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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUCAS JUNIOR SILVA DOS SANTOS e protocoladora tjms 1, protocolado em 18/03/2022 às 16:53 , sob o número WTJM22018240234.
OAB/SP 453-747
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Habeas Corpus Criminal nº 1402735-45.2022.8.12.0000
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
DOS FATOS
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OAB/SP 453-747
jurisdicionado, por esta razão, e, preocupado com a legitimação dos atos estatais e firme
no propósito de apagar práticas autoritárias e arbitrárias de um passado recente, o
legislador constituinte originário atribuiu especial relevo ao dever de fundamentação dos
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atos do Estado.
Esta Câmara, com a devida vênia, parece ter confundido o caso em voga com
outro, ou, simplesmente, ter usado fundamentação genérica para indeferir o pedido de
ordem de habeas corpus, pois usou FATOS INEXISTENTES nos autos para embasar a
decisão denegatória, afirmando de modo GROSSEIRAMENTE FALSO que havia
flagrante no caso dos autos, pois o Embargante foi flagrando com uma porção de
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OAB/SP 453-747
maconha antes da entrada dos policiais no imovel que o Embargante possuía a posse
direta, in verbis:
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“É exatamente a situação sob análise, na medida em que o paciente, ao ser flagrado
transportando pequena quantidade de maconha, admitiu que mantinha mais
entorpecentes em uma residência desocupada, local onde a equipe policial
encontrou18,089 kg (dezoito quilogramas e oitenta e nove gramas) da mesma
substância. Em assim sendo, considerando que o paciente encontrava-se em estado
de flagrância por crime permanente, bem como informou a localização de mais
entorpecente em uma residência desocupada, não há que se falar em invasão de
domicílio, isso sem contar a justa causa para que os policiais ingressassem no local...”
Tais fatos não constam na denúncia, não constam no bojo do inquérito policial
e não foi dito e/ou confirmado por nenhuma das testemunhas durante a instrução
processual, devendo, por medida de justiça, o Relator e os demais membros desta colenda
Câmara apontarem de forma clara de onde extraíram tais informações, pois
diferentemente do que atesta esta Câmara Criminal, os policiais alegaram ter recebido
noticia crime anônima de que o Paciente estaria com drogas dentro do imóvel, e não que
o flagraram com pequena quantidade de maconha e após ingressaram no imóvel e
encontraram as porções maiores.
Não pode, sob qualquer pretexto, o Estado INVENTAR FATOS para manter
um cidadão preso, pois tal conduta pode ser até interpretada como criminosa, se
assemelhando a discrição típica do art. 138 do Código Penal, visto que há, claramente,
imputação falsa de fato definido como crime – posse de substância entorpecente.
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OAB/SP 453-747
DO PEDIDO
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presente Embargos de Declaração e reconhecer as omissões e contradições, consistente das
matérias acima arguidas, da r. decisão recorrida de fls.0185/192, impondo-se que seja a
mesma declarada/integrada por V. Exa., para o fim de que se esclareça de onde extraiu
tais informações, e, na ausência de impossibilidade de apontar, sejam as mesmas extirpadas
do acordão.
Nestes termos,
Pede deferimento.
TERMO DE DISTRIBUIÇÃO
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DADOS DO PROCESSO – TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Número 1402735-45.2022.8.12.0000/50000
Classe Embargos de Declaração Criminal
Órgão Julgador 2ª Câmara Criminal
Relator(a) Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por liberado nos autosra tjms 1, liberado nos autos em 21/03/2022 às 12:45 .
Assunto(s) Extravagante|3607-Crimes de Tráfico Ilícito e Uso Indevido de
Drogas|3608-Tráfico de Drogas e Condutas Afins
PARTES
Embargante : Valtercides Fernando da Silva.
Advogado : Lucas Júnior Silva dos Santos (OAB: 453747/SP).
Embargado : Ministério Público Estadual.
Proc. Just : Silasneiton Gonçalves (OAB: 48397/MP).
OBSERVAÇÕES
Observação do Processo Não informado
RealizadaDistribuição do processo por Vinculaçãoao Magistrado em 21/03/2022
.
JULGAMENTO VIRTUAL
Processo incluso automaticamente em pauta de Julgamento Virtual. Ficam as partes intimadas a
manifestarem em caso de OPOSIÇÃO a esta forma de julgamento nos termos do art. 1º do Provimento-
CSM n. 411/2018.
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TERMO DE CONCLUSÃO
Autos nº 1402735-45.2022.8.12.0000/50000
Embargos de Declaração Criminal
Relator: Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques
Embargante : Valtercides Fernando da Silva.
