Você está na página 1de 12

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL

Impetrante: GILVANA RODRIGUES TELES

Paciente: GILVANA RODRIGUES TELES  

Autoridade Coatora: MM Juiz de Direito da Vara da Infância Brasília -DF

N.processo;0006039-12.2017.8.07.0013

PEDIDO DE APRECIAÇÃO URGENTE (LIMINAR)]

GILVANA RODRIGUES TELES, estudante RG;3367.565 DF e CPF ; 605.293.852.87 ,domiciliada


SPLM CONJ 3 LT 7 Setor Placa das Mercedes CEP;71.732.030 Núcleo Bandeirante DF, vêm,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 5º, inciso LXVIII, da
Constituição Federal de 1988, e a Lei nº 12.318/2010 , que dispõe especificamente sobre
Alienação Parental Art. 2] e 6º ECA, na Magna Carta, especificamente nos artigos 226 e 227,
bem como no Estatuto da Criança e do Adolescente , parágrafo 1º do artigo 162 do CPC, a
aplicação do princípio da fungibilidade. impetrar ORDEM DE HABEAS CORPUS, REVOGAÇÃO DE
MEDIDAS PROTETIVAS COM PEDIDO DE LIMINAR.

HABEAS CORPUS
(com pedido de “medida liminar”)

Em favor do paciente GILVANA RODRIGUES TELES, brasileira, estudante, natural de Manaus-


AM, portador do CPF nº 605.293.852.87,endereço eletrônico;
gilvanarteles.direitoprocessus@gmail.com , residente SPLM CONJ 3 LT 3 Setor Placa das
Mercedes CEP; 71.732.030 Núcleo Bandeirante DF, contra r. decisão do MM. Juiz de Direito da
Vara DA INFANCIA E JUVENTUDE BRASILIA DF, que decretou a MEDIDA PROTETIVA , causando-
lhe constrangimento ilegal, (anexo).
SÍNTESE DOS FATOS

Demonstram os autos que a Paciente sofreu contra si ação medida cautelar penal, cujo
fito, no âmago, fora o de obterem-se medidas protetivas de urgência N. 0702317-
84.2021.8.07.0013, em benefício de Magnólia Tavares de Brito (então avó paterna da
menor M.E.H.B).
A Autoridade Coatoras, sobremodo à luz do parecer ministerial,  destacou as seguintes
medidas protetivas:
- Restrição de aproximar-se da sua filha menor M,E,H,R no espaço mínimo de 500m
e meios eletrônicos (internet telefones).
De todo modo, a decisão sob enfoque fora proferida em 24/07/2017. É dizer, passaram-
se mais de 4 (quatro) anos daquela ocasião processual.
                                      Não se mostra razoável, por isso, que as medidas perdurem ao
longo desse interregno de tempo, perdurando até hoje.
Pesa-se, mais, que aquela se encontra impossibilitada de visitar sua filha, o que, lógico,
é prejudicial a essa, igualmente.
                                      Nada obstante, ao formular-se o pleito em discussão, o
magistrado de piso o indeferiu.  

