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PESQUISA

SE O TRIBUNAL LOCAL INDEFERE O EFEITO SUSPENSIVO AO RESP, STJ MESMO


ASSIM PODE CONCEDER A MEDIDA CAUTELAR AUTÔNOMA?

SUMÁRIO

1. Jurisprudência............................................................................................................2
A. STJ..........................................................................................................................2
1. JURISPRUDÊNCIA
A. STJ

Referência: STJ, MC 23481 / RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
julgado em 06.11.2014, publicado em 12.11.2014 (link).
Ementa:
PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO LIMINAR NA MEDIDA CAUTELAR.
CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO ESPECIAL PENDENTE DE
ADMISSIBILIDADE PELO TRIBUNAL A QUO. MEDIDA CAUTELAR
PROPOSTA PERANTE A PRESIDÊNCIA DA CORTE DE ORIGEM INDEFERIDA.
EXAURIMENTO DAS VIAS PRÓPRIAS. VÁCUO DE JURISDIÇÃO. NÃO
APLICAÇÃO DAS SÚMULAS 634 E 635/STF. DEMONSTRAÇÃO DA
PLAUSIBILIDADE DO DIREITO INVOCADO E DO PERIGO NA DEMORA.
SUBMISSÃO AO ÓRGÃO COLEGIADO, CONFORME FACULTA O ART. 288, §
2º, DO RISTJ. LIMINAR DEFERIDA.

Trechos relevantes da decisão:


Relatório:
O SENHOR MINISTRO BENEDITO GONÇALVES: Trata-se de medida
cautelar, com pedido liminar, ajuizada pela COMPANHIA DE GÁS DE SÃO PAULO
– COMGÁS, por meio da qual pretende a atribuição de efeito suspensivo ao seu recurso
especial, ainda pendente de juízo de admissibilidade na origem, de modo a sustar os
efeitos de acórdão proferido pela Décima Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça
do Estado do Rio de Janeiro.
Irresignado, interpôs recurso especial (fls. 41/79), no qual sustentou que o
acórdão recorrido (fls. 45/46):
Referido recurso ainda não foi submetido ao juízo de admissibilidade e,
apresentada medida cautelar perante a Corte estadual com o fim de atribuir efeito
suspensivo ao recurso especial (fls. 489/516), restou indeferida pela Terceira Vice-
Presidência da Corte estadual (fls. 522/527).
Nesta sede, sustenta a requerente que, exauridas todas as ações disponíveis
perante a Corte de origem, é possível a esta Corte o conhecimento da presente
medida cautelar para atribuir efeito suspensivo ao seu recurso especial pendente
de admissibilidade, excepcionados os enunciados das súmulas 634 e 635/STF.

Voto:

Quanto ao pedido formulado no presente feito, de início, é ressabido que a


medida cautelar tem por escopo garantir resultado útil à pretensão deduzida no processo
principal. Entretanto, essa medida de urgência, quando dirigida ao Superior Tribunal de
Justiça, via de regra, nos termos da Súmulas 634 e 635 do STF, pressupõe a existência
de prévio crivo de admissibilidade do recurso especial pelo Tribunal de origem, de
forma a inaugurar a instância extraordinária desta Corte Superior.
Entretanto, compulsando os autos, verifico que a Corte local exauriu a análise
de tal pretensão cautelar, posto que a sua Terceira Vice-Presidência já apreciou e
não concedeu o efeito suspensivo ao recurso especial em comento.
Assim, dada as peculiaridades do caso, que evidenciam o aludido vácuo de
jurisdição, reconheço a excepcional competência desta Corte Superior para processar e
julgar esta medida cautelar, assegurando, dessa forma, o direito constitucional à devida
e oportuna prestação jurisdicional. Sobre a possibilidade de mitigar o rigor
procedimental encartado nas súmulas 634 e 635/STF: MC 20.212/PE, Rel. Min.
Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 5/2/2013.
Em face disso, passo à análise dos requisitos fumus boni iuris e periculum in
mora.
(...)
Assim, nesse exame provisório e perfunctório, entendo presentes os requisitos
para a concessão da medida liminar pleiteada.
(...)
Ante o exposto, submeto a apreciação da presente liminar ao órgão
colegiado, conforme faculta o art. 288, § 2º, do RISTJ, e voto no sentido de deferí-
la para, atribuindo efeito suspensivo ativo ao recurso especial interposto pela ora
requerente.

Comentário: Uma situação que se assemelha (e muito!) com o nosso cenário. Recurso
especial foi interposto, ainda não houve juízo de admissibilidade, porém o pedido
suspensivo foi negado no tribunal de origem. Existe um vácuo de jurisdição. Estando
presentes os requisitos, é possível alcançar o efeito suspensivo!

