade.

 FORMA DE ESTADO

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FEDERAÇÃO

• Forma descentralizada de organização do Estado brasileiro.


• Autonomia e esfera de competência própria dos entes.
• Estados-membros influenciam na vontade nacional (Senado Federal).
• Igualdade entre os entes federativos.
• Justiça específica para solução de litígios.
• Espaço de competência exclusiva.

 SISTEMA DE GOVERNO

PRESIDENCIALISMO

• Modo como é conduzido o relacionamento entre o Poder Executivo e o Poder


Legislativo.
• Há predominância do Poder Executivo.
• A chefia de Estado e a chefia de governo é exercida pelo Presidente da República.
• O Poder Legislativo não participa diretamente do governo.

 REGIME DE GOVERNO

REGIME DEMOCRÁTICO

• Permite a aplicação dos direitos de cidadania.


• Convergência entre o povo e os governantes, dada a interação entre ambos.
• Maior legitimidade no exercício do poder.

 SÍNTESE

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• Forma como se atinge o poder.


FORMA DE GOVERNO
• República

• Organização político-administrativa dos entes que


FORMA DE ESTADO compõem determinado Estado.
• Federal

• O modo como é conduzido o relacionamento entre o


SISTEMA DE GOVERNO Poder Executivo e o Poder Legislativo
• Presidencialismo

• Convergência de vontade entre os legalmente


administrados (povo) e aqueles que legitimamente
REGIME DE GOVERNO administram (governo).
• Democrático

Direitos de Cidadania

 Conceitua-se cidadania no direito de participar da política e dos negócios do Estado. Todos os direitos relacionados
à participação política são direitos de cidadania.

 Afirma-se que a plena cidadania somente é alcançada após a evolução por três níveis:

DIREITOS CIVIS

• direitos inerentes à liberdade individual, liberdade de expressão e de pensamento;


direito de propriedade e de conclusão de contratos; direito à justiça.

DIREITOS POLÍTICOS

• direito de participação no exercício do poder político, como eleito ou eleitor, no


conjunto das instituições de autoridade pública.

DIREITOS SOCIAIS

• conjunto de direitos relativos ao bem-estar econômico e social, desde a segurança até


ao direito de partilhar do nível de vida, segundo os padrões prevalecentes na sociedade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com isso nós chegamos ao final da nossa aula.

Qualquer dúvida estou à disposição.

Até a próxima!

Ricardo Torques

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QUESTÕES COMENTADAS

FCC

1. (FCC/DPE-SP - 2010) São sistemas de governo:


a) parlamentarismo e presidencialismo.
b) unitarismo e federalismo.
c) monarquia e república.
d) hegemonia e democracia.
e) monocracia e plutocracia.

Comentários

O sistema de governo adotado pelos Estados representa o modo como é conduzido o relacionamento entre
o Poder Executivo e o Poder Legislativo. Os dois sistemas de governo contrastantes são o parlamentarismo
e presidencialismo. O último deles é o adotado pelo Brasil é o presidencialismo.

Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

CESPE

2. (CESPE/PRF - 2013) Acerca dos direitos de cidadania e do pluralismo jurídico, julgue os itens que se
seguem.
Os direitos de cidadania são, no Estado democrático de direito, todos aqueles relativos à dignidade do
cidadão, como sujeito de prestações estatais, e à participação ativa na vida social, política e econômica do
Estado.

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Comentários

Está correta a assertiva. A assertiva aproxima-se da noção de cidadania em sentido material que está a
associada à titularidade e efetividade dos direitos civis, políticos e sociais.

3. (CESPE/DEPEN - 2021) Acerca da forma e do sistema de governo e da organização da segurança


pública, julgue o item seguinte.

No Brasil, as funções de chefe de Estado e chefe de governo são desempenhadas pela mesma pessoa: quando
o presidente da República nomeia ministro de Estado, exerce função de chefe de Estado, e, quando mantém
relações com Estado estrangeiro, exerce função de chefe de governo.

Comentários

A assertiva trocou as informações: quando o Presidente nomeia ministro, está exercendo o governo interno
do país, portanto, está agindo na qualidade de Chefe de Governo. Por outro lado, quando o Presidente
mantém relações com Estado Estrangeiro, está agindo como Chefe de Estado.

Assertiva Errada.

FGV

4. (FGV/DPE-RJ - 2014) Julgue o item seguinte:


Um dos grandes problemas enfrentados pela sociedade brasileira são as barreiras interpostas ao pleno
exercício dos direitos de cidadania, particularmente pelos grupos mais pobres da população. A concepção
moderna de cidadania prevê a garantia e o usufruto pleno dos direitos civis, políticos e sociais.

Comentários

Está correta a assertiva. Conforme vimos, a consequência direta da aquisição da cidadania em sentido formal
é a titularidade de direitos civis, políticos e sociais, assegurados àquela comunidade.

5. (FGV/Salvador – 2019) O sistema de governo está relacionado com a maneira como funciona a
relação entre os Poderes Legislativo e Executivo de um país, tendo sido adotado no Brasil o tipo
presidencialista.

Em relação ao sistema presidencialista, tem-se como pressuposto a ideia de que:


A) inexiste a tipicidade de funções, dado que o Presidente pode exercer tipicamente tanto a capacidade
executiva, quanto a legislativa e jurisdicional.
B) a separação dos Poderes delimita a atividade estatal de legislação, acarretando em uma relação
dependente e harmônica entre os organismos políticos.
C) a administração pública é interpretada de forma subjetiva, considerando-se apenas os órgãos
administrativos, em detrimento das ações efetivamente governamentais.

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D) o sistema de freios e contrapesos garante a soberania de cada poder, viabilizando a arbitrariedade


administrativa ao Presidente da República.
E) a chamada dupla função do Presidente da República ocorre quando ele exerce as funções de Chefe de
Estado e Chefe de Governo.

Comentários

A alternativa A é incorreta. Pelo contrário, no Presidencialismo há divisão das funções de forma expressa,
de forma típica, mesmo que o Presidente possa assumir algumas funções legislativas, como a edição de
Medidas Provisórias.

A alternativa B é incorreta. É errado dizer que há dependência entre os Poderes no Presidencialismo. Um


Poder não depende do apoio político do outro para o seu funcionamento no Presidencialismo.

A alternativa C é incorreta. A interpretação subjetiva entre a administração como os agentes e órgãos que
exercem as funções administrativas. O Presidencialismo é marcado por uma nítida visão subjetiva. No
entanto, o que a alternativa descreve é a interpretação objetiva, em que se entende como administração as
atividades estatais.

A alternativa D é incorreta. Os Poderes não são soberanos, soberano é o Estado ao qual estão vinculados os
poderes.

A alternativa E é correta e é o gabarito da questão. O Presidente exerce dupla função: de Chefe de Governo,
internamente, e de Chefe de Estado, perante a comunidade internacional.

Outras Bancas

6. (EDUCA PB/Pref Várzea – 2019) A cidadania é constituída pela junção de uma série de direitos e
deveres, que variam de acordo com cada nação ou grupo social. No entanto, a partir da Declaração
Universal dos Direitos Humanos, alguns tópicos passaram a ser considerados universais para quase todos
os seres humanos.
Entre alguns dos principais deveres e direitos dos cidadãos está:
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Votar para escolher os governantes, Elaborar as leis, Educar e proteger seus semelhantes, Proteger a
natureza, Proteger o patrimônio público e social do País.
b) Votar para escolher os governantes, Cumprir as leis, Educar e proteger seus semelhantes, Vigiar a
natureza, Proteger o patrimônio público e social do País.
c) Votar para escolher os governantes, Cumprir as leis, Educar e proteger seus semelhantes, Proteger a
natureza, Vigiar o patrimônio público e social do País.
d) Votar para escolher os governantes, Cumprir as leis, Estabelecer regras e vigiar seus semelhantes,
Proteger a natureza, Proteger o patrimônio público e social do País.

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e) Votar para escolher os governantes, Cumprir as leis, Educar e proteger seus semelhantes, Proteger a
natureza, Proteger o patrimônio público e social do País.

Comentários

São condutas cidadãs:

1 - Votar para a escolha dos governantes;

2 - Cumprir as leis;

3 - Educar e proteger seus semelhantes;

4 - Proteger a natureza;

5 - Proteger o patrimônio público e social do País.

Não é certo que o cidadão estabeleça as leis de modo privado nem que o cidadão vigie seus semelhantes.
Também não tem razão de ser o ato de vigiar a natureza ou o patrimônio público e social, que não têm
liberdade própria.

Logo, a alternativa E é correta e é o gabarito da questão.

7. (NUCEPE/PC-PI – 2018) Formas de Estado, Sistema, Forma e Regime de governo, são fundamentais
para a existência de um Estado propriamente dito. Diante das alternativas a seguir, marque a CORRETA:
A) Em países de regime parlamentarista, como no Brasil, o Chefe de Estado é o Ministro das Relações
Internacionais e o Chefe de Governo é o Presidente da República, que como função precípua representar o
Estado Federal na comunidade internacional e da unidade do Estado, em nível interno.
B) O Brasil adota um sistema de governo presidencialista, no qual o principal representante do Executivo é
o presidente da República, que desempenha o papel de chefe de Estado e de Governo.
C) A Forma de Governo relaciona-se com o modo como interagem o Poder Executivo e o Poder Legislativo
nas funções governamentais. São formas de governo o Presidencialismo e o Parlamentarismo.
D) Têm-se como Forma de Governo um conjunto de instituições políticas, por meio das quais um Estado se
organiza, a fim de exercer seu poder sobre a sociedade. A Forma de Governo pode assumir Confederação,
Estado Unitário ou Federação.
E) No Brasil, o Regime de Governo é a democracia, tendo um poder central exercido por um Presidente, que
reparte sua governança entre os Estados Federados.

Comentários

A alternativa A é incorreta. O Brasil não adota sistema de governo parlamentarista, e sim presidencialista.

A alternativa B é correta e é o gabarito da questão. O sistema de governo brasileiro é o presidencialista, no


qual o Presidente assume funções de chefe de Estado e de Governo.

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A alternativa C é incorreta. Na verdade, é o sistema de governo que se refere à relação entre os poderes
Executivo e Legislativo.

A alternativa D é incorreta. Forma de governo se refere ao modo por meio do qual se pode atingir o poder
político. A forma de governo brasileira é a República. A forma de Estado é que descreve a distribuição espacial
do poder político.

A alternativa E é incorreta. Está certo dizer que o regime de governo é democrático, no entanto, o que
caracteriza a democracia é a participação popular na formação da vontade política. A divisão entre um poder
central e os entes federados se refere à forma de Estado federativa.

8. (NUCEPE/PC-PI – 2018) Acerca da forma e sistema de governo, chefia de estado e chefia de governo,
assinale a alternativa CORRETA:
A) Atualmente, o Brasil adota a República como sistema de governo.
B) No Parlamentarismo, as funções de Chefe de Estado e de Chefe de Governo não são exercidas por uma
única pessoa.
C) No Presidencialismo, as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo encontram-se nas mãos de uma
única pessoa, qual seja, o Presidente da República; esta forma de governo é a prevista na Constituição
Brasileira.
D) O Brasil é uma República Presidencialista, e seus governantes são eleitos indiretamente pelo povo.
E) A Monarquia é uma forma de governo em que há uma participação direta do povo na escolha dos
governantes.

Comentários

A alternativa A é incorreta. A forma de governo se refere ao modo de atingir o poder político, sendo que a
forma de governo brasileira é a República. O sistema de governo trata do relacionamento entre os Poderes
Executivo e Legislativo. O sistema de governo brasileiro é Presidencialista.

A alternativa B é correta e é o gabarito da questão. No parlamentarismo há um Presidente, que exerce as


funções de Chefe de Estado, e um Primeiro Ministro, que exerce funções de Chefe de Governo.

A alternativa C é incorreta. O erro consiste em dizer que o Presidencialismo é uma forma de governo, quando
na verdade é um sistema de governo.

A alternativa D é incorreta. As eleições dos representantes são diretas, se bem que o povo exerça o poder
de forma indireta por meio desses representantes, eleitos de forma direta.

A alternativa E é incorreta. Na Monarquia, que é uma forma de governo, não há participação direta do povo
na escolha dos governantes.

9. (COPEVE-UFAL/UFAL – 2019) Sabe-se que o Sistema de Governo é o modo como se relacionam os


poderes, principalmente o executivo e o legislativo.

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Diante dessa afirmação é correto afirmar que:


A) Parlamentarista: é um sistema de governo em que o poder legislativo proporciona a sustentação política
para o poder executivo.
B) Presidencialista: é um sistema de governo em que o monarca, imperador ou rei, governa um país como
chefe de Estado. O governo é vitalício, ou seja, até morrer ou abdicar. A transmissão de poder ocorre de
forma hereditária (de pai para filho), portanto não há eleições para a escolha de um monarca.
C) Semipresidencialista: este sistema só pode funcionar em certas circunstâncias e em países com tradição
de independência e experiência de autogoverno. É caracterizado juridicamente pela distinção de funções,
mas sem a separação delas, salvo em relação ao Judiciário que é independente e especializado; todavia, as
decisões sobre a elaboração das leis estão concentradas nas mãos da Assembleia.
D) Diretorial: é um modo de organização da estrutura política de um país que possui elementos de dois
outros sistemas e tem sido utilizado por países como França, Finlândia e Portugal para garantir a
governabilidade do país.
E) Monarquia: é um sistema de governo no qual o presidente é o Chefe de Estado e de Governo. Este
presidente é o responsável pela escolha dos ministros que o auxiliam no governo.

Comentários

A alternativa A é correta e é o gabarito da questão. No parlamentarismo o Chefe do Executivo depende do


apoio político do Parlamento para permanecer no Poder.

A alternativa B é incorreta. No Presidencialismo quem governa é um representante eleito pelo povo de


forma temporária.

A alternativa C é incorreta. No semipresidencialismo há uma distinção clara entre Executivo e Legislativo. O


Executivo tem dois chefes, o Presidente e o Primeiro Ministro, sendo que o Primeiro Ministro é escolhido
pelo Presidente.

A alternativa D é incorreta. No sistema diretorial o Poder Executivo é exercido por um conjunto de pessoas,
que se constituem em Diretório. Esse sistema não é adotado atualmente.

A alternativa E é incorreta. A Monarquia é uma forma de governo, não um sistema. Além disso, não há
Presidente na Monarquia.

10. (FUNIVERSA/UEG - 2015) Levando em conta a diferença doutrinária entre formas de Estado, formas
de governo e regimes de governo, assinale a alternativa que corresponde à forma de governo adotada na
Constituição Federal de 1988 (CF).
a) Federação.
b) Parlamentarismo.
c) República.
d) Presidencialismo.

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e) Confederação.

Comentários

Vejamos um esquema para responder corretamente à questão.

• Forma como se atinge o poder.


FORMA DE GOVERNO
• República

• Organização político-administrativa dos entes que


FORMA DE ESTADO compõem determinado Estado.
• Federal

• O modo como é conduzido o relacionamento entre o


SISTEMA DE GOVERNO Poder Executivo e o Poder Legislativo
• Presidencialismo

• Convergência de vontade entre os legalmente


administrados (povo) e aqueles que legitimamente
REGIME DE GOVERNO administram (governo).
• Democrático

Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois a forma de governo adotada no Brasil
é a República.

11. (ESAF/MF - 2012) O conceito de forma de Estado está relacionado com o modo de exercício do
poder político em função do território de um dado estado, a existência, ou não, da repartição de poderes
autônomos é, pois, o núcleo caracterizador do conceito de forma de Estado.
O conceito de forma de governo refere-se à maneira como se dá a instituição do poder na sociedade, e como
se dá a relação entre governantes e governados.
O conceito de sistema de governo está ligado ao modo como se relacionam os Poderes Legislativo e Executivo
no exercício das funções governamentais.
Apropriando-se das definições acima, assinale a opção que contenha a forma de Estado e de governo, bem
como o sistema de governo adotado no Brasil.
a) Estado federado; República; Presidencialismo.
b) Estado confederado; República; Presidencialismo.
c) Estado unitário; Monarquia; Presidencialismo.
d) Estado federado; República; Parlamentarismo.

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e) Estado confederado; República; Parlamentarismo.

Comentários

A forma de Estado se refere a organização político-administrativa dos entes que compõe determinado
Estado. No Brasil existem três entes federativos: a União, os estados-membros e os municípios.

A forma de Governo determina como se atinge o poder, disciplinando a relação entre aqueles que governam
o Estado e os governados. Tradicionalmente, existem duas formas de Governo bastante difundidas: a
Monarquia e a República. No Brasil adotamos a forma de governo republicana.

O sistema de Governo representa o modo como é conduzido o relacionamento entre o Poder Executivo e o
Poder Legislativo. O sistema de governo adotado pelo Brasil é o presidencialismo.

Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

12. (CS-UFG/AL-GO - 2015) O Parlamentarismo e o Presidencialismo são sistemas ou formas de governo


que estruturam o funcionamento, a composição e a relação entre os Poderes (principalmente, Executivo
e Legislativo) em um país. No Parlamentarismo e no Presidencialismo, o método de seleção do chefe do
Poder Executivo nacional são distintos e explicitam a formação dos Poderes em cada um dos sistemas. No
presidencialismo, qual é o método de seleção do presidente e como se formam, entre si, os Poderes
Executivo e Legislativo?
a) O presidente é escolhido por eleição direta e os Poderes são formados de maneira independente.
b) O presidente é escolhido por deputados e senadores eleitos diretamente e a formação de um Poder ocorre
em dependência da do outro.
c) O presidente é escolhido por eleição direta, mas seu mandato deve ser ratificado pelo Congresso Nacional
e os Poderes são formados de maneira interdependente.
d) O presidente é escolhido pelo Congresso e a formação dos Poderes ocorre em mútua dependência.

Comentários

Vamos usar um esquema para resolver essa questão.

PRESIDENCIALISMO
• Modo como é conduzido o relacionamento entre o Poder Executivo e o Poder
Legislativo.
• Há predominância do Poder Executivo perante demais poderes.
• A chefia de Estado e a chefia de governo são exercidas pelo Presidente da República.
• O Poder Legislativo não participa diretamente do governo.
• O Presidente é escolhido através do voto direto da população, sem necessidade de
ratificação pelo Congresso Nacional.

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Assim, ao contrário do sistema de governo parlamentarista cujo Chefe de Governo (Presidente ou Primeiro
Ministro) é escolhido pelo Parlamento, no Presidencialismo o Chefe de Governo será escolhido por eleições
diretas.

Por não haver interferência do Poder Legislativo na escolha dos representantes do Poder Executivo, os
poderes Executivo e Legislativo são formados de forma independente.

Deste modo, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

13. (IBFC/TRE-AM - 2014) Acerca da organização e estrutura do Estado, assinale a alternativa CORRETA:
a) O Brasil adotou como sistema de governo a República, o presidencialismo como forma de governo e a
Federação como forma de Estado
b) O Brasil adotou como forma de governo a Monarquia, o parlamentarismo como sistema de governo e a
Federação como forma de Estado.
c) O Brasil adotou como forma de Estado a República, o presidencialismo como forma de governo e a
Federação como forma de governo.
d) O Brasil adotou como forma de governo a República, o presidencialismo como sistema de governo e a
Federação como forma de Estado.

Comentários

Vejamos novamente o esquema de aula para resolver a questão.

• Forma como se atinge o poder.


FORMA DE GOVERNO
• República

• Organização político-administrativa dos entes que


FORMA DE ESTADO compõem determinado Estado.
• Federal

• O modo como é conduzido o relacionamento entre o


SISTEMA DE GOVERNO Poder Executivo e o Poder Legislativo
• Presidencialismo

• Convergência de vontade entre os legalmente


administrados (povo) e aqueles que legitimamente
REGIME DE GOVERNO administram (governo).
• Democrático

Como vemos acima, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

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14. (CEPERJ/SEFAZ-RJ - 2010) De acordo com o estudo da Teoria do Estado, entende-se como forma de
regime político:
a) federalismo
b) parlamentarismo
c) imperialismo
d) monarquia
e) autocracia

Comentários

A regime de governo pode ser democrático ou autocrático. O regime democrático é o adotado na maior
parte das nações desenvolvidas. Tendo em vista que a participação popular nas decisões do governo eleito
possui maior legitimidade, o que permite, pelo menos em tese, a fiscalização do governo e a possibilidade
de discussão na tomada de decisões.

A questão exigiu a forma de governo menos comum, a autocracia. As autocracias são regimes nos quais o
poder reside em uma única pessoa.

Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

15. (UEG/PC-GO - 2013) No parlamentarismo, as funções de chefe de estado e de chefe de governo são
exercidas por autoridades distintas, como ocorre quando o rei ou o presidente da república exercem a
função de chefe de estado e um gabinete, chefiado pelo primeiro ministro, exerce a função de chefe de
governo. No Brasil, em razão do regime presidencialista, a chefia de governo é exercida
a) pelo presidente da república e diz respeito à representação do Estado brasileiro nas relações
internacionais.
b) pelo Congresso Nacional, chefiado por seu presidente, e diz respeito às ações de realização dos objetivos
governamentais.
c) pelo presidente do Supremo Tribunal Federal e é concernente à nomeação para cargos que não tenham
caráter político.
d) pelo presidente da república e diz respeito à tomada de decisões e ações nos setores da realidade
brasileira.

Comentários

No presidencialismo a chefia de Estado e a chefia de Governo são ocupadas pela mesma pessoa, o
Presidente.

O CHEFE DE GOVERNO é o representante do país no âmbito da política e economia interna.


Representa o país nas relações com os cidadãos e com os demais entes.

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O CHEFE DE ESTADO representa o país em relação aos outros países. O chefe de Estado
representa o país internacionalmente. No Brasil, tanto a chefia de Estado como a chefia de
governo são exercidas pelo Presidente da República.

Pelo exposto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

16. (Inédita - 2017) No que se refere à Teoria Geral da Constituição assinale a alternativa correta.
a) A forma de Governo adotada no Brasil é a Federativa.
b) A forma de Estado adorada no Brasil é a República.
c) O Regime de Governo adotado no Brasil é a República.
d) O Sistema de Governo adotado no Brasil é o Presidencialismo.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Todas as demais alternativas misturam os itens.

Vejamos o quadro abaixo a fim de deixar clara a questão:

• Forma como se atinge o poder.


FORMA DE GOVERNO
• República

• Organização político-administrativa dos entes que


FORMA DE ESTADO compõem determinado Estado.
• Federal

• O modo como é conduzido o relacionamento entre o


SISTEMA DE GOVERNO Poder Executivo e o Poder Legislativo
• Presidencialismo

• Convergência de vontade entre os legalmente


administrados (povo) e aqueles que legitimamente
REGIME DE GOVERNO administram (governo).
• Democrático

17. (Inédita - 2017) No que se refere à Teoria Geral da Constituição julgue o item seguinte.
O Regime de Governo adotado no Brasil é o democrático. Já o Sistema de Governo adotado no Brasil é o
Presidencialismo.

Comentários

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A assertiva está correta. Note que é obrigatório memorizar o quadro abaixo, ele poderá resolver diversas
questões envolvendo o tema. Confira!

• Forma como se atinge o poder.


FORMA DE GOVERNO
• República

• Organização político-administrativa dos entes que


FORMA DE ESTADO compõem determinado Estado.
• Federal

• O modo como é conduzido o relacionamento entre o


SISTEMA DE GOVERNO Poder Executivo e o Poder Legislativo
• Presidencialismo

• Convergência de vontade entre os legalmente


administrados (povo) e aqueles que legitimamente
REGIME DE GOVERNO administram (governo).
• Democrático

18. (FUNIVERSA/UEG - 2015) Julgue o item seguinte.


A Federação corresponde à forma de governo adotada na Constituição Federal de 1988 (CF).

Comentários

A forma de governo fixa a sistematização do exercício do poder e composição dos órgãos estatais.
Tradicionalmente, existem duas formas de Governo: a Monarquia e a República.

Lembre-se:

REPÚBLICA
• Forma como se atinge o Poder.
• No Brasil, o governo é do povo.
• O exercício dos cargos políticos são transitórios.
• Os governantes são escolhidos pelo povo.
• Os cidadão podem concorrer aos cargos públicos em condições de igualdade.

Logo, a assertiva está incorreta, pois a Federação corresponde à forma de estado.

19. (ESAF/MF - 2012) Julgue o item seguinte:

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O conceito de forma de Estado está relacionado com o modo de exercício do poder político em função do
território de um dado estado, a existência, ou não, da repartição de poderes autônomos é, pois, o núcleo
caracterizador do conceito de forma de Estado. No Brasil o adotamos a forma federal de Estado.

Comentários

A forma de Estado se refere a organização político-administrativa dos entes que compõe determinado
Estado. No Brasil existem os seguintes federativos: a União, os estados-membros, o Distrito Federal e os
municípios.

Assim, está correta a assertiva.

20. (CS-UFG/AL-GO - 2015) O Parlamentarismo e o Presidencialismo são sistemas ou formas de governo


que estruturam o funcionamento, a composição e a relação entre os Poderes (principalmente, Executivo
e Legislativo) em um país. No Parlamentarismo e no Presidencialismo, o método de seleção do chefe do
Poder Executivo nacional são distintos e explicitam a formação dos Poderes em cada um dos sistemas.
Considerando o descrito acima, julgue o item subsecutivo.
No presidencialismo, o presidente é escolhido por eleição direta e os Poderes Executivo e Legislativo são
formados de maneira independente.

Comentários

Vamos usar um esquema para resolver essa questão.

PRESIDENCIALISMO
• Modo como é conduzido o relacionamento entre o Poder Executivo e o Poder
Legislativo.
• Há predominância do Poder Executivo.
• A chefia de Estado e a chefia de governo é exercida pelo Presidente da República.
• O Poder Legislativo não participa diretamente do governo.
• O Presidente é escolhido através do voto direto da população, sem necessidade de
ratificação pelo Congresso Nacional.

Assim, ao contrário do sistema de governo parlamentarista cujo Chefe de Governo (Presidente ou Primeiro
Ministro) é escolhido pelo Parlamento, no Presidencialismo o Chefe de Governo será escolhido por eleições
diretas.

Por não haver interferência do Poder Legislativo na escolha dos representantes do Poder Executivo, os
poderes Executivo e Legislativo são formados de forma independente.

Desse modo, a assertiva está correta.

21. (IBFC/TRE-AM - 2014) Acerca da organização e estrutura do Estado, julgue o item seguinte:

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O Brasil adotou como sistema de governo a República, o presidencialismo como forma de governo e a
Federação como forma de Estado

Comentários

Vejamos o esquema para nos ajudar a responder à questão.

• Forma como se atinge o poder.


FORMA DE GOVERNO
• República

• Organização político-administrativa dos entes que


FORMA DE ESTADO compõe determinado Estado.
• Federal

• O modo como é conduzido o relacionamento entre o


SISTEMA DE GOVERNO Poder Executivo e o Poder Legislativo
• Presidencialismo

• Convergência de vontade entre os legalmente


administrados (povo) e aqueles que legitimamente
REGIME DE GOVERNO administram (governo).
• Democrático

Duvido que você ainda não tenha memorizado esse esquema!

Como vemos, a assertiva está incorreta.

LISTA DE QUESTÕES

FCC

1. (FCC/DPE-SP - 2010) São sistemas de governo:


a) parlamentarismo e presidencialismo.
b) unitarismo e federalismo.
c) monarquia e república.
d) hegemonia e democracia.
e) monocracia e plutocracia.

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CESPE

2. (CESPE/PRF - 2013) Acerca dos direitos de cidadania e do pluralismo jurídico, julgue os itens que se
seguem.
Os direitos de cidadania são, no Estado democrático de direito, todos aqueles relativos à dignidade do
cidadão, como sujeito de prestações estatais, e à participação ativa na vida social, política e econômica do
Estado.

3. (CESPE/DEPEN - 2021) Acerca da forma e do sistema de governo e da organização da segurança


pública, julgue o item seguinte.

No Brasil, as funções de chefe de Estado e chefe de governo são desempenhadas pela mesma pessoa: quando
o presidente da República nomeia ministro de Estado, exerce função de chefe de Estado, e, quando mantém
relações com Estado estrangeiro, exerce função de chefe de governo.

FGV

4. (FGV/DPE-RJ - 2014) Julgue o item seguinte:


Um dos grandes problemas enfrentados pela sociedade brasileira são as barreiras interpostas ao pleno
exercício dos direitos de cidadania, particularmente pelos grupos mais pobres da população. A concepção
moderna de cidadania prevê a garantia e o usufruto pleno dos direitos civis, políticos e sociais.

5. (FGV/Salvador – 2019) O sistema de governo está relacionado com a maneira como funciona a
relação entre os Poderes Legislativo e Executivo de um país, tendo sido adotado no Brasil o tipo
presidencialista.

Em relação ao sistema presidencialista, tem-se como pressuposto a ideia de que:


A) inexiste a tipicidade de funções, dado que o Presidente pode exercer tipicamente tanto a capacidade
executiva, quanto a legislativa e jurisdicional.
B) a separação dos Poderes delimita a atividade estatal de legislação, acarretando em uma relação
dependente e harmônica entre os organismos políticos.
C) a administração pública é interpretada de forma subjetiva, considerando-se apenas os órgãos
administrativos, em detrimento das ações efetivamente governamentais.
D) o sistema de freios e contrapesos garante a soberania de cada poder, viabilizando a arbitrariedade
administrativa ao Presidente da República.
E) a chamada dupla função do Presidente da República ocorre quando ele exerce as funções de Chefe de
Estado e Chefe de Governo.

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Outras Bancas

6. (EDUCA PB/Pref Várzea – 2019) A cidadania é constituída pela junção de uma série de direitos e
deveres, que variam de acordo com cada nação ou grupo social. No entanto, a partir da Declaração
Universal dos Direitos Humanos, alguns tópicos passaram a ser considerados universais para quase todos
os seres humanos.
Entre alguns dos principais deveres e direitos dos cidadãos está:
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Votar para escolher os governantes, Elaborar as leis, Educar e proteger seus semelhantes, Proteger a
natureza, Proteger o patrimônio público e social do País.
b) Votar para escolher os governantes, Cumprir as leis, Educar e proteger seus semelhantes, Vigiar a
natureza, Proteger o patrimônio público e social do País.
c) Votar para escolher os governantes, Cumprir as leis, Educar e proteger seus semelhantes, Proteger a
natureza, Vigiar o patrimônio público e social do País.
d) Votar para escolher os governantes, Cumprir as leis, Estabelecer regras e vigiar seus semelhantes,
Proteger a natureza, Proteger o patrimônio público e social do País.
e) Votar para escolher os governantes, Cumprir as leis, Educar e proteger seus semelhantes, Proteger a
natureza, Proteger o patrimônio público e social do País.

7. (NUCEPE/PC-PI – 2018) Formas de Estado, Sistema, Forma e Regime de governo, são fundamentais
para a existência de um Estado propriamente dito. Diante das alternativas a seguir, marque a CORRETA:
A) Em países de regime parlamentarista, como no Brasil, o Chefe de Estado é o Ministro das Relações
Internacionais e o Chefe de Governo é o Presidente da República, que como função precípua representar o
Estado Federal na comunidade internacional e da unidade do Estado, em nível interno.
B) O Brasil adota um sistema de governo presidencialista, no qual o principal representante do Executivo é
o presidente da República, que desempenha o papel de chefe de Estado e de Governo.
C) A Forma de Governo relaciona-se com o modo como interagem o Poder Executivo e o Poder Legislativo
nas funções governamentais. São formas de governo o Presidencialismo e o Parlamentarismo.
D) Têm-se como Forma de Governo um conjunto de instituições políticas, por meio das quais um Estado se
organiza, a fim de exercer seu poder sobre a sociedade. A Forma de Governo pode assumir Confederação,
Estado Unitário ou Federação.
E) No Brasil, o Regime de Governo é a democracia, tendo um poder central exercido por um Presidente, que
reparte sua governança entre os Estados Federados.

8. (NUCEPE/PC-PI – 2018) Acerca da forma e sistema de governo, chefia de estado e chefia de governo,
assinale a alternativa CORRETA:
A) Atualmente, o Brasil adota a República como sistema de governo.
B) No Parlamentarismo, as funções de Chefe de Estado e de Chefe de Governo não são exercidas por uma
única pessoa.

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C) No Presidencialismo, as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo encontram-se nas mãos de uma
única pessoa, qual seja, o Presidente da República; esta forma de governo é a prevista na Constituição
Brasileira.
D) O Brasil é uma República Presidencialista, e seus governantes são eleitos indiretamente pelo povo.
E) A Monarquia é uma forma de governo em que há uma participação direta do povo na escolha dos
governantes.

9. (COPEVE-UFAL/UFAL – 2019) Sabe-se que o Sistema de Governo é o modo como se relacionam os


poderes, principalmente o executivo e o legislativo.

Diante dessa afirmação é correto afirmar que:


A) Parlamentarista: é um sistema de governo em que o poder legislativo proporciona a sustentação política
para o poder executivo.
B) Presidencialista: é um sistema de governo em que o monarca, imperador ou rei, governa um país como
chefe de Estado. O governo é vitalício, ou seja, até morrer ou abdicar. A transmissão de poder ocorre de
forma hereditária (de pai para filho), portanto não há eleições para a escolha de um monarca.
C) Semipresidencialista: este sistema só pode funcionar em certas circunstâncias e em países com tradição
de independência e experiência de autogoverno. É caracterizado juridicamente pela distinção de funções,
mas sem a separação delas, salvo em relação ao Judiciário que é independente e especializado; todavia, as
decisões sobre a elaboração das leis estão concentradas nas mãos da Assembleia.
D) Diretorial: é um modo de organização da estrutura política de um país que possui elementos de dois
outros sistemas e tem sido utilizado por países como França, Finlândia e Portugal para garantir a
governabilidade do país.
E) Monarquia: é um sistema de governo no qual o presidente é o Chefe de Estado e de Governo. Este
presidente é o responsável pela escolha dos ministros que o auxiliam no governo.

10. (FUNIVERSA/UEG - 2015) Levando em conta a diferença doutrinária entre formas de Estado, formas
de governo e regimes de governo, assinale a alternativa que corresponde à forma de governo adotada na
Constituição Federal de 1988 (CF).
a) Federação.
b) Parlamentarismo.
c) República.
d) Presidencialismo.
e) Confederação.

11. (ESAF/MF - 2012) O conceito de forma de Estado está relacionado com o modo de exercício do
poder político em função do território de um dado estado, a existência, ou não, da repartição de poderes
autônomos é, pois, o núcleo caracterizador do conceito de forma de Estado.
O conceito de forma de governo refere-se à maneira como se dá a instituição do poder na sociedade, e como
se dá a relação entre governantes e governados.

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O conceito de sistema de governo está ligado ao modo como se relacionam os Poderes Legislativo e Executivo
no exercício das funções governamentais.
Apropriando-se das definições acima, assinale a opção que contenha a forma de Estado e de governo, bem
como o sistema de governo adotado no Brasil.
a) Estado federado; República; Presidencialismo.
b) Estado confederado; República; Presidencialismo.
c) Estado unitário; Monarquia; Presidencialismo.
d) Estado federado; República; Parlamentarismo.
e) Estado confederado; República; Parlamentarismo.

12. (CS-UFG/AL-GO - 2015) O Parlamentarismo e o Presidencialismo são sistemas ou formas de


governo que estruturam o funcionamento, a composição e a relação entre os Poderes (principalmente,
Executivo e Legislativo) em um país. No Parlamentarismo e no Presidencialismo, o método de seleção do
chefe do Poder Executivo nacional são distintos e explicitam a formação dos Poderes em cada um dos
sistemas. No presidencialismo, qual é o método de seleção do presidente e como se formam, entre si, os
Poderes Executivo e Legislativo?
a) O presidente é escolhido por eleição direta e os Poderes são formados de maneira independente.
b) O presidente é escolhido por deputados e senadores eleitos diretamente e a formação de um Poder ocorre
em dependência da do outro.
c) O presidente é escolhido por eleição direta, mas seu mandato deve ser ratificado pelo Congresso Nacional
e os Poderes são formados de maneira interdependente.
d) O presidente é escolhido pelo Congresso e a formação dos Poderes ocorre em mútua dependência.

13. (IBFC/TRE-AM - 2014) Acerca da organização e estrutura do Estado, assinale a alternativa


CORRETA:
a) O Brasil adotou como sistema de governo a República, o presidencialismo como forma de governo e a
Federação como forma de Estado
b) O Brasil adotou como forma de governo a Monarquia, o parlamentarismo como sistema de governo e a
Federação como forma de Estado.
c) O Brasil adotou como forma de Estado a República, o presidencialismo como forma de governo e a
Federação como forma de governo.
d) O Brasil adotou como forma de governo a República, o presidencialismo como sistema de governo e a
Federação como forma de Estado.

