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PRIORIDADE.
Nos termos dos arts. 98 e 99, do CPC, informa não possuir condições de arcar com as
despesas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento, tendo em
vista principalmente os gastos com saúde, razão pela qual, considerando a remota
probabilidade de interposição de recurso, requer antecipadamente o deferimento do benefício
da gratuidade de justiça. Outrossim, com espeque no art. 1.048, I do CPC, por ser portador de
doença grave e incurável, a ser descrita logo abaixo, pugna pelo reconhecimento de
PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO.
Ora o autor, que já possui 57 anos de idade, perdeu toda e qualquer condição de retornar ao
labor ao qual estava acostumado, o de motorista de ônibus coletivo urbano, nesta cidade,
razão pela qual necessita da aposentadoria em comento (definitiva) em substituição ao auxílio
temporário recebido atualmente.
Sendo assim, por não mais haver qualquer chance de suportar a situação a que passa, dado a
necessidade de converter o auxílio doença – temporário – em aposentadoria por invalidez –
definitiva, por necessitar de acompanhante e não podendo esperar que o INSS converta por
conta própria ou aguardar nova perícia administrativa (o benefício auxilio doença vence em
01.10.2017, mas a perícia administrativa pode levar meses para ocorrer após o
agendamento), tudo devidamente comprovado pelos documentos anexados, vem diante deste
Juízo requerer o reconhecimento do direito pretendido.
IV. DO DIREITO
Nos termos dos arts. 1º e 3º, da Carta Magna, a República Federativa do Brasil constitui-se
em Estado Democrático de Direito e tem como uns dos seus fundamentos a cidadania e a
dignidade da pessoa humana, associado aos objetivos claros de construir uma sociedade
solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e marginalização,
reduzindo as desigualdades sociais e regionais; bem como promover o bem de todos, sem
qualquer discriminação.
Nessa linha, o art. 59, da Lei n. 8.213/91 estabelece o auxílio doença para o segurado que
ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias
consecutivos. E o art. 42 do mesmo diploma, a aposentadoria por invalidez, uma vez
cumprida, quando for o caso, a carência exigida, para o segurado que, estando ou não em
gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o
exercício de atividade laboral.
E não é demais utilizar-se do art. 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos para
ressaltar que “Toda pessoa tem direito [...] à segurança em caso de [...] doença, invalidez [...]
ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
O Autor faz jus à conversão pretendida, pois tem em seu favor contribuições
previdenciárias de longo prazo, as quais lhe conferiram objetivamente o direito de gozar
de auxílio doença já há alguns meses.
Excelência, é inegável que tais enfermidades lhe conferem limitações físicas absolutas, sendo
impossível retornar ao mercado de trabalho depois de décadas de labor como motorista
de ônibus e ainda mais já próximo da terceira idade. Associado a tal fator, o tratamento
médico o qual já se submete não tem o poder de curar-lhe, tão somente de minorar os efeitos
das doenças, que já lhe causam graves feridas pelo corpo.
Obtém certa ajuda (com dificuldades) do SUS, todavia, boa parte do tratamento é custeado
por si próprio, com recursos do auxílio doença – que finda em outubro/2017. As medicações
são caras (comprovantes de pagamento em anexo) e ainda tem a necessidade de ter
acompanhante para auxiliar na realização de tarefas, como ministrar medicamentos, ajudar na
locomoção, ida à consultas médicas, cuidar da alimentação e higiene, etc., razão pela qual
solicita a concessão do acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) do valor da
aposentadoria, previsto pelo art. 45, da Lei n. 8.213/91 e item 7, do Anexo I, do Dec.
3.048/99,
Não é demais lembrar que o STJ tem firmado o entendimento de que a concessão da
aposentadoria por invalidez deve considerar, além dos elementos previstos no art. 42 da Lei n.
8.213/91, os aspectos socioeconômicos, profissionais e culturais do segurado. (AgRg no
AREsp 574.421/SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 14/11/2014). E a
Súmula 47 da TNU, mesmo referindo-se a incapacidade parcial (que não é o presente caso)
pode ser aqui aplicada, a partir do trecho: “o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais
do segurado para a concessão de aposentadoria por invalidez.”
Sendo assim, requer digne-se o Nobre Julgador em converter o auxílio previsto no art. 59, da
Lei n. 8.213/91 na aposentadoria do art. 42, da mesma Lei, cumulada com o acréscimo de
25%, previsto no art. 45, da Lei dos Benefícios.
V. DOS PEDIDOS:
Requer, ainda, provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito.
Dá-se à causa, o valor de R$ 11.244,00 (onze mil duzentos e quarenta e quatro reais).
Nestes termos,
Pede deferimento.
Alagoinhas-BA, data.