O fato se deu em questão em 24/10/2016 ,após a paciente ter seu estabelecimento


invadido por matadores de aluguel ,quadrilha ,bando e assassinaram sua filha Ana Rita
na ocasião com 21 anos que se encontrava no local, onde também se encontrava a
paciente ,mais acabara saindo segundos antes para executar serviços de serralheira ,
evitando assim de ser assassinada a mando de seu ex companheiro YURI HERMANO
TAVARES DE BRITO.
A paciente após 3 meses da perca de sua filha Ana Rita , recebeu a visita de seu ex
companheiro Yuri em Janeiro 2017 ,que lhe ligou para marcar de levar a menor
M.E.H.R, então com 10 anos de idade com alegação que a menor chorava para ver a
paciente, ocorre que YURI ,deixou a menor no carro com a Avó Paterna Magnólia
Tavares de Brito ,e foi ate a residência da paciente e jogou álcool em seu corpo e rosto e
ateado fogo na frente de seus outros filhos menores ,com os seguintes dizeres;” EU
MATEI O FELIX (esposo da paciente atual em 2008 ) MATEI A ANA (filha da
paciente de 21 anos CULPA SUA QUE NÃO QUIS VIVER COMIGO SUA
VAGABUNDA SUA CACHORRA E AGORA VOCE VAI MORRER “.
A paciente ficou internada em estado grave , e após o ocorrido recebia ameaças
constante de Yuri dizendo; “ SE VOÇE CONTAR QUE FOI EU QUE TENTEI TE
MATAR EU MATO A M.E.H.R ,FAÇO ACONTECER QUE FOI UM ACIDENTE ,E
MATO SEU FILHO FELIX (na ocasião com 7 anos que presenciou o assassinato da
irmã Ana Rita ) VOCE TEM QUE IR NO CANAL DE TELEVISAO OU GRAVAR
VIDEOS DIZENDO QUE FOI VOCE OU VOU MATA´LOS .
A paciente desesperada ,pois e viúva ,indígena ,não tem familiares residentes no
Brasil ,pertence a etnia tribo MACUXI divisa com o Brasil e Venezuela ,na serra da
raposa em Roraima RR, se sentiu sozinha e desamparada e se rendeu as ameaças de
Yuri e seus familiares ,que sempre a humilharam .
Ocorre que a paciente teve um relacionamento rápido com YURI de apenas 4 meses
,quando estava separada de seu amado esposo Felix (assassinado em 2008 e se
descobriu em 2016 que foi Yuri) ,quando YURI em uma ocasião em sua mansão tentou
molestar suas filhas de 9 e 10 anos na época dos fatos (doc anexo) e a paciente teve os
relatos e terminou o namoro, após o termino reator o relacionamento com seu ex marido
FELIX , e após descobriu que estava gravida da menor em questão M.E.H.R , procurou
Yuri e o comunicou em sua residência sobre a possibilidade de a criança ser dele ,e o
mesmo espancou a paciente quando obteve a noticia em 2006 , juntamente com seus
familiares a espancaram gestante de 4 meses ,onde a mesma somente conseguiu fugir
com ajuda da baba de suas filhas que entrou na frente a defendendo (Doc Anexo) , na
ocasião não entendeu por quer sequer virou inquérito a ocorrência.
A paciente reator o casamento com FELIX e o mesmo registrou a menor M.E.H.R (Doc
Anexo) ,quando Yuri procurou a paciente em sua residência e fez ameaças para seu
esposo de morte (Doc Anexo) ,onde mais uma vez ficou sem entender por quer nunca
virou inquérito policial , e sim um dano ao patrimônio por parte de Yuri ,onde após se
cumpriu o assassinato de seu esposo (Doc Anexo).
Como Yuri mesmo falou, que tinha conhecimentos na policia civil e que iria acabar com
a vida dela e de sua família , e o que vem fazendo desde 2006, a perseguindo e
aterrorizando constantemente ao longo dos mais de 10 anos. A paciente se submeteu aos
mais diversos tipos de estupros por parte de Yuri para ter acesso a sua filha M.E.H.R ,
foi obrigada com arma na cabeça escreve uma carta para Yuri onde abria mão de sua
filha e relatando fatos inverídicos sobre seus familiares indígenas ,com o único
proposito de ter o único elo do casal ,que seria a menor em questão M.E.H.R , não tendo
apoio familiar ,se viu obrigada a ceder todos os caprichos de Yuri ao longo dos anos
,principalmente quando teve a infelicidade de esta dentro de um carro e sofrer um
acidente no automóvel com seu namorado a época dos fatos ,que estava sendo
investigado pela policia DRE N. processo ;  onde o ex namorado de sua irmã
Yeska o então delegado Fernando Cesar Costa , juntamente com Yuri invadiu sua
residência e tomou das mãos da baba DAYANE LIMA ,a menor M.E.H.R e nunca
mais a devolveu .
A paciente se viu obrigada por ameaças espancamentos estupros a fazer um acordo onde
todos os finais de semana estaria com sua filha (Doc Anexo) , e mesmo assim era
estrupada em todas as visitas se quiser se  esta com sua filha ,quando a paciente tentava
dar um basta Yuri sumia com a criança e a deixava sem ter acesso por semanas e as
vezes meses ,não restando outra saída se não a paciente se submeter a situações de
torturas psicológicas espancamentos estupros .
Ocorre que por diversas vezes a paciente tentou acionar a justiça para reaver a filha
M.E.H.R , mais todas as vezes era ameaçada e Yuri ameaçava matar a menor M.E.H.R
e os seus demais filhos e a paciente acabava por desistir da ação judicial. (Doc Anexo).
