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31/01/2023
Número: 0004933-86.2022.8.13.0396
Classe: [CRIMINAL] AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
Órgão julgador: 2ª Vara Cível, Criminal e da Infância e da Juventude da Comarca de Mantena
Última distribuição : 23/09/2022
Processo referência: 0
Assuntos: Decorrente de Violência Doméstica
Segredo de justiça? SIM
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Advogados
Ministério Público - MPMG (AUTOR)
LEANDRO DUTRA OLIVEIRA (RÉU/RÉ)
MARCONI VALENTE TEIXEIRA ASSEF MILLEN
(ADVOGADO)
ONILTON SERGIO MATTEDI (ADVOGADO)
ROSIVALDO VIEIRA DE CASTRO (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Assinatura Documento Tipo
9680052307 30/01/2023 18:26 Sentença Sentença
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SENTENÇA
I – RELATÓRIO
Vistos etc.
utra Oliveira, brasileiro, nascido em 05/06/1992, já qualificado nos autos em epígrafe, pela prática dos
delitos previstos nos artigos 129, §13º, c/c art.147, caput, ambos do código Penal; art. 21 da Lei de
Narra a denúncia:
corporal de sua ex-companheira, KARLA CAROLINE EDUARDO FIUZA, por razões da condição do
sexo feminino e no contexto de violência doméstica e familiar, causando-lhe as lesões descritas nas
FATO 02: No dia 28 de abril de 2022, por volta das 07:00 horas, na Rua Prefeito
conscientemente, no contexto de violência doméstica e familiar contra mulher, ameaçou, por palavras,
sua ex companheira, KARLA CAROLINE EDUARDO FIUZA, de lhe causar mal injusto e grave. Nas
mesmas condições de tempo acima descritas, por volta das 09:30 horas, enquanto a vítima prestava
da prática do ilícito penal, no contexto de violência doméstica e familiar contra mulher, novamente
ameaçou, por escrito, sua ex-companheira, KARLA CAROLINE EDUARDO FIUZA, de lhe causar mal
injusto e grave.
FATO 03: No dia 07 de agosto de 2022, por volta das 20:00 horas, na Avenida
Agostinho Anízio, n. 408, Bairro Vila Nova, Município de Mantena/MG, LEANDRO DUTRA OLIVEIRA,
CAROLINE EDUARDO FIUZA, por razões da condição do sexo feminino e no contexto de violência
doméstica e familiar, causando-lhe as lesões descritas nas imagens de fls. 65v/66v. 24 e relatório médico
de fl. 68.
OLIVEIRA, consciente da prática do ilícito penal, no contexto de violência doméstica e familiar contra
mulher, ameaçou, por palavras, sua ex-companheira, KARLA CAROLINE EDUARDO FIUZA, de lhe
Do mesmo modo, nas mesmas condições de tempo e lugar acima descritas, LEANDRO
DUTRA OLIVEIRA, de forma voluntária e consciente, descumpriu decisão judicial que deferiu medidas
FATO 04: No dia 16 de agosto de 2022, por volta de 22:30 horas, na Rua Doze, n. 90,
conscientemente, praticou vias de fato contra sua esposa, MARIA JOSÉ PEREIRA SANTIAGO, no
OLIVEIRA, consciente da prática do ilícito penal, no contexto de violência doméstica e familiar contra
mulher, ameaçou, por palavras, sua ex-companheira, KARLA CAROLINE EDUARDO FIUZA, de lhe
Do mesmo modo, nas mesmas condições de tempo e lugar acima descritas, LEANDRO
DUTRA OLIVEIRA, de forma voluntária e consciente, descumpriu decisão judicial que deferiu medidas
FATO 05: No dia 19 de agosto de 2022, por volta de 11:30 horas, na Rua Prefeito
prática do ilícito penal, no contexto de violência doméstica e familiar contra mulher, ameaçou, através
de uma imagem/foto de arma de fogo, sua ex-companheira, KARLA CAROLINE EDUARDO FIUZA, de
voluntária e conscientemente, descumpriu decisão judicial que deferiu medidas protetivas de urgência em
favor de sua ex-companheira, KARLA CAROLINE EDUARDO FIUZA, previstas na Lei n. 11.340/06 (em
anexo).
Conforme se extrai dos autos do presente inquérito policial, por ocasião dos primeiros
fatos, consta e KARLA e LEANDRO se desentenderam por questões desconhecidas, ocasião em que o
acusado agrediu fisicamente a vítima, mediante forte puxão do braço esquerdo, o que resultou em
hematomas, conforme consta das imagens de fls. 30/31 e laudo médico de fl. 32.
Já por ocasião dos segundos fatos, tem-se que KARLA se encontrava em casa, quando
ameaçar a ex-companheira, dizendo a ela: “vou arrancar sua cabeça; vou arrumar alguém para fazer o
serviço”.
Civil, KARLA recebeu diversas mensagens de texto e de áudio, contendo teor ameaçador, nas quais ele
dizia o seguinte: “Vagabunda, você está com outro; vou gastar todo o meu dinheiro com você; essa
conversa é a última que vou ter com você; o meu negócio agora é você; se eu for preso vai vim outro por
Continuando, por ocasião dos terceiros fatos, consta que KARLA estava trabalhando em
seu estabelecimento comercial, quando por lá chegou LEANDRO, querendo conversar, ocasião em que
fisicamente a vítima, desferindo nela socos na face, ao mesmo tempo em que a ameaçava, dizendo:
de urgência, descumpriu as proibições impostas, porque se aproximou e manteve contato com a vítima,
Por ocasião dos quartos fatos, consta que KARLA retornava para sua residência,
quando LEANDRO apareceu e adentrou no veículo da vítima, ordenando que ela dirigisse até um motel.
