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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA

JULGADOS RELEVANTES

RETA FINAL – DELEGADO PARANÁ

TURMA 3 - SEMANA 01

CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS
SEMANA 01

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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS
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COMO UTILIZAR O MATERIAL

O presente material de apoio deve ser lido aos sábados. A ideia é que, por meio da leitura
recorrente, o aluno fixe os principais entendimentos do STF e STJ. Em caso de dúvida sobre o
teor do julgado, recomendamos que o aluno recorra ao site Dizer o Direito e estude o
informativo na íntegra.

Sumário
Sumário ......................................................................................................................................... 3
SEMANA 01 ................................................................................................................................... 5
DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................................ 5
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ..................................................................................... 5
Livre Exercício Profissional ............................................................................................................ 5
Princípios da Intransmissibilidade da Pena, da Responsabilidade Pessoal e do Devido Processo Legal 5
Acesso à Informação, Princípio da Publicidade ............................................................................... 6
Princípio da Igualdade e Sistema de Cotas...................................................................................... 6
Direito da Criança e do Adolescente .............................................................................................. 7
Crime Histórico/ Direito ao Esquecimento...................................................................................... 7
Garantia de Banho Aquecido aos Presos ........................................................................................ 8
Presunção de Inocência ................................................................................................................ 8
Liberdade Religiosa ...................................................................................................................... 9
Liberdade de Expressão ................................................................................................................ 9
DIREITO ADMINISTRATIVO .......................................................................................................... 13
PRINCÍPIOS E PODERES ADMINISTRATIVOS ................................................................................ 13
Moralidade ................................................................................................................................ 13
Razoabilidade ............................................................................................................................ 13
Instrancedência ......................................................................................................................... 14
Devido Processo Legal ................................................................................................................ 14
DIREITO PENAL ............................................................................................................................ 16
CRIME CONTRA A PESSOA ........................................................................................................... 16
Homicídio (Art. 121) ................................................................................................................... 16

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SEMANA 01

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Livre Exercício Profissional

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A restrição imposta pela Lei 13.021/2014, no sentido de que apenas farmacêuticos
legalmente habilitados podem figurar como responsáveis técnicos de farmácias e
drogarias, não é incompatível com o 5º XIII, da Constituição Federal.
Nota: a Lei nº 13.021/2014 passou a ser proibido que técnico de farmácia seja o
responsável técnico por drogaria ou farmácia. O arts. 5º e 6º da Lei nº 13.021/2014
estabeleceram que apenas farmacêuticos habilitados na forma da lei poderão atuar como
responsáveis técnicos por farmácias de qualquer natureza, seja com manipulação de
fórmulas, seja drogaria.
Veja: “Art. 5º No âmbito da assistência farmacêutica, as farmácias de qualquer natureza
requerem, obrigatoriamente, para seu funcionamento, a responsabilidade e a assistência
técnica de farmacêutico habilitado na forma da lei. Art. 6º Para o funcionamento das
farmácias de qualquer natureza, exigem-se a autorização e o licenciamento da autoridade
competente, além das seguintes condições: I - ter a presença de farmacêutico durante
todo o horário de funcionamento; (...)”
STF. Plenário. RE 1156197, Rel. Marco Aurélio, julgado em 24/08/2020. (Info 991)

Princípios da Intransmissibilidade da Pena, da Responsabilidade Pessoal e do Devido


Processo Legal

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É inconstitucional lei estadual que proíba que a Administração Pública contrate empresa
cujo diretor, gerente ou empregado tenha sido condenado por crime ou contravenção
relacionados com a prática de atos discriminatórios.
Caso: Em São Paulo foi editada a Lei estadual nº 10.218/99 estabelecendo que a
Administração Pública, durante certo período de tempo, fica proibida de contratar serviços
e obras com empresas que tenham tido diretor, gerente ou empregado condenado por crime
ou contravenção em razão da prática de atos de preconceito de raça, de cor, de sexo ou de
estado civil, ou pela adoção de práticas inibidoras, atentatórias ou impeditivas do exercício
do direito à maternidade ou de qualquer outro critério discriminatório para a admissão ou
permanência da mulher ou do homem no emprego. Essa lei viola os princípios da
intransmissibilidade da pena, da responsabilidade pessoal e do devido processo legal.
STF. Plenário. ADI 3092, Rel. Marco Aurélio, julgado em 22/06/2020. (Info 987)