Com o passar dos anos as filhas mais velhas da genitora foram crescendo e já não
permitiam Yuri ter mais acesso a paciente e muito menos a residência ,e com isso Yuri
começou ameaçar as adolescentes Ana Rita e Ana Cristina ,onde sempre alegava que
não tinha feito filho com as adolescentes ,mais se elas quiser sem ele daria um jeito de
colocar filhos nelas .
A jovem Ana Rita assassinada a mando de Yuri ,começou a buscar a irmã M.E.H.R em
seu carro na residência de Yuri ,nos dias de visita e Yuri ficava muito nervoso ,
xingando ameaçando a adolescente de morte ,pois queria ver a paciente e Yuri
acreditava que a adolescente era a única culpada de ele não conquistar a paciente.
A paciente Meritíssimo (a) ,vem ao longos mais de 10 anos ,sofrendo diversos crimes
cometidos por Yuri e sua família que são ricos tem posses conhecimentos e usam como
armas para tentar destruir a vida da paciente e seus filhinhos que e a coisa que mais
ama. 
Somente após ter conhecimento da prisão de Yuri a paciente foi atras de sua filha que
não tinha acesso a mais 7 meses ,e descobriu onde a menor estava estudando e foi
busca-la ,acreditando em sua inocência que poderia pegar sua filha já que Yuri era
detetor da guarda provisória e tinha sido preso pelo homicídio de sua filha Ana Rita
,quando viu sua filha M.E.H.R a criança pulou nos braços da paciente e disse no ouvido
da mãe ; “ eles vão lhe matar mamãe “ a paciente perguntou quem? E a menor
respondeu ; “ meu pai e minha avó”, a criança se agarrou na mãe e a paciente agarrou a
criança , quando seguranças e o diretor arrancaram a criança dos braços da paciente e a
expulsaram da escola para fora .
Excelência em nenhum momento outras crianças viram ,pois estava em horário de
aula ,retiraram a menor M.E.H.R da sala de aula para ir ao encontro da mãe na
diretoria ,claro que quando a menor viu a mãe e a paciente viu a filha elas se beijaram
abraçaram e não queriam se separar ,a paciente ama sua filha e acredita cegamente que
sua filha M.E.H.R a ama muito também ,mais esta sofrendo de Alienação Parental por
parte da avó paterna.
Vejamos ,após o ocorrido e a paciente ser expulsa da escola com seu filho menor Felix
com 7 anos na ocasião ,chamou a PM imediatamente que foi ate a escola procurar a
criança e o diretor e professora que eram amigos pessoais da avó paterna ,retiraram a
criança pelos fundos , a paciente solicitou que a PM levassem o diretor e a professora
para delegacia para dar explicações e fez o registro de ocorrência (Doc Anexo) ,onde o
próprio diretor relata ; “ que ele poderia sim ter machucado tanto a paciente quanto a
menor na hora de separar as duas “, jamais a paciente machucaria sua filha ,estava
preocupada com a criança M.E.H.R e foi cheia de amor para dar e receber .
Após sair da delegacia a paciente não tendo mais a quem recorrer ,procurou os braços
da justiça ,e foi ate o plantão judiciário e explicou todo o ocorrido ,onde foi solicitado a
busca da criança e ate então o Ministério Publico era totalmente favorável a guarda da
criança a paciente (Doc Anexo) ,e assim foi encaminhado o processo para Vara da
Infância e Juventude aos cuidados do Juiz Renato Rodovalho, onde o processo foi
julgado e sentenciado sem mesmo existir uma audiência para ouvir a paciente e a
veracidade dos fatos.    
Meritíssimo (a)   , a avó paterna sem qualquer tipo de empatia e amor ao próximo
permitiu que a paciente continua se as visitas de sua filha M.E.H.R , muito pelo
contrario ,sabendo se que já existia um processo em tramite ,deu entrada com seus 8
advogados particulares no Fórum de Aguas Claras DF e deu entrada em outro processo
de guarda ,onde a mesma forneceu o endereço de sua empresa como se fosse o endereço
da paciente e seus parentes informaram o oficial de justiça que a paciente havia ido
embora para local incerto e abandonou a filha menor com avó paterna. O juiz proferiu a
sentença e deu a guarda a avó paterna e somente depois com outro advogado procurou a
Vara da Infância e Juventude onde tramitava o processo inicial e com mentiras afim de
enganar esse judiciário ,levaram aos autos informações de calunia (a paciente respondeu
processo e foi absolvida ,estava no lugar e hora errada) difamação ( nunca bebeu se
drogou ) tudo para constranger ( tentavam plantar em sua mente que ela não era
ninguém ,era pobre e nunca alcançaria sua filha de volta aos seus braços ) , tentavam
fazer a paciente desistir do processo.
A paciente relata que toda queimada ,andava igual uma múmia enfaixada com curativos
ocasionados pelas queimaduras onde Yuri tentou lhe matar ,procurava falar com o
Juiz ,mais esse não a recebia ,ela sentava na recepção e presenciava com seus olhos o
advogado e a avó paterna entrarem diretamente na sala do Juiz ,isso a deixava muito
triste ,mais não se deu por vencida .

