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Escola Estadual de Ensino Médio

Disciplina: Geografia – Professora: Lilian Alves Medeiros – 1º Bimestre/2024

Objetos do conhecimento:
✓ População mundial.
✓ Fluxos migratórios (causas e consequências no Brasil e em outros continentes).
✓ A produção e circulação de mercadorias e suas marcas na paisagem.
✓ Conflitos socioespaciais e organização territorial.
✓ A geopolítica mundial e seus desdobramentos na produção, circulação e consumo responsável.
✓ Fronteiras culturais: integração e exclusão sociocultural.
✓ Evolução do capitalismo na construção do espaço geográfico e internacionalização do capital.
✓ O processo de industrialização e o desenvolvimento econômico das sociedades contemporâneas.
✓ Fronteira, território e territorialidade: conceito político e jurídico e a noção social de ocupação do
espaço.
✓ Segregação espacial e cultural no campo e na cidade.

Apostila organizada por:


Professora Lilian Alves Medeiros
Graduada em Geografia (licenciatura plena) pela UFU, especialista em Geografia Física pelo Instituto
Prominas, Graduada em Pedagogia pela Unifael e especialista em Supervisão Escolar pela Unifael.

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Disciplina: Geografia – Professora: Lilian Alves Medeiros – 1º Bimestre/2024

Por que estudar Geografia?

Estudar geografia é uma forma de compreender o mundo em que vivemos. Por meio desse estudo,
podemos entender melhor tanto o local em que moramos – seja uma cidade ou uma área rural – quanto o
nosso país, assim como os demais países da superfície terrestre. O campo de preocupações da geografia
é o espaço da sociedade humana, onde os homens e as mulheres vivem e, ao mesmo tempo, produzem
modificações que o (re)constroem permanentemente. Indústrias, cidades, agricultura, rios, solos, climas,
populações: todos esses elementos – além de outros – constituem o espaço geográfico, isto é, o meio ou
a realidade material onde a humanidade vive e do qual ela própria é parte integrante.
As modificações que a sociedade humana produz em seu espaço são hoje mais intensas do que no
passado. Tudo o que nos rodeia se transforma rapidamente. Com a interligação entre todas as partes do
globo, com o desenvolvimento de transportes e das comunicações, passa a existir um mundo cada vez
mais unitário. Pode-se dizer que, em nível planetário, há uma única sociedade humana, embora seja uma
sociedade plena de desigualdades e diversidades. Os “mundos” ou sociedades isoladas, que viviam sem
manter relações com o restante da humanidade, cederam lugar ao espaço global da sociedade moderna.
Na atualidade, não existe nenhum país que não dependa dos demais, seja para o suprimento de parte de
suas necessidades materiais, seja pela internacionalização da tecnologia, de arte, dos valores, da cultura
afinal. Um acontecimento importante – uma guerra civil, fortes geadas com perdas agrícolas, a invenção
de um novo tipo de computador, a descoberta de enormes jazidas petrolíferas, etc. – que ocorra numa
parte qualquer da superfície terrestre provoca repercussões em todo o conjunto do globo. Muito do que
acontece em áreas distantes acaba nos afetando de uma forma ou de outra, mesmo que não tenhamos
consciência disso. Não vivemos mais em aldeias relativamente independentes, como nossos
antepassados longínquos, mas num mundo interdependente e no qual as transformações se sucedem
numa velocidade acelerada.
Para nos posicionarmos inteligentemente em relação a este mundo temos de conhecê-lo bem. Para nele
vivermos de forma consciente e crítica, devemos estudar os seus fundamentos, desvendar os seus
mecanismos. Ser cidadão pleno em nossa época significa antes de tudo estar integrado criticamente
na sociedade, participando ativamente de suas transformações. Para isso devemos refletir sobre o
nosso mundo, compreendendo-o do âmbito local até os âmbitos nacional e planetário. E a geografia é um
instrumento indispensável para empreendermos essa reflexão. Reflexão que deve ser a base de nossa
atuação no mundo.
* VESENTINI, José William. Por que estudar geografia? In: Sociedade e Espaço: geografia geral e do Brasil. Editora Ática: São Paulo. 1999, p. 8-9.

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1) Quais são os objetos de estudo da Geografia?


2) Para você, qual é a importância de se estudar Geografia?
3) Como você percebe a Geografia no seu dia a dia?
4) Defina as categorias da Geografia abaixo:
a) Localização d) Espaço g) Mobilidade
b) Região e) Lugar h) Globalização
c) Meio Ambiente f) Território i) paisagem

1) O conceito de espaço geográfico varia conforme a abordagem realizada. Mas, em geral, refere-se à
materialização da relação entre o homem e o meio.
PENA, Rodolfo F. Alves. "Espaço Geográfico"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/espaco-geografico.htm. Acesso em 6 de fevereiro de 2021.
A partir da informação acima, pode-se afirmar que o espaço geográfico é o objeto de estudo de qual
ciência?
A) Climatologia. C) Geomorfologia. E) Geopolítica.
B) Geologia. D) Geografia.

2) O estudo do espaço geográfico é fundamental para o entendimento do planeta e da sociedade em que


vivemos. A partir dos seus conhecimentos sobre o tema, pode-se indicar que o espaço geográfico é
formado por
A) lugares sem a presença humana. D) regiões não urbanizadas do mundo.
B) cidades construídas pelo homem. E) paisagens naturais e humanas.
C) paisagens preservadas pelo homem.

3) A partir da concepção de espaço e do entendimento que o espaço geográfico é fruto da relação entre a
natureza e a sociedade, um exemplo de espaço geográfico que NÃO sofreu uma ação direta do ser humano
é:
A) um rio utilizado para a geração de energia. D) uma zona rural pouco habitada.
B) uma floresta totalmente conservada. E) uma área de exploração de minérios.
C) uma cidade altamente sustentável.

4) Além do conceito de espaço geográfico, a Geografia utiliza outros conceitos, também chamados de
categorias, para subsidiar os seus estudos. São exemplos de conceitos utilizados para a análise
geográfica:
A) paisagem natural, rochas e minerais. D) território, paisagem e lugar.
B) metrópole, megalópole e cidade global. E) paisagem natural e paisagem artificial.
C) território, estado e sociedade.
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5) No contexto da Geografia regional, a delimitação de uma região ocorre, entre outros, por meio da adoção
de
A) relações de poder. C) paisagens naturais. E) noções de lugar.
B) aspectos subjetivos. D) critérios em comum.

6) (UCPEL 2006) O conjunto de lugares, marcados por diferentes naturezas, que passaram por diferentes
processos históricos, unidos por uma complexa rede de relações que se realizam nas mais variadas
escalas, denomina-se de:
A) ecossistema. C) espaço geográfico. E) conurbação urbana.
B) bioma. D) nicho geográfico.

7) As categorias da Geografia são conceitos que auxiliam no entendimento da realidade geográfica. Essas
categorias expressam a
A) relação entre a ação antrópica e o meio natural.
B) ocorrência apenas de paisagens humanizadas.
C) concentração de formas de vida nas localidades.
D) conservação da paisagem natural dos países.
E) presença de aspectos naturais da crosta terrestre.

8) Uma situação em que o conceito de território é comumente aplicado é quando ocorre a


A) construção de um distrito industrial. D) confrontação entre nações distintas.
B) remodelação das formas de relevo. E) promoção de políticas habitacionais.
C) remoção da vegetação nativa local.

9) A noção de lugar, no contexto conceitual da ciência geográfica, é expressa por meio da


A) consideração das relações de poder em uma nação.
B) constituição de espaços formados por paisagens.
C) relação somente entre os aspectos naturais do meio.
D) adoção de critérios de divisão regional do espaço.
E) significação de determinado recorte espacial.

10) (IFTO) A Geografia é, atualmente, uma ciência que tem grande diversidade interna, uma vez que
procura conhecer, compreender e explicar as complexidades relativas ao espaço geográfico. Como ciência
organizada, a Geografia tem algumas categorias para estudar, compreender e analisar o mundo. A respeito
das categorias da Geografia é correto afirmar que:
A) Paisagem pode ser entendida apenas como o espaço natural que não houve interferência humana.
B) Região refere-se apenas à Unidade de Federação.
C) Espaço geográfico é caracterizado por sua constante transformação a partir das atividades humanas.
D) Lugar é apenas simbólico, não possui relação global.
E) Território é entendido como espaço inapropriado para moradia.

