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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Turma:

O PODER LOCAL E A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E ADMINISTRATIVA DO


ESTADO MOÇAMBICANO

Santos João Muaeua / Código: 708205512

Curso: de Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Direito Constitucional Público Privado

Ano de Frequência: 2º Ano

Docente: Afonso Jorge

Gorongosa, Maio, 2021


Índice

1. Introdução............................................................................................................................3
2. O PODER LOCAL E A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E ADMINISTRATIVA DO.......4
2.1. Órgãos locais do Estado...................................................................................................4
2.2. Estado...............................................................................................................................7
2.3. Governo..........................................................................................................................11
2.3.1. Competência e responsabilidade.................................................................................11
3. Conclusão..........................................................................................................................14
4. Referências bibliográficas.................................................................................................15
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1. Introdução

O trabalho aqui presente tem como tema “O poder local e a organização política e
administrativa do estado moçambicano”. O Governo de Moçambique é o Conselho de
Ministros, que é composto pelo Presidente da República, Primeiro/a Ministro/a e pelos
Ministros (art. 201º da Constituição da República de Moçambique). Pois o governo é de todos
os Moçambicanos, presidido pelo Presidente da República. O governo exerce tarefas dentro
da estrutura do Estado, como vimos em cima. Ao passo, o partido político é um grupo de
cidadãos que partilham os mesmo ideais políticos.
Nós todos somos cidadãos moçambicanos. Temos direitos e deveres consagrados na
Constituição da República de Moçambique. Um dos direitos é participar na vida política da
nação, que também é um dever dos cidadãos. Só, muitas das vezes, os termos como “Estado”,
“governo”, “democracia” e outros, ou as competências e tarefas dos órgãos centrais do
Estado, como Presidente da República, Assembleia da República, Primeiro(a) Ministro(a),
Conselho Constitucional etc. não são bem conhecidas nas nossas comunidades e nos nossos
bairros.
Moçambique é um Estado constituído pelo povo moçambicano, que é constituído por todas as
pessoas com identidade moçambicana. Dentro do povo moçambicano existem várias tribos,
por exemplo os Rongas, os Cenas, os Shonas, os Makuas, os Makondes etc. Mas todos são
unidos pela nacionalidade moçambicana. O Estado moçambicano possui um território unitário
do Rovuma ao Maputo, do Zumbo ao Indico.
Também tem os seus próprios órgãos independentes que exercem o poder político (o
Presidente da República, os Deputados da Assembleia da república, Ministro/as e os
Tribunais).
 
 
 
 

 
 
 
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2. O PODER LOCAL E A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E ADMINISTRATIVA DO


ESTADO MOÇAMBICANO

2.1. Órgãos locais do Estado


Os órgãos locais do Estado têm como função à representação do Estado ao nível local para a
administração e o desenvolvimento do respectivo território. Ao mesmo tempo, eles
contribuem para a integração e unidade nacionais (art. 262º da Constituição da República de
Moçambique).
A organização e funcionamento dos órgãos locais do Estado obedecem aos princípios da
descentralização e desconcentração (art. 263º n.º 2 da Constituição da República de
Moçambique). Os órgãos locais do Estado promovem a utilização dos recursos disponíveis,
garantem a participação activa dos cidadãos e incentivam a iniciativa local na solução dos
problemas da comunidade (art. 263º n.º 2 da Constituição da República de Moçambique). Os
órgãos locais do Estado garantem nos seus respectivos territórios a realização de tarefas e
programas económicos, culturais e sociais de interesse local e nacional (art. 264º da
Constituição da República de Moçambique).
Órgãos Locais do Estado existem ao nível da Província, dos Distritos, Posto Administrativos
e Localidades. Além da constituição são consagrados na Lei n.º 8/2003 de 19 de Maio (Lei
dos Órgãos Locais do Estado) com o seu regulamento.
a) Província
A província é a maior unidade territorial da organização política, económica e social da
administração local do Estado. Províncias são constituídas por distritos, postos
administrativos e localidades (art. 11º da Lei n.º 8/2003 de 19 de Maio, Lei dos Órgãos
Locais do Estado).
São órgãos da administração pública de província: O Governador Provincial e o Governo
Provincial (art. 15º da Lei n.º 8/2003 de 19 de Maio, Lei dos Órgãos Locais do Estado). O
Governador Provincial é nomeado, exonerado e demitido pelo Presidente da República e é o
representante da autoridade central da administração do Estado ao nível da província (art. 16º
da Lei dos Órgãos Locais do Estado).
Às Assembleias Provinciais compete fiscalizar e controlar a observância dos princípios e
normas estabelecidos na Constituição da República de nas leis e aprovar o Programa do
Governo Provincial, fiscalizar e controlar o seu cumprimento (art. 36 º da Lei n.º 5/2007 de 9
de Fevereiro).
 