Mesmo tendo passado por diversas dificuldades a paciente sempre confiou no Judiciário
e não se deixou se contaminar que a justiça e cega ,sempre acreditou e confia ate hoje na
LEI ,pois tem conhecimento que ninguém esta acima da lei .

II – DO DIREITO

NECESSIDA DA REVOGAÇÃO DA MEDIDA PROTETIVA


Os autos mostram que inexiste fato novo, que demonstre o risco à incolumidade física
da menor M.H.E.R. Lado outro, é comezinho que as medidas protetivas de urgência,
máxime aquelas a existência de violência atual e iminente. Pois quem sofrera todo tipo
de violência foi a paciente ,conforme demostra os processos no qual sera submetido ao
tribunal do Júri o Yuri que será julgado por todos os seus crimes aos longos mais de 10
anos.
Sabendo se ainda que esta caracterizado a Alienação Parental vejamos;
Art. 19 § 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público,
devendo este ser prontamente comunicado.
Contudo, Maria Berenice Dias define as medidas protetivas como instrumentos
autônomos, em prol de direitos fundamentais:
"As medidas protetivas não são acessórias de processos principais e nem a eles se
vinculam. Assemelham-se aos writs constitucionais que, como o Habeas Corpus ou
mandado de segurança, não protegem processos, mas direitos fundamentais do
indivíduo."  *(r DIAS, 2010 apud FERNANDES, 2015 p. 141).
Outro lado, entende-se que a convivência entre pais e filhos atende ao superior interesse
do menor, eis que o desenvolvimento de crianças e adolescentes depende, em grande
medida, do contato familiar (A.I. nº 4028618-30.2018.8.24.0900/TJ-SC).
Esse também é o espírito da Lei nº 12.318/10 (Lei de Alienação Parental), que define
como alienação parental o ato de dificultar o exercício à convivência entre genitor e
prole. A referida lei, em seu artigo 3º, assevera que o ato de alienação parental fere
direito fundamental da criança ou do adolescente, relativo à convivência familiar
saudável, constituindo-se inclusive abuso moral contra o menor.
Ora, não é crível que uma criança ou um adolescente, que sofra alienação parental de
um dos seus genitores, seja capaz de ter um ambiente familiar, um desenvolvimento
psicológio, bem como convivência familiar saudáveis. Verifica-se o contrário, uma
verdadeira violação à todos esses direitos garantidos na Constituição Federal.
Art. 4º: É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da
criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou
pelos que tenham a criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância
para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de
vinculo com este. (BRASIL, 2010).

