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ACÓRDÃO
I-RELATÓRIO
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“A decisão a quo – ao não conhecer do estado de saúde grave do
Recorrente e da sua incompatibilidade com a manutenção da prisão,
preventiva, nem do pedido do Recorrente de que se oficiasse pela junção
dos documentos/relatórios corroborantes do estado de saúde do
Recorrente, e que estão na posse de terceiros, quando o deveria ter feito
por assumirem relevância para a boa decisão, e nula por omissão de
pronúncia”.
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sessão de audiência de julgamento no dia 17/02/2022,que,em suma,
indeferiu a substituição da medida de coação pessoal de prisão preventiva
por uma medida menos gravosa para o Recorrente, decretando,
outrossim, a sua manutenção mas com a transferência do Recorrente para
o Hospital Prisão de São Paulo.
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gravosa, por ser adequada ou suficiente às exigências cautelares do casos
concreto.”
No processo nº 02/022:
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Com essa omissão, violou o recorrente o disposto no nº5 do art.º 476º do
C.P.P.
No processo nº04/22:
Desde logo:
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obrigatoriamente, indicar as razões por que considere inadequadas ou
insuficientes outras medidas de coacção pessoal.
o De perigo de fuga;
o Perigo real de perturbação da instrução do processo no que refere,
nomeadamente a aquisição, conservação e integridade da prova e;
o Perigo, em função da natureza das circunstâncias do crime e da
personalidade do arguido de continuação por este da actividade
criminosa ou de perturbação grave da ordem e tranquilidade
públicas.
No caso em apreço;
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comprovação dos factos concretos que preenchem os pressupostos de
aplicação da medida.
Entrementes:
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O relatório médico refere uma última observação médica em Setembro de
2021
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possibilitando o transporte do arguido a clinica Girassol, aliás clínica de
referência no nosso país e que oferece segurança ao arguido.
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Na verdade, cada estabelecimento penitenciário deve dispor, de acordo
com as necessidades, na medida do possível, de serviço médico, de serviço
de enfermagem, de serviço farmacêutico que responda às exigências
essências de profilaxia e tratamento da saúde dos reclusos.
Nestes termos:
Porque:
Porque:
Promove-se:
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Colhidos os vistos legais, foram os autos à conferência.
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II - OBJECTO DO RECURSO
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III – FUNDAMENTAÇÃO
No processo nº 02/022:
No processo nº04/022:
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por médicos, deverá o mesmo ser transferido da cadeia de Viana onde se
encontra para o hospital prisão de são Paulo no sentido de receber a
assistência médica e medicamentosa de acordo como seu quadro clínico,
sem prejuízo de ser acompanhado pela clínica girassol, tal como
aconteceu em sede da instrução contraditória como pode vislumbrar as
fls. 1892 a 1894.
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E por que o réu e os seus mandatários se fazem presentes ficam desde já
notificados.
Para o que nos importa, em função da questão sobre que versa o presente
caso, a prisão preventiva depende da prévia constituição de arguido e da
existência de “fortes indícios” da prática de um crime doloso, punível com
prisão superior, no seu limite máximo, a 3 anos (art.249º,nº 2 e 279º,nº
1,ambos do C.P.P).
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em factos de relevo que façam acreditar que eles são idóneos e bastantes
para imputar ao arguido essa responsabilidade, sob pena de se arriscar uma
medida tão gravosa como esta em relação a alguém que pode estar
inocente ou sobre o qual não haja indícios seguros de que com toda a
probabilidade venha a ser condenado pelo crime imputado”.
Pretende-se com isto dizer, que os indícios têm que ser sólidos, inequívocos
para qualquer das fases em questão, mas não podem ser olhados da mesma
maneira em cada uma das diferentes etapas do processo.
Em suma, como ficou claro, existindo nos autos indícios suficientes para
suportar a acusação e pronúncia, certamente, também os existem para
aplicação de medida de coação, nomeadamente, a prisão preventiva.
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“Nenhuma medida de coação, à exceção do termo de identidade e
verificar:
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presença do arguido no decurso do processo e a execução da decisão final.
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nomeadamente, à aquisição, conservação e integridade da prova.
A instrução do processo que a lei refere aqui, não é apenas à fase processual
da instrução, mas a toda a atividade instrutória, que inclui a recolha e
produção de prova no processo, quer decorra na fase da investigação, na
instrução ou no julgamento.
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gravosas da sua prática.
Por tudo o que ficou exposto, concluímos que, os pressupostos gerais para
aplicação das medidas de coação, prisão preventiva, no caso concreto,
encontram-se preenchidos, pelo que, não merecem reparo, os despachos
recorridos, porquanto a mesma se mostra como adequada, proporcional e
única capaz de garantir as exigências processuais de natureza cautelar do
caso concreto.
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Para o que interessa ao caso, vamos referir apenas as seguintes:
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III. b) Nulidade do despacho recorrido por omissão de pronúncia no
processo nº02/022.
IV. DECISÃO
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1. Negar provimento aos recursos e, em consequência, manter os
despachos recorridos.
2. Custas pelo recorrente no valor de 4000 ucf- arts. 144º e 150º do
C.C.J.
3. Após trânsito, baixe os autos ao tribunal recorrido-art.719 do C.P.C.
Notifique.
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