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Manual de Sobrevivência da
Mulher Moderna
Produzido por :
Gabriela Costa
Gabriela Pina
O que você vai encontrar
nesse material?
Objetivo ................................................................................................................................3
Números de emergência.....................................................................................12
Mariana Ferreira Borges, conhecida nas mídias sociais como Mari Ferrer, hoje com 24
anos, usa suas contas do Twitter e do Instagram, atualmente, para desabafar e expor
materiais ligados ao dia em que foi estuprada enquanto estava bêbada e pedir por justiça.
Como uma representação da sua luta, ela utiliza a seguinte descrição nas redes sociais:
"Menina vegetariana. Sagitariana. Sobrevivente de violência contra a mulher lutando por
justiça".
Para entender os motivos que a levaram a lutar por esses direitos hoje é necessário voltar
para 2018. Mari tinha 21 anos e trabalhava como blogueira de moda e também ocupava o
cargo de embaixadora do estabelecimento Café de La Musique, um beach club de luxo em
Florianópolis, SC. No dia 15 de dezembro daquele mesmo ano, a jovem participou de um
evento no local e, no dia seguinte, registrou um boletim de ocorrência relatando ter sido
drogada e estuprada.
Caso Mari Ferrer
Relato do caso em que está envolvida:
Mariana Ferreira começou a relatar o acontecido por meio de seus perfis nas
plataformas de redes sociais. Ela foi dopada, estuprada e abandonada pelas pessoas que a
acompanhavam no local. A mesma descreve a situação em seu Twitter: "Minha virgindade
foi roubada junto com os meus sonhos".
Ela ainda posta prints das conversas que teve com as mulheres que estavam com ela
no café, pedindo ajuda. "Nenhuma das pessoas que me acompanhavam no dia me socorreu,
pelo contrário: me abandonaram, negaram meus pedidos de socorro, e todas as provas
levam a crer que compactuam para que o estuprador pudesse agir", escreveu.
Caso Mari Ferrer
Nas imagens, é possível notar que as mensagens estão escritas de maneira errada, com
erros de digitação típicos de pessoas não sóbrias, direcionadas a alguns de seus amigos no
dia e no horário da festa. Nas frases, desconexas, ela afirma estar triste e os acusa de
abandono. Mariana divulgou ainda um áudio direcionado a uma de suas amigas durante o
evento.
Nele, com a voz alterada, ela diz não estar bem e estar sozinha, sem saber para onde ir. Na
sua conta pessoal do Instagram, ela postou a seguinte descrição em uma de suas fotos:
Quando o "não" não é o suficiente, ou quando nem O que fazer quando um homem está te seguindo?
mesmo a explicação faz mais efeito e ele continua
insistindo. O que pode e deve ser feito é um BO
Infelizmente, a grande maioria das mulheres possuem pelo menos uma história
sugerindo perseguição, caso mesmo com o boletim a
em que são seguidas por um homem, seja na rua, em um estabelecimento, dentro do
situação não se resolva, como em casos de ex
shopping, em um festival… enfim, não estamos seguras em lugar algum. Sempre que
relacionamentos, a mulher deve entrar em contato
isso acontece, podemos entrar em desespero, afinal, quais medidas a serem tomadas?
com um advogado para tentar verificar qual seria a
O sentimento de insegurança é tremendo, a ameaça iminente nos deixa com os
procedência no seu determinado caso.
nervos à flor da pele, a sensação de estar sendo seguida e observada é horrível.
Porém, não possuímos ações concretas para denunciar ou questionar o cidadão. O
que nos resta fazer?
