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(Ação ajuizada no Juizado Especial Federal)

AO JUÍZO DO ___ JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA


DO ESTADO _________

PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO (art. 1048, I, CPC)


PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA
PESSOA IDOSA

Nome do autor, (nacionalidade), (estado civil), (aposentado,


pensionista ou reforma), portador da carteira de identidade nº _____________, CPF nº
________________, nascido em _____________, residente e domiciliado
_________________________________________, CEP xx.xxx-xxx, endereço
eletrônico _______________________________, vem por seu advogado infra-assinado, cuja
procuração segue em anexo, ajuizar

AÇÃO DECLARATÓRIA DE
ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA
cumulada com
PEDIDO DE TUTELA DE
URGÊNCIA e RESTITUIÇÃO DO
INDÉBITO

EM FACE DE
1) UNIÃO - FAZENDA NACIONAL, com sede
___________________________________________________, CEP. XX.XXX-XX,
Cidade/Estado; e

2) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, com sede


___________________________________________________, CEP. XX.XXX-XX,
Cidade/Estado, pelos motivos de fatos e de direito a seguir articulados:

DA PRIORIDADE DE
TRAMITAÇÃO
A parte Autora tem direito a prioridade na tramitação do processo, haja vista que é
portadora de (indicar a doença), conforme relatório médico em anexo.

De acordo com o art. 1048, inciso I do CPC:

Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou


tribunal, os procedimentos judiciais:
I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença
grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º,
inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988 ;

Sendo assim, o autor requer a prioridade na tramitação do processo com base no


dispositivo acima indicado.

DOS FATOS
Nota: o importante é deixar bem claro que o autor preenche os requisitos que dão direito
a isenção do imposto de renda.

Sendo assim, deverá ser indicado e comprovado:

1. a condição de aposentado, pensionista e reformado

O Autor requereu e teve sua aposentadoria/pensão/reforma


concedida em XX/XX/XXXX, NB XXX.XXX.XXX-X, conforme carta de concessão em
anexo.

2. a condição de acometimento de alguma das doenças ou deficiências do art. 6º,


inciso XIV da Lei 7713/88

O motivo da aposentadoria/pensão/reforma se deu por o autor ser


portador da doença ____________________, CID devidamente comprovado pelo laudo
médico em anexo.

(Discorrer sobre as dificuldades do dia a dia devido a doença)


(..)

(Mencionar que foi realizado pedido administrativo)

Diante de tal situação o autor, em xx/xx/xxxx entrou com o


pedido de isenção, apresentado laudo médico realizado em xx/xx/xxxx, onde constatou
que o autor é portador _____________________.

Entretanto, o INSS no dia xx/xx/xxxx, conforme cópia do


requerimento administrativo em anexo, indeferiu o pedido sob a alegação de que o autor
não é portador de moléstia enquadrada em uma das situações previstas no art. 6º, XIV, da
Lei nº 7.713.
Dessa forma, o autor não concordando com a decisão do INSS e
pela impossibilidade de ter uma solução na via administrativa vem perante o juízo
pleitear o restabelecimento de seu direito à isenção.

DO DIREITO

É importante esclarecer que, o pedido de isenção do imposto de


renda postulado pelo autor é regulado pela Lei 7.713/1988. Senso assim, o requerente faz
jus a isenção do imposto de renda, como bem se verifica pela legislação vigente que
regula a matéria, “in verbis”:

Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte


rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os
proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em
serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional,
tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia
maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e
incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia
grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte
deformante), contaminação por radiação, síndrome da
imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina
especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois
da aposentadoria ou reforma; (Redação dada pela Lei nº 11.052,
de 2004) (Vide Lei nº 13.105, de 2015).

Cabe frisar que a patologia do autor é inegável, já tendo se


submetido à perícia médica, conforme laudo datado de xx/xx/xxxx. Importando frisar que
pelo enunciado da súmula 598 do STJ: É desnecessária a apresentação de laudo
médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do imposto de renda, desde
que o magistrado entenda suficientemente demonstrada a doença grave por outros
meios de prova.