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População mundial

Demografia é a ciência que estuda a dinâmica populacional humana por meio de estatísticas que utilizam
como critérios e religião, educação, etnia e outros critérios que são influenciados por fatores como taxa de
natalidade, fecundidade e migrações. Por isso chamamos o crescimento da população de crescimento
demográfico.
Ao longo da história da humanidade diversas modificações aconteceram quanto ao número de habitantes
na Terra. Desse modo, é possível perceber períodos nos quais o número de habitantes era modesto e
outros, como o atual, com números considerados bastante elevados.
O crescimento populacional significa uma alteração no número de uma população de forma positiva. O
crescimento populacional ocorreu no decorrer da história, às vezes em ritmo compassado, outras vezes
de maneira veloz, um bom exemplo é o século XX, período no qual houve maior crescimento da população
Fazendo uma retrospectiva quanto ao número da população mundial, é possível traçar uma comparação
entre o passado, o presente e o futuro. Cerca de 300 milhões de pessoas era a população mundial há
aproximadamente 2.000 anos. A população permaneceu sem apresentar crescimento relevante ao longo
de extensos períodos, uma vez que havia momentos de apogeu no crescimento populacional e outros de
profundos declínios.
Por causa da instabilidade do crescimento populacional foi preciso cerca de 1.600 anos para que o
contingente atingisse 600 milhões de habitantes. O crescimento da população desenvolveu-se em
diferentes intensidades, que pode ser simplificado da seguinte forma:
• Em 10.000 a.C o planeta abrigava poucos milhões de habitantes.
• No ano 1 d.C a população mundial totalizava cerca de 250 milhões de habitantes.

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• Após 1.600 anos, a soma da população mundial não ultrapassava 500 milhões de habitantes.
• Em 1850, 200 anos depois, a população do planeta atingiu 1 bilhão de pessoas.
• De 1850 a 1950, ou seja, em cem anos, o contingente populacional teve um estrondoso crescimento,
alcançando 2,5 bilhões de habitantes.
• 40 anos depois, a população já havia crescido mais do que o dobro, totalizando 5,2 bilhões de habitantes.
• A partir do ano 2.000 a população total do mundo somava 6 bilhões de pessoas.
No dia 05 de agosto de 2008, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou um relatório que
apresenta uma estimativa em relação ao número de habitantes em escala planetária para o ano de 2050,
que poderá atingir 9,2 bilhões de pessoas. O relatório levantou as possíveis causas para esse crescimento,
a elevação na expectativa de vida, além do maior acesso ao tratamento da AIDS. O estudo afirmou também
que no mês de julho de 2008 a população atingiu 6,7 bilhões de habitantes. De acordo com a pesquisa, o
crescimento da população deve ocorrer de forma significativa somente nos países em desenvolvimento,
no caso dos países desenvolvidos as mudanças serão modestas.

Conceitos demográficos
Crescimento vegetativo, também conhecido como crescimento natural, representa a diferença entre as
taxas de natalidade e de mortalidade no período de um ano.
Quando relacionado aos movimentos migratórios, permite a análise do crescimento demográfico de um
lugar. Análises das taxas de natalidade e de mortalidade permitem aferir algumas considerações a respeito
da população.
Por exemplo, se em um determinado lugar a taxa de natalidade é maior que a taxa de mortalidade, é
possível constatar que, de forma geral, a população está crescendo. Se por outro lado, a taxa de
mortalidade for maior que a taxa de natalidade, a população do local estará diminuindo. Se essas taxas
mantiverem-se iguais ou bem próximas, é possível dizer que a população mantém-se estável, portanto, há
um crescimento demográfico zero.
Taxa de natalidade
A taxa de natalidade representa o número de crianças nascidas vivas no período de um ano. Exclui-se
desse cálculo o número de crianças nascidas mortas ou que morreram logo após o nascimento. Esse
indicador representa a relação entre o número de nascimentos e de habitantes de um determinado local.
O cálculo é feito a cada mil habitantes, e o resultado é dado em permilagem (número por mil).
Observe abaixo um exemplo hipotético de cálculo de taxa de natalidade:
População total do país: 1 500 000 habitantes
Nascimentos em um ano: 5000
Taxa de natalidade: 3,33‰ 5000 x 1000 = 3,33‰ 1 500 000
O resultado acima indica que, nesse país, nascem, aproximadamente, três crianças a cada mil habitantes
no período de um ano.
Taxa de mortalidade
A taxa de mortalidade representa o número de óbitos (mortes) ocorridos ao longo de um ano. Esse
indicador é calculado a cada mil habitantes e reflete a relação entre o número de óbitos anuais e de
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habitantes de um determinado local. O resultado obtido por meio do cálculo é dado também em
permilagem.
Observe abaixo um exemplo hipotético de cálculo de taxa de mortalidade:
População total do país: 8 200 000 habitantes
Óbitos em um ano: 20 000
Taxa de mortalidade: 2,43‰ 20 000 x 1000 = 2,43‰ 8 200 000
O resultado acima indica que, no país em questão, morrem aproximadamente duas pessoas a cada mil
habitantes no período de um ano.
Taxa de mortalidade infantil
A taxa de mortalidade infantil é um indicador social de extrema relevância para a análise do
desenvolvimento social e econômico de um país. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância
(Unicef), reduzir a mortalidade infantil é uma das principais metas das políticas para a infância de todos os
países. Essa taxa representa o número de crianças que morrem antes de completar um ano de idade e é
calculada a cada mil crianças que nascem vivas no período de um ano.
Observe abaixo um exemplo hipotético de cálculo de taxa de mortalidade infantil:
Número de óbitos no primeiro ano de vida: 250
Nascimentos em um ano: 30 000
Taxa de mortalidade infantil: 8,33‰ 250 x 1000 = 8,33‰ 30 000
O resultado acima indica que morrem, no país em questão, aproximadamente oito crianças antes de
completarem um ano de vida a cada mil crianças nascidas vivas no período de um ano.

FASES DE CRECIMENTO POPULACIONAL


Por conta da variação entre as taxas de natalidade e mortalidade ao longo da história da humanidade,
tivemos fases onde o crescimento demográfico aconteceu em ritmos diferenciados:

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Primeira fase – Fase do equilíbrio primitivo (crescimento lento)
Esta fase ocorreu na Europa desde a formação das primeiras civilizações até meados do século XVIII. No
Brasil, se estendeu até a década de 1940. Nessa fase havia taxas de natalidade muito altas (nascia muita
gente) e taxas de mortalidade também muito elevadas (morria muita gente), resultando num lento
crescimento.
Segunda fase – Fase do crescimento acelerado (século XVIII até final do século XIX)
Nesta fase, a taxa de mortalidade começa a cair, enquanto que a taxa de natalidade continua elevada,
provocando um crescimento acelerado da população. Ocorreu do século XVIII ao final do século XIX nos
chamados países “industrializados velhos” (Reino Unido e França) e do século XVIII ao século início do
século XX nos “industrializados novos” (Estados Unidos, Alemanha, Japão). No Brasil, ocorreu entre 1940
e 1970. Nessa fase, por conta na melhoria das condições de vidas trazidas pelas inovações da Revolução
Industria, como produção de alimentos em larga escala, melhoria das condições sanitárias e médico-
hospitalares, o crescimento vegetativo aconteceu de forma acelerada, pois a natalidade em alta e com
uma redução da mortalidade resultou em um elevado crescimento populacional.
Terceira fase – Fase do crescimento moderado (final do século XIX até meados dos anos 1940)
Neste período, ocorre a diminuição da taxa de natalidade, enquanto que a taxa de mortalidade permanece
baixa. O crescimento vegetativo, portanto, ainda ocorre, mas é em menor velocidade que na fase anterior.
Na Europa, ocorre do final do século XIX (ou início do século XX) até meados da década de 1940. O Brasil
situa-se ainda nesta fase, mais precisamente no final dela. Este período é marcado pela consolidação do
modo de vida urbano, em detrimento do modo de vida rural. Os filhos, que antes significavam um
engrossamento da mão-de-obra nos trabalhos familiares, passam a ser motivos para gastos. A mulher
insere-se no mercado de trabalho, se tornando mãe cada vez mais tarde. Surgem também a maioria dos
métodos contraceptivos, que permitirão um melhor planejamento familiar. É o estágio onde encontram-se
a maior parte dos países subdesenvolvidos industrializados, como Brasil, México e Índia.
Quarta fase – Fase do envelhecimento (meados dos anos 1940 até os dias atuais)
A quarta fase é resultado de um prolongamento dos processos da fase anterior. A taxa de natalidade, que
vinha caindo, se estabiliza em valores baixos. A taxa de mortalidade, como vinha acontecendo desde a
segunda fase, continua baixa. Com isso, o crescimento vegetativo também é baixo. Também é conhecida
como fase do envelhecimento pelo fato da idade média da população nestes países ser relativamente alta.
Isto ocorre por conta da elevada expectativa de vida (relacionada com a baixa mortalidade), associada
com o pequeno número de filhos por casal. A população infantil, assim, descresse em relação à população
idosa. Quando um país chega nesta fase, pode-se dizer que a transição demográfica foi concluída. É o
caso da maioria dos países desenvolvidos, como Japão, Noruega e Suécia.