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b) Distrito
O Distrito é a unidade territorial principal da organização e funcionamento da administração
local do Estado e base da planificação do desenvolvimento económico, social e cultural da
República de Moçambique. O distrito é composto por postos administrativos e localidades.
(art. 12º da Lei dos Órgãos Locais do Estado).
O estatuto orgânico do governo distrital foi posto numa nova base com o Decreto n.º 6/2006
de 12 de Abril e consoante o mesmo, o governo distrital tem a seguinte estrutura:
c) Posto Administrativo
O Posto administrativo é a unidade territorial imediatamente inferior ao distrito, tendo em
vista garantir a aproximação efectiva dos serviços da administração local do Estado às
populações e assegurar maior participação dos cidadãos na realização dos interesses locais. O
Posto administrativo é constituído por localidades (art. 13º da Lei dos Órgãos Locais do
Estado).
d) Localidade
A localidade é a unidade territorial base da organização da administração local do Estado. A
localidade compreende aldeias e outros aglomerados populacionais inseridos no seu território
(art. 14º da Lei dos Órgãos Locais do Estado).
D. Administração Pública
A Administração Pública tem a tarefa de implementar as leis em todo o país, da capital até ao
nível das comunidades locais. Na sua função, serve o interesse público e na sua actuação
respeita os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos. Consoante art. 249º da
Constituição da República de Moçambique, os órgãos da Administração Pública obedecem à
constituição e à lei. Eles actuam com o respeito dos princípios da igualdade, da
imparcialidade, da ética e da justiça.
Art. 250º da Constituição da República de Moçambique exige que a Administração Pública
estruture-se com base do princípio da descentralização e desconcentração.
Ela deve promover a modernização e a eficiência dos seus serviços, sem prejuízo da unidade
de acção e dos poderes de direcção do Governo. Ela também promove a simplificação de
procedimentos administrativos e a aproximação dos serviços aos cidadãos.
Os cidadãos têm o direito de serem informados pelos serviços competentes da
Administração Pública sempre que requeiram sobre o andamento dos processos em que
estejam directamente interessados nos termos da lei (art. 253º da Constituição da República de
Moçambique).
 
