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ESTADO DE MATO GROSSO

PODER JUDICIÁRIO

TURMA RECURSAL ÚNICA

Número Único: 1033532-61.2020.8.11.0002


Classe: RECURSO INOMINADO (460)
Assunto: [Indenização por Dano Moral, Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes]
Relator: Des(a). MARCELO SEBASTIAO PRADO DE MORAES

Turma Julgadora: [DES(A). MARCELO SEBASTIAO PRADO DE MORAES, DES(A). ANTONIO VELOSO PELEJ

Parte(s):
[JOAQUINA MARIA SANTANA - CPF: 998.596.961-87 (RECORRENTE), ANDRE BERNARDO
DUZANOWSKI - CPF: 977.247.851-04 (ADVOGADO), ITAPEVA VII MULTICARTEIRA FUNDO
DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITORIOS NAO-PADRONIZADOS - CNPJ:
17.717.110/0001-71 (RECORRIDO), RENATO CHAGAS CORREA DA SILVA - CPF: 444.850.181-72
(ADVOGADO), ITAPEVA VII MULTICARTEIRA FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS
CREDITORIOS NAO-PADRONIZADOS - CNPJ: 17.717.110/0001-71 (REPRESENTANTE)]

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a TURMA RECURSAL ÚNICA do
Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a Presidência Des(a). SEBASTIAO DE ARRUDA
ALMEIDA, por meio da Turma Julgadora, proferiu a seguinte decisão: POR UNANIMIDADE
CONHECEU DO RECURSO E NEGOU-LHE PROVIMENTO.

EMENTA

Vide Súmula do Julgamento.

RELATÓRIO

Dispensado relatório em face ao disposto do artigo 46, da Lei 9.099/95.


VOTO RELATOR

Recurso Inominado nº.: 1033532-61.2020.8.11.0002

Origem: Juizado Especial Cível de Várzea Grande

Recorrente(s): JOAQUINA MARIA SANTANA SÚMULA


DE
Recorrido(s): ITAPEVA VII FUNDO DE INVESTIMENTO EM
DIREITOS CREDITÓRIOS

Juiz Relator: Marcelo Sebastião Prado de Moraes

Data do Julgamento: 26/08/2021

JULGAMENTO – ART. 46, DA LEI Nº. 9.099/1995

RECURSO INOMINADO – RELAÇÃO DE CONSUMO – ALEGAÇÃO DE


INEXISTÊNCIA DE DÉBITO – INSCRIÇÃO DEVIDA – CESSÃO DE
CRÉDITO – COMPROVAÇÃO DE FATO EXTINTIVO DO DIREITO DO
AUTOR – INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 373, INCISO II, DO CPC/2015 –
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E
IMPROVIDO.

Versa a presente demanda, pleito de reparação por danos morais, alegando que
houve inscrição indevida nos órgãos de proteção ao crédito no valor de R$ 1.374,10
(mil trezentos e setenta e quatro reais e dez centavos).

A parte Recorrida logrou demonstrar a origem da dívida e a existência de relação


jurídica que os envolve através de fartos documentos que comprovam a contratação
, como contrato assinado pelo Autor, documentos pessoais e cessão de crédito.

O Recorrente antes mesmo de ajuizar a ação já havia sido informado que a dívida
negativada através de cessão de crédito era oriunda de cartão de crédito Losango,
o qual não comprovou pagamentos, apenas alegou que a cessão deveria ser
específica com o valor negativado.
Não é razoável a tese de que simplesmente desconhece a natureza de um débito
quando se houve a legítima contratação de serviços.

E, no caso específico dos autos, a assertiva de desconfiança da validade da cessão,


pelo simples fato do documento ser “genérico”, no caso dos autos, desde o início o
autor tem a plena ciência da cessão, sendo apresentado os documentos peça
recorrida, da compra, do contrato, documentos pessoais, sendo, nesta toada, válido
o termo de cessão, diante da gama de provas direcionadas contra a autora, sendo
totalmente despiciente, neste caso, eventual ausência de valores ou nome do autor no
termo de cessão, estando mais do que demonstrada, desde o recebimento da carta de
cobrança dos valores devidos, já indicando a cessão de crédito no nascedouro. Em
relação à exigência de nota fiscal da compra, tal se faz desnecessária, sendo que,
tem contrato assinado e no caso dos autos, sendo eventual distrato anunciado pela
parte deveria trazer o distrato na mesma forma que celebrado o contrato, e não por
mera assertiva unilateral de que a compra teria sido desfeito, não produzindo provas
neste sentido, mantendo-se a sentença integralmente.

LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.

Age de má-fé o Recorrente quando nega a contratação, e ainda, vem perante este
Colegiado tentar impor tal condição, e, no entanto, não traz nada além do que
consta na inicial capaz de modificar o teor do julgado que não seja a manutenção da
improcedência. Condenação mantida.

Aplicação do Enunciado 90 do FONAJE: “desistência da ação, mesmo sem a anuência do réu

SENTENÇA MANTIDA PELOS SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. Sentença


mantida por seus próprios fundamentos, consoante previsão do art. 46 da Lei nº
9.099/95: “Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com
a indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a
sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento
servirá de acórdão”.

HONORÁRIOS E VERBAS SUCUMBENCIAIS.

Como se trata de litigância de má-fé, mantida em segundo grau, entendo que tal não
se coaduna com a gratuidade de justiça, que revogo neste momento, mantendo-se a
condenação de primeiro grau das custas no que tange a litigância de má-fé no
valor de 9% sobre o valor da causa, bem como, honorários advocatícios em R$
1.000,00, moldes do art. 55 da Lei 9099/95.

RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

É como voto.
Marcelo Sebastião Prado de Moraes

Juiz de Direito – Relator

Data da sessão: Cuiabá-MT, 26/08/2021


Assinado eletronicamente por: MARCELO SEBASTIAO PRADO DE MORAES
https://clickjudapp.tjmt.jus.br/codigo/PJEDABQVJFMGP

PJEDABQVJFMGP

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