Goudard define a alienação parental de maneira esclarecedora:


Um ou mais filhos são “anexados”, tomam partido por um dos genitores e se afastam
do outro, até se tornando agressivos ou hostis. Nos casos mais graves, qualquer visita é
impossível e, às vezes, o conflito vai até o assassinato do genitor detestado. Tudo
acontece como se, de repente, o mundo (no sentido do microcosmo em que vivem as
crianças) se simplificasse em “bons” de um lado e “maus” do outro. As crianças ficam
do lado do genitor alienante, o “bom” genitor, da família e dos amigos próximos desse
bom genitor, e o genitor rejeitado, que chamaremos de alienado, é considerado como
“mau” tanto quanto o resto de seus parentes e amigos. Este sistema é resultante de
uma manipulação essencialmente inconsciente do genitor alienante do próprio
comportamento das crianças que percebem o genitor alienante como vítima e desejam
apoiá-lo enquanto se certificam da manutenção do vínculo que os une. (GOUDARD,
2008, p.9).
A SAP é um transtorno infantil que emerge quase que exclusivamente no contexto de
disputa de guarda. Sua manifestação primária é a campanha da criança direcionada
contra o genitor para denegri-lo, campanha esta sem justificativa. Isso resulta da
combinação da “programação” (lavagem cerebral) realizada pelo outro genitor e da
própria contribuição da criança na desqualificação do pai alienado. Quando o abuso
e/ou negligência parental são presentes, a animosidade da criança pode ser justificada
e então a explicação de síndrome de alienação parental para essa hostilidade não pode
ser aplicada. (GARDNER apud  BHONA, p.4).
A fala do genitor alienante é sempre desagradável para a criança. Tão perturbadora
a ponto de desenvolver uma crise de lealdade. Ela pode se sentir obrigada a defender
o alienante-cuidador, pessoa com quem tem mais contato diário. Possivelmente
assumirá uma postura agressiva em face do alienado, aumentando o hiato suficiente a
criar um abismo intransponível entre pais e filhos. Neste processo, o filho é utilizado
como instrumento da agressividade direcionada ao parceiro.
O alienador trata a criança como seu psicólogo particular, faz desabafos, e lamenta as
decepções de sua vida para o filho, o que faz com que a criança seja intimamente
ligada ao genitor, muitas vezes por sentimentos de culpa e dó do pai ou da mãe
alienadores, o que lhe causa consequências nefastas, a criança se torna agressiva,
começa a não ir bem na escola, é rude com as pessoas, ou seja, tem seu psicológico
totalmente abalado. (CARNEIRO, 2007, p. 75 apud FREITAS E PELLIZZARO, 2010, p.
21).
Fernanda Monteiro de Castro Bhona menciona Gardner, que define alguns dos
“sintomas” da síndrome da alienação parental, ou seja, características comuns
demonstradas por crianças que sofrem a alienação, senão veja-se:
1) campanha desqualificatória em relação ao genitor alienado;
2) frágeis, absurdas ou inadequadas racionalizações para essa desqualificação;
3) ausência de ambivalência no que diz respeito aos sentimentos direcionados ao genitor
alienado (sempre negativos);
4) fenômeno do “pensamento independente” (a criança afirma que ninguém a
influenciou em sua rejeição ao genitor);
5) defesa do alienador no conflito parental;
6) ausência de culpa em relação ao genitor alienado;
7) presença de relatos de situações não vivenciadas;
8) extensão da animosidade a amigos, familiares e demais pessoas relacionadas ao
alienado. (GARDNER apud BHONA, p.5)
Pode-se afirmar que a principal consequência da alienação parental é o afastamento da
criança e/ou do adolescente do genitor alienado, como uma forma de tentar proteger o
genitor alienador, que se faz de vítima perante o menor. Os argumentos utilizados pelo
alienador são muitos, mentiras são implantadas na criança, sentimentos de vingança,
mágoas, afirmação de que existe abondono intelectual e financeiro, que fazem com que
a criança ou o adolescente percam qualquer sentimento de afeto que sentem pelo genitor
alienado, afastando-se dele. Frise-se que o agente alienador não medirá esforços para
que o filho fique “contra” o genitor alienado, não se importando com as consequências
nefastas de seus atos perante o filho. Todavia, sempre o faz de forma não evidente,
aparentando ser o melhor a se fazer para o menor. Conforme afirma Bénédicte
Gourdard:
considerando o disposto na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 227, é dever da
