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fls. 1
Este documento é copia do original assinado digitalmente por HENRIQUE FRANCO CANDIA. Protocolado em 17/03/2017 às 16:12, sob o número WCGR17009445044
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE CAMPO GRANDE/MS
digitais por Usuário padrão para acesso SAJ/AT, em 18/03/2017 às 00:02. Para acessar os autos processuais, acesse o site
O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL, neste ato devidamente
representado por seu Promotor de Justiça que a esta subscreve, vem respeitosamente a
presença de V. Exa., com fulcro no art. 129, I da Carta Magna, ofertar a presente
denúncia, para início de Ação Penal Pública contra:
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Consta do incluso Inquérito Policial, que no final do mês de agosto de
2016, na Rua Astúrio Luiz Braga, Quadra 21, Lote 27, Bairro Portal Caiobá II, nesta
cidade, os denunciados ELISANDRO FERREIRA DA SILVA JÚNIOR e ANA
FLÁVIA FERREIRA BRUNO, em união e unidade de desígnios, cientes da ilicitude e
reprovabilidade de suas condutas, agindo com animus necandi, ceifaram a vida de
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Consta nos autos, que a vítima era a proprietária da residência
localizada no endereço acima, e, por ser alcoólatra e usuária de substâncias
entorpecentes, permitiu que os denunciados, frequentadores de sua residência,
passassem a residir no local no mês de junho de 2016. Entretanto, logo no primeiro dia,
já começaram a surgir os atritos da convivência, dentre eles agressões, razão pela qual a
vítima pediu que os denunciados fossem embora do local.
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deixar o imóvel, planejando como se daria a execução.
Ocorre que a vítima, dois dias após receber alta, foi para o
Assentamento de Cipolândia, na região de Aquidauana, tendo o denunciado
ELIZANDRO achado que ela fosse ficar morando por lá, mas a vítima retornou no final
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passou a executar seu plano, convidando a vítima para tomar uma pinga, a qual
concordou. Começaram a beber pela manhã, mas o denunciado ELIZANDRO apenas
fingia que bebia a pinga, e deixava que a vítima bebesse sozinha, para aproveitar o
melhor momento para matá-la. Já a denunciada ANA FLÁVIA, presente na residência
durante todo o momento, cinte da intenção de seu convivente, aderiu à vontade do
denunciado ELIZANDRO, e se calou diante da dissimulação empregada.
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Apurou-se, ainda, que o denunciado ELIZANDRO, após matar a
vítima, saiu para dar uma volta com a denunciada ANA FLÁVIA pelo Bairro, e, quando
retornaram, por volta das 21h40min, enrolaram a vítima em uma coberta vermelha e
jogaram seu corpo dentro da fossa que existia no quintal da residência. Em seguida,
pegaram as roupas e o colchão desta, e colocaram fogo para queimar corpo da vítima e
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corpo da vítima, os denunciados também realizaram uma limpeza no quintal da
residência para justificar a fumaça.
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De posse desta informação, Bianca entrou em contato com sua
genitora, a Sra. Laurice Pereira da Silva e outros familiares, os quais se deslocaram no
dia 3 de fevereiro de 2017 ao local informado, e passaram a cavar manualmente nos
fundos da residência, acabando por localizarem algumas vestes que pertenciam à vítima.
Diante disso, se deslocaram até à Delegacia para repassar a informação.
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continuidade aos trabalhos, já que no local minava muita água.
Assim, por volta das 14h, foi localizada uma ossada com restos
mortais com vestimentas, e, pela análise preliminar da ossada constatou-se que a vítima
estava envolta em um material parecido com espuma, e haviam vestígios de ter sido
carbonizada. Então a perícia foi acionada e compareceu ao local.
O crime foi cometido por motivo torpe, já que praticado para que os
denunciados ficassem com a casa da vítima, motivo moralmente reprovável,
demonstrativo de depravação espiritual do sujeito. Também foi cometido mediante
recurso que impossibilitou a defesa da vítima, a qual foi convidada a beber pinga,
bebendo até ficar bêbado, ficando sem condições de parar em pé, e, consequentemente,
sem condições de oferecer qualquer reação, sendo atingida quando estava sentada no
sofá da sala, desprevenida.
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Ante ao exposto, o denunciado incidiu nas penas do artigo 121, §2º,
incisos I (torpe) e IV (recurso que impossibilitou a defesa da vítima), c.c artigo 211,
do Código Penal c.c art. 29 todos do Código Penal Brasileiro, razão pela qual o
MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL requer, após D.R. e A esta, sejam os
denunciados citados para responderem por escrito a presente denúncia, designando-se
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Campo Grande, 17 de março de 2017.
Rol de testemunhas:
1) Weverson Pereira da Rosa, filho da vítima (f. 6);
2) Gisele Langwinski, Investigadora de Polícia, lotada na DEH;
3) Laurice Pereira da Silva (f. 19);
4) Bianca Vilma Pereira da Rosa, filha da vítima (f. 73/74);
5) José Donizeti Ferreira dos Santos, Investigador de Polícia (Relatório de f. 79/82);
6) Adenir Auxiliadora de J. Bastos, Investigadora de Polícia (Relatório de f. 79/82);
7) Raimunda Rodrigues da Silva, vizinha da vítima (f. 89/90);
8) Cláudio Rossi Júnior, investigador de Polícia da DEH (Relatório de f. 122/128).