Durante o trajeto, já próximos do motel, o acusado mudou de ideia e mandou que a vítima retornasse e
recusado a entrar na residência dele, LEANDRO passou a agredi-la fisicamente, mediante chutes e
socos. Consta que, durante as agressões, o acusado também ameaçava de morte a ex- companheira,
de urgência, mas uma vez descumpriu as proibições impostas, porque se aproximou e manteve contato
Por fim, por ocasião dos quintos fatos, consta que KARLA recebeu nova mensagem de
LEANDRO, via celular, na qual o denunciado ordenava que a vítima apagasse uma foto dela que estava
Em razão da negativa da vítima, o acusado lhe encaminhou uma foto, cuja imagem
consta às fls. 117/118, na qual aparece um homem segurando uma arma de fogo, apagando-a, em
de urgência, mais uma vez descumpriu as proibições impostas, porque manteve contato com a vítima,
9613334083.
condenação do réu nos termos da denúncia, bem como o reconhecimento das agravantes previstas nos
preliminarmente, a nulidade dos prints acostados nos autos. No mérito, pugnou pela desclassificação da
qualificadora prevista no § 13 do art. 129 do Código Penal, sustentando que não há provas das supostas
agressões pelo fato de ser mulher. Com relação as ameaças e vias de fato, pugnou pela absolvição, ante a
ausência de autoria delitiva, em virtude do relacionamento afetivo que possuiu com a vítima no período
de sua vigência. Subsidiariamente, em caso de condenação, pugnou pela aplicação do disposto no art. 71
do Código Penal.
É o breve relatório.
II – FUNDAMENTAÇÃO
imputando-lhe a prática dos delitos previstos nos artigos 129, §13º, c/c art.147, caput, ambos do código
advindos do aplicativo Whatsapp acostados aos autos, os quais foram apresentados pela vítima.
Com efeito, não há que se falar em nulidade, vez que, conforme se percebe nos autos, as
provas que dão supedâneo para a peça acusatória são as palavras da vítima, os laudos periciais, bem ainda
as oitivas colhidas nos autos em sede extrajudicial e corroboradas em juízo, não sendo somente os "Prints
provar que as mensagens foram manipuladas nos moldes por ela alegado, o que não restou comprovado
nos autos.
nulidade arguida
Constato que não se implementou nenhum prazo prescricional, nem foram arguidas
preliminares. Não existem nulidades a serem conhecidas de ofício, razão pela qual passo ao mérito.
Compulsando os autos, verifico que o réu foi denunciado pelo suposto cometimento do
Assim, para melhor compreensão desta sentença, procedo a análise probatória em tópicos
23/04/2022
9613334074, pág. 05/10, relatório médico de ID 9613334075, pág.18, bem ainda pelo depoimento da
Ao ser ouvido em juízo, o acusado Leandro Dutra negou a autoria e relatou que não
agrediu ou segurou a vítima, bem ainda que o fato ocorreu antes da medida protetiva. Acrescentou que foi
Em sede policial, a vítima Karla Karoline Eduardo Fiuza relatou que teve um
relacionamento com Leandro pelo período de quatro meses e no dia 23/04/2022 terminou com o acusado
em razão de uma agressão sofrida, um puxão no seu braço esquerdo ocasionando um roxidão no local,
Por sua vez, ao ser ouvida em juízo em ID nº 9674661787, a vítima corroborou os fatos e
acrescentou que no dia dos fatos eles haviam saído e logo após discutiram e o réu a agrediu. Relatou,
ainda, que nesse dia, o acusado Leandro pegou no braço da depoente, deixando-o roxo. Por fim,
acrescentou que que nunca iniciou as agressões ou agrediu o réu, bem ainda que em nenhum dos fatos
houve testemunhas, pois os dois sempre estavam sozinhos e que antes de pedir providências, as agressões
eram apenas por xingamentos, mas que a partir de abril, começaram a virar ameaças e agressões
juízo que viu a vítima machucada e que a vítima já tinha feito inúmeras ocorrências contra o réu.
da prova oral colhida em juízo, em especial a palavra da vítima, a prova produzida é firme, forte, segura e
não deixa dúvida de que o réu é autor do crime de tentativa lesão corporal em âmbito doméstico, devendo
constando que a vítima “apresenta hematoma em membro superior esquerdo e direito”, corroborando a
Minas Gerais:
convicção do juízo, uma vez que, quando estes são seguros e coerentes,
convencimento do julgador.”
Portanto, tem-se que a prova produzida é firme, forte, segura e não deixa dúvida de que o
(…)
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo
São José da Costa Rica), promulgada, no Brasil, pelo Decreto nº 678, de 6 de novembro de 1992 “toda
pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e moral”. Dessa forma, entende-se
por lesão corporal qualquer dano ocasionado à integridade física e à saúde fisiológica ou mental do
homem, desde que não esteja presente o animus necandi, isto é, a intenção de matar.