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Acesso à Informação, Princípio da Publicidade

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É necessária a manutenção da divulgação integral dos dados epidemiológicos relativos à
pandemia da Covid-19. A interrupção abrupta da coleta e divulgação de importantes dados
epidemiológicos, imprescindíveis para a análise da série histórica de evolução da pandemia
(Covid-19), caracteriza ofensa a preceitos fundamentais da Constituição Federal,
nomeadamente o acesso à informação, os princípios da publicidade e da transparência da
Administração Pública e o direito à saúde.
STF. Plenário. ADPF 690/DF, ADPF 691/DF e ADPF 692 /DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 13/03/2021 (Info 1009).
No mesmo sentido: STF. Plenário. ADPF 690/DF, ADPF 691/DF e ADPF 692 /DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em
13/03/2021 (Info 1009).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A redução da transparência dos dados referentes à pandemia de COVID-19 representa
violação a preceitos fundamentais da Constituição Federal, nomeadamente o acesso à
informação, os princípios da publicidade e transparência da Administração Pública e o
direito à saúde.
STF. Plenário. ADPF 690 MC-Ref/DF, ADPF 691 MC-Ref/DF e ADPF 692 MC-Ref/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
20/11/2020 (Info 1000).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Jornal poderá acessar dados sobre mortes registradas em ocorrências policiais.

STJ. 2ª Turma. REsp 1852629-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 06/10/2020 (Info 682).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É inconstitucional o art. 6º-B da Lei nº 13.979/2020, incluído pela MP 928/2020, porque ele
impõe uma série de restrições ao livre acesso do cidadão a informações.
STF. Plenário. ADI 6351 MC-Ref/DF, ADI 6347 MC-Ref/DF e ADI 6353 MC-Ref/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em
30/4/2020. (Info 975)

Princípio da Igualdade e Sistema de Cotas

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É inconstitucional lei distrital que preveja percentual de vagas nas universidades públicas
reservadas para alunos que estudaram nas escolas públicas do Distrito Federal, excluindo,
portanto, alunos de escolas públicas de outros Estados da Federação.
STF. Plenário. ADI 4868, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020. (Info 973)

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É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para
provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública
direta e indireta.

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Nota: A Lei nº 12.990/2014 estabeleceu uma cota aos negros de 20% das vagas em concursos
públicos realizados no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das
fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas
pela União. O STF declarou que essa Lei é constitucional. Além da autodeclaração, é possível
que a Administração Pública adote critérios de heteroidentificação para analisar se o
candidato se enquadra nos parâmetros da cota. "É legítima a utilização, além da
autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada a
dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa". STF. Plenário.
ADC 41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (Info 868).
STF. Plenário. ADC 41 ED, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12/04/2018.

Direito da Criança e do Adolescente

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A veiculação de matéria jornalística sobre delito histórico que expõe a vida cotidiana de
terceiros não envolvidos no fato criminoso, em especial de criança e de adolescente,
representa ofensa ao princípio da intranscendência.
STJ. Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 28/04/2020, DJe 04/05/2020. (Info 670-
STJ)

Crime Histórico/ Direito ao Esquecimento

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É incompatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido
como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados
verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de comunicação social analógicos
ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de
informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais –
especialmente os relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e da
personalidade em geral – e as expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e
cível.
Nota: Teoria pró-informação: simplesmente não existe um direito ao esquecimento, que,
além de não constar expressamente da legislação brasileira, não poderia ser extraído de
qualquer direito fundamental nem mesmo do direito à privacidade e à intimidade. Um direito
ao esquecimento seria, ademais, contrário à memória de um povo e à própria História da
sociedade. A liberdade de informação prevaleceria sempre e a priori, à semelhança do que
ocorre nos Estados Unidos da América (ver New York Times Co. vs. Sullivan, entre outros). Os
defensores desse posicionamento invocam, ainda, a jurisprudência mais recente do nosso
Supremo Tribunal Federal, especialmente o célebre precedente das biografias não-
autorizadas (ADI 4.815).
STF. Plenário. RE 1010606/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 11/2/2021 (Repercussão Geral – Tema 786) (Info 1005).