⃰ ⃰ ⃰ ⃰ ⃰
Referência: STJ, RCD no RCD na MC 24189 / PR, Terceira Turma, Rel. Min. João
Otávio de Noronha, julgado em 12.05.2015, publicado em 18.05.2015 (link).

Ementa:

PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. PRINCÍPIO DA


FUNGIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL EM MEDIDA CAUTELAR.
RECURSO ESPECIAL. DANO IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO.
LEVANTAMENTO DOS VALORES PENHORADOS. RESTABELECIMENTO DA
LIMINAR.
1. O pedido de reconsideração pode ser recebido como agravo regimental. Princípios da
economia processual e da fungibilidade dos recursos.
2. Indeferida a cautelar na instância de origem, exsurge a competência do STJ
para a concessão de efeito suspensivo a recurso especial, mesmo que ainda não
interposto, e, em caráter excepcional, quando constatado o "manifesto risco de
dano irreparável e inquestionável a relevância do direito, ou seja, o alto grau de
probabilidade de êxito do recurso, tornando indispensável a concessão da
providência pleiteada para assegurar a eficácia do resultado do recurso a ser
apreciado por este Tribunal" (AgRg na MC n. 8.101/SP). Flexibilização do
enunciado das Súmulas n. 634 e 635 do STF.
3. Presença de risco de dano irreparável ou de difícil reparação a justificar o
restabelecimento da liminar para autorizar o levantamento dos valores retidos,
independentemente de prestação de caução.
4. Agravo regimental provido.

Trechos relevantes da decisão:


Voto:
Ademais, é fato que a concessão de efeito suspensivo a recurso especial antes do
juízo de admissibilidade compete, em regra, à Corte de origem, nos termos das Súmulas
n. 634 e 635 do STF.
Todavia, é firme o entendimento do STJ de que, indeferida a cautelar na
instância de origem, exsurge a competência do STJ para a concessão de efeito
suspensivo a recurso especial, mesmo que ainda não interposto, e, em caráter
excepcional, quando constatado o "manifesto risco de dano irreparável e inquestionável
a relevância do direito, ou seja, o alto grau de probabilidade de êxito do recurso,
tornando indispensável a concessão da providência pleiteada para assegurar a eficácia
do resultado do recurso a ser apreciado por este Tribunal" (AgRg na MC n. 8.101/SP,
relator Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJ de 24/5/2004).
(...)
Como já relatado, a OI S.A. ajuizou medida cautelar com pedido de liminar, com
o fim de ser atribuído efeito suspensivo a recurso especial a ser interposto contra
acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, uma vez que ainda pendentes de
julgamento os embargos declaratórios ali opostos.
Em primeira decisão (fls. 5.680/5681), deferi a liminar pleiteada, inclusive
permitindo o levantamento dos valores retidos. Com o pedido de reconsideração da
parte adversa, concluí pela necessidade de se exigir fiança bancária (fls. 5.704/5.705).
Novo pedido de reconsideração foi agora apresentado pela OI S.A., bem como diversas
peças colacionadas, todas devidamente analisadas.
No entanto, após análise das argumentações trazidas pelas partes, tenho que a
liminar merece ser restabelecida nos moldes em que anteriormente deferida, pois
caracterizada hipótese de risco de dano irreparável ou de difícil reparação a justificar o
deferimento para possibilitar o levantamento dos valores retidos e ora pleiteados.
(...)
Atenção especial também se deve dar aos valores penhorados, a atingir quase a
cifra de R$ 160 milhões, importância que seguramente dificulta, senão inviabiliza, o
adequado funcionamento do fluxo de caixa de qualquer empresa neste país.

Comentário: Se R$ 160 milhões dificulta, talvez 1,5 bi dificulte.