Já o artigo 226, caput, da Constituição Federal, prevê que a família, base da sociedade,
tem especial proteção do Estado e o §8º, por sua vez, dispõe que o Estado assegurará a assistência à
família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito
de suas relações. Com isso, os §§9º e 10 foram introduzidos pela Lei nº 10.886, de 17 de junho de 2004,
no artigo 129 do Código Penal, com o objetivo de conferir tratamento mais severo à chamada violência
doméstica. Não bastasse, recentemente, foi sancionada a Lei n. 14.188/2021, que trouxe a qualificadora
do § 13º, no artigo 129, trazendo mais rigidez aos delitos praticados no contexto de violência doméstica
contra a mulher.
corporal de natureza leve, mirando como vítima somente a mulher ferida no ambiente doméstico e
familiar, ou ainda por preconceito, menosprezo ou discriminação quanto ao sexo (CUNHA, Rogério
S a n c h e s :
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2021/11/24/lei-14-24521-lei-mariana-ferrer-consideracoes-iniciais
relatório médico de ID 9613334075, p. 18, corroborado pela, que comprova a lesão sofrida pela vítima,
Dessa forma, vê-se que, do conjunto probatório, efetivamente restou comprovado que a
Desta feita, diante das considerações acima expostas, faz-se necessário, no caso em
apreço, a condenação do réu como incurso nas sanções do artigo 129, § 13º, do Código Penal.
07/08/2022
acrescentou:
“(…) que já tinha medida protetiva; que a vítima disse ao depoente que tinha
tirado as medidas protetivas; que para o depoente estava normal novamente; que
andava com a vítima para cima e para baixo; que estava com Danilo e a vítima em
um bar chamado Guina; que foi levar a vítima para o trabalho e foram comprar
escândalo; que a vítima o mordeu e quando ele foi tentar tirar a mão para se
defender, acertou o olho esquerdo dela; que a vítima puxou o freio de mão e saiu
entrar em seu carro, uma Saveiro Cross branca; que Leandro começou a surtar e
acusou quem passava na rua de estar ficando com a declarante; que a partir desse
começou a acusar de estar com outra pessoa e desferiu um soco em seu rosto; que
só lembra de sair correndo e pedir por socorro; que ficou com o olho esquerdo
(…) que nunca iniciou as agressões, que nunca agrediu o réu; que em
nenhum dos fatos houve testemunhas, pois os dois sempre estavam sozinhos;
que apenas no dia do celular, a vítima não permitiu que ele se aproximasse dela,
pois não estavam juntos; que mesmo separados, ainda conversavam pelo celular,
acrescentou:
que, dentro do carro, o acusado a agrediu; que o acusado, em outra data, entrou
em abril, mas que em maio começaram a se entender; que ficaram bem até o mês
de julho, por volta de 3 meses; que depois disso, aconteceram os fatos do celular;
que em momento algum pediu desistência das medidas, mas a quebrou, pois se
relacionaram (…)”
hematoma no olho, que levou a vítima para o hospital, bem ainda fotografou as lesões da vítima.
vítima disse aos policias que havia voltado ao relacionamento como acusado; que
a vítima disse também que quando voltavam ela acabava sendo ameaçada ou
agredida; que não se recorda a data na qual a vítima foi inserida no protocolo de
(…)”.
Não obstante a versão apresentada pelo réu de que apenas tentou se defender, vê-se que a
prova é firme e segura quanto a autoria do delito, notadamente diante do depoimento da vítima que tem
especial relevância nos delitos de violência doméstica, não havendo dúvidas que o acusado é o autor do
direito e hemorragia conjuntival à esquerda, sem demais sinais de lesões externas no momento da
leve, conforme depreende-se do relatório médico de ID 9613334077, pág. 14, corroborado pela, que
Dessa forma, vê-se que, do conjunto probatório, efetivamente restou comprovado que a
Desta feita, diante das considerações acima expostas, faz-se necessário, no caso em
apreço, a condenação do réu como incurso nas sanções do artigo 129, § 13º, do Código Penal.
Não há atenuantes. Incide no caso a agravante do artigo 61, inc. I, do Código Penal, vez
que o réu é reincidente em crime doloso (vide CAC de ID 9615192460). Deixo de aplicar a agravante do
artigo 61, inc. II, alínea “f”, do Código Penal, a fim de evitar bis in idem, vez que o próprio tipo penal
PENAIS
relatou:
“(…) que estava no bar da vítima e, ao sair, seu carro não funcionava; que
por isso, deixou o carro perto da casa dela; que a vítima levou o depoente em casa
pois o seu carro estava ‘‘fervendo’’, conforme se expressa; que pararam em frente
em juízo.
“(…) ela estava de carro, chegando em casa e o réu entrou no carro e pediu
para que fossem até a casa dele; que naquele momento estava tudo bem; que ao
que nesse dia foi agredida com dois socos e levou um ‘’pisão’’ no rosto após a
policial militar ouvido em juízo emID 9674661787, que confirmou o histórico de ocorrência acerca dos
vítima já tinha feito inúmeras ocorrências contra o réu; que em nenhuma das
ocorrências o autor do delito foi localizado; que a vítima afirmou que os filhos
viram as agressões sofridas; que a vítima não indicou testemunhas a ele; que nas
duas ocorrências que atendeu, ele estava no posto policial, não foi ao local dos
fatos; que só presenciou o rosto da vítima machucado, quando ela foi até a
delegacia”.
agrediu a vítima, então companheira, de modo que não há motivos para desconsiderá-los. Assim, é certo
que, no dia dos fatos, o réu agrediu a vítima com socos no rosto.
Cumpre ressaltar que a doutrina define vias de fato como a contravenção penal referente
à pessoa, consistente em molestar fisicamente alguém, sem provocar ofensa à sua integridade física ou à
saúde. Necessário consignar que para se comprovar a materialidade em relação à contravenção de vias de
fato, o exame de corpo de delito é prescindível, vez que essa, em regra, não deixa vestígios.