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Partidos Políticos
São partidos políticos as organizações de cidadãos constituídas com objectivo fundamental de
participar democraticamente na vida política do país. Partidos políticos têm a finalidade de
concorrer de acordo com a Constituição da República e as leis, para a formação e expressão
da vontade política dos cidadãos. Partidos políticos intervêm, nomeadamente, no processo
eleitoral, mediante apresentação ou patrocínio de candidatura (art. 1º da Lei n.º 7/91 de 23 de
Janeiro). A entrada em um partido político não é obrigatória. É sempre voluntária e provém da
liberdade dos cidadãos se associarem em torno dos mesmos ideais políticos. Cada pessoa
pode entrar apenas num partido, podendo mudar de partido se quiser a qualquer momento.
Basta a pessoa não estar contente com a política do partido filiado, isto é, se, por exemplo, o
nosso partido não cumpriu com as promessas eleitorais.
Concorrem para as eleições todos os partidos políticos, isoladamente ou em coligação com
outros partidos. Dessas eleições surgem deputados que vão representar a vontade do povo na
Assembleia da República.
Os partidos políticos expressam o pluralismo político, concorrem para a formação e
manifestação da vontade popular e são um instrumento fundamental para a participação
democrática dos cidadãos na governação do país (art. 74º n.º 1 da Constituição da República
de Moçambique).
Diferenças entre um partido político e o governo
O Governo de Moçambique é o Conselho de Ministros, que é composto pelo Presidente da
República, Primeiro/a Ministro/a e pelos Ministros (art. 201º da Constituição da República de
Moçambique). Pois o governo é de todos os Moçambicanos, presidido pelo Presidente da
República. O governo exerce tarefas dentro da estrutura do Estado, como vimos em cima. Ao
passo, o partido político é um grupo de cidadãos que partilham os mesmo ideais políticos.
Participação dos cidadãos na vida política em Moçambique
Já vimos em cima, que a República de Moçambique é uma democracia. Dizemos que
democracia é o governo do povo. Como a população em Moçambique tem um número alto, os
cidadãos elegem representantes para defender a vontade político deles. Também
mencionámos que a Constituição da República de Moçambique aborda um elemento da
democracia directa, que é o referendo. Esse se aplica em questões de grande interesse
nacional. Mas além disso, art. 73º da Constituição da República de Moçambique prevê a
permanente participação democrática dos cidadãos na vida da nação. Neste capítulo vamos
analisar, como é que esta participação pode ser realizada na prática.
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A participação da população na vida da nação não se limita apenas no período das eleições.
Pelo contrário, a participação da população é útil e necessária.
Três caminhos para a participação de cada um na vida política de dia a dia:
 Integração activa em partidos políticos (no nosso país existem muitos partidos
políticos, além da FRELIMO e da RENAMO, por exemplo o MDM, o PDD e o
PIMO);
 Empenho em organizações de cidadãos, que têm por objectivo a defesa de interesses
políticos de certas camadas da população (art. 78º da Constituição da República de
Moçambique);
 Intervir no exercício da função administrativa do Estado, por exemplo, todos os
cidadãos têm o direito de apresentar petições (pedidos), queixas e reclamações perante
a autoridade competente, para exigir o restabelecimento dos seus direitos violados ou
em defesa do interesse geral (art. 79º da Constituição da República de Moçambique).

