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PARALELO ENTRE OS CRIMES COMETIDOS ENTRE O CASO DE JOÃO DE

DEUS E O MÉDICO ROGER ABDELMASSIH

João de Deus

Ele já foi denunciado 15 vezes pelo Ministério Público por crimes sexuais.
Conforme o órgão, três processos já possuem sentença, ou seja, João Teixeira
já foi punido pelos fatos cometidos contra 10 mulheres. Em juízo, restam 12
denúncias, as quais envolvem 56 mulheres, que ainda aguardam o julgamento.

 Quinze denúncias por crimes sexuais envolvendo mulheres de vários


estados;
 Uma por falsidade ideológica;
 Uma por corrupção de testemunha e coação;
 Uma por posse ilegal de armas de fogo e munição em Abadiânia;
 Uma por apreensão de documentos arma de fogo e munição, em
Anápolis.

Ele já foi condenado por:

 por posse ilegal de arma de fogo, pena de 4 anos em regime semi


aberto, novembro de 2019;
 por crimes sexuais cometidos contra quatro mulheres, condenado há 19
anos em regime fechado, em dezembro de 2019;
 por crimes sexuais cometidos contra cinco mulheres, sentenciado há 40
anos em regime fechado, em janeiro de 2020;
 por violação sexual mediante fraude, a dois anos e meio de reclusão,
que podem ser cumpridos em regime aberto, em maio de 2021.

Sabendo que João já carregava com certa reputação: ele saíra de Anápolis,
cidade onde morava, com uma acusação de homicídio e um discurso
persecutório. Em 1977, ano de sua chegada na tal Abadiânia, ele já acumulava
seguidores que acreditavam em seus poderes para curar quaisquer males,
físicos os espirituais.

A promessa de toda cura para todo mal é tão velha quanto o mundo, mas
ainda muito poderosa. Ouvir alguém jurar que tem poderes para te ajudar – e
que você terá que se esforçar relativamente pouco para ter resultados – vende
de aparelhos de definição abdominal até bálsamos milagrosos e garrafas de
água benta. Mas se engana quem acha que João cobrava por tudo. Ele
prestava seus serviços gratuitamente e só cobrava pelos produtos. Cirurgias
espirituais, procedimentos com incisão e a bendita da raspagem nos olhos
eram serviços gratuitos.

Além disso, a Casa Dom Inácio de Loyola também distribuía comida. Nos
aniversários do médium, dava festas para milhares de pessoas comerem e
beberem de graça. Ali era um lugar que falava de amor. Espiritualidade,
compaixão, acolhimento, cura. Falava muito, mesmo, e ajudava a comunidade
local. Gerava empregos, movimentava o turismo.
Uma acusação de "atentado ao pudor" se deu em setembro de 1980,
quando João foi processado por crime de sedução contra uma adolescente,
então com 16 anos. O processo foi extinto seis anos depois por desinteresse
da família. O advogado de João afirmou, à época, que tudo não passou de
invenção da família para tentar extorquir dinheiro. Em dezembro de 2018, o
curandeiro foi acusado de abusar sexualmente e violentar mais de trezentas
mulheres que buscaram ajuda com ele.

De acordo com as denúncias, João agia de forma similar em todos os


casos. Durante os atendimentos espirituais coletivos, o curandeiro dizia para as
mulheres que, segundo a "entidade", elas deveriam procurá-lo posteriormente
em sua sala, pois tinham sido escolhidas para receber a cura. As entrevistadas
denunciam que, uma vez sozinhas com ele, eram violentadas sexualmente.
A grande quantidade de denúncias (mais de trezentas) levou os Ministérios
Públicos de São Paulo e Goiás a criar em 10 de dezembro de 2018 uma força-
tarefa (para apurar os crimes) e canais específicos para receber denúncias. A
força-tarefa recebeu desde um total de 330 mensagens e contatos por telefone
desde que abriu canais específicos para isso. A própria filha do curandeiro,
Dalva Teixeira, o acusa, afirmando ter sido molestada quando criança.

Uma de suas possíveis vítimas cometeu suicídio em 12 de dezembro de


2018. Segundo a ativista social Sabrina Bittencourt, que a atendia, a família da
moça, por serem seguidores de João de deus, nunca acreditou nas denúncias.
Na tarde de 12 de dezembro de 2018, o Ministério Público de Goiás pediu a
prisão preventiva do curandeiro.Ao ser questionado por repórteres, o médium
só Em 16 de dezembro, após ter sido considerado foragido desde 15 de
dezembro,entregou-se à polícia e foi preso.

Desde o início de suas atividades, Segundo o presidente do Conselho


Regional de Medicina de Goiás, Sebastião Moreira, "algumas pessoas pensam
que saem curadas porque, em verdade, eram portadoras de doenças de
origem psicológica".João de deus foi acusado de contrabando de minério e foi
preso, em 5 de novembro de 1985, com 300 kg de autunita, minério com alto
teor de urânio.[Os três advogados contratados para defender João afirmam que
ele foi enganado: desconheceria que o material era radioativo e que estaria
apenas transportando o minério até um campo de pouso.Faria também foi
acusado e absolvido por falta de provas pelo assassinato do taxista Delvanir
Cardoso Fonseca. Fonseca foi assassinado com um tiro nas costas no dia 27
de janeiro de 1980, em Anápolis. Segundo Sebastiana Geralda Costa, amiga
de Fonseca, João teria ameaçado matar o motorista. O motivo seria um caso
amoroso entre Fonseca e Tereza Cordeiro de Faria, ex-mulher de João. A
ameaça teria ocorrido dois meses antes do crime, segundo Sebastiana. Dois
dias após o assassinato, João e Tereza se separaram.
MÉDICO ROGER ABDELMASSIH

O homem ganancioso, ficou conhecido por sua macabra clínica de


fertilização, onde violentou mais de 40 mulheres. Em 1968, aos 24 anos se
formou na Unicamp, sendo um motivo de muito orgulho para seus parentes.
Em um de seus estágios, ele conheceu o renomado doutor Milton Nakamura.
Não demorou muito para trabalhar com ele em sua clínica de fertilização, onde
adquiriu experiência, mas passou a atuar também em sua própria clínica,
localizada em Campinas.