14. (CEPERJ/SEFAZ-RJ - 2010) De acordo com o estudo da Teoria do Estado, entende-se como forma de
regime político:
a) federalismo
b) parlamentarismo
c) imperialismo

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d) monarquia
e) autocracia

15. (UEG/PC-GO - 2013) No parlamentarismo, as funções de chefe de estado e de chefe de governo


são exercidas por autoridades distintas, como ocorre quando o rei ou o presidente da república exercem
a função de chefe de estado e um gabinete, chefiado pelo primeiro ministro, exerce a função de chefe de
governo. No Brasil, em razão do regime presidencialista, a chefia de governo é exercida
a) pelo presidente da república e diz respeito à representação do Estado brasileiro nas relações
internacionais.
b) pelo Congresso Nacional, chefiado por seu presidente, e diz respeito às ações de realização dos objetivos
governamentais.
c) pelo presidente do Supremo Tribunal Federal e é concernente à nomeação para cargos que não tenham
caráter político.
d) pelo presidente da república e diz respeito à tomada de decisões e ações nos setores da realidade
brasileira.

16. (Inédita - 2017) No que se refere à Teoria Geral da Constituição assinale a alternativa correta.
a) A forma de Governo adotada no Brasil é a Federativa.
b) A forma de Estado adorada no Brasil é a República.
c) O Regime de Governo adotado no Brasil é a República.
d) O Sistema de Governo adotado no Brasil é o Presidencialismo.

17. (Inédita - 2017) No que se refere à Teoria Geral da Constituição julgue o item seguinte.
O Regime de Governo adotado no Brasil é o democrático. Já o Sistema de Governo adotado no Brasil é o
Presidencialismo.

18. (FUNIVERSA/UEG - 2015) Julgue o item seguinte.


A Federação corresponde à forma de governo adotada na Constituição Federal de 1988 (CF).

19. (ESAF/MF - 2012) Julgue o item seguinte:


O conceito de forma de Estado está relacionado com o modo de exercício do poder político em função do
território de um dado estado, a existência, ou não, da repartição de poderes autônomos é, pois, o núcleo
caracterizador do conceito de forma de Estado. No Brasil o adotamos a forma federal de Estado.

20. (CS-UFG/AL-GO - 2015) O Parlamentarismo e o Presidencialismo são sistemas ou formas de


governo que estruturam o funcionamento, a composição e a relação entre os Poderes (principalmente,
Executivo e Legislativo) em um país. No Parlamentarismo e no Presidencialismo, o método de seleção do
chefe do Poder Executivo nacional são distintos e explicitam a formação dos Poderes em cada um dos
sistemas.
Considerando o descrito acima, julgue o item subsecutivo.

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No presidencialismo, o presidente é escolhido por eleição direta e os Poderes Executivo e Legislativo são
formados de maneira independente.

21. (IBFC/TRE-AM - 2014) Acerca da organização e estrutura do Estado, julgue o item seguinte:
O Brasil adotou como sistema de governo a República, o presidencialismo como forma de governo e a
Federação como forma de Estado

GABARITO
1. A
2. CORRETA
3. INCORRETA
4. CORRETA
5. E
6. E
7. B
8. B
9. A
10. C
11. A
12. A
13. D
14. E
15. D
16. D
17. CORRETA
18. INCORRETA
19. CORRETA
20. CORRETA
21. INCORRETA

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Aula 06 - Profº Ricardo
Torques
CNU - Desafios do Estado de Direito -
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Autor:
Alessandra Lopes, André Rocha,
Equipe André Rocha, Ricardo
Torques

23 de Janeiro de 2024
Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques
Aula 06 - Profº Ricardo Torques

Sumário

Direitos Humanos, Proteção ao Meio Ambiente e Mudanças Climáticas ......................................................... 2

Acordo de Escazú ............................................................................................................................................... 2

1 - Acesso à Informação Ambiental ........................................................................................................... 9

2 - Geração e Divulgação de Informação Ambiental ............................................................................... 11

3 - Participação Pública nos Processos de Tomada de Decisões Ambientais .......................................... 14

4 - Acesso à Justiça em Questões Ambientais ......................................................................................... 16

5 - Defensores dos Direitos Humanos em Questões Ambientais ............................................................. 18

6 - Fortalecimento de Capacidades........................................................................................................... 18

7 - Cooperação .......................................................................................................................................... 19

8 - Disposições adicionais ........................................................................................................................ 19

Refugiados Ambientais .................................................................................................................................... 20

Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 22

Lista de Questões ............................................................................................................................................. 27

Gabarito ............................................................................................................................................................ 29

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DIREITOS HUMANOS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje vamos estudar os seguintes tópicos:

- Direitos Humanos, Proteção ao Meio Ambiente e Mudanças Climáticas

- Acordo de Escazú

- Refugiados Ambientais

Essa aula envolve pontos de grande relevância para os Direitos Humanos.

Boa aula!

DIREITOS HUMANOS, PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE E


MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Os direitos humanos são direitos relacionados ao reconhecimento de um padrão mínimo de dignidade para
todos. São direitos garantidos pelo simples fato de se tratar de uma pessoa.

Assim, são direitos ligados diretamente ao valor da pessoa, à sua dignidade e à sua liberdade.

O reconhecimento de dimensões dos direitos fundamentais – dimensões que também guardam pertinência
com a evolução dos reconhecimentos dos direitos humanos – significa que, no plano histórico, a noção do
que vem a ser propriamente humano foi expandida como consequência do reconhecimento de que a
condição de ser humano é multifacetada e envolve todos os aspectos da sua presença social.

Nesse contexto, a preocupação ecológica, isso é, a preocupação com a relação mantida entre os homens e
o meio ambiente e o reconhecimento de que a própria condição de ser humano implica requer a proteção
do meio ambiente fizeram com que se passasse a considerar que a noção de direitos humanos inclui a
temática ambiental.

Num primeiro momento a proteção do meio ambiente pela legislação tinha cariz essencialmente
antropocêntrico, no sentido de que essa proteção tinha a finalidade de garantir a qualidade, o equilíbrio e a
segurança ambiental para que o ser humano pudesse desfrutar dos seus próprios direitos à vida, à
integridade física, à propriedade, à saúde, à educação, à moradia e à alimentação. Ou seja, a proteção do
meio ambiente era uma proteção de direitos dos homens.

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Hoje surgiram novos paradigmas de proteção ao meio ambiente que não assumem esse caráter
exclusivamente antropocêntrico, podendo-se mencionar dois paradigmas prevalentes: o biocêntrico e o
ecocêntrico.

No modelo biocêntrico há o reconhecimento de direitos próprios dos animais (animais não-humanos, já que
o homem também é um animal, animal racional) ou seja, são tutelados interesses dos próprios animais,
particularmente o interesse em preservá-los contra o sofrimento. Vem ganhando corpo a ideia de que os
animais também devem ser considerados como sujeitos de direitos os quais podem ser tutelados de forma
difusa. O art. 3º, I, da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n. 6.938/1981), afirma que o meio
ambiente inclui o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas, ou seja, a proteção que é assegurada ao meio
ambiente é uma proteção direcionada a todas as formas de vida, não exclusivamente a vida humana, de
forma que se pode afirmar que esse dispositivo introduz no nosso ordenamento uma visão biocêntrica da
proteção ambiental.

O modelo ecocêntrico afirma que, além da proteção de interesses dos homens e dos animais, há interesses
da própria Natureza que devem ser protegidos. Parte-se do reconhecimento de que a Natureza não é apenas
um objeto para os homens, mas que ela tem um valor intrínseco que abarca e transcende o homem. A visão
ecocêntrica se opõe ao antropocentrismo na medida em que defende um valor não instrumental do meio
ambiente, assim, são reconhecidos limites à ação humana que têm como fundamento outros valores além
daqueles ligados à utilidade para os homens.

Em relação ao reconhecimento pela jurisprudência desses paradigmas, atualmente se pode falar com clareza
sobre a existência de uma dimensão ecológica do princípio da dignidade humana, dimensão essa
mencionada expressamente no precedente do REsp 1.797.175, do STJ, precedente em que também foi
afirmada a dignidade e a existência de direitos em favor de animais não-humanos e à Natureza. Perceba que
o precedente reconhece as visões biocêntrica (na medida em que reconhece direitos em favor de animais
não-humanos) e ecocêntrica (na medida em que reconhece direitos da própria Natureza).

No âmbito internacional, deve ser mencionado o art. 72 da Constituição de 2008 do Equador, o qual estatui
o seguinte:

Art. 72. A natureza ou Pachamama onde se reproduz e se realiza a vida, tem direito a que
se respeite integralmente sua existência e a manutenção e regeneração de seus ciclos
vitais, estrutura, funções e processos evolutivos.

Toda pessoa, comunidade, povoado, ou nacionalidade poderá exigir da autoridade pública


o cumprimento dos direitos da natureza. Para aplicar e interpretar estes direitos se
observarão os princípios estabelecidos na Constituição no que for pertinente.

O Estado incentivará as pessoas naturais e jurídicas e os entes coletivos para que protejam
a natureza e promovam o respeito a todos os elementos que formam um ecossistema.

Percebe-se que, conforme a redação expressa do dispositivo, a natureza ou Pachamama tem direito, ou seja,
eleva-se a natureza à condição de sujeito de direitos, incorporando expressamente o paradigma ecocêntrico
de proteção ao meio ambiente.

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Exemplo jurisprudencial em que aplicado o paradigma ecocêntrico são as decisões da Corte Constitucional
da Colômbia em que reconhecida a qualidade de um rio, o Rio Atrato, como sujeito de direitos, e a qualidade
da Amazônia também como sujeito de direitos.

Essas mudanças de paradigma encontram grande correlação com a questão das mudanças climáticas. A
concepção prevalente hoje em dia é no sentido de que a ação humana tem causado sérios prejuízos à
Natureza, de forma que seria exigível uma reformulação total das atividades humanas a fim de a restaurar e
proteger.

Fala-se em justiça climática, que seria um padrão de desenvolvimento das atividades humanas que
respeitasse a Natureza e contivesse as mudanças climáticas antrópicas. Esse conceito envolve também a
preocupação com os impactos desproporcionais das mudanças climáticas, as quais afetam principalmente
grupos sociais vulneráveis.

No contexto da justiça climática há uma vinculação entre direitos humanos e desenvolvimento, devendo ser
resguardados os direitos das pessoas mais vulneráveis e partilhados os encargos das mudanças climáticas de
forma equitativa.

ACORDO DE ESCAZÚ
O Acordo de Escazú é um tratado internacional adotado em 2018 na cidade de Escazú na Costa Rica por
governos da América Latina e do Caribe.

O nome oficial do Acordo é o seguinte: Acordo Regional sobre Acesso à Informação, Participação Pública e
Acesso à Justiça em Assuntos Ambientais na América Latina e no Caribe.

Trata-se de um acordo regional que tem como objetivo garantir a transparência das informações ambientais,
o acesso a mecanismos de justiça, a maior participação social na construção de políticas e a proteção dos
defensores do meio ambiente.

O Acordo foi assinado pelo Brasil em setembro de 2018, mas ele só foi enviado pela Presidência ao Congresso
Nacional em maio de 2023 e se encontra em fase de tramitação legislativa para fins de ratificação.

Antes de abordarmos o Acordo propriamente, é importante mencionar os tipos de transparência


reconhecidos pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no REsp 1.857.098, Incidente de Assunção
de Competência 13:

I – transparência ativa: é o dever do Estado de publicar informações relevantes para o


público. É o dever de publicar informações não sujeitas a sigilo;

II – transparência passiva: é o direito de qualquer pessoa ou entidade de requerer acesso


a informações ambientais específicas que não tenham sido publicadas; e

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III – transparência reativa: é o direito de qualquer pessoa ou entidade de requerer que seja
produzida informação ambiental pelo Estado.

A diferença entre as transparências passiva e reativa é quanto à necessidade ou não de que haja um
procedimento prévio de produção da informação solicitada. No caso de transparência passiva, a informação
já existe, enquanto na reativa será necessária a prévia produção da informação.

Retomando o Acordo, este aborda os seguintes temas:

I – princípios e obrigações gerais relativos aos direitos de acesso em matéria ambiental;

II – acesso à informação ambiental;

III – geração e divulgação de informação ambiental;

IV – participação pública na tomada de decisões ambientais;

V – acesso à justiça em assuntos ambientais;

VI – proteção de defensores de direitos humanos em assuntos ambientais;

VII – fortalecimento de capacidades; e

VIII – cooperação internacional.

Vamos analisar os consideranda do Acordo.

O Acordo parte da recordação de que a Declaração sobre a Aplicação do Princípio 10 da Declaração do Rio –
formulada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada no Rio
de Janeiro em 2012 – reafirma o compromisso com os direitos de acesso à informação, à participação e à
justiça em questões ambientais, reconhecendo a necessidade de que sejam assumidos compromissos para
a aplicação cabal desses direitos.

O Princípio 10 da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992 prevê que:

A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a participação, no nível


apropriado, de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá
acesso adequado às informações relativas ao meio ambiente de que disponham as
autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais e atividades perigosas em
suas comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos decisórios. Os
Estados irão facilitar e estimular a conscientização e a participação popular, colocando as
informações à disposição de todos. Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos
judiciais e administrativos, inclusive no que se refere à compensação e à reparação de
danos.

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Estabelece o Acordo que os direitos de acesso estão relacionados entre si e são interdependentes e que
esses direitos contribuem para o fortalecimento da democracia, do desenvolvimento sustentável e dos
direitos humanos.

Reafirma-se a importância da Declaração Universal de Direitos Humanos e de outros instrumentos


internacionais de direitos humanos que preveem a responsabilidade dos Estados de respeitar, proteger e
promover os direitos humanos e as liberdades fundamentais de todas as pessoas sem distinção de raça, cor,
sexo, idioma, religião, opinião política ou de qualquer outra índole, origem nacional ou social, posição
econômica, nascimento ou qualquer outra condição. São reafirmados também todos os princípios da
Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano de 1972 e da Declaração do
Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992.

O Acordo reconhece que a democracia, a boa governança e o Estado de Direito, nos níveis nacional e
internacional, bem como um ambiente favorável, são essenciais para o desenvolvimento sustentável,
incluindo crescimento econômico sustentável e inclusivo, desenvolvimento social, proteção ambiental e a
erradicação da pobreza e da fome.

A ampla participação pública e o acesso à informação e às instâncias judiciais e administrativas são


indispensáveis para a promoção do desenvolvimento sustentável.

São encorajadas ações que busquem promover o acesso à informação, à participação pública no processo
decisório e o acesso à justiça em questões ambientais, quando apropriado.

Observa o Acordo também que a Resolução 70/1 da Assembleia Geral das Nações Unidas de 2015,
"Transformando nosso mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável", prevê um conjunto de
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e metas universais e transformadoras, configurando
compromisso de se alcançar o desenvolvimento sustentável nas suas três dimensões – econômica, social e
ambiental – de forma equilibrada e integrada.

O Acordo reconhece ainda:

I – a multiculturalidade da América Latina e do Caribe e de seus povos; e

II – a importância do trabalho e das contribuições fundamentais do público e dos


defensores dos direitos humanos em questões ambientais para o fortalecimento da
democracia, dos direitos de acesso e do desenvolvimento sustentável.

O Acordo manifesta o propósito de se alcançar a plena implementação dos direitos de acesso contemplados,
bem como a criação e o fortalecimento das capacidades e da cooperação.

Com isso, vamos analisar os dispositivos do Acordo.

O art. 1 prevê o objetivo do Acordo, que é o seguinte:

Garantir a implementação plena e efetiva, na América Latina e no Caribe, dos direitos de


acesso à informação ambiental, participação pública nos processos de tomada de decisões

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ambientais e acesso à justiça em questões ambientais, bem como a criação e o


fortalecimento das capacidades e cooperação, contribuindo para a proteção do direito de
cada pessoa, das gerações presentes e futuras, a viver em um meio ambiente saudável e a
um desenvolvimento sustentável.

O art. 2 prevê uma série de definições que devem ser conhecidas:

I – direitos de acesso: é o direito de acesso à informação ambiental, o direito à participação


pública nos processos de tomada de decisões em questões ambientais e o direito de acesso
à justiça em questões ambientais;

II – autoridade competente: é toda instituição pública que exerce os poderes, a autoridade


e as funções para o acesso à informação, incluindo os órgãos, organismos ou entidades
independentes ou autônomos de propriedade do Estado ou controlados pelo Estado, que
atuem segundo os poderes outorgados pela Constituição ou por outras leis e, conforme o
caso, as organizações privadas, na medida em que recebam fundos ou benefícios públicos
direta ou indiretamente ou que desempenhem funções e serviços públicos, mas
exclusivamente no que se refere aos fundos ou benefícios públicos recebidos ou às funções
e serviços públicos desempenhados;

III – informação ambiental: é qualquer informação escrita, visual, sonora, eletrônica ou


registrada em qualquer outro formato, relativa ao meio ambiente e seus elementos e aos
recursos naturais, incluindo as informações relacionadas com os riscos ambientais e os
possíveis impactos adversos associados que afetem ou possam afetar o meio ambiente e a
saúde, bem como as relacionadas com a proteção e a gestão ambientais;

IV – público: é uma ou várias pessoas, físicas ou jurídicas, e as associações, organizações


ou grupos constituídos por essas pessoas, que são nacionais ou que estão sujeitos à
jurisdição nacional do Estado Parte; e

V – pessoas ou grupos em situação de vulnerabilidade: são aquelas pessoas ou grupos que


encontram especiais dificuldades para exercer com plenitude os direitos de acesso
reconhecidos no presente Acordo, pelas circunstâncias ou condições entendidas no
contexto nacional de cada Parte e em conformidade com suas obrigações internacionais.

Os princípios que regem a implementação do Acordo são os seguintes:

I – princípio da igualdade e princípio de não discriminação;

II – princípio de transparência e princípio de prestação de contas;

III – princípio de vedação do retrocesso e princípio de progressividade;

IV – princípio de boa-fé;

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V – princípio de prevenção;

VI – princípio de precaução;

VII – princípio de equidade intergeracional;

VIII – princípio de máxima publicidade;

IX – princípio de soberania permanente dos Estados sobre seus recursos naturais;

X – princípio de igualdade soberana dos Estados; e

XI – princípio pro persona.


==2537cb==

O art. 4 prevê algumas disposições gerais que nós vamos resumir a seguir. Os Estados Parte no Acordo
devem:

I – garantir o direito de toda pessoa a viver em um meio ambiente saudável, bem como
qualquer outro direito humano universalmente reconhecido que esteja relacionado com o
Acordo;

II – assegurar que os direitos reconhecidos no Acordo sejam livremente exercidos;

III – adotar medidas necessárias, de natureza legislativa, regulamentar, administrativa ou


de outra índole, no âmbito de suas disposições internas, para garantir a implementação do
Acordo;

IV – proporcionar ao público informação para facilitar a aquisição de conhecimento a


respeito dos direito de acesso, com o propósito de contribuir para a aplicação efetiva do
Acordo; e

V – assegurar orientação e assistência ao público (especialmente às pessoas ou grupos em


situação de vulnerabilidade) de forma que se facilite o exercício de seus direitos de acesso;

VI – garantir um ambiente propício para o trabalho das pessoas, associações, organizações


e grupos que promovam a proteção do meio ambiente, proporcionando-lhes
reconhecimento e proteção;

VII – procurar adotar a interpretação mais favorável ao pleno gozo e respeito dos direitos
de acesso;

VIII – promover o uso de novas tecnologias da informação e comunicação, tais como os


dados abertos, nos diversos idiomas usados no país, quando apropriado, devendo os meios
eletrônicos ser utilizados de maneira a não gerar restrições ou discriminações para o
público; e

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IX – promover o conhecimento do conteúdo do Acordo em outros fóruns internacionais


relacionados com a temática do meio ambiente.

Ainda, há previsão no sentido de que nenhuma disposição do Acordo deve ser entendida como limitando ou
derrogando outros direitos e garantias mais favoráveis estabelecidos ou que possam vir a ser estabelecidos
na legislação ou outros acordos internacionais, nem se deve entender que o Acordo impede a concessão de
um acesso mais amplo à informação ambiental, à participação pública nos processos de tomada de decisões
ambientais e à justiça em questões ambientais.

1 - Acesso à Informação Ambiental

O art. 5 traz normas sobre o acesso à informação ambiental, divididas nos seguintes tópicos:

I – Acessibilidade da informação ambiental;

II – Denegação do acesso à informação ambiental;

III – Condições aplicáveis ao fornecimento de informação ambiental; e

IV – Mecanismos de revisão independentes.

O primeiro tópico é a respeito da acessibilidade da informação ambiental. Os Estados Parte devem garantir
o direito do público de acessar a informação ambiental que esteja em seu poder, sob seu controle ou
custódia, de acordo com o princípio de máxima publicidade.

O exercício do direito de acesso à informação ambiental compreende:

I – solicitar e receber informação das autoridades competentes sem necessidade de


mencionar um interesse especial nem justificar as razões pelas quais se solicita;

II – ser informado de maneira expedita se a informação solicitada está ou não em poder da


autoridade competente que receber o pedido; e

III – ser informado do direito de impugnar e recorrer se a informação não for fornecida e
dos requisitos para exercer esse direito.

Os Estados Parte devem facilitar o acesso das pessoas ou grupos em situação de vulnerabilidade à
informação ambiental, estabelecendo procedimentos de assistência que vão desde a formulação de pedidos
até o fornecimento da informação, considerando suas condições e especificidades, com a finalidade de
incentivar o acesso e a participação em igualdade de condições.

As Partes devem garantir que tais pessoas ou grupos em situação de vulnerabilidade, inclusive os povos
indígenas e grupos étnicos, recebam assistência para formular seus pedidos e obter resposta.

O segundo tópico diz respeito à denegação do acesso à informação ambiental.

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O Acordo prevê que a legislação nacional de cada Estado Parte pode prever exceções à publicidade. As
exceções são cabíveis nas seguintes hipóteses:

I – quando a divulgação da informação puder pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde


de uma pessoa física;

II – quando a divulgação da informação afetar negativamente a segurança nacional, a


segurança pública ou a defesa nacional;

III – quando a divulgação da informação afetar negativamente a proteção do meio


ambiente, inclusive qualquer espécie ameaçada ou em risco de extinção; ou

IV – quando a divulgação da informação gerar um risco claro, provável e específico de dano


significativo à execução da lei ou à prevenção, investigação e persecução de delitos.

Em todo caso, o regime de exceções deve tomar em conta as obrigações em matéria de direitos humanos,
sendo que cada Estado Parte deve incentivar regimes que favoreçam o acesso à informação.

Quando for denegado o fornecimento de uma informação solicitada, deve a autoridade competente
comunicar por escrito a denegação, documento que deve indicar:

I – as disposições jurídicas que fundamentam a denegação;

II – as razões que justificam a denegação; e

III – informação quanto ao direito de impugnar e recorrer da decisão denegatória.

Os motivos de denegação devem ter sido previamente estabelecidos em lei e estar claramente definidos e
regulamentados, levando em conta o interesse público.

Esses motivos devem ser interpretados de maneira restritiva, cabendo o ônus da prova à autoridade
competente.

Sempre que o interesse público for utilizado como justificativa da denegação, a autoridade competente
deverá ponderar o interesse de reter a informação e o benefício público resultante da sua divulgação, com
base em elementos de idoneidade, necessidade e proporcionalidade.

Ainda, quando apenas parte das informações estiver abrangida por exceção, deve parte não abrangida ser
fornecida ao solicitante.

O terceiro tópico diz respeito às condições aplicáveis ao fornecimento de informação ambiental.

Sempre que o solicitante requerer que a informação seja fornecida num formato específico, deve a
autoridade competente fazer uso desse formato, se estiver disponível. Em todo caso, a informação será
fornecida no formato que estiver disponível.

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A resposta à solicitação deve ser a mais breve possível, sempre num prazo não superior a 30 dias úteis
contados a partir da data de recebimento do pedido ou outro prazo limite inferior que tiver sido fixado por
norma interna do Estado Parte.

Se, excepcionalmente, for necessário mais tempo para a resposta, a autoridade competente deve notificar
o solicitante, por escrito, informando a justificativa da prorrogação, notificação essa que deve ser prestada
antes do vencimento do prazo. A prorrogação não deve exceder o prazo de 10 dias úteis.

De acordo com o Acordo, se forem descumpridos os prazos mencionados, o solicitante poderá acessar as
instâncias judiciais e administrativas para impugnar o procedimento.

Se a autoridade não tiver a informação solicitada, essa circunstância deve ser comunicada ao solicitante com
a máxima brevidade possível, incluindo a menção à autoridade que possivelmente tenha a informação. Se
for conhecida a autoridade que tem a informação, o pedido deverá ser enviado a ela, o que será informado
ao solicitante.

Se a informação não existir ou ainda não tiver sido gerada, essa circunstância também deve ser informada.

A informação será fornecida sem custos, caso não seja necessária a reprodução ou envio. Os custos de
reprodução ou envio serão aplicados de acordo com os procedimentos estabelecidos pela autoridade
competente, sendo que esses custos devem ser razoáveis e divulgados antecipadamente. Deverá ser
considerada a possibilidade de concessão de isenção de pagamento caso o solicitante se encontre em
situação de vulnerabilidade ou em outras circunstâncias especiais que justifiquem a isenção.

O último tópico se refere a mecanismos de revisão independentes.

Cada Estado Parte deve estabelecer ou designar um ou mais órgãos ou instituições imparciais, dotados de
autonomia e independência, aos quais incumbirá:

I – fiscalizar o cumprimento das normas; e

II – vigiar, avaliar e garantir o direito de acesso à informação.

Os Estados Parte poderão conferir a esses órgãos ou instituições poder sancionador no âmbito de suas
competências.

2 - Geração e Divulgação de Informação Ambiental

Esta Seção traz normas de transparência ativa.

Os Estados Parte devem garantir que as autoridades competentes:

gerem, coletem, ponham à disposição do público e difundam a informação ambiental


relevante para suas funções de maneira sistemática, proativa, oportuna, regular, acessível

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e compreensível, bem como atualizem periodicamente esta informação e incentivem a


desagregação e descentralização de informação ambiental no âmbito subnacional e local.

Devem ser adotadas medidas que levem ao fortalecimento da cooperação entre as diferentes autoridades
do Estado.

Na medida do possível, a informação ambiental deve ser reutilizável e processável, bem como deve estar
disponível em formatos acessíveis. Não devem ser impostas restrições à sua reprodução ou uso.

Os Estados Parte devem contar com um ou mais sistemas de informação ambiental atualizados que podem
incluir, entre outros:

I – os textos de tratados e acordos internacionais, bem como as leis, regulamentos e atos


administrativos sobre meio ambiente;

II – relatórios sobre a situação do meio ambiente;

III – uma lista das entidades públicas com competência em matéria ambiental e, se possível,
suas respectivas áreas de atuação;

IV – a lista de zonas contaminadas, por tipo de contaminante e localização;

V – informações sobre o uso e a conservação dos recursos naturais e serviços dos


ecossistemas;

VI – relatórios, estudos e informações científicos, técnicos e tecnológicos em questões


ambientais elaborados por instituições acadêmicas e de pesquisa, públicas ou privadas,
nacionais ou estrangeiras;

VII – fontes relativas à mudança climática que contribuam para fortalecer as capacidades
nacionais nesta matéria;

VIII – informações sobre os processos de avaliação do impacto ambiental e de outros


instrumentos de gestão ambiental, conforme o caso, e as licenças ou permissões
ambientais concedidas pelas autoridades públicas;

IX – uma lista estimada de resíduos por tipo e, se possível, separada por volume, localização
e ano; e

X – informações sobre a imposição de sanções administrativas em questões ambientais.

Esses sistemas devem estar devidamente organizados e devem ser acessíveis a todas as pessoas, assim como
devem estar disponíveis de forma progressiva por meios informáticos e georreferenciados, conforme o caso.

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Os Estados Parte devem tomar medidas para estabelecer um registro de emissões e lançamento de
contaminante e de outros materiais e resíduos sob sua jurisdição, registro que deve ser estabelecido
progressivamente e atualizado periodicamente.

Nos casos de ameaça iminente à saúde pública ou ao meio ambiente, a autoridade competente deve divulgar
e disseminar, de forma imediata e pelos meios mais efetivos, toda informação relevante sob seu poder que
permita ao público tomar medidas para prevenir ou limitar potenciais danos. Os Estados Parte devem
desenvolver e implementar sistema de alerta precoce de ameaças.

As autoridades competentes devem divulgar as informações ambientais nos diversos idiomas usados no país
e devem utilizar formatos alternativos compreensíveis pelas pessoas ou grupos em situação de
vulnerabilidade como forma de facilitar o acesso à informação.

Prevê o Acordo a elaboração de um relatório nacional sobre o meio ambiente que deve conter as seguintes
informações:

I – informações sobre o meio ambiente e os recursos naturais, incluídos os dados


quantitativos, quando isso for possível;

II – as ações nacionais para o cumprimento das obrigações legais em matéria ambiental;

III – os avanços na implementação dos direitos de acesso; e

IV – os convênios de colaboração entre os setores público e privado e a sociedade civil.

O relatório deve ser publicado e difundido em intervalos regulares não superiores a 5 anos.

Ainda, o relatório deve ser redigido de maneira que seja de fácil compreensão e deve estar acessível ao
público em diferentes formados, bem como deve ser difundido através dos meios apropriados,
considerando-se as realidades culturais.

O Estado deve convidar o público a contribuir na elaboração do relatório.

Os Estados Parte devem incentivar a realização de avaliações independentes de desempenho ambiental que
tomem em conta critérios e guias acordados nacional ou internacionalmente e indicadores comuns. Essas
avaliações têm a finalidade de avaliar a eficácia, a efetividade e o progresso das políticas nacionais
ambientais no cumprimento dos compromissos nacionais e internacionais, devendo essas avaliações
contemplarem a participação dos diversos atores.

No mais, há previsão dos seguintes tipos de transparência ativa:

I – garantia de acesso a informações ambientais contidas em concessões, contratos,


convênios e autorizações que tenham sido concedidas e que envolvam o uso de bens,
serviços ou recursos públicos;

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II – garantia de que os consumidores e usuários contem com informação oficial, pertinente


e clara sobre as qualidades ambientais de bens e serviços e seus efeitos sobre a saúde,
favorecendo padrões de consumo e produção sustentáveis;

III – instituição e atualização periódica de sistemas de arquivamento e gestão documental


em matéria ambiental em conformidade com as normas aplicáveis, procurando fazer com
que essa gestão facilite o acesso à informação;

IV – adoção de medidas para promover o acesso à informação ambiental que esteja em


mãos de entidades privadas, em particular a relativa às suas operações e aos possíveis
riscos e efeitos sobre a saúde humana e o meio ambiente; e

V – incentivo à elaboração de relatórios de sustentabilidade por empresas públicas e


privadas, em particular por grandes empresas, que reflitam o seu desempenho social e
ambiental.

3 - Participação Pública nos Processos de Tomada de Decisões Ambientais

Os Estados Parte devem assegurar o direito de participação do público nos processos de tomada de decisões
ambientais. Para isso é necessário que sejam implementados mecanismos de participação aberta e inclusiva
com base em marcos normativos internos ou internacionais.

A participação do público deve alcançar:

I – processos de tomada de decisões;

II – revisões, reexames ou atualizações relativos a projetos e atividades;

III – processos de autorizações ambientais que tenham ou possam ter um impacto


significativo sobre o meio ambiente, incluindo os que possam afetar a saúde; e

IV – processos relativos a questões ambientais de interesse público, tais como o


ordenamento do território e a elaboração de políticas, estratégias, planos, programas,
normas e regulamentos.

A participação do público deve ser assegurada desde as etapas iniciais do processo de tomada de decisões a
fim de garantir que as observações do público sejam efetivamente consideradas.

Ainda, deve o Estado Parte proporcionar ao público, de maneira clara, oportuna e compreensível, a
informação necessária para que seja efetivo o seu direito à participação no processo de tomada de decisões.

O procedimento de participação pública deve contar com prazos razoáveis para que o público se informe e
participe efetivamente do processo.

No mínimo, o público deve contar com as seguintes informações:

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I – o tipo ou a natureza da decisão ambiental e, se for o caso, em linguagem não técnica;

II – a autoridade responsável pelo processo de tomada de decisões e outras autoridades e


instituições envolvidas;

III – o procedimento previsto para a participação do público, incluída a data de início e


término, os mecanismos previstos para essa participação e, conforme o caso, os lugares e
datas de consulta ou audiência pública; e

IV – as autoridades públicas envolvidas às quais se possa solicitar mais informações sobre


a decisão ambiental e os procedimentos para solicitar a informação.

Ainda, no caso de processos de autorização ambiental de projetos que tenham ou possam ter significativo
impacto ambiental, as seguintes informações devem ser publicadas:

I – a descrição da área de influência e das características físicas e técnicas do projeto ou


atividade proposta;

II – a descrição dos impactos ambientais do projeto ou da atividade e, conforme o caso, o


impacto ambiental cumulativo;

III – a descrição das medidas previstas com relação a esses impactos;

IV – um resumo dos dados acima em linguagem não técnica e compreensível;

V – os relatórios e pareceres públicos dos organismos envolvidos dirigidos à autoridade


pública vinculados ao projeto ou à atividade em questão;

VI – a descrição das tecnologias disponíveis para serem utilizadas e dos lugares alternativos
para realizar o projeto ou a atividade sujeito às avaliações, se a informação estiver
disponível; e

VII – as ações de monitoramento da implementação e dos resultados das medidas do


estudo de impacto ambiental.

Essas informações devem ser prestadas de forma efetiva, compreensível e oportuna, através de meios
apropriados, que podem incluir os meios escritos, eletrônicos ou orais, bem como os métodos tradicionais.

O direito de participação inclui a oportunidade de apresentar observações por meios apropriados e


disponíveis, de acordo com as circunstâncias do processo.

A autoridade competente deve levar em conta o resultado do processo de participação na adoção da decisão.

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Uma vez adotada a decisão, o público deve ser oportunamente informado dela e dos motivos e fundamentos
que a embasaram, bem como do modo como foram tomadas em consideração as suas observações. A
decisão e seus antecedentes serão públicos e acessíveis.

A difusão das decisões resultantes de avaliações de impacto ambiental e de outros processos de tomada de
decisão ambiental que envolvam a participação pública deve ser feita através de meios apropriados, o que
pode incluir meios escritos, eletrônicos ou orais, bem como métodos tradicionais, de forma efetiva e rápida.
A informação deve incluir o procedimento previsto que permita ao público exercer as ações administrativas
e judiciais pertinentes.

Devem ser estabelecidas condições propícias para a participação pública com consideração das
características sociais, econômicas, culturais, geográficas e de gênero do público.

Se o público, em sua maioria, falar idiomas distintos dos oficiais, a autoridade competente deve assegurar
meios que facilitem a sua compreensão e participação.

A participação do público em fóruns e negociações internacionais em matéria ambiental ou com incidência


ambiental deve ser promovida. Se for o caso, deve ser promovida a participação pública em instâncias
nacionais para tratar temas de fóruns internacionais ambientais.

Devem ser incentivados os espaços de consulta em questões ambientais ou o uso dos já existentes, em que
possam participar diversos grupos e setores. Cada Parte promoverá a valorização do conhecimento local, o
diálogo e a interação das diferentes visões e dos diferentes saberes, conforme o caso.

Em relação às pessoas e grupos em situação de vulnerabilidade, esses devem ser identificados e apoiados a
fim de que se garanta a participação de maneira ativa, oportuna e efetiva. Em todo caso, a implementação
do Acordo deve garantir o respeito da legislação nacional e das obrigações internacionais relativas aos
direitos dos povos indígenas e das comunidades locais.

O público diretamente afetado pelos projetos e atividades que tenham ou possam ter um impacto
significativo sobre o meio ambiente deve ser identificado, promovendo-se ações específicas que facilitem a
sua participação no processo de tomada de decisão.

4 - Acesso à Justiça em Questões Ambientais

O acesso à justiça em questões ambientais deve se dar de acordo com as garantias do devido processo.

Deve ser assegurado o acesso a instâncias judiciais e administrativas para impugnar e recorrer, quanto ao
mérito e ao procedimento, os seguintes aspectos do processo de tomada de decisão:

I – qualquer decisão, ação ou omissão relacionada com o acesso à informação ambiental;

II – qualquer decisão, ação ou omissão relacionada com a participação pública em


processos de tomada de decisões ambientais; e

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III – qualquer outra decisão, ação ou omissão que afete ou possa afetar de maneira adversa
o meio ambiente ou infringir normas jurídicas relacionadas ao meio ambiente.