⃰ ⃰ ⃰ ⃰ ⃰
Referência: STJ, RCD na PET no TP 920 / RJ, Quarta Turma, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 24.10.2017, publicado em 06.11.2017 (link).
Ementa:
PROCESSUAL CIVIL. TUTELA PROVISÓRIA. EFEITO SUSPENSIVO A
RECURSO ESPECIAL AINDA NÃO INTERPOSTO. EXCEPCIONALIDADE
DA MEDIDA. REQUISITOS. DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGA
PROVIMENTO. INSTÂNCIA ORDINÁRIA NÃO ESGOTADA. PRETENSÃO
INADMISSÍVEL NO STJ. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO RECEBIDO COMO
AGRAVO INTERNO NA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA. RECURSO
QUE NÃO COMBATE TODOS OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 182 DO STJ. DECISÃO MANTIDA.
1. A jurisprudência do STJ admite, em situações excepcionalíssimas, a apreciação do
pedido de concessão de efeito suspensivo quando ainda pendente o juízo de
admissibilidade do Recurso Especial pelo Tribunal de origem ou, até mesmo, na
extremada hipótese de não ter sido ainda interposto recurso especial, desde que para
salvaguardar o direito da parte e quando o acórdão a ser impugnado apresente-se
teratológico ou manifestamente contrário à jurisprudência deste Tribunal, esteja
evidenciado, de plano, a probabilidade de êxito do apelo nobre e visível o perigo da
demora na análise da irresignação. Precedentes.
2. Esta Corte superior perfilha o entendimento de que, não obstante seja possível, em
caráter excepcionalíssimo, a atribuição de efeito suspensivo a recurso especial ainda
não interposto, não há como se afastar o requisito do necessário exaurimento das
instâncias ordinárias a respeito da controvérsia instaurada nos autos. Precedentes.
3. É inviável o agravo interno que não impugna especificamente os fundamentos
invocados na decisão agravada. Em razão do princípio da dialeticidade, deve o
agravante demonstrar de modo fundamentado o desacerto do decisum hostilizado.
Incidência da Súmula 182/STJ.
4. Agravo interno a que se nega provimento.

Trechos relevantes da decisão:


Relatório:
1. Cuida-se de pedido de reconsideração, em sede de tutela provisória, recebido
como agravo interno, formulado por TELEMAR NORTE LESTE S/A - EM
RECUPERAÇÃO JUDICIAL, objetivando a reforma de decisão monocrática que
indeferiu o requerimento de efeito suspensivo a recurso especial ainda não interposto.
O referido recurso especial, se interposto, desafiará acórdão proferido pelo
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, assim ementado
(...)
O presente pedido de reconsideração insurge-se contra decisão que negou a
atribuição do efeito suspensivo supracitado porquanto, além da ausência de interposição
do recurso especial, não houve exaurimento da instância ordinária a respeito da
controvérsia instaurada nos autos pois se encontram pendentes de julgamento embargos
de declaração opostos.
Voto:

(...)
Portanto, cabível o pedido de efeito suspensivo dirigido ao Tribunal Superior
somente após aberta a instância especial, ou seja, após o juízo de admissibilidade do
recurso.
(...)
3. Ressalte-se que, somente em hipóteses excepcionalíssimas, para salvaguardar
o direito da parte e quando o acórdão a ser impugnado apresente-se teratológico ou
manifestamente contrário à jurisprudência deste Tribunal, esteja evidenciado, de plano a
probabilidade de êxito do apelo nobre e visível o perigo da demora na análise da
irresignação, tem sido admitida a apreciação do pedido de concessão de efeito
suspensivo, nesta Corte Superior, quando ainda pendente o juízo de admissibilidade do
Recurso Especial pelo Tribunal de origem, ou até mesmo, na extremada hipótese de não
ter sido ainda interposto recurso especial.
(...)
4. Todavia, na espécie, conquanto respeitáveis os argumentos apresentados, é
impossível cogitar de excepcionalidade, porque, além da ausência de interposição do
recurso especial, não houve exaurimento da instância ordinária a respeito da
controvérsia instaurada nos autos pois se encontram pendentes de julgamento embargos
de declaração opostos, consoante afirmado pela própria requerente à fl. 7:
(...)
São inúmeros os julgados desta Corte apontando que a sua competência para
atribuir efeito suspensivo ao recurso especial somente se inaugura após a realização do
juízo São inúmeros os julgados desta Corte apontando que a sua competência para
atribuir efeito suspensivo ao recurso especial somente se inaugura após a realização do
juízo.
(...)
Em outras palavras, muito embora a ora requerente tenha pretendido, em sede de
pedido de reconsideração, demonstrar a teratologia da decisão atacada, mister consignar
que, não basta, para a concessão do efeito suspensivo pretendido, esta peculiar
característica do decisum da Corte de origem, sendo indispensável, ainda, o
exaurimento da instância ordinária a respeito da controvérsia instaurada nos autos, o que
não se verifica na espécie, tendo em vista os embargos de declaração pendentes de
julgamento

Comentário: Oposição de EDs inviabiliza o pedido ao STJ.