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Fluxos migratórios (causas e consequências no Brasil e em outros


continentes)
Migração é todo movimento de pessoas que ocorre de um lugar para o outro, seja chegando,
seja saindo, por diversas razões: culturais, econômicas, turísticas, entre outras.
As migrações ou movimentos migratórios podem acontecer por variadas razões, envolvendo desde
causas naturais, como fenômenos atmosféricos (chuvas intensas, furacões), até causas sociais, como
guerras, crises econômicas, entre outras.
Em geral as migrações costumam acontecer quando há algum tipo de insatisfação desencadeada na
região de origem, seja ela pessoal, como o desejo de uma viagem, seja algo ocasionado por fatores
externos, como a falta de oportunidades e pobreza extrema.
O verbo migrar, de acordo com o dicionário Aurélio, significa “mudar de país, ou região”. Essa definição
é bem simples e objetiva, faltando algumas informações para deixar o termo mais rico e completo.
Além de mudar de país ou região, a migração significa o ato de locomover-se de uma região para a outra
independentemente se haverá mudança definitiva ou não. Quando vamos à escola e voltamos para casa,
estamos migrando de um local para o outro. A ação de ir a um local já é um ato migratório.
Diante disso, podemos perceber que as migrações estão sempre nas nossas ações cotidianas, desde
os primórdios da humanidade, quando ainda éramos seres nômades, migrantes.
Tipos de migração
A locomoção de um local para o outro já pode ser considerada um movimento migratório. Com isso, existem
vários tipos de migração, conforme tempo de viagem, distância ou motivo. Vejamos algumas:
Migração pendular: é uma das mais comuns, pois diz respeito ao movimento que ocorre de um lugar para
o outro diariamente. Ir à escola, depois voltar para casa, ou ir a um supermercado e retornar ao lar já são
exemplos da migração pendular. É o movimento que fazemos quando vamos a um local e retornamos para
o local de origem no mesmo dia.
Migração sazonal: ocorre apenas em algumas épocas do ano, como em estações do ano, ou em épocas
de colheitas na agricultura. Pode ocorrer em vários momentos, quando passamos alguns meses em um
local e depois retornamos.
Migração de refúgio: ocorre por fatores inertes aos seres. Geralmente quem realiza esse tipo de migração
está fugindo de algo que ocorreu em seu lar original, sendo chamado de refugiado. Essa fuga pode estar
associada a fenômenos climáticos, guerras políticas, crises econômicas, entre outros.
Transumância: é bem parecida com a migração sazonal, mas ocorre em épocas específicas. Esse
movimento é comum nas plantações de cana-de-açúcar, quando os trabalhadores vão para as fazendas
apenas na época de colher a cana, retornando para suas casas quando o trabalho é finalizado.
Êxodo rural: é o movimento que acontece quando a população rural deixa o campo e parte para a cidade,
seja em busca de novas oportunidades ou moradia, seja mesmo para mudar de ares.
Êxodo urbano: é o reverso do êxodo rural, ou seja, quando a população urbana deixa a cidade e vai para
o campo.

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Migração intraurbana: ocorre entre as cidades, muito comum em áreas conurbadas e em regiões
metropolitanas.
Migração intrarregional: realizada internamente nas regiões, como ir de São Paulo ao Rio de Janeiro
(migração realizada dentro da região Sudeste).
Migração inter-regional: muito comum em épocas de festividades e férias, pois ocorre de uma região
para a outra. Por exemplo, sair de Goiás e ir para a Bahia passar férias (migração entre o Centro-Oeste e
o Nordeste).
Nomadismo: realizado de forma contínua, de um local para o outro. Muito comum nos primórdios da
humanidade, sendo raro atualmente.
Diáspora: quando uma população inteira é dispersada de sua região local, seja à força (como os negros
na época da escravidão), seja de forma espontânea (como os hebreus quando saíram do Egito antigo).

Causas da migração
As pessoas movimentam-se por várias razões. Com isso existem movimentos migratórios que podem
acontecer instantaneamente ou de forma longa e demorada, podendo levar meses ou anos.
As migrações são as formas mais eficientes de conexão entre as sociedades, pois permitem trocas
de culturas, línguas, costumes e tradições. Há uma grande interação entre os povos quando ocorrem
movimentos migratórios, desde a Antiguidade até os dias atuais, quando eles são mais rápidos e intensos.
Observe algumas possíveis causas de movimentos migratórios:
Turismo: migrações mais comuns, como viagens à praia, ao interior, em épocas festivas, podendo ser
pendulares ou com maior duração.
Economia: migrações causadas por crises econômicas em que as pessoas buscam outros locais para
melhores oportunidades.
Política: migrações quando há uma ditadura em um país, forçando as pessoas a mudarem-se por medo
de represálias, prisões e perspectivas futuras.
Trabalho: migrações parecidas com as causadas pela economia, mas podem ser intraurbanas, quando
uma pessoa mora em uma cidade e trabalha na oura, sendo encaixadas, também, em movimentos
pendulares.
Causas naturais: migrações quando há eventos naturais catastróficos, como tsunami, avalanches, secas
extremas, entre outros.

Migração no Brasil
A população brasileira sempre se movimentou de forma intensa ao longo de sua história. Entretanto, essa
movimentação não se aplica apenas aos brasileiros, pois somos uma sociedade formada com base nas
migrações internas, entre as regiões, mas também externas, com os imigrantes.
A primeira leva de imigrantes já representa o início de nossa história, em 1500, com os portugueses. Em
seguida, uma grande massa de negros africanos foi trazida para este território, compondo mais um índice
de imigração.

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No século XIX, após 1850, com a abolição do tráfico negreiro, imigrantes europeus adentram o Brasil em
busca de novas oportunidades nas lavouras cafeeiras, seguidos por imigrantes asiáticos no início do
século XX.
Já no século XX, em especial após 1950, a intensa industrialização e o processo de urbanização em
algumas regiões provocaram grandes fluxos migratórios. Entre 1950 e 1960, as migrações ocorriam,
sobretudo, entre as regiões, com destaque para a região Nordeste, com muitos emigrantes partindo para
o Sudeste (em especial para o estado de São Paulo) e o Centro-Oeste, com a construção da capital federal.
A partir de 1980 e 1990, os movimentos de migração começaram a ser de curta distância, entre estados
da mesma região. Nota-se também a chamada migração de retorno, como os migrantes nordestinos que
voltaram para sua região de origem.
É muito comum nas regiões de canaviais as migrações sazonais, gerando ofertas de emprego e renda
para migrantes carentes. Em geral, são nordestinos que vão para São Paulo e Goiás para fazerem a
colheita da cana.
O século XXI fez com que muitos brasileiros emigrassem para outros países, principalmente para os
Estados Unidos e parte da Europa, como Inglaterra, Espanha e Portugal, sendo este último bem atrativo
devido ao idioma de fácil adaptação aos brasileiros.

Diferenças entre migração, imigração e emigração


Migração, imigração e emigração fazem referência ao mesmo processo, o ato de migrar de um local para
o outro. Entretanto, esse movimento pode ser de saída ou entrada, daí as diferenças.
Migração: ato de migrar, de movimentar-se de um local ao outro, independentemente se de chegada ou
saída.
Emigração: ato de quem sai de seu local de origem em busca de outro para satisfazer as suas
necessidades.
Imigração: ato de quem chega a um local, vindo de sua terra natal, para buscar pelo que procura.

1 – O que é Demografia e quais os critérios utilizados por ela?


2 – Descreva a trajetória do crescimento da população mundial ao longo da história.
3 – Conceitue:
a) Crescimento vegetativo b) Taxa de Natalidade c) Taxa de Mortalidade
4 – Explique as seguintes fases de crescimento populacional:
a) Primeira fase b) Segunda fase c) Terceira fase d) Quarta fase
5- Diferencie migração, emigração e imigração.

