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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI

CAMPUS: DOUTORA JOSEFINA DEMES - FLORIANO


CURSO: BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO DAS FAMÍLIAS
PROFESSORA: FERNANDA BARBOSA
ESTUDANTE: NÁTYLA BEATRIZ GUIMARÃES ROCHA
FLORIANO, 31 DE MAIO DE 2022.

Tício Xavier Vieira, absolutamente capaz e Maria Lena Cantanheira,


absolutamente capaz, completavam 4 anos de namoro quando resolveram que era hora
de dar o próximo passo, e assim fizeram, se dirigiram ao Cartório de Registro Civil da
cidade de domicilio de ambos, qual seja, Floriano- Piauí. O casal foi ao Cartório com a
intenção de passar pelo processo de habilitação para o casamento, saíram de casa
levando todos os documentos necessários: Certidão de nascimento, declaração de duas
testemunhas maiores, a tia de Tício e a irmã de Maria, em que confirmam que
conhecem os dois e que não há impedimento que os iniba de casar, declaração do estado
civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais. Com as
documentações em ordem, foi informado ao casal que o oficial iria afixar um edital
durante 15 dias nas circunscrições do Registro Civil, foi esclarecido ainda que essa
formalidade serve para saber se há algo a respeito dos nubentes, assim como, também
foi avisado a respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do casamento e sobre
os diversos regimes de bens.
Durante a afixação do edital um rapaz de nome Ítalo Silva Oliveira, opôs
declaração escrita e assinada de que manteve uma relação contínua com Tício, e que
assinou um documento que atestava que ele e ítalo eram casados, levou também prova
dos fatos, como fotos e comprovantes de recebimento de compras em nome de Tício.
O oficial do registro apresentou aos nubentes a nota da oposição, indicando os
fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu. Tício ao perceber quem havia
feito isso, ficou chocado! Pois o relacionamento deles já tinha chegado ao fim há muito
tempo e que, inclusive causou muita dor e sofrimento a Tício, motivo pelo qual decidiu
passar uma temporada na casa dos familiares no Piauí.
Tício é natural de Floriano, mas aos 03 anos de idade foi morar em Araguaína no
Tocantins, e por lá viveu durante anos, no colégio durante o ensino médio conheceu
Ítalo, era com quem Tício passava a maior parte do tempo, mas por ser jovem, não
entendia o que sentia por ele. Tício e Ítalo depois de encerrar essa fase da vida, se
afastaram um pouco, consequência de suas escolhas, pois Tício passou para a
universidade e Ítalo não, Tício fazia estágio de residência no Hospital Regional de
Araguaína quando encontrou-se com Ítalo pelo corredor, Ítalo estava acompanhando a
sua mãe que estava internada e muito doente. Daquele momento em diante Tício e Ítalo
se tornaram inseparáveis, até que a mãe de Ítalo veio a óbito e Tício deu total apoio para
Ítalo, até que Ítalo contou para Tício que não tinha emprego e não conseguia arcar com
os custos da casa que morava com sua mãe, pois era uma casa alugada.
Tício morava em um apartamento sozinho e convidou Ítalo para morar com ele,
e foi exatamente neste momento que começou a sentir tudo que já havia sentido um dia
por Ítalo, só que agora bem mais forte, e naquele ocasião ele já entendia do que se
tratava aquele sentimento, passou um tempo e eles começaram a ter um relacionamento,
no começo tudo era lindo, Tício chegava do trabalho e Ítalo estava lá o esperando com
um sorriso no rosto e a comidinha dele prontinha, mas com o passar do tempo Tício foi
percebendo que Ítalo estava mudando o seu comportamento, mas continuava lá por
acreditar que ele não iria conseguir encontrar outra pessoa melhor, percebia Ítalo
querendo ser dono dele (Tício) e de tudo o que lhe pertencia, se tornando um
companheiro abusivo e controlador.
Tício tinha uma amiga chamada Brenda, muito próxima e que tinha uma
consideração muito grande por ele, e em uma conversa sincera com Tício lhe deu alguns
conselhos, inclusive, pediu para que ele terminasse com Ítalo, mas sem sucesso, pois
Tício já estava dependente emocionalmente de Ítalo. Então, essa amiga preocupada com
o futuro de Tício aproveitou que Ítalo estava fazendo uma viagem a São Paulo,
teoricamente uma viagem a trabalho, mas Brenda sabia que não era, vendo que seu
amigo só estava se afundando cada vez mais, convenceu Tício a dizer para Ítalo lhe
fazer uma procuração para que Tício pudesse assinar o contrato de namoro entre os
dois, que resguardava o casal dos efeitos da união estável, como partilha de bens,
pensão, direitos sucessórios em caso de falecimento entre outros. Tício apesar de gostar
muito de ítalo fez o que a amiga pediu.
Ítalo voltou para Araguaína e viveram juntos durante muitos anos até que Tício
começou a passar muito tempo sem dar notícias para Brenda, nem mesmo no trabalho
aparecia, não ia mais fazer os programas que gostava, e sua amiga suspeitou e achou
aquilo estranho pois sempre que enviava mensagem o amigo dizia que estava bem, mas
que não podia vê-la no momento, Brenda tinha a chave do apartamento de Tício, e então
criou um plano, ficou dentro do carro esperando Ítalo sair de casa e quando Ítalo saiu
ela foi até o apartamento encontrando o amigo trancado e muito machucado. Brenda
conseguiu pegar o amigo e levá-lo para a casa de seu namorado, que também era muito
amigo de Tício.
Tício não quis ir à Delegacia denunciar Ítalo, pois decidiu que daquele dia em
diante não queria mais lembrar que Ítalo existia. Foi quando resolveu voltar a Floriano
para visitar os familiares e durante essa volta, conheceu Maria de quem se tornou muito
amigo e juntos compartilharam muitas histórias e traumas, inclusive o trauma que seu
último relacionamento causou, cuidaram um do outro, até que essa amizade, virou um
relacionamento lindo e saudável.
E durante o processo de Habilitação para o casamento, os dois descobrindo que
Ítalo teria voltado a assombrar a vida de Tício, indicaram no prazo de 03 dias as provas
que pretendiam produzir, os nubentes em 05 dias apresentaram o contrato de namoro
que invalidava o que fora afirmado por Ítalo, aguardaram a decisão do juiz no prazo de
05 dias, que fora favorável aos nubentes, e conseguiram celebrar o tão sonhado
casamento, no dia e hora designados pela autoridade, na sede do cartório, com toda
publicidade, a portas abertas, presentes duas testemunhas.

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