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Existindo evidente interesse social no cultivo à memória histórica e coletiva de delito


notório, incabível o acolhimento da tese do direito ao esquecimento para proibir qualquer
veiculação futura de matérias jornalísticas relacionadas ao fato criminoso cuja pena já se
encontra cumprida.

Nota: do contrário, configuraria censura prévia, vedada pelo ordenamento jurídico.


Mas atente-se que o STJ já reconheceu o direito ao esquecimento em dois julgados
principais: O caso “Aída Curi” (REsp 1.335.153-RJ) e a situação da “Chacina da Candelária”
(REsp 1.334.097-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgados em 28/5/2013), hipótese em que
entendeu que tal direito que deveria ser exercido de forma compatível com a intimidade e
da honra das pessoas.
Em março de 2013, na VI Jornada de Direito Civil do CJF/STJ, foi aprovado um enunciado
defendendo a existência do direito ao esquecimento como uma expressão da dignidade da
pessoa humana. Veja: “Enunciado 531: A tutela da dignidade da pessoa humana na
sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento.” Ademais, o STJ possui o
entendimento no sentido de que, quando os registros da folha de antecedentes do réu são
muito antigos, admite-se o afastamento de sua análise desfavorável, em aplicação à teoria
do direito ao esquecimento:
Quando os registros da folha de antecedentes do réu são muito antigos, como no presente
caso, admite-se o afastamento de sua análise desfavorável, em aplicação à teoria do direito
ao esquecimento. Não se pode tornar perpétua a valoração negativa dos antecedentes, nem
perenizar o estigma de criminoso para fins de aplicação da reprimenda, pois a
transitoriedade é consectário natural da ordem das coisas. Se o transcurso do tempo impede
que condenações anteriores configurem reincidência, esse mesmo fundamento - o lapso
temporal - deve ser sopesado na análise das condenações geradoras, em tese, de maus
antecedentes. STJ. 6ª Turma. HC 452.570/PR, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado
em 02/02/2021.
REsp 1.736.803-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 28/04/2020, DJe
04/05/2020. (Info 670-STJ)

Garantia de Banho Aquecido aos Presos

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A omissão injustificada da Administração em providenciar a disponibilização de banho
quente nos estabelecimentos prisionais fere a dignidade de presos sob sua custódia.
Nota: viola a dignidade da pessoa humana no tocante à integridade física e mental.
REsp 1.537.530-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 27/04/2017, DJe 27/02/2020.
(Info 666-STJ)

Presunção de Inocência

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A existência de condenação criminal transitada em julgado impede o exercício da


atividade profissional de vigilante por ausência de idoneidade moral, mesmo que tenha
cumprido a pena há mais de 5 anos.
Nota: É válida a recusa pela Polícia Federal de pedido de inscrição em curso de reciclagem
para vigilantes profissionais, quando configurada a ausência de idoneidade do indivíduo
em razão da prática de delito que envolve o emprego de violência contra a pessoa ou da
demonstração de comportamento agressivo incompatível com as funções do cargo. REsp
1.952.439-DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em
26/04/2022, DJe 28/04/2022.

STJ. 2ª Turma. REsp 1.666.294-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/09/2019. (Info 658)

Liberdade Religiosa

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É inconstitucional lei estadual que obriga que as escolas e bibliotecas públicas tenham
um exemplar da Bíblia.

Nota: No Amazonas, foi editada lei estadual obrigando as escolas e bibliotecas públicas a
terem pelo menos uma Bíblia disponível para consulta. Esta lei é inconstitucional. Isso
porque o art. 19, I, da CF/88 prevê a laicidade estatal.
Não confundir: o STF entendeu que a CF/88 não proíbe que sejam oferecidas aulas de uma
religião específica, que ensine os dogmas ou valores daquela religião. Não há qualquer
problema nisso, desde que se garanta oportunidade a todas as doutrinas religiosas. STF.
Plenário. ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 27/9/2017 (Info 879).
STF. Plenário. ADI 5258/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/4/2021. (Info 1012)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa,
permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana.
RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 28/3/2019. (Info 935)

Liberdade de Expressão

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A liberdade de expressão não alcança a prática de discursos dolosos, com intuito


manifestamente difamatório, de juízos depreciativos de mero valor, de injúrias em razão
da forma ou de críticas aviltantes.