Abdelmassih era muito exigente em relação à clientela. Só atendia pessoas


ricas e de alta influência na sociedade. No final dos anos 70, começaram a
surgir os primeiros casos de fertilização in vitro, Milton e Roger ficaram
impressionados com a idéia de trazer a técnica para solo brasileiro, mas os
dois tinham razões diferentes pra isso. O primeiro pensava em quantas
mulheres ele poderia ajudar com o processo, enquanto o outro, só pensava no
quão famoso e rico ficaria por isso.

No início de 2009, a imprensa brasileira noticia que Roger Abdelmassih teria


abusado sexualmente de suas pacientes. O médico nega as acusações.O
número de denúncias passa de 60 ex-pacientes, vindas de três estados
diferentes. Abdelmassih defende-se das acusações dizendo sofrer perseguição
por clientes insatisfeitas e armação de concorrentes.No dia 17 de agosto de
2009, o Juiz da 16ª Vara Criminal de São Paulo Bruno Paes Stranforini decreta
a prisão de Abdelmassih. Em 24 de dezembro do mesmo ano, após quatro
meses na prisão, Abdelmassih é solto após habeas corpus concedido por
Gilmar Mendes, então presidente do Supremo Tribunal Federal, revogando sua
prisão preventiva.

Roger Abdelmassih foi condenado, em 23 de novembro de 2010, a 278


anos de prisão pela juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal de
São Paulo. Ele foi acusado de 52 estupros de pacientes em sua clínica,
localizada em uma área nobre da capital paulista, e condenado por estupro e
atentado violento ao pudor, apesar de algumas absolvições. Abdelmassih teve
seu registro profissional cassado em 20 de maio de 2011.

Condenado, Abdelmassih conseguiu, novamente por decisão de Gilmar


Mendes, o direito de recorrer em liberdade através de liminar concedida no
habeas corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal. Após notícias de que o
médico estaria buscando a renovação do seu passaporte, foi solicitada sua
prisão acreditando-se que pretendia fugir do país. Antes que pudesse ser
capturado, Roger Abdelmassih foge do Brasil no início de 2011, figurando na
lista de criminosos procurados pela Interpol e tornando-se um dos 25
criminosos mais procurados pela Polícia Civil de São Paulo.Na época, supôs-
se que ele teria fugido pela fronteira do Paraguai, seguindo para o Uruguai;
Com passaporte falso, teria fugido para o Líbano, país com o qual o Brasil não
tem tratado de extradição. No entanto, Abdelmassih continuou no Paraguai
com sua esposa Larissa Maria Sacco, onde se passava pelo empresário
paraguaio Ricardo Galeano.

As denúncias contra o médico começaram em 2008. Abdelmassih foi


indiciado em junho de 2009 por estupro e atentado violento ao pudor. Ele
chegou a ficar preso de 17 de agosto a 24 de dezembro de 2009, mas recebeu
do Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de responder o processo em
liberdade.

A denúncia do Ministério Público à Justiça apontou que o médico tinha


estuprado 39 pacientes. Ao todo, as vítimas acusaram o médico de ter
cometido 56 estupros.

Em 23 de novembro de 2010, a Justiça o condenou a 278 anos de reclusão.


Foram considerados 48 ataques a 37 vítimas entre 1995 e 2008. Abdelmassih
não foi preso logo após ter sido condenado porque um habeas corpus do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) dava a ele o direito de responder em
liberdade.

O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, quando ex-
médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de que
ele tentaria sair do Brasil. Como a prisão foi decretada e ele deixou de se
apresentar, passou a ser procurado pela polícia.

Após três anos foragidos, quando chegou a ser considerado o criminoso


mais procurado de São Paulo, Abdelmassih foi preso no Paraguai pela Polícia
Federal (PF), em 19 de agosto de 2014. Em outubro daquele ano, a pena dele
foi reduzida para 181 anos, 11 meses e 12 dias, por decisão judicial.
Entretanto, pela lei brasileira, nenhuma pessoa pode ficar presa por mais de 30
anos. O ex-médico sempre negou ter cometido os estupros pelos quais foi
condenado. O inquérito concluído em março deste ano sobre mais 37 mulheres
vítimas de Abdelmassih começou a ser produzido em 2009. Antes de ser detido
pela PF, ele era investigado por estuprar e cometer manipulação genética
irregular contra 26 pacientes.

A repercussão da prisão levou novas vítimas a procurar a Delegacia de


Defesa da Mulher para denunciar abusos contra o ex-geneticista. À época, a
delegada da 1º DDM identificou mais 11 pacientes abusadas. Ainda com medo,
outras nove vítimas mulheres prestaram depoimento na condição de protegidas
– os nomes delas não aparecem no inquérito.

Além de estupro, Abdelmassih responde preso aos crimes envolvendo


infrações cometidas em manipulação genética, que estão previstos nos artigos
24 e 25 da Lei 11,105 de 2005 sobre Biossegurança. Segundo policiais,
Abdelmassih também é investigado em outro inquérito por crime de sonegação
fiscal.

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