Conforme disposto no artigo 158 do Código de Processo Penal, o exame pericial somente
é indispensável para as infrações que deixam vestígios materiais. No caso da contravenção de vias de fato,
a conduta praticada pelo agente não causou lesões à vítima, razão pela qual a materialidade pode ser
atestada por outros meios de prova. Nessa esteira de entendimento, observe-se o seguinte julgado do
Ademais, cumpre ressaltar que a palavra da vítima, nos crimes que envolvem violência
doméstica, na maioria das vezes ocorridos no interior do lar, longe dos olhos de testemunhas, possui
especial relevância, notadamente quando corroborado por outras provas produzidas nos autos, sendo este
o entendimento da jurisprudência:
Assim, extrai-se claramente das provas dos autos que o acusado praticou a contravenção
Destarte, comprovados nos autos a materialidade e a autoria do delito, não havendo causa
do acusado pela prática do delito tipificado no artigo 21 da LCP é medida que se impõe.
O réu é imputável, tinha plena consciência do ilícito perpetrado, não existindo causas de
exclusão da culpabilidade.
Não há atenuantes. Incide no caso as agravantes do artigo 61, inc. I, do Código Penal,
vez que o réu é reincidente em crime doloso (vide CAC de ID 9615192460) e inc. II, alínea “f”, do
Código Penal, haja vista ter sido cometido no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher.
O réu foi denunciado pelo suposto cometimento do crime acima descrito, nos dias
28/04/2022, às 07h.
págs. 05/10, termo de representação de ID 9613334075, pág. 11 e pela prova oral produzida nos autos.
No que concerne à autoria, ao ser ouvido em juízo o acusado negou a ameaça proferida
“(…) que nesse dia a vítima mandou mensagem e pediu ajuda financeira ao
acusado; que foi levar cheques para ajudar a vítima; que os cheques ainda não
chegavam no valor que a vítima precisava, assim, ele foi embora; que não tentou
arrebentar porta, nem nada; que não ameaçou a vítima enquanto ela prestava
Todavia, tal negativa não deve prosperar, pois isolada nos autos.
Ao ser ouvida em sede policial em ID nº 9613334075, página 09, a vítima relatou que no
dia dos fatos, dia 28/04/2022, às 07h, o acusado foi até a residência da vítima na tentativa de invadir o
imóvel, não logrando êxito e começou a proferir ameaças dizendo: “vou arrancar sua cabeça, vou
Ao ser ouvida em juízo, a vítima relatou que foi até a delegacia e relatou tudo o que
estava acontecendo, bem anda acrescentou o réu sempre a ameaçava de morte. Acrescentou, ainda, que a
partir de abril, começaram a virar ameaças e agressões; que no início achava que as ameaças eram da boca
pra fora, mas que depois das fotos das armas, passou a ter medo que ele pudesse fazer algo.
contraditório e da ampla defesa, confirmou o histórico da ocorrência e acrescentou que teve conhecimento
9674661787), confirmou o histórico de ocorrência e relatou que se recorda dos atendimentos prestados à
vítima, bem ainda acrescentou que registrou exatamente o que a vítima disse.
Com efeito, consta no histórico de ocorrência de ID 9613334074, pág. 09 que “na data
de hoje, por volta das 07:00 horas, o autor foi até a sua residência e tentou adentrá-la, contudo, como
não conseguiu entrar no imóvel, o autor começou a ameaçar de morte a vítima, dizendo que arrancaria a
Pelo que se vê, os relatos supratranscritos estão em sintonia com as demais provas dos
consistentes, razão pela qual entendo serem suficientes para amparar o decreto condenatório, ficando
anunciando-lhe um mal futuro, ainda que próximo. O verbo isoladamente já nos fornece uma clara noção
do crime, embora haja o complemento, que se torna particularmente importante, visto não ser qualquer
tipo de ameaça relevante para o direito penal, mas apenas a que lida com um “ mal injusto e grave”.
(NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal comentado – 10. ed. rev., atual e ampl. - São Paulo: Editora
No que pertine ao mal injusto e grave, o citado autor, com maestria, prescreve que é
preciso ser algo nocivo à vítima, além de se constituir em prejuízo grave, sério, verossímil e injusto
(ilícito ou meramente iníquo, imoral). É indispensável que o ofendido efetivamente se sinta ameaçado,
Ocorre que o temor da vítima, frente a ameaça injusta do agente, pode ser constatado
pelos depoimentos prestados no feito e outros elementos colhidos durante a instrução criminal. Note-se
que, em razão da ameaça proferida e da situação envolvendo os fatos, a vítima desejou realizar
conduta do réu se subsome ao tipo penal sob comento (artigo 147, do Código Penal).
28/04/2022, às 09h30min
9613334074, termo de representação de ID 9613334075, p. 11 e pela prova oral produzida nos autos.