Nota: A garantia da imunidade parlamentar não alcança os atos praticados sem claro nexo de
vinculação recíproca entre o discurso e o desempenho das funções parlamentares. Isso
porque as garantias dos membros do Parlamento são vislumbradas sob uma perspectiva
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funcional, ou seja, de proteção apenas das funções consideradas essenciais aos integrantes
do Poder Legislativo, independentemente de onde elas sejam exercidas.
STF. Pet 8242 AgR/DF, relator Min. Celso de Mello, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 Pet 8259
AgR/DF, relator Min. Celso de Mello, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 Pet 8262 AgR/DF, relator
Min. Celso de Mello, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 Pet 8263 AgR/DF, relator Min. Celso de
Mello, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 Pet 8267 AgR/DF, relator Min. Celso de Mello, redator
do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 Pet 8366 AgR/DF, relator Min. Celso de Mello, redator do acórdão Min.
Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 (Info 1053).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

A liberdade de expressão existe para a manifestação de opiniões contrárias, jocosas,


satíricas e até mesmo errôneas, mas não para opiniões criminosas, discurso de ódio ou
atentados contra o Estado Democrático de Direito e a democracia.
STF. AP 1044/DF, relator Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 20.4.2022 (Info 1051).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

É imune ao pagamento de taxas para registro da regularização migratória o estrangeiro


que demonstre sua condição de hipossuficiente, nos termos da legislação de regência.

Nota: O STF decidiu que o estrangeiro com residência permanente no Brasil, na condição
de hipossuficiência, está dispensado do pagamento de taxas cobradas para o processo de
regularização migratória. Não se mostra condizente com a CF a exigência de taxas em face
de sujeito passivo evidentemente hipossuficiente. Fundamento: art. 5º, LXXVI e LXXVII, da
CF/88. Inclusive foi Tese fixada pelo STF.
STF. Plenário. RE 1018911/RR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/11/2021 (Repercussão Geral –Tema 988) (Info 1037).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não é cabível a condenação de empresa jornalística à publicação do resultado da demanda
quando o ofendido não tenha pleiteado administrativamente o direito de resposta ou
retificação de matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação
social no prazo decadencial estabelecido no art. 3º da Lei nº 13.188/2015, bem ainda, à
adequação do montante indenizatório fixado.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.867.286-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 24/08/2021 (Info 706).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Retirar de circulação produto audiovisual disponibilizado em plataforma de “streaming”
apenas porque seu conteúdo desagrada parcela da população, ainda que majoritária, não
encontra fundamento em uma sociedade democrática e pluralista como a brasileira.
Nota: Viola a liberdade de expressão a decisão de retirar da Netflix o especial de Natal do
Porta dos Fundos porque seu conteúdo satiriza crenças e valores do cristianismo.

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O julgado refere-se ao grupo de comédia “Porta dos Fundos” que produziu, em 2019, um
programa de humor satírico denominado “Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira
Tentação de Cristo”. A obra não incita a violência contra grupos religiosos. Trata-se de mera
crítica, realizada por meio de sátira a elementos do Cristianismo. Por mais questionável que
possa vir a ser a qualidade da produção artística, não se identifica, em seu conteúdo,
fundamento que justifique qualquer tipo de ingerência estatal. A liberdade de expressão
artística está em posição preferencial em relação às demais liberdades. Eventual colisão entre
ela e outros direitos constitucionalmente garantidos deve levar em conta o fato de que o
conceito de arte tem sentido amplo, incluindo-se aí obras provocativas, que pretendem
atingir fins políticos ou religiosos também por meio de sátiras.
STF. 2ª Turma. Rcl 38782/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 3/11/2020 (Info 998).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Ao restringirem a comercialização e o uso de testes psicológicos aos profissionais
regularmente inscritos no Conselho Federal de Psicologia (CFP), o inciso III e os §§ 1º e 2º
do art. 18 da Resolução 2/2003-CFP acabaram por instituir disciplina desproporcional e
ofensiva aos postulados constitucionais relativos à liberdade de manifestação do
pensamento (art. art. 5º, IV, IX e XIV, da CF/88) e de liberdade de acesso à informação (art.
220, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 3481/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

