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Juiz não pode reduzir honorários advocatícios contratuais

(29.09.10)

O artigo 20 do CPC regula apenas honorários de sucumbência, não podendo o juiz restringir a
reserva dos valores devidos ao patrono dos exequentes a 20%, porquanto não se aplicam à
verba contratual os limites impostos do § 3º.

Com esse entendimento, a 5ª Turma do TRF-4 deu provimento a agravo de instrumento em


que era discutida a redução dos honorários contratuais operada pelo Juízo "a quo" em
execução de sentença contra o INSS.

A agravante sustentou, junto ao tribunal regional, que o contrato firmado com seus
procuradores prevê o pagamento de honorários profissionais de 30% sobre o total liquidado na
ação, não possuindo qualquer irregularidade.

O pleito teve provimento a partir do voto do relator, juiz federal Eduardo Vandré Oliveira Garcia,
para quem "independentemente do ajuizamento de nova demanda, tem o causídico o direito de
descontar do valor inscrito em RPV ou precatório, conforme o caso, a parcela relativa aos
honorários contratados com seu constituinte, desde que ainda não tenham sido pagos."

Além disso, no caso de sociedade de advogados, disse o relator que os honorários podem ser
diretamente pagos a si, mediante reserva, quando da requisição de pagamento do crédito do
mandante, quando há referência da sociedade na procuração ou de cessão de crédito em seu
favor pelos causídicos mandatários.

O relator ainda explicou que o artigo 20 do CPC regula apenas honorários sucumbenciais e
não contratuais. "Dessarte, não há falar em restringir a reserva dos valores devidos ao patrono
dos exequentes ao percentual de 20% sobre o montante da condenação, porquanto não se
aplicam à verba honorária contratual os limites impostos pelo § 3º do dispositivo processual
recém mencionado."

Ademais, anotou o juiz, o percentual contratado pela parte e seus advogados não ofende o que
dispõem os artigos 36 e 38 do Código de Ética e Disciplina da OAB, "porquanto não pode ser
considerado imoderado, e o valor da verba pactuada, somado aos dos honorários
sucumbenciais, não ultrapassa as vantagens advindas do feito ao constituinte."

Atua em nome da agravante o advogado Vitorio Altair Lazzaris. (Proc. nº 2009.04.00.040398-


5/SC).

ÍNTEGRA DO ACÓRDÃO

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