Em relação a autoria, ao ser ouvido em juízo o acusado negou a ameaça proferida contra
“que durante a oitiva, relata que seu telefone não parou de tocar, em razão de
Vagabunda, você está com outro, vou gastar todo o meu dinheiro com você, essa
conversa é a última que vou ter com você, o meu negócio agora é você, se eu for
preso vai vim outro por mim, estou na porta da delegacia te esperando’’ ,
“que foi até a delegacia e relatou tudo o que estava acontecendo; que enquanto
estava na delegacia, ela recebeu uma mensagem do acusado dizendo que onde ela
fosse, ele estaria lá; que nesse dia pediu medida protetiva (…) que
que a partir de abril, começaram a virar ameaças e agressões; que no início achava
que as ameaças eram da boca pra fora, mas que depois das fotos das armas, passou
afirmação destoante das demais provas produzidas nos autos, razão que não merece credibilidade.
diante da importância do depoimento da vítima nos casos de violência doméstica. Neste sentido, a
jurisprudência:
nos termos do artigo 44 do Código Penal, posto que, o delito em análise foi
(grifei)
2005). (grifei)
No caso em tela, o temor da vítima frente a ameaça injusta do agente pode ser constatado
pelos depoimentos prestados no feito e outros elementos colhidos durante a instrução criminal. Note-se
que, em razão das ameaças proferidas no dia dos fatos, a vítima sentiu-se temerosa e desejou realizar a
representação criminal e requerer medidas protetivas, existindo ainda histórico de pretéritas ameaças
conduta do réu se subsome ao tipo penal sob comento (artigo 147, do Código Penal), sendo a condenação
agravantes previstas do artigo 61, inc. I, do Código Penal, vez que o réu é reincidente em crime doloso
(vide CAC de ID 9615192460) e inc. II, alínea “f”, do Código Penal, haja vista ter sido cometido no
De acordo com a denúncia, no dia 07/08/2022, o réu teria ameaçado a vítima com os
Todavia, tenho que não restou comprovado que o réu ameaçou a vítima no caso
Com efeito, ao ser ouvida em juízo, a vítima nada disse acerca das supostas ameaças
Da mesma forma, as testemunhas ouvidas em juízo também não relataram nada acerca
Com efeito, analisando as provas produzidas nos autos, não é possível concluir com juízo
de certeza que o acusado praticou o crime de roubo objeto dos autos, vez que são frágeis as provas
presentes nos autos, não podendo assim imputar o réu a conduta delituosa narrada na peça vestibular,
posto que para que haja condenação e preciso que esteja presente de forma cristalina, a comprovação da
Portanto, tenho que, diante dos elementos colhidos, não há juízo de certeza acerca da
autoria do delito. Necessário consignar, outrossim, que a prova exclusivamente produzida na fase de
inquérito não é suficiente para a condenação, nos exatos termos do artigo 155 do CPP. Veja-se:
Artigo 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
sensu deixa entrever que é possível que o juízo forme sua convicção exclusivamente com base em 3 (três)
espécies de provas, ainda que produzidas na fase investigatória, portanto, os demais elementos
demonstre de forma conclusiva que a pessoa acusada foi o autor dos delitos imputados na denúncia.
Enquanto para o recebimento da denúncia se contenta com o juízo de probabilidade, para a condenação é
indispensável o juízo de certeza, já que o Direito Penal lida com a liberdade do cidadão, que é
presumidamente não culpado, nos termos do artigo 5º, inciso LVII da Constituição Federal de 1988, que
prescreve que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória”.
Dessa forma, se a prova colhida não traz uma certeza para a condenação, é imperioso que
II.IV.IV – Dos crimes previstos nos arts. 147 do CP, supostamente cometido em
Inicialmente, cumpre esclarecer que o parágrafo único do art. 147 do Código Penal
provas produzidas nos autos, verifico que não houve representação por parte da vítima em relação ao
delito em comento.
Neste ponto, assinalo que apenas consta nos autos o boletim de ocorrência de ID
9613334078, p. 09, em que os militares relataram que a vítima foi escoltada até sua residência, e foi
orientada a procurar a delegacia na primeira oportunidade, contudo, que a vítima possuía a intenção de
Contudo, não nos autos representação da vítima quanto aos delitos de ameaça
Portanto, considerando que o presente delito possui natureza de ação penal pública
condicionada a representação e não sendo possível extrair dos autos representação por parte da vítima ou
a sua intenção em representar contra o réu em relação ao crime de ameaça, é medida de rigor o
reconhecimento da nulidade parcial da decisão que recebeu a denúncia (ID 9617277910), no tocante ao
LEGAL. Ausente representação por parte de uma das vítimas, deve ser
atual ou iminente, repelida pelo uso moderado dos meios necessários, não
desarmonia com as outras provas produzidas. Tendo em vista que a pena já foi
Assim, devendo a denúncia ser rejeitada parcialmente neste ponto, nos termos do artigo
O réu foi denunciado pelo suposto cometimento do crime acima descrito, nos dias
ocorrência.
em 07/08/2022
medidas protetivas à vítima, certidão de intimação do acusado acerca das medidas protetivas em seu
existência das medidas protetivas, contudo, alegou que a vítima tinha retirado as medidas mencionadas, in
verbis:
medidas; que para ele estava normal novamente; que andava com a vítimapara
cima e para baixo; que estava com Danilo e a vítima num bar chamado Guina; que
Ao ser ouvida em juízo (ID nº 9674661787), avítima afirmou que em nenhum momento
“que pediu a medida protetiva em abril, mas que em maio a vítima e o acusado
começaram a se entender; que ficaram bem até o mês de julho, por volta de 3
(…) que o réu foi sempremuito possessivo, muito ciumento;que nos dias 07
protetiva a que estava submetido – não poderá se aproximar da requerente, de seus familiares e das
Cumpre ressaltar que, embora o acusado tenha sustentado que a vítima afirmou que havia
retirado as medidas, a vítima foi categórica ao afirmar em juízo que em nenhum momento pediu a
desistência das medidas, embora tenha reconciliado com o acusado durante um curto período após o
permissão desta.