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STF determinou a suspensão da investigação que estava sendo realizada pelo Ministério da
Justiça contra servidores públicos e demais cidadãos integrantes de movimento político
antifascista.
STF. Plenário. ADPF 722 MC/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19 e 20/8/2020 (Info 987).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A proibição da entrevista com Adélio Bispo, autor da facada contra Jair Bolsonaro, não
significou censura nem restrição indevida à liberdade de imprensa.
STF. 1ª Turma. Rcl 32052 AgR/MS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/4/2020. (Info 973)

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O direito à retratação e ao esclarecimento da verdade possui previsão na Constituição da
República e na Lei Civil, não tendo sido afastado pelo Supremo Tribunal Federal no
julgamento da ADPF 130/DF.

Nota: É possível que o magistrado condene o autor da ofensa a divulgar a sentença


condenatória nos mesmos veículos de comunicação em que foi cometida a ofensa à honra,
desde que fundamentada em dispositivos legais diversos da lei de Imprensa.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.771.866-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 12/02/2019. (Info 642)

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Violam a CF/88 os atos de busca e apreensão de materiais de cunho eleitoral e a suspensão


de atividades de divulgação de idéias em universidades públicas e privadas.
Nota: O processo eleitoral, no Estado democrático, fundamenta-se nos princípios: • da
liberdade de manifestação do pensamento; • da liberdade de informação; • da liberdade de
ensino e aprendizagem; • da liberdade de escolhas políticas; e • da autonomia universitária.
STF. ADPF 548 MC-Ref/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 31.10.2018. (Info 922)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Recentemente o STF julgou procedente reclamação ajuizada com fundamento em afronta
à autoridade do acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 130/DF. Quanto ao
cabimento, o colegiado entendeu que a ADPF 130/DF pode ser utilizada como parâmetro
para ajuizamento de reclamação que verse sobre conflito entre a liberdade de expressão e
de informação e a tutela das garantias individuais relativas aos direitos de personalidade.

No julgamento da citada ADPF, o STF considerou que a Lei de Imprensa (Lei 5.250/1967)
não foi recepcionada por incompatibilidade com a Constituição Federal (CF).
Posteriormente, passou a entender que a transcendência dos motivos determinantes
daquela decisão se projeta, de modo a flexibilizar o critério da aderência estrita para fins
de cabimento do remédio constitucional nessas situações.

No mérito, entendeu que a determinação de retirada de matéria jornalística afronta a


liberdade de expressão e de informação, além de constituir censura prévia. Essas liberdades
ostentam preferência em relação ao direito à intimidade, ainda que a matéria tenha sido
redigida em tom crítico.
STF. Rcl 28747/PR, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 5/6/2018. (Info 905)

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É inconstitucional norma que proíbe proselitismo em rádios comunitárias. Configura
proselitismo, a transmissão de conteúdo tendente a converter pessoas a uma doutrina,
sistema, religião, seita ou ideologia.
Nota: A liberdade de pensamento inclui o discurso persuasivo, o uso de argumentos críticos,
o consenso e o debate público informado e pressupõe a livre troca de ideias e não apenas a
divulgação de informações.
STF. ADI 2.566/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 16/05/2018. (Info 902)

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A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não
está protegida pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão e pode
configurar crime de racismo.
Nota: compare com RHC 134682/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/11/2016 (Info
849).
STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/3/2018. (Info 893)

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É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas
literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária a autorização de pessoas
retratadas como coadjuvantes ou de familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes.
STF. Plenário. ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/6/2015. (Info 789)