2.2. Estado
O Estado existe para facilitar a vida dos cidadãos que vivem dentro dele. Para executar a
vontade do povo dentro da democracia em Moçambique, o Estado precisa de órgãos, que
trabalham para ele e implementam aquilo que o povo através dos seus representantes decidiu.
Assim como o nosso corpo humano tem órgãos para lhe servir, o Estado tem órgãos para
interagir com terceiros, para actuar para fora. Portanto, são os órgãos, que vão aos encontros e
reuniões, escrevem e respondem cartas etc. Mas sempre em coordenação com o "corpo", neste
caso o povo moçambicano, porque os órgãos só têm a sua legitimidade da sua existência para
facilitar as actividades do Estado, que têm como elemento mais importante o povo. Assim, os
órgãos não podem ultrapassar os limites da autorização deles.
Ao mesmo tempo, o povo deve admitir a responsabilidade de dar directivos e controlar os
órgãos, porque isto não é só direito, mas também dever. Se acontecer uma situação ilegal, a
pessoa responsável deve responder no tribunal.
O poder político em Moçambique está sendo organizado em órgãos de soberania e órgãos
locais do Estado (arts. 133º e 262º da Constituição da República). Os órgãos da soberania
respondem ao nível central, os órgãos locais ao nível local.
1. Órgãos de soberania
São órgãos da soberania o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo,
os Tribunais e o Conselho Constitucional (art. 133º da Constituição da República de
Moçambique).
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a) Presidente da República
O Presidente da República é o chefe do Estado de Moçambique. Ele representa Moçambique
internamente e no estrangeiro. Ele tem a tarefa de controlar o funcionamento correcto dos
órgãos do Estado (art. 146º da Constituição da República de Moçambique). O Presidente da
República deve zelar que as garantias da constituição serão cumpridas.
O Presidente da República é eleito pelo povo. A eleição deve ser directo, igual, secreto,
pessoal e periódico. Eleições têm lugar de cinco em cinco anos. O Presidente da República só
pode ser eleito de novo uma vez (art. 147º da Constituição da República de Moçambique).
Para as demais competências do Presidente da República, art. 146º a 163º da Constituição da
República.
1. Compete ao Presidente da República promulgar e mandar publicar as leis no Boletim da
República.
2. As leis são promulgadas até trinta dias após a sua recepção, ou após a notificação do
acórdão do Conselho Constitucional que se pronuncia pela não inconstitucionalidade de
qualquer norma delas constantes.
3. O Presidente da República pode vetar a lei por mensagem fundamentada, devolvê-la para
reexame pela Assembleia da República.
4. Se a lei reexaminada for aprovada por maioria de dois terços, o Presidente da República
deve promulgá-la e mandá-la publicar.
b) Assembleia da República
A Assembleia da República é a assembleia representativa de todos os cidadãos moçambicanos
(art. 168º da Constituição da República de Moçambique). A Assembleia da República é o
mais alto órgão legislativo na República de Moçambique. Ela determina as normas que regem
o funcionamento do Estado e a vida económica e social através de leis e deliberações (art.
169º da Constituição da República de Moçambique).
Função
1. A Assembleia da República é o mais alto órgão legislativo na República de Moçambique.
2. A Assembleia da República determina as normas que regem o funcionamento do Estado e a
vida económica e social através de leis e deliberações de carácter genérico.
A Assembleia da República é constituída por 250 deputados. Esses são eleitos em eleições
directas, iguais, secretos, pessoais e periódicos (art. 170º da Constituição da República de
Moçambique).
Os deputados são os representantes do povo moçambicano. Eles devem exprimir a vontade
dos cidadãos nas deliberações da Assembleia da República. As leis aprovadas pela
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Assembleia da República espelham aquilo que o povo quer. As leis são implementadas pelo
governo e pela administração pública. Pelo cumprimento das leis velam os tribunais. Deste
modo, a nossa constituição consta o controlo mútuo dos poderes dos órgãos da soberania.
Mandato do Deputado
1. O mandato do Deputado coincide com a duração da legislatura, salvo renúncia ou perda do
mandato.
2. A suspensão, a substituição, a renúncia e a perda do mandato são reguladas pelo Estatuto
do Deputado.
Incompatibilidades
1. A função de Deputado é incompatível com as de:
a) Membro do Governo;
b) Magistrado em efectividade de funções;
c) Diplomata em efectividade de serviço;
d) Militar e polícia no activo;
e) Governador provincial e administrador distrital;
f) Titular de órgãos autárquicos.
2. A lei determina as demais incompatibilidades.
Poderes do Deputado
São poderes do Deputado:
a) Exercer o direito de voto;
b) Submeter projectos de leis, resoluções e demais deliberações;
c) Candidatar-se aos órgãos da Assembleia da República;
d) Requerer e obter do Governo ou das instituições públicas dados e informações necessários
ao exercício do seu mandato;
e) Fazer perguntas e interpelações ao Governo;
f) Outros consignados no Regimento da Assembleia da República.
Imunidades
1. Nenhum Deputado pode ser detido ou preso, salvo em caso de flagrante delito, ou
submetido a julgamento sem consentimento da Assembleia da República.
2. Tratando-se de processo penal pendente em que tenha sido constituído arguido, o Deputado
é ouvido por um juiz conselheiro.
3. O Deputado goza de foro especial e é julgado pelo Tribunal Supremo, nos termos da lei.
 