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Questão 1 (PUC-CAMP 2017)


É interessante notar como, em Machado de Assis, se aliavam e se irmanavam a superioridade de espírito,
a maior liberdade interior e um marcado convencionalismo. Dois termos que se repelem, pensador e
burocrata, são os que melhor o exprimem. Entre Memórias póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba,
a vida nacional passara pelas profundas modificações da Abolição e da República. — Que pensa de tudo
isso Machado de Assis? Indagava Eça de Queirós. À queda da Monarquia, disse Machado no seu gabinete
de burocrata, diante da conveniência de tirar da parede o retrato do imperador: — Entrou aqui por uma
portaria, só sairá por outra portaria. Era o que tinha a dizer aos republicanos, atônitos com esse acatamento
ao ato de um regime findo.
(Adaptado de: PEREIRA, Lúcia Miguel. Machado de Assis. 6. ed. rev. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1988. p. 208)

De acordo com o texto, na segunda metade do século XIX, ocorreram profundas transformações
econômicas e sociais no Brasil. Sobre esse tema é correto afirmar que
a) o abolicionismo, a imigração e o processo de transformações proporcionadas pela cafeicultura, num
contexto mundial de expansão capitalista, selaram a sorte da escravidão.
b) a abolição alterou profundamente as formas de produção agrícola, uma vez que possibilitou o
estabelecimento das bases do trabalho livre e assalariado em todo o país.
c) os movimentos abolicionistas receberam apoio da Igreja Católica, em especial dos padres templários, e
foram idealizados por homens livres, desvinculados de tradições locais.
d) a incipiente industrialização, a exigência de indenização pelos proprietários e a ineficiente política
brasileira de substituição da mão de obra retardaram o fim da escravidão.

Questão 2 (UEL-PR/2017) Os movimentos migratórios existentes no Brasil, a partir de 2001, mostram que
41% dos habitantes do país não eram naturais do município de residência e cerca de 16% deles não eram
procedentes da Unidade Federativa em que moravam.
Considerando a realidade exposta, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, motivos que
estimularam fluxos migratórios nesse período.
a) A ausência de ciclos econômicos e de investimentos produtivos, públicos ou privados.
b) A contínua e crescente desintegração dos espaços urbanos e rurais.
c) A migração pendular, que provoca um estado de crise permanente de repulsão da população.
d) A saída do campo para a cidade devido às precárias condições de trabalho lá existentes.
e) O desenvolvimento dos sistemas de transportes, energia e comunicações.

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A produção e circulação de mercadorias e suas marcas na paisagem

Após a Segunda Guerra Mundial houve um “surto” de empresas multinacionais no mundo, sobretudo norte-
americanas, europeias e japonesas. Tais empresas contribuíram também para o processo de globalização,
interligando países e continentes.
Hoje o mundo está interligado, ou seja, globalizado, diante desse fato há uma grande quantidade de
relações comerciais entre os países, gerando o que chamamos de exportação (venda) e importação
(compra). Todos os dias acontecem inúmeros negócios de compra e venda, e as mercadorias vendidas ou
compradas transitam em diferentes rotas do planeta.
O incremento no comércio internacional ocorreu em razão de dois fatores: a dispersão das empresas
multinacionais e evoluções nos meios de transportes (rodoviário, ferroviário, hidroviário, aeroviário e
principalmente marítimo). Ambos favoreceram maior mobilidade de matéria-prima e de produtos (exemplo:
bens de consumo, gêneros agrícolas, recursos minerais, entre muitos outros) em toda a face da Terra.
O fluxo de mercadorias em âmbito internacional ocorrem, majoritariamente, por meio do transporte
marítimo, que movimenta cerca de 75% do volume de cargas no mundo. Esse meio de transporte tem seu
uso difundido no processo de exportação e importação, pelo fato de o mesmo possuir uma elevada
capacidade de carga que nenhum outro tem, além do baixo custo por tonelada transportada. Em média,
um navio cargueiro pode transportar cerca de 100 mil toneladas.
Um meio de transporte que vem ganhando espaço é o aéreo, o mesmo tem contribuído para o fluxo de
mercadorias internacionais. Esse crescimento se deve, principalmente, pelo fato de que esse tipo de
transporte é mais dinâmico, ou seja, é mais rápido. Sendo usado, especialmente, em casos em que o
produto é perecível ou quando há uma urgência na entrega de um produto. Existem atualmente aviões
cargueiros que possui a capacidade de carga de até 100 toneladas, sem contar que o tempo gasto na
viagem é relativamente pequeno, por exemplo, o trajeto entre Brasil e Estados Unidos é feito em menos
de 12 horas.
Essas informações conduzem a uma reflexão de que o processo de globalização está diretamente ligado
aos meios de transportes, os quais permitiram a mobilidade de mercadorias e de pessoas, ligando nações,
levando informações, conforto, novidades, entre outros.

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Conflitos socioespaciais e organização territorial


Consequências geográficas das Guerras Mundiais
Importantes acontecimentos históricos foram capazes não somente de redefinir a geopolítica mundial como
também de modificar as fronteiras entre países, o que resultou na transformação do espaço geográfico
mundial. É o caso, por exemplo das Grandes Guerras Mundiais.
Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito envolvendo vários países entre 1914 e 1918, na Europa. As
origens remontam a meados do século XIX, quando as grandes potências europeias disputavam entre si
mercado consumidor, matéria-prima e metais preciosos na Ásia e na África. Essa disputa levou à corrida
armamentista, ou seja, investimento em armamentos potentes caso houvesse enfrentamento entre essas
potências.
Oponentes
Tríplice Aliança Tríplice Entente
✓ Alemanha ✓ Reino Unido
✓ Império Austro-Húngaro ✓ França
✓ Império Otomano ✓ Rússia
✓ Itália ✓ Sérvia
✓ Bulgária ✓ Itália
✓ Estados Unidos

➢ Essa guerra se encerrou logo após a assinatura do Tratado de Versalhes, em 1919. O domínio
europeu sobre o mundo deixou grandes consequências, como a ascensão dos Estados
Unidos como maior país capitalista e o surgimento do nazifascismo na Alemanha e na Itália.
➢ A Primeira Guerra Mundial foi um conflito envolvendo vários países entre 1914 e 1918.
➢ Desde o século XIX, as potências europeias rivalizavam o domínio das novas colônias na Ásia e
África, o que gerou a corrida armamentista.
➢ A Paz Armada significou o investimento em armamentos no período anterior à guerra.
➢ Duas alianças foram formandas na guerra: Tríplice Aliança (Alemanha, Itália e Império Austro-
Húngaro) e Tríplice Entente (Estados Unidos, Rússia, França e Inglaterra).
➢ O Brasil participou da guerra após submarinos alemães afundarem navios brasileiros e enviou para
a Tríplice Entente auxílio médico e humanitário.
➢ As consequências da guerra foram a Alemanha sendo acusada de ser a grande culpada pelo
conflito, o domínio dos Estados Unidos e o fim da Era dos Impérios.
➢ A Segunda Guerra Mundial retomou alguns resquícios deixados pela Primeira Guerra Mundial,
como a vingança de Adolf Hitler contra os termos do Tratado de Versalhes.

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Segunda Guerra Mundial


A Segunda Guerra Mundial foi o conflito mais sangrento da nossa história. De 1939 a 1945, milhões de
pessoas perderam suas vidas no campo de batalha. A política expansionista e militarista do nazifascismo
provocou um novo conflito mundial. Aliados e Eixo disputaram durante seis anos a vitória na guerra.
O Brasil também participou de forma efetiva com as tropas aliadas. O final da Segunda Guerra Mundial
trouxe grandes consequências para o mundo.
Oponentes
Eixo Aliados
✓ Alemanha ✓ Grã-Bretanha
✓ Itália ✓ França
✓ Japão ✓ URSS
✓ Estados Unidos
Tal acontecimento proporcionou drásticas transformações no espaço geográfico mundial, especialmente
na Europa. A Segunda Guerra Mundial ocorreu entre 1939 e 1945. Esse conflito envolveu um grande
número de países que travaram uma guerra, em grande parte, em território europeu.
Entre os principais motivos que levaram a esse acontecimento estavam as intenções de aplicação de
projetos de caráter expansionista de países como Alemanha, Itália e Japão. Tais nações desejavam
alcançar a condição de potências hegemônicas e acreditavam que a forma para se conseguir tal feito era
através da conquista de novos territórios.
A partir dessa ideologia, os países citados promoveram invasões a outros territórios com a intenção de
anexá-los aos seus respectivos domínios. A Alemanha se apoderou de países próximos, como a Áustria e

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a Tchecoslováquia, em 1938. Em 1939, foi a vez da Itália, que conquistou a Albânia. O Japão invadiu
diversos territórios na região do Pacífico.
A consolidação da guerra aconteceu somente em 1939, quando a Alemanha invadiu a Polônia. Com esse
ato, imediatamente, Inglaterra e França saíram em defesa do país invadido, declarando guerra à
Alemanha. Mais tarde, em 1941, a então União Soviética ingressou também no conflito pelo fato de ter
sido invadida pelo exército alemão. Ainda no mesmo ano, os Estados Unidos entraram no conflito após
receber um ataque aéreo japonês em sua base naval de Pearl Harbor.
O conflito ocorreu envolvendo dois grupos de países, denominados: Eixo e Aliados. O primeiro grupo era
composto por Alemanha, Itália e Japão. Já o segundo, tinha como integrantes: França, Inglaterra, União
Soviética, Estados Unidos, Brasil, entre outros.
Após muitos confrontos envolvendo os países do Eixo e Aliados, que teve a duração de anos, a guerra
deu sinais de que iria terminar, pelo fato da rendição da Itália no ano de 1943. Dois anos mais tarde,
Alemanha e Japão não suportaram e se rederam também, consolidando a derrota do grupo do Eixo. O
Japão se rendeu após ter sido atingido por duas bombas atômicas, uma na cidade Hiroshima e outra em
Nagasaki.