família, da sociedade e do Estado efetivar os direitos fundamentais previstos às crianças
e aos adolescentes.
Assim, considerando que diante da existência da alienação parental, a família não foi
capaz de proporcionar o ambiente saudável necessário para o desenvolvimento de seus
filhos, nem a sociedade o fez, eis que não capacitada para tal.
O Estado, por sua vez, como efetivador de direitos e garantias constitucionais, deverá
intervir no meio familiar, após a constatação da alienação parental, a fim de tentar
diminuir sua abrangência, bem como as consequências nefastas ao menor por ela
trazidas.
Indubitavelmente a alienação parental é uma enorme afronta aos direitos fundamentais
de crianças e adolescentes.
Ora, não é crível que diante de uma relação conturbada com os pais o menor usufrua de
seu direito ao convívio familiar, por exemplo. Além disso, é impossível afirmar que sua
dignidade está sendo considerada, que ele esteja tendo o devido respeito de seus
genitores, ou que esteja usufruindo de sua liberdade, havendo violação ao princípio do
melhor interesse do menor.
Declarado o indício de alienação parental, o artigo 4º da lei 12.318/2010 dispõe
que:
Artigo 4º: Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício,
em qualquer momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo
terá tramitação prioritária, e o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério
Público, as medidas provisórias necessárias para preservação da integridade
psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência
com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso.
Conforme preleciona Natália Karolina Lapa de Oliveira
“constatada a presença de manobras alienatórias por parte do genitor, é mister
que o mesmo seja responsabilizado, haja vista a finalidade desprezível que o leva a
tais atitudes” (OLIVEIRA, 2015, Alienação parental: a proteção da criança e do
adolescente à luz da garantia constitucional).
Assim, quando houver necessidade, depois de constatados os indícios de prática da
alienação parental, o juiz poderá determinar perícia psicológica ou biopsicossocial,
tudo isso com a intenção de medir a gravidade em que se encontra a alienação por parte
dos pais para com a criança ou adolescente. Desta forma, entende-se que há uma junção
de profissionais tanto do direito, como da psicologia e até mesmo da medicina, com o
intuito de tentar, ao menos, com que a dimensão da alienação parental seja diminuída,
enfraquecendo o potencial nefasto das consequências desta prática deplorável à saúde
mental dos menores.
Notoriamente a lei da alienação parental é um marco da positivação dos direitos dos
menores, a qual prevê não só características dessa prática, como também medidas para
tentar saná-las. Para tanto, destaca-se o artigo 6º da Lei 12.318/2010, que prevê
algumas possibilidades de repreensão e punição ao pai ou à mãe que forem alienadores,
sendo elas:
Art. 6 - Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que
dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou
incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente
responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais
aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso:
I -  declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
II -  ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;
III - estipular multa ao alienador;
IV -  determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão;
VI -  determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;
VII -  declarar a suspensão da autoridade parental.
Parágrafo único. Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou
obstrução à convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar
para ou retirar a criança ou adolescente da residência do genitor, por ocasião das
alternâncias dos períodos de convivência familiar.
Nesse sentido, Maria Antonieta Pisano Motta (2008, p. 37) preleciona:
A criança tem necessidade de continuidade de seus vínculos psicológicos fundamentais
e necessita que haja estabilidade nos mesmos. Estas características devem, igualmente,
estender-se a todas as relações emocionalmente significativas para as crianças, sejam
familiares, amigos, vizinhos, professores ou colegas de escola. As crianças vivem o
afastamento de um dos genitores como uma perda de grande vulto (ainda que não
saibam disto) e permanente. Sentem-se abandonadas e vivenciando profunda tristeza.
