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FULANO DE TAL, brasileiro, casado, pequeno empresário, CPF, residente da Rua xxxxx,
número xxx, nesta Cidade de xxxxx, com base no Decreto 22.626, de 07 de abril de 1933,
nas Leis 1.521/1951 e 8.078/1990 e na Medida Provisória 2.172-32, por seu advogado
abaixo assinado, constituído na forma de instrumento procuratório anexo, vem propor
AÇÃO ANULATÓRIA DE CONTRATO DE AGIOTAGEM CUMULADA COM AÇÃO DE
REPETIÇÃO DE INDÉBITOe com pedido de TUTELA ANTECIPADAem relação a
BELTRANO DE TAL, brasileiro, casado, agiota profissional, com endereço na Rua xxxxx,
número xxx, bairro xxxxx, Cidade de xxxxxx, pelos seguintes fundamentos de fato e de
direito:
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feita pelo próprio interessado, de que a sua situação econômica não permite vir a Juízo sem
prejuízo da sua manutenção ou de sua família. Essa norma infraconstitucional põe-se,
ademais, dentro no espírito da Constituição, que deseja que seja facilitado o acesso de
todos à Justiça (CF, art.5o, XXXV)” (STF, RE 205.029-RS, RTJ 163/425).
A taxa legal, a seu turno, é tratada pelo Código Civil no art. 591 ao
estabelecer o seguinte: “Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos
juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406,
permitida a capitalização anual”.
A taxa, então, nesse caso, é aquela definida pelo art. 161, § 1º,
doCódigo Tributário Nacional, ou seja, 1% ao mês, conforme também já firmou oCentro
de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal (CEJ/CJF), no seu Enunciado 201,
afastando a “taxa Selic”.
1“A taxa de juros moratórios a que se refere o art. 406 é a do art. 161, § 1º, do Código Tributário Nacional, ou
seja, um por cento ao mês. A utilização da taxa Selic como índice de apuração dos juros legais não é
juridicamente segura, porque impede o prévio conhecimento dos juros; não é operacional, porque seu uso
será inviável sempre que se calcularem somente juros ou somente correção monetária; é incompatível com a
regra do art. 591 do novo Código Civil, que permite apenas a capitalização anual dos juros, e pode ser
incompatível com o art. 192, § 3º, da Constituição Federal, se resultarem juros reais superiores a doze por
cento ao ano”.
2
“Confissão de dívida. Nulidade resultante da cobrança de juros
usurários. Não ocorrência. Invalidade do acessório não alcança o
principal. Redução da taxa de juros de 2% ao mês. Cabimento.
Limite de 1% previsto pela Lei da Usura e art. 591 do CC. Recurso
parcialmente provido” (TJSP, APL: 00094964620128260224 SP
0009496-46.2012.8.26.0224, Relator: Vicentini Barroso, Data de
Julgamento: 18/03/2014, 15ª Câmara de Direito Privado, Data de
Publicação: 22/03/2014).
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regularidade jurídica da cobrança” (AgRg nos EDcl no AREsp 123650 / PR, rel. Ministro
Ricardo Villas BôasCueva, j. 26/02/2013).
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estatal a serviço de possíveis ilegalidades. Evidenciada a necessidade de melhor exame das
relações negociais entre as partes, não se erige em obstáculo a tal análise a existência de
um título de crédito formalmente hígido” (REsp 828064 / SC, rel. Min. Nancy Andrighi).
6. PEDIDOS
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6.3. Pede a decretação de nulidade do contrato e do registro
no Cartório de Imóveis envolvendo o bem imobiliário, restituindo-o ao Autor.
Por último requer que seja oficiado o Ministério Público para que
adote providências quanto ao delito de usura praticado.
Pede deferimento.
SICRANO DE TAL
OAB-BA