Portanto, o autor está amplamente amparado pela legislação,


fazendo jus a isenção do imposto de renda, haja vista ser portador de deficiência grave,
tendo o 2º réu, descumprido com seu dever constitucional e legal de eficiência.

É imperioso atentar para a finalidade social da norma que previu a


isenção do imposto de renda, destinada a possibilitar ao enfermo o custeio das despesas
com o tratamento da patologia, consistentes na aquisição de remédios, consultas médicas
e realização periódica de exames, providências que demandam, com absoluta urgência,
maiores recursos financeiros do que os exigidos da pessoa sadia na mesma faixa etária.

Neste sentido, inclusive é a jurisprudência:

DIREITO TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DO INDÉBITO.


IMPOSTO DE RENDA. LEI Nº 7.713/88. MOLÉSTIA
PROFISSIONAL. LER/DORT. NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO
DE RENDA. APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO. IRRELEVÂNCIA. APELAÇÃO PROVIDA. 1.
O artigo 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713/88 impõe a presença de
dois requisitos cumulativos para a isenção do imposto de renda,
a saber: que os rendimentos sejam relativos à aposentadoria,
pensão ou reforma, e que a pessoa física seja portadora de uma
das doenças referidas. Enquadrando-se nas condições legais, o
rendimento é isento do tributo. 2. A lesão por esforço repetitivo -
LER, doença que acomete a autora, é moléstia profissional e
garante a isenção pleiteada. 3. A isenção de imposto de renda
sobre proventos de aposentadoria em razão de moléstia grave
tem por objetivo desonerar quem se encontra em desvantagem
face ao aumento de despesas com o tratamento da doença.
Precedentes. 4. Em momento algum se exige para a concessão da
isenção do imposto de renda que os proventos de aposentadoria
sejam oriundos de aposentadoria por invalidez, ou ainda, que
tenham decorrido diretamente da moléstia profissional adquirida.
5. A Lei nº 7.713/88 prevê a possibilidade de isenção mesmo que
a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou
reforma. Assim, não há vinculação entre a modalidade de
aposentadoria recebida e o direito a isenção aqui pleiteada. 6.
Ter a apelante se submetido à reabilitação profissional, passando
a exercer na empregadora função compatível com as condições
de saúde, não altera o fato de que ainda é portadora da
enfermidade. 7. Demonstrada a hipótese de isenção tributária no
caso concreto, bem como a necessidade de acompanhamento
médico, não há o que se falar em violação ao artigo 111 do
Código Tributário Nacional. 8. Condenação da União Federal e
INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10%
(dez por cento) sobre o valor da condenação, observado o artigo
23 do CPC/73. 9. Apelação provida. (TRF-3 - Ap:
00083917320104036110 SP, Relator: DESEMBARGADORA
FEDERAL MARLI FERREIRA, Data de Julgamento: 22/11/2017,
QUARTA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3 Judicial 1
DATA: 27/02/2018)

Diante disso, comprovada a deficiência por laudo médico,


conforme consta em anexo, o amparo da legislação para isenção do imposto de renda,
bem como a não aplicação deste benefício quando da concessão da aposentadoria, mister
se faz a procedência do pedido para declarar o autor isento do pagamento do imposto de
renda deste a data de concessão da aposentadoria (ou a que estiver mencionado no laudo),
restituindo-lhe, de forma corrigido, o valor pago a primeira Requerida.
DA TUTELA DE URGÊNCIA inaudita
altera pars
A probabilidade do direito está totalmente comprovada
documentalmente, elemento indispensável para concessão da tutela provisória de
urgência.

No mesmo sentido, o perigo de dano ou o risco ao resultado útil


do processo também se faz presente, pois o autor tem tido dificuldades financeiras
considerando o desconto mensal retido na fonte, necessitando do complemento para
tratamento de saúde e aquisição de medicamentos, sendo, ainda, conditio sinequa non
para alimentação e sustento de sua família. E, por via de consequência, proteção de seu
salário, proveniente do princípio da dignidade da pessoa humana, um dos pilares de nosso
Estado Democrático e Social de Direito, previsto no artigo 1º, inciso III, da CF,
mormente pelo fato de ser verba de natureza alimentar.