Advogado : Lucas Júnior Silva dos Santos (OAB: 453747/SP).
Embargado : Ministério Público Estadual.
Proc. Just : Silasneiton Gonçalves (OAB: 48397/MP).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por liberado nos autosra tjms 1, liberado nos autos em 21/03/2022 às 12:45 .
Em 21 de março de 2022 os autos foram encaminhados conclusos ao(à)
RELATOR(A).
fls. 7
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CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por liberado nos autosra tjms 1, liberado nos autos em 22/03/2022 às 01:09 .
CERTIFICO, para os devidos fins, que o ato abaixo foi publicado no
Diário de Justiça nº 4916, datado de 22/03/2022.
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Embargos de Declaração Criminal n.º 1402735-45.2022.8.12.0000/50000
Embargante: Valtercides Fernando da Silva
Embargado: Ministério Público Estadual
Vistos.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ GONZAGA MENDES MARQUES, liberado nos autos em 22/03/2022 às 09:57 .
Considerando a oposição de embargos de declaração pela Defesa,
encaminhem-se autos com vista à Procuradoria-Geral de Justiça para manifestação.
TERMO DE VISTA
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Autos nº 1402735-45.2022.8.12.0000/50000
Embargos de Declaração Criminal
Embargante : Valtercides Fernando da Silva.
Advogado : Lucas Júnior Silva dos Santos (OAB: 453747/SP).
Embargado : Ministério Público Estadual.
Proc. Just : Silasneiton Gonçalves (OAB: 48397/MP).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por liberado nos autosra tjms 1, liberado nos autos em 22/03/2022 às 13:03 .
disponíveis nas filas digitais da Procuradoria-Geral de Justiça para
manifestação. Para constar eu, Fabia Bruno Ely, Analista Judiciário, lavrei e
subscrevi a presente em 22 de março de 2022.
fls. 10
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CERTIDÃO
Autos nº 1402735-45.2022.8.12.0000/50000
Ação: Embargos de Declaração Criminal
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por liberado nos autosra tjms 1, liberado nos autos em 22/03/2022 às 15:00 .
Teor do ato: Certifico que, nesta data, os autos supramencionados estão
disponíveis nas filas digitais da Procuradoria-Geral de Justiça para manifestação. Para
constar eu, Fabia Bruno Ely, Analista Judiciário, lavrei e subscrevi a presente em 22 de
março de 2022.
MS
PODER JUDICIÁRIO
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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MINISTERIO PUBLICO ESTADUAL e liberado nos autosra tjms 1, liberado nos autos em 22/03/2022 às 17:31 .
CIÊNCIA DA INTIMAÇÃO
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CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por liberado nos autosra tjms 1, liberado nos autos em 23/03/2022 às 01:58 .
CERTIFICO, para os devidos fins, que o ato abaixo foi publicado no
Diário de Justiça nº 4917, datado de 23/03/2022.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por SILASNEITON GONCALVES e protocoladora tjms 1, protocolado em 23/03/2022 às 16:22 , sob o número WTJM22022180607.
Processo MP nº 08.2022.00042599-4
Órgão Julgador 2ª Câmara Criminal
Relator: Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques
Embargante: Valtercides Fernando da Silva
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Embargado: Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul
DO RESUMO DO PROCESSO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por SILASNEITON GONCALVES e protocoladora tjms 1, protocolado em 23/03/2022 às 16:22 , sob o número WTJM22022180607.
função de: a) ser nulo o auto de prisão em flagrante em razão da ilegal violação de
domicílio realizada pelos policiais, b) possuir condições pessoais favoráveis, tais
como, primariedade, bons antecedentes, ocupação lícita e residência fixa, c) estar
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ausente os fundamentos que autorizam a prisão cautelar, os quais estão narrados no
artigo 312 do Código de Processo Penal, d) ser cabível a aplicação de medidas
cautelares diversas da prisão, as quais estão dispostas no artigo 319 do Código de
Processo Penal, e e) ser pertinente se atentar à Recomendação nº 62/2020 do
Conselho Nacional de Justiça, sobre a adoção de medidas preventivas à propagação
da infecção pelo Coronavírus.
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corpus e, nesta extensão, denegaram a ordem.
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Declaração, com o objetivo de sanar eventual omissão e contradição, para o fim de
que seja revisto o acórdão ora julgado.
