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BAREMA – AVALIAÇÃO ONLINE

Questão 1:

O Município X ajuizou ação contra o Estado Y e uma empresa Z


requerendo, provisoriamente e em definitivo, a paralisação de uma
obra. O pedido de tutela provisória foi indeferido e a obra prosseguiu e
foi totalmente executada. Diante disso, o Município ofereceu desistência
da ação que foi homologada pelo juízo, independentemente da
manifestação dos réus, tendo em vista que ambos, em suas defesas,
pugnaram pela extinção do processo sem exame de mérito. Na sentença
homologatória da desistência, o juiz deixou de condenar o ente
municipal ao pagamento de ônus da sucumbência. No que se refere ao
capítulo das despesas processuais, a decisão foi acertada? Justifique.
Limite de linhas: 20.

Sobre a situação referenciada, pontua-se que a desistência da ação é ato


privativo do autor e enseja a extinção do feito através de sentença
homologatória, na forma do art. 485, VIII, do CPC. Contudo, tão somente
se a desistência ocorrer antes de oferecida a contestação é que a parte
ficará isenta do pagamento de custas e honorários de sucumbência,
consoante art. 1.040, §2º, do mesmo diploma legal.
Sendo assim, como a desistência foi requerida após a citação do réu e
depois do ingresso dos demandados no processo, já que o Estado Y e a
Empresa Z ofereceram defesa, a desistência deveria acarretar para o
autor, Município X, o dever de suportar os honorários do patrono da parte
contrária, nos termos do art. 85, §3º c/c art. 90, da Lei Adjetiva Civil, pelo
que, neste aspecto, agiu com desacerto o togado singular.
Lado outro, no que se refere as custas processuais, andou bem o juízo, vez
que o Município é isento de seu pagamento, o que é regulado pela
legislação estadual de cada Ente Federado. No caso da Bahia, por
exemplo, a isenção ao pagamento das “taxas judiciárias” para a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios está prevista no art. 10, IV, da
Lei Estadual n. 12.373/2011.

Questão 2:
Após o trânsito em julgado de sentença que condenou o réu ao
pagamento de honorários sucumbenciais numa ação que foi conduzida
pelos advogados João e José, foi iniciado, pela sociedade de advogados,
o cumprimento da parte da sentença referente à verba honorária,
pedindo-se, ao final, que o alvará de levantamento dos valores saísse em
nome da sociedade de advogados de que são sócios os advogados
citados. Esse pedido é possível? Justifique. Limite de linhas: 20.
O §15 do art. 85 do Código de Ritos prescreve que o advogado pode
requerer que o pagamento dos honorários a si cabíveis seja efetuado em
favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio,
aplicando-se, ainda, à hipótese o quanto disposto no §14 da mesma
norma em análise.
De se gizar, por importante, que tal previsão não desnatura o caráter
personalíssimo da advocacia, mas apenas permite que o causídico ceda
seu crédito em favor da sociedade que integra na qualidade de sócio, a
qual passa a ser credora do valor fixado a título de honorários
advocatícios.
Isso porque, malgrado a natureza personalíssima dos honorários, o direito
ao seu recebimento, de cunho patrimonial, é renunciável e transacional,
inexistindo qualquer empecilho para que haja previsão contratual entre
sociedade e advogado.
Aliás, mesmo no caso no qual não integre como sócio, a sociedade poderá
ser credora dos honorários advocatícios fixados em favor do advogado.
Inclusive, nessa situação, o pedido de pagamento em nome da sociedade
poderá partir dela mesma, com a prova do negócio jurídico que a torna
credora daquele valor.

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