Diante disso, em face do princípio da dignidade da pessoa


humana, previsto art. 1º, inciso III, da CF e do disposto no art. 5º da LICC, que por sua
vez expressa que o juiz deve se atentar ao caráter social da norma, não há óbice para a
concessão da tutela provisória de urgência com base em eventual indício de
irreversibilidade do provimento.

Por fim, vale aqui a citação das palavras de Rui Barbosa, para
quem: “Justiça tardiamente alcançada não é justiça, senão injustiça, qualificada e
manifesta”. Nesta esteira de pensamento, são também os ensinamentos de Carnelutti, que
por sua vez expressa que: “o tempo é um inimigo do Direito, contra qual o juiz deve
travar uma guerra sem trégua”.

Assim requer seja deferida a tutela provisória de urgência para


que seja imediatamente suspenso o desconto do imposto de renda retido na fonte nos
seus proventos de aposentadoria.
DA REPETIÇÃO DO
INDÉBITO

O autor faz jus à repetição do indébito com a devida correção


monetária, dos últimos cinco anos até a presente data dos valores recolhidos
indevidamente a título de imposto de renda de seus proventos.

A mens legis da isenção é justamente para não sacrificar o


contribuinte que padece de moléstia grave e que gasta demasiadamente com o tratamento,
sendo exatamente este o caso do autor, que gasta grande parte do seu salário com exames,
remédios, e consultas médicas.

Assim, demonstrado que o autor é portador de deficiência física, o


que se comprova com o laudo médico anexo, e que, portanto, faz jus à isenção prevista
no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/1988, logo, os valores retidos na fonte a título
de imposto de renda incidentes sobre o seu benefício de aposentadoria são indevidos e
devem ser restituídos.

Por fim, cabe lembrar que o prazo para postular a restituição do


indébito é de cinco anos, a contar da data do pagamento antecipado do tributo, na forma
do art. 150, § 1º e 168, inciso I, ambos do CTN, c/c art. 3º da LC n.º 118/05. Assim,
tendo em vista a data do ajuizamento da ação e o período postulado pelo autor, não há o
que se falar em prescrição.

Cabendo, portanto, a condenação dos réus ao pagamento da


restituição do indébito com a devida correção monetária a ser calculada pela SELIC, nos
termos do artigo 39, § 4º, da Lei 9.250/95, o que desde já, se requer.
DOS PEDIDOS
Em face do exposto, o autor requer:

a) O deferimento de tutela provisória de urgência inaudita altera parte, para que seja
imediatamente suspensa a retenção na fonte do imposto de renda, sob pena de multa
diária no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), com base no art. 497 e 537 do CPC, por se
tratar de obrigação de fazer;

b) a prioridade na tramitação, levando em consideração o autor ser portador doença


grave, conforme art. 1048, I do CPC;

c) Que o pedido julgado procedente, para confirmar a tutela provisória de urgência e


torná-la definitiva;

d) a procedência do pedido para declarar o direito do autor à isenção do imposto de


renda, por ser ele portador de (indicar a doença ou deficiência), desde a data da concessão
da aposentadoria (ou a que estiver determinado no laudo médico) em xx/xx/xxxx;

e) a restituição de todos os valores descontados indevidamente a título de imposto de


renda no valor de R$ ____________ (_______________________________), conforme
planilha de cálculo em anexo, com a devida correção monetária a ser calculada pela
SELIC, nos termos do artigo 39, § 4º, da Lei 9.250/95;

f) a condenação dos réus em custas e honorários advocatícios, na forma do art. 85, §3º do
CPC;

O autor informa que não tem interesse em audiência de conciliação por se tratar de
matéria de direito não passível de mitigação da lesão, com base no art. 334, §4º, II do
CPC.
Requer, ainda, a utilização de todos os meios de prova compatível com o rito dos
juizados especiais federais.

A fim de evitar futura arguição de nulidade no processo, requer que todas as publicações
sejam realizadas exclusivamente em nome do advogado _________________________,
inscrito na OAB/XX sob o nº _______________, sob pena de nulidade.

Dá-se à causa o valor de R$ ____________________

Nesses termos
pede deferimento.

Local e data.

Nome do Advogado
OAB/XX nº__________

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