Como forma de garantir o acesso à justiça, devem os Estados Parte contar com:

I – órgãos estatais competentes com acesso a conhecimentos especializados em matéria


ambiental;

II – procedimentos efetivos, oportunos, públicos, transparentes, imparciais e sem custos


proibitivos;

III – legitimação ativa ampla em defesa do meio ambiente, em conformidade com a


legislação nacional;

IV – a possibilidade de dispor medidas cautelares e provisórias para, entre outros fins,


prevenir, fazer cessar, mitigar ou recompor danos ao meio ambiente;

V – medidas para facilitar a produção da prova do dano ambiental, conforme o caso e se


for aplicável, como a inversão do ônus da prova e a carga dinâmica da prova;

VI – mecanismos de execução e de cumprimento oportunos das decisões judiciais e


administrativas correspondentes; e

VII – mecanismos de reparação, conforme o caso, tais como a restituição ao estado anterior
ao dano, a restauração, a compensação ou a imposição de uma sanção econômica, a
satisfação, as garantias de não repetição, a atenção às pessoas afetadas e os instrumentos
financeiros para apoiar a reparação.

A fim de facilitar o acesso do público à justiça em questões ambientais, devem os Estados Parte estabelecer:

I – medidas para reduzir ou eliminar as barreiras ao exercício do direito de acesso à justiça;

II – meios de divulgação do direito de acesso à justiça e os procedimentos para torná-lo


efetivo;

III – mecanismos de sistematização e difusão das decisões judiciais e administrativas


correspondentes; e

IV – o uso da interpretação ou tradução de idiomas distintos dos oficiais quando for


necessário para o exercício desse direito.

As necessidades das pessoas ou grupos em situação de vulnerabilidade deve ser considerada, provendo-se
a elas mecanismos de apoio e assistência técnica e jurídica gratuita, se necessário.

As decisões judiciais e administrativas em questões ambientais devem ser consignadas por escrito.

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Mecanismos alternativos de solução de controvérsias em questões ambientais, como a mediação, a


conciliação e outros mecanismos que permitam prevenir ou solucionar controvérsias, devem ser
promovidos.

5 - Defensores dos Direitos Humanos em Questões Ambientais

Os Estados Parte devem garantir a existência de um ambiente seguro e propício em que as pessoas, grupos
e organizações que promovam e defendam os direitos humanos em questões ambientais possam atuar sem
ameaças, restrições ou insegurança.

Devem ser adotadas as medidas adequadas e efetivas para reconhecer, proteger e promover todos os
direitos dos defensores dos direitos humanos em questões ambientais, incluindo a vida, a integridade
pessoal, a liberdade de opinião e expressão, o direito de reunião e associação pacíficas e o direito a circular
livremente, assim como a sua capacidade de exercer os direitos de acesso.

Medidas devem ser adotadas para prevenir, investigar e punir ataques, ameaças ou intimidações que os
defensores de direitos humanos em questões ambientais possam sofrer no exercício dos seus direitos.

6 - Fortalecimento de Capacidades

Os Estados Parte no Acordo se comprometem a criar e a fortalecer as capacidades nacionais com base em
suas prioridades e necessidades.

As seguintes podem ser adotadas, de acordo com as capacidades locais:

I – formar e capacitar autoridades e agentes públicos nos direitos de acesso sobre questões
ambientais;

II – desenvolver e fortalecer programas de conscientização e criação de capacidades em


direito ambiental e direitos de acesso para o público, agentes judiciais e administrativos,
instituições nacionais de direitos humanos e juristas, entre outros;

III – dotar as instituições e os organismos competentes de equipamentos e recursos


adequados;

IV – promover a educação, a capacitação e a conscientização sobre questões ambientais


mediante, entre outros meios, a inclusão de módulos educativos básicos sobre os direitos
de acesso para estudantes em todos os níveis educacionais;

V – contar com medidas específicas para pessoas ou grupos em situação de


vulnerabilidade, como a interpretação ou tradução em idiomas distintos do oficial, se
necessário;

VI – reconhecer a importâncias das associações, das organizações e dos grupos que


contribuem para formar ou conscientizar o público sobre os direitos de acesso; e

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VII – fortalecer as capacidades para coletar, manter e avaliar informação ambiental.

7 - Cooperação

Os Estados Parte devem cooperar entre si para o fortalecimento de suas capacidades nacionais, com especial
consideração aos países menos desenvolvidos, aos países em desenvolvimento sem litoral e aos pequenos
Estados insulares em desenvolvimento da América Latina e do Caribe.

Como forma de cooperação os Estados Parte devem promover atividades e mecanismos tais como:

I – diálogos, seminários, intercâmbio de peritos, assistência técnica, educação e


observatórios;

II – desenvolvimento, intercâmbio e implementação de materiais e programas educativos,


formativos e de conscientização;

III – intercâmbio de experiências sobre códigos voluntários de conduta, guias, boas práticas
e padrões; e

IV – comitês, conselhos e plataformas de atores multissetoriais para abordar prioridades e


atividades de cooperação.

As Partes promoverão o estabelecimento de parcerias com Estados de outras regiões e organizações


intergovernamentais, não governamentais, acadêmicas e privadas, bem como com organizações da
sociedade civil e outros atores de relevância na implementação do Acordo.

As Partes reconhecem que se deve promover a cooperação regional e o intercâmbio de informações com
respeito a todas as formas de atividades ilícitas contra o meio ambiente.

8 - Disposições adicionais

O Acordo prevê a criação, no âmbito da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, de um centro
de intercâmbio de informações de caráter virtual e de acesso universal sobre os direitos de acesso, o qual
pode incluir medidas legislativas, administrativas e de política, códigos de conduta e boas práticas, entre
outros.

Os Estados Parte se comprometem a facilitar meios de implementação das atividades nacionais necessárias
para cumprir as obrigações derivadas do Acordo.

Ainda, o Acordo prevê a instituição de um Fundo de Contribuições Voluntárias para apoiar o financiamento
da implementação do Acordo, cujo funcionamento será definido pela Conferência das Partes, podendo os
Estados Parte efetuar contribuições voluntárias para apoiar a implementação do Acordo. Admite-se ainda
que a Conferência das Partes convide outras fontes a fornecer recursos para apoiar a implementação do
Acordo.

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A Conferência das Partes é o órgão de deliberação composto pelos Estados Parte, cada qual dispondo de um
voto. A Conferência deve examinar e fomentar a aplicação e a efetividade do Acordo. Para tanto, a
Conferência:

I – estabelecerá por consenso os órgãos subsidiários que considere necessários para a


aplicação do Acordo;

II – receberá e examinará os relatórios e as recomendações dos órgãos subsidiários;

III – será informada pelas Partes das medidas adotadas para a implementação do Acordo;

IV – poderá formular recomendações às Partes relativas à implementação do Acordo;

V – elaborará e aprovará protocolos do Acordo para sua posterior assinatura, ratificação,


aceitação, aprovação e adesão,

VI – examinará e aprovará propostas de alteração do Acordo;

VII – estabelecerá diretrizes e modalidades para a mobilização de recursos, financeiros e


não financeiros, de diversas fontes para facilitar a implementação do Acordo;

VIII – examinará e adotará qualquer outra medida necessária para alcançar o objeto do
Acordo; e

IX – realizará qualquer outra função que o Acordo lhe incumbir.

No mais, as demais disposições do Acordo são de caráter administrativo, tratando do Secretariado, do


Comitê de Apoio à Implementação e ao Cumprimento, da Solução de Controvérsias quanto à interpretação
ou aplicação do Acordo, das Emendas, da Assinatura, Ratificação, Aceitação, Aprovação e Adesão, da Entrada
em Vigor, das Reservas (não são admitidas reservadas ao Acordo), da Denúncia, do Depositário e dos Textos
Autênticos.

REFUGIADOS AMBIENTAIS
Os impactos causados no meio ambiente global pelas mudanças climáticas têm gerado situações
complexas e de difícil resolução no contexto mundial.

Desastres ambientais têm se tornado mais frequentes e a degradação dos recursos ambientais essenciais
compromete a vida e a segurança da população global.

Esses efeitos ambientais geram, em alguns locais situação de grave risco à vida e à segurança, o que torna
impossível a sobrevivência. Assim, diversos grupos populacionais se veem obrigados a migrar para outros
locais em busca de uma vida condigna.

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As pessoas que são afetadas pelos desastres ambientais formam uma categoria nova de pessoas no âmbito
da ordem internacional. Podemos denominar essas pessoas como refugiados ambientais. Não existe ainda
um arcabouço jurídico para amparar essa situação específica, o que torna complexa a definição jurídica e a
delimitação da natureza do regime protetivo.

Assim, podemos definir refugiados ambientais, na esteira da definição fornecida por Essam El-Hinnawi, um
dos principais autores que se preocupou com o tema, da seguinte forma:

Refugiados ambientais são definidos como aquelas pessoas forçadas a deixar seu habitat
natural, temporária ou permanentemente, por causa de uma marcante perturbação
ambiental (natural e/ou desencadeada pela ação humana), que colocou em risco sua
existência e/ou seriamente afetou sua qualidade de vida.

As perturbações ambientais são qualquer forma de mudança física, química ou biológica do ecossistema
que o torne, temporária ou permanentemente, impróprio para sustentar a vida humana.

Incidem, a princípio, regras gerais do Direito Internacional dos Refugiados, do Direitos Internacional dos
Direitos Humanos e do Direito Internacional do Meio Ambiente a favor dessas pessoas, mas não há ainda
um regramento específico.

A preocupação global com o tema dos refugiados ambientais decorre da percepção de que o problema
relacionado mudanças climáticas não é apenas uma questão ambiental, mas também uma questão
humanitária e de desenvolvimento humano, que afeta a paz e a segurança internacional.

Portanto, tenha sempre em mente que a discussão sobre os refugiados ambientais demanda uma
perspectiva ambiental, econômica e política, tratando-se de uma inter-relação necessária de perspectivas.

Pois bem, dado esse panorama geral, podemos chegar a algumas conclusões iniciais:

(1) é necessária a construção de um sistema de proteção específico para a categoria


emergente de refugiados ambientais.

Esse primeiro ponto decorre de uma dificuldade de interpretação do conceito de refugiado:


tradicionalmente, o direito internacional reconhece como refugiada a pessoa que busca proteção em outro
país em razão de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas.

Bem, no caso dos refugiados ambientais, não há qualquer forma de perseguição: a necessidade de buscar
proteção em outro país decorre da existência de desastre ambiental no local de origem, não de uma
perseguição organizada. Essa dificuldade inicial já impede a aplicação dos diplomas protetivos dos
refugiados em favor das pessoas conhecidas como refugiados ambientais, o que demonstra que é necessário
que haja um sistema jurídico próprio que reconheça essa nova situação jurídica, oferecendo proteção
específica para esse novo fenômeno mundial.

(2) é necessária a criação de mecanismos institucionais que possam garantir a efetiva


proteção dos refugiados ambientais.

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A existência de mecanismos institucionais a nível internacional é essencial para que seja possível prevenir,
antecipar, financiar e organizar os movimentos populacionais que se tornem necessários em razão de
desastres ambientais.

Tornou-se necessário construir novas estratégias institucionais, novas formas de cooperação e de


compromisso de longo prazo entre os Países.

Esses instrumentos e mecanismos têm âmbito internacional. É possível afirmar que se firmou no âmbito das
relações internacionais uma cultura da paz, que é caracterizada por um compromisso dos países de conter
a violência e a violação da dignidade da pessoa humana tanto por mecanismos preventivos, como o combate
às causas estruturais dos macrodesafios, tais quais a pobreza e a corrupção internacional, quanto também
pela busca da resolução dos conflitos de maneira não conflitiva, principalmente sem a utilização de táticas
de guerra.

Essa mesma perspectiva de manutenção da paz e da segurança internacionais rege o tratamento da situação
dos refugiados ambientais.

Com essa noção na mente, vamos analisar a posição do Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados (ACNUR) a respeito da posição jurídica dos refugiados ambientais.

QUESTÕES COMENTADAS
1. (2019/FCC/DPE-SP/Defensor Público - ADAPTADA) O mais recente Constitucionalismo Latino-
Americano propõe o desafio de construir novas teorias a partir do Sul, recuperando saberes, memórias,
experiências e identidades, historicamente tornados invisíveis no processo de colonização traduzido pela
expropriação, opressão e pelo eurocentrismo na cultura jurídica. Sobre esse tema, analise a assertiva a
seguir:
Expressa esse Constitucionalismo a plurinacionalidade pela via dos direitos como faz a Constituição da
Venezuela com os "direitos do bom viver", como os direitos à água e alimentação e com os "direitos da
natureza" contemplando a Pacha Mama.

Comentários

Na verdade foi a Constituição do Equador de 2008 que previu os direitos da natureza, não a da Venezuela.

A assertiva está INCORRETA.

2. (2015/CESPE/Salvador-BA /Procurador do Município - ADAPTADA) Tendo em vista que a defesa do


meio ambiente, de acordo com o entendimento do STF, compreende a proteção ao meio ambiente natural,
artificial, laboral e cultural, analise a assertiva a seguir:
A Política Nacional de Biodiversidade adota a visão antropocêntrica do direito ambiental, segundo a qual a
vida animal é tutelada para assegurar a sadia qualidade de vida do ser humano.

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Comentários

O art. 3º, I, da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n. 6.938/1981), afirma que o meio ambiente
inclui o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas, ou seja, a proteção que é assegurada ao meio ambiente é uma
proteção direcionada a todas as formas de vida, não exclusivamente a vida humana, de forma que se pode
afirmar que esse dispositivo introduz no nosso ordenamento uma visão biocêntrica da proteção ambiental.

Assim, não é correto afirmar que ela adota uma visão antropocêntrica. A proteção ambiental estabelecida
pela Política visa a preservação de todos os tipos de vida, não só a do ser humano.

A assertiva está INCORRETA.

3. (2015/CESPE/Belo Horizonte - MG/Procurador do Município - ADAPTADA) A respeito do direito


ambiental, analise a assertiva a seguir:
A proteção jurídica fundamental do meio ambiente ecologicamente equilibrado é estritamente
antropocêntrica, uma vez que se considera o bem ambiental um bem de uso comum do povo.

Comentários

É certo dizer que os bens ambientais são de uso comum do povo, como regra, no entanto, isso não significa
que a destinação desses bens seja estritamente para a satisfação de interesses dos homens. A proteção do
meio ambiente também tem razões biocêntricas e ecocêntricas.

A assertiva está INCORRETA.

4. (2017/VUNESP/TJ-SP/Juiz substituto) Considere a reflexão de Michel Serres em O contrato natural:


"O retorno à natureza! O que implica acrescentar ao contrato exclusivamente social a celebração de um
contrato natural de simbiose e de reciprocidade em que a nossa relação com as coisas permitiria o domínio
e a possessão pela escuta admirativa, a reciprocidade, a contemplação e o respeito, em que o conhecimento
não suporia já a propriedade nem a ação o domínio, nem estes os seus resultados ou condições estercorárias.
Um contrato de armistício na guerra objetiva um contrato de simbiose: o simbiota admite o direito do
hospedeiro, enquanto o parasita – o nosso atual estatuto – condena à morte aquele que pilha e o habita sem
ter consciência de que, a prazo, se condena a si mesmo ao desaparecimento. O parasita agarra tudo e não
dá nada; o hospedeiro dá tudo e não agarra nada. O direito de dominação e de propriedade reduz-se ao
parasitismo. Pelo contrário, o direito de simbiose define-se pela reciprocidade: aquilo que a natureza dá ao
homem é o que este lhe deve dar a ela, tornada sujeito de direito."
Pode-se afirmar que, nessa reflexão, o autor propõe:
A) que os fundamentos filosóficos do direito ambiental devem se fundar numa ética antropocêntrica clássica,
e não numa defesa ingênua do meio ambiente, que não existe como uma esfera desvinculada das ações,
ambições e necessidades humanas.

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B) a predominância do humano deve implicar uma ética utilitarista sobre a natureza, uma vez que é situado
ele em padrão mais elevado entre os seres do mundo, e ser ela essencial para satisfação de suas
necessidades.
C) uma alteração no eixo metodológico e paradigmático do direito ambiental do antropocentrismo clássico
para um biocentrismo moderado em que a natureza, pelos valores que representa em si mesma, venha
receber proteção e, por seu próprio fundamento, missão jurídica e ética do Homem.
D) que os fundamentos éticos e filosóficos do direito ambiental devem ter em consideração a visão
humanística – razão cartesiana centrada no sujeito (ser humano) cindido do objeto (natureza) – da qual
decorre a circunstância de que a dimensão do humano deve ser a medida sob todo o mundo natural.

Comentários

O autor propõe um paradigma de reconhecimento de interesses da própria natureza que deveriam ser
tutelados, ao invés de se considerar a natureza apenas como um objeto de satisfação dos homens. Trata-se
de manifestação da visão ecocêntrica.

A alternativa A é incorreta, pois o autor se afasta do antropocentrismo.

A alternativa B é incorreta. O autor impugna a visão utilitarista da natureza.

A alternativa C é correta e é o gabarito da questão, apesar de que nos pareça mais correto dizer que o autor
adota uma visão ecocêntrica, em que a natureza tem valor por si mesma.

A alternativa D é incorreta, pois o autor defende que o homem deve preservar a própria natureza que o gera
como fundamento ético.

5. (INÉDITA - 2024) De acordo com o Acordo de Escazú, assinale a alternativa correta:


A) O Acordo reconhece o princípio da mitigação da soberania dos Estados como forma de garantir a proteção
máxima do meio ambiente a nível internacional.
B) Nos casos em que a denegação de pedido de informações tiver como fundamento a segurança nacional,
a segurança pública ou a defesa nacional, o Acordo não reconhece ao solicitante o direito de impugnar ou
de recorrer da decisão denegatória.
C) O Acordo, ao prever que os Estados Parte têm o dever de gerar, coletar e pôr à disposição do público e
difundir informações ambientais relevantes prevê modalidade de transparência reativa.
D) O Acordo prevê que os Estados Parte devem elaborar um relatório nacional sobre o meio ambiente que
deve conter ao menos as seguintes informações: informações sobre o meio ambiente e os recursos naturais,
incluídos os dados quantitativos, quando isso for possível; as ações nacionais para o cumprimento das
obrigações legais em matéria ambiental; os avanços na implementação dos direitos de acesso; e os convênios
de colaboração entre os setores público e privado e a sociedade civil. Referido relatório deve ser publicado
e difundido em intervalor regulares não superiores a 5 anos.
E) No tocante ao direito de acesso à justiça em questões ambientais, o Acordo prevê que a legitimidade ativa
para ações em defesa do meio ambiente deve ser ampla como forma de assegurar o acesso à justiça. Ainda,
devem os Estados Parte estabelecer meios de divulgação do direito de acesso à justiça e os procedimentos

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para torná-lo efetivo, sendo que o autor da ação tem a responsabilidade de produzir todas as provas das
suas alegações.

Comentários

A alternativa A é incorreta. Pelo contrário, o Acordo prevê o princípio da soberania permanente dos Estados
sobre seus recursos naturais e da igualdade soberana dos Estados.

A alternativa B é incorreta. O Acordo prevê a possibilidade de se impugnar ou recorrer da decisão


denegatória independentemente do motivo que a fundamenta.

A alternativa C é incorreta. Trata-se de modalidade de transparência ativa, em que o Estado tem o dever de
publicar as informações relevantes à sua disposição.

A alternativa D é correta e é o gabarito da questão. O Acordo prevê a realização de relatório nacional sobre
o meio ambiente contendo as informações referidas, sendo que o relatório deve ser publicado e difundido
em intervalos regulares de no máximo 5 anos.

A alternativa E é incorreta, pois o Acordo prevê a possibilidade de inversão do ônus da prova e a carga
dinâmica da prova.

6. (Questão inédita – 2022) Sobre os desafios para a proteção de refugiados ambientais no âmbito
internacional, assinale a alternativa correta:
a) os documentos internacionais que tratam da proteção dos refugiados se aplicam sem ressalvas em favor
dos refugiados ambientais.
b) a política dos países a respeito dos refugiados ambientais deve ser pautada em aspectos econômicos, a
fim de evitar que esse grupo de pessoas possa causas prejuízos financeiros.
c) o foco dos países para a resolução do problema dos refugiados ambientais deve ser voltado à situação
doméstica, e não à internacional, já que cada país conhece melhor os seus próprios desafios.
d) a criação de novos mecanismos institucionais a nível internacional é um passo essencial para prevenir,
antecipar, financiar e organizar os movimentos populacionais necessários em razão de desastres ambientais.
e) a solução do problema relativo aos refugiados ambientais deve ser buscada através de uma perspectiva
estritamente ambiental, buscando a solução de desastres naturais.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Não é possível a aplicação linear dos documentos internacionais que
protegem os refugiados em favor dos refugiados ambientais, já que não há correspondência estrita entre os
conceitos.

A alternativa B está incorreta. O ideal é que a perspectiva para a resolução do problema relativo aos
refugiados ambientais envolva aspectos econômicos, políticos, sociais e ambientais. A resolução da questão
como algo meramente econômico é indesejável.

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A alternativa C está incorreta. O próprio conceito de refugiado ambiental já traz uma perspectiva
internacional, pois eles são grupos de pessoas que deixam o seu país de origem em razão de um desastre
natural. Assim, a perspectiva doméstica é insuficiente para a resolução dessa questão.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. É essencial a criação de novos mecanismos de


cooperação entre os países como forma de resolver a questão relativa aos refugiados ambientais.

A alternativa E está incorreta. Como já mencionado, a perspectiva deve ser econômica, política, social e
ambiental.

7. (Questão inédita – 2022) A respeito do conceito de refugiado ambiental, assinale a alternativa


correta:
a) a noção de refugiado ambiental está vinculada estritamente a desastres nucleares.
b) o refugiado ambiental é a pessoa que busca uma melhor situação de vida em outro país em razão de
perseguição política decorrente da adoção de postura favorável à proteção do meio ambiente em âmbito
internacional.
c) apenas desastres ambientais de origem humana justificam a consideração de um determinado grupo de
pessoas como refugiados ambientais.
d) o conceito de refugiado ambiental é uma aplicação do conceito tradicional de refugiado.
e) os refugiados ambientais são pessoas forçadas a deixar seu local de habitação usual, de forma temporária
ou permanente, em razão de um desastre ambiental.

Comentários

A alternativa A está incorreta. A noção de refugiado ambiental está relacionada a desastres ambientais, não
especificamente a desastres nucleares.

A alternativa B está incorreta. Quando falamos em refugiado ambiental, não nos referimos a perseguição, e
sim à fuga de um determinado local em razão de desastres naturais.

A alternativa C está incorreta. Os desastres naturais podem ter origem humana ou natural.

A alternativa D está incorreta. Tradicionalmente, o conceito de refugiado do direito internacional está


relacionado a pessoas que fogem do seu país em razão de algum tipo de perseguição. Os refugiados
ambientais não fogem de perseguição, e sim de desastres ambientais.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Os refugiados ambientais são pessoas que fogem do
seu local de habitação usual para fugir dos efeitos de um desastre ambiental.

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LISTA DE QUESTÕES
1. (2019/FCC/DPE-SP/Defensor Público - ADAPTADA) O mais recente Constitucionalismo Latino-
Americano propõe o desafio de construir novas teorias a partir do Sul, recuperando saberes, memórias,
experiências e identidades, historicamente tornados invisíveis no processo de colonização traduzido pela
expropriação, opressão e pelo eurocentrismo na cultura jurídica. Sobre esse tema, analise a assertiva a
seguir:
Expressa esse Constitucionalismo a plurinacionalidade pela via dos direitos como faz a Constituição da
Venezuela com os "direitos do bom viver", como os direitos à água e alimentação e com os "direitos da
natureza" contemplando a Pacha Mama.

2. (2015/CESPE/Salvador-BA /Procurador do Município - ADAPTADA) Tendo em vista que a defesa do


meio ambiente, de acordo com o entendimento do STF, compreende a proteção ao meio ambiente natural,
artificial, laboral e cultural, analise a assertiva a seguir:
A Política Nacional de Biodiversidade adota a visão antropocêntrica do direito ambiental, segundo a qual a
vida animal é tutelada para assegurar a sadia qualidade de vida do ser humano.

3. (2015/CESPE/Belo Horizonte - MG/Procurador do Município - ADAPTADA) A respeito do direito


ambiental, analise a assertiva a seguir:
A proteção jurídica fundamental do meio ambiente ecologicamente equilibrado é estritamente
antropocêntrica, uma vez que se considera o bem ambiental um bem de uso comum do povo.

4. (2017/VUNESP/TJ-SP/Juiz substituto) Considere a reflexão de Michel Serres em O contrato natural:


"O retorno à natureza! O que implica acrescentar ao contrato exclusivamente social a celebração de um
contrato natural de simbiose e de reciprocidade em que a nossa relação com as coisas permitiria o domínio
e a possessão pela escuta admirativa, a reciprocidade, a contemplação e o respeito, em que o conhecimento
não suporia já a propriedade nem a ação o domínio, nem estes os seus resultados ou condições estercorárias.
Um contrato de armistício na guerra objetiva um contrato de simbiose: o simbiota admite o direito do
hospedeiro, enquanto o parasita – o nosso atual estatuto – condena à morte aquele que pilha e o habita sem
ter consciência de que, a prazo, se condena a si mesmo ao desaparecimento. O parasita agarra tudo e não
dá nada; o hospedeiro dá tudo e não agarra nada. O direito de dominação e de propriedade reduz-se ao
parasitismo. Pelo contrário, o direito de simbiose define-se pela reciprocidade: aquilo que a natureza dá ao
homem é o que este lhe deve dar a ela, tornada sujeito de direito."
Pode-se afirmar que, nessa reflexão, o autor propõe:
A) que os fundamentos filosóficos do direito ambiental devem se fundar numa ética antropocêntrica clássica,
e não numa defesa ingênua do meio ambiente, que não existe como uma esfera desvinculada das ações,
ambições e necessidades humanas.
B) a predominância do humano deve implicar uma ética utilitarista sobre a natureza, uma vez que é situado
ele em padrão mais elevado entre os seres do mundo, e ser ela essencial para satisfação de suas
necessidades.

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C) uma alteração no eixo metodológico e paradigmático do direito ambiental do antropocentrismo clássico


para um biocentrismo moderado em que a natureza, pelos valores que representa em si mesma, venha
receber proteção e, por seu próprio fundamento, missão jurídica e ética do Homem.
D) que os fundamentos éticos e filosóficos do direito ambiental devem ter em consideração a visão
humanística – razão cartesiana centrada no sujeito (ser humano) cindido do objeto (natureza) – da qual
decorre a circunstância de que a dimensão do humano deve ser a medida sob todo o mundo natural.

5. (INÉDITA - 2024) De acordo com o Acordo de Escazú, assinale a alternativa correta:


A) O Acordo reconhece o princípio da mitigação da soberania dos Estados como forma de garantir a proteção
máxima do meio ambiente a nível internacional.
B) Nos casos em que a denegação de pedido de informações tiver como fundamento a segurança nacional,
a segurança pública ou a defesa nacional, o Acordo não reconhece ao solicitante o direito de impugnar ou
de recorrer da decisão denegatória.
C) O Acordo, ao prever que os Estados Parte têm o dever de gerar, coletar e pôr à disposição do público e
difundir informações ambientais relevantes prevê modalidade de transparência reativa.
D) O Acordo prevê que os Estados Parte devem elaborar um relatório nacional sobre o meio ambiente que
deve conter ao menos as seguintes informações: informações sobre o meio ambiente e os recursos naturais,
incluídos os dados quantitativos, quando isso for possível; as ações nacionais para o cumprimento das
obrigações legais em matéria ambiental; os avanços na implementação dos direitos de acesso; e os convênios
de colaboração entre os setores público e privado e a sociedade civil. Referido relatório deve ser publicado
e difundido em intervalor regulares não superiores a 5 anos.
E) No tocante ao direito de acesso à justiça em questões ambientais, o Acordo prevê que a legitimidade ativa
para ações em defesa do meio ambiente deve ser ampla como forma de assegurar o acesso à justiça. Ainda,
devem os Estados Parte estabelecer meios de divulgação do direito de acesso à justiça e os procedimentos
para torná-lo efetivo, sendo que o autor da ação tem a responsabilidade de produzir todas as provas das
suas alegações.

6. (Questão inédita – 2022) Sobre os desafios para a proteção de refugiados ambientais no âmbito
internacional, assinale a alternativa correta:
a) os documentos internacionais que tratam da proteção dos refugiados se aplicam sem ressalvas em favor
dos refugiados ambientais.
b) a política dos países a respeito dos refugiados ambientais deve ser pautada em aspectos econômicos, a
fim de evitar que esse grupo de pessoas possa causas prejuízos financeiros.
c) o foco dos países para a resolução do problema dos refugiados ambientais deve ser voltado à situação
doméstica, e não à internacional, já que cada país conhece melhor os seus próprios desafios.
d) a criação de novos mecanismos institucionais a nível internacional é um passo essencial para prevenir,
antecipar, financiar e organizar os movimentos populacionais necessários em razão de desastres ambientais.
e) a solução do problema relativo aos refugiados ambientais deve ser buscada através de uma perspectiva
estritamente ambiental, buscando a solução de desastres naturais.
7. (Questão inédita – 2022) A respeito do conceito de refugiado ambiental, assinale a alternativa
correta:

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a) a noção de refugiado ambiental está vinculada estritamente a desastres nucleares.


b) o refugiado ambiental é a pessoa que busca uma melhor situação de vida em outro país em razão de
perseguição política decorrente da adoção de postura favorável à proteção do meio ambiente em âmbito
internacional.
c) apenas desastres ambientais de origem humana justificam a consideração de um determinado grupo de
pessoas como refugiados ambientais.
d) o conceito de refugiado ambiental é uma aplicação do conceito tradicional de refugiado.
e) os refugiados ambientais são pessoas forçadas a deixar seu local de habitação usual, de forma temporária
ou permanente, em razão de um desastre ambiental.

GABARITO
1. INCORRETA
2. INCORRETA
3. INCORRETA
4. C
5. D
6. D
7. E

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Autor:
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Equipe André Rocha, Ricardo
Torques

18 de Janeiro de 2024
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Índice
1) Considerações Iniciais
..............................................................................................................................................................................................3

..............................................................................................................................................................................................
2) Conceito de Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade 4

3)
..............................................................................................................................................................................................
Conceitos de Poluição, Aspecto e Impacto Ambiental 9

..............................................................................................................................................................................................
4) Questões Comentadas - Conceito de Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade - Multibancas 16

..............................................................................................................................................................................................
5) Lista de Questões - Conceito de Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade - Multibancas 35

6) Conceitos Iniciais de Clima e Meteorologia 47


..............................................................................................................................................................................................

..............................................................................................................................................................................................
7) Aquecimento Global 50

..............................................................................................................................................................................................
8) Outros Eventos Climáticos 70

9) Questões Comentadas - Aquecimento Global - Multibancas 75


..............................................................................................................................................................................................

..............................................................................................................................................................................................
10) Questões Comentadas - Outros Eventos Climáticos - Multibancas 89

11) Lista de Questões - Aquecimento Global - Multibancas 95


..............................................................................................................................................................................................

..............................................................................................................................................................................................
12) Lista de Questões - Outros Eventos Climáticos - Multibancas 104

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá, Estrategista!

Professor André Rocha passando para dar alguns breves recados em mais uma aula que iniciamos.

Minha ideia é sempre trazer um conteúdo objetivo e direcionado, sem, contudo, deixar de aprofundar
no nível necessário exigido em prova.

Mais do que tornar você um especialista no assunto, meu objetivo é fazer você assinalar a alternativa
correta em cada questão, aumentando as chances de aprovação. Isso muitas vezes passa não pelo
esgotamento do assunto em si, mas pelo foco naquilo que realmente importa e pela identificação de
assertivas/alternativas incorretas.

Nesse sentido, a resolução das questões do livro digital (PDF) é essencial porque também contém
parte da teoria atrelada. Ademais, lembre-se que temos também as videoaulas de apoio, mas o estudo pelo
livro digital é sempre mais ativo e completo!

Dito isso, já podemos partir para o que interessa: MUITO FOCO a partir de agora!

Um forte abraço e uma ótima aula!

Prof. André Rocha

Instagram: @profandrerocha

E-mail: andrerochaprof@gmail.com

Telegram: t.me/meioambienteparaconcursos

Canal do Youtube: Eu Aprovado

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SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Desenvolvimento Sustentável

Todas as necessidades humanas interferem no meio ambiente, direta ou indiretamente. Nas últimas
décadas, essa relação se intensificou ainda mais em virtude do modo de vida da sociedade, da maximização
dos processos produtivos, do aumento populacional, entre outros fatores.

Assim, equacionar os impactos ambientais com o desenvolvimento tem sido um dos maiores desafios
da humanidade e, em muitos aspectos, pode-se afirmar que a sociedade não tem sido muito exitosa nessa
tarefa.

Na década de 1970, um novo termo começou a aparecer no debate econômico-ambiental: o


ecodesenvolvimento. Sobretudo após a Conferência de Estocolmo de 1972, que foi um marco no debate
quanto aos limites do crescimento econômico, esse termo foi cada vez mais difundido, reforçando a ideia de
um desenvolvimento que se preocupa com as questões ambientais.

O termo “ecodesenvolvimento” foi proposto inicialmente por Mauricie Strong, que


presidiu a Conferência de Estocolmo de 1972 e, em seguida, ampliado pelo importante
economista Ignacy Sachs.

Com o passar do tempo, o conceito de ecodesenvolvimento foi sendo aprimorado e deu origem ao que
se conhece por “desenvolvimento sustentável”, termo notabilizado pela primeira vez no Relatório
Brundtland, publicado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nesse
documento, também conhecido por "Nosso Futuro Comum", o desenvolvimento sustentável é definido
como o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades.

O nome Brundtland deriva do fato de que, na década de 1980, a primeira-ministra da Noruega, Gro
Harlem Brundtland, chefiou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Organização
das Nações Unidas (ONU).

No início da década seguinte, em 1992, o conceito de desenvolvimento sustentável foi difundido ainda
mais com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD),
também conhecida por Eco-92 ou Rio 92.

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Embora “ecodesenvolvimento” e “desenvolvimento sustentável” sejam termos


relacionados, para fins de prova devemos considerá-los como conceitos distintos.
Inclusive, já vi bancas tentando confundir um com o outro!

• Mencionado inicialmente pelo


DESENVOLVIMENTO Relatório Brundtland (1987)
SUSTENTÁVEL
• Difundido amplamente na Rio-92

Desenvolvimento que
procura satisfazer as
necessidades da geração
atual, sem comprometer a
capacidade das gerações
futuras de satisfazerem as
suas próprias necessidades

Por fim, para atingir esse desenvolvimento sustentável, há que se equilibrar o que se conhece por tripé
da sustentabilidade, que preconiza que o desenvolvimento deve ser ecologicamente equilibrado,
socialmente justo e economicamente viável. Destaque-se que esses três pilares foram oficialmente
reconhecidos pela ONU durante a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável realizada em
Joanesburgo, África do Sul, em 2002.

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Socialmente justo

Ecologicamente Economicamente
equilibrado viável
==2537cb==

SUSTENTABILIDADE

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Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Em setembro de 2015, mais de 150 líderes mundiais reuniram-se na sede da Organização das Nações
Unidas (ONU), em Nova Iorque, para adotar uma nova agenda de desenvolvimento sustentável sobre o
legado dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio adotados no ano de 2000.

Essa agenda é composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas
integrados e indivisíveis, que devem ser implementados pelos países num horizonte de 15 anos, isto é, até
2030. Por esse motivo, ela é chamada Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável ou Agenda 2030.

Segundo o próprio documento, a Agenda é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a
prosperidade que busca fortalecer a paz universal com mais liberdade. Assim, todos os países e todas as
partes interessadas, atuando em parceria colaborativa, devem implementar o plano de modo a libertar a
raça humana da tirania da pobreza e da penúria e a curar e proteger o nosso planeta.

Os países se comprometeram a tomar as medidas ousadas e transformadoras que são urgentemente


necessárias para direcionar o mundo para um caminho sustentável e resiliente, buscando concretizar os
direitos humanos de todos e alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas,
equilibrando as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental.

A seguir, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são listados para que você saiba melhor do
que estamos falando.