O que fazer quando você percebe o táxi A indicação é que você ande com algo que possa machucar o perseguidor, por
tomar o caminho que você não conhece? exemplo, um livro, uma garrafa de água mais resistente entre outros pertences que
podem servir de “arma” nessa situação. Outro ponto é caminhar relativamente
A mulher moderna vive em um mundo de
rápido, seguindo por caminhos com mais pessoas e espaço, caso você precise correr.
mobilização constante, que é facilitada por
Por último, finja que conheça alguém no lugar que está andando, comprimente as
aplicativos de transporte tais como o Uber, 99,
pessoas, seja com um “bom dia” ou um simples aceno de cabeça, isso faz com que o
Wappa, entre outros. Entretanto, apesar de serem
perseguidor sinta que alguém está prestando atenção em você. A professora de
facilitadores, o tempo também mostrou que essas
Direito, ainda diz “Em qualquer circunstância, se alguém está te seguindo na rua,
viagens com “desconhecidos” podem ser
procure não ficar só, procure estar próximo de alguém e imediatamente, pelo
perigosas, em especial para as mulheres.
próprio celular, se você tiver, chame a polícia, mas procure não estar só.”
Novamente, fiquei com algo na mão que
poderia machucar, caso o motorista tente fazer
algo. Enquanto estiver na corrida, entre em
contato com alguém de sua confiança e
compartilhe sua viagem com essa pessoa, seja por
áudio ou ligações, o motorista irá perceber que
está sendo monitorado. Por último, peça que ele
siga o caminho do GPS ou as suas instruções,
caso ele não respeite a sua decisão, diga que irá
reportar a atitude para o aplicativo, até porque o
passageiro é você.
O que você pode fazer quando
essa situação acontecer?
O que fazer quando ele te bate pela
primeira vez?
Uma situação comum no cotidiano de muitas mulheres é a famosa “apalpada”, um grave tipo de assédio físico e
sexual. Pode acontecer no ambiente escolar ou de trabalho, em um círculo de amigos ou em meio à multidão,
quando você está sozinha com o agressor ou em meio a muitas outras pessoas.
Nesse caso é importante procurar um local de fuga, tirar a mão do assediador e sair o mais rápido possível de
onde você esteja e procurar um local com mais pessoas à vista, amigos, colegas de trabalho para que ele perceba que
você não está sozinha e tem ajuda de outras pessoas ao seu redor.
É importante ressaltar que os pontos ditos nesse tópico, com o objetivo de ajudar, são
pontos de conhecimento da sociedade como um todo. Voltando à conversa com Neiva
Flávia, que comenta que o que nós como mulheres temos que procurar é não estarmos só,
sempre com alguém, seja no telefone, seja perto: “Essa é uma das maiores dicas que a gente
pode dar, não é uma dica jurídica, é uma dica da sociedade”, e acrescenta no final da
conversa: “A denúncia é sempre o melhor caminho”.
Outro ponto que merece destaque sobre como proceder em casos de assédio e violência
é o que a Claudia menciona em nossa conversa: “Além de fazer o exame de corpo de delito,
tem que orientar a não tomar banho e trocar de roupa porque é necessário para o exame.
É a recomendação. Pedir para que a pessoa lembre alguma marca, tatuagem, anel ou
característica para a descrição e procurar atendimento psicológico. Por último, levar na
justiça, exigindo e lutando pelos seus direitos”, ela orienta.
Números para contatar em uma
emergência
Mesmo que seja de conhecimento geral, é importante que se saiba quais os números de
emergência para certas situações. Principalmente quando se leva em consideração que, de
acordo com a vereadora Cláudia Guerra e ex Diretora da ONG SOS Mulher, o número de
ligações para a ONG no período de pandemia aumentou 45%.
A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), desde 2014, uniformizou em todo o
Brasil os códigos dos serviços emergenciais, de utilidade pública e serviços de telefonia fixa.
Assim, todos os números necessários de serviços de emergência podem ser encontrados no
site da Anatel.
Ligue 190 - PMDF
Serviços Públicos de Emergência Você sabia? Em caso de emergência, a mulher ou
(As ligações são gratuitas)
alguém que esteja presenciando alguma situação
Secretaria dos Direitos Humanos - 100
Serviços de Emergência no Mercosul - 128 de violência pode pedir ajuda por meio do telefone
Guarda Municipal - 153 190. Uma viatura da Polícia Militar é enviada
Delegacia de Atendimento à Mulher - 180
Disque Denúncia - 181
imediatamente até o local para o atendimento.