ADMISSIBILIDADE
MÉRITO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por SILASNEITON GONCALVES e protocoladora tjms 1, protocolado em 23/03/2022 às 16:22 , sob o número WTJM22022180607.
Verifica-se que a defesa embasa sua tese na inexistência dos fatos
como narrados na denúncia.
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Contudo, não há se falar em omissão, uma vez que os pontos
debatidos nos presentes Embargos de Declaração já foram esclarecidos no r.
Acórdão combatido, in verbis (fls. 185-192 dos autos nº
1402735-45.2022.8.12.0000):
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provimento a recurso extraordinário em que se discutia, à luz do art.
5º, XI, LV e LVI, da Constituição, a legalidade das provas obtidas
mediante invasão de domicílio por autoridades policiais sem o devido
mandado de busca e apreensão. O acórdão impugnado assentara o
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caráter permanente do delito de tráfico de drogas e mantivera
condenação criminal fundada em busca domiciliar sem a
apresentação de mandado de busca e apreensão. A Corte asseverou
que o texto constitucional trata da inviolabilidade domiciliar e de suas
exceções no art. 5º, XI (“a casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”). Seriam
estabelecidas, portanto, quatro exceções à inviolabilidade: a)
flagrante delito; b) desastre; c) prestação de socorro; e d)
determinação judicial. A interpretação adotada pelo STF seria no
sentido de que, se dentro da casa estivesse ocorrendo um crime
permanente, seria viável o ingresso forçado pelas forças policiais,
independentemente de determinação judicial. Isso se daria porque,
por definição, nos crimes permanentes, haveria um interregno entre a
consumação e o exaurimento. Nesse interregno, o crime estaria em
curso. Assim, se dentro do local protegido o crime permanente
estivesse ocorrendo, o perpetrador estaria cometendo o delito.
Caracterizada a situação de flagrante, seria viável o ingresso forçado
no domicílio. Desse modo, por exemplo, no crime de tráfico de
drogas (Lei 11.343/2006, art. 33), estando a droga depositada em
uma determinada casa, o morador estaria em situação de flagrante
delito, sendo passível de prisão em flagrante. Um policial, em razão
disso, poderia ingressar na residência, sem autorização judicial, e
realizar a prisão. Entretanto, seria necessário estabelecer uma
interpretação que afirmasse a garantia da inviolabilidade da casa e,
por outro lado, protegesse os agentes da segurança pública,
oferecendo orientação mais segura sobre suas formas de atuação.
Nessa medida, a entrada forçada em domicílio, sem uma justificativa
conforme o direito, seria arbitrária. Por outro lado, não seria a
constatação de situação de flagrância, posterior ao ingresso, que
justificaria a medida. Ante o que consignado, seria necessário
fortalecer o controle “a posteriori”, exigindo dos policiais a
demonstração de que a medida fora adotada mediante justa causa,
ou seja, que haveria elementos para caracterizar a suspeita de que
uma situação a autorizar o ingresso forçado em domicílio estaria
presente. O modelo probatório, portanto, deveria ser o mesmo da
busca e apreensão domiciliar apresentação de “fundadas razões”,
na forma do art. 240, §1º, do CPP , tratando-se de exigência
modesta, compatível com a fase de obtenção de provas. Vencido o
Ministro Marco Aurélio, que provia o recurso por entender que não
estaria configurado, na espécie, o crime permanente.
RE 603616/RO, rel. Min. Gilmar Mendes, 4 e 5.11.2015.
(RE-603616) - (Sem grifo no original)
5
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(67) 3318-2000 Jardim Veraneio - 79031-907 - Campo Grande (MS)
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fls. 18
Procuradoria-Geral de Justiça
21ª Procuradoria de Justiça Criminal
Gabinete do Procurador de Justiça Silasneiton Gonçalves
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(setecentos e cinquenta e seis gramas e um decigrama) de maconha, o Embargante
Valtercides Fernando da Silva informou que mantinha mais entorpecentes em uma
residência desocupada, local onde a equipe policial encontrou mais uma
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significativa quantidade, que totalizou 18,089 kg (dezoito quilogramas e oitenta e
nove gramas) de maconha.