OBJETIVO 1: erradicação da pobreza


• Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares

OBJETIVO 2: fome zero e agricultura sustentável


• Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e
promover a agricultura sustentável

OBJETIVO 3: saúde e bem-estar


• Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as
idades

OBJETIVO 4: educação de qualidade


• Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos

OBJETIVO 5: igualdade de gênero


• Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas

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OBJETIVO 6: água potável e saneamento


• Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para
todos

OBJETIVO 7: energia limpa e acessível


• Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia
para todos

OBJETIVO 8: trabalho decente e crescimento econômico


• Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego
pleno e produtivo e trabalho decente para todos

OBJETIVO 9: indústria, inovação e infraestrutura


• Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e
sustentável e fomentar a inovação

OBJETIVO 10: redução das desigualdades


• Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles

OBJETIVO 11: cidades e comunidades sustentáveis


• Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e
sustentáveis

OBJETIVO 12: consumo e produção responsáveis


• Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis

OBJETIVO 13: ação contra mudança global do clima


• Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos

OBJETIVO 14: vida na água


• Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos
para o desenvolvimento sustentável

OBJETIVO 15: vida terrestre


• Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres,
gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter
a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade

OBJETIVO 16: paz, justiça e instituições eficazes


• Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável,
proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes,
responsáveis e inclusivas em todos os níveis

OBJETIVO 17: parcerias e meios de implementação


• Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o
desenvolvimento sustentável

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CONCEITOS DE POLUIÇÃO, ASPECTO E IMPACTO


AMBIENTAL
Primeiramente, é interessante que saibamos a definição de impacto ambiental, trazida pelo art. 1º da
Resolução Conama nº 1/86:

Art. 1º Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração
das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II - as atividades sociais e econômicas;

III - a biota;

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos ambientais.

Note que, de acordo com a definição da Res. Conama nº 1/86, o conceito de impacto ambiental está
estritamente relacionado ao de atividades humanas, não contemplando, a princípio, atividades que sejam
resultado de fenômenos meramente naturais.

Não obstante, certos autores defendem que atualmente não há fenômenos puramente naturais, pois
todo o comportamento da natureza estaria influenciado pelas modificações antrópicas produzidas ao longo
da história humana.

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IMPACTO AMBIENTAL

Qualquer alteração das propriedades físicas,


químicas e biológicas do meio ambiente, causada
por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetam:

a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


as atividades sociais e econômicas; a biota; as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
a qualidade dos recursos ambientais.

Já a poluição ambiental é definida pela Lei nº 6.938/81, que institui a Política Nacional do Meio
Ambiente (PNMA), em seu art. 3º:

Art. 3º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

(...)

III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou


indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

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Lembre-se que a mesma norma define degradação da qualidade ambiental como a alteração adversa
das características do meio ambiente. Ou seja, a poluição é uma alteração adversa das características do
meio ambiente que traga as consequências supramencionadas!

Perceba que o conceito de poluição está muito relacionado à ideia de impacto ambiental, mas há duas
particularidades bastante importantes que os distinguem.

Volte na definição de impacto ambiental e perceba que em nenhum momento menciona-se que o
impacto ambiental deve ser algo prejudicial. Por isso alguns autores entendem que há impactos ambientais
positivos, que melhoram a qualidade do meio ambiente, por exemplo. Se eu refloresto uma área desmatada,
em tese estou impactando o meio ambiente positivamente, não é mesmo?

Isso não ocorre com o conceito de poluição ambiental, que sempre possui um caráter negativo, de
degradação da qualidade ambiental. Além disso, é possível que um pequeno impacto supostamente negativo
não seja considerado poluição. Veja: o despejo de uma ínfima quantidade de esgoto doméstico no Rio
Tapajós, que em certos trechos possui mais de 30 km de uma margem a outra, dificilmente afetará a biota
fluvial negativamente, diante da rápida diluição desses dejetos. Assim, esse fato é um impacto ambiental
(que não pode se considerar negativo nem positivo), mas não é considerado poluição.

Outra diferença entre impacto e poluição ambiental é que esta é mais precisa ao ser definida como o
lançamento de matéria ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. Ou seja, quando
se fala em lançamento de poluentes em níveis superiores ao permitido pela legislação ou pelas Resoluções
Conama, estamos falando especificamente de poluição, embora também possa se considerar tais
ocorrências como impactos ambientais.

POLUIÇÃO AMBIENTAL

Degradação da qualidade ambiental resultante de


atividades que direta ou indiretamente:

prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da


população; criem condições adversas às atividades
sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a
biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do
meio ambiente; lancem matérias ou energia em
desacordo com os padrões ambientais estabelecidos

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Ainda sobre poluição, cabe destacar que uma das maiores dificuldades do seu controle ambiental é
combater a chamada poluição difusa. Trata-se de um tipo de poluição que não possui uma fonte única ou
facilmente localizável de contaminação. Exemplifique-se:

Se uma indústria despeja seus efluentes não tratados em um rio, esse problema pode ser
facilmente constatado durante uma fiscalização ambiental. Trata-se de uma carga pontual
de poluição.

Agora, imagine uma grande área agrícola na qual são utilizados agroquímicos, como
fertilizantes e agrotóxicos, em excesso. A poluição causada por tais produtos decorrerá do
escoamento superficial provocado pelas chuvas e pela percolação no solo das águas que
nele infiltrarem, atingindo reservatórios d'água superficiais e subterrâneos.

Nesse caso, é muito difícil apontar uma ou outra fonte de contaminação dessas águas, pois
os contaminantes podem ter percorrido inúmeros caminhos no solo e na superfície até
atingi-las.

Este é um típico caso de poluição difusa, que também ocorre muito nos ambientes
urbanos, em razão da diversidade de fontes poluidoras presentes. Neste caso, ocorrem
muitos lançamentos simultâneos e oriundos de diversas possíveis fontes.

(CESGRANRIO/TRANSPETRO - 2011) Uma das características de uma carga difusa de introdução de


poluentes no meio aquático se dá por
a) fazer lançamentos individualizados.
b) possuir um fácil controle em relação à carga pontual.
c) ter seu lançamento efetuado em pontos não específicos.
d) ser do tipo esgoto sanitário.
e) ser do tipo efluentes industriais.
Comentários:

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A alternativa A está errada, visto que a poluição difusa ocorre por lançamentos simultâneos e de diversas
possíveis fontes.
A alternativa B está errada, porque o lançamento pontual é mais fácil de ser observado e controlado do que
o lançamento difuso.
A alternativa C está correta e é o nosso gabarito. De fato, não é possível mapear os pontos específicos de
lançamento da poluição difusa.
A alternativa D está errada, porque o lançamento de esgoto sanitário é facilmente observável por ser uma
carga pontual.
A alternativa E está errada, pelo mesmo motivo da alternativa anterior: o lançamento de efluentes
industriais é facilmente observável por ser uma carga pontual. Lembre-se do exemplo mencionado há pouco.

Ainda dentro deste contexto de alteração no ambiente, interessa-nos as definições de impacto


ambiental e aspecto ambiental trazidas pela norma ABNT NBR ISO 14.001/15, que dispõe sobre os sistemas
==2537cb==

de gestão ambiental, estabelecendo requisitos com orientações para uso.

Segundo a referida norma:

 Aspecto ambiental é o elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização, que
interage ou pode interagir com o meio ambiente; e

 Impacto ambiental é a modificação no meio ambiente, tanto adversa como benéfica, total ou
parcialmente resultante dos aspectos ambientais de uma organização.

Desse modo, portanto, aspecto ambiental pode ser entendido como o mecanismo através do qual uma
ação humana causa um impacto ambiental1.

Vamos exemplificar para que você entenda como a diferenciação entre aspecto e impacto ambiental
ocorre na prática.

A atividade de construção de uma rodovia gera um aspecto ambiental de desmatamento da floresta


por onde a rodovia irá passar, que gera impactos ambientais na fauna e flora existentes naquela floresta,
como a perda de habitat e a diminuição da diversidade de espécies.

No esquema abaixo, você encontra alguns exemplos de atividades e seus respectivos aspectos e
impactos ambientais. Em seguida, é trazida uma questão de fixação para consolidar o entendimento.

1
SANCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de textos, 2008, p. 33.

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Atividade Aspecto
Impacto ambiental
humana ambiental

Utilização da
Extração de Contaminação
água do rio
minérios hídrica
para lavagem

Armazenamento
Contaminação de
de produtos Vazamento
água e solo
químicos

Perda de habitat e
Construção de
Desmatamento da diversidade de
uma rodovia
fauna e flora

(CESGRANRIO/TRANSPETRO - 2011) A NBR ISO 14001/2004, em seu capítulo de termos e definições,


estabelece o que é aspecto ambiental, diferindo-o de impacto ambiental. Segundo essa Norma, na etapa
de Planejamento devem ser identificados os aspectos ambientais de suas atividades, produtos e serviços.
Um exemplo de aspecto ambiental é
a) alteração da qualidade do solo no entorno da uma refinaria.
b) derramamento acidental de um oleoduto que transporta de óleo cru.
c) contaminação do corpo d'água na área de influência de uma plataforma de petróleo.
d) escassez de água, em função de um excesso de usuários, na bacia hidrográfica de uma termelétrica.
e) variação da qualidade do ar de uma bacia em função da instalação de uma destilaria de petróleo
Comentários:
A alternativa A está errada, pois a alteração da qualidade do solo decorrente da ação de refinaria é um
impacto ambiental, uma vez que modifica o meio ambiente, impactando a fauna e flora locais.

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A alternativa B está correta e é o nosso gabarito, visto que o mero derramamento acidental de um oleoduto
que transporta óleo cru não configura um impacto ambiental, mas sim um aspecto ambiental que pode levar
a diversos impactos, tais como a contaminação da fauna aquática. Se a alternativa tivesse mencionado a
contaminação decorrente do derramamento, aí sim teríamos um impacto ambiental.
A alternativa C está errada, porque a contaminação de um corpo d'água pode ser considerada um impacto
ambiental e não um aspecto ambiental.
A alternativa D está errada, uma vez que a citada escassez de água também corresponde a um impacto
ambiental.
A alternativa E está errada, porquanto a variação da qualidade do ar de uma bacia em função da instalação
de uma destilaria de petróleo corresponde a um impacto ambiental, pois já houve a modificação do meio
ambiente.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
(CONSULPLAN/CÂMARA DE JUIZ DE FORA-MG - 2018) Em termos gerais, impacto ambiental é qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, sejam elas positivas ou
negativas, causadas por atividades humanas. Marque a alternativa que indica uma causa de impacto
ambiental.
a) Tsunami na Indonésia.
b) Terremoto no Paquistão.
c) Furacão Katrina no sul dos EUA.
d) Rompimento da barragem de Fundão no Brasil.
Comentários
Lembre-se que, de acordo com a definição da Res. Conama nº 1/86, o conceito de impacto ambiental está
estritamente relacionado ao de atividades humanas, não contemplando, a princípio, atividades que sejam
resultado de fenômenos meramente naturais.
Desse modo, as três primeiras alternativas estão erradas, sendo a alternativa D o nosso gabarito, pois é a
única que deriva de atividade antrópica.

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QUESTÕES COMENTADAS – SUSTENTABILIDADE E


DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - MULTIBANCAS

1. (FAURGS/SES-RS - 2022) Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são conhecidos como


um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir
que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Ao total são 17
objetivos interconectados que abordam os principais desafios de desenvolvimento enfrentados por
pessoas no Brasil e no mundo. Assinale a alternativa que NÃO apresenta elementos da lista dos ODS
para os quais as Nações Unidas estão contribuindo, a fim de que se possa atingir a chamada Agenda
2030 no Brasil.
a) Cultura e arte originais.
b) Cidades e comunidades sustentáveis.
c) Indústria, inovação e infraestrutura.
d) Energia limpa e acessível.
e) Água potável e saneamento.
Comentários

A alternativa A está errada e é o nosso gabarito. Não há previsão de um ODS específico para tratar
sobre cultura e arte.

A alternativa B está correta, porque trata sobre o ODS 11: tornar as cidades e os assentamentos
humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

A alternativa C está correta. Trata sobre o ODS 9: construir infraestruturas resilientes, promover a
industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.

A alternativa D está correta. Trata sobre o ODS 7: assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno
e a preço acessível à energia para todos.

A alternativa E está correta. Trata sobre o ODS 6: assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da
água e saneamento para todos.

2. (IADES/CAU-SE - 2022) A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o


desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade
de atender às necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos
para o futuro.

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Disponível em:<www.wwf.org.br>. Acesso em: 26 nov. 2021, com adaptações.


O desenvolvimento sustentável é um conceito que representou uma nova forma de
desenvolvimento econômico e de uso dos recursos naturais. Com base nessa premissa, assinale a
alternativa que indica um tipo de atividade/uso do território, preconizado pelo desenvolvimento
sustentável.
a) Produção de energia termoelétrica, a partir da queima de carvão mineral.
b) Utilização de combustíveis fósseis para transporte coletivo e individual.
c) Geração de energia nuclear.
d) Produção de commodities agrícolas e minerais.
e) Reciclagem de materiais.

Comentários

É o tipo da questão que exige aquela dose de “bom senso” por parte do candidato.

Entre as opções apresentadas, é claro que a reciclagem de materiais é aquela mais próxima de uma
atividade “preconizada” pelo desenvolvimento sustentável.

Portanto, a alternativa E está correta e é o nosso gabarito.

Particularmente, tenho ressalvas quanto à alternativa C, uma vez que a energia nuclear é considerada
uma energia “limpa” e muito eficiente (desde que realizada corretamente e os rejeitos gerados sejam bem
armazenados). A problemática relacionada à energia nuclear tem mais a ver com as possibilidades de
acidentes, vazamento e utilização da tecnologia para fabricação de armas nucleares.

3. (FGV/IMBEL - 2021) Leia o trecho a seguir. O desenvolvimento _______ defende o atendimento das
necessidades atuais da humanidade utilizando os ________ naturais sem o comprometimento das
_______ futuras. Assinale a opção que apresenta os termos que completam corretamente as lacunas
do trecho acima.
a) ambiental – recursos – espécies
b) sustentável – recursos – gerações
c) ecológico – ambientes – condições
d) econômico – ambientes – espécies
e) com preservação – elementos – gerações

Comentários

A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as


necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras
gerações.

Desse modo, a frase corretamente preenchida é:

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O desenvolvimento sustentável defende o atendimento das necessidades atuais da humanidade


utilizando os recursos naturais sem o comprometimento das gerações futuras.

Portanto, a alternativa B está correta e é o nosso gabarito.

4. (CETREDE/IMAMN - 2021) Sobre desenvolvimento sustentável, leia atentamente as afirmações a


seguir e marque (V) para as afirmativas VERDADEIRAS e (F) para as FALSAS.
( ) Tem como objetivo conciliar o desenvolvimento político às qualidades ambientais e de vida.
( ) Sustentabilidade é a relação harmônica entre sistemas de governos e sistemas ecológicos, sendo
ambos dinâmicos.
( ) O desenvolvimento sustentável propõe a racionalização do uso dos recursos naturais.
( ) A dificuldade de implantação do desenvolvimento sustentável está diretamente ligada aos
interesses políticos e econômicos.
Marque a alternativa que indica a sequência CORRETA.
a) V – V – V – F.
b) F – F – V – V.
c) F – V – F – V.
d) V – F – V – F.
e) F – V – V – F.

Comentários

A primeira assertiva está errada. O desenvolvimento sustentável tem como objetivo conciliar
desenvolvimento econômico e proteção ambiental, não “desenvolvimento político e qualidades ambientais
e de vida”.

A segunda assertiva está errada. Sustentabilidade é um conceito relacionado ao equilíbrio entre os


aspectos ambientais, econômicos e sociais.

A terceira assertiva está correta. A racionalização do uso dos recursos naturais é o seu uso de forma
racional, consciente. Isso é previsto, inclusive, como princípio da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº
6.938/81, art. 2º, II).

A quarta assertiva está correta. Sem interesse político, não há ações voltadas para a sustentabilidade
por parte dos governos. Além disso, por definição, o desenvolvimento sustentável tem de equilibrar o
aspecto econômico junto aos aspectos ambientais e sociais, sendo evidente que os interesses econômicos
podem se sobrepujar aos demais e dificultar ações mais sustentáveis.

Portanto, a sequência correta é F-F-V-V, sendo a alternativa B o nosso gabarito.

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5. (PEFOCE/IDECAN - 2021) A Agenda 2030 é um plano de ação global que engloba 17 objetivos de
desenvolvimento sustentável. Parte deles está listada nas alternativas a seguir, À EXCEÇÃO DE UMA.
Assinale-a.
a) igualdade de gênero
b) parcerias e meios de concessão
c) vida terrestre
d) vida na água
e) saúde e bem-estar

Comentários

A alternativa B está errada e é o nosso gabarito. Na verdade, o ODS 17 trata sobre Fortalecer os meios
de implementação (não meios de concessão).

As alternativas A, C, D e E estão corretas, porque trazem os ODS 5, 15, 14 e 3, respectivamente.

6. (CETREDE/PREFEITURA DE FRECHEIRINHA-CE - 2021) Sobre a origem e evolução do conceito de


sustentabilidade, leia as alternativas abaixo e assinale a INCORRETA.
a) A expressão desenvolvimento sustentável passou a substituir o termo ecodesenvolvimento.
b) O uso da expressão desenvolvimento sustentável se dá a partir do lançamento do documento Nosso
Futuro Comum.
c) A abrangência do termo desenvolvimento sustentável abordado no Relatório de Brundtland é
limitada, restringindo-se às questões meramente econômicas.
d) É no encontro de Estocolmo (1972) que surge o conceito de desenvolvimento zero abrangendo
países, inclusive o Brasil, que estavam no estágio inicial de desenvolvimento industrial.
e) A Conferência Eco 92, realizada no Rio de Janeiro, resultou na criação da Agenda 21, em que cada
país se comprometia em solucionar problemas socioambientais, sem comprometer o desenvolvimento
sustentável.

Comentários

Na década de 1970, um novo termo começou a aparecer no debate econômico-ambiental: o


ecodesenvolvimento. Sobretudo após a Conferência de Estocolmo de 1972, que foi um marco no debate
quanto aos limites do crescimento econômico, esse termo foi cada vez mais difundido, reforçando a ideia de
um desenvolvimento que se preocupa com as questões ambientais.

Com o passar do tempo, o conceito de ecodesenvolvimento foi sendo aprimorado e deu origem ao que
se conhece por “desenvolvimento sustentável”, termo notabilizado pela primeira vez no Relatório
Brundtland, publicado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nesse
documento, também conhecido por "Nosso Futuro Comum", o desenvolvimento sustentável é definido
como o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades.

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Por fim, para atingir esse desenvolvimento sustentável, há que se equilibrar o que se conhece por tripé
da sustentabilidade, que preconiza que o desenvolvimento deve ser ecologicamente equilibrado,
socialmente justo e economicamente viável.

Desse modo, não há que falar que “a abrangência do termo desenvolvimento sustentável abordado
no Relatório de Brundtland é limitada, restringindo-se às questões meramente econômicas”.

Sendo assim, a alternativa C está errada e é o nosso gabarito.

7. (IDCAP/PREFEITURA DE SANTA LEOPOLDINA-ES - 2021) A temática do meio ambiente tem ganhado


cada vez mais evidência em todos os setores da sociedade, falando-se muito em desenvolvimento
sustentável e responsabilidade socioambiental. Apesar de não serem sinônimos estes dois conceitos
estão estreitamente ligados, pois a responsabilidade socioambiental tem foco na obrigação de ser
estabelecer normas e posturas que gerem o desenvolvimento sustentável, principalmente no que
diz respeito a empresas e organizações. Mas, o que é desenvolvimento sustentável?
a) É quando um segmento da sociedade explora o meio ambiente para garantir seu sustento.
b) É quando o governo investe em empresas privadas para que elas se desenvolvam cumprindo as
normas ambientais, sem comprometer a sua sustentação financeira.
c) É quando um segmento empresarial explora o meio ambiente para garantir seu desenvolvimento.
d) É um meio de subsistência gerador de recursos naturais que serão armazenados para as gerações
futuras.
e) É uma forma de suprir as necessidades atuais, sem que para isso o meio ambiente seja degradado a
ponto de comprometer os suprimentos das gerações futuras.

Comentários

Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual,


sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações.

Portanto, a alternativa E está correta e é o nosso gabarito.

8. (PREFEITURA DE SEARA-SC - 2021) Em artigo recente Luciana Sarmento, doutora em Tecnologia


Ambiental e Recursos Hídricos pela UnB (Universidade de Brasília) discorre sobre a Gestão integrada
de recursos hídricos nos países amazônicos e os ODS e, salienta que planejamento para alcançar as
metas até 2030 é essencial. “Os — ODS — foram adotados pelos Estados-Membros das Nações
Unidas em 2015 como uma agenda universal de ações a serem realizadas até o ano de 2030 com o
objetivo de erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que todas as pessoas desfrutem de paz
e de prosperidade”, ratifica a pesquisadora.
(Adaptado de: https://areferencia.com/sem-categoria/artigo-a-gestao-integrada-de-recursos-
hidricos-nos-paises-amazonicos-e-os-ods/ Acesso em 14 jan 2021.)
A sigla ODS significa:
a) Objetivos de Defesa Sazonal
b) Objetivos Sustentáveis de Defesa Ambiental

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c) Objetivos da Disseminação da Sustentabilidade


d) Ordem de Desenvolvimento Social
e) Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Comentários

Questão tranquila! ODS são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável!

Em setembro de 2015, mais de 150 líderes mundiais reuniram-se na sede da Organização das Nações
Unidas (ONU), em Nova Iorque, para adotar uma nova agenda de desenvolvimento sustentável sobre o
legado dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio adotados no ano de 2000.

Essa agenda é composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas
integrados e indivisíveis, que devem ser implementados pelos países num horizonte de 15 anos, isto é, até
2030. Por esse motivo, ela é chamada Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável ou Agenda 2030.

Portanto, a alternativa E está correta e é o nosso gabarito.

9. (IESES/PREFEITURA DE PALHOÇA-SC - 2021) Sustentabilidade é a capacidade de sustentação ou


conservação de um processo ou sistema. No que diz respeito ao assunto “Sustentabilidade” analise
as questões abaixo e identifique a sequência correta:
I. O conceito de sustentabilidade aborda a maneira como se deve agir em relação à natureza.
II. O desenvolvimento sustentável tem como objetivo a preservação do planeta e atendimento das
necessidades empresariais.
III. Um recurso natural explorado de modo sustentável durará para sempre e com condições de
também ser explorado por gerações futuras.
IV. Como exemplo de sustentabilidade temos: economia de água, garantia de alimentação em longo
prazo e controle da urbanização e integração entre campo e cidades maiores.
A sequência correta é:
a) As assertivas II e III estão corretas.
b) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
c) Apenas a assertiva I está correta.
d) As assertivas I e III estão corretas.

Comentários

O item II está errado. O desenvolvimento sustentável não tem como objetivo o “atendimento das
necessidades empresariais”.

O item IV está errado. “Integração entre campo e cidades maiores” não seria um bom exemplo de
práticas sustentáveis, não é mesmo? Quanto maior as cidades, maiores as pressões no ambiente natural.

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Os demais itens fazem sentido com a ideia de desenvolvimento sustentável vista em aula.

Portanto, estão corretas somente as assertivas I e III, sendo a alternativa D o nosso gabarito.

10. (OMNI/CONDERG-SP - 2021) A Agenda 2030 é um plano de ação de âmbito global, com objetivos
voltados para a prática do desenvolvimento sustentável. Entre os principais pontos definidos nesta
agenda NÃO consta:
a) Indústria, inovação e infraestrutura.
b) Ação contra a mudança global do clima.
c) Água potável e saneamento.
d) Capitalismo acima de tudo.

Comentários

Pessoal, é claro que “capitalismo acima de tudo” não é um ODS!

Vamos relembrar quais são os 17 objetivos da Agenda 2030:

1 - Erradicação da pobreza;

2 - Fome zero e agricultura sustentável;

3 - Saúde e bem-estar;

4 - Educação de qualidade;

5 - Igualdade de gênero;

6 - Água limpa e saneamento;

7 - Energia limpa e acessível;

8 - Trabalho decente e crescimento econômico;

9 – Industria, inovação e infraestrutura;

10 - Redução das desigualdades;

11 - Cidades e comunidades sustentáveis;

12 - Consumo e produção responsáveis;

13 - Ação contra a mudança global do clima;

14 - Vida na água;

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15 - Vida terrestre;

16 - Paz, justiça e instituições eficazes;

17 - Parcerias e meios de implementação

Gabarito: alternativa D.

11. (QUADRIX/CREFONO-4ª REGIÃO - 2021) Tudo indica que o que foi dito em relação ao século XX –
“uma era dos extremos” – também se aplica às duas primeiras décadas do século XXI. As mudanças
se processam com extrema rapidez e convivem com um extraordinário avanço científico e com
exemplos dramáticos de intolerância, desigualdade e fanatismo. Relativamente ao cenário mundial
da atualidade, julgue o item.
Nos dias de hoje, o conceito de desenvolvimento sustentável pressupõe a manutenção intacta da
natureza, o que equivale a cessar radicalmente o processo de exploração dos recursos naturais.

Comentários

Não é essa a ideia de desenvolvimento sustentável! Pelo contrário, ele prevê o equilíbrio entre a
preservação e o desenvolvimento econômico.

Questão errada.

12. (CEBRASPE/SEDUC-AL - 2021) No que se refere a questões ambientais e a política ambiental, julgue
o item a seguir.
O conceito de sustentabilidade, apesar de ser vinculado à criação de ações de preservação ambiental
com vistas ao não comprometimento da vida ecológica do nosso planeta, não se relaciona com os
temas e as estratégias referentes a política ambiental nem com a noção de desenvolvimento
econômico.

Comentários

É claro que a ideia de sustentabilidade se relaciona com os temas referentes à política ambiental e
também com a noção de desenvolvimento econômico, que deve ser harmonizado com a proteção ambiental.

Questão errada.

13. (INSTITUTO CONSULPLAN/PREFEITURA DE COLÔMBIA-SP - 2021) A sustentabilidade é formada por


um conjunto de ideias, estratégias e demais atitudes ecologicamente corretas, economicamente
viáveis, socialmente justas e culturalmente diversas. Para se desenvolver de forma sustentável, é
necessário atuar de forma que os três pilares da sustentabilidade coexistam e interajam entre si de
forma plenamente harmoniosa. São considerados pilares da sustentabilidade, EXCETO:
a) Social.
b) Político.

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c) Ambiental.
d) Econômico.

Comentários

Para atingir o desenvolvimento sustentável, há que se equilibrar o que se conhece por tripé da
sustentabilidade, que preconiza que o desenvolvimento deve ser ecologicamente equilibrado, socialmente
justo e economicamente viável.

Socialmente justo

Ecologicamente Economicamente
equilibrado viável

SUSTENTABILIDADE

Portanto, a alternativa B está errada e é o nosso gabarito.

14. (QUADRIX/CRP-MG - 2021) A partir de 1972, quando ocorreu a primeira grande conferência mundial
voltada para a questão ambiental, cresce a consciência universal acerca da impraticabilidade do
“progresso a qualquer preço”. As mudanças climáticas atestam a imperiosa necessidade de adoção
de práticas econômicas que levem em conta a necessidade de se preservar as condições de vida no
planeta, para esta e para as futuras gerações. Um conceito que bem define essa nova concepção de
desenvolvimento é
a) desmatamento.
b) lucratividade.
c) especulação.
d) sustentabilidade.
e) solidariedade.

Comentários

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Em 1972, o conceito de desenvolvimento sustentável ainda não tinha sido oficialmente concebido. O
termo mais utilizado era “ecodesenvolvimento”. Contudo, esse termo nem veio descrito nas alternativas.

Claramente, a alternativa que traz essa ideia é a alternativa D, nosso gabarito.

15. (FGV/TJ-SC - 2021) Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Organização


das Nações Unidas (ONU) integram uma agenda de metas que devem ser alcançadas até o ano de
2030, com o fim de atingir os três pilares de desenvolvimento do planeta: o econômico, o social e o
ambiental.
Os objetivos e metas diretamente associados à sustentabilidade econômica são:
a) acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e a melhoria da alimentação;
b) combater a mudança do clima, os seus impactos e recuperar os ecossistemas terrestres;
c) assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades;
d) construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e fomentar a inovação;
e) promover a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

Comentários

A banca trouxe diversos ODS nas alternativas, mas pediu especificamente os ODS mais relacionados à
sustentabilidade econômica.

Desse modo, demos o ODS 9 (indústria, infraestrutura e inovação) como o mais aplicável, sendo a
alternativa D o nosso gabarito.

16. (FAUEL/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS-PR - 2021) Em relação ao conceito de


desenvolvimento sustentável, identifique a afirmação INCORRETA.
a) O conceito parte do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos.
b) Para obter sucesso, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento.
c) A principal meta por trás do conceito é reduzir o crescimento econômico mundial.
d) O conceito busca harmonizar desenvolvimento econômico e conservação ambiental.
e) Pode ser definido como o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

Comentários

O desenvolvimento sustentável traz a ideia de harmonizar crescimento econômico, conservação


ambiental e preocupação social.

Desse modo, sua principal meta não é “reduzir o crescimento econômico mundial”, sendo a alternativa
C o nosso gabarito

17. (QUADRIX/CRBIO-6ª REGIÃO - 2021) Cada vez mais difundida, a concepção de desenvolvimento
sustentável envolve, entre outros aspectos, o(a)

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a) noção de que tudo é válido para se obter progresso.


b) visão de que os recursos naturais são finitos.
c) não compromisso com as gerações futuras.
d) incentivo ao uso do petróleo e do carvão.
e) necessária expansão do aquecimento global.

Comentários

Se a ideia de desenvolvimento sustentável é a de satisfação das necessidades da geração atual sem


comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, é evidente
que ele parte do pressuposto de que os recursos naturais são finitos.

Portanto, a alternativa B está correta e é o nosso gabarito.


18. (FAUEL/PREFEITURA DE RIO AZUL-PR - 2021) Em janeiro de 2016, entrou em vigor uma resolução da
Organização das Nações Unidas intitulada Agenda 2030, que apresenta dezessete objetivos globais
de desenvolvimento sustentável. Marque a alternativa que NÃO indica um desses objetivos.
a) Energias renováveis e acessíveis.
b) Igualdade de gênero.
c) Paz, justiça e instituições eficazes.
d) Redução da atividade econômica.

Comentários

A alternativa D está errada e é o nosso gabarito. Na verdade, os ODS não têm a intenção de reduzir a
atividade econômica, mas sim de possibilitar a harmonização entre crescimento econômico, proteção
ambiental e justiça social.

As alternativas A, B e C estão corretas porque tratam dos ODS 7, 5 e 16, respectivamente.

19. (AMEOSC/PREFEITURA DE BELMONTE-SC - 2021) "Em 2015, líderes mundiais se reuniram na sede da
Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, e desenvolveram um plano de ação que
concentra diretrizes para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que a população mundial
alcance a paz e a prosperidade. A partir disso, foi criada a Agenda 2030 com os 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS)." (https://odsbrasil.gov.br).
Entre os itens abaixo estão elencados alguns destes 17 objetivos.
I. Erradicação da pobreza.
II. Exploração pesqueira.
III. Legitimação da caça como atividade esportiva.
IV. Energia acessível e limpa.

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Após análise dos itens, marque a opção CORRETA sobre o tema.


a) Os itens I e III não correspondem a estes objetivos.
b) Os itens II e IV não correspondem a estes objetivos.
c) Os itens II e III não correspondem a estes objetivos.
d) Os itens I e II não correspondem a estes objetivos.
Comentários

A exploração pesqueira e a legitimação da caça como atividade esportiva não são Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável!

A erradicação da pobreza e a energia acessível e limpa são dois dos 17 Objetivos.

Sendo assim, a alternativa C está correta e é o nosso gabarito.

20. (FEPESE/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ -SC - 2021) Assinale a alternativa que define corretamente o
conceito de sustentabilidade.
a) Diminuição da população humana para não destruir os recursos naturais.
b) Melhoria de vida das populações que vivem em florestas.
c) Procura pelo equilíbrio entre as demandas da humanidade e a preservação dos recursos naturais.
d) Diminuição do consumo de alimentos ultraprocessados.
e) Diminuição das cidades e aumento do contato com a natureza.

Comentários

O conceito de sustentabilidade tem sua origem relacionada ao termo “desenvolvimento sustentável”,


definido como aquele que atenda às necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade
das gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades.

Assim, a alternativa C está correta e é o nosso gabarito.

21. (OBJETIVA/PREFEITURA DE HORIZONTINA-RS - 2021) O consultor britânico John Elkington foi um dos
precursores da responsabilidade social e ambiental nas grandes empresas. Academicamente, é
conhecido como o criador do termo “tripé da sustentabilidade”. (Wikipedia - adaptado.) Pode-se
dizer que o tripé da sustentabilidade busca objetivar:
I. Desenvolvimento e equilíbrio da natureza, por meio da manutenção e conservação dos
ecossistemas e da biodiversidade.
II. Desenvolvimento social, visando maior igualdade.
III. Desenvolvimento econômico atrelado às necessidades sociais e ambientais, visando não somente
o lucro, mas o bem-estar e a qualidade de vida da população. Ou seja, uma forma de economia
sustentável.

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Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente o item I.
b) Somente os itens I e II.
c) Somente os itens I e III.
d) Somente os itens II e III.
e) Todos os itens.

Comentários

Para atingir o desenvolvimento sustentável, há que se equilibrar o que se conhece por tripé da
sustentabilidade, que preconiza que o desenvolvimento deve ser ecologicamente equilibrado, socialmente
justo e economicamente viável.

Logo, as três assertivas estão corretas e a alternativa E é o nosso gabarito.

22. (FCC/DPE-RR - 2021) O princípio do desenvolvimento sustentável abrange em seu conceito os pilares
a) ambiental, econômico, geracional.
b) econômico, geracional e de sustentabilidade.
c) social, ambiental e geracional.
d) social, econômico e ambiental.
e) geracional, social e de sustentabilidade.

Comentários

A sustentabilidade é um conceito que está fortemente relacionado com três pilares: social, ambiental
e econômico.

Portanto, a alternativa D está correta é o nosso gabarito.

23. (FEPESE/DEINFRA-SC - 2019) O conceito que versa sobre o tipo de desenvolvimento que atende às
necessidades sociais do presente sem comprometer a capacidade de atendimento das necessidades
das gerações futuras é o conceito de
a) ecologia
b) meio ambiente.
c) responsabilidade ambiental.
d) desenvolvimento sustentável.

Comentários

Durante a aula, estudamos que um desenvolvimento é considerado sustentável quando procura


satisfazer as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras de

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satisfazerem suas próprias necessidades. Esse conceito foi introduzido pelo Relatório Brundtland, também
conhecido como "Nosso Futuro Comum", elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, em 1987.

Portanto, a alternativa D está correta e é o nosso gabarito, estando as demais erradas.

24. (NC-UFPR/ITAIPU BINACIONAL - 2019) Sobre o conceito de desenvolvimento sustentável, é correto


afirmar:
a) O termo surgiu a partir de estudos da CEPAL sobre as mudanças climáticas.
b) No relatório conhecido como “Nosso futuro comum”, está presente o conceito de desenvolvimento
sustentável como processo de mudança.
c) A Agenda 21 definiu três princípios básicos a serem cumpridos para o desenvolvimento sustentável:
desenvolvimento econômico, proteção ambiental e equidade social.
==2537cb==

d) O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades das gerações


futuras, cabendo à geração atual utilizar todos os recursos necessários para sua sobrevivência.
e) O desenvolvimento sustentável se refere especificamente a um problema limitado de adequações
ecológicas de um processo social.

Comentários

A alternativa A está errada, porque o termo surgiu pela primeira vez no Relatório Brundtland,
publicado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

A alternativa B está correta e é o nosso gabarito. O documento conhecido por "Nosso Futuro Comum"
ou Relatório Brundtland apregoa o desenvolvimento sustentável como aquele que procura satisfazer as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas
próprias necessidades.

A alternativa C está errada, porque não foi a Agenda 21 que oficialmente estabeleceu os pilares da
sustentabilidade, mas sim a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável realizada em
Joanesburgo, África do Sul, em 2010.

A alternativa D está errada, porque evidentemente não cabe à geração atual utilizar todos os recursos
necessários para sua sobrevivência, haja vista a ideia de sustentabilidade procurar possibilitar o uso dos
recursos nas gerações futuras.

A alternativa E está errada, porquanto além das dimensões ecológicas e sociais, o desenvolvimento
sustentável também deve ser economicamente viável, isto é, de grande complexidade.

25. (CESGRANRIO/PETROBRAS - 2018) Sobre o desenvolvimento sustentável, considere o trecho abaixo.