Marinha – Emergências Marítimas / Fluviais - 185 Disponível 24 horas por dia, todos os dias. Ligação
Polícia Militar - 190
gratuita.
Polícia Rodoviária Federal - 191
Remoção de Doentes (Ambulâncias - SAMU) - 192 Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher
Corpo de Bombeiros - 193Polícia Federal - 194
Polícia Civil - 197 A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é
Polícia Rodoviária Estadual - 198 Defesa Civil - 199
um canal criado pela Secretaria Nacional de Políticas
para as Mulheres, que presta uma escuta e acolhida
qualificada às mulheres em situação de violência. O
Entretanto, mesmo com os avanços obtidos serviço registra e encaminha denúncias de violência
pelas mulheres na defesa de seus direitos, a contra a mulher aos órgãos competentes, bem como
violência contra a mulher ainda é um problema reclamações, sugestões ou elogios sobre o
social. Visando a uma solução mais ágil para a funcionamento dos serviços de atendimento. A
denúncia, o Tribunal de Justiça preparou um denúncia pode ser feita de forma anônima
compilado com números que poderão ajudar disponível 24 horas por dia, todos os dias. Ligação
estritamente nessas situações. gratuita.
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher - DEAM
Diante de qualquer situação que configure violência doméstica, a mulher deve registrar a
ocorrência em uma delegacia de polícia, preferencialmente, nas Delegacias Especiais de Atendimento
à Mulher (DEAM), que funcionam das 8 às 18 horas. Endereço: Avenida Rondon Pacheco, 2446,
Saraiva, CEP 38408-404
Telefones: (34) 3210-3646
Página: http://www.policiacivil.mg.gov.br
Mapa de Assistência em
Uberlândia-MG
Casa da Mulher - Delegacia Especializada em Defensoria Pública da União (DPU) em
Atendimento a Mulher - DEAM Uberlândia/MG
Av. Nicomedes Alves dos Santos, 727 - Centro, R. Eduardo Marques, 1049 ·
Uberlândia - MG, 38408-343 Atendimento: 08h às 17h
Funcionamento: 08h às 17h Telefone: (34) 3211-4664
Telefone: (34) 3231-3756
Foto: Divulgação/SECOM
"Necessitamos de um
atendimento constante, uma
escuta ativa, sem julgar, que
acolhe, que encoraja."
- Cláudia Guerra
Organizações Não-Governamentais
Organizações Não-Governamentais
Não adianta ter uma lei maravilhosa se não há prática. As ONGs são lugares que fazem aquilo que o poder
público não faz. Nem sempre a lei funciona e é operacionalizada naquilo que precisa.
Instituições dedicadas aos Direitos das
Mulheres indicadas pelo Ministério
Público Federal
Governamentais
Sociedade Civil
Instituto Patrícia Galvão:
Centro Feminista de Estudos e Assessoria: https://agenciapatriciagalvao.org.br/
http://www.cfemea.org.br/ IPAS Brasil: https://www.ipas.org/
Instituto da Mulher Negra (SP): Movimento Nacional de Direitos
http://www.geledes.org.br/ Humanos: https://mndhbrasil.org/
Rede Nacional Feminista de Saúde e Mulher 500 anos atrás dos panos:
Direitos Reprodutivos: http://www.mulher500.org.br/
http://www.redesaude.org.br/ Organização Internacional do Trabalho
Rede Mulher de Educação: (OIT): http://www.oit.org/
https://ndptoledo.wixsite.com/ndptoledo/r Pagu - Núcleo de Estudos de Gênero:
ede-mulher https://www.pagu.unicamp.br/
Sempreviva Organização Feminista: Rádio Feminista - RIF/FIRE:
http://www.sof.org.br/ http://www.radiofeminista.net/
Articulação de Mulheres Brasileiras: Revista Estudos Feministas:
https://www.facebook.com/amb.feminista/ http://www.cfh.ufsc.br/~ref
Católicas pelo Direito de Decidir: SOS Corpo - Gênero e Cidadania:
https://catolicas.org.br/ http://www.soscorpo.org.br/Themis -
ECOS - Comunicação em Sexualidade: Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero:
http://www.ecos.org.br/ http://www.themis.org.br/
Gênero, Direitos Humanos e Saúde: Associação Brasileira de Organizações
http://www.mulheres.org.br/ não Governamentais: www.abong.org.br
Instituições dedicadas aos Direitos das
Mulheres indicadas pelo Ministério
Público Federal
Internacionais
Foto: Divulgação/PDT.