1- Caracterize a Primeira Guerra Mundial.


2- Caracterize a Segunda Guerra Mundial.
3- Quais são as principais características do espaço mundial atual?
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1) A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos que a inscreveram como um dos
mais violentos períodos da história humana.
Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade do
século XX estão:
a) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo.
b) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear.
c) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana.
d) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético.
e) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha.

2) Ao término da Primeira Grande Guerra, as potências vencedoras responsabilizaram a Alemanha pela


guerra e foi-lhe imposto um tratado punitivo, o Tratado de Versalhes, que teve como consequências:
a) degradação dos ideais liberais e democráticos, agitações políticas de esquerda - como o movimento
espartaquista - crise econômica e desemprego.
b) enfraquecimento dos sentimentos nacionais, militarização do Estado Alemão, recuperação econômica
e incorporação de Gdansk.
c) anexação das colônias de Togo e Camarões, a afirmação dos ideais liberais e democráticos e a
valorização do marco alemão.
d) prosperidade econômica, rearmamento alemão, desmembramento da Alemanha e fortalecimento dos
partidos liberais.
e) surgimento da República Democrática Alemã e da República Federal Alemã, fortalecimento do nazismo,
militarismo e diminuição do desemprego.

3) O conflito de 1914-1918 deixou em campos opostos os seguintes países:


a) Alemanha, Império Austro-Húngaro e França contra Inglaterra, Rússia e Estados Unidos.
b) Alemanha, Império Russo e Itália contra Inglaterra, Império Austro-Húngaro e Estados Unidos.
c) Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro contra Inglaterra, Rússia e França.
d) Alemanha, Itália e Império Turco-Otomano contra Inglaterra, Rússia e Império Austro-Húngaro.

4) A Segunda Grande Guerra (1939-1945), a partir de 7 de dezembro de 1941, adquire um caráter mundial
quando os:
a) russos tomam a iniciativa de anexar o território dos Estados bálticos.
b) alemães invadem a região mediterrânica da Ásia.
c) japoneses atacam a base americana de Pearl Habor.

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d) franceses, por determinação de Petain, ocupam o sudeste da Ásia.
e) chineses cedem a maior parte do seu território às tropas do Eixo.

5) Qual das alternativas abaixo aponta o marco inicial da Segunda Guerra Mundial?
a) O ataque do Japão à base militar norte-americana de Pearl Harbor.
b) Os diversos bombardeios britânicos a várias cidades alemãs.
c) A invasão da Polônia pelas forças armadas da Alemanha em 1º de setembro de 1939.
d) O estabelecimento de acordos militares entre Alemanha, Itália e Japão.

6) A II Guerra Mundial foi o maior conflito armado da história da humanidade, caracterizada pelo
desenvolvimento da indústria bélica, ao ponto de se produzir a bomba atômica e toda a mortandade
decorrente.
Sobre o conflito, é incorreto afirmar que:
a) Os Estados Unidos entraram na guerra após o ataque japonês a Pearl Habor.
b) O Eixo era formado pela Alemanha, Itália e Japão.
c) A guerra iniciou-se após a invasão da Alemanha no território soviético.
d) O evento final da II Guerra Mundial foram as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.
e) Em 1940, os alemães conseguiram ocupar Paris.

7) Na Segunda Guerra Mundial, o bloco militar conhecido como Eixo era composto pelos seguintes
países:
a) Alemanha, Itália e Japão.
b) França, Inglaterra e Estados Unidos.
c) Alemanha, Itália e Rússia.
d) Inglaterra, Estados Unidos e Rússia.

A geopolítica mundial e seus desdobramentos na produção,


circulação e consumo responsável
Economia Mundial
A economia mundial tem como base uma imensa rede organizada e desigual de fluxos que
interligam regiões econômica. Essa rede integra a maioria das nações, as quais são regidas
hegemonicamente pelo sistema capitalista. A circulação de capitais e mercadorias organizam e
hierarquizam os principais centros econômicos, colocando em destaque as cidades globais que
concentram as sedes das principais empresas transnacionais, as bolsas de valores e os capitais.
Embora esse sistema econômico tenha se transformado ao longo do tempo, ele continuou
apresentando características em comum entre as suas distintas fases (comercial, industrial, financeira e
informacional):
✓ Propriedade privada;
✓ Acúmulo de capital;
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✓ Trabalho assalariado
✓ Controle da produção;
✓ Sistema de preços.
Os fluxos internacionais se intensificaram devido à evolução dos sistemas de comunicação e dos
meios de transporte, o que possibilitou trocas comerciais cada vez mais rápidas.
Atualmente, os países desenvolvidos exportam predominantemente mercadorias de maior valor –
como as industrializadas, as tecnologias e os capitais – e importam mercadorias de menor valor – como
alimentos e matérias-primas. Já os países subdesenvolvidos exportem matérias-primas e alimentos e
importam mais produtos industrializados.
As principais crises econômicas mundiais ocorreram por conta de desequilíbrios na produção de
bens, nos preços de mercadorias, no descumprimento de acordos financeiros e na redução da capacidade
produtiva. Elas ocorreram ao longo das fases financeira e informacional, e as principais foram a de 1929
(Crise da Bolsa de Nova York), a de 1973 (Crise do Petróleo), a de 2007-2008 (Crise Financeira Mundial)
e que ocorreu a partir de 2019 (crise decorrente do Coronavírus).

Globalização
Com o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a situação de destruição e
desabastecimento, os países foram obrigados a buscar formas de reconstruir a economia e a infraestrutura
nacionais, o que promoveu um avanço nas relações econômicas entre as nações.
A intensificação dessas relações entre as nações ocorreu com maior força a partir da década de
1970, devido ao aumento dos fluxos de capitais, mercadorias, matérias-primas e trabalhadores. Esses
fatores marcaram a nova realidade da economia global e contribuíram para a evolução tecnológica e para
as trocas de conhecimento e experiências, o que transformou a economia mundial e promoveu a
globalização econômica.
A internet e outras tecnologias digitais, como o telefone celular, não só revolucionaram a maneira
como as pessoas se relacionam, mas também impactaram diretamente os modos de produção e de
circulação de riquezas. Hoje, graças aos avanços nos meios de comunicação, um grande número de
informações circula entre empresas, governos e pessoas, e milhares de negócios são fechados via internet.
Aliados à evolução nos sistemas de comunicação, os meios de transporte alteraram a forma como
compreendemos o tempo e o espaço, pois as distâncias do mundo “encurtaram”, ou seja, passaram a ser
mais facilmente percorridas (observe o esquema abaixo), reduzindo os gastos e tempo em deslocamento
e emissão de mensagens.

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Nesse sentido, o processo de globalização econômica intensificou a integração dos países no
processo produtivo. Assim, um mesmo produto é fabricado utilizando peças vindas de várias regiões do
planeta. Além disso, houve uma padronização no consumo, com produtos lançados e consumidos
mundialmente. Essa realidade é resultado de uma racionalização da produção, com diminuição dos custos
e, consequentemente, aumento dos lucros das empresas.

Blocos econômicos
Blocos econômicos são agrupamentos de países que desejam estreitar relações comerciais entre
si, incentivando o mercado internacional entre seus membros.
Um bloco econômico pode ser considerado como um grande grupo de países que
visam a aumentar as trocas comerciais regionais, expandindo seus dados econômicos, como PIB,
empregos, multinacionais no país, poder de compra da população, entre outros.
Muitos autores chamam esses blocos de mercados regionais, em razão da restrição dos acordos à
região dos países envolvidos, ou megablocos regionais, dada a grandeza de alguns, como a União
Europeia.
Em um mundo cada vez mais globalizado, é natural que países queiram proteger suas economias
da concorrência global. Isso porque, em muitas localidades, alguns fatores deixam a mercadoria mais
atrativa a investidores, como a disponibilidade de mão de obra ou mesmo os incentivos fiscais oferecidos
pelos governos.
Diante disso, após a Segunda Guerra Mundial, surgiu a ideia da criação de um mercado
restrito para um grupo de países, a fim de incentivar suas economias. Esse era o objetivo da criação
do Benelux (palavra que corresponde às três sílabas iniciais de cada país-membro), formado por Bélgica,
Holanda (Netherlands, em inglês) e Luxemburgo.
Depois, outros blocos surgiram ao longo do século XX, como a União Europeia, o Mercosul, o Nafta,
entre outros.