6
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fls. 19
Procuradoria-Geral de Justiça
21ª Procuradoria de Justiça Criminal
Gabinete do Procurador de Justiça Silasneiton Gonçalves
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MANIFESTAÇÃO DO JULGADOR SOBRE TODOS OS PONTOS
APRESENTADOS PELAS PARTES EMBARGOS REJEITADOS. I-
Não há se falar em omissão ou contradição quando a decisão
enfrentou o pedido e possui fundamentação sólida,
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particularmente no que concerne às questões mais relevantes,
pois não se pode exigir do julgador a menção expressa sobre
todos os argumentos invocados pelas partes, bastando que a
decisão seja fundamentada e suficiente para compor o litígio. II-
A pretensão consiste em rediscutir questão devidamente apreciada,
visto que manifesta clara impugnação ao julgado. Tal irresignação é
incabível por meio de embargos de declaração, pois não pode ser
utilizado como uma apelação da apelação, como pretende o
Embargante. III- Embargos rejeitados.
(TJ-MS - ED: 0006748-82.2017.8.12.0021, Relator: Juiz Lúcio R. da
Silveira, Data de Julgamento: 29/11/2020, 1ª Câmara Criminal, Data
de Publicação: 01/12/2020) - (Sem grifo no original)
CONCLUSÃO
Silasneiton Gonçalves
Procurador de Justiça
MNPS
7
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fls. 20
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TERMO DE CONCLUSÃO
Autos nº 1402735-45.2022.8.12.0000/50000
Embargos de Declaração Criminal
Relator: Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques
Embargante : Valtercides Fernando da Silva.
Advogado : Lucas Júnior Silva dos Santos (OAB: 453747/SP).
Embargado : Ministério Público Estadual.
Proc. Just : Silasneiton Gonçalves (OAB: 48397/MP).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CARLOS HENRIQUE UEHARA, liberado nos autos em 23/03/2022 às 17:48 .
Em 23 de março de 2022 os autos foram encaminhados conclusos ao(à)
RELATOR(A).
fls. 21
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Autos n.º 1402735-45.2022.8.12.0001/50000 – Aparecida do Taboado
Embargos de Declaração em Habeas Corpus
Embargante: Valtercides Fernando da Silva
Embargado: Ministério Público Estadual
RELATÓRIO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ GONZAGA MENDES MARQUES, liberado nos autos em 24/03/2022 às 11:58 .
Valtercides Fernando da Silva, qualificado nos autos, opõe embargos de
declaração ao acórdão proferido por este Colegiado, em julgamento que denegou a ordem de
habeas corpus impetrado em seu favor, sob alegação de omissão e contradição no julgado.
Sustenta que o acórdão impugnado violou o dever de motivação das
decisões judiciais, em desrespeito ao art. 93, IX, da Constituição Federal, e ao art. 489, § 1º,
III, do Código de Processo Civil.
Expõe que este Colegiado “parece ter confundido o caso em voga com outro,
ou, simplesmente, ter usado fundamentação genérica para indeferir o pedido de ordem de habeas
corpus, pois usou FATOS INEXISTENTES nos autos para embasar a decisão denegatória, afirmando
de modo GROSSEIRAMENTE FALSO que havia flagrante no caso dos autos, pois o Embargante foi
flagrando com uma porção de maconha antes da entrada dos policiais no imóvel que o Embargante
possuía a posse direta”.
Pugna, ao final, pelo acolhimento dos embargos, a fim de “reconhecer as
omissões e contradições, consistente das matérias acima arguidas, da r. decisão recorrida de
fls.0185/192, impondo-se que seja a mesma declarada/integrada por V. Exa., para o fim de que se
esclareça de onde extraiu tais informações, e, na ausência de impossibilidade de apontar, sejam as
mesmas extirpadas do acordão”.
Parecer pela rejeição, fls. 13-19.
É o relatório.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUCAS JUNIOR SILVA DOS SANTOS e protocoladora tjms 1, protocolado em 24/03/2022 às 13:45 , sob o número WTJM22018259709.
OAB/SP 453-747
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 489C85B.
Embargos nº 1402735-45.2022.8.12.0000
Nestes termos,
Pede deferimento.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 48A5ACB.
MALOTE DIGITAL
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por Nayara Elena Lopes Neves, liberado nos autos em 25/03/2022 às 15:20 .
Tipo de documento: Informações Processuais
Código de rastreabilidade: 30020221666809
Nome original: TJEMGS_MS_HC 730614_OFIC_23969.PDF
Data: 25/03/2022 13:08:26
Remetente:
THIAGO LELIS ROBALINHO
Gabinete do Juiz Auxiliar da Vice-Presidência I
TJMS
Prioridade: Normal.
Motivo de envio: Para conhecimento.
Assunto: Informações Processuais
fls. 24
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Ofício n. 023969/2022-CPPE
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por Nayara Elena Lopes Neves, liberado nos autos em 25/03/2022 às 15:20 .
