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JULGADOS RELEVANTES
TURMA 3 - SEMANA 01
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS
SEMANA 01
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS
JULGADOS RELEVANTES - SEMANA 01/12
O presente material de apoio deve ser lido aos sábados. A ideia é que, por meio da leitura
recorrente, o aluno fixe os principais entendimentos do STF e STJ. Em caso de dúvida sobre o
teor do julgado, recomendamos que o aluno recorra ao site Dizer o Direito e estude o
informativo na íntegra.
Sumário
Sumário ......................................................................................................................................... 3
SEMANA 01 ................................................................................................................................... 5
DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................................ 5
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ..................................................................................... 5
Livre Exercício Profissional ............................................................................................................ 5
Princípios da Intransmissibilidade da Pena, da Responsabilidade Pessoal e do Devido Processo Legal 5
Acesso à Informação, Princípio da Publicidade ............................................................................... 6
Princípio da Igualdade e Sistema de Cotas...................................................................................... 6
Direito da Criança e do Adolescente .............................................................................................. 7
Crime Histórico/ Direito ao Esquecimento...................................................................................... 7
Garantia de Banho Aquecido aos Presos ........................................................................................ 8
Presunção de Inocência ................................................................................................................ 8
Liberdade Religiosa ...................................................................................................................... 9
Liberdade de Expressão ................................................................................................................ 9
DIREITO ADMINISTRATIVO .......................................................................................................... 13
PRINCÍPIOS E PODERES ADMINISTRATIVOS ................................................................................ 13
Moralidade ................................................................................................................................ 13
Razoabilidade ............................................................................................................................ 13
Instrancedência ......................................................................................................................... 14
Devido Processo Legal ................................................................................................................ 14
DIREITO PENAL ............................................................................................................................ 16
CRIME CONTRA A PESSOA ........................................................................................................... 16
Homicídio (Art. 121) ................................................................................................................... 16
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SEMANA 01
DIREITO CONSTITUCIONAL
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STJ. 2ª Turma. REsp 1852629-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 06/10/2020 (Info 682).
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Nota: A Lei nº 12.990/2014 estabeleceu uma cota aos negros de 20% das vagas em concursos
públicos realizados no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das
fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas
pela União. O STF declarou que essa Lei é constitucional. Além da autodeclaração, é possível
que a Administração Pública adote critérios de heteroidentificação para analisar se o
candidato se enquadra nos parâmetros da cota. "É legítima a utilização, além da
autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada a
dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa". STF. Plenário.
ADC 41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (Info 868).
STF. Plenário. ADC 41 ED, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12/04/2018.
Presunção de Inocência
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STJ. 2ª Turma. REsp 1.666.294-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/09/2019. (Info 658)
Liberdade Religiosa
Nota: No Amazonas, foi editada lei estadual obrigando as escolas e bibliotecas públicas a
terem pelo menos uma Bíblia disponível para consulta. Esta lei é inconstitucional. Isso
porque o art. 19, I, da CF/88 prevê a laicidade estatal.
Não confundir: o STF entendeu que a CF/88 não proíbe que sejam oferecidas aulas de uma
religião específica, que ensine os dogmas ou valores daquela religião. Não há qualquer
problema nisso, desde que se garanta oportunidade a todas as doutrinas religiosas. STF.
Plenário. ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 27/9/2017 (Info 879).
STF. Plenário. ADI 5258/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/4/2021. (Info 1012)
Liberdade de Expressão
Nota: A garantia da imunidade parlamentar não alcança os atos praticados sem claro nexo de
vinculação recíproca entre o discurso e o desempenho das funções parlamentares. Isso
porque as garantias dos membros do Parlamento são vislumbradas sob uma perspectiva
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funcional, ou seja, de proteção apenas das funções consideradas essenciais aos integrantes
do Poder Legislativo, independentemente de onde elas sejam exercidas.
STF. Pet 8242 AgR/DF, relator Min. Celso de Mello, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 Pet 8259
AgR/DF, relator Min. Celso de Mello, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 Pet 8262 AgR/DF, relator
Min. Celso de Mello, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 Pet 8263 AgR/DF, relator Min. Celso de
Mello, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 Pet 8267 AgR/DF, relator Min. Celso de Mello, redator
do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 Pet 8366 AgR/DF, relator Min. Celso de Mello, redator do acórdão Min.
Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 (Info 1053).
Nota: O STF decidiu que o estrangeiro com residência permanente no Brasil, na condição
de hipossuficiência, está dispensado do pagamento de taxas cobradas para o processo de
regularização migratória. Não se mostra condizente com a CF a exigência de taxas em face
de sujeito passivo evidentemente hipossuficiente. Fundamento: art. 5º, LXXVI e LXXVII, da
CF/88. Inclusive foi Tese fixada pelo STF.
STF. Plenário. RE 1018911/RR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/11/2021 (Repercussão Geral –Tema 988) (Info 1037).
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O julgado refere-se ao grupo de comédia “Porta dos Fundos” que produziu, em 2019, um
programa de humor satírico denominado “Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira
Tentação de Cristo”. A obra não incita a violência contra grupos religiosos. Trata-se de mera
crítica, realizada por meio de sátira a elementos do Cristianismo. Por mais questionável que
possa vir a ser a qualidade da produção artística, não se identifica, em seu conteúdo,
fundamento que justifique qualquer tipo de ingerência estatal. A liberdade de expressão
artística está em posição preferencial em relação às demais liberdades. Eventual colisão entre
ela e outros direitos constitucionalmente garantidos deve levar em conta o fato de que o
conceito de arte tem sentido amplo, incluindo-se aí obras provocativas, que pretendem
atingir fins políticos ou religiosos também por meio de sátiras.