Esta é uma Agenda de alcance e significado sem precedentes. Ela é aceita por todos os países e é
aplicável a todos, levando em conta as diferentes realidades nacionais, as capacidades e os níveis de
desenvolvimento, respeitando as políticas e as prioridades nacionais. São objetivos e metas
universais que se aplicam ao mundo todo, tanto aos países desenvolvidos quanto aos em

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desenvolvimento. Eles são integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma equilibrada, as três


dimensões do desenvolvimento sustentável.
Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. Disponível em
<http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/Agenda2030-completo-site.pdf>. Acesso
em: 05 mar. 2018. Adaptado.
Quais são as três dimensões do desenvolvimento sustentável a que o texto faz referência?
a) Ambiental; geográfica; social
b) Ambiental; transnacional; ética
c) Diversidade; social; transnacional
d) Econômica; energética; social
e) Econômica; social; ambiental

Comentários

Os países da Agenda 2030 se comprometeram a tomar as medidas ousadas e transformadoras que são
urgentemente necessárias para direcionar o mundo para um caminho sustentável e resiliente, buscando
concretizar os direitos humanos de todos e alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres
e meninas, equilibrando as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a
ambiental.

Então, a alternativa E está correta e é o nosso gabarito.

26. (NC-UFPR/ITAIPU BINACIONAL - 2019) São objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS):


a) Erradicação da pobreza, educação de qualidade, redução das desigualdades e moradia sustentável.
b) Emprego digno e crescimento econômico, vida sobre a terra, alimentação orgânica e fome zero.
c) Energia acessível e limpa, igualdade de gênero, educação de qualidade, emprego digno e
crescimento econômico.
d) Vida debaixo d’água, combate às alterações climáticas, vida sobre a terra e transporte digno.
e) Moradia sustentável, paz, justiça, instituições fortes, fome zero e alimentação orgânica.

Comentários

Vamos relembrar quais são os 17 objetivos da Agenda 2030:

1 - Erradicação da pobreza;

2 - Fome zero e agricultura sustentável;

3 - Saúde e bem-estar;

4 - Educação de qualidade;

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5 - Igualdade de gênero;

6 - Água limpa e saneamento;

7 - Energia limpa e acessível;

8 - Trabalho decente e crescimento econômico;

9 - Inovação infraestrutura;

10 - Redução das desigualdades;

11 - Cidades e comunidades sustentáveis;

12 - Consumo e produção responsáveis;

13 - Ação contra a mudança global do clima;

14 - Vida na água;

15 - Vida terrestre;

16 - Paz, justiça e instituições eficazes;

17 - Parcerias e meios de implementação

Desse modo, tem-se que:

A alternativa A está errada, pois a moradia sustentável não é um dos objetivos de desenvolvimento
sustentável da Agenda 2030.

A alternativa B está errada, pois a alimentação orgânica também não é um dos ODS da Agenda 2030
para o Desenvolvimento Sustentável.

A alternativa C está correta e é o nosso gabarito, uma vez que apresentou adequadamente alguns dos
ODS da Agenda 2030.

A alternativa D está errada, pois não é a vida debaixo da água que é um dos ODS, mas sim a vida na
água. Ademais, o transporte digno também não é um ODS.

A alternativa E está errada, pois são moradia sustentável e alimentação orgânica também não são
objetivos de desenvolvimento sustentável.

27. (AOCP/FUNPAPA - 2018) Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a
prosperidade, que orientará os trabalhos das Nações Unidas e de seus países membros rumo ao
desenvolvimento sustentável. Ela também busca fortalecer a paz universal com mais liberdade.
Reconhece que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza
extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.

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A agenda estabeleceu 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, dentre eles estão os seguintes,


EXCETO
a) igualdade de gênero.
b) reforma agrária e tributária.
c) redução das desigualdades.
d) trabalho decente e crescimento econômico.
e) fome zero e agricultura sustentável.

Comentários

A alternativa A está correta, pois a igualdade de gênero corresponde ao objetivo 5 da Agenda 2030.

A alternativa B está errada e é o nosso gabarito, porquanto reforma agrária e tributária não são
objetivos descritos pelo documento da ONU,

A alternativa C está correta, porque a redução das desigualdades corresponde ao objetivo 10 da


Agenda 2030.

A alternativa D está correta, visto que o trabalho decente e o crescimento econômico correspondem
ao objetivo 8 da Agenda 2030.

A alternativa E está correta, considerando que fome zero e agricultura sustentável correspondem ao
objetivo 2 da Agenda 2030.

28. (FCC/TCE-SP - 2015) As datas constantes na questão reportam-se ao ano de 2015.


Em 02 de agosto, os 193 Estados-membros da ONU chegaram a um acordo sobre o rascunho do
documento final que constituirá a nova agenda de desenvolvimento sustentável (ODS), que será
formalmente adotada pelos líderes mundiais em Nova York durante a Cúpula de Desenvolvimento
Sustentável em setembro.
O documento final destaca, como um de seus principais objetivos:
a) o fim das perseguições religiosas no mundo.
b) a erradicação da pobreza no mundo.
c) o fim do terrorismo na África e no Oriente Médio.
d) a luta contra a xenofobia no mundo.
e) a expansão da justiça social em todo o mundo.

Comentários

Das alternativas apresentadas, a única que menciona corretamente um dos objetivos do


desenvolvimento sustentável é a alternativa B, o nosso gabarito.

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29. (INSTITUTO CONSULPLAN/PREFEITURA DE FORMIGA-MG - 2020) O mundo está mudando


rapidamente. De uma população em rápido crescimento, passando por mudanças climáticas a
epidemias de saúde, como o Ebola, estamos enfrentando desafios sem precedentes em escala global.
O esforço mais coordenado para enfrentar estes desafios tem sido os 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), lançados em
setembro de 2015 como “o projeto para alcançar um futuro melhor e mais sustentável para todos”.
Diante do exposto, analise as afirmativas a seguir.
I. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
II. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a
agricultura sustentável.
III. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
IV. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma
sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a
perda de biodiversidade.
V. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.
VI. Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todos.
São considerados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações
Unidas (ONU)
a) I, II, III, IV, V e VI.
b) I, II, III, IV e VI, apenas.
c) I, II, III, V e VI, apenas.
d) I, II, IV, V e VI, apenas.

Comentários

A assertiva I menciona o objetivo 1.

A assertiva II menciona o objetivo 2.

A assertiva III menciona o objetivo 5.

A assertiva IV menciona o objetivo 15.

A assertiva V menciona o objetivo 10.

A assertiva VI menciona o objetivo 4.

Desse modo, todas as assertivas correspondem aos ODS, sendo a alternativa A o nosso gabarito.

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30. (FADESP/PREFEITURA DE RURÓPOLIS-PA - 2019) Diante de um cenário de destruição dos recursos


naturais e intensificação dos problemas ambientais, não cabe mais ao ser humano alimentar um
modelo de desenvolvimento que desconsidere as dimensões sociais e ambientais.
Dessa forma, em 1987 a ONU (Organização das Nações Unidas) apresentou o conceito de
desenvolvimento sustentável, que teve como objetivo criar limites para o crescimento econômico
de maneira global, garantindo que as futuras gerações possam usufruir dos recursos naturais da
mesma maneira que a geração atual.
Em 2015 a ONU apresentou 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, também chamados de
Objetivos Globais, que devem ser alcançados até 2030.
NÃO é considerado objetivo de desenvolvimento sustentável
a) acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
b) alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
c) reintegrar indústrias através da isenção fiscal, proporcionando a geração de emprego e renda nos
países menos desenvolvidos.
d) construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar
a inovação.

Comentários

A alternativa A está correta, pois trouxe o objetivo 1 da Agenda 2030.

A alternativa B está correta, haja vista ser o objetivo 5 da Agenda 2030.

A alternativa C está errada e é o nosso gabarito, porque reintegrar indústrias através da isenção fiscal,
proporcionando a geração de emprego e renda nos países menos desenvolvidos, não é um dos objetivos
expressos no documento.

A alternativa D está correta, visto que trouxe o objetivo 9 da Agenda 2030.

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LISTA DE QUESTÕES – SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO


SUSTENTÁVEL - MULTIBANCAS

1. (FAURGS/SES-RS - 2022) Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são conhecidos


como um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e
garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Ao
total são 17 objetivos interconectados que abordam os principais desafios de desenvolvimento
enfrentados por pessoas no Brasil e no mundo. Assinale a alternativa que NÃO apresenta
elementos da lista dos ODS para os quais as Nações Unidas estão contribuindo, a fim de que se
possa atingir a chamada Agenda 2030 no Brasil.
a) Cultura e arte originais.
b) Cidades e comunidades sustentáveis.
c) Indústria, inovação e infraestrutura.
d) Energia limpa e acessível.
e) Água potável e saneamento.

2. (IADES/CAU-SE - 2022) A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o


desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a
capacidade de atender às necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não
esgota os recursos para o futuro.
Disponível em:<www.wwf.org.br>. Acesso em: 26 nov. 2021, com adaptações.
O desenvolvimento sustentável é um conceito que representou uma nova forma de
desenvolvimento econômico e de uso dos recursos naturais. Com base nessa premissa, assinale
a alternativa que indica um tipo de atividade/uso do território, preconizado pelo
desenvolvimento sustentável.
a) Produção de energia termoelétrica, a partir da queima de carvão mineral.
b) Utilização de combustíveis fósseis para transporte coletivo e individual.
c) Geração de energia nuclear.
d) Produção de commodities agrícolas e minerais.
e) Reciclagem de materiais.

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3. (FGV/IMBEL - 2021) Leia o trecho a seguir. O desenvolvimento _______ defende o atendimento


das necessidades atuais da humanidade utilizando os ________ naturais sem o
comprometimento das _______ futuras. Assinale a opção que apresenta os termos que
completam corretamente as lacunas do trecho acima.
a) ambiental – recursos – espécies
b) sustentável – recursos – gerações
c) ecológico – ambientes – condições
d) econômico – ambientes – espécies
e) com preservação – elementos – gerações

4. (CETREDE/IMAMN - 2021) Sobre desenvolvimento sustentável, leia atentamente as afirmações


a seguir e marque (V) para as afirmativas VERDADEIRAS e (F) para as FALSAS.
( ) Tem como objetivo conciliar o desenvolvimento político às qualidades ambientais e de vida.
( ) Sustentabilidade é a relação harmônica entre sistemas de governos e sistemas ecológicos,
sendo ambos dinâmicos.
( ) O desenvolvimento sustentável propõe a racionalização do uso dos recursos naturais.
( ) A dificuldade de implantação do desenvolvimento sustentável está diretamente ligada aos
interesses políticos e econômicos.
Marque a alternativa que indica a sequência CORRETA.
a) V – V – V – F.
b) F – F – V – V.
c) F – V – F – V.
d) V – F – V – F.
e) F – V – V – F.

5. (PEFOCE/IDECAN - 2021) A Agenda 2030 é um plano de ação global que engloba 17 objetivos de
desenvolvimento sustentável. Parte deles está listada nas alternativas a seguir, À EXCEÇÃO DE
UMA. Assinale-a.
a) igualdade de gênero
b) parcerias e meios de concessão
c) vida terrestre
d) vida na água
e) saúde e bem-estar

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6. (CETREDE/PREFEITURA DE FRECHEIRINHA-CE - 2021) Sobre a origem e evolução do conceito de


sustentabilidade, leia as alternativas abaixo e assinale a INCORRETA.
a) A expressão desenvolvimento sustentável passou a substituir o termo ecodesenvolvimento.
b) O uso da expressão desenvolvimento sustentável se dá a partir do lançamento do documento
Nosso Futuro Comum.
c) A abrangência do termo desenvolvimento sustentável abordado no Relatório de Brundtland é
limitada, restringindo-se às questões meramente econômicas.
d) É no encontro de Estocolmo (1972) que surge o conceito de desenvolvimento zero abrangendo
países, inclusive o Brasil, que estavam no estágio inicial de desenvolvimento industrial.
e) A Conferência Eco 92, realizada no Rio de Janeiro, resultou na criação da Agenda 21, em que
cada país se comprometia em solucionar problemas socioambientais, sem comprometer o
desenvolvimento sustentável.

7. (IDCAP/PREFEITURA DE SANTA LEOPOLDINA-ES - 2021) A temática do meio ambiente tem


ganhado cada vez mais evidência em todos os setores da sociedade, falando-se muito em
desenvolvimento sustentável e responsabilidade socioambiental. Apesar de não serem
sinônimos estes dois conceitos estão estreitamente ligados, pois a responsabilidade
socioambiental tem foco na obrigação de ser estabelecer normas e posturas que gerem o
desenvolvimento sustentável, principalmente no que diz respeito a empresas e organizações.
Mas, o que é desenvolvimento sustentável?
a) É quando um segmento da sociedade explora o meio ambiente para garantir seu sustento.
b) É quando o governo investe em empresas privadas para que elas se desenvolvam cumprindo as
normas ambientais, sem comprometer a sua sustentação financeira.
c) É quando um segmento empresarial explora o meio ambiente para garantir seu
desenvolvimento.
d) É um meio de subsistência gerador de recursos naturais que serão armazenados para as
gerações futuras.
e) É uma forma de suprir as necessidades atuais, sem que para isso o meio ambiente seja
degradado a ponto de comprometer os suprimentos das gerações futuras.

8. (PREFEITURA DE SEARA-SC/PREFEITURA DE SEARA-SC - 2021) Em artigo recente Luciana


Sarmento, doutora em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos pela UnB (Universidade de
Brasília) discorre sobre a Gestão integrada de recursos hídricos nos países amazônicos e os ODS
e, salienta que planejamento para alcançar as metas até 2030 é essencial. “Os — ODS — foram
adotados pelos Estados-Membros das Nações Unidas em 2015 como uma agenda universal de
ações a serem realizadas até o ano de 2030 com o objetivo de erradicar a pobreza, proteger o
planeta e garantir que todas as pessoas desfrutem de paz e de prosperidade”, ratifica a
pesquisadora.
(Adaptado de: https://areferencia.com/sem-categoria/artigo-a-gestao-integrada-de-recursos-
hidricos-nos-paises-amazonicos-e-os-ods/ Acesso em 14 jan 2021.)

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A sigla ODS significa:


a) Objetivos de Defesa Sazonal
b) Objetivos Sustentáveis de Defesa Ambiental
c) Objetivos da Disseminação da Sustentabilidade
d) Ordem de Desenvolvimento Social
e) Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

9. (IESES/PREFEITURA DE PALHOÇA-SC - 2021) Sustentabilidade é a capacidade de sustentação ou


conservação de um processo ou sistema. No que diz respeito ao assunto “Sustentabilidade”
analise as questões abaixo e identifique a sequência correta:
I. O conceito de sustentabilidade aborda a maneira como se deve agir em relação à natureza.
II. O desenvolvimento sustentável tem como objetivo a preservação do planeta e atendimento
das necessidades empresariais.
III. Um recurso natural explorado de modo sustentável durará para sempre e com condições de
também ser explorado por gerações futuras.
IV. Como exemplo de sustentabilidade temos: economia de água, garantia de alimentação em
longo prazo e controle da urbanização e integração entre campo e cidades maiores.
A sequência correta é:
a) As assertivas II e III estão corretas.
b) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
c) Apenas a assertiva I está correta.
d) As assertivas I e III estão corretas.

10. (OMNI/CONDERG-SP - 2021) A Agenda 2030 é um plano de ação de âmbito global, com objetivos
voltados para a prática do desenvolvimento sustentável. Entre os principais pontos definidos
nesta agenda NÃO consta:
a) Indústria, inovação e infraestrutura.
b) Ação contra a mudança global do clima.
c) Água potável e saneamento.
d) Capitalismo acima de tudo.

11. (QUADRIX/CREFONO-4ª REGIÃO - 2021) Tudo indica que o que foi dito em relação ao século XX
– “uma era dos extremos” – também se aplica às duas primeiras décadas do século XXI. As
mudanças se processam com extrema rapidez e convivem com um extraordinário avanço

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científico e com exemplos dramáticos de intolerância, desigualdade e fanatismo. Relativamente


ao cenário mundial da atualidade, julgue o item.
Nos dias de hoje, o conceito de desenvolvimento sustentável pressupõe a manutenção intacta da
natureza, o que equivale a cessar radicalmente o processo de exploração dos recursos naturais.

12. (CEBRASPE/SEDUC-AL - 2021) No que se refere a questões ambientais e a política ambiental,


julgue o item a seguir.
O conceito de sustentabilidade, apesar de ser vinculado à criação de ações de preservação
ambiental com vistas ao não comprometimento da vida ecológica do nosso planeta, não se
relaciona com os temas e as estratégias referentes a política ambiental nem com a noção de
desenvolvimento econômico.

13. (INSTITUTO CONSULPLAN/PREFEITURA DE COLÔMBIA-SP - 2021) A sustentabilidade é formada


por um conjunto de ideias, estratégias e demais atitudes ecologicamente corretas,
economicamente viáveis, socialmente justas e culturalmente diversas. Para se desenvolver de
forma sustentável, é necessário atuar de forma que os três pilares da sustentabilidade coexistam
e interajam entre si de forma plenamente harmoniosa. São considerados pilares da
sustentabilidade, EXCETO:
a) Social.
b) Político.
c) Ambiental.
d) Econômico.

14. (QUADRIX/CRP-MG - 2021) A partir de 1972, quando ocorreu a primeira grande conferência
mundial voltada para a questão ambiental, cresce a consciência universal acerca da
impraticabilidade do “progresso a qualquer preço”. As mudanças climáticas atestam a imperiosa
necessidade de adoção de práticas econômicas que levem em conta a necessidade de se
preservar as condições de vida no planeta, para esta e para as futuras gerações. Um conceito
que bem define essa nova concepção de desenvolvimento é
a) desmatamento.
b) lucratividade.
c) especulação.
d) sustentabilidade.
e) solidariedade.

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15. (FGV/TJ-SC - 2021) Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela


Organização das Nações Unidas (ONU) integram uma agenda de metas que devem ser
alcançadas até o ano de 2030, com o fim de atingir os três pilares de desenvolvimento do
planeta: o econômico, o social e o ambiental.
Os objetivos e metas diretamente associados à sustentabilidade econômica são:
a) acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e a melhoria da alimentação;
b) combater a mudança do clima, os seus impactos e recuperar os ecossistemas terrestres;
c) assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades;
d) construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e fomentar a
inovação;
e) promover a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

16. (FAUEL/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS-PR - 2021) Em relação ao conceito de


desenvolvimento sustentável, identifique a afirmação INCORRETA.
a) O conceito parte do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos.
b) Para obter sucesso, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento.
c) A principal meta por trás do conceito é reduzir o crescimento econômico mundial.
d) O conceito busca harmonizar desenvolvimento econômico e conservação ambiental.
e) Pode ser definido como o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

17. (QUADRIX/CRBIO-6ª REGIÃO - 2021) Cada vez mais difundida, a concepção de desenvolvimento
sustentável envolve, entre outros aspectos, o(a)
a) noção de que tudo é válido para se obter progresso.
b) visão de que os recursos naturais são finitos.
c) não compromisso com as gerações futuras.
d) incentivo ao uso do petróleo e do carvão.
e) necessária expansão do aquecimento global.

18. (FAUEL/PREFEITURA DE RIO AZUL-PR - 2021) Em janeiro de 2016, entrou em vigor uma resolução
da Organização das Nações Unidas intitulada Agenda 2030, que apresenta dezessete objetivos
globais de desenvolvimento sustentável. Marque a alternativa que NÃO indica um desses
objetivos.
a) Energias renováveis e acessíveis.
b) Igualdade de gênero.
c) Paz, justiça e instituições eficazes.

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d) Redução da atividade econômica.


19. (AMEOSC/PREFEITURA DE BELMONTE-SC - 2021) "Em 2015, líderes mundiais se reuniram na
sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, e desenvolveram um plano de
ação que concentra diretrizes para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que a
população mundial alcance a paz e a prosperidade. A partir disso, foi criada a Agenda 2030 com
os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)." (https://odsbrasil.gov.br).
Entre os itens abaixo estão elencados alguns destes 17 objetivos.
I. Erradicação da pobreza.
II. Exploração pesqueira.
III. Legitimação da caça como atividade esportiva.
IV. Energia acessível e limpa.
Após análise dos itens, marque a opção CORRETA sobre o tema.
a) Os itens I e III não correspondem a estes objetivos.
b) Os itens II e IV não correspondem a estes objetivos.
c) Os itens II e III não correspondem a estes objetivos.
d) Os itens I e II não correspondem a estes objetivos.

20. (FEPESE/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ -SC - 2021) Assinale a alternativa que define corretamente o
conceito de sustentabilidade.
a) Diminuição da população humana para não destruir os recursos naturais.
b) Melhoria de vida das populações que vivem em florestas.
c) Procura pelo equilíbrio entre as demandas da humanidade e a preservação dos recursos
naturais.
d) Diminuição do consumo de alimentos ultraprocessados.
e) Diminuição das cidades e aumento do contato com a natureza.

21. (OBJETIVA/PREFEITURA DE HORIZONTINA-RS - 2021) O consultor britânico John Elkington foi um


dos precursores da responsabilidade social e ambiental nas grandes empresas.
Academicamente, é conhecido como o criador do termo “tripé da sustentabilidade”. (Wikipedia
- adaptado.) Pode-se dizer que o tripé da sustentabilidade busca objetivar:
I. Desenvolvimento e equilíbrio da natureza, por meio da manutenção e conservação dos
ecossistemas e da biodiversidade.
II. Desenvolvimento social, visando maior igualdade.

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III. Desenvolvimento econômico atrelado às necessidades sociais e ambientais, visando não


somente o lucro, mas o bem-estar e a qualidade de vida da população. Ou seja, uma forma de
economia sustentável.
Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente o item I.
b) Somente os itens I e II.
c) Somente os itens I e III.
d) Somente os itens II e III.
e) Todos os itens.

22. (FCC/DPE-RR - 2021) O princípio do desenvolvimento sustentável abrange em seu conceito os


pilares
a) ambiental, econômico, geracional.
b) econômico, geracional e de sustentabilidade.
c) social, ambiental e geracional.
d) social, econômico e ambiental.
e) geracional, social e de sustentabilidade.

23. (FEPESE/DEINFRA-SC - 2019) O conceito que versa sobre o tipo de desenvolvimento que atende
às necessidades sociais do presente sem comprometer a capacidade de atendimento das
necessidades das gerações futuras é o conceito de
a) ecologia
b) meio ambiente.
c) responsabilidade ambiental.
d) desenvolvimento sustentável.

24. (NC-UFPR/ITAIPU BINACIONAL - 2019) Sobre o conceito de desenvolvimento sustentável, é


correto afirmar:
a) O termo surgiu a partir de estudos da CEPAL sobre as mudanças climáticas.
b) No relatório conhecido como “Nosso futuro comum”, está presente o conceito de
desenvolvimento sustentável como processo de mudança.
c) A Agenda 21 definiu três princípios básicos a serem cumpridos para o desenvolvimento
sustentável: desenvolvimento econômico, proteção ambiental e equidade social.
d) O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades das
gerações futuras, cabendo à geração atual utilizar todos os recursos necessários para sua sobrevivência.

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e) O desenvolvimento sustentável se refere especificamente a um problema limitado de


adequações ecológicas de um processo social.

25. (CESGRANRIO/PETROBRAS - 2018) Sobre o desenvolvimento sustentável, considere o trecho


abaixo.
Esta é uma Agenda de alcance e significado sem precedentes. Ela é aceita por todos os países e
é aplicável a todos, levando em conta as diferentes realidades nacionais, as capacidades e os
níveis de desenvolvimento, respeitando as políticas e as prioridades nacionais. São objetivos e
metas universais que se aplicam ao mundo todo, tanto aos países desenvolvidos quanto aos em
desenvolvimento. Eles são integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma equilibrada, as três
dimensões do desenvolvimento sustentável.
Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. Disponível
em <http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/Agenda2030-completo-site.pdf>.
Acesso em: 05 mar. 2018. Adaptado.
Quais são as três dimensões do desenvolvimento sustentável a que o texto faz referência?
a) Ambiental; geográfica; social
b) Ambiental; transnacional; ética
c) Diversidade; social; transnacional
d) Econômica; energética; social
e) Econômica; social; ambiental

26. (NC-UFPR/ITAIPU BINACIONAL - 2019) São objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS):


a) Erradicação da pobreza, educação de qualidade, redução das desigualdades e moradia
sustentável.
b) Emprego digno e crescimento econômico, vida sobre a terra, alimentação orgânica e fome zero.
c) Energia acessível e limpa, igualdade de gênero, educação de qualidade, emprego digno e
crescimento econômico.
d) Vida debaixo d’água, combate às alterações climáticas, vida sobre a terra e transporte digno.
e) Moradia sustentável, paz, justiça, instituições fortes, fome zero e alimentação orgânica.

27. (AOCP/FUNPAPA - 2018) Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para
a prosperidade, que orientará os trabalhos das Nações Unidas e de seus países membros rumo
ao desenvolvimento sustentável. Ela também busca fortalecer a paz universal com mais
liberdade. Reconhece que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões,
incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o
desenvolvimento sustentável.

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A agenda estabeleceu 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, dentre eles estão os


seguintes, EXCETO
a) igualdade de gênero.
b) reforma agrária e tributária.
c) redução das desigualdades.
d) trabalho decente e crescimento econômico.
e) fome zero e agricultura sustentável.

28. (FCC/TCE-SP - 2015) As datas constantes na questão reportam-se ao ano de 2015.


Em 02 de agosto, os 193 Estados-membros da ONU chegaram a um acordo sobre o rascunho do
documento final que constituirá a nova agenda de desenvolvimento sustentável (ODS), que será
formalmente adotada pelos líderes mundiais em Nova York durante a Cúpula de
Desenvolvimento Sustentável em setembro.
O documento final destaca, como um de seus principais objetivos:
a) o fim das perseguições religiosas no mundo.
b) a erradicação da pobreza no mundo.
c) o fim do terrorismo na África e no Oriente Médio.
d) a luta contra a xenofobia no mundo.
e) a expansão da justiça social em todo o mundo.

29. (INSTITUTO CONSULPLAN/PREFEITURA DE FORMIGA-MG - 2020) O mundo está mudando


rapidamente. De uma população em rápido crescimento, passando por mudanças climáticas a
epidemias de saúde, como o Ebola, estamos enfrentando desafios sem precedentes em escala
global. O esforço mais coordenado para enfrentar estes desafios tem sido os 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), lançados em
setembro de 2015 como “o projeto para alcançar um futuro melhor e mais sustentável para
todos”.
Diante do exposto, analise as afirmativas a seguir.
I. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
II. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a
agricultura sustentável.
III. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
IV. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma
sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e
deter a perda de biodiversidade.

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V. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.


VI. Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todos.
São considerados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações
Unidas (ONU)
a) I, II, III, IV, V e VI.
b) I, II, III, IV e VI, apenas.
c) I, II, III, V e VI, apenas.
d) I, II, IV, V e VI, apenas.

==2537cb==

30. (FADESP/PREFEITURA DE RURÓPOLIS-PA - 2019) Diante de um cenário de destruição dos


recursos naturais e intensificação dos problemas ambientais, não cabe mais ao ser humano
alimentar um modelo de desenvolvimento que desconsidere as dimensões sociais e ambientais.
Dessa forma, em 1987 a ONU (Organização das Nações Unidas) apresentou o conceito de
desenvolvimento sustentável, que teve como objetivo criar limites para o crescimento
econômico de maneira global, garantindo que as futuras gerações possam usufruir dos recursos
naturais da mesma maneira que a geração atual.
Em 2015 a ONU apresentou 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, também chamados
de Objetivos Globais, que devem ser alcançados até 2030.
NÃO é considerado objetivo de desenvolvimento sustentável
a) acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
b) alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
c) reintegrar indústrias através da isenção fiscal, proporcionando a geração de emprego e renda
nos países menos desenvolvidos.
d) construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e
fomentar a inovação.

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GABARITO

1. A 11. ERRADA 21. E


2. E 12. ERRADA 22. D
3. B 13. B 23. D
4. B 14. D 24. B
5. B 15. D 25. E
6. C 16. C 26. C
7. E 17. B 27. B
8. E 18. D 28. B
9. D 19. C 29. A
10. D 20. C 30. C

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CONCEITOS INICIAIS DE CLIMA E METEOROLOGIA


Há milhares de anos a humanidade procura conhecer aspectos relacionados a fenômenos
meteorológicos e a condições climáticas de modo a melhor organizar suas atividades.

Nesta aula, trataremos de aspectos meteorológicos e climatológicos, sem fazer tanta distinção entre
ambos. Contudo, meteorologia e climatologia não são a mesma ciência.

A meteorologia é a ciência que estuda as características físicas, químicas e dinâmicas da atmosfera


terrestre, possuindo uma abordagem baseada nas leis da termodinâmica e na mecânica dos fluidos, o que
fundamenta os modelos atmosféricos de previsão do tempo, por exemplo.

Já a climatologia é um ramo da meteorologia que está mais relacionado aos fenômenos atmosféricos
e suas propriedades estatísticas para que se possa caracterizar o clima em função das condições ali
presentes.

Mas, o que é clima?

Segundo a Organização Mundial Meteorológica (OMM), clima é o conjunto flutuante das condições
atmosféricas caracterizadas pelos estados e evolução do tempo no curso de um período suficientemente
longo.

Neste ponto, cumpre diferenciar clima e tempo. Ambos constituem as combinações realizadas por
certos valores dos elementos climáticos, ou seja, de estados da atmosfera, mas o tempo é caracterizado
por um estado instantâneo e efêmero das condições atmosféricas, enquanto o clima é caracterizado por
um conjunto de tendências duradouras, analisadas e estudadas ao longo de um período extenso, com pelo
menos algumas dezenas de anos de dados acumulados.

Nesse contexto, a OMM define as chamadas normais climatológicas, que são valores médios
calculados para um período relativamente longo e uniforme, compreendendo no mínimo três décadas
consecutivas. Ademais, a OMM também define os chamados padrões climatológicos normais como médias
de dados climatológicos calculadas para períodos consecutivos de 30 anos.

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TEMPO CLIMA

Experiência atual e momentânea


Baseado em registros meteorológicos ao
==2537cb==

(determinado instante) de um estado da


longo de muitos anos
atmosfera em um local determinado

O clima do pantanal mato-grossense, onde a


Exemplo: o tempo em Corumbá-MS no dia cidade de Corumbá está inserida, é o tropical
de hoje está ensolarado e úmido continental, com predomínio de altas
temperaturas e duas estações bem definidas

No âmbito dos sistemas climáticos, os seguintes componentes podem ser mencionados:

 Atmosfera: camada de ar que envolve a Terra;

 Hidrosfera: representa as águas oceânicas e continentais;

 Criosfera: constitui as camadas de gelo e neve na superfície da Terra;

 Biosfera: região da crosta terrestre onde se encontram os seres vivos;

 Radiação solar: praticamente toda a energia da Terra é proveniente do Sol, sendo que todas as
interações entre os outros quatro componentes mencionados são influenciadas pela radiação solar.

Outro aspecto introdutório bastante relevante é a diferença entre elementos e fatores


meteorológicos/climatológicos.

Os elementos meteorológicos ou climatológicos são grandezas (variáveis) que caracterizam o estado


da atmosfera em um dado local e instante, tais como radiação solar, temperatura, umidade do ar, pressão
atmosférica, velocidade do vento, a direção do vento, entre outros.

Já os fatores meteorológicos ou climatológicos são agentes que influenciam esses elementos


mencionados, tais como a latitude, a altitude, a maritimidade, a continentalidade, as correntes marítimas,
as massas de ar, entre outras possibilidades.

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Exemplo 1: em regra, na troposfera (camada mais baixa da atmosfera), quanto maior a altitude,
menor a temperatura e menor a pressão atmosférica. A temperatura e a pressão são elementos e a altitude
é fator.

Exemplo 2: em regra, quanto mais próximo do mar, maior a umidade relativa do ar. A umidade é
elemento e a maritimidade é fator.

Exemplo 3: em regra, quanto menor a latitude (mais próximo à linha do Equador), maior a incidência
de radiação solar. A radiação solar é elemento e a latitude é fator.

ELEMENTOS METEOROLÓGICOS E FATORES METEOROLÓGICOS E


CLIMATOLÓGICOS CLIMATOLÓGICOS

Afetam os elementos meteorológicos


Caracterizam o estado da atmosfera
e climatológicos

Exemplos: radiação solar, umidade Exemplos: altitude, latitude,


do ar, pressão atmosférica continentalidade

A partir de agora, estudaremos os principais elementos meteorológicos/climatológicos e os


respectivos fatores que mais os influenciam.

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AQUECIMENTO GLOBAL
Ao longo de toda a história da Terra, as causas de mudanças no clima são variadas e estão sujeitas a
diversos fatores naturais que fogem do controle humano. Muitas das causas naturais das mudanças
climáticas possuem grande magnitude, sobretudo quando analisadas em horizontes de tempo extensos.

Por exemplo, estima-se que o planeta passa por ciclos de eras glaciais de alguns milhões de anos
seguidas por períodos de temperatura mais elevada que impossibilitam a existência de gelo na superfície
terrestre (sim, a existência de gelos nos polos indica que estamos em meio a uma das eras glaciais que, nesse
caso, teria começado a cerca de 2 milhões de anos).

Note, portanto, que as mudanças climáticas podem ocorrer independentemente da existência de vida
humana no planeta. Todavia, nos últimos séculos e, em especial, nas últimas décadas, tem-se destacado o
papel do homem nas mudanças climáticas em razão de aspectos como o modo de produção poluente e a
supressão de ecossistemas naturais.

A definição de mudanças climáticas adotada pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças


Climáticas (em inglês, Intergovernmental Panel on Climate Change - IPCC)1 é:

"Mudanças no estado do clima que pode ser identificada (ex.: por meio de testes estatísticos) por
mudanças na média e/ou na variabilidade de suas propriedades e que persiste por um período extenso,
tipicamente por décadas ou mais. As mudanças climáticas podem ser devidas a processos naturais internos
ou forças (forçamentos) externas, ou ainda a mudança antrópica na composição da atmosfera e no uso da
terra." (Tradução nossa).

Observação: quando a definição menciona o termo "forças externas", também chamados


"forçamentos externos", refere-se a fatos ocorridos fora da "normalidade" que influenciam o clima, como
variações na atividade solar, variação na órbita e no eixo terrestre, erupções vulcânicas e, mais importante
para o nosso estudo, interferências antrópicas.

Admite-se, portanto, que que as mudanças climáticas tenham influência tanto de condições naturais
quanto humanas. Dentro da climatologia, a maior corrente cientifica defende que o planeta está aquecendo
sobremaneira em razão das atividades antrópicas, preconizando uma imediata redução das emissões de CO2
e outros gases responsáveis pelo efeito estufa.

Por outro lado, há uma parte minoritária de cientistas que defende que o processo de aquecimento
atual é natural diante dos processos de resfriamento e aquecimento pelos quais a Terra passa ao longo de
suas eras geológicas.

Nesse sentido, a grande maioria das bancas organizadoras está mais alinhada ao primeiro grupo,
entendendo que as atividades humanas têm intensificado os processos de aquecimento do planeta,

1
IPCC. Glossário de termos (Anexo II). In: Managing the risks of extreme events and disasters to advance climate change
adaptation. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.

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apregoando a necessidade de redução das emissões atuais provocadas por automóveis, indústrias,
desmatamento etc.

O CO2 é muitíssimo para a vida na Terra, pois funciona como regulador da temperatura do planeta,
sendo o principal responsável pelo que é conhecido como efeito estufa. Sim, você não leu errado: o efeito
estufa é primordial para a vida no planeta!

A radiação infravermelha que aquece a superfície terrestre possui a tendência de escapar de volta
para a atmosfera. Aí é que entra o papel dos chamados Gases do Efeito Estufa (GEE), como o CO2 e o CH4
(metano), que são substâncias que absorvem parte dessa radiação infravermelha e dificultam seu escape
para o espaço.

Isso impede que ocorra uma perda demasiada de calor para o espaço, mantendo o planeta aquecido.
Portanto, o efeito estufa consiste em um fenômeno natural de aquecimento térmico que possibilita que a
temperatura do planeta seja mantida em condições de sobrevivência dos seres vivos aqui presentes.

Sem o efeito estufa, a Terra seria muito fria e não possibilitaria o desenvolvimento de muitas das
espécies conhecidas, inclusive a humana. O grande problema relacionado ao efeito estufa é a sua
intensificação excessiva, que pode ocasionar um aquecimento demasiado no planeta, inviabilizando
diversas relações ecológicas e até mesmo a sobrevivência de certas espécies. Esse superaquecimento é
conhecido como aquecimento global e faz parte dos processos de mudanças climáticas.

POR QUE ALGUNS GASES POSSUEM EFEITO ESTUFA?

