MARIA IVÂNIA DO NASCIMENTO FONSÊCA, já qualificada
nos autos da ação em epígrafe, movida em face do INSS – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, vem, à presença de V. Exa., por seu advogado ao final assinado, expor para ao final requerer:
Douto julgador, a autora foi intimada para se
manifestar acerca da contestação da Autarquia previdenciária, razão pela qual passamos a tecer algumas considerações:
O laudo pericial foi conclusivo ao afirmar que a
autora POSSUI LIMITAÇÃO LEVE – 20%/INCAPACIDADE FUNCIONAL, senão vejamos:
Ocorre Excelência, que na verdade a autora se
encontra TOTALMENTE incapacitada, fato este, que lhe impede de exercer suas atividades laborativas, tendo em vista que não possui condições físicas normais para o trabalho.
Dessa forma, cumpre ressaltar a existência de
incapacidade para o exercício de suas atividades, inviabilizando a execução de suas funções laborais de EMPREGADA DOMÉSTICA, visto que, a autora continua portadora das mesmas patologias, e que de acordo com os laudos e exames médicos acostados aos autos, houve agravamento do seu quadro clínico. Senão vejamos:
Conforme se denota RADIOGRÁFICO A AUTORA FOI
o laudo DIAGNÓSTIGADA COM ARTROSE, POLIARTROSE E DORES ARTICULARES NA MÃO DIREITA E ESQUERDA. SE NA AVALIAÇÃO DO PERITO, O SUPRACITADO DIAGNÓSTICO PARA UMA SEGURADA CUJA PROFISSÃO É DE EMPREGADA DOMÉSTICA, NÃO CONSTITUI ALTERAÇÕES IMPORTANTES, O MESMO PRECISA URGENTEMENTE REVER SEUS CRITÉRIOS MÉDICOS DE AVALIAÇÃO E DE CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇAS INCAPACITANTES PARA O TRABALHO.
E esclarece ainda, que a autora é EMPREGADA DOMÉSTICA COMO
CONSTA NA INICIAL E NÃO DO LAR COMO FOI DITO PELO SENHOR PERITO.
PERCEBA, EXECELÊNCIA QUE O DIGNÓSTICO SE REFERE A
MÚLTIPLAS AGRESSÕES NAS ARTICULAÇÕES. DE IGUAL MODO QUE SE TRATA DE UM DESGASTE DO TECIDO DA PROTEÇÃO NAS EXTREMIDADES DOS OSSOS OCORRENDO GRADUALMENTE A PIORA AO LONGO DO TEMPO NO QUAL FOI AFETADA PELO EXERCÍCIO DIÁRIO DA SUA PROFISSÃO DE EMPREGADA DOMÉSTICA.
Desse modo, a autora não tem mais condições de
executar suas atividades, frente a dificuldade de PERMANECER EM PÉ POR LONGOS PERÍODOS E EXECUTAR MOVIMENTOS INERENTES a função que sempre desempenhou em sua vida.
Não obstante, o laudo médico pericial acabou por
não levar em conta as adversidades do caso em tela, fazendo o perito, uma avaliação superficial do caso, sem nem ao menos mostrar como chegou a respeitável conclusão, e quais elementos médicos e clínicos tomou como base, haja vista que a conclusão pericial, DIVERGE DE TODOS OS DOCUMENTOS MÉDICOS DA AUTORA APRESENTADOS NO AUTOS.
Dessa forma, o laudo médico pericial foi
completamente SINGELO, SUPERFICIAL e GENÉRICO, sem sintonia com o caso concreto vivenciado pela autora, FRENTE A TREMENDA INCONGRUÊNCIA DA OPINIÃO DO PERITO COM TODOS OS DOCUMENTOS MÉDICOS JUNTADOS AOS AUTOS.
Outrossim, observa-se que o laudo pericial
produzido foi OMISSO e COMPLETAMENTE INADEQUADO ao caso concreto, divergindo completamente dos demais profissionais médicos ESPECIALIZADOS que acompanham a autora, conforme documentos médicos juntado aos autos.
Vale ainda ressaltar, que a autora faz uso de
diversos medicamentos, contudo não apresenta melhora no seu quadro de saúde, posto que continua a sentir fortes dores, senão vejamos:
Neste cenário, impugna-se o presente laudo pericial
pelos fatos acima delineados, bem como, pelo fato de que o médico perito não é especialista nas áreas da medicina responsável pelo diagnóstico e tratamento das patologias que acometem a autora, qual sejam: REUMATOLOGIA, sendo notório que tais patologias NÃO FORAM ANALISADAS OU LEVADAS EM CONSIDERAÇÃO NA AVALIAÇÃO DO REFERIDO MÉDICO, logo a autora não pode ter seu direito prejudicado por tais razões.
Ademais, é de fácil constatação a incapacidade total
da autora para desempenhar a função de EMPREGADA DOMÉSTICA, visto atestados médicos e exames presentes nos autos.
ORA EXCELÊNCIA, UMA PESSOA QUE
DESENVOLVE AO LONGO DE ANOS DE TRABALHO UMA DOENÇA DEGENERATIVA EM MÚLTIPLOS SEGMENTOS LOMBARES, COMO PODE SER CLASSIFICADO QUE A MESMA NÃO POSSUI MENHUMA PATOLOGIA QUE CAUSE LIMITAÇÃO OU INCAPACIDADE? IN VERBIS:
Com respeito, a perícia médica, tal
avaliação DESTOA TOTALMENTE da realidade clínica da autora e dos critérios médicos legais de avaliação de incapacidade. Sendo assim, devemos concluir que a autora na verdade possui uma incapacidade total para exercer suas atividades laborais de cabeleireira.
Por tais motivos, o laudo pericial deve ser
desconsiderado no que diz respeito à conclusão do médico perito no sentido de que a promovente não possui limitação, para o exercício de sua atividade laboral, tendo em vista, que a mesma possui na verdade incapacidade total para sua atividade laboral, e quanto da data de Início da Incapacidade/limitação erroneamente apontada pelo perito judicial.
II - DOS PEDIDOS FINAIS:
Diante do exposto, requer a V. Excelência o devido
prosseguimento do feito, reiterando todos os termos da exordial, bem como, o que se segue:
1) A desconsideração do laudo pericial, no que
concerne à conclusão do médico perito, no sentido de que a autora pode exercer sua atividade laboral de cabeleireira sem limitação, haja vista que a mesma possui incapacidade laboral para o exercício da sua atividade profissional.
2) Caso Vossa Excelência assim não entenda, requer
que seja designada nova perícia médica, a ser realizada por médico com especialidade na patologia que acomete a autora, ou seja, por um médico na área de REUMATOLOGIA, com capacidade técnica para analisar com precisão e coerência o grau de incapacidade laboral que acomete a mesma.
3) Não sendo este também o entendimento de Vossa
Excelência, requer o deferimento de nova perícia médica com especialista, A SER CUSTEADA ANTECIPADAMENTE PELA PARTE AUTORA, por meio de depósito judicial. Hipótese, na qual deve a mesma ser ressarcida em caso de procedência ao final da presente demanda.
4) A apreciação, no julgamento, não apenas das
conclusões periciais com relação a enfermidade, mas também a sua coexistência com outros aspectos inerentes ao enfermo, tais como: sua profissão de cabeleireira e as suas condições pessoais, sociais e intelectuais, haja vista que a autora é pessoa pobre na forma da lei, e portadora de patologia que a impede de exercer suas atividades laborais.