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VARA DA
FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ..................
(nome) e (nome), ora agravados, pelo comum advogado in fine assinado, nos autos do
agravo de instrumento epigrafado, nos autos do recurso epigrafado interposto por (nome),
vêm, respeitosamente, apresentar o presente memorial, pelas razões de direito adiante
articuladas:
Todas as questões suscitadas nas razões recursais pela agravante foram rechaçadas de
per si na resposta recursal juntada no documento de ordem …
O objeto desse “memorial” está focado única e exclusivamente na ratio legis cogente do art.
85 do § 2º, II do CPC, que consolidou para o Diploma Instrumental Civil a regra geral dos
percentuais entre 10% a 20% calculado sobre o proveito econômico obtido na fixação dos
honorários advocatícios sucumbenciais.
1º. Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de
multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
Significa dizer que se não ocorresse o pagamento no quinquídio [CPC, art. 523, caput], os
executados/ora agravados responderiam por uma penalidade legal de 20% sobre o valor
total do débito [CPC, art. 523, § 1º do CPC].
Há um imperativo legal que regula essa penalidade nos percentuais [CPC, art. 523, caput e
§ 1º], descabendo ao judiciário alterar a lei; mas sim a cumprir, data vênia.
A bitola legal do art. 523, § 1º do CPC prevê o acréscimo de 20% sobre o valor da dívida
em 15 dias.
Essa é a regra geral e se não houver o pagamento incidirão as penalidades e ponto final.
No bojo do acórdão acima salientou o eminente relator, Des. Maurílio Gabriel em seu voto
condutor, ao pé da letra, ipisis verbis:
“A multa e os honorários estipulada só não incidirão se houver o pagamento espontâneo do
débito, no prazo assinalado, independentemente da intimação pessoal do devedor. Sobre
este tema leciona Daniel Amorim Assumpção Neves que, ´somente o pagamento da
condenação evita a aplicação da multa, de forma que o mero oferecimento de bens à
penhora, ainda que seja em dinheiro, não evita o acréscimo de 10% do valor da
condenação´…No caso em exame foi a Unimed intimada, na pessoa do seu advogado,
para efetuar o pagamento do débito, sob pena da incidência da multa e dos honorários em
questão.
Como a requerida não efetuou o pagamento espontâneo do débito, mas apenas apresentou
a impugnação ao cumprimento de sentença, devida é a multa e os honorários do art. 523, §
1º do Código de Processo Civil, devendo a decisão agravada ser corrigida neste ponto.
Sendo assim, deverá incidir sobre o débito atualizado, isso é, corrigido monetariamente e
acrescidos dos juros, a multa de 10% e honorários também de 10% devidos ao ora
exequente” [destaque nosso].
Essas normas estão claras, estampadas e translúcidas no Código de Processo Civil, suma
vênia.
E da análise dos requisitos legais do art. 85, § 2º do CPC, correta a fixação do percentual
mínimo de 10% sobre o proveito econômico —o que por si só já bastaria— atrelado aos
requisitos adjetivos dos incisos do § 2º: grau de zelo profissional, lugar da prestação do
serviço, natureza e a importância da causa e tempo exigido do advogado para seu serviço.
“Segundo o art. 85, § 2º, os honorários devem ser “fixados entre o mínimo de dez e o
máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa”, atendidos os critérios
previstos nos incs. I a IV do mesmo § 2º, que reproduzem o que dispunham as alíneas a a c
do art. 20, §3º, do CPC/1973.
Como se vê, não há mais distinção de base de cálculo e de limites percentuais entre as
decisões condenatórias, declaratórias e constitutivas.
O art. 85, § 2º, elege três bases de cálculo distintas: os valores da condenação, do proveito
econômico e da causa, a serem observados nessa ordem.
Assim, os honorários devem ser fixados com base no valor da condenação; não a havendo,
utiliza-se o proveito econômico; em última instância, recorre-se ao valor da causa. É o que
se extrai do art. 85, § 4º, III, do CPC/2015”.
“A primeira novidade fica por conta do proveito econômico como parâmetro para a fixação
dos honorários dentro dos percentuais previstos em lei quando não houver condenação no
caso concreto.
Pode se imaginar nesse caso tanto as decisões meramente declaratórias como as
constitutivas que tenham gerado vantagem econômica para o vencedor, bem como a
sentença de improcedência em ações condenatórias, quando o proveito econômico será ter
evitado a condenação no valor pretendido pelo autor.
VI- PEDIDOS
Pede Deferimento.
(Local e data)