No nível molecular, a radiação infravermelha IV é capaz de mudar o movimento de


vibração ou rotação de uma molécula, submetendo-a a uma alteração líquida em seu
momento de dipolo. Moléculas poliatômicas, como os gases de efeito estufa (CO2, CH4,
N2O, H2O) vibram e absorvem a radiação IV, pois suas ligações covalentes sofrem
deformação angular, bem como estiramentos e compressões em decorrência dos
diferentes pesos dos átomos.

Essas características das moléculas poliatômicas não ocorrem em espécies homonucleares,


como o nitrogênio (N2) e o oxigênio (O2) atmosféricos, que são moléculas simétricas e,
portanto, não sofrem alteração no momento de dipolo.

Segundo alguns autores, os principais gases de efeito estufa (GEE) são o dióxido de carbono
(CO2), responsável por 55% a 60% do efeito estufa, seguido pelo gás metano (CH4), com
15% a 20% de contribuição, os compostos halogenados, como os clorofluorcarbonos
(CFCs), com cerca de 15% e o óxido nitroso (N2O), com cerca de 5% de contribuição.

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Observação: essa proporção de contribuição não considera o vapor de água, apenas os


gases passíveis de serem controlados por emissões humanas.

A principal faceta do que se conhece por mudanças climáticas é, indubitavelmente, o aumento da


temperatura terrestre que vem sendo observado nas últimas décadas. Calcula-se que, no período pré-
industrial, a concentração de CO2 na atmosfera era de aprox. 280 ppm (partes por milhão), enquanto
atualmente a concentração é estimada em aprox. 420 ppm.

Vejamos alguns apontamentos do IPCC no relatório publicado em 20232:

1) O aquecimento global induzido pela humanidade, de 1,1°C, desencadeou mudanças no clima do


planeta sem precedentes na história recente.

Algumas evidências do aquecimento global em andamento apontadas pelo IPCC são:

- as concentrações de CO2 na atmosfera é a maior dos últimos 2 milhões de anos;

- o derretimento das geleiras é o maior dos últimos 2 mil anos e o nível do mar aumentou mais rápido
do que em qualquer século nos últimos 3 mil anos;

- a última década foi a mais quente do que qualquer período nos últimos 125 mil anos;

- o aumento do aquecimento dos oceanos é o maior desde a última era do gelo;

- a acidificação dos oceanos atingiu o nível mais alto dos últimos 26 mil anos.

2) Os impactos do clima nas pessoas e ecossistemas são mais vastos e severos do que se esperava, e
os riscos futuros aumentam a cada fração de grau de aquecimento.

Cerca de metade da população global vive atualmente em situações de escassez severa de água
durante pelo menos um mês por ano, enquanto as altas temperaturas facilitam a disseminação de doenças
vetoriais. As mudanças climáticas também dificultam melhorias na produtividade agrícola e, desde 2008,
inundações e tempestades extremas obrigaram mais de 20 milhões de pessoas a deixar suas casas todos os
anos.

Assim, restringir a ultrapassagem do limite de 1,5°C, em tempo e magnitude, será essencial para
assegurar um futuro seguro e habitável, assim como manter o aquecimento o mais próximo possível ou
abaixo de 1,5°C. Mesmo que esse limite seja ultrapassado até o final do século, o imperativo de reduzir
rapidamente as emissões de GEE a fim de evitar níveis ainda mais altos de aquecimento (e os impactos
associados a esse aumento) permanece inalterado.

2
Maiores informações em: https://www.wribrasil.org.br/noticias/10-conclusoes-do-relatorio-do-ipcc-sobre-mudancas-climaticas-
de-2023

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3) Medidas de adaptação podem construir resiliência, mas é necessário aumentar o financiamento


para expandir as soluções.

A adaptação baseada em ecossistemas, por exemplo, pode ajudar as comunidades a se adaptarem aos
impactos climáticos já devastadores em suas vidas e meios de subsistência. Ao mesmo tempo, também
protege a biodiversidade, contribui para a saúde, reforça a segurança alimentar, gera benefícios econômicos
e fortalece o sequestro de carbono. Muitas medidas de adaptação baseadas em ecossistemas – incluindo a
proteção, restauração e manejo sustentável dos ecossistemas, bem como práticas agrícolas mais
sustentáveis, como a integração de árvores nas áreas de cultivo e a diversificação das culturas – podem ser
implementadas a custos relativamente baixos. Além disso, a colaboração com povos indígenas e
comunidades locais é fundamental para o sucesso dessa abordagem, assim como assegurar que as
estratégias de adaptação baseadas em ecossistemas sejam planejadas levando em consideração os impactos
futuros da temperatura global nos ecossistemas.

4) Alguns impactos climáticos já são tão graves que não é mais possível se adaptar a eles, gerando
perdas e danos.

Comunidades costeiras nas regiões tropicais, por exemplo, já viram sistemas de recifes de corais
inteiros, que antes mantinham seus meios de subsistência e segurança alimentar, passarem por uma
mortalidade generalizada. Em paralelo, o aumento do nível do mar já obrigou pessoas vivendo em áreas mais
baixas a se mudarem para terrenos mais altos, abandonando locais associados à suas culturas.

Na COP 27, os países deram um passo essencial ao concordar em estabelecer arranjos financeiros para
perdas e danos, incluindo um fundo exclusivo, embora agora eles precisem definir como esses arranjos, bem
como o novo fundo, funcionarão na prática.

5) Em trajetórias alinhadas ao limite de 1,5°C, o pico das emissões de GEE acontece antes de 2025.

Mudar o rumo para manter o aquecimento global em 1,5°C (sem ultrapassar esse limite ou com uma
margem pequena de ultrapassagem) exige uma redução profunda das emissões de GEE em curto prazo. Nos
cenários que mantêm o aquecimento global dentro dessa meta, o pico das emissões de GEE acontece
imediatamente antes de 2025, no mais tardar. Em seguida, as emissões caem drasticamente – 43% até 2030
e 60% até 2035 em relação aos níveis de 2019.

Embora existam alguns sinais positivos – a taxa de crescimento anual das emissões de GEE desacelerou
de uma média de 2,1% ao ano entre 2000 e 2009 para 1,3% ao ano entre 2010 e 2019, por exemplo –, o
avanço global na mitigação das mudanças climáticas permanece fora do ritmo necessário. As emissões de
GEE registraram um aumento constante ao longo da última década, atingindo 59 gigatoneladas de dióxido
de carbono equivalente (GtCO2e) em 2019.

6) O mundo precisa parar de usar combustíveis fósseis – a principal causa da crise climática.

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Um conjunto de estratégias pode ajudar nessa tarefa, incluindo desativar as infraestruturas existentes
baseadas na queima de combustíveis fósseis, cancelar novos projetos, adaptar usinas de energia fóssil com
tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês) e ampliar fontes de energia
renovável, como a solar e a eólica (que hoje são mais baratas que os combustíveis fósseis em muitas regiões).

7) Precisamos de transformações urgentes e sistêmicas para garantir um futuro resiliente de zero


líquido.

Embora a redução rápida das emissões de GEE originadas pela queima de combustíveis fósseis seja
essencial no combate à crise climática, esses cortes devem ser acompanhados por esforços para acelerar
mudanças sistêmicas nos setores de energia, construções, indústria, transportes e agricultura, silvicultura
e outros usos da terra.

8) A remoção de carbono hoje é essencial para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C.

Descarbonizar todos os sistemas e construir resiliência não será suficiente para atingir as metas
climáticas. O IPCC descobriu que todos os cenários que mantêm o aquecimento dentro do limite de 1,5°C
dependem, em algum nível, da remoção de carbono, que envolve tanto soluções naturais, como sequestrar
e armazenar carbono nas árvores e no solo, quanto tecnologias emergentes que capturam o dióxido de
carbono diretamente do ar.

9) O financiamento climático tanto para mitigação quanto para adaptação precisa de um aumento
significativo nesta década.

O IPCC mostra que o fluxo atual de financiamento público e privado para combustíveis fósseis
ultrapassa em muito o direcionado a medidas de mitigação e adaptação. Assim, embora o financiamento
climático público e privado tenha aumentado mais de 60% desde o Quinto Relatório de Avaliação do IPCC,
ainda é preciso muito mais para cumprir as metas climáticas globais.

10) As mudanças climáticas – e nossos esforços de adaptação e mitigação – vão aumentar a


desigualdade se não garantirmos uma transição justa.

As famílias entre os 10% mais ricos, incluindo uma parcela relativamente ampla em países
desenvolvidos, emitem mais de 45% dos gases de efeito estufa em todo o mundo. Em paralelo, famílias na
faixa dos 50% mais de renda mais baixa são responsáveis por no máximo 15% das emissões. Os efeitos das
mudanças climáticas, porém, já afetam de forma mais severa as comunidades mais pobres e marginalizadas.

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Segundo o IPCC, o mundo precisa atingir o pico das emissões de GEE no máximo até 2025,
reduzi-las pela metade até 2030 e atingir o zero líquido em 2050!

(IBRASP/PREFEITURA DE ÁGUA FRIA DE GOIÁS - 2018) Um dos problemas ambientais provocados pelas
fontes de poluição atmosférica, especialmente os veículos automotores, é o aumento do efeito estufa.
Sobre o efeito estufa, considere as seguintes afirmativas.
I. O aumento do efeito é responsável pela destruição da camada de ozônio.
II. O gás carbônico é o principal gás responsável pelo aumento do efeito estufa.
III. O efeito estufa não é um fenômeno natural.
Estão incorretas as afirmativas:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
Comentários:
O item I está errado, porque misturou os conceitos. O que provoca a destruição da camada de ozônio são
moléculas que contêm cloro e bromo provenientes dos clorofluorcarbonetos (CFCs), não o efeito estufa.
O item II está correto. Embora o CO2 não seja o gás com maior poder de absorção da radiação infravermelha,
ele é o mais determinante no aumento do efeito estufa em razão das quantidades emitidas.
O item III está errado, pois o Efeito Estufa é um fenômeno natural de aquecimento térmico primordial para
a vida na medida em que possibilita que a temperatura do planeta seja mantida em condições de
sobrevivência dos seres vivos aqui presentes.
Desse modo, apenas os itens I e III estão errados, sendo a alternativa B o nosso gabarito.

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Os dois principais efeitos imediatos do aquecimento global são o aumento da temperatura e o


aumento do nível do mar mas, a partir desses efeitos, é possível verificar uma série de outros impactos
possíveis, tais como:

 limitação da amplitude geográfica dos sistemas ecológicos e humanos, sobretudo aqueles com alto
endemismo ou outras propriedades distintivas. Exemplos: recifes de coral, o Ártico e seu povo
indígena, geleiras de montanha e hotspots de biodiversidade;

 impactos à saúde humana, meios de subsistência, bens e ecossistemas causados por eventos climáticos
extremos, tais como ondas de calor, chuvas intensas, secas e incêndios florestais associados e
inundações costeiras;

 impactos que afetam desproporcionalmente grupos específicos devido à distribuição desigual dos
perigos físicos da mudança do clima, exposição ou vulnerabilidade;

 danos monetários globais, degradação em escala global e perda de ecossistemas e biodiversidade;

 mudanças relativamente grandes, abruptas e por vezes irreversíveis nos sistemas causadas pelo
aquecimento global, como a desintegração dos mantos de gelo da Groenlândia e da Antártida;

 efeitos deletérios em muitos organismos, inclusive pássaros migratórios, mamíferos (por exemplo,
ursos polares) e predadores em posições elevadas da cadeia alimentar;

 acidificação dos oceanos e consequente branqueamento de recifes de corais ou até mesmo sua
mortalidade generalizada;

 mudanças regionais na distribuição e produção de determinadas espécies de peixes, com efeitos


adversos para a pesca e a aquicultura;

 deslocamentos populacionais nas zonas litorâneas, desaparecimento de ilhas e perda de terras úmidas
litorâneas em decorrência do aumento do nível do mar;

 extinção de certas espécies de fauna e flora incapazes de se adaptarem às mudanças do clima e


favorecimento de surgimento de espécies invasoras exóticas;

 redução da disponibilidade de água e do potencial de energia hidrelétrica;

 aumento das secas nas latitudes médias e nas latitudes baixas semiáridas;

 aumento das pessoas expostas ao risco de escassez de água;

 salinização e desertificação das terras agrícolas;

 aumento da propagação de certas doenças infecciosas, em especial aquelas de transmissão vetorial


(ex.: malária) e as de veiculação hídrica (ex.: diarreia) ou alimentar;

 ônus nos serviços de saúde;

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 aumento de perdas materiais de infraestrutura geral das cidades (alagamentos de ruas e


desmoronamentos de casas) e no campo (redução da produtividade na agricultura e na pecuária).

Frise-se que esse é apenas um rol exemplificativo, que não esgota o assunto. De todo modo, resta
evidente a importância de reduzir os impactos do aquecimento global. Para tanto, foi negociado, em 1997,
o Protocolo de Quioto, primeiro tratado internacional que versou sobre o controle de emissão de gases de
efeito estufa na atmosfera.

Protocolo de Quioto

O Protocolo de Quioto foi formalizado durante a 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Quioto (Kyoto), Japão, em 1997. Não obstante, somente
em 2004 o Protocolo atingiu a porcentagem mínima de adesão de 55% de países poluentes, sendo possível
que o Protocolo entrasse em vigor no ano de 2005.

No caso do Protocolo de Quioto, os gases de efeito estufa (GEEs) considerados são (Anexo
A): dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hidrofluorcarbonos
(HFCs), perfluorcarbonos (PFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6).

Os clorofluorcarbonos (CFCs) e os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), embora possuam


efeito estufa considerável, não estão inclusos no Protocolo de Quioto por já serem objeto
de controle do Protocolo de Montreal, que versa sobre a proteção da camada de ozônio.

Os Estados Unidos, mesmo sendo um dos países que mais emitem gases poluente e tendo assinado o
acordo em 1998, não o ratificaram e o abandonaram, sob a justificativa de que cumprir as metas
estabelecidas por este tratado internacional comprometeria seu desenvolvimento econômico.

Uma das críticas do Protocolo de Quioto e um dos motivos pelos quais as emissões globais
não foram atingidas, mesmo com o atingimento das metas de várias das Partes, é
justamente o fato de não ter incluído países que, considerados não tão desenvolvidos em
1998, tiveram altos índices de emissão nos anos seguintes, como China, Índia e mesmo o
Brasil.

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(CEBRASPE/CODEVASF – 2021) Considerando a importância internacional das convenções e dos protocolos


que tratam da questão ambiental, julgue o item subsequente.
A promoção de políticas e medidas que limitem ou reduzam emissões de gases de efeito estufa não
controlados pelo Protocolo de Montreal está contemplada no Protocolo de Quioto.
Comentários:
A questão está correta. Os clorofluorcarbonos (CFCs) e os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), embora possuam
efeito estufa considerável, não estão inclusos no Protocolo de Quioto por já serem objeto de controle do
Protocolo de Montreal, que versa sobre a proteção da camada de ozônio.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
(FCC/SEMAR PI-2018) O Protocolo de Kioto considera como Gases de Efeito Estufa:
a) Metano (CH4), Perfluorcarbonos (PFCs), Gás Cloro (Cl2) e Óxido nitroso (N2O).
b) Óxido nitroso (N2O), Hidrofluorcarbonos (HFCs), Perfluorcarbonos (PFCs) e Sulfeto de hidrogênio (H2S).
c) Hexafluoreto de enxofre (SF6), Sulfeto de hidrogênio (H2S), Metano (CH4) e Ozônio (O3).
d) Gás Cloro (Cl2), Perfluorcarbonos (PFCs) e Hexafluoreto de enxofre (SF6) e Sulfeto de hidrogênio (H2S).
e) Dióxido de carbono (CO2), Metano (CH4), Perfluorcarbonos (PFCs) e Hexafluoreto de enxofre (SF6).

Comentários:
De acordo com o Anexo A do Protocolo de Quioto, os seguintes GEEs foram considerados: dióxido de carbono
(CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs) e hexafluoreto
de enxofre (SF6).
Não se incluem, portanto, o gás cloro e o sulfeto de hidrogênio.
Assim, a alternativa E está correta e é o nosso gabarito.

MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO

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Reconhecendo que o esforço econômico seria necessário para cumprimento das metas do
Protocolo, ele previu 3 mecanismos para auxiliar os países desenvolvidos no cumprimento
de suas metas de redução ou limitação de emissões de gases de efeito estufa.

O primeiro mecanismo é a Implementação Conjunta (Joint Implementation) de projetos,


permitindo que um país que possui limites de emissões desenvolva um projeto de remoção
de emissões em outro país também desenvolvido, ficando assim com os créditos de
carbono, aqui chamados de unidades de redução de emissões – URE (Emission Reduction
Units - ERU).

Assim, os países que investem podem implementar projetos em locais com custo menor,
enquanto os que hospedam os projetos se beneficiam com os investimentos e
transferência de tecnologias. Não obstante, como os países que hospedam os projetos
também possuem suas metas, as reduções devem ser subtraídas do total de emissões
designadas.

O segundo mecanismo é o Comércio de Emissões (Emissions Trading), que permite que os


países que possuem unidades de emissão de sobra (emissões permitidas, mas não
utilizadas) vendam esse excesso de capacidade para os países que estão buscando o
cumprimento de suas metas.

O terceiro e último mecanismo é o mecanismo de desenvolvimento limpo - MDL (Clean


Development Mechansim – CDM), que consiste no mecanismo de flexibilização mais
importante para nosso estudo, uma vez que é o único que possibilita a participação de
países não incluídos no Anexo I, isto é, países considerados menos desenvolvidos pelo
Protocolo, como o Brasil.

O MDL consiste no desenvolvimento de projetos que reduzam a emissão de gases de efeito


estufa. Assim, os projetos no âmbito do MDL são implementados em países menos
desenvolvidos e em desenvolvimento, os quais podem vender as reduções de emissão de
GEE, denominadas Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) para os países desenvolvidos,
auxiliando-os assim a cumprir as suas metas e compromissos de redução de GEE assumidos
junto ao Protocolo de Quioto.

As RCEs são, portanto, certificados emitidos quando ocorre a redução de emissão de gases
do efeito estufa (GEE), o que gera o chamado crédito de carbono. Por convenção, uma
tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivalente corresponde a um crédito de carbono.

Dessa forma, concilia-se a implantação de projetos que contribuem para o


desenvolvimento sustentável em países menos desenvolvidos (chamados países anfitriões)
com a assistência aos países mais desenvolvidos para que cumpram seus compromissos
quantificados de limitação e redução de emissões de gases do efeito estufa.

Os créditos de carbono podem ser negociados no mercado internacional, atribuindo um


valor monetário à poluição. Assim, aqueles países ou indústrias que não conseguem atingir
as metas de reduções de emissões, tornam-se compradores de créditos de carbono. Além
dos países menos desenvolvidos, as indústrias que conseguiram diminuir suas emissões

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abaixo das cotas determinadas também podem vender o excedente de "redução de


emissão" ou "permissão de emissão" no mercado nacional ou internacional.

Os principais setores em que projetos MDL podem ser desenvolvidos são os de geração,
distribuição e demanda de energia, indústrias de produção, indústrias químicas,
construção, transporte, mineração e agricultura.

O Protocolo de Quioto previa um calendário no qual os países desenvolvidos teriam o compromisso de


reduzir os gases de estufa (GEE) em 5,2% até 2012, voltando aos níveis de poluentes emitidos em 1990. Em
2012, o Protocolo sofreu uma emenda (Emenda de Doha) para um novo período de vigência, de 2013 a 2020,
com metas de redução de 18% das emissões, mas um tratado posterior substituiu essas metas: o Acordo de
Paris.

Acordo de Paris

O Acordo de Paris foi adotado durante a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), em Paris, com o objetivo central de fortalecer a resposta
global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos
decorrentes dessas mudanças. No Brasil, o Acordo de Paris foi promulgado pelo Decreto nº 9.073/2017.

O tratado foi aprovado pelos 195 países Parte da CQNUMC para reduzir emissões de gases de efeito
estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o
aumento da temperatura média global em bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar
esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que
isso reduziria significativamente os riscos e os impactos da mudança do clima.

Outros objetivos são:

- aumentar a capacidade de adaptação aos impactos negativos da mudança do clima e promover a


resiliência à mudança do clima e um desenvolvimento de baixa emissão de gases de efeito estufa, de uma
maneira que não ameace a produção de alimentos; e

- tornar os fluxo financeiros compatíveis com uma trajetória rumo a um desenvolvimento de baixa
emissão de gases de efeito estufa e resiliente à mudança do clima.

Adaptação refere-se a iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas


naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima, ou seja,
para adaptá-los a essas mudanças.

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Claro que é importante tentar frear a ocorrência de tais eventos, mas, na impossibilidade
de evitá-los completamente, deve-se procurar a adaptação a eles.

Por exemplo: medidas que evitem estragos decorrentes do aumento do nível dos oceanos
nas cidades litorâneas, procurando deslocar as populações desses locais e evitar as áreas
de maior risco, são medidas de adaptação.

As medidas de adaptação são especialmente importantes para os países menos


desenvolvidos e mais vulneráveis a eventos climáticos extremos.

Nesse contexto, cada Parte, conforme o caso, deve empreender processos de


planejamento em adaptação e adotar medidas como o desenvolvimento ou fortalecimento
de planos, políticas e/ou contribuições pertinentes, que podem incluir:

a) A implementação de medidas, iniciativas e/ou esforços de adaptação;


==2537cb==

b) O processo para elaborar e implementar planos nacionais de adaptação;

c) A avaliação dos impactos e da vulnerabilidade à mudança do clima, com vistas à


formulação de ações prioritárias nacionalmente determinadas, levando em conta as
populações, as localidades e os ecossistemas vulneráveis;

d) O monitoramento, a avaliação e a aprendizagem a partir de planos, políticas, programas


e medidas de adaptação; e

e) O desenvolvimento da resiliência de sistemas socioeconômicos e ecológicos, incluindo


por meio da diversificação econômica e da gestão sustentável de recursos naturais.

Ainda em relação às medidas de adaptação, as Partes reconhecem que tais medidas devem
seguir uma abordagem liderada pelos países, que responda a questões de gênero, seja
participativa e plenamente transparente, levando em consideração grupos, comunidades
e ecossistemas vulneráveis, e que as referidas medidas devem se basear e ser orientadas
pelo melhor conhecimento científico disponível e, conforme o caso, pelos conhecimentos
tradicionais, conhecimentos dos povos indígenas e sistemas de conhecimentos locais,
com vistas a incorporar a adaptação às políticas e ações socioeconômicas e ambientais
relevantes, conforme o caso.

Cada Parte deve, conforme o caso, apresentar e atualizar periodicamente uma


comunicação sobre adaptação, que poderá incluir suas prioridades, necessidades de
implementação e de apoio, planos e ações, sem que se crie qualquer ônus adicional para
as Partes países em desenvolvimento.

Essa comunicação sobre adaptação deve ser, conforme o caso, apresentada e atualizada
periodicamente, como um componente ou em conjunto com outras comunicações ou
documentos, incluindo um plano nacional de adaptação, uma contribuição
nacionalmente determinada e/ou em uma comunicação nacional.

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(CEBRASPE/PREFEITURA DE SÃO CRISTÓVÃO-SE – 2023) O Acordo de Paris é um tratado global que estipula
medidas de redução de emissão de dióxido de carbono com o propósito de enfrentar a ameaça da
mudança do clima no planeta e reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes
disso. Assinale a opção que apresenta o ano em que o Acordo de Paris foi celebrado e o ano em que as
medidas firmadas nesse acordo começaram a ser cumpridas, respectivamente.
a) 2016 e 2022
b) 2015 e 2020
c) 2015 e 2022
d) 2016 e 2020
Comentários:
Pessoal, o Acordo de Paris foi firmado em 2015, com previsão inicial de início de cumprimento das medidas
em 2020 (a primeira revisão oficial do Acordo aconteceu na COP-26, ao final de 2021).
Gabarito: alternativa B.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
(CEBRASPE/PREFEITURA DE SÃO CRISTÓVÃO-SE – 2023) Ao celebrarem o Acordo de Paris, os governos dos
países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima assumiram o
compromisso de
a) combater a pobreza e a fome e seus impactos sobre a cadeia trófica.
b) combater as desigualdades regionais que causam a degradação da biodiversidade.
c) agir para manter os índices anômalos da alta troposfera abaixo dos 2 °C em relação à média anual de
precipitação pluviométrica.
d) agir para manter o aumento da temperatura média mundial abaixo dos 2 °C em relação aos níveis pré-
industriais, envidando esforços para limitar esse aumento a 1,5 °C.
Comentários:
O Acordo de Paris foi adotado durante a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), em Paris, com o objetivo central de fortalecer a resposta
global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos
decorrentes dessas mudanças.
O tratado foi aprovado pelos 195 países Parte da CQNUMC para reduzir emissões de gases de efeito estufa
(GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento
da temperatura média global em bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços

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para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso
reduziria significativamente os riscos e os impactos da mudança do clima.
Gabarito: alternativa D.

Pessoal, superando a grande problemática do Protocolo de Quioto, o Acordo de Paris prevê que todas
as Partes devem envidar esforços para formular e comunicar estratégias de longo prazo para um
desenvolvimento de baixa emissão de gases de efeito estufa. Ou seja, tanto os países mais desenvolvidos
quanto os menos possuem responsabilidades no âmbito do Acordo de Paris.

A ideia é que cada nação faça sua parte por meio das chamadas contribuições nacionalmente
determinadas (em inglês, Nationally Determined Contributions – NDCs) à resposta global à mudança do
clima, isto é, esforços e metas para atingir os objetivos propostos. Cada Parte deve preparar, comunicar e
manter sucessivas contribuições nacionalmente determinadas que pretende alcançar, adotando medidas de
mitigação domésticas, com o fim de alcançar os objetivos daquelas contribuições.

A contribuição nacionalmente determinada sucessiva de cada Parte deve representar uma progressão
em relação à contribuição nacionalmente determinada então vigente e refletir sua maior ambição possível,
tendo em conta suas responsabilidades comuns porém diferenciadas e respectivas capacidades, à luz das
diferentes circunstâncias nacionais.

A ideia é que cada vez as metas sejam cada vez mais ambiciosas e acelerem no sentido de diminuição
de emissões e aumento de sumidouros. Inclusive, qualquer Parte pode, a qualquer tempo, ajustar a sua
contribuição nacionalmente determinada vigente com vistas a aumentar o seu nível de ambição, de acordo
com orientação adotada pela Conferência das Partes.

Ao comunicar suas contribuições nacionalmente determinadas, todas as Partes devem


fornecer as informações necessárias para fins de clareza, transparência e compreensão, e
quaisquer decisões pertinentes da Conferência das Partes.

Inclusive, as Partes devem prestar contas de suas NDCs, para que se evidencie o que está
acontecendo em cada país. Ao contabilizar as emissões e remoções antrópicas
correspondentes às suas contribuições, as Partes devem promover a integridade
ambiental, a transparência, a exatidão, a completude, a comparabilidade e a consistência,
e assegurar que não haja dupla contagem.

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Aqui, novamente aparece a ideia da equidade e o princípio das responsabilidades comuns


porém diferenciadas, à luz das diferentes circunstâncias nacionais de cada país.

O Acordo reconhece que, para atingir a meta de longo prazo mencionada acima, as Partes
países em desenvolvimento levarão mais tempo para atingir o ponto máximo de emissão
para, a partir de então, realizar reduções rápidas das emissões de gases de efeito estufa,
de acordo com o melhor conhecimento científico disponível.

Inclusive, os países de menor desenvolvimento relativo e os pequenos Estados insulares


em desenvolvimento podem elaborar e comunicar estratégias, planos e ações para um
desenvolvimento de baixa emissão de gases de efeito estufa, refletindo suas circunstâncias
especiais.

Em termos gerais, o Acordo de Paris também prevê a necessidade de se criar fluxo financeiros e o
suporte financeiro consistentes na direção de promover baixas emissões de gases de efeito estufa e o
desenvolvimento resistente ao clima.

Os países desenvolvidos devem prover recursos financeiros para auxiliar as Partes países em
desenvolvimento tanto em mitigação como em adaptação, dando continuidade às suas obrigações
existentes sob a Convenção.

Assim, como parte de um esforço global, os países desenvolvidos devem continuar a liderar a
mobilização de financiamento climático a partir de uma ampla variedade de fontes, instrumentos e canais,
notando o importante papel dos recursos públicos, por meio de uma série de medidas, incluindo o apoio às
estratégias lideradas pelos países, e levando em conta as necessidades e prioridades das Partes países em
desenvolvimento. Essa mobilização de financiamento climático deve representar uma progressão para além
de esforços anteriores.

Nesse contexto, o Acordo prevê que os países desenvolvidos devem comunicar a cada 2 anos
informações quantitativas e qualitativas, de caráter indicativo, incluindo, quando disponíveis, níveis
projetados de recursos financeiros públicos a serem fornecidos às Partes países em desenvolvimento. Outras
Partes que provenham recursos também são encorajadas a comunicar essas informações voluntariamente a
cada 2 anos.

Outro aspecto importante do Acordo de Paris diz respeito ao desenvolvimento tecnológico e à


transferência de tecnologia. As Partes, observando a importância da tecnologia para a implementação de
ações de mitigação e adaptação e reconhecendo os esforços de aplicação e disseminação de tecnologias
existentes, devem fortalecer sua ação cooperativa em matéria de desenvolvimento e transferência de
tecnologias.

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Desse modo, prevê-se novamente a necessidade de apoio, incluindo apoio financeiro, aos países em
desenvolvimento para o fortalecimento da ação cooperativa em matéria de desenvolvimento e
transferência de tecnologias em diferentes fases do ciclo tecnológico, com vistas a alcançar um equilíbrio
entre o apoio destinado à mitigação e à adaptação.

Particularmente em relação ao governo brasileiro, os principais compromissos firmados no Acordo de


Paris envolvem as seguintes ações:

→ aumentar o uso de fontes alternativas de energia (além da fonte hidráulica), como a eólica e a solar;

→ aumentar a participação de bioenergias sustentáveis na matriz energética brasileira para 18% até
2030, expandindo o consumo de biocombustíveis e incrementando a porcentagem de biodiesel na mistura
de diesel;

→ cortar as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025, com o indicativo de redução de 43%
até 2030 – ambos em comparação aos níveis de 2005;

→ utilizar tecnologias limpas nas indústrias;

→ melhorar a infraestrutura dos transportes;

→ diminuir o desmatamento;

→ restaurar e reflorestar até 12 milhões de hectares de florestas;

→ zerar o desmatamento ilegal na Amazônia brasileira até 2030;

→ compensar as emissões de gases de efeito de estufa provenientes da supressão legal da vegetação


até 2030;

→ fortalecer o cumprimento do Código Florestal, em âmbito federal, estadual e municipal;

→ aumentar a participação de bioenergia sustentável na matriz energética brasileira para 18% até
2030,

→ alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz


energética em 2030, incluindo:

→ expandir o uso de fontes renováveis, além da energia hídrica, na matriz total de energia para uma
participação de 28% a 33% até 2030;

→ expandir o uso doméstico de fontes de energia não fóssil, aumentando a parcela de energias
renováveis (além da energia hídrica) no fornecimento de energia elétrica para ao menos 23% até 2030,
inclusive pelo aumento da participação de eólica, biomassa e solar;

→ alcançar 10% de ganhos de eficiência no setor elétrico até 2030.

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→ promover novos padrões de tecnologias limpas e ampliar medidas de eficiência energética e de


infraestrutura de baixo carbono no setor industrial;

→ no setor de transportes, promover medidas de eficiência, melhorias na infraestrutura de transportes


e no transporte público em áreas urbanas;

→ ampliar a escala de sistemas de manejo sustentável de florestas nativas, por meio de sistemas de
georreferenciamento e rastreabilidade aplicáveis ao manejo de florestas nativas, com vistas a desestimular
práticas ilegais e insustentáveis;

No Brasil, os principais desafios de cumprimento das metas do Acordo de Paris residem no


combate ao desmatamento ilegal e na redução do efeito estufa gerado pelas atividades
agropecuárias (mudanças no uso do solo, uso de fertilizante, emissão de metano3 por
ruminantes etc.).

Para finalizar o assunto do Acordo de Paris, é preciso e necessários sempre lembrar que não há
obrigatoriedade no cumprimento das metas estabelecidas, o que muitas vezes dificulta o alcance dos
objetivos propostos. O que houve é que as nações signatárias do Acordo assumiram as chamadas
Contribuições Nacionalmente Determinadas (Nationally Determined Contributions – NDCs), que são metas
voluntárias de redução de emissões, incrementadas a cada 5 anos.

A primeira revisão oficial aconteceu na COP-26, ao final de 2021. Não obstante, cada vez mais há uma
pressão internacional para que as metas do Acordo de Paris sejam levadas a sério, sendo um fator
importante na agenda da política externa dos países que o ratificaram, dada a urgência de medidas para
conter o aquecimento global.

3
O metano possui poder de absorver calor de 20 a 28 vezes maior que o gás carbônico.

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COP-27

Após o Acordo de Paris, na 21ª COP, tivemos mais 6 reuniões semelhantes, sendo a mais
recente a COP-27, realizada em Sharm el-Sheikh, no Egito .

Alguns dos principais resultados desse último encontro foram:

1) Criação de um fundo para ajudar os países que enfrentam danos severos causados pelas
mudanças climáticas.

2) Avanços em medidas de adaptação, mas não na escala e no ritmo necessários.


Diferentemente dos avanços em perdas e danos, no que diz respeito à adaptação, o
progresso ficou aquém do necessário para lidar com os impactos cada vez mais severos e
rápidos das mudanças climáticas.

3) Reforço para as reformas de financiamento climático, o qual ocupou o centro das


negociações no encontro. A decisão da COP 27 reflete a preocupação dos países em
desenvolvimento de que o compromisso assumido pelas nações desenvolvidas de fornecer
US$ 100 bilhões por ano ainda não foi cumprido.

4) Os cortes de emissões não foram suficientes. Na COP 27, os países entraram em um


acordo em relação a compromissos que refletem apenas avanços modestos na redução de
emissões.

5) Lançamento de novas iniciativas importantes na África. A COP 27 foi chamada de “COP


africana” por ter acontecido no Egito e, sob esse guarda-chuva, diversas iniciativas
africanas chamaram a atenção.

6) A maior parte das regras para os mercados de carbono foram finalizadas na COP26, e a
COP27 deveria apenas acertar detalhes operacionais. Infelizmente, porém, as partes
tiveram dificuldades com o grande volume de texto e a natureza altamente técnica do
conteúdo.

7) Na COP 27, as soluções baseadas na natureza foram incluídas na decisão principal das
negociações pela primeira vez. O texto incentiva as partes a considerarem soluções
baseadas na natureza ou abordagens ecossistêmicas e, ao mesmo tempo, assegura
garantias sociais e ambientais relevantes.

Um dado importante, que é proveniente da COP anterior, a 26, realizada em Glasgow, na Escócia, diz
respeito aos anos em que alguns países se comprometeram a zerar as emissões líquidas de gases de efeito

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estufa. Veja na imagem4 abaixo e note que o Brasil manteve o compromisso de alcançar o zero líquido em
2050:

(AMEOSC/PREFEITURA DE BARRA BONITA-SC – 2021) Em 2015 o governo brasileiro participou da


Convenção de Paris, que reuniu diversas nações em prol da busca de soluções para potencializar o
desenvolvimento sustentável, concordando em buscar cumprir o acordo de Contribuição Nacionalmente
Determinada (NDC). Fazem parte deste acordo:
I. Aumentar a participação de fontes renováveis e não hidráulicas, como a eólica e solar;

4
Disponível em: https://wribrasil.org.br/pt/blog/clima/os-principais-resultados-da-cupula-de-lideres-mundiais-da-
onu-na-cop26-em-glasgow

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II. Aumentar a participação da bioenergia sustentável, biocombustíveis e biomassa, juntamente com a


busca de aumentar a eficiência energética no setor elétrico.
III. Diminuir a produção de etanol em favor da queda do desmatamento, convertendo 20% desta área em
ambientes de reflorestamento.
IV. Promover tecnologia limpa e eficiência energética nos setores industrial e de transporte.
Estão corretos:
a) Apenas os itens I e II estão corretos.
b) Apenas os itens III e IV estão corretos.
c) Apenas os itens I, II e IV estão corretos.
d) Todos os itens estão corretos.
Comentários
Acabamos de ver alguns dos principais compromissos que o Brasil assumiu no Acordo de Paris e entre eles
constam o que está disposto nos itens I, II e IV. O item III, porém, não está correto: o etanol é considerado
um biocombustível, não havendo previsão para diminuir sua produção, tampouco para converter 20% da
área de plantio em ambientes de reflorestamento.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
(PREFEITURA DE BATAGUASSU – MS – 2021) O que é o acordo de Paris?
a) É um compromisso internacional discutido entre 195 países com o objetivo de minimizar as consequências
do aquecimento global.
b) É um compromisso internacional discutido entre 184 países com o objetivo de minimizar as consequências
das queimadas na Floresta Amazônica.
c) É um compromisso internacional discutido entre 175 países com o objetivo de conscientizar a população
mundial sobre consequências das queimadas na Austrália e do mundo.
d) É um compromisso entre os países europeus com o objetivo de aumentar os cuidados e preservação do
meio ambiente.
Comentários
O Acordo de Paris foi adotado durante a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), em Paris, com o objetivo central de fortalecer a resposta
global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos
decorrentes dessas mudanças. O tratado foi aprovado pelos 195 países Parte da CQNUMC para reduzir
emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável.
Portanto, a alternativa A está correta e é o nosso gabarito.