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Tipos de blocos econômicos


Para compreendermos como funcionam os blocos econômicos, é necessário compreender como eles são
criados. Existem vários blocos econômicos pelo mundo, mas cada um possui um nível de integração
diferente dos demais. O que caracteriza essa integração é o desejo dos países-membros de intensificar
mais ou menos as relações econômicas entre as nações.
Podemos organizar os blocos econômicos em diferentes tipos (características):
Zona de livre comércio: os países unem-se para a liberação gradual de mercadorias e capitais dentro
dos limites territoriais do bloco. É uma integração tímida, visando apenas aos produtos e aos lucros obtidos
nessa produção. Como exemplo, podemos citar o Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), que
envolve os três países da América do Norte: Canadá, Estados Unidos e México (atualmente USMCA).
União aduaneira: trata-se de uma evolução da zona livre de comércio. Além da liberação das mercadorias
e produtos, é estabelecida uma Tarifa Externa Comum (TEC) aos países de fora do bloco. Isso significa
que, quando um país do bloco negociar com outro país que não pertença ao bloco, haverá uma taxa de
importação padronizada, igual para todos os que participam da integração econômica. O Mercado Comum
do Sul (Mercosul) é um exemplo de bloco que possui a TEC.
Mercado comum: possui a integração mais evoluída. Há as duas características anteriores, como a zona
de livre comércio e o estabelecimento da TEC, e outras para promover uma ampliação das relações entre
os envolvidos. Essa ampliação busca padronizar leis trabalhistas, legislações econômicas, além da livre
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circulação de pessoas. Além disso, empresas nacionais podem expandir seus negócios, instalando-se em
qualquer um dos países do bloco que está nesse nível de integração.
União econômica e monetária: Conforme as relações se intensificam e avançam, o bloco econômico
pode chegar ao seu estágio máximo e completo: a adoção de uma moeda única e criação de um banco
central do bloco. É o caso da União Europeia, que adotou o euro como moeda oficial em 2002. Porém,
essa moeda não é adotada em todos os países que fazem parte desse bloco.

1- Em que se baseia a economia mundial?


2- Escreva as principais características do sistema capitalista.
3- Por que ocorreram as principais crises econômicas mundiais? Quais são elas?
4- Defina, com suas palavras, globalização.
5- O que são blocos econômicos?

1) A globalização é um processo contínuo de integração, em especial, econômica do globo. Para tal, torna-
se necessário a disponibilidade de ferramentas que permitem a organização das redes e dos fluxos entre
as diferentes regiões do mundo. Desse modo, pode-se apontar que a globalização está amparada no
A) protecionismo econômico praticado pelos países desenvolvidos.
B) desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação.
C) emprego de técnicas tradicionais de produção, como o fordismo.
D) comprometimento com o desenvolvimento sustentável das nações.

2) Com relação ao espaço mundial, o processo de globalização provoca uma homogeneização da


produção e do consumo em nível global, porém esse processo não é uniforme em todo o planeta. Desse
modo, pode-se afirmar que a globalização resultou na
A) melhoria da qualidade de vida das populações periféricas.
B) utilização de mão de obra com baixa qualificação profissional.
C) acentuação da desigualdade social entre diferentes regiões.
D) diminuição dos impactos ambientais gerados no globo.
E) centralização econômica dos governos neoliberais.

3) A globalização provocou profundas mudanças nos sistemas globais de produção. É uma característica
desse sistema a
A) fragmentação da produção industrial.
B) utilização de mão de obra braçal.
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C) existência de grandes estoques de produtos.
D) concentração das unidades fabris.
E) baixa qualificação técnica do trabalhador.

4) Nos últimos anos, a globalização provocou uma mudança na distribuição espacial industrial, por meio
da valorização da
A) disponibilidade de mão de obra.
B) exploração de matérias-primas.
C) presença de jazidas minerais.
D) existência de redes de circulação.
E) adoção de políticas protecionistas.

5) Um carro esportivo é financiado pelo Japão, projetado na Itália e montado em Indiana, México e França,
usando os mais avançados componentes eletrônicos, que foram inventados em Nova Jérsei e fabricados
na Coreia. A campanha publicitária é desenvolvida na Inglaterra, filmada no Canadá, a edição e as cópias,
feitas em Nova York para serem veiculadas no mundo todo. Teias globais disfarçam-se com o uniforme
nacional que lhes for mais conveniente.
REICH, R. O trabalho das nações: preparando-nos para o capitalismo no século XXI. São Paulo: Educator, 1994 (adaptado).

A viabilidade do processo de produção ilustrado pelo texto pressupõe o uso de


A) linhas de montagem e formação de estoques.
B) empresas burocráticas e mão de obra barata.
C) controle estatal e infraestrutura consolidada.
D) organização em rede e tecnologia de informação.
E) gestão centralizada e protecionismo econômico.

6) A organização de países em blocos econômicos é apontada como o desdobramento de um fenômeno


de integração das forças políticas e econômicas do globo, por meio do desenvolvimento das redes e fluxos
de transportes e comunicações. Dessa maneira, pode-se afirmar que a criação de blocos de integração
entre os países representa um aspecto da
A) Revolução Industrial.
B) política mercantilista.
C) estatização da produção.
D) planificação do mercado.
E) globalização da economia.

7) Após a Segunda Guerra Mundial, além de se formarem os grandes blocos, diversos países se reuniram
em organizações geopolíticas e econômicas, constituindo blocos econômicos regionais de diversos tipos.
Fonte: TERRA, L. e COELHO, M. de A. Geografia Geral e Geografia do Brasil: O espaço natural e socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005.

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Considerando a integração econômica que ocorre no interior dos blocos regionais, relacione as colunas.
1) Mercado Comum
2) Zona de livre comércio
3) União aduaneira
( ) Circulação de bens com taxas alfandegárias reduzidas ou eliminadas.
( ) Padronização de tarifas para diversos itens relacionados ao comércio com países que não pertencem
ao bloco.
( ) Livre circulação comercial e financeira de pessoas, bens e serviços.

Fronteiras culturais: integração e exclusão sociocultural


Mesmo com os processos de produção e circulação de riqueza promovidos pelas atividades
econômicas, uma característica que marca o sistema capitalista é a divisão da sociedade em classes
sociais. Essa distinção histórica se deu em grande medida pela adoção de processos de segregação
sociocultural, como a escravização.
Com base nesse contexto, é possível compreender a existência de diversos problemas de ordem
social na atualidade.
Desigualdades sociais: as pessoas mais favorecidas economicamente têm acesso às melhores
oportunidades em termos educacionais, profissionais e de qualidade de vida em relação às menos
favorecidas.
Concentração de renda: uma parcela restrita da população recebe grande parte da renda do país,
enquanto a grande parcela recebe bem menos, não havendo distribuição justa.
Pobreza: fruto da desigualdade e da concentração de renda, a pobreza reflete na exclusão social, na baixa
escolaridade, nas condições precárias de habitação e na falta de acesso a bens e serviços.
Fome: relaciona-se à falta de comida disponível ou à impossibilidade de acessar ou comprar alimentos,
fator que atinge milhões de pessoas tanto no Brasil quanto no mundo.
Obesidade: relaciona-se aos hábitos alimentares influenciados pelo processo de globalização,
independentemente da cultura ou tradição culinária de cada país.
Exclusão digital: consiste na desigualdade de acesso à internet e às tecnologia da informação e da
comunicação. Relaciona-se à falta de acesso ao recurso, à ausência de conhecimento para usar a
tecnologia e à reduzida qualidade da infraestrutura, o que compromete o aproveitamento desses aparatos.
Geração de resíduos: ocorre devido às atividades humanas e ao consumo excessivo. A destinação
inadequada é o fator responsável pelo surgimento de diversos vetores de doenças e pela sua transmissão,
além de poluir recursos naturais como o solo e a água.
Desigualdade de gênero: relaciona-se às diferenças de oportunidade e respeito entre os gêneros,
colocando o masculino como prioridade nos mais diversos âmbitos (político, social, educacional, cultural,
etc).
Discriminação racial: consiste na distinção, exclusão, restrição ou preferência fundada na raça, na cor,
na ascendência, na origem nacional ou étnica, que comprometem as condições de igualdade de direito e
liberdade do ser humano.
Trabalho análogo à escravidão: envolve a submissão do trabalhador à jornada exaustiva, à sujeição de
condições degradantes, a restrições de locomoção, à vigilância ostensiva no local de trabalho, à ausência
de documentos que lhes são de direito.