Em termos de legislação de proteção à violência contra a mulher, o Brasil tem a terceira maior
legislação do mundo. A Lei Maria da Penha é um instrumento muito avançado, o nosso problema
mesmo é operacionalizar. Por exemplo, questões culturais, machismo, patriarcado, a forma como as
instituições e a nossa sociedade são organizadas, com uma distinção de papéis de gênero, colabora
muito para essa cultura de violência, a própria cultura do estupro, que se aproveita da naturalização de
papéis violentos que as mulheres são submetidas desde a infância. Essas são dificuldades culturais e
organizacionais. Os instrumentos que já estão nos dispositivos da lei precisam ser regularizados e
constituídos de fato.
Além disso, pensar em comunicação e educação como uma base de prevenção. Mudar essa concepção
de educação racializada para algo mais diverso e inclusivo, que trabalhe pautas de gênero, educação
sexual e que leve a informação na formação cidadã desde a infância. [...] É até uma dificuldade que
temos na prática da advocacia, o direito das mulheres é uma área interdisciplinar que se alia ao Serviço
Social, à Saúde Básica, pensando em educação, acesso e recursos e informações. Vai muito além de
somente a legislação em si, é pensar também na emancipação das mulheres, na emancipação financeira,
na formação profissional, além da desigualdade salarial entre homens e mulheres — que implica
diretamente em questões de reprodução de violência. São ações que buscam um impacto social, em
diversas áreas, com uma visão sistêmica e integrada, como a nossa visão também deve ser, alcançando
diversos setores de maneira integrada.
Legislação
Quais são as leis que existem a nosso favor?
Violênc
ia
V io lê n c ia Sexual
F ís ic a Qualquer co
presenciar, a nduta que a constranja
Qualquer conduta que ofenda a relação se manter ou a particip a
integridade ou saúde corporal. intimidação, xual não desejada, me ar de
a d
que a induza meaça, coação ou uso iante
d
Vi olê nc ia qualquer mo comercializar ou utili a força;
a
do, a sua sex za
Ps ico lóg ica impeça de u ualidade, qur, de
contraceptiv sar qu ea
o ou que a foalquer método
à gravidez, rce ao matr
co nd ut a qu e cause dano emocionae
le mediante co ao aborto ou à prostitu imônio,
er a iç
Qual qu
stima, que prejudique manipulaçãoção, chantagem, suborn ão,
diminuição da auto-envolvimento ou que vise a exercício de
; ou que limit oo
e ou anule o u
perturbe o pleno dese r suas ações, seus direit
degradar ou controla e reprodutivos.os sexuais e
rta m en to s, cr en ça s e decisões, mediant
com po ento, humilhação,
ameaça, constrangim , vigilância constante,
ento Vi olê nc ia
manipulação, isolam az, insulto, chantagem,
perseguição co nt um ito Mo ra l
la riz aç ão , ex pl or aç ão e limitação do direuse
ridicu e ca
er outro meio que lh Qualquer conduta
de ir e vir, ou qualqu úde psicológica e à que configure calúnia,
prejuízo à sa
autodeterminação. difamação ou injúria.
