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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região

Ação Trabalhista - Rito Ordinário


0101176-25.2023.5.01.0014

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 04/12/2023


Valor da causa: R$ 264.685,04

Partes:
RECLAMANTE: ALAN LINDOLFO NEVES
ADVOGADO: CLAUDIA DE CARVALHO MONASSA
ADVOGADO: CAIO GAUDIO ABREU
ADVOGADO: NATALIA MIRANDA DE MACEDO
ADVOGADO: MANUELA MARTINS DE SOUSA
ADVOGADO: RITA DE CASSIA SANTANNA CORTEZ
ADVOGADO: HENRIQUE LOPES DE SOUZA
ADVOGADO: André Henrique Raphael de Oliveira
ADVOGADO: MARCELO LUIS PACHECO COUTINHO
ADVOGADO: Marcus Varão Monteiro
ADVOGADO: RAPHAEL INACIO MEDEIROS
ADVOGADO: ANA PAULA MOREIRA FRANCO
ADVOGADO: NATALIA XIMENES DO NASCIMENTO
ADVOGADO: CHRISTIANE DAMASCO DE CASTRO
ADVOGADO: vivian teixeira monasterio
ADVOGADO: Marcio Lopes Cordero
RECLAMADO: BANCO BRADESCO S.A.
ADVOGADO: FELIPE D AGUIAR ROCHA FERREIRA
ADVOGADO: CARLOS EDUARDO CAVALCANTE RAMOS
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Rita Cortez . Marcio Cordero . Mônica Santos


Henrique de Souza . André Henrique
Joana Cortez . Adriana Brasil Guimarães
Ana Paula . Cláudia de Carvalho . Chris ane Damasco
Marcus Varão . Caio Gaudio . Manuela Mar ns . Marcelo Cou nho
Natalia Miranda . Natália Ximenes . Raphael Medeiros
Raphael Claudino . Vivian Monastério . Rômulo da Conceição

Exmo. Sr. Dr. Juiz da ____ Vara do Trabalho do Rio de Janeiro – RJ.

ALAN LINDOLFO NEVES, brasileiro, solteiro, bancário, inscrito no CPF sob o n.


129.684.297-52, PIS n. 161.43963.37-2, RG n. 213835127 (Detran-RJ), CTPS: 79355 (série: 154),
nascido em: 29/07/1987, filho de Marilucia Lindolfo Augusto, residente e domiciliado na Rua Manuel
Miranda, n 328 – fundos, engenho Novo, Rio de Janeiro – RJ, CEP 20950-300, vem, por seu
sindicato assistente, propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de BANCO BRADESCO S/A, CNPJ 60.746.948/5615-72, com endereço


na: Rua Senador Dantas, 61 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, CEP: 20031-202,
pelos fatos e fundamentos que passa a expor, objetivando o que vai ser adiante
declinado:

I – REQUERIMENTOS INICIAIS

- ASSISTÊNCIA SINDICAL:

O reclamante encontra-se assistido pelo SEEB/RJ - SINDICATO DOS EMPREGADOS


EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS DO RIO DE JANEIRO, na forma da Lei 5584/70.

- BENEFÍCIOS DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:

Requer o reclamante que lhe sejam deferidos os benefícios da assistência gratuita, de


acordo com o disposto no inciso LXXIV do art. 5º da CF/88 e nas Leis 5.584/70 e 7.115/83 c/c art.
790 § 3º, da CLT, tendo em vista a impossibilidade, conforme declarado, de arcar com os ônus

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processuais sem o prejuízo do sustento próprio e de seus familiares, precisando, pois, da


assistência que lhe está sendo prestada pela entidade sindical.

Ressalte-se que a previsão contida no § 4º do art. 790 da CLT tem sua aplicabilidade
limitada, por incompleta, já que não fixa os meios de comprovação da insuficiência de recursos
aludida, razão pela qual deve ser aplicada de forma subsidiária a legislação processual comum, nos
termos 769 da CLT.

Assim, no caso das custas impõe-se o previsto no art. 99 do CPC, notadamente


em seu §3º, que fixa a presunção de veracidade da alegação de insuficiência de recursos,
sendo desnecessária qualquer comprovação adicional.