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Na sociedade atual nos deparamos com diversos problemas socioculturais. Escolha um deles e produza
um texto dissertativo sobre o assunto.

1- Assinale a alternativa que contenha as principais consequências da desigualdade social.


a) Pobreza, miséria, fome, mortalidade infantil, desemprego, marginalização, violência.
b) Pobreza, miséria, fome, mortalidade infantil, emprego, marginalização, violência.
c) Pobreza, miséria, fome, aumento da expectativa de vida infantil, desemprego, marginalização, violência.
d) Pobreza, miséria, fome, mortalidade infantil, desemprego, marginalização das classes mais altas,
violência.

2- As alternativas abaixo apontam causas para a pobreza no Brasil, com exceção da


a) porcentagem elevada de trabalhadores informais.
b) insuficiência de políticas de geração de renda.
c) acentuação da concentração fundiária no país.
d) implementação de programas de renda mínima.
e) ausência de investimentos em ações educacionais.

3- A fome é uma tragédia planetária, atingindo grande parte da população dos países empobrecidos. A
fome no mundo deve-se principalmente ao fato de que:
a) as populações apresentam um crescimento excessivo.
b) a produção de alimentos é insuficiente e não há como aumentá-la.
c) a produção e a distribuição de alimentos está destinada ao lucro, e não ao atendimento das
necessidades vitais das populações do planeta.
d) a ausência de uma tecnologia avançada aplicada à agricultura não possibilita uma maior produção de
alimentos.

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Evolução do capitalismo na construção do espaço geográfico e


internacionalização do capital.
O capitalismo é um sistema econômico e social baseado no direito à propriedade privada, no lucro e na
acumulação de capital.
A palavra capital vem do latim capitale e significa "cabeça", no qual faz alusão às cabeças de gado, ou
seja, uma das medidas de riqueza nos tempos antigos. Atualmente, capital está relacionado diretamente
com o dinheiro ou crédito.
Também conhecido como economia de mercado, o capitalismo opera através das leis da livre iniciativa,
da livre concorrência e das leis da oferta e da procura.
Surgiu no século XV, na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, a partir da decadência do
sistema feudal e do nascimento de uma nova classe social, a burguesia.
O sistema capitalista se consolidou a partir das revoluções burguesas ocorridas nos séculos XVII e XVIII
e, da revolução industrial, que instituiu um novo modo de produção.

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Características do Capitalismo
O capitalismo se assenta no pensamento liberal e é orientado por alguns fatores determinantes:
➢ O direito à propriedade privada, compreendido como um direito natural dos seres humanos.
➢ A livre iniciativa;
➢ A livre concorrência;
➢ A lei do mercado (oferta e procura);
➢ O lucro como o objetivo principal da produção;
➢ A possibilidade de acumulação de riquezas;
➢ A instituição do trabalho assalariado no lugar da servidão;
➢ O controle dos sistemas produtivos por parte de proprietários privados e do Estado.

1- Defina capitalismo.
2- Cite as principais características do Capitalismo.
3- Sobre as fases do capitalismo, complete a tabela a seguir: (transcreva para seu caderno)
Fase do capitalismo Comercial Industrial Financeiro Informacional

Período

Doutrina

Objetivos

Potências

Evento importante

1- O capitalismo é um sistema de produção que tem como um dos seus principais objetivos a
a) obtenção de capital lucrativo. d) diminuição da desigualdade.
b) promoção de políticas sociais. e) estatização de conglomerados.
c) homogeneização do espaço.
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2- Assinale a alternativa que NÃO apresenta uma característica do capitalismo:


a) Propriedade privada. d) Planificação da economia.
b) Massificação da produção. e) Acumulação de capital.
c) Desigualdade social.

3- O capitalismo financeiro é caracterizado pelo aumento do fluxo de capital bancário no sistema global.
Esse período é caracterizado pela
a) retração da produção manufatureira. d) exploração de novos territórios.
b) ascensão das transnacionais. e) estatização dos meios de produção.
c) atenuação das disparidades sociais.

4- Assinale a alternativa que apresenta uma característica negativa do modelo de produção capitalista:
a) Acesso igualitário ao comércio global. d) Fomento à pesquisa e desenvolvimento.
b) Diminuição dos índices de desemprego. e) Aumento da desigualdade socioespacial.
c) Atenuação dos impactos socioambientais.

O processo de industrialização e o desenvolvimento econômico das


sociedades contemporâneas
Espaço Industrial
A indústria consiste no setor de transformação da matéria-prima em mercadoria. Para que ocorra a
instalação de uma indústria, há alguns fatores envolvidos, como disponibilidade de matéria-prima
necessária para a produção, de água, de fontes de energia, de mão de obra, de mercado consumidor, de
infraestrutura de transportes e de comunicação, além de incentivos fiscais.
Historicamente, o desenvolvimento do setor passou a ser entendido a partir de profundas
transformações conhecidas como revoluções industriais.
Primeira Revolução Industrial (final do século XVIII)
• Ocorreu na Inglaterra
• Uso de máquina a vapor e do carvão mineral
• Divisão social em duas grandes classes: empresários e proletários (operários)
• Desencadeou o processo de urbanização
Segunda Revolução Industrial (metade do século XIX)
• Ocorreu em países europeus, nos EUA e no Japão
• Uso de eletricidade e petróleo
• Produção em série por meio do sistema fordista e taylorista
• Intensificação do processo de urbanização
• Desenvolvimento tecnológico
Terceira Revolução Industrial (pós Segunda Guerra Mundial)
• Ocorreu em países desenvolvidos, como Japão, EUA e Alemanha
• Revolução Tecnológica
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• Sistema Toyota, via produção flexível
• Empresas transnacionais
• Terceirização das etapas de produção
Quarta Revolução Industrial (Século XXI)
• Ocorre em países desenvolvidos e emergentes
• Sistemas ciberfísicos
• Internet das coisas
• Computação de nuvem
• Inteligência artificial
• Nanotecnologia
• Biotecnologia
• Novas profissões

Espaço Industrial brasileiro


Etapas da industrialização brasileira

Atualmente, três processos se destacam em relação à indústria nacional:


• Desconcentração: dispersão do parque industrial nacional para as localidades interioranas nas
regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste.
• Desindustrialização: Redução da capacidade industrial nos últimos anos, o que impactou a
participação do setor no PIB e na taxa de trabalhadores desempregados.

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• Formação de tecnopolos: Tecnopolos são cidades que concentram atividades econômicas
relacionadas à elevada tecnologia, tais como universidades, empresas e centros de pesquisas.
São José dos Campos e Campinas, em São Paulo, são exemplos.

1- Escreva as principais características de cada uma das etapas da Revolução Industrial.


2- Escreva as principais características de cada fase da industrialização brasileira.
3- Quais são os processos que se destacam em relação à industrialização brasileira?
4- O que são tecnolopos?

1) A chamada Revolução Industrial (Grã-Bretanha, século XVIII) teve como desdobramentos:


a) a melhoria nas condições de trabalho.
b) o aproveitamento das máquinas manuais.
c) a mudança nos modos de trabalho do homem.
d) a adequação social às diversas formas de uso do tempo.
e) Nenhuma das alternativas acima.

2) A Inglaterra foi pioneira na industrialização. Esse pioneirismo ocorreu porque o país concentrava várias
condições que favoreceram o desenvolvimento industrial. Considerando as possíveis condições do
desenvolvimento industrial inglês, analise as afirmativas a seguir.
I. Houve grande reserva de capitais oriundos da exploração das colônias na América e na Índia.
II. O Estado estava afinado com os interesses do capitalismo inglês, responsável por criar uma legislação
favorável aos empreendimentos burgueses.
III. O cercamento dos campos, que substituiu a antiga produção agrícola feudal pela criação de ovelhas,
foi responsável pela formação de um mercado fornecedor de
matéria-prima têxtil (lã) e de uma parcela da mão de obra fabril.
IV. Possuía grandes reservas de carvão mineral, o mais importante combustível dos primeiros tempos da
industrialização.
Está correto o que se afirma em
a) I, II, III e IV. c) II e III, apenas. e) Todas estão incorretas.
b) I e IV, apenas. d) I, II e III, apenas.