Vi olê nc ia
qu ar ta
Pa tri nia l
mo Qualquer conduta ilegítima que
configure perda, retenção,
subtração, destruição parcial ou
total de objetos, instrumentos de
trabalho, documentos pessoais,
bens, valores e direitos ou recursos
econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas
necessidades
Legislação
Lei 11.340/2006 - Maria da Penha
A Lei Maria da Pena, é provavelmente a lei Ela prevê que agressores — no campo
mais importante e conhecida da legislação doméstico e familiar — sejam presos em
brasileira no que diz respeito ao direito das flagrante ou tenham a prisão preventiva
mulheres, sendo, inclusive, considerada a decretada em decorrência de qualquer
terceira melhor de combate à violência ação que cause morte, lesão, dano moral
doméstica do mundo pela Organização das ou patrimonial às vítimas, além de casos de
Nações Unidas (ONU), em 2012. violência física, sexual e psicológica.
Além disso, existem várias leis aprovadas com a intenção de alterar ou acrescentar termos
a ela, tais como:
Também conhecida como “Lei do Minuto Seguinte”, prevê que toda vítima de violência sexual tem
o direito de buscar atendimento emergencial, integral e gratuito na rede pública de saúde sem a
necessidade de apresentar boletim de ocorrência ou qualquer outro tipo de prova do abuso
sofrido.
Basta a sua palavra para que o sistema de saúde seja obrigado a dar acolhimento com amparo
médico, social e psicológico, além do diagnóstico e do tratamento das lesões físicas. A rede pública
também deve fornecer os medicamentos necessários para evitar a gravidez e infecções sexualmente
transmissíveis.
Conhecida como “Lei do Feminicídio”, esta lei altera o artigo 121 do Código Penal,
instituindo o feminicídio como um crime de homicídio, e o artigo 1º da Lei de Crimes
Hediondos, acrescentando o feminicídio à categoria.
Quando uma mulher perde a vida em derivação de abuso, violência doméstica,
discriminação, menosprezo, ou nos casos em que a mulher é levada a cometer suicídio
por abuso psicológico ou pelo simples fato de ser mulher, o ato deixa de ser um
homicídio comum e torna-se qualificado e, consequentemente, crime hediondo (de
extrema gravidade). A lei ainda pontua alguns agravantes, sendo eles: feminicídio durante
a gestação ou nos três primeiros meses após o parto; contra mulheres menores de 14 anos,
maiores de 60 anos ou portadoras de deficiência física ou mental; e feminicídio na
presença de descendente ou ascendente da vítima.
Legislação
Afirma a necessidade da
notificação compulsória em
caso de violência contra a
mulher para os casos que são
atendidos em sistemas de
saúde públicos e privados em
todo o Brasil.
A “Lei Carolina Dieckmann” não A “Lei Joanna Maranhão” altera
é destinada exclusivamente às os prazos de prescrição para
mulheres, mas a motivação partiu crimes de abusos sexuais
de um crime mais comum contra cometidos contra crianças e
o grupo e promoveu alterações adolescentes (de qualquer
no Código Penal para definir sexo/gênero), que passam a ter o
crimes cibernéticos no Brasil. tempo contado para a prescrição
após a vítima completar 18 anos,
além de aumentar o prazo para a
denúncia para 20 anos.
Pune
de o s c ri
ia de c on tr m es q
n c a a di u e vã
s g o
e f e rê c a s o d o a c om o n i d a de se
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r n o estu p u a l,
a a p p a ra e v i t a a ra fa v o re ro , a s s é d i o ,
n , p a
de n to os ra ess p ro s t i c im en
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O r a m e ion d em o es d tu iç ã o
, v i o la
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ju l e s h e a d e e c r i . etc .