14027354520228120000, 13649020218120024, 082021001794109,
N. ORIGEM :
82021001794109
IMPETRANTE : VALTERCIDES FERNANDO DA SILVA
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
Documento eletrônico juntado ao processo em 24/03/2022 às 19:30:53 pelo usuário: MARIA DAS GRAÇAS LIMA BATISTA
Senhor Presidente,
Esclareço a Vossa Excelência que as peças do processo poderão ser obtidas por
meio do link (chave de acesso) constante do rodapé deste documento e as informações
requisitadas deverão ser prestadas por meio do mesmo link .
Respeitosamente,
www.stj.jus.br
SAFS - Quadra 06 - Lt. 01 - Trecho III - CEP: 70095-900, Brasília - DF
PABX: (061) 3319-8000
Documento eletrônico VDA31881313 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): SISTEMA JUSTIÇA - SERVIÇOS AUTOMÁTICOS Assinado em: 24/03/2022 19:23:07
Código de Controle do Documento: dd83c7be-dd49-4fd8-9ee9-6403dd2e2ad9
Chave de Acesso: https://cpe.web.stj.jus.br/#/chave?k=DB2C0E74ED9BD0BA9B00, válida até 23/05/2022 às 19:23:07
fls. 25
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 48A5ACB.
RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA
IMPETRANTE : VALTERCIDES FERNANDO DA SILVA
ADVOGADO : LUCAS JÚNIOR SILVA DOS SANTOS - SP453747
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO
SUL
PACIENTE : VALTERCIDES FERNANDO DA SILVA (PRESO)
INTERES. : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO
SUL
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por Nayara Elena Lopes Neves, liberado nos autos em 25/03/2022 às 15:20 .
DECISÃO
Documento eletrônico juntado ao processo em 24/03/2022 às 19:10:32 pelo usuário: SISTEMA JUSTIÇA - SERVIÇOS AUTOMÁTICOS
Documento eletrônico VDA31879606 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): REYNALDO SOARES DA FONSECA Assinado em: 24/03/2022 18:52:45
Código de Controle do Documento: e9411506-18c6-4b8c-a81f-bf699665fc2d
fls. 26
No presente writ, renovando os argumentos do habeas corpus originário,
sustenta a defesa a ocorrência de ilegalidade da prisão em flagrante em razão da violação
de domicílio que ocorreu sem mandado judicial, tampouco sem o consentimento do
morador.
Alega que a Corte de origem para justificar as fundadas razões para a invasão
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 48A5ACB.
domiciliar utilizou de fato inexistente (grosseiramente falso), ou seja, o paciente teria sido
flagrado com uma porção de maconha antes da entrada dos policiais no imóvel.
Alega que tal fato não consta da denúncia, do inquérito policial, tampouco foi
confirmada por testemunhas durante a instrução.
Aponta, ainda, a desnecessidade da manutenção da prisão cautelar do paciente.
Requer, liminarmente e no mérito, seja declarada a nulidade das provas
obtidas por meio ilícito ou que possa o paciente responder o feito em liberdade.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por Nayara Elena Lopes Neves, liberado nos autos em 25/03/2022 às 15:20 .
É o relatório. Decido.
Documento eletrônico juntado ao processo em 24/03/2022 às 19:10:32 pelo usuário: SISTEMA JUSTIÇA - SERVIÇOS AUTOMÁTICOS
Intimem-se.
Documento eletrônico VDA31879606 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): REYNALDO SOARES DA FONSECA Assinado em: 24/03/2022 18:52:45
Código de Controle do Documento: e9411506-18c6-4b8c-a81f-bf699665fc2d
Documento eletrônico juntado ao processo em 24/03/2022 às 19:10:32 pelo usuário: SISTEMA JUSTIÇA - SERVIÇOS AUTOMÁTICOS
Documento eletrônico VDA31879606 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
fls. 27
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por Nayara Elena Lopes Neves, liberado nos autos em 25/03/2022 às 15:20 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 48A5ACB.
fls. 28
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 48DE5ED.
29 de março de 2022
2ª Câmara Criminal
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ GONZAGA MENDES MARQUES, liberado nos autos em 30/03/2022 às 14:22 .
Embargado : Ministério Público Estadual.
Proc. Just : Silasneiton Gonçalves (OAB: 48397/MP).
ACÓRDÃO
fls. 29
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 48DE5ED.
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os juízes da 2ª
Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, na conformidade da ata de julgamentos, Por
unanimidade, acolheram os embargos, nos termos do voto do Relator.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ GONZAGA MENDES MARQUES, liberado nos autos em 30/03/2022 às 14:22 .
Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques - Relator
fls. 30
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 48DE5ED.
R E L A T Ó R I O
O Sr. Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques.
Valtercides Fernando da Silva, qualificado nos autos, opõe
embargos de declaração ao acórdão proferido por este Colegiado, em julgamento que
denegou a ordem de habeas corpus impetrado em seu favor, sob alegação de omissão e
contradição no julgado.
Sustenta que o acórdão impugnado violou o dever de motivação das
decisões judiciais, em desrespeito ao art. 93, IX, da Constituição Federal, e ao art. 489,
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ GONZAGA MENDES MARQUES, liberado nos autos em 30/03/2022 às 14:22 .
§ 1º, III, do Código de Processo Civil.
Expõe que este Colegiado “parece ter confundido o caso em voga
com outro, ou, simplesmente, ter usado fundamentação genérica para indeferir o
pedido de ordem de habeas corpus, pois usou FATOS INEXISTENTES nos autos para
embasar a decisão denegatória, afirmando de modo GROSSEIRAMENTE FALSO que
havia flagrante no caso dos autos, pois o Embargante foi flagrando com uma porção de
maconha antes da entrada dos policiais no imóvel que o Embargante possuía a posse
direta”.
Pugna, ao final, pelo acolhimento dos embargos, a fim de
“reconhecer as omissões e contradições, consistente das matérias acima arguidas, da r.
decisão recorrida de fls.0185/192, impondo-se que seja a mesma declarada/integrada
por V. Exa., para o fim de que se esclareça de onde extraiu tais informações, e, na
ausência de impossibilidade de apontar, sejam as mesmas extirpadas do acordão”.
Parecer pela rejeição, fls. 13-19.
É o relatório.
V O T O
O Sr. Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques. (Relator)
Valtercides Fernando da Silva, qualificado nos autos, opõe embargos
de declaração ao Acórdão proferido por este Colegiado, em julgamento que denegou a
ordem de habeas corpus impetrado em seu favor, sob alegação de omissão e contradição
no julgado.
Sustenta que o acórdão impugnado violou o dever de motivação das
decisões judiciais, em desrespeito ao art. 93, IX, da Constituição Federal, e ao art. 489,
§ 1º, III, do Código de Processo Civil.
Expõe que este Colegiado “parece ter confundido o caso em voga
com outro, ou, simplesmente, ter usado fundamentação genérica para indeferir o
pedido de ordem de habeas corpus, pois usou FATOS INEXISTENTES nos autos para
embasar a decisão denegatória, afirmando de modo GROSSEIRAMENTE FALSO que
havia flagrante no caso dos autos, pois o Embargante foi flagrando com uma porção de
maconha antes da entrada dos policiais no imóvel que o Embargante possuía a posse
direta”.
Pugna, ao final, pelo acolhimento dos embargos, a fim de
“reconhecer as omissões e contradições, consistente das matérias acima arguidas, da r.
decisão recorrida de fls.0185/192, impondo-se que seja a mesma declarada/integrada
por V. Exa., para o fim de que se esclareça de onde extraiu tais informações, e, na
fls. 31
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 48DE5ED.
ausência de impossibilidade de apontar, sejam as mesmas extirpadas do acordão”.
Pois bem. Dispõem os arts. 619 e 620 do Código de Processo Penal
que são cabíveis embargos declaração para corrigir eventuais vícios de ambiguidade,
obscuridade, contradição ou omissão na decisão embargada.
Segundo Guilherme de Souza Nucci (Manual de Processo Penal e
Execução Penal, 12ª edição, 2015, p. 846) “b) obscuridade (estado daquilo que é difícil
de entender, gerando confusão e ininteligência, no receptor da mensagem); c)
contradição (trata-se de uma incoerência entre uma afirmação anterior e outra
posterior, referentes ao mesmo tema e no mesmo contexto, gerando a impossibilidade
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ GONZAGA MENDES MARQUES, liberado nos autos em 30/03/2022 às 14:22 .
de compreensão do julgado); d) omissão (é a lacuna ou o esquecimento, isto é, o juiz ou
tribunal esquece-se de abordar algum tema levantado pela parte nas alegações finais
ou no recurso)”.
E continua referido doutrinador: “Outro ponto importante é que os
embargos de declaração não se prestam à reavaliação de provas e dos fatos. Trata-se
de recurso exclusivo para situações excepcionais, quando há ambiguidade,
obscuridade, contradição ou omissão. O inconformismo da parte que perdeu deve ser
deduzido no recurso apropriado (apelação, recurso especial ou extraordinário e até
mesmo por habeas corpus)”.
