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Este documento é copia do original assinado digitalmente por LIVIA CARLA GUADANHIM BARIANI.

Protocolado em 17/12/2015 às 16:00, sob o número WCGR15009360357 , e liberado nos


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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL


18ª Promotoria de Justiça de Campo Grande/MS

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EXMO SR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA
COMARCA DE CAMPO GRANDE-MATO GROSSO DO SUL

Autos nº: 0036594-49.2013.8.12.0001


Nº MP: 08.2015.00082313-8

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO


GROSSO DO SUL, com fundamento na Constituição Federal e Código de
Processo Penal, vem, por intermédio de sua Promotora de Justiça, à presença de V.
Exa, ante a interposição de Recurso em Sentido Estrito pelo recorrente THIAGO
AUGUSTO GARCIA WATANABE, por não concordar com a sentença de
pronúncia, apresentar as CONTRARRAZÕES AO RECURSO, com fulcro no
Código de Processo Penal.

Campo Grande/MS, 17 de dezembro de 2015. 0036594-49.2013.8.12.0001 e o código 1467D3C.

Livia Carla Guadanhim Bariani


Promotor(a) de Justiça

Avenida Ricardo Brandão, nº 232, Itanhangá Park, CEP 79003-027,


Campo Grande/MS, fone (67)3317-4026
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CONTRARRAZÕES RECURSAIS

EGRÉGIA TURMA

EMÉRITOS JULGADORES

ÍNCLITO PROCURADOR DE JUSTIÇA

Insurge-se o recorrente contra a decisão de pronúncia de f.


222-228, a qual decidiu pelo julgamento do acusado THIAGO AUGUSTO
GARCIA WATANABE perante o Tribunal do Júri como incurso nas penas do art.
121, “caput” c/c artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal Brasileiro.

1. DOS FATOS

Conforme se depreende da peça acusatória, no dia 01 de agosto de


2013, por volta das 22h30min, na Rua Serra Negra, n. 287, Bairro Vila Eliane, nesta
capital, o acusado efetuou disparos de arma de fogo contra a vítima Márcio Ferreira
dos Santos, causando-lhe ferimentos que não foram a causa eficiente de sua morte,
por circunstâncias alheias a sua vontade.

Extrai-se da denúncia que o acusado mantinha relacionamento 0036594-49.2013.8.12.0001 e o código 1467D3C.

amoroso com Cecília Renata Gomes, ex-convivente da vítima Márcio Ferreira dos
Santos. Ocorre que, em razão do termino do relacionamento com Cecília e também
pelo fato desta estar em novo relacionamento com o ofensor, a vítima Márcio
Ferreira dos Santos passou a ameaçá-la de morte.

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Consta nos autos que o acusado e Cecília estavam em uma
lanchonete no bairro Sayonara, ocasião em que a vítima esteve presente e proferiu
ameaças ao casal, sendo que após tal fato, deixou o local.

Ademais, na data dos fatos, Thiago Augusto e Cecília Renata


Gomes dirigiram-se até a residência situada na Rua Serra Negra, n. 287, bairro Vila
Eliane, e neste local iniciou-se uma discussão entre o acusado e a vítima, sendo que
o réu efetuou disparos de arma de fogo contra Márcio Ferreira dos Santos,
atingindo-o.

Após a prática delitiva, o acusado fugiu do local e a vítima recebeu


socorro.

Eis a narrativa contida na denúncia.

O réu apresentou defesa às f. 141-143.

Em audiências (f. 188 e 190), houve a colheita do depoimento das


testemunhas e interrogatório do réu às f. 200.

A acusação e a defesa apresentaram alegações finais às f. 208-215 e


f. 219-221 respectivamente, tendo o juízo proferido decisão de pronúncia às f. 0036594-49.2013.8.12.0001 e o código 1467D3C.

222-228, nos termos da denuncia.

Irresignado, o réu interpôs Recurso em Sentido Estrito contra a


respeitável decisão de pronúncia, alegando, em síntese, que não há provas nos autos

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suficientes para pronuncia-lo, tampouco para manter a qualificadora que dificultou a
defesa da vítima.