Frisa-se ainda que o caput do artigo 1º da Lei 7.115/83 apresenta entendimento


semelhante ao determinar que a declaração de pobreza firmada de próprio punho pelo interessado
é presumidamente verdadeira. É esse também o entendimento do C. TST consubstanciado no item
I da Súmula 463.

Como se os argumentos acima já não fossem suficientes, a Constituição Federal, artigo


5º, incisos XXXV e LXXIV, garante amplo acesso à jurisdição e assistência integral aos
necessitados. Assim, ao impor maior restrição à gratuidade e ao desequilibrar a paridade de meios
processuais aos litigantes, há violação direta aos princípios constitucionais de isonomia, ampla
defesa, do devido processo legal e da inafastabilidade da jurisdição.

- NOTIFICAÇÕES:

Requer o reclamante que as notificações em que haja determinação de


comparecimento à audiência sejam encaminhadas ao seu endereço residencial acima indicado e
aos cuidados da advogada RITA DE CÁSSIA SANT’ANNA CORTEZ, INSCRITA NA OAB/RJ sob o
nº 39.529, com escritório profissional à Av. Presidente Wilson, 165, Gr. 817/822, Centro – RJ - CEP
20.020–030.

Já quanto às notificações que se destinam ao cumprimento dos demais atos


processuais, deverão estas, serem remetidas aos cuidados da advogada.

II - DO OBJETO DA PRESENTE RECLAMATÓRIA

Pretende o reclamante seja a reclamada condenada a pagar as diferenças salariais


decorrentes da novação contratual, as horas extras além da 6 a diária e 30a semana, bem como uma
indenização por exposição ao risco e outra pelo dano moral.

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Pugna ainda pela condenação da reclamada ao pagamento dos honorários


advocatícios e o deferimento do benefício da gratuidade de justiça.

III – DA INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO:

O SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS DO RIO


DE JANEIRO, na condução de substituto processual do reclamante, ajuizou em 21/11/2022,
protesto judicial autuado sob o número 0101011-88.2022.5.01.0021.

A reclamada foi devidamente intimada.

A prescrição quinquenal foi devidamente interrompida, postulando o reclamante


a condenação da reclamada ao pagamento das parcelas postuladas na presente ação desde
21/11/2017.

IV - DA SITUAÇÃO FUNCIONAL DO RECLAMANTE

O reclamante foi admitido em 20/07/2011, com o recebimento de aviso de demissão


imotivada em 02/08/2022, vista o aviso prévio, o contrato de trabalho terminou em 05/10/2022.

O reclamante está buscando a nulidade da dispensa e sua reintegração através do


processo de n. 0100755-37.2022.5.01.0057 em trâmite na 57ª Vara do Trabalho do Município do
Rio de Janeiro.

O reclamante informa que até 31/07/2018 esteve enquadrado no cargo de “caixa”,


trabalhando no PAB do Comando Militar do Leste, situado no Palácio Duque de Caxias no Centro
do Rio de Janeiro-RJ. Este PAB está ligado a Agência Itamarati.

Em 01/08/2018 até 05/10/2022 esteve enquadrado no cargo de “gerente comercial


correspondente I” e passou a exercer jornada contratual de 8 horas diárias.

V – DOS FATOS E DO DIREITO

- DAS DIFERENÇAS SALARIAIS - ACÚMULO DE FUNÇÃO (de 21/11/2017 até 31/07/2018):

De 21/11/2017 até 31/07/2018, o reclamante, habitualmente, acumulou as funções


inerentes ao cargo de “caixa” (cargo contratual até então) com as funções de “supervisor”
(tesoureiro), como, por exemplo:

- Auxiliar o gerente administrativo;

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- Solicitar e receber carro forte no PAB em que trabalhava;

- Receber, contar, organizar e enviar malotes de dinheiro;

- Controlar a abertura e o fechamento do cofre;

- Realizar a conferência diária do cofre;

- Arquivava e ainda fechava a contabilidade do PAB (relatório “pago/recebido”);

Inclusive o reclamante possuía as chaves do cofre e da porta do PAB e levava as


mesmas para casa.

Ademais, o reclamante teve o nível do seu cartão funcional ampliado de 8.3 para 8.5
para que pudesse liberar operações mais altas.

No período apontado, para as atividades de CAIXA, o reclamante teria sua


contraprestação garantida pelos salários, mas as atividades de “supervisor” (tesoureiro) eram
adicionalmente impostas, inexistindo retribuição econômica pelo seu desempenho.