Na situação vertente, pelos argumentos deduzidos pelo embargante,
à luz dos fundamentos lançados no Acórdão impugnado (fls. 185-192 dos autos
principais), percebe-se que inexiste omissão na decisão; por outro lado, presente a
contradição apontada, que será afastada.
Antes, porém, necessário esclarecer que a contradição existente e seu
afastamento através deste pronunciamento, que passa a integrar o Acórdão embargado,
em nada altera o conteúdo da decisão anteriormente proferida pelo Colegiado, e,
portanto, não muda a situação jurídica do paciente, de réu preso.
Outrossim, importante consignar que o vício apontado, em absoluto,
significou violação ao princípio constitucional do dever de motivação das decisões
judiciais ou fez com que o Acórdão apresentasse fundamentação genérica, que se
prestaria a justificar qualquer outra decisão.
Veja que no seu aspecto substancial, o Acórdão foi claro e
apresentou fundamentação adequada e pertinente, na esteira do devido processo legal,
para negar concessão ao pedido constitucional, reconhecendo a inexistência de
ilegalidade na prisão em flagrante do paciente, de acordo com a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal em relação ao tema.
A causa de pedir apresentada pela Defesa na impetração consistiu em
dois fundamentos básicos: i) substituição da prisão preventiva por medidas cautelares
não prisionais, por ausência dos requisitos legais ou em razão da pandemia de Covid-19,
e ii) ilegalidade da prisão em flagrante em razão da violação de domicílio pelos
policiais, com pretensão de relaxamento da prisão e reconhecimento da ilicitude das
provas decorrentes.
A ação constitucional foi conhecida apenas em parte, visto que o
pleito de revogação da prisão preventiva consubstanciava mera reiteração de pedido
(HC 1419611-12.2021.8.12.0000) e, na parte conhecida, ilegalidade do flagrante, a
ordem foi denegada.
E foi denegada, pelo reconhecimento da legalidade da ação policial
que resultou na prisão em flagrante do embargante e apreensão da droga, nos termos do
art. 5º, XI, do Texto Constitucional de 1988, e firme no entendimento consagrado e
fls. 32
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 48DE5ED.
pacificado da Suprema Corte no RE 603.616/RO – Tema 280, em que restou fixada a
seguinte tese de julgamento: “A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só
é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões,
devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação
de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou
da autoridade, e de nulidade dos atos praticados”.
Dito isso, deve ser sanado o vício de contradição apontado pelo
embargante, não porque este julgador/Colegiado/Tribunal utilizou “fundamentação
genérica”, ou porque afirmou fato “grosseiramente falso”, ou porque “inventou fatos”,
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ GONZAGA MENDES MARQUES, liberado nos autos em 30/03/2022 às 14:22 .
termos inadequados que foram usados na narrativa deste recurso, mas sim pela simples
ocorrência de um equívoco passível de ocorrer em toda atividade humana, o qual, repito,
em nada contaminou ou infirmou o conteúdo do Acórdão embargado.
Neste ponto, importante esclarecer ao d. impetrante no sentido de
que o equívoco ora reconhecido (contradição), que não se trata de “invenção de fatos”,
não foi o motivo determinante para manter o embargante preso, sendo reconhecido no
Acórdão a legalidade do flagrante e da prisão preventiva subsequente.
Nesse contexto, essa contradição não pode ser interpretada como
“criminosa”, na forma do art. 138 do Código Penal, especialmente porque a hipotética
posse de substância entorpecente pelo embargante não consubstancia imputação falsa de
fato definido como crime, sendo justamente esta conduta que justificou sua prisão e, na
sequência, a propositura de ação penal na origem, na qual figura como réu por infração
ao art. 33 da Lei n.º 11.343/2006.
Retomando o ponto específico da insurgência deste recurso, tem
razão a Defesa ao apontar que a afirmação feita no segundo parágrafo da fl. 190 dos
autos principais, não corresponde à realidade dos fatos apurados em relação à conduta
imputada ao acusado, equívoco certamente em razão muitos casos com atuação
semelhante de réus, logo, deve ser extirpada do Acórdão, pois não há que se falar que o
paciente foi flagrado com pequena quantidade de maconha, admitindo que mantinha
mais entorpecentes em uma residência desabitada.