Autos ao Ministério Público para oferecimento de contrarrazões.

Após a síntese do necessário, passa-se a postular:

Preenchidos os requisitos básicos de admissibilidade do recurso em


tela, e, consequentemente, havendo o seu conhecimento, vale destacar, com a
devida vênia, que o mesmo não merece provimento, por total improcedência das
razões aduzidas.

A decisão invectivada deve ser mantida em seus próprios


termos nos tópicos combatidos, tendo em vista a argumentação exposta pelo
juízo a quo.

2. DOS FUNDAMENTOS

A defesa fundamenta em suas razões recursais a ausência de provas


capazes de pronunciar o réu, bem como alega ser descabida a qualificadora do
recurso que dificultou a defesa da vítima.

0036594-49.2013.8.12.0001 e o código 1467D3C.


Aduz que, não há nos autos indícios suficientes que demonstrem
que o acusado tentou contra a vida da vítima de forma livre e consciente, bem como
alega que nenhuma das testemunhas ouvidas nos autos trouxeram provas que o
incriminasse, visto que não presenciaram os fatos e apenas escutaram o barulho de
disparo de arma de fogo.

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Por fim, alega que o réu não agiu por meio de traição ou
emboscada, pois ele e a vítima se encontraram no local dos fatos e acabaram por se
agredir mutuamente.

Entretanto, não assiste razão ao Recorrente.

Primeiramente, cumpre ressalvar que em momento nenhum,


durante a persecução penal, foi aventada a tese de que o réu tivesse agido de
forma a dificultar a defesa da vítima, tampouco por meio de emboscada ou
traição, conforme explanado pela defesa em Recurso em Sentido Estrito,
demonstrando que suas alegações são descabidas e desconexas de todo o
fato probatório dos autos, querendo induzir o juízo a erro, devendo portanto
ser afastada qualquer alegação intentada pela defesa neste sentido.

Em outra de suas teses descabidas, a defesa alegou que a decisão de


pronúncia foi manifestamente contrária à prova dos autos, desprezando a função de
fiscal da lei exercida pelo Ministério Público e maculando a atuação perseverante e
abalizada do douto magistrado a quo, que não apenas acompanhou o trâmite
processual, como, de forma fundamentada e abalizada nas provas dos autos,
pronunciou o réu.

Há prova valorada, legítima e apta a fundamentar a decisão 0036594-49.2013.8.12.0001 e o código 1467D3C.

prolatada pelo juízo a quo, que pronunciou o recorrente pelo crime de homicídio
tentado.

Isto porque, não prospera a alegação de que a decisão de pronúncia

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teria sido manifestamente contrária às provas dos autos, haja vista a presença de
elementos mínimos que constatam o indício de autoria e a materialidade do
crime em tela.

Nesse sentido, impende destacar o artigo 413 do CPP, que explana


quanto à decisão do juiz no procedimento do Tribunal do Júri, dispondo:
“Art.413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se
convencido da materialidade do fato e da existência de indícios
suficientes de autoria ou de participação.” (grifo nosso).

Em análise ao artigo supracitado, vislumbra-se que a decisão de


pronúncia deve ser fundamentada em indícios suficientes de autoria e indicação
de materialidade, por meio de provas produzidas pelo crivo do contraditório,
sempre que o juiz estiver convencido.

Ademais, em sede de pronúncia, na qual vigora o princípio do 'in


dubio pro societate', pairando qualquer dúvida quanto à materialidade ou autoria
do fato criminoso, deve o acusado ser levado a julgamento pelo Tribunal do Júri.