Tal fato ocasionou uma alteração qualitativa e quantitativa no contrato de trabalho do


reclamante, já que outras obrigações surgiram, caracterizando-se novação tácita da obrigação
anterior.

Frisa-se que o contrato de trabalho é recíproco, dele resultando obrigações contrárias e


equivalentes. A onerosidade surge da equivalência das prestações dos contratantes, sendo que
qualquer alteração na qualidade ou na quantidade do trabalho exigido desnatura aquela
equivalência ínsita à natureza comutativa e onerosa do vínculo de emprego e exige um reequilíbrio
que, no caso do acúmulo de funções, será o pagamento de um plus salarial.

Assim, o reclamante faz jus a um acréscimo salarial, em razão da novação contratual


ocorrida, por ter acumulado as funções acima mencionadas no período indicado, a ser estipulado
pelo MM. Juízo, o qual se pede vênia, seja fixado em valor não inferior a 01 (um) salário mínimo.

Como consequência do deferimento do pedido, deverá a reclamada pagar os reflexos


deste acréscimo salarial nas parcelas contratuais, a saber: férias acrescidas de 1/3, 13º salários e
FGTS+40%.

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- DA INDENIZAÇÃO POR EXPOSIÇÃO DA SEGURANÇA DO EMPREGADO A RISCO


EVIDENTE E TRANSFERÊNCIA DA ALTERIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO (de 21/11/2017
até 31/07/2018):

No período em que trabalhava no PAB do Comando Militar do Leste, por imposição da


reclamada, fora do expediente de trabalho, durante todos os dias da semana, o reclamante ficava
responsável pela guarda de uma das chaves do cofre e da porta do PAB.

Ademais, também por imposição de seu empregador, o reclamante transportava


equipamentos (CPUs dos computadores) do PAB para a Agência toda segunda-feira pela manhã.
Nessas ocasiões, o reclamante desmontava os dois computadores do PAB e levava as CPUs para
a Agência Itamarati para que o técnico de informática da agência realizasse as atualizações do
sistema e, após, voltava para o PAB e montava os computadores.

Mas não é só.

Ainda por imposição da reclamada, o reclamante transportava o valor em dinheiro do


aluguel do PAB até a agência do Banco do Brasil que ficava na Avenida Marechal Floriano, também
situada no Centro da Cidade do Rio de Janeiro. Isso acontecia uma vez ao mês, antes do dia 10
(quando vencia o aluguel) e o valor era de aproximadamente 16 mil reais (equivalente ao aluguel e
ao IPTU).

Com esses procedimentos a reclamada expôs o reclamante à situações de risco


evidente, depositando sob sua guarda objetos cobiçados por toda sorte de criminosos, transferindo-
lhe responsabilidade sobre a segurança do posto de trabalho, que é somente do empregador.

O risco é tão grande que a Lei 7.102/83 determina que as instituições financeiras sigam
normas rígidas normas em relação à segurança de seus estabelecimentos, havendo exaustiva
disposição sobre a qualificação de seus vigilantes.

Mesmo assim, ao final do expediente, no período acima, era imposto ao reclamante o


dever de zelar pelas chaves que dão acesso ao cofre.

O resultado é que o reclamante e sua família, desamparados, ficam à mercê de todo


tipo de violência física e psicológica, tornando-se alvos fáceis, com medo permanente, inclusive em
momentos que eram para ser de lazer e relaxamento.

O reclamante chegava e saia do trabalho tenso, com medo e em estado de grande


atenção.

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Aplica-se ao presente caso a Teoria do Risco da Atividade Econômica, a qual


responsabiliza o empregador pelos riscos inerentes à atividade econômica.

De acordo com tal teoria, o empregador não poderia transferir a reclamante o risco de
suas atividades, o deixando em estado de constante estresse e, consequentemente, causando-lhes
danos emocionais.

Além disso, a conduta ora narrada viola frontalmente o Princípio da Dignidade Humana.

Nestes termos, a exposição sofrida é passível de indenização econômica, a qual requer


seja fixada no valor de R$ 10.000,00 ou, sucessivamente, em valor a ser arbitrado por este MM.
Juízo, considerando todos os aspectos já delineados, juntamente com o grande potencial de dano
devido à conjuntura social de debilidade da segurança pública, somada, ainda, à capacidade
financeira da reclamada, bem como o aspecto pedagógico.