afasta os efeitos da decisão judicial. É nesse sentido o entendimento do Tribunal de Justiça de Minas
Gerais:
violência doméstica, a palavra da vítima tem especial relevância, haja vista que
30/11/2020). O art. 24-A da Lei Maria da Penha visa punir o descaso com a
das medidas protetivas fixadas em seu desfavor e ainda assim as descumpriu por livre e espontânea
vontade, sendo possível extrair do depoimento do próprio réu, que demonstrou conhecimento das medidas
Ademais, embora tenha narrado que a vítima lhe disse que havia retirado as medidas, em
momento algum informou que recebeu qualquer decisão judicial acerca de tal retirada, bem como não
Isso posto, a condenação pelo crime do art. 24-A da Lei 11.340/06 é medida que se
impõe.
em 16/08/2022
No que concerne à autoria, esta também restou evidenciada pelas provas carreadas nos
autos.
“que estava no bar da vítima e, ao sair, seu carro não funcionava; que, por isso,
deixou o carro perto da casa da vítima; que a vítima levou o acusado em casa pois
o carro dele estava ‘‘fervendo’’; que a vítima e o acusado pararam em frente a sua
casa, conversaram, ela o deixou em casa e foi embora(…) que no dia 16/08,
não tiveram nenhum relacionamento, foi tudo com consentimento da vítima, ela o
levou em casa; que não agrediu a vítima nesse dia 16/08; que em momento algum,
teve intenção de bater na mulher, apenas se defendeu da mordida que levou; que
“que estava de carro, chegando em casa e o réu entrou no carro e pediu para que
fossem até a casa dele; que naquele momento estava tudo bem; que ao chegarem,
o réu começou a pedir algo que ela não tinha e que era dele (…) que nesse
Correia em juízo (ID 9674661787), que confirmou o boletim de ocorrência confeccionado em 18/08/2022
Não obstante a negativa de autoria por parte do acusado, tenho que tal negativa não deve
Com efeito, o réu efetivamente descumpriu a medida protetiva a que estava submetido –
não poderá se aproximar da requerente, de seus familiares e das testemunhas, devendo manter uma
distância mínima de 300 (trezentos) metros, mesmo ciente das medidas deferidas.
Conforme discorrido no tópico anterior, não há falar em ausência de dolo, pois o acusado
tinha ciência das medidas protetivas fixadas em seu desfavor e ainda assim as descumpriu por livre e
espontânea vontade. Ademais, embora tenha narrado que a vítima lhe disse que havia retirado as medidas,
em momento algum informou que recebeu qualquer decisão judicial acerca de tal retirada, bem como não
Cumpre ressaltar que, embora o acusado tenha sustentado que tudo ocorreu com o
consentimento da vítima, esta por sua vez foi categórica ao afirmar em juízo que em nenhum momento
pediu a desistência das medidas, embora tenha reconciliado com o acusado durante um curto período após
o deferimento das medidas, bem ainda que no dia 16 de agosto o acusado se aproximou da vítima sem
permissão desta.
em 19/08/2022
“que desconhece esse fato; que não sabia sobre a medida protetiva, pois a vítima
disse que havia cancelado; que já está em união estável com outra pessoa; que o
dia que foi preso, a vítima havia o pedido para que pagasse uma conta de internet;
depoente havia mandando mensagem para a vítima e que ele mesmo não havia
dito nada; que nega o depoimento prestado para a polícia civil”
medida, relatou que não havia formulado pedido de revogação das medidas e acrescentou:
“(…) que nesse dia já estavam afastados; que não havia pedido revogação
ameaças, para a delegacia; que nunca iniciou as agressões, que nunca agrediu o
réu; que em nenhum dos fatos houve testemunhas, pois os dois sempre estavam
sozinhos; que apenas no dia do celular, a vítima não permitiu que ele se
que antes de pedir providências, as agressões eram apenas por xingamentos; que a
partir de abril, começaram a virar ameaças e agressões; que no início achava que
as ameaças eram da boca pra fora, mas que depois das fotos das armas, passou a
ter medo que ele pudesse fazer algo; que a última vez que se falaram, foi dia 25 de
agosto (…)”
Não obstante a negativa de autoria por parte do acusado, tenho que, pelo que se colhe da
prova oral acima discorrida, tal negativa não deve prosperar, pois isolada nos autos.
que estava submetido – não poderá se aproximar da requerente, de seus familiares e das testemunhas,
tinha ciência das medidas protetivas fixadas em seu desfavor e ainda assim as descumpriu por livre e
espontânea vontade.
Ademais, embora tenha narrado que a vítima lhe disse que havia retirado as medidas, em
momento algum informou que recebeu qualquer decisão judicial acerca de tal retirada, bem como não
Isso posto, a condenação pelo crime do art. 24-A da Lei 11.340/06 é medida que se
impõe.
O réu é imputável, tinham plena consciência do ilícito perpetrado, não existindo causas
de exclusão da culpabilidade.