3) Qual país foi considerado o pioneiro no desenvolvimento da indústria?


a) França b) Inglaterra c) Itália d) Bélgica e) Alemanha
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4) Dentro da periodização da Revolução Industrial, o surgimento da máquina a vapor está relacionado com
a:
a) Primeira Revolução Industrial d) Quarta Revolução Industrial
b) Segunda Revolução Industrial e) Quinta Revolução Industrial
c) Terceira Revolução Industrial

5) Nas últimas décadas do século XX, a intensificação do uso de alta tecnologia induziu uma nova lógica
de localização industrial. Os atuais espaços industriais caracterizam-se pela capacidade organizacional e
tecnológica de distribuir o processo produtivo em diferentes localidades. A especialização do processo
produtivo revela que
a) os atuais espaços industriais, espalhados pelo globo, utilizam muita força de trabalho qualificada e
poucos trabalhadores semiqualificados.
b) as novas indústrias foram instaladas considerando-se a abundância de mão de obra e a proximidade do
mercado consumidor.
c) as empresas instalaram unidades produtivas em alguns países de industrialização tardia, incentivadas
pela política de substituição de importações.
d) a criação de espaços industriais, nos países do Terceiro Mundo, foi promovida pelas políticas estatais
de incentivo ao consumo dos países centrais.
e) os novos espaços industriais organizam-se em torno de fluxos de informação que reúnem e distribuem,
ao mesmo tempo, as fases da produção.

Fronteira, território e territorialidade: conceito político e jurídico e a noção


social de ocupação do espaço.

A fronteira, o território e a territorialidade são conceitos fundamentais para entender como as sociedades
humanas organizam-se no espaço geográfico. Cada um desses termos apresenta particularidades
próprias, mas todos estão relacionados entre si.
Vamos entender o que cada um significa:
A fronteira é uma linha imaginária que delimita dois espaços diferentes, ou seja, é um limite que separa
um território de outro. Pode ser física (como uma cerca, um rio ou uma montanha) ou política (como uma
linha traçada em um mapa). As fronteiras nem sempre foram estáticas, elas são fruto de conflitos, acordos
políticos e interesses econômicos, e podem ser modificadas ao longo do tempo. As fronteiras têm grande
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importância para os Estados, pois servem para definir sua soberania e delimitar suas responsabilidades
territoriais
O território é uma área geográfica que é ocupada e controlada por uma comunidade, seja ela um país,
uma tribo ou uma cidade. O território pode ser composto por diferentes elementos, como solo, água,
florestas, montanhas, cidades, entre outros. Além disso, o território está relacionado à identidade e à
cultura de uma comunidade, pois é nele que ocorrem as relações sociais e econômicas, e que se
estabelecem as características que definem a identidade cultural de uma sociedade
Algumas pessoas confundem território com fronteiras, mas, na verdade, fronteira é o limite que separa
duas partes distintas. Ela é determinante para estabelecer a área territorial precisa de um Estado, e serve
como base física para as delimitações territoriais e políticas que garantem a autonomia e a soberania desse
Estado em relação aos outros
Territorialidade

Milton Santos, um importante geógrafo brasileiro, desenvolveu o conceito de territorialidade como uma
forma de compreender as relações entre as pessoas e o espaço geográfico. Para Santos, a territorialidade
é um conjunto de práticas, símbolos e valores que as pessoas desenvolvem em relação a um determinado
espaço.
Essas práticas podem incluir a utilização e a transformação do espaço, a criação de identidades e a defesa
de fronteiras e limites. A territorialidade, portanto, é uma forma de expressão cultural que está enraizada
no espaço geográfico. O geógrafo argumenta que as territorialidades não são estáticas e podem mudar ao
longo do tempo. Além disso, elas não são exclusivas de grupos ou comunidades isoladas, mas, sim,
influenciadas por fatores externos, como a globalização e as relações políticas e econômicas
A territorialidade está relacionada à forma como as pessoas se apropriam do território, ou seja, é a maneira
como as pessoas estabelecem relações com o espaço geográfico. Essa relação é construída por meio de
práticas cotidianas, culturais e sociais, que se relacionam com o território. A territorialidade está relacionada
à identidade e à cultura de um grupo, pois é a forma como as pessoas se relacionam com o espaço
geográfico que permite a construção de um sentimento de pertencimento a uma comunidade

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Segregação espacial e cultural no campo e na cidade


Segregação socioespacial é um processo atrelado às desigualdades sociais nos espaços urbanos,
evidenciado pela diferença habitacional. Também é chamado de segregação urbana.
Segregação socioespacial ou segregação urbana é um processo caracterizado pela diferença
socioeconômica das populações que é expresso pela questão habitacional. Ela ocorre, por exemplo, por
meio da formação de comunidades irregulares em áreas próximo aos condomínios de luxo. A principal
causa da segregação urbana é a desigualdade social. Há diversos tipos de segregação urbana, como, por
exemplo, as populares favelas brasileiras. Esse processo gera consequências como o aumento da
vulnerabilidade social. O Brasil possui várias cidades marcadas pela segregação urbana.

A segregação cultural ocorre quando determinados grupos são excluídos ou marginalizados com base em
suas práticas culturais, tradições ou identidades. Esse tipo de segregação pode ocorrer em sociedades
multiculturalistas, onde determinadas culturas são consideradas superiores ou mais valorizadas do que
outras. A discriminação cultural envolve a consideração de que certos costumes, crenças ou hábitos são
inferiores aos outros, o que implica que aqueles que possuem esses traços diferenciados sejam tratados
de maneira desigual, do ponto de vista negativo.

1- Defina fronteira.
2- Defina território.
3- O que é territorialidade?
4- O que é segregação socioespacial?
5- O que é segregação cultural?
6- Observe o mapa a seguir e responda as questões propostas.

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a) Quais são os países da América do Sul que não fazem fronteira com o Brasil?
b) Quais são as fronteiras do Brasil a norte?
c) Qual é fronteira do Brasil a leste?

1) Com extensão territorial de 8.514.876 quilômetros quadrados, o território brasileiro corresponde a 48%
do subcontinente sul-americano. Sua grande dimensão e localização proporcionam fronteiras com quase
todos os países da América do Sul. Marque a alternativa que indica as duas únicas nações sul-americanas
que NÃO fazem fronteira com o Brasil.
a) Argentina e Uruguai d) Chile e Panamá
b) Equador e Chile e) Paraguai e Venezuela
c) Colômbia e Suriname
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2) A respeito do conceito de território, é correto afirmar que:
I) Ao nos referirmos ao território brasileiro, referimo-nos ao espaço soberano reconhecido
internacionalmente.
II) Os limites do território podem ser bem definidos ou não muito claros. As fronteiras podem variar de
acordo com o espaço em análise.
III) Na Geografia, há um consenso exato sobre o que seja o conceito básico de território. Esse conceito é
único para todas as análises espaciais, sociais e territoriais.
IV) É possível entender o conceito de território como sendo o espaço geográfico apropriado e delimitado
por relações de soberania e poder.
Estão corretas as alternativas:
a) I, III e IV. c) I e III. e) Apenas a alternativa IV.
b) I, II e IV. d) Todas as alternativas.

3) A casa dos meus avós tinha um cheiro de jasmim. Esta lembrança é tão marcante que, onde quer eu
esteja, o cheiro dessa flor me enche de imagens familiares. Vejo a cozinha da casa com seu forno a lenha,
a grande sala de várias portas, os quartos à meia parede, o corredor largo que dá acesso a muitos lugares,
a portinhola da entrada como duas grandes asas, os jasmineiros no jardim cercado pelo muro baixo e o
pequeno portão de ferro que abre para a praça de uma infância repleta de janeiros maravilhosos.
SOUSA NETO, M. F. Aula de Geografia e algumas crônicas. 2 ed. Campina Grande: Bagagem, 2008, p. 67.

Considerando o texto acima, podemos afirmar corretamente que o autor utiliza qual conceito geográfico?
A) Paisagem, uma vez que o autor consegue captar, por meio da percepção visual, as transformações na
casa dos avós.
B) Lugar geográfico, conceito utilizado pelo autor, é retrato pela apropriação da afetividade e do sentimento
ao relembrar a casa dos seus avós.
C) Território, já que o espaço destacado é marcado por uma relação de poder.
D) Região, ao uniformizar as áreas da casa com suas respectivas características comuns
E) Espaço geográfico, ao retratar as transformações do mesmo a partir da relação sociedade-meio.

4- O processo de segregação urbana é conceituado de forma correta por meio da


a) presença de grandes obras de infraestrutura nas cidades.
b) constância das modificações advindas da gentrificação.
c) diferença socioeconômica entre a ocupação territorial.
d) atenuação do processo de metropolização das cidades.
e) resistência de transformação do cenário urbano central.

5- A característica central do processo de segregação urbana na sociedade é a


a) diferença de gênero. c) taxa de natalidade. e) renda bruta nacional.
b) desigualdade social. d) expectativa de vida.

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