 
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Irresponsabilidade
1. Os deputados da Assembleia da República não podem ser processados judicialmente,
detidos ou julgados pelas opiniões ou votos emitidos no exercício da sua função de Deputado.
2. Exceptuam-se a responsabilidade civil e a responsabilidade criminal por injúria, difamação
ou calúnia.
Direitos e regalias do Deputado
1. O Deputado goza dos seguintes direitos e demais regalias:
a) Cartão especial de identificação;
b) Livre-trânsito em locais públicos de acesso condicionado, no exercício das suas funções ou
por causa delas;
c) Apoio, cooperação, protecção e facilidades das entidades públicas ou militares da
República, para o exercício do seu mandato nos termos da lei;
d) Remuneração e subsídios estabelecidos na lei.
2. O Deputado não pode intervir em processos judiciais como perito ou testemunha, salvo
quando autorizado pela Assembleia da República ou pela Comissão Permanente.
3. O Deputado goza ainda dos demais direitos e regalias estabelecidos na lei.
Deveres do Deputado
O Deputado tem os seguintes deveres:
a) Observar a Constituição e as leis;
b) Observar o Estatuto do Deputado;
c) Respeitar a dignidade da Assembleia da República e dos deputados;
d) Comparecer às sessões do Plenário e às da Comissão de que for membro;
e) Participar nas votações e nos trabalhos da Assembleia da República.
Renúncia e perda do mandato
1. O Deputado pode renunciar ao mandato, nos termos da lei.
2. Perde o mandato o Deputado que:
a) For condenado definitivamente por crime doloso em pena de prisão superior a dois anos;
b) Se inscreva ou assuma função em partido ou coligação diferentes daquele pelo qual foi
eleito;
c) Não tome assento na Assembleia da República ou exceda o número de faltas estabelecido
no Regimento.
3. Implicam ainda a perda do mandato quaisquer inelegibilidades existentes à data das
eleições e conhecidas posteriormente, bem como as incapacidades previstas na lei.
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2.3. Governo
O Governo de Moçambique é o Conselho de Ministros (art. 200º da Constituição da
República). Esse é composto pelo Presidente da República, Primeiro/a Ministro/a e pelos
Ministros (art. 201º da Constituição da República de Moçambique). Certamente já ouvimos
falar do Primeiro/a Ministro/a, do Ministro/a da Educação, da Agricultura, das Obras Públicas
e Habitação, do Trabalho, do Interior, da Justiça, e outros. Estes compõem o governo de
Moçambique chefiados pelo Presidente da República.
Convocação e presidência
1. Na sua actuação, o Conselho de Ministros observa as decisões do Presidente da República e
as deliberações da Assembleia da República.
2. O Conselho de Ministros é convocado e presidido pelo Primeiro-Ministro, por delegação do
Presidente da República.
3. A formulação de políticas governamentais pelo Conselho de Ministros é feita em sessões
dirigidas pelo Presidente da República.

2.3.1. Competência e responsabilidade


Função
1. O Conselho de Ministros (art.203) assegura a administração do país, garante a integridade
territorial, vela pela ordem pública e pela segurança e estabilidade dos cidadãos, promove o
desenvolvimento económico, implementa a acção social do Estado, desenvolve e consolida a
legalidade e realiza a política externa do país.
2. A defesa da ordem pública é assegurada por órgãos apropriados que funcionam sob
controlo governamental.
Competências art. 204
1. Compete, nomeadamente, ao Conselho de Ministros:
a) Garantir o gozo dos direitos e liberdades dos cidadãos;
b) Assegurar a ordem pública e a disciplina social;
c) Preparar propostas de lei a submeter à Assembleia da República;
d) Aprovar decretos-leis mediante autorização legislativa da Assembleia da República;
e) Preparar o Plano Económico e Social e o Orçamento do Estado e executálos após
aprovação pela Assembleia da República;
f) Promover e regulamentar a actividade económica e dos sectores sociais;
g) Preparar a celebração de tratados internacionais e celebrar, ratificar, aderir e denunciar
acordos internacionais, em matérias da sua competência governativa;
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h) Dirigir a política laboral e de segurança social;


i) Dirigir os sectores do Estado, em especial a educação e saúde;
j) Dirigir e promover a política de habitação.
2. Compete, ainda, ao Conselho de Ministros:
a) Garantir a defesa e consolidação do domínio público do Estado e do património do Estado;
b) Dirigir e coordenar as actividades dos ministérios e outros órgãos subordinados ao
Conselho de Ministros;
c) Analisar a experiência dos órgãos executivos locais e regulamentar a sua organização e
funcionamento e tutelar, nos termos da lei, os órgãos das autarquias locais;
d) Estimular e apoiar o exercício da actividade empresarial e da iniciativa privada e proteger
os interesses do consumidor e do público em geral;
e) Promover o desenvolvimento cooperativo e o apoio à produção familiar.
3. É da exclusiva iniciativa legislativa do Governo a matéria respeitante à sua própria
organização, composição e funcionamento.
Competências do Primeiro-Ministro art. 205
1. Compete ao Primeiro-Ministro, sem prejuízo de outras atribuições confiadas pelo
Presidente da República e por lei, assistir e aconselhar o Presidente da República na direcção
do Governo.
2. Compete, nomeadamente, ao Primeiro-Ministro:
a) Assistir o Presidente da República na elaboração do Programa do Governo;
b) Aconselhar o Presidente da República na criação de ministérios e comissões de natureza
ministerial e na nomeação de membros do Governo e outros dirigentes governamentais;
c) Elaborar e propor o plano de trabalho do Governo ao Presidente da República;
d) Garantir a execução das decisões dos órgãos do Estado pelos membros do Governo;
e) Presidir as reuniões do Conselho de Ministros destinadas a tratar da implementação das
políticas definidas e outras decisões;
f) Coordenar e controlar as actividades dos ministérios e outras instituições governamentais;
g) Supervisar o funcionamento técnico-administrativo do Conselho de Ministros.
Relacionamento com a Assembleia da República art. 206
1. Nas relações com a Assembleia da República, compete ao Primeiro-Ministro:
a) Apresentar à Assembleia da República o Programa do Governo, a proposta do Plano
Económico e Social e do Orçamento do Estado;
b) Apresentar os relatórios de execução do Governo;
c) Expor as posições do Governo perante a Assembleia da República.
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2. No exercício destas funções, o Primeiro-Ministro é assistido pelos membros do Conselho