Não há atenuantes. Incide no caso a agravante do artigo 61, inc. I, do Código Penal, vez
que o réu é reincidente em crime doloso (vide CAC de ID 9615192460). Deixo de aplicar a agravante do
Verifica-se o concurso material de crime quando o agente, mediante mais de uma ação
ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, devendo ser entendida a expressão crime lato
Lado outro, na hipótese de o agente, mediante uma só ação ou omissão, praticar dois ou
mais crimes, idênticos ou não, será o caso de concurso formal (artigo 70 do Código Penal). Todavia,
haverá continuidade delitiva (artigo 71 do Código Penal), quando o agente, mediante mais de uma ação
ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de
execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro.
ameaças, descumprimento de medidas protetivas e vias de fato contra a vítima Karla Caroline Eduardo
Fiuza, porquanto o agente, mediante mais de uma ação, praticou dois ou mais crimes/delitos de natureza
Assim, diante da análise das provas coligidas forçoso concluir pela condenação do réu
como incurso nas sanções dos delitos previstos no artigo 24-A, da Lei 11.340/2006, artigo 21, do
Decreto-Lei 3.688/41, artigo 129, § 13º e 147 ambos do Código Penal, na forma do artigo 69 do referido
III – DISPOSITIVO
supostamente ocorrido em 07/08/2022, nos termos do artigo 386, inc. VI, do Código de Processo Penal;
9617277910), no tocante ao crime do artigo 147, caput, do Código Penal, narrado como sendo quarto e
quinto fatos da denúncia, ocorridos em 16/08/2022 e 19/08/2022, devendo a denúncia ser rejeitada neste
ponto, nos termos do artigo 395, inciso II, do Código de Processo Penal;
c) SUBMETER o réu às disposições do artigo 129, § 13, do Código Penal, c/c artigo 61,
e) SUBMETER o réu às disposições do art. 147, c/c art. 61, incisos I e II, “f”, ambos do
f) SUBMETER o réu às sanções do artigo 24-A da Lei 11.340/2006, c/c art. 61, inciso I,
alcançar a tríplice função da pena, qual seja, promover a reprovação da conduta do agente, prevenção
geral e especial do crime, atento ao critério trifásico estabelecido pelo art. 68 do Código Penal.
condutas sob análise, a dosimetria a seguir realizada será a mesma para cada crime praticado pelo réu.
Em relação aos antecedentes, tal circunstância deve ser considerada favorável ao réu, vez
que a condenação anterior com trânsito em julgado será utilizada na segunda fase da dosimetria da pena
Para a conduta social, deve ser analisado o conjunto do comportamento do agente em seu
meio social, na família, na sociedade e nos demais papéis exercidos. Como não há informação de
indivíduo. Deve se analisar sua índole, maior ou menor sensibilidade ético-social, eventual desvio de
caráter, de forma a constatar se o crime é episódio acidental na vida do acusado. Como não há nos autos a
prova de que o acusado tenha personalidade desajustada, voltada para a prática de crimes, deixo de
Os motivos do crime são as razões que levam o indivíduo a cometer o delito. Não
havendo demonstração de motivações outras, os motivos devem ser reputados como favoráveis.
utilizados, objeto, tempo, lugar, forma de execução e outras semelhantes. Busca-se verificar se a conduta
delitiva enseja maior reprovação diante da maneira que foi cometida. No caso dos autos, as circunstâncias
foram normais ao delito. Assim, tal circunstância deve ser considerada favorável ao acusado.
violação ao bem jurídico próprio do delito, e não as meras consequências naturais da prática da infração
máximo de pena ao crime cominado, considerando, ainda, o sistema misto adotado na parte final do artigo
pena-base no mínimo legal, qual seja01 (um) ano de reclusão para cada crime.
0086018-76.2017.8.13.0394. Assim, agravo a pena em 1/6 (um sexto) e fixo a pena intermediária em 01
aumento de pena, ficando o réu definitivamente condenado à pena de 01 (um) ano e 02 (dois) meses de
PENAIS
Em relação aos antecedentes, tal circunstância deve ser considerada favorável ao réu, vez
que a condenação anterior com trânsito em julgado será utilizada na segunda fase da dosimetria da pena
Para a conduta social, deve ser analisado o conjunto do comportamento do agente em seu
meio social, na família, na sociedade e nos demais papéis exercidos. Como não há informação de
indivíduo. Deve se analisar sua índole, maior ou menor sensibilidade ético-social, eventual desvio de
caráter, de forma a constatar se o crime é episódio acidental na vida do acusado. Como não há nos autos a
Os motivos do crime são as razões que levam o indivíduo a cometer o delito. Não
havendo demonstração de motivações outras, os motivos devem ser reputados como favoráveis.
utilizados, objeto, tempo, lugar, forma de execução e outras semelhantes. Busca-se verificar se a conduta
delitiva enseja maior reprovação diante da maneira que foi cometida. No caso dos autos, as circunstâncias
foram normais ao delito. Assim, tal circunstância deve ser considerada favorável ao acusado.
violação ao bem jurídico próprio do delito, e não as meras consequências naturais da prática da infração
penal. No caso, não gerou maiores consequências do que as naturais do delito.
máximo de pena ao crime cominado, considerando, ainda, o sistema misto adotado na parte final do artigo
59 do Código Penal, bem como considerando que nenhuma circunstância foi desfavorável ao réu, fixo a
anterior com trânsito em julgado nos autos de nº 0086018-76.2017.8.13.0394, bem ainda em razão do
cometimento do crime prevalecendo-se da relação doméstica. Assim, agravo a pena em 1/6 (um sexto),
para cada agravante. Assim, fixo a pena intermediária em 20(vinte) dias de prisão simples.
Na terceira fase, não há causas de diminuição ou de aumento de pena. Assim, fica o réu
condutas sob análise, a dosimetria a seguir realizada será a mesma para cada crime praticado pelo réu.
