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EXM(A). SR(A). DR(A).

JUIZ(A) FEDERAL DA 7º VARA – JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL – DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DA PARAÍBA.

Processo nº.: 0520012-05.2021.4.05.8200

MARIA IVÂNIA DO NASCIMENTO FONSÊCA, já qualificada


nos autos da ação em epígrafe, movida em face do INSS –
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, vem, à presença de V.
Exa., por seu advogado ao final assinado, expor para ao
final requerer:

Douto julgador, a autora foi intimada para se


manifestar acerca da contestação da Autarquia
previdenciária, razão pela qual passamos a tecer algumas
considerações:

O laudo pericial foi conclusivo ao afirmar que a


autora POSSUI LIMITAÇÃO LEVE – 20%/INCAPACIDADE FUNCIONAL,
senão vejamos:

Ocorre Excelência, que na verdade a autora se


encontra TOTALMENTE incapacitada, fato este, que lhe impede
de exercer suas atividades laborativas, tendo em vista que
não possui condições físicas normais para o trabalho.

Dessa forma, cumpre ressaltar a existência de


incapacidade para o exercício de suas atividades,
inviabilizando a execução de suas funções laborais de
EMPREGADA DOMÉSTICA, visto que, a autora continua portadora
das mesmas patologias, e que de acordo com os laudos e
exames médicos acostados aos autos, houve agravamento do
seu quadro clínico. Senão vejamos:

Conforme se denota RADIOGRÁFICO A AUTORA FOI


o laudo
DIAGNÓSTIGADA COM ARTROSE, POLIARTROSE E DORES ARTICULARES
NA MÃO DIREITA E ESQUERDA.
SE NA AVALIAÇÃO DO PERITO, O SUPRACITADO DIAGNÓSTICO
PARA UMA SEGURADA CUJA PROFISSÃO É DE EMPREGADA DOMÉSTICA,
NÃO CONSTITUI ALTERAÇÕES IMPORTANTES, O MESMO PRECISA
URGENTEMENTE REVER SEUS CRITÉRIOS MÉDICOS DE AVALIAÇÃO E DE
CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇAS INCAPACITANTES PARA O TRABALHO.

E esclarece ainda, que a autora é EMPREGADA DOMÉSTICA COMO


CONSTA NA INICIAL E NÃO DO LAR COMO FOI DITO PELO SENHOR
PERITO.

PERCEBA, EXECELÊNCIA QUE O DIGNÓSTICO SE REFERE A


MÚLTIPLAS AGRESSÕES NAS ARTICULAÇÕES. DE IGUAL MODO QUE SE
TRATA DE UM DESGASTE DO TECIDO DA PROTEÇÃO NAS EXTREMIDADES
DOS OSSOS OCORRENDO GRADUALMENTE A PIORA AO LONGO DO
TEMPO NO QUAL FOI AFETADA PELO EXERCÍCIO DIÁRIO DA SUA
PROFISSÃO DE EMPREGADA DOMÉSTICA.

Desse modo, a autora não tem mais condições de


executar suas atividades, frente a dificuldade de
PERMANECER EM PÉ POR LONGOS PERÍODOS E EXECUTAR MOVIMENTOS
INERENTES a função que sempre desempenhou em sua vida.

Não obstante, o laudo médico pericial acabou por


não levar em conta as adversidades do caso em tela,
fazendo o perito, uma avaliação superficial do
caso, sem nem ao menos mostrar como chegou a
respeitável conclusão, e quais elementos médicos e
clínicos tomou como base, haja vista que a conclusão
pericial, DIVERGE DE TODOS OS DOCUMENTOS MÉDICOS DA
AUTORA APRESENTADOS NO AUTOS.

Dessa forma, o laudo médico pericial foi


completamente SINGELO, SUPERFICIAL e GENÉRICO, sem
sintonia com o caso concreto vivenciado pela autora,
FRENTE A TREMENDA INCONGRUÊNCIA DA OPINIÃO DO PERITO COM
TODOS OS DOCUMENTOS MÉDICOS JUNTADOS AOS AUTOS.