Fabíola Santos Albuquerque (2006, p.31), apud Natália Karolina Lapa de Oliveira
(2015), menciona:
Se ambos os cônjuges são iguais e durante a convivência exerciam o poder familiar
conjuntamente, por que, na hipótese de dissolução do vínculo conjugal, aquele
exercício precisa ser praticado de modo separado e exclusivo? Por essas razões é que
o modelo de guarda exclusiva revela-se incompatível com as vicissitudes por que
passa a família. Se o princípio norteador é o melhor interesse da criança, como
justificar, para o principal interessado, que em razão da dissolução do vínculo
jurídico dos pais ele será obrigado a aceitar, que, a partir daquele momento, passará
a viver apenas com um e ser visitado pelo outro?
A guarda compartilhada visa ampliar o poder familiar para ambos os genitores, não
apenas para aquele que mantiver a guarda da criança. Isto porque, com a guarda
compartilhada, ambos possuem o poder familiar de tomar decisões na vida do menor,
bem como conviver com ele. Laura Affonso da Costa Levy (O estudo sobre a guarda
compartilhada) preleciona que:
Com a guarda compartilhada busca-se atenuar o impacto negativo da ruptura
conjugal, enquanto mantém os dois pais envolvidos na criação dos filhos, validando-
lhes o papel parental permanente, ininterrupto e conjunto. Dessa forma, os filhos
seguem estando aí, seguem sendo filhos e os pais seguem sendo pais: portanto, a
família segue existindo, alquebradas, mas não destruída. (...)
Guarda conjunta, ou compartilhada, não se refere apenas à tutela física ou custódia
material, mas todos outros atributos da autoridade parental são exercidos em comum,
assim, o genitor que não detém a guarda material não se limitará a supervisionar a
educação dos filhos, mas ambos os pais terão efetiva e equivalente autoridade parental
para tomarem decisões importantes ao bem estar de seus filhos.
Desta forma, a guarda compartilhada é caracterizada por alterar o enfoque da
responsabilidade parental, passando aos dois genitores, que irão participar conjunto,
além da convivência com os filhos, mas também a decisões importantes quanto ao
bem-estar, educação e criação das crianças. (FREITAS E PELLIZZARO, 2010, p.
86).
TJ/RSAGRAVO DE INSTRUMENTO: Nº 70053490074Setima Câmara Cível do
Tribunal de Justiça do Estado do RSRelator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves
DIREITO DE VISITAS. Quanto as visitas, determino que a genitora exerça seu direito
quinzenalmente, pegando a menor as sextas-feiras após as atividades escolares, e
devolvendo no domingo às 18:00 (dezoito) horas na residência do genitor. Determino
ainda, que exerça também seu direito de visita durante uma dia da semana a ser
combinado pelas partes, iniciando após as atividades escolares e devolvendo no dia
seguinte na escola. Fica ainda determinado, feriados alternado e festividades do final
do ano alternados na companhia da genitora, bem como dia das mães, férias do meio e
do final do ano divididas proporcionalmente, e data do aniversario da menor
compartilhado da seguinte fôrma, durante o dia com o genitor e a noite com a genitora,
devendo ser alternados nos anos seguintes e/ ou a ser combinado pelas partes.. 
A alienação parental atualmente é um dos grandes desafios do direito brasileiro, pois
em sua ocorrência, importantes direitos fundamentais previstos em
nossa  Constituição e direcionados aos menores de idade são violados. Verifica-se que,
mesmo com os avanços jurídicos que buscam eliminar a prática da alienação parental,
os quais auxiliam na diminuição dos efeitos nefastos ao desenvolvimento psíquico da
criança e do adolescente, bem como na efetivação de direitos fundamentais,
infelizmente, ainda não são suficientes para afirmar que as medidas previstas em nosso
ordenamento jurídico são totalmente eficazes na identificação e punição desta prática
deplorável.
Ademais, como afirmado alhures, as medidas protetivas foram requeridas, e acolhidas,
em Julho de 2017.
                                      Dessarte, o próprio distanciamento daquela circunstância, que
permitiu a proteção do Judiciário, revela, sem dúvida, a ausência do pressuposto do
periculum in mora.
                                      Não se descure, de mais a mais, o princípio da duração razoável
do processo.                                  
                              Nesse diapasão, não se mostra qualquer justificativa à manutenção
indefinida daquelas restrições.