Em relação aos antecedentes, tal circunstância deve ser considerada favorável ao réu, vez
que a condenação anterior com trânsito em julgado será utilizada na segunda fase da dosimetria da pena
Para a conduta social, deve ser analisado o conjunto do comportamento do agente em seu
meio social, na família, na sociedade e nos demais papéis exercidos. Como não há informação de
indivíduo. Deve se analisar sua índole, maior ou menor sensibilidade ético-social, eventual desvio de
caráter, de forma a constatar se o crime é episódio acidental na vida do acusado. Como não há nos autos a
prova de que o acusado tenha personalidade desajustada, voltada para a prática de crimes, deixo de
Os motivos do crime são as razões que levam o indivíduo a cometer o delito. Não
havendo demonstração de motivações outras, os motivos devem ser reputados como favoráveis.
utilizados, objeto, tempo, lugar, forma de execução e outras semelhantes. Busca-se verificar se a conduta
delitiva enseja maior reprovação diante da maneira que foi cometida. No caso dos autos, as circunstâncias
foram normais ao delito. Assim, tal circunstância deve ser considerada favorável ao acusado.
violação ao bem jurídico próprio do delito, e não as meras consequências naturais da prática da infração
59 do Código Penal, bem como considerando que nenhuma circunstância foi desfavorável ao réu, fixo a
pena-base no mínimo legal, qual seja 01 (um) mês de detenção para cada crime.
anterior com trânsito em julgado nos autos de nº 0086018-76.2017.8.13.0394, bem ainda em razão do
cometimento do crime prevalecendo-se da relação doméstica. Assim, agravo a pena em 1/6 (um sexto),
para cada agravante. Assim, fixo a pena intermediária em 01 (um) mês e 10 (dez) dias de detenção para
cada crime.
Na terceira fase, não há causas de diminuição ou de aumento de pena. Assim, fica o réu
definitivamente condenado à pena de 01 (um) mês e 10 (dez) dias de detenção para cada um dos
crimes.
condutas sob análise, a dosimetria a seguir realizada será a mesma para cada crime praticado pelo réu.
Em relação aos antecedentes, tal circunstância deve ser considerada favorável ao réu, vez
que a condenação anterior com trânsito em julgado será utilizada na segunda fase da dosimetria da pena
Para a conduta social, deve ser analisado o conjunto do comportamento do agente em seu
meio social, na família, na sociedade e nos demais papéis exercidos. Como não há informação de
indivíduo. Deve se analisar sua índole, maior ou menor sensibilidade ético-social, eventual desvio de
caráter, de forma a constatar se o crime é episódio acidental na vida do acusado. Como não há nos autos a
prova de que o acusado tenha personalidade desajustada, voltada para a prática de crimes, deixo de
Os motivos do crime são as razões que levam o indivíduo a cometer o delito. Não
havendo demonstração de motivações outras, os motivos devem ser reputados como favoráveis.
utilizados, objeto, tempo, lugar, forma de execução e outras semelhantes. Busca-se verificar se a conduta
delitiva enseja maior reprovação diante da maneira que foi cometida. No caso dos autos, as circunstâncias
foram normais ao delito. Assim, tal circunstância deve ser considerada favorável ao acusado.
violação ao bem jurídico próprio do delito, e não as meras consequências naturais da prática da infração
máximo de pena ao crime cominado, considerando, ainda, o sistema misto adotado na parte final do artigo
59 do Código Penal, bem como considerando que nenhuma circunstância foi desfavorável ao réu, fixo a
pena-base no mínimo legal, qual seja em 03 (três) meses de detençãopara cada crime.
reincidência, vez que o acusado ostenta condenação anterior com trânsito em julgado nos autos de nº
0086018-76.2017.8.13.0394. Assim, agravo a pena em 1/6 (um sexto), e fixo a pena intermediária em 03
Na terceira fase, não há causas de diminuição ou de aumento de pena. Assim, fica o réu
cada crime.
entre os crimes de lesão corporal (por duas vezes), ameaça (por duas vezes), vias de fato e
descumprimento das medidas protetivas (por três) vezes, fica o réu condenado, DEFINITIVAMENTE a
pena de 2 (dois) anos e 4 (quatro) meses de reclusão; 1 (um) ano, 1 (um) mês e 5 (cinco) dias de
reincidência do acusado, nos termos da súmula 269 do STJ, fixo o regime inicial SEMIABERTO para o
cumprimento da reprimenda.
Inviável a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, bem como
Condeno o réu, ainda, ao pagamento das custas e despesas processuais, nos termos do
Deixo de fixar valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, nos
termos do art. 387, IV, do CPP, já que inexistem nos autos elementos para tanto.
Verifico que o acusado foi preso em flagrante, e respondeu a todo o processo em prisão
preventiva, em razão da decisão que converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva a fim de
garantir a ordem pública. Nesse passo, a condenação corrobora os indícios que outrora ensejaram a
necessária, notadamente diante do grande número de crimes cometidos pelo acusado relacionados a
violência doméstica, que denotam a necessidade da prisão para a garantia da ordem pública.
Determino a intimação pessoal do(s) réu(s), do Ministério Público e da (s) vítima (s), nos
termos do artigo 201, § 2º, do CPP. Intime-se o defensor constituído via Doej e/ou o dativo pessoalmente,
conforme o caso.
Após o trânsito em julgado: 1 – Comunique-se ao TRE, para fins do artigo 15, III da
remetendo-se ao juízo das execuções penais, para aplicação da súmula 716 do STF.
Praça Rômulo Campos, 2, Fórum José Alves Pereira, Centro, MANTENA - MG - CEP: 35290-000