STF. 2ª Turma. Rcl 38782/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 3/11/2020 (Info 998).
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No julgamento da citada ADPF, o STF considerou que a Lei de Imprensa (Lei 5.250/1967)
não foi recepcionada por incompatibilidade com a Constituição Federal (CF).
Posteriormente, passou a entender que a transcendência dos motivos determinantes
daquela decisão se projeta, de modo a flexibilizar o critério da aderência estrita para fins
de cabimento do remédio constitucional nessas situações.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Moralidade
Mesmo sentido: “A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário Municipal, por se
tratar de cargo público de natureza política, por si só, não caracteriza ato de improbidade
administrativa.”
STF. 2ª Turma. Rcl 22339 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 4/9/2018 (Info 914)
Exceção: poderá ficar caracterizado o nepotismo mesmo em se tratando de cargo político caso fique
demonstrada a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta ausência de
qualificação técnica ou inidoneidade moral do nomeado.
STF. 1ª Turma. Rcl 28024 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/05/2018.
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...
O STF tem afastado a aplicação da SV 13 a cargos públicos de natureza política, como são
os cargos de Secretário Estadual e Municipal.
Mesmo em caso de cargos políticos, será possível considerar a nomeação indevida nas
hipóteses de nepotismo cruzado; fraude à lei e
inequívoca falta de razoabilidade da indicação, por manifesta ausência de qualificação
técnica ou por inidoneidade moral do nomeado.
Nota: SV 13-STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral
ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na
Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.
Atenção: o nepotismo não exige a edição de uma lei formal proibindo a sua prática, uma vez
que tal vedação decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da CF/88 (STF
Rcl 6.702/PR-MC-Ag).
STF. 1ª Turma. Rcl 29033 AgR/RJ, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/9/2019. (Info 952)
Razoabilidade
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Instrancedência
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deve, como componente do devido processo legal, ser observada em todo e qualquer
julgamento em um sistema acusatório.
Nota: Mesmo que nenhum juiz seja axiologicamente neutro, não se pode negar que o
envolvimento emocional (subjetivo) do juiz com as partes do processo e com o fato apurado
pode interferir na sua imparcialidade, atributo que faz parte do "devido processo legal", de base
constitucional (art. 5°, LIV). Não pode haver o devido processo legal sem a imparcialidade do
julgador, cuja falta, se objetivamente positivada, implica nulidade por suspeição (arts. 254, I e
564, I, do CPP).
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto São José) celebrado em São José da
Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, por ocasião da Conferência especializada
Interamericana sobre Direitos Humanos, aprovada pelo Decreto Legislativo n. 27/1992, no art.
5.1 estipula que "toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e
moral", e no art. 5.2 estabelece que "ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou
tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada
com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano".
As expressões ofensivas, desrespeitosas e pejorativas do eminente revisor do Tribunal de
origem, e Relator para o acórdão, na sessão de julgamento do recurso de apelação, contra a
honra o acusado que estava sendo julgado, ainda que não tenham sido registradas em seu voto
escrito, senão em manifestação oral, mas induvidosas como fato processual documentado,
constituem causa de nulidade absoluta, haja vista que ofendem a garantia constitucional da
imparcialidade, que deve, como componente do devido processo legal, ser observada em todo
e qualquer julgamento em um sistema acusatório.
STJ. HC 718.525-PR, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, por unanimidade,
julgado em 26/04/2022. (Info 734)
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DIREITO PENAL
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Nota: Divergência: NÃO O dolo eventual não se compatibiliza com a qualificadora do art. 121,
§ 2º, IV (traição, emboscada dissimulação). Para que incida a qualificadora da surpresa é
indispensável que fique provado que o agente teve a vontade de surpreender a vítima,
impedindo ou dificultando que ela se defendesse. Ora, no caso do dolo eventual, o agente
não tem essa intenção, considerando que não quer matar a vítima, mas apenas assume o
risco de produzir esse resultado. Como o agente não deseja a produção do resultado, ele não
direcionou sua vontade para causar surpresa à vítima. Logo, não pode responder por essa
circunstância (surpresa). STF. 2ª Turma. HC 111442/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
28/8/2012 (Info 677). A qualificadora de natureza objetiva prevista no inciso III do § 2º do art.
121 do Código Penal não se compatibiliza com a figura do dolo eventual, pois enquanto a
qualificadora sugere a ideia de premeditação, em que se exige do agente um empenho
pessoal, por meio da utilização de meio hábil, como forma de garantia do sucesso da
execução, tem-se que o agente que age movido pelo dolo eventual não atua de forma
direcionada à obtenção de ofensa ao bem jurídico tutelado, embora, com a sua conduta,
assuma o risco de produzi-la. STJ. 6ª Turma. EDcl no REsp 1848841/MG, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, julgado em 2/2/2021.
OBS.É possível haver homicídio qualificado praticado com dolo eventual? No caso das
qualificadoras do motivo FÚTIL e/ou TORPE (art. 121, § 2º, I e II, do CP): SIM. Não há dúvidas
quanto a isso. Trata-se da posição do STJ e do STF. O fato de o réu ter assumido o risco de
produzir o resultado morte (dolo eventual), não exclui a possibilidade de o crime ter sido
praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não se
confunde com o motivo que ensejou a conduta. STJ. 6ª Turma. REsp 1601276/RJ, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/06/2017.
STJ. 5ª Turma. REsp 1836556-PR, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 15/06/2021 (Info 701)
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. REsp 1829601-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 04/02/2020. (Info 665) e STJ. 5ª Turma. AgRg
no REsp 1573829/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 09/04/2019.
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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS
JULGADOS RELEVANTES - SEMANA 01/12
STF. 1ª Turma. HC 124687/MS, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 29/5/2018. (Info 904)
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