Outrossim, observa-se que o laudo pericial


produzido foi OMISSO e COMPLETAMENTE INADEQUADO ao caso
concreto, divergindo completamente dos demais
profissionais médicos ESPECIALIZADOS que acompanham a
autora, conforme documentos médicos juntado aos autos.

Vale ainda ressaltar, que a autora faz uso de


diversos medicamentos, contudo não apresenta melhora no seu
quadro de saúde, posto que continua a sentir fortes dores,
senão vejamos:

Neste cenário, impugna-se o presente laudo pericial


pelos fatos acima delineados, bem como, pelo fato de que o
médico perito não é especialista nas áreas da medicina
responsável pelo diagnóstico e tratamento das patologias
que acometem a autora, qual sejam: REUMATOLOGIA, sendo
notório que tais patologias NÃO FORAM ANALISADAS OU
LEVADAS EM CONSIDERAÇÃO NA AVALIAÇÃO DO REFERIDO MÉDICO,
logo a autora não pode ter seu direito prejudicado por tais
razões.

Ademais, é de fácil constatação a incapacidade total


da autora para desempenhar a função de EMPREGADA DOMÉSTICA,
visto atestados médicos e exames presentes nos autos.

ORA EXCELÊNCIA, UMA PESSOA QUE


DESENVOLVE AO LONGO DE ANOS DE TRABALHO UMA
DOENÇA DEGENERATIVA EM MÚLTIPLOS SEGMENTOS
LOMBARES, COMO PODE SER CLASSIFICADO QUE A
MESMA NÃO POSSUI MENHUMA PATOLOGIA QUE CAUSE
LIMITAÇÃO OU INCAPACIDADE? IN VERBIS:

Com respeito, a perícia médica, tal


avaliação DESTOA TOTALMENTE da realidade
clínica da autora e dos critérios médicos
legais de avaliação de incapacidade.
Sendo assim, devemos concluir que a autora na
verdade possui uma incapacidade total para exercer suas
atividades laborais de cabeleireira.

Por tais motivos, o laudo pericial deve ser


desconsiderado no que diz respeito à conclusão do médico
perito no sentido de que a promovente não possui limitação,
para o exercício de sua atividade laboral, tendo em vista,
que a mesma possui na verdade incapacidade total para sua
atividade laboral, e quanto da data de Início da
Incapacidade/limitação erroneamente apontada pelo perito
judicial.

II - DOS PEDIDOS FINAIS:

Diante do exposto, requer a V. Excelência o devido


prosseguimento do feito, reiterando todos os termos da
exordial, bem como, o que se segue:

1) A desconsideração do laudo pericial, no que


concerne à conclusão do médico perito, no sentido de que a
autora pode exercer sua atividade laboral de cabeleireira
sem limitação, haja vista que a mesma possui incapacidade
laboral para o exercício da sua atividade profissional.

2) Caso Vossa Excelência assim não entenda, requer


que seja designada nova perícia médica, a ser realizada por
médico com especialidade na patologia que acomete a autora,
ou seja, por um médico na área de REUMATOLOGIA, com
capacidade técnica para analisar com precisão e coerência o
grau de incapacidade laboral que acomete a mesma.

3) Não sendo este também o entendimento de Vossa


Excelência, requer o deferimento de nova perícia médica com
especialista, A SER CUSTEADA ANTECIPADAMENTE PELA PARTE
AUTORA, por meio de depósito judicial. Hipótese, na qual
deve a mesma ser ressarcida em caso de procedência ao final
da presente demanda.

4) A apreciação, no julgamento, não apenas das


conclusões periciais com relação a enfermidade, mas também
a sua coexistência com outros aspectos inerentes ao
enfermo, tais como: sua profissão de cabeleireira e as suas
condições pessoais, sociais e intelectuais, haja vista que
a autora é pessoa pobre na forma da lei, e portadora de
patologia que a impede de exercer suas atividades laborais.

Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

Cabedelo/PB, 07 de dezembro de 2021.

ADRIANO MATOS FEITOSA


OAB/PB nº 19.338

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