Neste sentido, são os entendimentos:


AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. PRONÚNCIA POR HOMICÍDIO TENTADO.
RECONHECIMENTO DE LEGÍTIMA DEFESA. AUSÊNCIA DE
PROVA INCONTESTÁVEL. IN DUBIO PRO SOCIETATE.
ACÓRDÃO RECORRIDO EMBASADO EM PREMISSAS 0036594-49.2013.8.12.0001 e o código 1467D3C.
FÁTICAS. REVISÃO. SÚMULA 07/STJ. I - A pronúncia é decisão
interlocutória mista, que julga admissível a acusação, remetendo o
caso à apreciação do Tribunal do Júri. Encerra, portanto, simples
juízo de admissibilidade da acusação, não se exigindo a certeza da
autoria do crime, mas apenas a existência de indícios suficientes e
prova da materialidade, imperando, nessa fase final da formação
da culpa, o brocardo in dubio prosocietate. II - Afastar a conclusão

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das instâncias de origem, quanto a não estar efetivamente demonstrada a
excludente de ilicitude, implica o reexame do conjunto fático-probatório
dos autos, o que é inadmissível na via do Recurso Especial, a teor da
Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça. III - Agravo Regimental
improvido.
(STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL AgRg no AREsp 405488 SC 2013/0328926-0 (STJ)
Data de publicação: 12/05/2014)

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - SENTENÇA DE


PRONÚNCIA - HOMICÍDIO QUALIFICADO, NA FORMA
TENTADA - PRETENDIDA A IMPRONÚNCIA - INDÍCIOS
SUFICIENTES DE AUTORIA E PROVA DA MA TERIALIDADE -
Demonstrada a materialidade e havendo indícios de autoria,
compete ao Juiz pronunciar o réu, submetendo-o ao julgamento pelo
juiz natural: o Tribunal do Júri, uma vez que na fase
de pronúncia vigora o principio do 'in dúbio prosocietate', cabendo
ao Júri analisá-la. Recurso improvido.
(TJ-SP - Recurso em Sentido Estrito RSE 30013006720058260099 SP
3001300-67.2005.8.26.0099 (TJ-SP) - Data de publicação: 05/02/2013)

No caso em tela, o magistrado a quo fundamentou sua decisão nos


depoimentos prestados em juízo pelas testemunhas e pela vítima, bem como nos
Laudos de Exame de Corpo de Delito às f. 71-72, de Exame Químico (f. 74-78 e
115-119) e de Exame Físico-Descritivo e de Pesquisa de Sangue Humano (f. 80-84 e
120-124), não havendo que se falar que não existem provas nos autos capazes de
demonstrar indícios de autoria e materialidade que possam incriminar o recorrente,
conforme quer se fazer crer a defesa.

0036594-49.2013.8.12.0001 e o código 1467D3C.


E ainda, apesar de o recorrente tentar distorcer em seu favor o
modo como se deram os fatos, vejamos os depoimentos prestados em juízo e que
atestam os indícios de autoria:
MP: Sobre esse dia dos tiros que o Márcio levou, o que que o senhor
sabe?
Testemunha: Ele tinha quebrado a Gameleira naquele dia, a colônia né,
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aí nós
tava conversando com ele pra ele voltar, aí ele falou vou lá ver minhas
filhas, nós vamos voltar, aí o senhor me leva lá. Aí eu escutei os tiros, o
rapaz atendeu ele atirando, aí pegou um de raspão na cabeça e pegou no
portão da Graciela, só isso que eu sei. Aí eu peguei ele caído assim no
chão.
[...]
MP: Cerca de dois minutos após Márcio ter saído de casa o senhor
ouviu os quatro tiros?
Testemunha: Foi.
MP: E se dirigiu até o local, que avistou Thiago deixando o local na
motocicleta de Cecília e que encontrou o seu filho Marcio caído no chão
próximo ao trilho, já na esquina.
Testemunha: Foi, foi verdade
MP: Foi exatamente isso que aconteceu?
Testemunha: Aham, foi.
(Depoimento da testemunha Domingos Ferreira dos Santos em
juízo
f. 188)

Nesse sentido é o depoimento da vítima:


Juiz: Você tem certeza que foi ele que atirou né?
Vítima: Claro que foi, o cara tava em cima de mim.
Juiz: Eu pergunto porque quando ele prestou depoimento ele disse que
na verdade ele não atirou contra você, ele deu uma cadeirada na sua
cabeça.
Vítima: Lógico que foi, a minha ex mulher tava nas costas dele, eu vi a
cara dela no ombro dele.
Juiz: Você chegou a ser agredido com a cadeirada ou não?
Vítima: Não, negócio só foi a arma só. Ele atirou em cima de mim e
acabou
história.
Juiz: Você tem certeza que ele atirou na sua direção né? Não atirou pra
cima?
Vítima: Foi, eu vi o cano do revolver, não consegui nem correr rapaz,
paralizado, não sabia se eu corria... 0036594-49.2013.8.12.0001 e o código 1467D3C.
Juiz: Um projétil pegou de raspão na sua cabeça?
Vítima: Foi.
Juiz: Foi isso?
Vítima: Isso.
Juiz: Tá, e quantos disparos ele deu mais?
Vítima: Acho que foi uns três, que eu corri ele deu mais uns dois ainda,
pegou lá no portão de uma outra vizinha.

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(Depoimento da vítima Márcio Ferreira dos Santos em juízo f.
188).

Desta forma, resta evidente que o recorrente agiu impelido do


animus necandi em sua conduta, tendo desferido tiros contra a vítima, atingindo-lhe
na cabeça e empreendendo fuga em seguida.

Ademais, tal versão é sustentada pelo Laudo Pericial de Exame


Químico no boné da vítima (f. 74-78), o qual constatou haver vestígio compatível
com fragmento de chumbo, evidência esta similar àquelas observadas em amostras
obtidas quando de disparo de arma de fogo, bem como pela fotografia do portão de
Graciela Amarilla, o qual tem uma perfuração, pois também foi atingido por um dos
disparos de arma de fogo efetuados pelo recorrente, às f. 40.

Cabe salientar que, ainda que a defesa tenha alegado que os


depoimentos de Anna Maria e Graciela Amarilla não trouxeram nenhuma prova que
incriminasse o réu, por não terem presenciado os fatos, afirmam que escutaram
barulho de disparo de arma de fogo, tendo, inclusive, um deles perfurado o portão
de Graciela, conforme já mencionado.

Assim, verifica-se que as razões apresentadas pelo recorrente são


falaciosas quando afirma que não há qualquer elemento mínimo nos autos que

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sejam capazes de culminar em sua pronúncia.

Por fim, constata-se que estão presentes nos autos indícios


suficientes de autoria e prova da materialidade, os quais recaem sobre a pessoa do
recorrente, tornado-se imperiosa sua pronúncia.

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3. DO PREQUESTIONAMENTO

Desde já, esta representante do Ministério Público Estadual há por


bem pré-questionar, para efeito de eventual interposição de Recurso Especial e/ou
Extraordinário, pela Egrégia Procuradoria Geral de Justiça, com base no artigo 5º,
inciso LV e art. 93, inciso IX, ambos da Constituição Federal, pois não houve
ofensa aos referidos artigos ao sentenciar esse processo.

Ainda, pertinente pré-questionar, o artigo 5º, inciso XXXVIII,


alínea c, da Constituição Federal, que diz:
“XXXVIII- É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a
lei, assegurados:

c) a soberania dos veredictos.”

Assim, vê-se que a decisão do magistrado deve ser mantida, pois se


encontra de acordo com o ordenamento jurídico.

4. DO PEDIDO

Ante ao exposto e por tudo mais que dos autos consta, espera o
Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, seja conhecido, mas
IMPROVIDO O RECURSO INTERPOSTO PELA DEFESA, mantendo-se a 0036594-49.2013.8.12.0001 e o código 1467D3C.

r. decisão de pronúncia em seus termos, pois mostrou-se de acordo com os ditames


legais e ensinamentos principiológicos do Direito.

Nestes termos, espera deferimento.

Avenida Ricardo Brandão, nº 232, Itanhangá Park, CEP 79003-027,


Campo Grande/MS, fone (67)3317-4026
Promotor(a) de Justiça
Livia Carla Guadanhim Bariani

Campo Grande/MS, fone (67)3317-4026


Campo Grande-MS, 17 de dezembro de 2015.
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