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OUTROS EVENTOS CLIMÁTICOS


Além do efeito estufa, outros eventos climáticos e meteorológicos naturais podem ser exacerbados
diante do cenário atual de utilização dos recursos naturais, interferência antropogênica na natureza,
adensamento populacional e mudanças climáticas em geral.

Inicialmente, é interessante sabermos o conceito de período de retorno, pois já foi cobrado em prova.
Trata-se do intervalo de tempo estimado entre dois fenômenos naturais de igual magnitude. Na
climatologia, pode-se aplicar esse fator para se estimar as chances de ocorrência de certo terremoto de
determinada magnitude. Em locais sujeitos a tais fenômenos, portanto, essa estimativa pode auxiliar no
projeto construtivo de edificações pensadas para suportar tais eventos.

Vejamos agora alguns aspectos acerca dos principais fenômenos de interessa para fins de provas de
concursos públicos!

El Niño e La Niña

O El Niño, também chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS), é um fenômeno caracterizado pelo
aquecimento incomum (em geral, a cada 5 anos) das águas oceânicas do Oceano Pacífico nas proximidades
do continente sul-americano e, mais intensamente, na costa do Peru. Trata-se de um aumento da ordem
de 4 a 6 °C acima da média térmica das correntes quentes que aí circulam.

Embora ocorra nessa localidade, os efeitos desse fenômeno podem ter dimensões planetárias, uma
vez que há interação das águas superficiais do Oceano Pacífico com a atmosfera.

Figura1 representativa da elevação das temperaturas das águas do Oceano Pacífico, na costa do Peru (El Ninõ)

As origens da ocorrência do El Niño ainda não são totalmente conhecidas, mas estudiosos concordam
que a interação entre o oceano e a atmosfera é que gera efeitos de escala global. O aumento dos fluxos de

1
Imagem passível de reprodução, disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:El_Ni%C3%B1o_1982-
83.png

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calor sensível e de vapor de água da superfície do Oceano Pacífico para a atmosfera provoca mudanças na
circulação atmosférica e na precipitação em escalas regional e global e, consequentemente, mudanças
climáticas e nas condições meteorológicas de várias partes do mundo.

Alguns dos efeitos observados são: secas anormais, precipitações intensas, perdas agrícolas, prejuízos
à pesca, entre outros. No Brasil, o El Niño costuma provocar precipitações intensas na região sul, aumento
das temperaturas nas regiões sul e sudeste, intensificação das secas no nordeste e reduções de chuvas no
norte do país.

Algumas consequências do El Ninõ em diversas regiões do globo, incluindo o Brasil.

Já a La Niña é caracterizada como o processo contrário do El Niño, ou seja, um resfriamento anormal


das águas do Oceano Pacífico, gerando também impactos nas atividades humanas. Ocorre quando a porção
leste do Pacífico fica sujeita ao aumento anormal das pressões, que geralmente são elevadas.

Os episódios La Niña favorecem a chegada de frentes frias até a região nordeste do Brasil,
principalmente no litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas, bem como chuvas mais intensas nas regiões
norte/nordeste e secas mais intensas na região sul (oposto do El Niño). No Centro-sul do Brasil, as frentes
frias também têm sua passagem mais rápida que o normal e com mais força.

Circulação Termohalina

A circulação termohalina (termossalina) refere-se à circulação oceânica global movida pelas


diferenças de densidade das águas dos oceanos devido a variações de temperatura ou salinidade.

Conduzido pelos diferentes gradientes de densidade criados pelo calor da superfície e pelos fluxos de
água doce, esse mecanismo de correntes oceânicas transporta grandes quantidades de calor e sal do
equador aos polos. Uma mudança na força da circulação termohalina pode levar a grandes mudanças
climáticas regionais e globais.

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Tempestades Tropicais

As tempestades tropicais são ciclones que podem ter denominações variadas a depender de onde
ocorrem: são furacões no Caribe e no oceano atlântico, ciclones no oceano índico e Baía de Bengala, tufões
nos mares da China e oceano pacífico, ciclones tropicais ao largo da Oceania, willy-willies na Austrália e
baguiós nas Filipinas.

As tempestades tropicais são centros ciclônicos, quase circulares, com pressão extremamente baixa,
na qual os ventos giram em espiral. Geralmente, seu diâmetro varia de 160 a 650 km e a velocidade de seus
ventos varia de 120 a 200 km/h.

Deslocam-se à uma razão de 15 a 30 km/h, nunca se originam sobre superfícies terrestres e são
enfraquecidos quando se movimentam sobre o continente e sobre superfícies aquáticas frias. Além das
águas quentes dos oceanos (acima de 27 ºC), um furacão também depende de outras duas condições para
existir: alta umidade do ar e ventos no mesmo sentido na baixa e na alta troposfera.

Tornados

Diferem-se dos ciclones pois se estabelecem em uma área menor, mas são considerados os
fenômenos meteorológicos mais violentos, em consequência da alta concentração de energia que
envolvem.

Um tornado é visto como uma coluna ondulante de nuvens, aparentemente suspensa de uma espessa
nuvem escura (cumulonimbus) e tocando a terra. No seu centro, o ar toma-se rarefeito sob a influência da
força centrífuga e sua pressão cai para quase a metade do seu valor normal.

As velocidades dos ventos perto do centro da coluna só podem ser calculadas, pois quaisquer
instrumentos na sua proximidade são destruídos, sendo, entretanto, provável que estas velocidades
alcancem valores próximos a 500 km/h.

Os tornados ocorrem em frentes frias, quando o ar quente está muito úmido e instável, aparecendo
onde há diferenças extremas entre a direção das massas de ar frio e quente.

Tectonismo

O tectonismo, com movimentações na escala de milhões de anos, pode causar mudanças nos padrões
da circulação atmosférica e da circulação oceânica. As correntes oceânicas dependem da geometria dos
oceanos e esta é controlada pela tectônica de placas.

Ilhas de Calor

Os centros urbanos apresentam características que favorecem o aumento da temperatura nesses


locais, tais como a concentração de fontes de calor nas cidades, excesso de asfalto, prédios, pouca
vegetação, emissão de poluentes condutores de calor, entre outros.

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Desse modo, a ilha de calor urbana é caracterizada pela temperatura média anual em um centro
urbano mais alta do que a de suas redondezas. Para se ter ideia, em alguns casos essa diferença pode atingir
mais de 10 ºC.
Em termos de poluição atmosférica, as ilhas de calor são fenômenos relevantes porque o contraste de
temperatura forma uma circulação convectiva que contribui para a concentração de poluentes sobre as
grandes cidades.

Inversão Térmica

Na troposfera, camada da atmosfera mais próxima a superfície terrestre, normalmente o ar vai se


resfriando à medida que cresce a altitude. Assim, o ar mais próximo à superfície é mais quente e, portanto,
menos denso, o que o possibilita de subir.
==2537cb==

Quando, porém, uma camada de ar quente se sobrepõe a uma camada de ar frio, impede-se o
movimento ascendente do ar próximo à superfície, que já está mais denso, fenômeno conhecido por
inversão térmica. Nesse sentido, é necessário que haja um deslocamento vertical dos ventos para o ar
quente se misture com o ar frio e desestabilize o fenômeno.
No período de inverno, esse fenômeno se intensifica diante da menor intensidade solar e da ausência
de nebulosidade. Trata-se de um fenômeno que ocorre naturalmente em muitos lugares, mas que acaba
sendo mais percebido nos grandes metrópoles em função da maior concentração de poluentes
atmosféricos que são impedidos de dispersar e ficam aprisionados mais de maneira mais próxima à
população.

(IBFC/POLÍCIA CIENTÍFICA-PR - 2017) O fenômeno da inversão térmica encontra-se entre os


fenômenos relacionados à poluição atmosférica. Sobre esse fenômeno assinale a alternativa incorreta.
a) Ocorre geralmente em cidades muito industrializadas
b) No fenômeno, na intersecção do ar quente com o ar frio forma-se uma camada de inversão, com o ar
quente sob o ar frio, evitando que os poluentes passem para as camadas superiores da atmosfera
c) Acontece principalmente nos períodos de inverno
d) O fenômeno cessa quando ocorre deslocamento horizontal dos ventos
e) Os poluentes ficam dispersos na troposfera, criando uma névoa sobre o local
Comentários:
A alternativa A está correta, porque a industrialização gera uma maior quantidade de poluentes emitidos,
o que favorece a ocorrência da inversão térmica.

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A alternativa B foi considerada correta, mas está errada. Veja que ela afirma que o ar quente fica sob o ar
frio na inversão térmica, quando sabemos que o ar quente fica SOBRE o ar frio, isto é, acima dele.
A alternativa C está correta, pois no período de inverno a inversão térmica se intensifica, uma vez que a
camada de inversão fica mais estreita, o que aprisiona os poluentes de um modo mais próximo da
população.
A alternativa D está errada e foi considerada o gabarito, haja vista ser necessário um deslocamento vertical
(não horizontal) dos ventos para o ar quente se misture com o ar frio e desestabilize o fenômeno.
A alternativa E está correta, visto que a inversão térmica impede a dispersão de poluentes emitidos pelas
fontes presentes na superfície terrestre.

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QUESTÕES COMENTADAS – AQUECIMENTO GLOBAL -


MULTIBANCAS

1. (QUADRIX/CRP 19ª REGIÃO - 2022) Um panorama do mundo atual permite encontrar avanços e
retrocessos, guerra e paz, além de dinamismo econômico, que, no entanto, exclui uma parcela
significativa da população mundial. A respeito desse cenário, julgue o item.
Um relatório recente, produzido por especialistas convidados pela Organização das Nações Unidas
(ONU), foi enfático ao afirmar que o propalado aquecimento global é um tema politizado e que seus
efeitos não comprometem o futuro do Planeta.

Comentários

Não precisava nem conhecer o relatório da ONU para saber que ela não iria publicar conteúdo no
sentido de que o aquecimento global é um tema politizado e que seus efeitos não comprometem o futuro
o Planeta.

A grande maioria da comunidade científica e também a ONU são enfáticos ao afirmar que o
aquecimento global é uma constatação objetiva e comprovada cientificamente e que seus efeitos
comprometem sim o futuro do planeta.

Logo, questão errada.

2. (CEBRASPE/FUB – 2022) Os dois extremos gelados do planeta estão sofrendo, mais do que
qualquer outra parte da Terra, os efeitos do aquecimento global. Ártico e Antártida, regiões
essenciais para a regulação da temperatura, derretem a um ritmo mais acelerado do que a ciência
previa. Correio Braziliense, 20/3/2022, p. 12 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto anterior como referência inicial, e considerando a amplitude do tema
que ele focaliza, julgue o item que se segue.
A emissão em larga escala de gases de efeito estufa amplia o aquecimento global.

Comentários

Claro que sim! Lembre-se que o efeito estufa é um fenômeno natural, mas a sua exacerbação
resultante da emissão em larga escala de GEEs agrava o que chamamos de aquecimento global.

Questão correta!

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3. (INSTITUTO CONSULPLAN/PREFEITURA DE COLÔMBIA-SP - 2021) Após dois anos de alta, as


emissões de gases do efeito estufa do setor de energia pararam de aumentar em 2019, segundo
dados da Agência Internacional de Energia (AIE). O jornal francês Les Echos destacou que 33
milhões de toneladas de gás carbônico foram emitidas em 2019, mesma quantidade do ano
anterior. (Disponível em: Veja mais em https://noticias.uol.com.br/meioambiente/ultimas-
noticias.)
Quanto ao efeito estufa, está INCORRETO o que se afirma em:
a) É um fenômeno atmosférico.
b) O gás metano é o segundo maior contribuinte para o aumento das temperaturas da Terra.
c) O uso de energias renováveis é uma das atividades que mais produzem gases de efeito estufa.
d) Sua concentração na atmosfera impossibilita que o calor seja irradiado, aquecendo a superfície
terrestre, elevando as temperaturas.

Comentários

A alternativa A está correta. Efeito estufa é um fenômeno atmosférico natural responsável pela
manutenção da vida na Terra. Sem a presença desse fenômeno, a temperatura na Terra seria muito baixa,
o que impossibilitaria o desenvolvimento de seres vivos.

A alternativa B está correta. O metano (CH4) está apenas atrás do CO2 em termos de contribuições
para o aquecimento global.

A alternativa C está errada e é o nosso gabarito. É a queima de combustíveis fósseis (ex.: carvão
mineral e derivados de petróleo em geral) que mais produz GEEs. O uso de energias renováveis não utiliza
combustíveis fósseis, que, por definição, são não renováveis.

A alternativa D está correta. A concentração dos GEEs na atmosfera impede que o calor seja
irradiado, aquecendo ainda mais a superfície terrestre. Esse aumento das temperaturas decorrente da
intensificação do efeito estufa é conhecido como aquecimento global.

4. (PREFEITURA DE BOMBINHAS-SC/PREFEITURA DE BOMBINHAS-SC - 2021) “As emissões vão


cair em 2020, mas as concentrações seguem aumentando. É pouco provável que nós possamos
perceber qualquer desaceleração no nível de acúmulo de gases causadores do efeito estufa. “A
confiança e dependência da ciência para informar as ações do governo e sociedade, na solução de
uma emergência global, são exatamente as medidas que precisamos para promover planos que
resolvam a próxima crise a ser enfrentada pela humanidade, diz Grahame Madge, porta-voz do
Met Office. A próxima grande crise a ser enfrentada pela humanidade segundo o trecho acima é:
Fonte: https://canaltech.com.br/meio-ambiente/aquecimento-global-2020-pode-bater-recorde-
de-ano-maisquente-163997/.
a) Mudança climática.
b) Crise econômica.
c) Crise da moeda verde.

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d) Crise da União Europeia.

Comentários

Mudança climática se refere a transformações de longo prazo nos padrões de temperatura e clima.
Essas alterações podem ser naturais, mas, desde o século 18 as atividades humanas têm sido a principal
causa das mudanças climáticas, principalmente por causa da queima de combustíveis fósseis.

Assim, a alternativa A está correta e é o nosso gabarito.

5. (QUADRIX/PREFEITURA DE CANAÃ DOS CARAJÁS-PA - 2021) Ele é um fenômeno natural e


essencial para a vida na Terra. Entretanto, a intensificação da emissão de gases poluentes na
atmosfera tem gerado o aquecimento global. Esse fenômeno é o
a) desenvolvimento sustentável.
b) efeito estufa.
c) protocolo de Kyoto.
d) fundo verde para o clima.
e) mecanismo de desenvolvimento limpo.

Comentários

O efeito estufa é um fenômeno natural e possibilita a vida humana na Terra.

Sem o efeito estufa, a Terra seria muito fria e não possibilitaria o desenvolvimento de muitas das
espécies conhecidas, inclusive a humana. O grande problema relacionado ao efeito estufa é a sua
intensificação excessiva, que pode ocasionar um aquecimento demasiado no planeta, inviabilizando
diversas relações ecológicas e até mesmo a sobrevivência de certas espécies. Esse superaquecimento é
conhecido como aquecimento global e faz parte dos processos de mudanças climáticas.

Logo, a alternativa B está correta e é o nosso gabarito.

6. (QUADRIX/CRP-MS – 2021) Características marcantes do mundo atual são as mudanças, rápidas


e profundas, que alteram a vida no Planeta. São transformações econômicas, políticas, sociais,
culturais e ambientais que não encontram paralelo no passado. Considerando esse cenário, com
seus aspectos positivos e negativos, e a realidade brasileira atual, julgue o item.
Segundo muitos cientistas, a emissão de gases poluentes na atmosfera amplia o denominado efeito
estufa, o que influenciaria as mudanças climáticas.

Comentários

A radiação infravermelha que aquece a superfície terrestre possui a tendência de escapar de volta para
a atmosfera. Aí é que entra o papel dos chamados Gases do Efeito Estufa (GEE), como o CO2 e o CH4
(metano), que são substâncias que absorvem parte dessa radiação infravermelha e dificultam seu escape
para o espaço.

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Isso impede que ocorra uma perda demasiada de calor para o espaço, mantendo o planeta aquecido.
Portanto, o efeito estufa consiste em um fenômeno natural de aquecimento térmico que possibilita que a
temperatura do planeta seja mantida em condições de sobrevivência dos seres vivos aqui presentes.

Sem o efeito estufa, a Terra seria muito fria e não possibilitaria o desenvolvimento de muitas das
espécies conhecidas, inclusive a humana. O grande problema relacionado ao efeito estufa é a sua
intensificação excessiva, que pode ocasionar um aquecimento demasiado no planeta, inviabilizando
diversas relações ecológicas e até mesmo a sobrevivência de certas espécies. Esse superaquecimento é
conhecido como aquecimento global e faz parte dos processos de mudanças climáticas.

Questão correta!

7. (QUADRIX/CRP-MA - 2021) O século XX já foi definido como “era dos extremos”. Essa realidade
não se alterou nas primeiras décadas do século XXI. Política, economia, cultura, comportamento,
relações internacionais, meio ambiente, enfim, em todos os aspectos, o mundo contemporâneo
busca construir um novo cenário, em meio a contradições e à crescente complexidade. A partir
dessas considerações iniciais, relativas aos dias de hoje, julgue o item.
Aquecimento global e mudanças climáticas são expressões usadas com frequência na atualidade e
expressam a existência de estudos e de preocupação com o uso desenfreado dos recursos naturais, pondo
em risco a própria vida no Planeta.

Comentários

Faz sentido!

O aquecimento global é um fenômeno climático que refere-se ao aumento das temperaturas médias
do Planeta nos últimos anos, tendo como principal causa a ação do homem sobre o meio.

O termo “mudanças climáticas”, embora intimamente relacionado ao aquecimento global, é mais


amplo, pois pode se referir a outras mudanças para além do aumento das temperaturas, como chuvas
intensas, secas severas, enchentes, furacões etc.

Questão correta.

8. (QUADRIX/CRP-MA - 2021) Um aspecto marcante do mundo, nos dias atuais, é a velocidade das
mudanças que ocorrem em todos os setores. Da política à economia, na forma como as
sociedades se organizam, tudo se transforma rápida e profundamente. Considerando essa
realidade, julgue o item.
Hoje há certeza científica de que a ação humana não promove alterações na natureza.

Comentários

Pelo contrário! É claro que a ação humana promove alterações na natureza, basta pensar em aspectos
como desmatamentos, perda de hábitats promovidos pela substituição do uso e ocupação do solo, emissão
de gases de efeito estufa, emissão de poluentes diversos etc.

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Questão errada.

9. (QUADRIX/CRP-MS - 2021) As duas primeiras décadas do século XXI confirmam a realidade que o
século anterior criara: a crescente importância do conhecimento científico e as incessantes
inovações tecnológicas; a economia globalizada, ampliando os mercados e a circulação de
capitais e de produtos; a mudança climática, negada por alguns, mas parecendo cada vez mais
evidente; e as enormes desigualdades, que não dão sinal de arrefecimento. Considerando esse
cenário da atualidade como referência inicial, julgue o item.
Mundo afora, movimentam-se setores da sociedade no combate ao aquecimento global, o que envolve,
entre outras ações, cortes profundos em emissões de carbono na atmosfera.

Comentários

De fato, tem havido, cada vez mais, movimentações de diversos setores no sentido de diminuir as
emissões de gases de efeito estuda.

Alguns dos exemplos mais notórios são o Acordo de Paris e os relatórios do IPCC.

Questão correta.

10. (PREFEITURA DE BATAGUASSU-MS/PREFEITURA DE BATAGUASSU-MS – 2021) O que é o


acordo de Paris?
a) É um compromisso internacional discutido entre 195 países com o objetivo de minimizar as
consequências do aquecimento global.
b) É um compromisso internacional discutido entre 184 países com o objetivo de minimizar as
consequências das queimadas na Floresta Amazônica.
c) É um compromisso internacional discutido entre 175 países com o objetivo de conscientizar a
população mundial sobre consequências das queimadas na Austrália e do mundo.
d) É um compromisso entre os países europeus com o objetivo de aumentar os cuidados e preservação
do meio ambiente.

Comentários

Formalizado em 2015, o Acordo de Paris é um compromisso firmado por 195 países que prevê metas
para a redução de emissão de gases do efeito estufa com o objetivo de tentar conter o avanço do
aquecimento global.

Assim, a alternativa A que está correta e é o nosso gabarito.

11. (OBJETIVA/PREFEITURA DE PATO BRAGADO-PR – 2021) As concentrações de gases de efeito


estufa na atmosfera atingiram um novo recorde no ano passado - disse a Organização
Meteorológica Mundial (OMM). (Fonte: UOL - adaptado.) Considerando-se o assunto da notícia,
assinalar a alternativa que preenche a lacuna abaixo CORRETAMENTE:

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Caso o ritmo atual de aumento das concentrações de gases de efeito estufa se mantenha, o
aumento da temperatura no final deste século vai superar, de longe, a meta estabelecida, em
virtude do Acordo de ________, de limitar o aquecimento global a +1,5°C, ou a +2°C acima dos níveis
pré-industriais.
a) Paris.
b) Genebra.
c) Tóquio.
d) Bangkok.

Comentários

O Acordo de Paris foi adotado durante a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), em Paris, com o objetivo central de fortalecer a
resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os
impactos decorrentes dessas mudanças.

O tratado foi aprovado pelos 195 países Parte da CQNUMC para reduzir emissões de gases de efeito
estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o
aumento da temperatura média global em bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar
esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que
isso reduziria significativamente os riscos e os impactos da mudança do clima.

A partir das explicações realizadas, a alternativa que corresponde ao que foi pedido na questão é a
alternativa A, nosso gabarito.

12. (IBADE/ISE-AC – 2021) “A crise climática não é mais uma preocupação sobre o futuro. Em muitas
partes do mundo, ela já começou.” (bbc news 31/10/2021).
O ano de 2021 foi o mais quente já registrado. Milhões de pessoas estão vivendo em temperaturas
extremas, enfrentando uma ameaça crescente de enchentes ou incêndios florestais.
Pode-se afirmar que as causas do aquecimento global são, entre outras:
I- o uso de combustíveis fósseis
II- a prática indiscriminada de queimadas.
III- a prática indiscriminada do desmatamento.
IV- a prática da redução do CO2.
V- O descarte descuidado do lixo, sobretudo o orgânico, pois sua decomposição forma gases
como o metano.
Dos itens acima mencionados, estão corretos, apenas:
a) I e III.
b) II e IV.

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c) I, III e V.
d) I, II, III e V.
e) II, III, IV e V.

Comentários

Os itens I, II e III estão corretos. De fato, queima de combustíveis fósseis, desmatamento e queimadas
contribuem para emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera, bem como a redução do sequestro de
carbono.

Já o item IV está errado, pois a redução de CO2 não favorece o aquecimento global, pelo contrário.

O item V também está correto, porque o metano é um gás emitido pelo lixo em decomposição e
possui alto poder de aquecimento!

Assim, os itens I, II, III e V estão corretos e a alternativa D é o nosso gabarito.

13. (FGV/FAMEMA - 2021) Desde 2015, negociadores de países e governos do mundo se reúnem
anualmente na Conferência do Clima para acordar medidas capazes de limitar as emissões de
gases de efeito estufa e se aproximar das metas estabelecidas no Acordo de Paris que, previa-se,
entraria em vigor em 2020. Por isso, a Conferência do Clima de 2019 (COP 25) gerou grande
expectativa: os líderes dos países tinham em mãos uma grande oportunidade de resolver
questões importantes do Acordo de Paris, como o Art. 6, sobre os mercados de carbono.
O tratado internacional conhecido como Acordo de Paris, debatido na COP 25 e do qual o Brasil é
signatário, resultou
a) de uma visão malthusiana do desenvolvimento econômico.
b) da confiança nos mecanismos de autorregulação do mercado.
c) da progressiva afirmação do conceito de desenvolvimento sustentável.
d) dos compromissos entre países produtores e consumidores de petróleo.

Comentários

A alternativa A está errada. O conceito de desenvolvimento econômico empregado nas discussões


na COP 25 não está relacionado ao crescimento populacional propagado por Malthus. A ideia veiculada na
COP 25 foi de um desenvolvimento econômico sustentável que respeite o clima e diminua as emissões de
gases de efeito estufa.

A alternativa B está errada, pois, se for depender dos mecanismos de autorregulação do mercado,
apenas o viés econômico seria observado e não haveria incentivo para diminuir as emissões de GEEs.

A alternativa C está correta e é o nosso gabarito. O objetivo da COP foi discutir ações de
desenvolvimento sustentável respeitando o clima e diminuindo as emissões de gases de efeito estufa, o que
reafirma o conceito de desenvolvimento sustentável.

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A alternativa D está errada, uma vez que a discussão não foi pautada no sentido de estabelecer
compromissos entre produtores e consumidores, mas sim a todos os quase 200 países.

14. (AOCP/PREFEITURA DE BELÉM-PA – 2021) Em 2015, na 21ª Conferência das Partes (COP21) da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), foi adotado um novo
acordo com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de
reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças. Foi
aprovado por países Parte da UNFCCC, para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no
contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o
aumento da temperatura média global em bem menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais e
de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-
industriais. O excerto faz referência
a) ao Acordo de Paris.
b) ao Protocolo de Quioto.
c) ao Protocolo de Montreal.
d) à Convenção de Viena.
e) à Cúpula da Terra.

Comentários

O Acordo de Paris foi adotado durante a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), em Paris, com o objetivo central de fortalecer a
resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os
impactos decorrentes dessas mudanças.

O tratado foi aprovado pelos 195 países Parte da CQNUMC para reduzir emissões de gases de efeito
estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o
aumento da temperatura média global em bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar
esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que
isso reduziria significativamente os riscos e os impactos da mudança do clima.

Logo, a alternativa A está correta e é o nosso gabarito.

15. (IBADE/ISE-AC – 2021) O Acordo foi feito no dia 12 de dezembro de 2015 durante a Conferência
das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP). As propostas do Acordo de Paris
entraram em vigor no dia 4 de novembro de 2016. Cento e noventa e seis países assinaram o
Acordo de Paris em 2015. Os Estados Unidos abandonaram o Acordo durante o governo do ex-
presidente Donald Trump. Em 2021, com a eleição de Biden, o país voltou a seguir o documento.
O descumprimento do “Acordo” por algum dos países que assinaram o documento não prevê
punição posto tratar-se de:
a) uma cooperação mundial de combate ao aquecimento global.
b) um registro do compromisso entre as nações envolvidas nas guerras do século XX.

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c) um acordo feito entre os reinos de Portugal e Espanha, assinado em Paris na presença de 196
países.
d) um acordo de cessar-fogo a vigorar em toda a Europa, que implicou a suspensão de todos os
enfrentamentos sobre temas como mudanças climáticas e potencial armamentício.
e) um acordo sobre o derretimento das geleiras no continente Antártico.

Comentários

Pessoal, o Acordo de Paris é uma cooperação mundial de combate ao aquecimento global.

O tratado foi aprovado pelos 195 países Parte da CQNUMC para reduzir emissões de gases de efeito
estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o
aumento da temperatura média global em bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar
esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que
isso reduziria significativamente os riscos e os impactos da mudança do clima.

Assim, a alternativa A está correta e é o nosso gabarito.

16. (IBADE/ISE-AC – 2021) “O Brasil anunciou, em Glasgow, um aumento das suas metas de redução
de emissões de gases. Nós tínhamos um compromisso de reduzir em 43% as emissões, até o ano
de 2030, com base nas emissões de 2005. Em Glasgow nós elevamos isso para 50%.”
(Ronaldo Costa Filho, Embaixador do Brasil nas Nações Unidas.
https://news.un.org/pt/interview/2021/)
Acerca do assunto, podem ser citadas algumas ações dos governos necessárias para diminuir a
emissão de gás carbônico como, EXCETO:
a) Implantação de energia renovável.
b) Incentivo, à agricultura sustentável.
c) Incentivo a diminuição do uso de agrotóxicos.
d) Ampliação da produção de energia termelétrica.
e) Redução do desmatamento e queima das florestas.

Comentários

Pessoal, as usinas termelétricas produzem energia por meio da queima de combustíveis fósseis, então
é evidente que a ampliação da produção por parte dessas usinas não constitui uma ação para diminuir a
emissão de gás carbônico.

Logo, a alternativa D está errada e é o nosso gabarito.

Todas as demais alternativas trouxeram ações que, em princípio, evitam ou diminuem a emissão de
CO2 e outros GEEs, seja pela diminuição de emissões (ex.: energia sustentável) seja pelo aumento de
sequestro (ex.: redução do desmatamento).

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17. (PREFEITURA DE TIJUCAS-SC/PREFEITURA DE TIJUCAS-SC – 2021) O mais recente relatório do


Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alerta que as consequências do
aquecimento global que hoje vivenciamos são uma pequena mostra do que está por vir. Assinale
a alternativa que indica uma solução para a diminuição do ritmo do aquecimento global, segundo
o IPCC.
a) Proibição dos chamados métodos alternativos de produção de energia que têm contribuído
significativamente para o aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2).
b) A utilização de termoelétricas para a produção de energia, substituindo as hidrelétricas que causam
enormes danos ambientais.
c) Reduções fortes e sustentadas na emissão de dióxido de carbono (CO 2) e outros gases de efeito
estufa.
d) O incentivo ao crescimento das cidades, uma vez que a dispersão da população em grandes
territórios com baixa densidade populacional aumenta as emissões de gases que produzem o efeito estufa.
e) A redistribuição da população global, possibilitando a migração em massa das áreas mais quentes
do planeta para a mais fria, onde os gastos energéticos são menores.

Comentários

A alternativa A está errada, porque tais métodos alternativos visam justamente a possibilitar
menores emissões.

A alternativa B está errada, porque as termelétricas são grandes emissoras de GEEs.

A alternativa C está correta e é o nosso gabarito: é a redução das emissões de GEEs que irá possibilitar
a diminuição do ritmo do aquecimento global, pois é a presença desses gases que o ocasiona.

A alternativa D está errada, considerando que, quanto mais as cidades grandes crescem, mais
crescem as demandas de produtos, serviços, energia etc., que, direta ou indiretamente, carecem de
processos emissores de GEEs.

A alternativa E está errada, uma vez que, nas áreas mais frias, os gastos energéticos são maiores, pois
é necessária energia para calefação dos ambientes.

18. (FEPESE/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC – 2021) Assinale a alternativa que


indica corretamente como que a recomposição de florestas em áreas antes desmatadas reduz o
aquecimento global.
a) Pelo sombreamento que as árvores fazem no solo, o que diminui o aquecimento do solo.
b) Pela diminuição do CO2 na atmosfera, pois as plantas usam esse gás no processo de fotossíntese.
c) Porque a cor verde das florestas reflete mais os raios solares, evitando o aquecimento do planeta.
d) Porque na fotossíntese há liberação de O2 e esse gás reflete os raios solares e contribui para
diminuição do efeito estufa.
e) Porque se tivermos mais florestas, haverá menos lugar para os humanos que são os causadores do
efeito estufa.

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Comentários

Lembre-se que as plantas utilizam o gás carbônico (CO2) no processo de fotossíntese, então a
alternativa mais óbvia é a alternativa B, nosso gabarito. Não obstante, deixo uma ressalva pois a alternativa
A não está de todo errada, embora esse sombreamento atue muito mais em termos de microclima do que
de macroclima global.

19. (ALTERNATIVE CONCURSOS/PREFEITURA DE ESPERANÇA DO SUL-RS – 2021) O Efeito Estufa


é um processo natural do planeta Terra que consiste em armazenar o calor emitido pelos raios
solares, através de gases da atmosfera, mantendo a temperatura média do planeta em 15º. Este
processo natural vem sofrendo algumas alterações nas últimas decadas e é um dos fatores que
contribui para o Aquecimento Global. Dentre os principais gases do Efeito Estufa podemos
destacar:
a) Gás Carbônico (CO2), Metano (NH4) e Vapor d'água (H2O).
b) Gás Carbônico (CO2), Nitrogênio (N2) e Metano (NH4).
c) Gás Carbônico (CO2), Oxigênio (O2) e Vapor d'água (H2O).
d) Gás Carbônico (CO2), Cianeto de Hidrogênio (HCN) e Metano (NH4).
e) Gás Carbônico (CO2), Vapor d'água (H2O) e Cianeto de Hidrogênio (HCN).

Comentários

Os principais GEEs são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), os
hidrofluorcarbonos (HFCs), o perfluorcarbonos (PFCs) e o hexafluoreto de enxofre (SF6).

Mas lembre-se que muitas bancas consideram o vapor de água como um GEE, pois de fato possui um
altíssimo poder de concentrar calor. Foi o caso desta aqui, que considerou a alternativa A correta e o
gabarito.

Também dava para resolver por eliminação, pois nitrogênio, oxigênio e cianeto de hidrogênio não são
GEEs.

20. (FUNDATEC/PREFEITURA DE VACARIA-RS – 2021) O Acordo de Paris tem como tema central:
a) A igualdade de gênero.
b) O aquecimento global.
c) A discriminação racial.
d) O protecionismo econômico.
e) As regulações alfandegárias.

Comentários

O Acordo de Paris foi adotado durante a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), em Paris, com o objetivo central de fortalecer a

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resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os
impactos decorrentes dessas mudanças.

Lembre-se que a principal faceta do que se conhece por mudanças climáticas é, indubitavelmente, o
aumento da temperatura terrestre que vem sendo observado nas últimas décadas (aquecimento global).

Logo, a alternativa B está correta e é o nosso gabarito.

21. (CESGRANRIO/TRANSPETRO - 2018) Sobre as características físicas e químicas da atmosfera


terrestre, verifica-se que a(o)
a) ionosfera é constituída de uma única camada de densidade fixa de íons e tem muito impacto sobre
o clima.
b) estratosfera apresenta temperaturas mais baixas do que no limite superior da troposfera
(tropopausa), pois está acima da camada de ozônio.
c) presença do ozônio é vital devido à sua capacidade de absorver a radiação ultravioleta do sol na
reação de fotodissociação.
d) oxigênio, em maior quantidade, seguido do nitrogênio, ocupam até 99% do volume de ar seco e
limpo na atmosfera.
e) vapor d’água constitui mais da metade do volume da baixa atmosfera nos trópicos úmidos e
quentes.

Comentários

A alternativa A está errada, pois a ionosfera é composta por camadas de ionização, não por uma
camada fixa. Além disso, ela se situa na parcela mais inferior da termosfera, que está a dezenas de
quilômetros de altura, não tendo grande impacto no clima como afirmado.

A alternativa B está errada, porque, ao contrário do que ocorre troposfera, a temperatura na


estratosfera aumenta à medida que a altitude também aumenta devido aos efeitos de absorção de calor
por parte do ozônio. Então, é correto afirmar que a estratosfera apresenta temperaturas mais altas (não
mais baixas) que na tropopausa.

A alternativa C está correta e é o nosso gabarito. O ozônio é fundamental para a proteção da


superfície do planeta quanto à incidência de radiação ultravioleta.

Sem o ozônio, a vida na terra como a conhecemos não seria possível diante dos estragos que a
radiação ultravioleta do Sol provocaria. Basta pensar que a pouca radiação UV que não é absorvida pelo
ozônio e chega à superfície já traz grandes consequências, tais como o impacto no sistema imunológico, os
danos à visão, o envelhecimento precoce e o induzimento a neoplasias (câncer).

Assim, as principais preocupações da destruição da camada de ozônio são os perigos dos raios
ultravioletas do Sol encontrarem o caminho livre para atingir a superfície da Terra.

A alternativa D está errada, porque o nitrogênio possui maior concentração do que o oxigênio na
atmosfera, com cerca de 78%.

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A alternativa E está errada, pois a umidade absoluta (volume de vapor de água na atmosfera)
representa uma massa de no máximo 4% do volume total da atmosfera (o que corresponde a 100% de
umidade relativa).