- DAS HORAS EXTRAS (de 01/08/2018 até 05/10/2022):

O reclamante, enquanto enquadrado no cargo de “gerente comercial correspondente


I”, possuía a seguinte jornada contratual: de 2ª a 6ª feira, das 08:00 às 17:00, com 01 hora intervalo
intrajornada;

Há de se consignar que o reclamante exerceu jornada de trabalho superior àquela


permitida pelo art. 224 da CLT, (SEIS HORAS DIÁRIAS), vez que suas funções DE FATO não se
enquadravam na excludente do § 2º do mesmo artigo, não sendo de confiança.

Ocorre que o reclamante, mesmo recebendo o rótulo de cargo supostamente de


“chefia/confiança”, nunca foi afastado das rotinas bancárias que sensibilizaram o legislador a
normatizar a redução da jornada da categoria.

Assim sendo, requer sejam corretamente quitadas as horas extras prestadas,


consideradas aquelas acima da 6ª hora diária e 30ª semanal, devendo ser a reclamada condenada
ao pagamento das mesmas com o acréscimo dos adicionais e com os devidos reflexos, ambos
elencados abaixo.

- DA FORMA DE PAGAMENTO DAS HORAS EXTRAS E SUAS REPERCUSSÕES:

Quanto a base de cálculo para o pagamento das horas extras, o reclamante requer seja
observado o art. 7º XVI da Constituição Federal e o art. 457 da CLT e a Súmula 264 do C. TST
(inclusão de todas as verbas recebidas: salário base/ordenado, comissão/gratificação de cargo e
ATS).

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Requer a aplicação do divisor 180.

Requer-se ainda a aplicação do adicional de 50%

Por habituais, as horas extras devem refletir no repouso semanal remunerado e,


acrescidas deste, refletir nas férias + 1/3, 13os salários, aviso prévio e FGTS+40%.

- DOS DANOS MORAIS:

Pretende ainda o reclamante, a condenação da reclamada ao pagamento de uma


indenização em razão do exposto a seguir.

O assédio moral conforme definição da psiquiatra francesa Marie-FraceHirigoyen, na


obra “Mal Estar no Trabalho”, é “qualquer conduta abusiva que atente, por sua repetição ou
sistematização, contra a dignidade e integridade psíquica ou física de uma pessoa, ameaçando seu
emprego, ou degradando o clima de trabalho” (Grifos de agora).

Os efeitos do assédio moral no empregado são: a insegurança no desempenho das


atividades, diminuição da capacidade física e psicológica, perda da autoconfiança, estresse, dentre
outros.

Especificamente, na situação dos autos, a reclamante denuncia o tratamento recebido


do empregador, principalmente na figura do Gerente Regional da Tijuca, Sr. Ricardo Pinho.

O Sr. Ricardo Pinho optava por adotar uma ofensiva política de cobrança de metas e
resultados, sempre com gritos, xingamentos, ameaças veladas de não promoção e até de demissão
e/ou transferência para outras agências, caracterizando o que a moderna doutrina chama de
"gestão por estresse".

Importante destacar que as cobranças e exigências extrapolavam, e muito, o "normal",


pois além de frequentes, eram irrazoáveis, desproporcionais e inatingíveis.

Não importava para o banco se o reclamante estava cumprindo ou não os objetivos, a


cobrança era a mesma: incessante e em tempo integral. Havia sempre mais a fazer, se atingiu sua
meta pessoal, a cobrança era para ajudar a agência e, sucessivamente, sua regional, seu estado,
sua diretoria, o banco como um todo.

Com a não interferência/concordância dos demais superiores, as condutas abusivas


acima descritas, degradaram o ambiente de trabalho, provocando forte pressão psicológica,

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abalando o estado emocional do reclamante, gerando violação da sua integridade física, psíquica e
moral.

A jurisprudência de nossos tribunais é pacífica no sentido de que o poder diretivo do


empregador, na busca da produtividade máxima, não pode conduzi-lo a deteriorar o ambiente de
trabalho e causar ou colaborar para o adoecimento dos seus empregados.

Diante do supra exposto, o pedido em destaque tem base no art. 5º, V e X da


Constituição Federal e a própria jurisprudência do TST, pretendendo a reclamante seja a reclamada
condenada ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 15.000,00, ou,
sucessivamente, em valor a ser fixado pelo MM. Juízo.