de Ministros por ele designados.
A função principal do Conselho de Ministros
A função principal do Conselho de Ministros é assegurar a administração do país (veja
art. 203º da Constituição da República de Moçambique para mais funções). O Conselho
de Ministros observa as decisões do Presidente da República e as deliberações da
Assembleia da República (art. 202º da Constituição da República de Moçambique).
Compete ainda ao Governo (art. 204º da Constituição da República de
Moçambique):
 Garantir o gozo dos direitos e liberdades dos cidadãos;
 Dirigir a política laboral e a segurança social;
 Estimular a apoiar o exercício da actividade empresarial e da iniciativa privada e
proteger os interesses do consumidor e do público em geral, etc.
c) Tribunais
Os tribunais têm como objectivo garantir e reforçar a legalidade como factor da estabilidade
jurídica. Eles devem garantir o respeito pelas leis, asseguram os direitos e liberdades dos
cidadãos, punem as violações da lei e decidem os problemas de acordo como está escrito na
lei (art. 212º n.º 2 da Constituição da República de Moçambique).
e) Conselho Constitucional
Ao Conselho Constitucional compete administrar a justiça em matérias de natureza jurídica-
constitucional (art. 241º da Constituição da República de Moçambique). Bem como os
tribunais velam sobre o cumprimento das leis, o Conselho Constitucional zela sobre o
cumprimento da Constituição da República de Moçambique. Uma das tarefas do Conselho
Constitucional é apreciar, se leis violam a constituição (art. 244 n.º 1 lit. a da Constituição da
República). Cabe ainda ao Conselho Constitucional entro outras atribuições validar e
proclamar os resultados eleitorais.
 
 
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3. Conclusão

O Estado existe para facilitar a vida dos cidadãos que vivem dentro dele. Para executar a
vontade do povo dentro da democracia em Moçambique, o Estado precisa de órgãos, que
trabalham para ele e implementam aquilo que o povo através dos seus representantes decidiu.
Assim como o nosso corpo humano tem órgãos para lhe servir, o Estado tem órgãos para
interagir com terceiros, para actuar para fora. Portanto, são os órgãos, que vão aos encontros e
reuniões, escrevem e respondem cartas etc. Mas sempre em coordenação com o "corpo", neste
caso o povo moçambicano, porque os órgãos só têm a sua legitimidade da sua existência para
facilitar as actividades do Estado, que têm como elemento mais importante o povo. Assim, os
órgãos não podem ultrapassar os limites da autorização deles.
Ao mesmo tempo, o povo deve admitir a responsabilidade de dar directivos e controlar os
órgãos, porque isto não é só direito, mas também dever. Se acontecer uma situação ilegal, a
pessoa responsável deve responder no tribunal.
O poder político em Moçambique está sendo organizado em órgãos de soberania e órgãos
locais do Estado (arts. 133º e 262º da Constituição da República). Os órgãos da soberania
respondem ao nível central, os órgãos locais ao nível local.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. Referências bibliográficas

Caetano, M (1983). Manual de Ciência Política e Direito Constitucional, 6ª ed., Coimbra


Editora, Coimbra.
Gouveia, J (2015). Direito Constitucional de Moçambique. IdiLP. Lisboa.
 
Legislação
1. Constituição da República de Moçambique de 2004, alterada e republicada pela Lei n.º
1/2018, de 12 de Junho.
2. Pacote legal de Descentralização
 

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