DIREITO ADMINISTRATIVO

PRINCÍPIOS E PODERES ADMINISTRATIVOS

Moralidade

Mesmo sentido: “A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário Municipal, por se
tratar de cargo público de natureza política, por si só, não caracteriza ato de improbidade
administrativa.”
STF. 2ª Turma. Rcl 22339 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 4/9/2018 (Info 914)
Exceção: poderá ficar caracterizado o nepotismo mesmo em se tratando de cargo político caso fique
demonstrada a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta ausência de
qualificação técnica ou inidoneidade moral do nomeado.
STF. 1ª Turma. Rcl 28024 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/05/2018.
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O STF tem afastado a aplicação da SV 13 a cargos públicos de natureza política, como são
os cargos de Secretário Estadual e Municipal.
Mesmo em caso de cargos políticos, será possível considerar a nomeação indevida nas
hipóteses de nepotismo cruzado; fraude à lei e
inequívoca falta de razoabilidade da indicação, por manifesta ausência de qualificação
técnica ou por inidoneidade moral do nomeado.
Nota: SV 13-STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral
ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na
Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.
Atenção: o nepotismo não exige a edição de uma lei formal proibindo a sua prática, uma vez
que tal vedação decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da CF/88 (STF
Rcl 6.702/PR-MC-Ag).
STF. 1ª Turma. Rcl 29033 AgR/RJ, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/9/2019. (Info 952)

Razoabilidade

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É indevida a inscrição do Estado-membro nos cadastros desabonadores em decorrência de
pendências administrativas relativas a débitos já submetidos a pagamento por precatório.
Nota: Isso porque a CF/88 já previu que, em caso de descumprimento do pagamento do
precatório, existe a possibilidade de intervenção federal no ente inadimplente. Logo, é
incompatível com o postulado da razoabilidade onerar duplamente o Estado-membro, tanto
com a possibilidade de intervenção federal quanto com a sua inscrição em cadastros
desabonadores.
STF. Plenário. ACO 3083, Rel. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/08/2020. (Info 991)

Instrancedência

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Poder Executivo não pode ser incluído nos cadastros de inadimplentes da União por
irregularidades praticadas pelos outros Poderes ou órgãos autônomos.
Nota: O Poder Executivo não pode ser impedido de contratar operações de crédito em razão do
descumprimento dos limites setoriais de despesa com pessoal por outros poderes e órgãos
autônomos (art. 20, II, e 23, § 3º, da Lei de Responsabilidade Fiscal).
STF. Plenário. ACO 3072, Rel. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/08/2020. (Info 991)

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É possível ao Município obter certidão positiva de débitos com efeito de negativa quando a
Câmara Municipal do mesmo ente possui débitos com a Fazenda Nacional, tendo em conta o
princípio da intranscendência subjetiva das sanções financeiras.
STF. Plenário. RE 770149, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 05/08/2020 (Repercussão
Geral – tema 743) (Info 993).

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Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros restritivos fundada
em irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as
providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos.
Nota: O princípio da intranscendência subjetiva significa que não podem ser impostas sanções
e restrições que superem a dimensão estritamente pessoal do infrator e atinjam pessoas que
não tenham sido as causadoras do ato ilícito.
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018. Súmula 615-STJ.

Devido Processo Legal

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Expressões ofensivas, desrespeitosas e pejorativas proferidas pelo magistrado na sessão de
julgamento contra a honra do jurisdicionado que está sendo julgado, podem configurar causa
de nulidade absoluta, haja vista que ofendem a garantia constitucional da imparcialidade, que

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deve, como componente do devido processo legal, ser observada em todo e qualquer
julgamento em um sistema acusatório.
Nota: Mesmo que nenhum juiz seja axiologicamente neutro, não se pode negar que o
envolvimento emocional (subjetivo) do juiz com as partes do processo e com o fato apurado
pode interferir na sua imparcialidade, atributo que faz parte do "devido processo legal", de base
constitucional (art. 5°, LIV). Não pode haver o devido processo legal sem a imparcialidade do
julgador, cuja falta, se objetivamente positivada, implica nulidade por suspeição (arts. 254, I e
564, I, do CPP).
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto São José) celebrado em São José da
Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, por ocasião da Conferência especializada
Interamericana sobre Direitos Humanos, aprovada pelo Decreto Legislativo n. 27/1992, no art.
5.1 estipula que "toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e
moral", e no art. 5.2 estabelece que "ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou
tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada
com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano".
As expressões ofensivas, desrespeitosas e pejorativas do eminente revisor do Tribunal de
origem, e Relator para o acórdão, na sessão de julgamento do recurso de apelação, contra a
honra o acusado que estava sendo julgado, ainda que não tenham sido registradas em seu voto
escrito, senão em manifestação oral, mas induvidosas como fato processual documentado,
constituem causa de nulidade absoluta, haja vista que ofendem a garantia constitucional da
imparcialidade, que deve, como componente do devido processo legal, ser observada em todo
e qualquer julgamento em um sistema acusatório.
STJ. HC 718.525-PR, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, por unanimidade,
julgado em 26/04/2022. (Info 734)