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investigação de cr
vulgação de
relacionados à di
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mensagens de cont
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misógino pela inte
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altera a Lei 10.446
Legislação
n o mo o P ro í b
e o ca
t ô s sam en
r i m e au m e dida aqu el
e re a l to in f
ac de ei i za d o a n t i l,
T o rn ri m e n t o s t o n a “L i n fo rm
a lm e n , f o r m a l ou
um p re v i te, a n
d e s c v a s , já p e n h a . ” a n os tes do
eti P de ida s 18
p ro t ia da de.
M ar
tificação
Dispõe sobre a no
casos de
compulsória dos
cia contra a
suspeita de violên
mulher.
O que pode ser melhorado?
Por Neiva Flávia, professora da Faculdade de Direito da UFU, coordenadora dos projetos
Todas Por Ela, Acolhidas e Entre Irmãs.
Por fim, chegamos ao sistema judiciário. Pois bem, não adianta "Ademais, seria fundamental
ter a legislação, se não existir um aparato judiciário adequado que o sistema judiciário
para apurar aquela legislação. Por exemplo, a Lei Maria da brasileiro reconhecesse um
Penha, que é uma lei de política pública, que fique claro, grande erro judiciário que foi
estabeleceu uma vara especializada para a violência doméstica, a tese da “Legítima Defesa da
o que nem todos os lugares têm. Uberlândia, por exemplo, Honra'', que justificou o
ainda não tem, o que seria fundamental. Por que? Porque os homicídio de mulheres. E mais
profissionais que vão atuar nessa vara são capacitados para
que justificar o homicídio de
lidar com caso em espécie, são formados e educados para isso.
mulheres, vilipendiou a
Fora que o sistema probatório é próprio, a escuta é
memória dessas mulheres no
especializada. Nós precisamos da mesma estrutura em crimes
contra as mulheres, crimes sexuais em espécie. [...] Nós processo. A Justiça Brasileira
precisávamos que nos crimes sexuais tivesse escuta precisa assumir esse erro, se
especializada, com assistentes sociais, com psicólogas. Primeiro responsabilizar pelo o que fez e
para que essa mulher se sentisse acolhida, segundo porque esses reparar a memória dessas
profissionais conseguem identificar a realidade. mulheres, [...]."
Além disso, o sistema probatório poderia ser feito sob um outro olhar. Por exemplo, se uma mulher
vulnerável, alcoolizada ou dopada, alega estrupo, quem tem que provar que ela consentiu não é ela, é o
homem que tem que provar que ela consentiu. A gente inverte então o que chamamos de ônus da
prova. Isso só é possível em justiças especializadas, como o caso da Trabalhista. Isso justifica a justiça
especializada. Por que? Ora, por que existe a Trabalhista? Porque nós entendemos que o trabalhador
em relação ao empregador é mais fragilizado socioeconomicamente, porque o empregador que detém
o poder econômico. É o mesmo em relação à mulher. Nos crimes sexuais, quem detém o poder físico e
uma estrutura social que o referenda (que questiona muito essa mulher que sai, que vai pra balada,
etc), quem está nessa posição social superiorizada é o homem. Nesse caso, é necessário uma justiça
especializada para buuscar igualdade nessas situações e buscar verdade nesses casos. Isso é essencial:
justiça especializada para crimes sexuais contra mulheres e feminicídio também.
O que pode ser melhorado?
Por Neiva Flávia, professora da Faculdade de Direito da UFU, coordenadora dos projetos
Todas Por Ela, Acolhidas e Entre Irmãs.
- Depoimento Anônimo
Depoimentos Recolhidos
“O ex marido da minha irmã me assediava quando eu tinha uns 9 anos,
ele me colocava no colo dele e começa a lamber a minha orelha e a
passar a mão na minha perna. Ele fazia isso todos os dias e sempre que
chegava lá em casa, me procurava e me chamava. Até que um dia eu
comecei a me esconder dentro do guarda roupa e eu sempre ficava
muito assustada e com medo…”
- Depoimento Anônimo
- Depoimento Anônimo
Depoimentos Recolhidos
- Depoimento Anônimo