O que se tem, como se extrai do reexame dos autos, de acordo com o
auto de prisão em flagrante (procedimento n.º 0001277-37.2021.8.12.0024), fl. 3, é que:
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 48DE5ED.
higiene e limpeza, e durante as buscas que se seguiram, foi localizada
uma mala, cor vermelha, em um banheiro, sendo que a mala continha 24
volumes de uma substância vegetal esverdeada, prensada em formato
retangular e envolta em fita adesiva, com odor e características
semelhantes a maconha, razão pela qual Valtercides Fernando da Silva
foi detido (...)”
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ GONZAGA MENDES MARQUES, liberado nos autos em 30/03/2022 às 14:22 .
afirmação equivocadamente feita naquela ocasião relacionava-se ao filho do
embargante, de nome Valtercides Fernando de Lima Silva, ao passo que o
embargante/paciente chama-se Valtercides Fernando da Silva.
Convém registrar, apenas para ilustrar o caso, que o filho do
embargante foi definitivamente condenado por tráfico de drogas nos autos n.º
0000721-35.2021.8.12.0024.
Logo, feitos todos esses esclarecimentos, é o caso de acolher a
pretensão recursal para afastar a parte que constou do Acórdão, na forma acima, que
pode ser entendida como contradição apontada, sem, no entanto, alteração no resultado
do julgamento do habeas corpus, que continua sendo de conhecimento parcial e, nesta
extensão, denegação do pedido, com base nos fundamentos já lançados no Acórdão, que
não resultaram abalados pelos argumentos contidos nos presentes embargos.
Diante do exposto, contra o parecer, acolho os embargos de
declaração opostos por Valtercides Fernando da Silva, qualificado nos autos, para
afastar a contradição apontada, retirando do Acórdão embargado o segundo parágrafo da
fl. 190, sem modificação no resultado do julgamento.
É como voto.
D E C I S Ã O
Como consta na ata, a decisão foi a seguinte:
LUD
fls. 34
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 49255E3.
CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por liberado nos autosra tjms 1, liberado nos autos em 05/04/2022 às 02:32 .
CERTIFICO, para os devidos fins, que o ato abaixo foi publicado no
Diário de Justiça nº 4926, datado de 05/04/2022.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 4927C50.
TERMO DE VISTA
Autos nº 1402735-45.2022.8.12.0000/50000
Embargos de Declaração Criminal
Embargante : Valtercides Fernando da Silva.
Advogado : Lucas Júnior Silva dos Santos (OAB: 453747/SP).
Embargado : Ministério Público Estadual.
Proc. Just : Silasneiton Gonçalves (OAB: 48397/MP).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por liberado nos autosra tjms 1, liberado nos autos em 05/04/2022 às 10:25 .
disponíveis nas filas digitais da Procuradoria-Geral de Justiça para
manifestação. Para constar eu, Adailton Baldomir Batista Júnior, Analista
Judiciário, lavrei e subscrevi a presente em 5 de abril de 2022.
fls. 36
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 49285FE.
CERTIDÃO
Autos nº 1402735-45.2022.8.12.0000/50000
Ação: Embargos de Declaração Criminal
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por liberado nos autosra tjms 1, liberado nos autos em 05/04/2022 às 12:03 .
Teor do ato: Certifico que, nesta data, os autos supramencionados estão
disponíveis nas filas digitais da Procuradoria-Geral de Justiça para manifestação. Para
constar eu, Adailton Baldomir Batista Júnior, Analista Judiciário, lavrei e subscrevi a
presente em 5 de abril de 2022.
MS
PODER JUDICIÁRIO
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 4929011.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MINISTERIO PUBLICO ESTADUAL e liberado nos autosra tjms 1, liberado nos autos em 05/04/2022 às 13:30 .
CIÊNCIA DA INTIMAÇÃO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por SILASNEITON GONCALVES e protocoladora tjms 1, protocolado em 06/04/2022 às 10:02 , sob o número WTJM22022215087.
Embargos de Declaração Criminal nº 1402735-45.2022.8.12.0000/50000
Processo MP nº 08.2022.00042599-4
Órgão Julgador 2ª Câmara Criminal
Relator: Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1402735-45.2022.8.12.0000 e código 4930E69.
Embargante: Valtercides Fernando da Silva
Embargado: Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul
Silasneiton Gonçalves
Procurador de Justiça
1
silasneiton@mpms.mp.br Rua Presidente Manuel Ferraz de Campos Salles,
214
(67) 3318-2000 Jardim Veraneio - 79031-907 - Campo Grande (MS)
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