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A inscrição de Estado-membro nos cadastros federais de inadimplência antes da instauração
e do julgamento de tomada de contas especial viola o devido processo legal.
Nota: O Supremo Tribunal Federal é originariamente competente para processar e julgar as
causas que revelem potencial conflito federativo entre a União e os Estados-membros (art. 102,
I, ‘f’, da CRFB/88), como nos casos em que se discute a inscrição destes nos cadastros federais
de irregularidades ou inadimplência. 2. A União é parte legítima para figurar no polo passivo das
ações em que Estado-membro impugne inscrição em cadastros federais de inadimplentes e/ou
de restrição de crédito. STF. Plenário. ACO 2764 AgR, Relator p/ Acórdão Min. Luiz Fux, julgado
em 16/10/2017.
STF. Plenário. ACO 2910 AgR, Rel. Roberto Barroso, julgado em 29/06/2020. (Info 988)

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DIREITO PENAL

CRIME CONTRA A PESSOA

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A qualificadora prevista no art. 129, § 2º, IV, do Código Penal (deformidade permanente)
abrange somente lesões corporais que resultam em danos físicos.
Nota:
Se a lesão corporal praticada resultou em “deformidade permanente” na vítima, incide a
qualificadora prevista no art. 129, § 2º, IV, do CP. A “alteração permanente da personalidade”
pode ser considerada como uma “deformidade permanente”? Não. Quando o art. 129, § 2º,
IV, do CP fala em “deformidade permanente” ele está se referindo a lesões estéticas de
grande monta, capazes de causar desconforto a quem a vê ou ao seu portador. Logo, o art.
129, § 2º, IV, do CP abrange apenas lesões corporais que resultam em danos físicos.
Veja AINDA: A deformidade permanente apta a caracterizar a qualificadora no inciso IV do §
2º do art. 129 do Código Penal, segundo parte da doutrina, precisa representar lesão estética
de certa monta, capaz de produzir desgosto, desconforto a quem vê ou humilhação ao
portador, não sendo qualquer dano estético ou físico. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp
1895015/TO, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 17/08/2021.
STJ. 6ª Turma. HC 689.921-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 08/03/2022 (Info 728).

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O crime de remoção de órgãos qualificado pelo resultado morte, previsto no art. 14, § 4º,
da Lei nº 9.434/97, não é de competência do Júri.
Nota:
O bem jurídico a ser protegido, no caso, é a incolumidade pública, a ética e a moralidade no
contexto da doação de órgãos e tecidos, além da preservação da integridade física das
pessoas e do respeito à memória dos mortos.
Veja: É do juízo criminal singular a competência para julgar o crime de remoção ilegal de
órgãos, praticado em pessoa viva e que resulta morte, previsto no art. 14, § 4º, da Lei nº
9.434/97 (Lei de Transplantes). STF. Plenário. RE 1313494/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado
em 14/9/2021 (Info 1030).
STF. Plenário. RE 1313494/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/9/2021 (Info 1030).

Homicídio (Art. 121)

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Não há incompatibilidade entre o dolo eventual e o reconhecimento do meio cruel, na
medida em que o dolo do agente, direto ou indireto, não exclui a possibilidade de a prática
delitiva envolver o emprego de meio mais reprovável, como veneno, fogo, explosivo,
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel (art. 121, § 2º, III, do CP).