22. (IBGP/PREFEITURA DE PATROCÍNIO-MG - 2017) Os gases do efeito estufa que envolvem a Terra
absorvem parte da radiação infravermelha refletida pela superfície terrestre, impedindo que a
radiação escape para o espaço aquecendo a superfície da Terra. Os principais são os gases
__________________ e _____________________.
Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE as lacunas do trecho, respectivamente.
a) Carbônico e nobres.
b) Sulfídrico e metano. ==2537cb==

c) Carbônico e metano.
d) Sulfídrico e nobres.

Comentários

O dióxido de carbono (gás carbônico - CO2) e o metano (CH4) são gases que mais contribuem para o
efeito estufa, embora outros também contribuam significativamente, como os dióxidos de nitrogênio e
compostos halogenados, como os clorofluorcarbonos (CFCs).

Então, a alternativa C está correta e é o nosso gabarito.

23. (NUCEPE/PREFEITURA DE PARNARAMA-MA - 2014) A preocupação com o meio ambiente se


tornou uma pauta global. Sobre o meio ambiente podemos afirmar que
a) o aquecimento global tem provocado grandes debates no meio científico.
b) a preocupação maior é o com o derretimento do mar congelado que pode inundar os continentes.
c) em cinquenta anos a temperatura média do Ártico não aumentou gerando uma preocupação no
mundo científico.
d) os climatologistas afirmam que o aumento da temperatura no meio ambiente é regular, precisando
apenas de controle do uso de gás carbono.
e) o aquecimento global é resultado do aumento populacional, situação normal para o meio científico,
pois as gerações que vão surgimento se adaptam às mudanças.

Comentários

A alternativa A está correta e é o nosso gabarito. Admite-se, que que as mudanças climáticas tenham
influência tanto de condições naturais quanto humanas. Dentro da climatologia, a maior corrente cientifica
defende que o planeta está aquecendo sobremaneira em razão das atividades antrópicas, preconizando
uma imediata redução das emissões de CO2 e outros gases responsáveis pelo efeito estufa.

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Por outro lado, há uma parte minoritária de cientistas que defende que o processo de aquecimento
atual é natural diante dos processos de resfriamento e aquecimento pelos quais a Terra passa ao longo de
suas eras geológicas.

A alternativa B está errada. Não é o derretimento do mar congelado (icebergs) que faz o nível dos
oceanos subir, mas sim o derretimento do gelo presente nos continentes (calotas polares). Além disso, é um
pouco exagero dizer que a maior preocupação do aquecimento global é essa, pois há diversos outros
impactos envolvidos.

A alternativa C está errada, uma vez que a temperatura média do Ártico tem sim aumentado nas
últimas décadas e gerado preocupação no mundo científico.

A alternativa D está errada, considerando que, para além do gás carbônico, outros fatores, inclusive
naturais, também corroboram com o aumento da temperatura do ambiente.

A alternativa E está errada, porquanto o aquecimento global não é um mero resultado do aumento
populacional, mas sim de diversas formas de interferência humana, como o modo de produção e a
supressão dos ecossistemas. Isso não gera uma situação normal para o meio científico, pois há certos
impactos que são considerados irreversíveis.

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QUESTÕES COMENTADAS – OUTROS EVENTOS CLIMÁTICOS -


MULTIBANCAS

1. (CEBRASPE/IBAMA - 2022) O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divide o


território brasileiro em seis biomas continentais. Com relação aos biomas brasileiros, julgue o
item subsecutivo.
Em anos de forte atuação do fenômeno La Niña, o bioma caatinga costuma apresentar índices
pluviométricos acima da média histórica nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro.

Comentários

O La Niña é um fenômeno natural que consiste no resfriamento anômalo das águas do Pacífico.

Os episódios La Niña favorecem a chegada de frentes frias até a região nordeste do Brasil,
principalmente no litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas, bem como chuvas mais intensas nas regiões
norte/nordeste e secas mais intensas na região sul (oposto do El Niño). No Centro-sul do Brasil, as frentes
frias também têm sua passagem mais rápida que o normal e com mais força.

Questão correta.

2. (ADM&TEC/PREFEITURA DE LAJEDO-PE - 2022) Analise as afirmativas a seguir:


I. Na prática, o efeito estufa – controlado e dentro de certos limites – é necessário à manutenção
da vida. Se não existisse o efeito estufa, o frio na Terra seria intenso, pois a radiação emitida pelo
sol e irradiada pelas superfícies não se manteria em nosso planeta, o que tornaria inviável a
sobrevivência das espécies na forma como a conhecemos.
II. A inversão térmica é um fenômeno natural que ocorre principalmente nos grandes centros
urbanos industrializados. Ele consiste no aumento de circulação do ar frio (mais denso), devido às
correntes marítimas quentes, o que provoca a ocorrência de chuvas ácidas.
Marque a alternativa CORRETA:
a) As duas afirmativas são verdadeiras.
b) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
c) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
d) As duas afirmativas são falsas.

Comentários

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O item I está correto. O efeito estufa é um processo natural e fundamental para a sobrevivência de
diversas formas de vida na Terra, sendo responsável por manter a temperatura em condições para a vida.

Já o item II está errado. Embora a inversão térmica de fato seja um fenômeno natural, ela não consiste
no aumento de circulação de ar frio devido a correntes marítimas quentes, muito menos provoca ocorrência
de chuvas ácidas. A banca misturou um monte de coisa!

Sendo assim, a alternativa B está correta e é o nosso gabarito.

3. (UFSM/UFMS - 2021) As mudanças climáticas podem ter causas naturais e podem ser
consequência das atividades humanas. Sendo assim, assinale a alternativa que apresenta
corretamente mudanças climáticas decorrentes de causas naturais.
a) Queima de combustíveis fósseis, que emite na atmosfera gases de efeito estufa.
b) Contaminação do solo e dos recursos hídricos, o que altera o equilíbrio ambiental.
c) Emissão de gases poluentes na atmosfera por indústrias e automóveis.
d) Retirada da cobertura vegetal nativa.
e) Os fenômenos El Niño e La Niña.

Comentários

El Niño e La Niña são padrões climáticos naturais que resultam de interações entre o oceano e a
atmosfera. Enquanto o El Niño consiste no aquecimento anormal do Oceano Pacífico, a La Niña é o inverso.

Logo, a alternativa E está correta e é o nosso gabarito.

As demais alternativas trouxeram evidentes casos de ações antrópicas, ou seja, de causas não
naturais.

4. (IBGP/PREFEITURA DE DORES DO INDAIÁ-MG - 2021) O chamado El niño corresponde a um


fenômeno atmosférico-oceânico que provoca o aquecimento anormal das águas, distribuindo de
forma irregular o calor, e proporcionando alterações no fluxo da vida marítima.
Este fenômeno OCORRE no oceano:
a) Índico.
b) Atlântico.
c) Ártico.
d) Pacífico.

Comentários

O El Niño, também chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS), é um fenômeno caracterizado pelo
aquecimento incomum (em geral, a cada 5 anos) das águas oceânicas do Oceano Pacífico nas proximidades
do continente sul-americano e, mais intensamente, na costa do Peru. Trata-se de um aumento da ordem
de 4 a 6 °C acima da média térmica das correntes quentes que aí circulam.

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Então, a alternativa D está correta e é o nosso gabarito.

5. (VUNESP/PREFEITURA DE VÁRZEA PAULISTA-SP - 2021) Entre os diferentes fenômenos


climáticos, consta aquele que “representa de forma mais genérica um fenômeno de interação
atmosfera-oceano associado ao aquecimento das águas do mar e à presença dos ventos alísios na
região do Pacífico equatorial, entre a costa peruana e o Pacífico Oeste, próximo à Austrália.” Qual
o nome desse fenômeno climático?
a) Tempestades Tropicais.
b) El Niño Oscilação Sul.
c) Inversão Térmica.
d) Tornados.
e) La Niña.

Comentários

Pessoal, falou em aquecimento das águas do Pacífico equatorial, lembre-se do El Ninõ!

Gabarito: alternativa B.

6. (AMEOSC/PREFEITURA DE BARRA BONITA-SC - 2021) Nas últimas décadas, em decorrência das


alterações climáticas o fenômeno conhecido como La Niña tem ocorrido com menos frequência e
menos intensidade. A La Niña ocorre no Oceano Pacífico e faz com que suas águas esfriem em
média 0,5°C. No Brasil, as consequências da La Niña são:
I. O fenômeno La Niña não causa consequências no Brasil, pois ocorre numa região
consideravelmente afastada de seu território;
II. Afeta principalmente a economia marítima, pois altera o ciclo de reprodução da vida marinha
na costa brasileira;
III. Chuva em abundância na região amazônica, e no sul causa falta de chuva e secas, com
considerável aumento da temperatura.
Sobre os itens acima:
a) Apenas o item I está correto.
b) Apenas o item III está correto.
c) Apenas os itens I e III estão corretos.
d) Todos os itens estão corretos.

Comentários

O item I está errado. Os episódios La Niña favorecem a chegada de frentes frias até a região nordeste
do Brasil, principalmente no litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas, bem como chuvas mais intensas nas regiões

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norte/nordeste e secas mais intensas na região sul (oposto do El Niño). No Centro-sul do Brasil, as frentes
frias também têm sua passagem mais rápida que o normal e com mais força.

O item II está errado. A costa brasileira está no Oceano Atlântico, não no Pacífico. Desse modo, as
influências do La Niña não são assim tão diretas no ciclo de reprodução da vida marinha na costa brasileira.

O item III está correto, conforme explicação do item I.

Logo, a alternativa B está correta e é o nosso gabarito.

7. (CEBRASPE/IEMA-ES - 2007) As condições meteorológicas estão correlacionadas com uma série


de fenômenos naturais e fatores ambientais, tais como índices de precipitação e poluição
atmosférica. Com relação a esse assunto, julgue o item que se segue.
No inverno, a poluição atmosférica é acentuada devido a condições meteorológicas relacionadas com a
inversão térmica, que favorecem a estagnação da atmosfera.

Comentários

No período de inverno, o fenômeno da inversão térmica se intensifica diante da menor intensidade


solar e da ausência de nebulosidade. Trata-se de um fenômeno que ocorre naturalmente em muitos lugares,
mas que acaba sendo mais percebido nos grandes metrópoles em função da maior concentração de
poluentes atmosféricos que são impedidos de dispersar e ficam aprisionados mais de maneira mais próxima
à população.

Questão correta.

8. (IDIB/CÂMARA DE GRAVATÁ-PE – 2020) Associe as colunas abaixo:


(1) Aquecimento global
(2) Ilhas de calor
(3) Efeito estufa
(4) Camada de ozônio
( ) Essencial para a vida, pois forma um escudo que nos protege das radiações ultravioletas. Sua
existência é o que torna a vida na Terra possível.
( ) Processo de elevação média das temperaturas da Terra ao longo do tempo. Sua ocorrência
estaria sendo acelerada pelas atividades humanas, provocando problemas atmosféricos e no
nível dos oceanos, graças ao derretimento das calotas polares.
( ) Fenômeno climático que ocorre principalmente nas cidades com elevado grau de urbanização.
Nestas cidades, a temperatura média costuma ser mais elevada do que nas regiões rurais
próximas.
( ) Manifestação natural ocasionada pela concentração de gases na atmosfera, os quais formam
uma camada que permite a passagem dos raios solares e a absorção de calor.

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Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta obtida no sentido de cima para baixo.
a) 4 – 3 – 1 – 2
b) 3 – 2 – 1 – 4
c) 2 – 3 – 1 – 4
d) 4 – 1 – 2 – 3

Comentários

A primeira assertiva menciona a proteção que a camada de ozônio oferece ao planeta, protegendo-o
da incidência direta de radiações ultravioletas.

A segunda assertiva traduz o conceito de aquecimento global como conhecemos.


==2537cb==

A terceira assertiva alude ao fenômeno das ilhas de calor, quando a temperatura em dado local
(geralmente, centros urbanos) torna-se mais elevada do que no entorno.

A quarta assertiva refere-se ao efeito estufa, fenômeno natural e imprescindível à vida na Terra.

Portanto, a sequência correta ficou 4-1-2-3, sendo a alternativa D o nosso gabarito.

9. (IBADE/PREFEITURA MUNICIPAL DE LINHARES-ES - 2019) Existe em climatologia um tempo


relacionado ao tempo médio em que um determinado evento é igualado ou superado pelo menos
uma vez, e recebe o nome de tempo de:
a) concentração.
b) acumulação.
c) integração.
d) recorrência.
e) reincidência.

Comentários

Trata-se do conceito de período de retorno, também conhecido como tempo/intervalo de


retorno/recorrência.

O período de retorno nada mais é do que o intervalo de tempo estimado entre dois fenômenos
naturais de igual magnitude. Em climatologia, por exemplo, esse parâmetro pode ser aplicado para se
estimar as chances de ocorrência certo terremoto de determinada magnitude. Em locais sujeitos a tais
fenômenos, portanto, essa estimativa pode auxiliar no projeto construtivo de edificações pensadas para
suportar tais eventos.

Então, a alternativa D está correta e é o nosso gabarito.

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10. (IPAD/SESC PERNAMBUCO - 2009) Assinale a alternativa que apresenta corretamente o


fenômeno que está esquematicamente indicado no desenho abaixo.

a) A instalação de um vórtice ciclônico sobre uma área industrial.


b) O fenômeno das brisas em áreas fortemente urbanizadas.
c) A inversão térmica.
d) O vento catabático.
e) O macroclima urbano.

Comentários

Observe que, na figura, há uma camada de ar quente acima da camada de ar frio. Isso tende a
aprisionar os poluentes retratados porque a camada de ar quente tende a ficar em cima mesmo (menor
densidade) e a camada de ar frio tende a ficar embaixo mesmo (maior densidade).

Trata-se do fenômeno da inversão térmica que ocorre naturalmente em muitos lugares, mas que
acaba sendo mais percebido nos grandes metrópoles em função da maior concentração de poluentes
atmosféricos que são impedidos de dispersar e ficam aprisionados mais de maneira mais próxima à
população.

Dessa maneira, a alternativa C está correta e é o nosso gabarito.

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LISTA DE QUESTÕES – AQUECIMENTO GLOBAL - MULTIBANCAS

1. (QUADRIX/CRP 19ª REGIÃO - 2022) Um panorama do mundo atual permite encontrar avanços e
retrocessos, guerra e paz, além de dinamismo econômico, que, no entanto, exclui uma parcela
significativa da população mundial. A respeito desse cenário, julgue o item.
Um relatório recente, produzido por especialistas convidados pela Organização das Nações Unidas
(ONU), foi enfático ao afirmar que o propalado aquecimento global é um tema politizado e que seus
efeitos não comprometem o futuro do Planeta.

2. (CEBRASPE/FUB – 2022) Os dois extremos gelados do planeta estão sofrendo, mais do que
qualquer outra parte da Terra, os efeitos do aquecimento global. Ártico e Antártida, regiões
essenciais para a regulação da temperatura, derretem a um ritmo mais acelerado do que a ciência
previa. Correio Braziliense, 20/3/2022, p. 12 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto anterior como referência inicial, e considerando a amplitude do tema
que ele focaliza, julgue o item que se segue.
A emissão em larga escala de gases de efeito estufa amplia o aquecimento global.

3. (INSTITUTO CONSULPLAN/PREFEITURA DE COLÔMBIA-SP - 2021) Após dois anos de alta, as


emissões de gases do efeito estufa do setor de energia pararam de aumentar em 2019, segundo
dados da Agência Internacional de Energia (AIE). O jornal francês Les Echos destacou que 33
milhões de toneladas de gás carbônico foram emitidas em 2019, mesma quantidade do ano
anterior. (Disponível em: Veja mais em https://noticias.uol.com.br/meioambiente/ultimas-
noticias.)
Quanto ao efeito estufa, está INCORRETO o que se afirma em:
a) É um fenômeno atmosférico.
b) O gás metano é o segundo maior contribuinte para o aumento das temperaturas da Terra.
c) O uso de energias renováveis é uma das atividades que mais produzem gases de efeito estufa.
d) Sua concentração na atmosfera impossibilita que o calor seja irradiado, aquecendo a superfície
terrestre, elevando as temperaturas.

4. (PREFEITURA DE BOMBINHAS-SC/PREFEITURA DE BOMBINHAS-SC - 2021) “As emissões vão


cair em 2020, mas as concentrações seguem aumentando. É pouco provável que nós possamos

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perceber qualquer desaceleração no nível de acúmulo de gases causadores do efeito estufa. “A


confiança e dependência da ciência para informar as ações do governo e sociedade, na solução de
uma emergência global, são exatamente as medidas que precisamos para promover planos que
resolvam a próxima crise a ser enfrentada pela humanidade, diz Grahame Madge, porta-voz do
Met Office. A próxima grande crise a ser enfrentada pela humanidade segundo o trecho acima é:
Fonte: https://canaltech.com.br/meio-ambiente/aquecimento-global-2020-pode-bater-recorde-
de-ano-maisquente-163997/.
a) Mudança climática.
b) Crise econômica.
c) Crise da moeda verde.
d) Crise da União Europeia.

5. (QUADRIX/PREFEITURA DE CANAÃ DOS CARAJÁS-PA - 2021) Ele é um fenômeno natural e


essencial para a vida na Terra. Entretanto, a intensificação da emissão de gases poluentes na
atmosfera tem gerado o aquecimento global. Esse fenômeno é o
a) desenvolvimento sustentável.
b) efeito estufa.
c) protocolo de Kyoto.
d) fundo verde para o clima.
e) mecanismo de desenvolvimento limpo.

6. (QUADRIX/CRP-MS – 2021) Características marcantes do mundo atual são as mudanças, rápidas


e profundas, que alteram a vida no Planeta. São transformações econômicas, políticas, sociais,
culturais e ambientais que não encontram paralelo no passado. Considerando esse cenário, com
seus aspectos positivos e negativos, e a realidade brasileira atual, julgue o item.
Segundo muitos cientistas, a emissão de gases poluentes na atmosfera amplia o denominado efeito
estufa, o que influenciaria as mudanças climáticas.

7. (QUADRIX/CRP-MA - 2021) O século XX já foi definido como “era dos extremos”. Essa realidade
não se alterou nas primeiras décadas do século XXI. Política, economia, cultura, comportamento,
relações internacionais, meio ambiente, enfim, em todos os aspectos, o mundo contemporâneo
busca construir um novo cenário, em meio a contradições e à crescente complexidade. A partir
dessas considerações iniciais, relativas aos dias de hoje, julgue o item.
Aquecimento global e mudanças climáticas são expressões usadas com frequência na atualidade e
expressam a existência de estudos e de preocupação com o uso desenfreado dos recursos naturais, pondo
em risco a própria vida no Planeta.

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8. (QUADRIX/CRP-MA - 2021) Um aspecto marcante do mundo, nos dias atuais, é a velocidade das
mudanças que ocorrem em todos os setores. Da política à economia, na forma como as
sociedades se organizam, tudo se transforma rápida e profundamente. Considerando essa
realidade, julgue o item.
Hoje há certeza científica de que a ação humana não promove alterações na natureza.

9. (QUADRIX/CRP-MS - 2021) As duas primeiras décadas do século XXI confirmam a realidade que o
século anterior criara: a crescente importância do conhecimento científico e as incessantes
inovações tecnológicas; a economia globalizada, ampliando os mercados e a circulação de
capitais e de produtos; a mudança climática, negada por alguns, mas parecendo cada vez mais
evidente; e as enormes desigualdades, que não dão sinal de arrefecimento. Considerando esse
cenário da atualidade como referência inicial, julgue o item.
Mundo afora, movimentam-se setores da sociedade no combate ao aquecimento global, o que envolve,
entre outras ações, cortes profundos em emissões de carbono na atmosfera.

10. (PREFEITURA DE BATAGUASSU-MS/PREFEITURA DE BATAGUASSU-MS – 2021) O que é o


acordo de Paris?
a) É um compromisso internacional discutido entre 195 países com o objetivo de minimizar as
consequências do aquecimento global.
b) É um compromisso internacional discutido entre 184 países com o objetivo de minimizar as
consequências das queimadas na Floresta Amazônica.
c) É um compromisso internacional discutido entre 175 países com o objetivo de conscientizar a
população mundial sobre consequências das queimadas na Austrália e do mundo.
d) É um compromisso entre os países europeus com o objetivo de aumentar os cuidados e preservação
do meio ambiente.

11. (OBJETIVA/PREFEITURA DE PATO BRAGADO-PR – 2021) As concentrações de gases de efeito


estufa na atmosfera atingiram um novo recorde no ano passado - disse a Organização
Meteorológica Mundial (OMM). (Fonte: UOL - adaptado.) Considerando-se o assunto da notícia,
assinalar a alternativa que preenche a lacuna abaixo CORRETAMENTE:
Caso o ritmo atual de aumento das concentrações de gases de efeito estufa se mantenha, o
aumento da temperatura no final deste século vai superar, de longe, a meta estabelecida, em
virtude do Acordo de ________, de limitar o aquecimento global a +1,5°C, ou a +2°C acima dos níveis
pré-industriais.
a) Paris.
b) Genebra.
c) Tóquio.
d) Bangkok.

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12. (IBADE/ISE-AC – 2021) “A crise climática não é mais uma preocupação sobre o futuro. Em muitas
partes do mundo, ela já começou.” (bbc news 31/10/2021).
O ano de 2021 foi o mais quente já registrado. Milhões de pessoas estão vivendo em temperaturas
extremas, enfrentando uma ameaça crescente de enchentes ou incêndios florestais.
Pode-se afirmar que as causas do aquecimento global são, entre outras:
I- o uso de combustíveis fósseis
II- a prática indiscriminada de queimadas.
III- a prática indiscriminada do desmatamento.
IV- a prática da redução do CO2.
V- O descarte descuidado do lixo, sobretudo o orgânico, pois sua decomposição forma gases
como o metano.
Dos itens acima mencionados, estão corretos, apenas:
a) I e III.
b) II e IV.
c) I, III e V.
d) I, II, III e V.
e) II, III, IV e V.

13. (FGV/FAMEMA - 2021) Desde 2015, negociadores de países e governos do mundo se reúnem
anualmente na Conferência do Clima para acordar medidas capazes de limitar as emissões de
gases de efeito estufa e se aproximar das metas estabelecidas no Acordo de Paris que, previa-se,
entraria em vigor em 2020. Por isso, a Conferência do Clima de 2019 (COP 25) gerou grande
expectativa: os líderes dos países tinham em mãos uma grande oportunidade de resolver
questões importantes do Acordo de Paris, como o Art. 6, sobre os mercados de carbono.
O tratado internacional conhecido como Acordo de Paris, debatido na COP 25 e do qual o Brasil é
signatário, resultou
a) de uma visão malthusiana do desenvolvimento econômico.
b) da confiança nos mecanismos de autorregulação do mercado.
c) da progressiva afirmação do conceito de desenvolvimento sustentável.
d) dos compromissos entre países produtores e consumidores de petróleo.

14. (AOCP/PREFEITURA DE BELÉM-PA – 2021) Em 2015, na 21ª Conferência das Partes (COP21) da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), foi adotado um novo
acordo com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de
reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças. Foi

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aprovado por países Parte da UNFCCC, para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no
contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o
aumento da temperatura média global em bem menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais e
de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-
industriais. O excerto faz referência
a) ao Acordo de Paris.
b) ao Protocolo de Quioto.
c) ao Protocolo de Montreal.
d) à Convenção de Viena.
e) à Cúpula da Terra.

15. (IBADE/ISE-AC – 2021) O Acordo foi feito no dia 12 de dezembro de 2015 durante a Conferência
das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP). As propostas do Acordo de Paris
entraram em vigor no dia 4 de novembro de 2016. Cento e noventa eseispaíses assinaram o
Acordo de Paris em 2015. Os Estados Unidos abandonaram o Acordo durante o governo do ex-
presidente Donald Trump. Em 2021, com a eleição de Biden, o país voltou a seguir o documento.
O descumprimento do “Acordo” por algum dos países que assinaram o documento não prevê
punição posto tratar-se de:
a) uma cooperação mundial de combate ao aquecimento global.
b) um registro do compromisso entre as nações envolvidas nas guerras do século XX.
c) um acordo feito entre os reinos de Portugal e Espanha, assinado em Paris na presença de 196
países.
d) um acordo de cessar-fogo a vigorar em toda a Europa, que implicou a suspensão de todos os
enfrentamentos sobre temas como mudanças climáticas e potencial armamentício.
e) um acordo sobre o derretimento das geleiras no continente Antártico.

16. (IBADE/ISE-AC – 2021) “O Brasil anunciou, em Glasgow, um aumento das suas metas de redução
de emissões de gases. Nós tínhamos um compromisso de reduzir em 43% as emissões, até o ano
de 2030, com base nas emissões de 2005. Em Glasgow nós elevamos isso para 50%.”
(Ronaldo Costa Filho, Embaixador do Brasil nas Nações Unidas.
https://news.un.org/pt/interview/2021/)
Acerca do assunto, podem ser citadas algumas ações dos governos necessárias para diminuir a
emissão de gás carbônico como, EXCETO:
a) Implantação de energia renovável.
b) Incentivo, à agricultura sustentável.
c) Incentivo a diminuição do uso de agrotóxicos.
d) Ampliação da produção de energia termelétrica.

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e) Redução do desmatamento e queima das florestas.

17. (PREFEITURA DE TIJUCAS-SC/PREFEITURA DE TIJUCAS-SC – 2021) O mais recente relatório do


Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alerta que as consequências do
aquecimento global que hoje vivenciamos são uma pequena mostra do que está por vir. Assinale
a alternativa que indica uma solução para a diminuição do ritmo do aquecimento global, segundo
o IPCC.
a) Proibição dos chamados métodos alternativos de produção de energia que têm contribuído
significativamente para o aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2).
b) A utilização de termoelétricas para a produção de energia, substituindo as hidrelétricas que causam
enormes danos ambientais.
c) Reduções fortes e sustentadas na emissão de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito
estufa.
d) O incentivo ao crescimento das cidades, uma vez que a dispersão da população em grandes
territórios com baixa densidade populacional aumenta as emissões de gases que produzem o efeito
estufa.
e) A redistribuição da população global, possibilitando a migração em massa das áreas mais quentes
do planeta para a mais fria, onde os gastos energéticos são menores.

18. (FEPESE/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC – 2021) Assinale a alternativa que


indica corretamente como que a recomposição de florestas em áreas antes desmatadas reduz o
aquecimento global.
a) Pelo sombreamento que as árvores fazem no solo, o que diminui o aquecimento do solo.
b) Pela diminuição do CO2 na atmosfera, pois as plantas usam esse gás no processo de fotossíntese.
c) Porque a cor verde das florestas reflete mais os raios solares, evitando o aquecimento do planeta.
d) Porque na fotossíntese há liberação de O2 e esse gás reflete os raios solares e contribui para
diminuição do efeito estufa.
e) Porque se tivermos mais florestas, haverá menos lugar para os humanos que são os causadores do
efeito estufa.

19. (ALTERNATIVE CONCURSOS/PREFEITURA DE ESPERANÇA DO SUL-RS – 2021) O Efeito Estufa


é um processo natural do planeta Terra que consiste em armazenar o calor emitido pelos raios
solares, através de gases da atmosfera, mantendo a temperatura média do planeta em 15º. Este
processo natural vem sofrendo algumas alterações nas últimas decadas e é um dos fatores que
contribui para o Aquecimento Global. Dentre os principais gases do Efeito Estufa podemos
destacar:
a) Gás Carbônico (CO2), Metano (NH4) e Vapor d'água (H2O).
b) Gás Carbônico (CO2), Nitrogênio (N2) e Metano (NH4).

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c) Gás Carbônico (CO2), Oxigênio (O2) e Vapor d'água (H2O).


d) Gás Carbônico (CO2), Cianeto de Hidrogênio (HCN) e Metano (NH4).
e) Gás Carbônico (CO2), Vapor d'água (H2O) e Cianeto de Hidrogênio (HCN).

20. (FUNDATEC/PREFEITURA DE VACARIA-RS – 2021) O Acordo de Paris tem como tema central:
a) A igualdade de gênero.
b) O aquecimento global.
c) A discriminação racial.
d) O protecionismo econômico.
e) As regulações alfandegárias.
==2537cb==

21. (CESGRANRIO/TRANSPETRO - 2018) Sobre as características físicas e químicas da atmosfera


terrestre, verifica-se que a(o)
a) ionosfera é constituída de uma única camada de densidade fixa de íons e tem muito impacto sobre
o clima.
b) estratosfera apresenta temperaturas mais baixas do que no limite superior da troposfera
(tropopausa), pois está acima da camada de ozônio.
c) presença do ozônio é vital devido à sua capacidade de absorver a radiação ultravioleta do sol na
reação de fotodissociação.
d) oxigênio, em maior quantidade, seguido do nitrogênio, ocupam até 99% do volume de ar seco e
limpo na atmosfera.
e) vapor d’água constitui mais da metade do volume da baixa atmosfera nos trópicos úmidos e
quentes.

22. (IBGP/PREFEITURA DE PATROCÍNIO-MG - 2017) Os gases do efeito estufa que envolvem a Terra
absorvem parte da radiação infravermelha refletida pela superfície terrestre, impedindo que a
radiação escape para o espaço aquecendo a superfície da Terra. Os principais são os gases
__________________ e _____________________.
Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE as lacunas do trecho, respectivamente.
a) Carbônico e nobres.
b) Sulfídrico e metano.
c) Carbônico e metano.
d) Sulfídrico e nobres.
23. (NUCEPE/PREFEITURA DE PARNARAMA-MA - 2014) A preocupação com o meio ambiente se
tornou uma pauta global. Sobre o meio ambiente podemos afirmar que
a) o aquecimento global tem provocado grandes debates no meio científico.

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b) a preocupação maior é o com o derretimento do mar congelado que pode inundar os continentes.
c) em cinquenta anos a temperatura média do Ártico não aumentou gerando uma preocupação no
mundo científico.
d) os climatologistas afirmam que o aumento da temperatura no meio ambiente é regular, precisando
apenas de controle do uso de gás carbono.
e) o aquecimento global é resultado do aumento populacional, situação normal para o meio científico,
pois as gerações que vão surgimento se adaptam às mudanças.

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GABARITO

1. ERRADA 9. CORRETA 17. C


2. CORRETA 10. A 18. B
3. C 11. A 19. A
4. A 12. D 20. B
5. B 13. C 21. C
6. CORRETA 14. A 22. C
7. CORRETA 15. A 23. A
8. ERRADA 16. D

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LISTA DE QUESTÕES – OUTROS EVENTOS CLIMÁTICOS -


MULTIBANCAS

1. (CEBRASPE/IBAMA - 2022) O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divide o


território brasileiro em seis biomas continentais. Com relação aos biomas brasileiros, julgue o
item subsecutivo.
Em anos de forte atuação do fenômeno La Niña, o bioma caatinga costuma apresentar índices
pluviométricos acima da média histórica nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro.

2. (ADM&TEC/PREFEITURA DE LAJEDO-PE - 2022) Analise as afirmativas a seguir:


I. Na prática, o efeito estufa – controlado e dentro de certos limites – é necessário à manutenção
da vida. Se não existisse o efeito estufa, o frio na Terra seria intenso, pois a radiação emitida pelo
sol e irradiada pelas superfícies não se manteria em nosso planeta, o que tornaria inviável a
sobrevivência das espécies na forma como a conhecemos.
II. A inversão térmica é um fenômeno natural que ocorre principalmente nos grandes centros
urbanos industrializados. Ele consiste no aumento de circulação do ar frio (mais denso), devido às
correntes marítimas quentes, o que provoca a ocorrência de chuvas ácidas.
Marque a alternativa CORRETA:
a) As duas afirmativas são verdadeiras.
b) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
c) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
d) As duas afirmativas são falsas.

3. (UFSM/UFMS - 2021) As mudanças climáticas podem ter


causas naturais e podem ser consequência das atividades humanas. Sendo assim, assinale
a alternativa que apresenta corretamente mudanças climáticas decorrentes de causas naturais.
a) Queima de combustíveis fósseis, que emite na atmosfera gases de efeito estufa.
b) Contaminação do solo e dos recursos hídricos, o que altera o equilíbrio ambiental.
c) Emissão de gases poluentes na atmosfera por indústrias e automóveis.
d) Retirada da cobertura vegetal nativa.

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e) Os fenômenos El Niño e La Niña.

4. (IBGP/PREFEITURA DE DORES DO INDAIÁ-MG - 2021) O chamado El niño corresponde a um


fenômeno atmosférico-oceânico que provoca o aquecimento anormal das águas, distribuindo de
forma irregular o calor, e proporcionando alterações no fluxo da vida marítima.
Este fenômeno OCORRE no oceano:
a) Índico.
b) Atlântico.
c) Ártico.
d) Pacífico.

5. (VUNESP/PREFEITURA DE VÁRZEA PAULISTA-SP - 2021) Entre os diferentes fenômenos


climáticos, consta aquele que “representa de forma mais genérica um fenômeno de interação
atmosfera-oceano associado ao aquecimento das águas do mar e à presença dos ventos alísios na
região do Pacífico equatorial, entre a costa peruana e o Pacífico Oeste, próximo à Austrália.” Qual
o nome desse fenômeno climático?
a) Tempestades Tropicais.
b) El Niño Oscilação Sul.
c) Inversão Térmica.
d) Tornados.
e) La Niña.

6. (AMEOSC/PREFEITURA DE BARRA BONITA-SC - 2021) Nas últimas décadas, em decorrência das


alterações climáticas o fenômeno conhecido como La Niña tem ocorrido com menos frequência e
menos intensidade. A La Niña ocorre no Oceano Pacífico e faz com que suas águas esfriem em
média 0,5°C. No Brasil, as consequências da La Niña são:
I. O fenômeno La Niña não causa consequências no Brasil, pois ocorre numa região
consideravelmente afastada de seu território;
II. Afeta principalmente a economia marítima, pois altera o ciclo de reprodução da vida marinha
na costa brasileira;
III. Chuva em abundância na região amazônica, e no sul causa falta de chuva e secas, com
considerável aumento da temperatura.
Sobre os itens acima:
a) Apenas o item I está correto.
b) Apenas o item III está correto.
c) Apenas os itens I e III estão corretos.

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d) Todos os itens estão corretos.

7. (CEBRASPE/IEMA-ES - 2007) As condições meteorológicas estão correlacionadas com uma série


de fenômenos naturais e fatores ambientais, tais como índices de precipitação e poluição
atmosférica. Com relação a esse assunto, julgue o item que se segue.
No inverno, a poluição atmosférica é acentuada devido a condições meteorológicas relacionadas com a
inversão térmica, que favorecem a estagnação da atmosfera.

8. (IDIB/CÂMARA DE GRAVATÁ-PE – 2020) Associe as colunas abaixo:


(1) Aquecimento global
(2) Ilhas de calor ==2537cb==

(3) Efeito estufa


(4) Camada de ozônio
( ) Essencial para a vida, pois forma um escudo que nos protege das radiações ultravioletas. Sua
existência é o que torna a vida na Terra possível.
( ) Processo de elevação média das temperaturas da Terra ao longo do tempo. Sua ocorrência
estaria sendo acelerada pelas atividades humanas, provocando problemas atmosféricos e no
nível dos oceanos, graças ao derretimento das calotas polares.
( ) Fenômeno climático que ocorre principalmente nas cidades com elevado grau de urbanização.
Nestas cidades, a temperatura média costuma ser mais elevada do que nas regiões rurais
próximas.
( ) Manifestação natural ocasionada pela concentração de gases na atmosfera, os quais formam
uma camada que permite a passagem dos raios solares e a absorção de calor.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta obtida no sentido de cima para baixo.
a) 4 – 3 – 1 – 2
b) 3 – 2 – 1 – 4
c) 2 – 3 – 1 – 4
d) 4 – 1 – 2 – 3
9. (IBADE/PREFEITURA MUNICIPAL DE LINHARES-ES - 2019) Existe em climatologia um tempo
relacionado ao tempo médio em que um determinado evento é igualado ou superado pelo menos
uma vez, e recebe o nome de tempo de:
a) concentração.
b) acumulação.
c) integração.

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d) recorrência.
e) reincidência.

10. (IPAD/SESC PERNAMBUCO - 2009) Assinale a alternativa que apresenta corretamente o


fenômeno que está esquematicamente indicado no desenho abaixo.

a) A instalação de um vórtice ciclônico sobre uma área industrial.


b) O fenômeno das brisas em áreas fortemente urbanizadas.
c) A inversão térmica.
d) O vento catabático.
e) O macroclima urbano.

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GABARITO

1. CORRETA 5. B 9. D
2. B 6. B 10. C
3. E 7. CORRETA
4. D 8. D

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