⃰ ⃰ ⃰ ⃰ ⃰
Referência: STJ, AgRg na MC 21155 / MA, Terceira Turma, Rel. Min. Sidnei Beneti,
julgado em 05.11.2013, publicado em 02.12.2013 (link).
Ementa:
AGRAVO REGIMENTAL NA MEDIDA CAUTELAR. PROCESSUAL CIVIL.
RECURSO ESPECIAL AINDA NÃO INTERPOSTO. PLAUSIBILIDADE DOS
ARGUMENTOS TRAZIDOS NO RECURSO ESPECIAL. PRESENÇA DOS
REQUISITOS DO FUMUS BONI IURIS E DO PERICULUM IN MORA. MEDIDA
LIMINAR PARCIALMENTE DEFERIDA PARA IMPEDIR LEVANTAMENTO DE
VALORES. AGRAVO INTERNO. IMPROVIMENTO.
1.- Esta Corte tem admitido, em caráter excepcional, por meio de medida cautelar, a
atribuição de efeito suspensivo a Recurso Especial ainda não interposto na origem desde
que demonstrada cabalmente a ameaça de lesão irreversível e a aparência do bom
direito. 2.- Diante da possibilidade de levantamento de quantia vultosa e da
plausibilidade dos argumentos trazidos no Recurso Especial, verifica-se a presença
concomitante dos pressupostos necessários à concessão da liminar pretendida - fumus
boni iuris e periculum in mora.
3.- Agravo Regimental improvido

Trechos relevantes da decisão:

Relatório:

2.- Nas razões do presente recurso, alega a agravante, preliminarmente, a


incompetência desta Corte para decidir sobre um pedido de cautela pertinente a Recurso
Especial que sequer existe materialmente, citando, em abono à tese defendida as
Súmulas 634 e 635/STF.

Voto:

4.- Inicialmente, em relação à alegada incompetência desta Corte para decidir


sobre um pedido de cautela pertinente a Recurso Especial ainda não interposto,
conforme já consignado na decisão agravada, este Tribunal tem admitido, em situações
excepcionalíssimas, a concessão de efeito suspensivo ao recurso, desde que cabalmente
demonstrada a ameaça de lesão irreversível e a aparência do bom direito, como ocorreu
no caso dos autos.
(...)
6.- Quanto ao deferimento parcial da liminar requerida, a decisão agravada
considerou presentes os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora, com
base nos seguintes fundamentos
7.- Verifica-se, dessa forma, que embora evidente o esforço da agravante, o
recurso não consegue alterar os fundamentos da decisão agravada, que deve, portanto,
ser mantida por seus próprios fundamentos.

Comentário: Ou seja, foi mantida medida cautelar na situação excepcional devido aos
fundamentos de perigo e lesão. Se num cenário em que o REsp ainda não foi interposto,
ainda é possível a concessão do efeito suspensivo.

⃰ ⃰ ⃰ ⃰ ⃰
Referência: STJ, MC 24205 / RS, STJ - 2º Turma, Min. Rel. Humberto Martins, j.
18/4/2016, Dje 19/4/2016. (link).
Ementa:
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE.
INDISPONIBILIDADE DE BENS. PEDIDO DE CONTRACAUTELA PARA
SUBTRAIR EFEITO SUSPENSIVO DEFERIDO NO TRIBUNAL DE ORIGEM.
INEXISTÊNCIA DE RAZÃO EXCEPCIONAL. MEDIDA CAUTELAR
IMPROCEDENTE. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO PREJUDICADO. 1. É
possível que o Superior Tribunal de Justiça controle, mediante ação cautelar
própria aqui ajuizada, a decisão do Tribunal a quo que confere efeito suspensivo
ao recurso especial, uma vez que essa decisão não pode ser submetida à apreciação
do órgão colegiado local. Nesse sentido: AgRg na MC 15.889/RJ, Rel. Ministra
Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJe 4.11.2009. 2. No caso dos autos, o requerente
pleiteia a reversão do efeito suspensivo concedido pelo 1º Vice-Presidente do Tribunal
de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul a recurso especial do Ministério Público
Estadual. 3. O MPE imputa ao requerente a prática de improbidade administrativa,
importando enriquecimento ilícito, por incorporar ao seu patrimônio, indevidamente,
parte dos vencimentos de seus assessores legislativos. Defende o requerente que a
hipótese não encontra enquadramento formal nos incisos XI e XII do art. 9 o da Lei
8.429/92. 4. Inexiste razão excepcional para a subtração do efeito suspensivo. 5. O
periculum in mora em casos de indisponibilidade patrimonial por imputação de conduta
ímproba é implícito ao comando normativo do art. 7º da Lei 8.429/92, ficando limitado
o deferimento desta medida acautelatória à verificação da verossimilhança das
alegações formuladas na inicial. 6. Por outo lado, observo que o próprio requerente
esclarece que o Ministério Público fundamentou a sua postulação de condenação no art.
11 da Lei 8.429/92 e que, por isso, não seria possível a decretação da indisponibilidade.
Porém, "em que pese o silêncio do art. 7º da Lei n. 8.429/92, uma interpretação
sistemática que leva em consideração o poder geral de cautela do magistrado induz a
concluir que a medida cautelar de indisponibilidade dos bens também pode ser aplicada
aos atos de improbidade administrativa que impliquem violação dos princípios da
administração pública, mormente para assegurar o integral ressarcimento de eventual
prejuízo ao erário, se houver, e ainda a multa civil prevista no art. 12, III, da Lei n.
8.429/92" (AgRg no REsp 1.311.013/RO, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em 4/12/2012, DJe 13/12/2012.). Medida cautelar
improcedente. Pedido de reconsideração prejudicado
Trechos relevantes da decisão:

Voto:

“A presente medida cautelar busca a contracautela para revogar efeito suspensivo


concedido pelo Tribunal de origem a recurso especial Desse modo, mutatis mutandis,
após o juízo de admissibilidade do recurso especial, instaura-se o poder cautelar do STJ.
Com isso, o Tribunal de origem não mais poderá conceder ou revogar o efeito
suspensivo eventualmente concedido ao recurso especial. Contudo, é possível que esta
Corte Superior de Justiça controle, mediante ação cautelar própria aqui ajuizada, a
decisão do Tribunal a quo que confere efeito suspensivo ao recurso especial, até porque
essa decisão não pode ser submetida à apreciação do órgão colegiado local. Nesse
sentido: AgRg na MC 15.889/RJ, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJe
4.11.2009. No caso dos autos, o requerente pleiteia a reversão do efeito suspensivo
concedido pelo Tribunal Regional Federal a recurso especial do Ministério Público do
Estado do Rio Grande do Sul. Desse modo, necessário verificar quais os requisitos
embasaram a concessão da liminar.”

⃰ ⃰ ⃰ ⃰ ⃰
Referência: STJ, Ag. Int. na Petição 11.734 / RJ, STJ - 4º Turma, Min. Rel. Marco
Buzzi, j. 16/2/2017, Dje 22/2/2017. (link).
Ementa:
“AGRAVO INTERNO NA TUTELA DE URGÊNCIA QUE VISA A CASSAÇÃO DO
EFEITO SUSPENSIVO AO RECURSO ESPECIAL CONCEDIDO NA ORIGEM -
AÇÃO ANULATÓRIA. 1. No caso, o Vice-Presidente do Tribunal de origem, nos
termos do artigo 1029, § 5º, inciso III, do NCPC, antes do exercício do juízo de
admissibilidade recursal, concedeu o efeito suspensivo ao recurso especial em
virtude de vislumbrar a presença dos requisitos para a concessão da medida. 2.
Esta Corte Superior tem admitido, em situações excepcionais, a apreciação de
medida cautelar/tutela de urgência que vise à cassação do aludido efeito suspensivo
a recurso especial (contracautela), condicionando sua procedência à demonstração
da inexistência de perigo da demora (periculum in mora) e a inviabilidade do apelo
(fumus bonis iuris), o que não restou demonstrado, a denotar a manutenção do efeito
suspensivo conferido ao recurso especial. 3. Agravo interno desprovido.”
⃰ ⃰ ⃰ ⃰ ⃰
Referência: AgRg na MC 22.225 / PE, STJ - 3ª Turma, Min. Rel. João Otávio de
Noronha, j. 5/8/14, Dje 15/8/2014 (link).
Ementa:
"PROCESSUAL CIVIL. MEDIDA CAUTELAR. EFEITO SUSPENSIVO A
RECURSO ESPECIAL SEM JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE NA ORIGEM.
POSSIBILIDADE. PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DA AÇÃO EVIDENCIADOS.
LIMINAR DEFERIDA. 1. A concessão de efeito suspensivo a recurso especial antes do
juízo de admissibilidade compete, em regra, à Corte de origem. Todavia, tal
entendimento tem sido flexibilizado pelo STJ nos casos em que o acórdão recorrido
apresenta-se, primo oculi, teratológico ou manifestamente contrário à jurisprudência
pacífica da Corte. 2. Evidenciados os pressupostos do fumus boni iuris e do periculum
in mora, impõe-se o deferimento da medida liminar tendente a agregar efeito suspensivo
ao recurso especial interposto. 3. Agravo regimental desprovido."

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