Data vênia, insta salientar que quanto à mensuração da indenização, além do caráter
compensatório, deve ter relevo o aspecto punitivo-pedagógico, de modo a desencorajar a
reincidência, sendo bem ajustado à capacidade econômica do ofensor.

- DOS HONORÁRIOS:

O reclamante está assistido pelo seu sindicato profissional, tendo declarado que não
tem condições de arcar com honorários advocatícios e/ou custas processuais sem o prejuízo de seu
sustento e de seus familiares.

Assim, deverá a reclamada ser condenada ao pagamento dos honorários sindicais, na


base de 15% sobre o valor da condenação.

A condenação deve observar ainda o artigo 791-A da CLT.

VI - DO VALOR ESTIMADO DA PRETENSÃO

Para efeitos do disposto na CLT, artigo 840, § 1º, ressalta o reclamante que estão
indicados apenas os valores estimados até o presente momento.

Assim, ressalva que os valores concretos devem ser adequadamente apurados em


eventual liquidação de sentença com os juros e correção monetária.

VII - DOS PEDIDOS

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Diante do exposto, pede e espera reclamante, seja a reclamada condenada e


compelida no pagamento das verbas abaixo discriminadas com os acréscimos legais necessários
(juros e correção monetária):

a - Acréscimo salarial decorrente do acúmulo de função (de 21/11/2017


até 31/07/2018), consoante fundamentação, base e critérios articulados na
causa de pedir, o qual, pede-se vênia, não seja fixado em valor inferior a 01
salário mínimo mensal (R$ 11.574,86), com os reflexos deste acréscimo
salarial nas seguintes parcelas: férias acrescidas de 1/3 (R$ 433,16), 13º
salários (R$ 952,35) e FGTS+ 40% (R$ 1.296,39); Total de R$ 14.256,76;

b - Indenização por exposição da segurança do reclamante ao risco no


valor de R$ 10.000,00, ou, sucessivamente, em valor a ser arbitrado por
este MM. Juízo, conforme fundamentação, base e critérios articulados na
causa de pedir;

c - Horas extras a partir da 6ª diária e 30ª seman al (de 01/08/2018 até


05/10/2022) (R$ 85.391,07), com reflexos no repouso semanal remunerado
(R$ 17.252,57) e, acrescidas deste, refletir nas férias + 1/3 (R$ 8.048,89),
13os salários (R$ 5.946,34), aviso prévio (R$ 3.800,00 ) e FGTS+40% (R$
10.465,28), conforme fundamentação, base e critérios articulados na causa
de pedir. TOTAL R$ 130.904,15;

d – Indenização por danos morais, no valor de R$ 15.000,00 ou,


sucessivamente, em valor a ser fixado pelo MM. Juízo, consoante
fundamentação, base e critérios articulados na causa de pedir;

e – Honorários, na base de 15% sobre o valor da condenação,conforme


supra exposto. R$ 34.524,13.

- OUTROS REQUERIMENTOS:

Requer seja concedido o reclamante os benefícios da gratuidade de justiça na forma


do art. 790 § 3º e 4ª, da CLT c/c art. 769, também da CLT e Leis 5584/70 e Lei 7.115/1983,
declarando a mesma não possuir meios de arcar com os ônus processuais sem o prejuízo do
sustento próprio e o da respectiva família, sem a assistência que ora lhe é prestada.

Diante do protesto judicial ajuizado pelo Sindicato, requer seja declarada a interrupção
da prescrição conforme argumentação e critérios expostos na causa de pedir.

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Requer sejam oficiadas as autoridades fiscalizadoras: SRTE, CEF (gestora do FGTS) e


o INSS, para que tenham ciência das irregularidades constatadas na presente reclamatória.

Requer, por fim, seja citada a reclamada, para, querendo, contestar o presente feito,
sob pena de revelia e confissão.

Provará o alegado mediante os documentos anexados, que integram a inicial para os


efeitos de impugnação, ou outros meios de provas, se necessários, notadamente, o depoimento
pessoal do representante da reclamada.

Dá a presente ação o valor de R$ 264.685,04

P. Deferimento.
Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2023.

MANUELA MARTINS DE SOUSA


OAB/RJ 186.139

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Número do documento: 23120411123176400000189991732

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