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Nota: Divergência: NÃO O dolo eventual não se compatibiliza com a qualificadora do art. 121,
§ 2º, IV (traição, emboscada dissimulação). Para que incida a qualificadora da surpresa é
indispensável que fique provado que o agente teve a vontade de surpreender a vítima,
impedindo ou dificultando que ela se defendesse. Ora, no caso do dolo eventual, o agente
não tem essa intenção, considerando que não quer matar a vítima, mas apenas assume o
risco de produzir esse resultado. Como o agente não deseja a produção do resultado, ele não
direcionou sua vontade para causar surpresa à vítima. Logo, não pode responder por essa
circunstância (surpresa). STF. 2ª Turma. HC 111442/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
28/8/2012 (Info 677). A qualificadora de natureza objetiva prevista no inciso III do § 2º do art.
121 do Código Penal não se compatibiliza com a figura do dolo eventual, pois enquanto a
qualificadora sugere a ideia de premeditação, em que se exige do agente um empenho
pessoal, por meio da utilização de meio hábil, como forma de garantia do sucesso da
execução, tem-se que o agente que age movido pelo dolo eventual não atua de forma
direcionada à obtenção de ofensa ao bem jurídico tutelado, embora, com a sua conduta,
assuma o risco de produzi-la. STJ. 6ª Turma. EDcl no REsp 1848841/MG, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, julgado em 2/2/2021.
OBS.É possível haver homicídio qualificado praticado com dolo eventual? No caso das
qualificadoras do motivo FÚTIL e/ou TORPE (art. 121, § 2º, I e II, do CP): SIM. Não há dúvidas
quanto a isso. Trata-se da posição do STJ e do STF. O fato de o réu ter assumido o risco de
produzir o resultado morte (dolo eventual), não exclui a possibilidade de o crime ter sido
praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não se
confunde com o motivo que ensejou a conduta. STJ. 6ª Turma. REsp 1601276/RJ, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/06/2017.
STJ. 5ª Turma. REsp 1836556-PR, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 15/06/2021 (Info 701)
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. REsp 1829601-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 04/02/2020. (Info 665) e STJ. 5ª Turma. AgRg
no REsp 1573829/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 09/04/2019.

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Deve prevalecer a orientação no sentido de que a tenra idade da vítima (menor de 18 anos
de idade) é elemento concreto e transborda aqueles inerentes ao crime de homicídio, sendo
apto, pois, a justificar o agravamento da pena-base, mediante valoração negativa das
consequências do crime, ressalvada, para evitar bis in idem, a hipótese em que aplicada a
causa de aumento prevista no art. 121, § 4º (parte final), do Código Penal.
STJ. 3ª Seção. AgRg no REsp 1851435-PA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 12/08/2020 (Info 679).

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Verifica-se a existência de dolo eventual no ato de dirigir veículo automotor sob a influência
de álcool, além de fazê-lo na contramão.
Nota: Esse é, portanto, um caso específico que evidencia a diferença entre a culpa consciente
e o dolo eventual. O condutor assumiu o risco ou, no mínimo, não se preocupou com o risco
de, eventualmente, causar lesões ou mesmo a morte de outrem.
Veja AINDA: A embriaguez do agente condutor do automóvel, por si só, não pode servir de
premissa bastante para a afirmação do dolo eventual em acidente de trânsito com resultado

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morte. A embriaguez do agente condutor do automóvel, sem o acréscimo de outras


peculiaridades, não pode servir como presunção de que houve dolo eventual. STJ. 6ª Turma.
REsp 1689173-SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 21/11/2017 (Info 623).
Na primeira fase do Tribunal do Júri, ao juiz togado cabe apreciar a existência de dolo eventual
ou culpa consciente do condutor do veículo que, após a ingestão de bebida alcoólica, ocasiona
acidente de trânsito com resultado morte. STJ. 6ª Turma. REsp 1689173-SC, Rel. Min. Rogério
Schietti Cruz, julgado em 21/11/2017 (Info 623).

STF. 1ª Turma. HC 124687/MS, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 29/5/2018. (Info 904)

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O homicídio mercenário, a qualificadora da paga ou promessa de recompensa é elementar
do tipo qualificado, comunicando-se ao mandante do delito.
Nota: DIVERGÊNCIA
A qualificadora de ter sido o delito praticado mediante paga ou promessa de recompensa é
circunstância de caráter pessoal e, portanto, incomunicável, por força do art. 30 do CP. Nesse
sentido: STJ. 5ª Turma. HC 403263/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
13/11/2018.
STJ. 6ª Turma. AgInt no REsp 1681816/GO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 03/05/2018.

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Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e de
feminicídio no crime de homicídio praticado contra mulher em situação de violência
doméstica e familiar.
STJ. 6ª Turma. HC 433.898-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/04/2018. (Info 625)

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