III - CABIMENTO DA MEDIDA LIMINAR

Periculum In Mora verifica-se o receio que a demora da decisão judicial cause um


dano grave ou de difícil reparação ao bem tutelado.
Isso frustraria por completo a apreciação ou execução da ação principal.
Portanto, juntamente com o fumus boni iuris, o periculum in mora é requisito
indispensável para a proposição de medidas com caráter urgente (medidas cautelares,
antecipação de tutela).
Fumus Boni Iuris verifica-se um sinal ou indício de que o direito pleiteado de fato
existe.
Não há, portanto, a necessidade de provar a existência do direito, bastando a mera
suposição de verossimilhança.
Esse conceito ganha sentido especial nas medidas de caráter urgente, juntamente com
o periculum in mora.
A configuração do periculum in mora exige a demonstração de existência ou da
possibilidade de ocorrer um dano jurídico ao direito da parte de obter uma tutela
jurisdicional eficaz na ação principal.

III – DO PEDIDO
Ante o exposto, requer que seja concedida a ordem de habeas corpus, liminarmente, em favor
do paciente, uma vez que presentes a probabilidade de dano irreparável e a fumaça do bom
direito, a fim de que seja REVOGADA E ANULADA a medida protetiva ante ao Juiz de origem
com ou sem VISITAS assistidas , no que for mais favorável a paciente e expedido o competente
oficio para que seja retomadas as visitas imediatamente conforme já concedido pelo Forum de
Taguatinga -DF .
Requer a concessão da presente ordem de habeas corpus com a consequente expedição de
oficio para GUARDA COMPARTILHADA ,caso não se entenda pela revogação da guarda
definitiva da avó paterna , para a paciente em caráter definitivo .

Se assim entender esse Egrégio Tribunal que seja retomada as visitas , concessão da liminar,
regular prosseguimento do feito e no mérito a concessão definitiva do presente writ.

Requer ainda o regular prosseguimento do feito com a ratificação da liminar concedida,


decretando-se a Revogação e Anulação da medida protetiva em desfavor da paciente e assim
possa abraçar sua filha a menor M.E.H.R.

Você também pode gostar