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UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO – UNISULMA

TRABALHO EM DOMICÍLIO

Aluno: Gustavo Vinicius Sousa Gaspar

Imperatriz – MA
2023
O filme “Argentina 1985” foi inspirado na história real de Julio
Strassera e Luis Moreno Ocampo. O mesmo inicia-se em 1985,
quando dois promotores de justiça resolvem investigar a até então
ardilosa durante a ditadura militar argentina, que entre 1976 e 1983,
cerca de 30 mil pessoas morreram sob a ditadura mais sanguinária
da América Latina, com o intuito de julgar os comandantes do
mesmo.

Antes de iniciar, nota-se o contexto social na qual a


Argentina passava, na qual pessoas “denunciavam” vizinhos,
amigos, parentes ou até conhecidos para o governo, (muita das
vezes não por motivos ideológicos, mas por que invejavam o cargo
do sujeito, paixões pelo conjugue do outro) dizendo que estes eram
contra o governo, causando assim diversas mortes e torturas nesse
período. Após é realizado julgamentos coletivos, sendo que o
julgamento está empatado, uns entendendo como crime, e outros
não, pois agiram de acordo com a legislação da época, já outros
achavam que estavam corretos em denunciar se fossem
ideologicamente favoráveis, pois ali haveria um desvio de direito e
denunciar com outros intenções (inclusive sendo um assunto
estudado em direito, sendo o abuso de direito). O filme em si é algo
relevante para o direito brasileiro, pois mesmo falando de uma
história “mais próxima” a nossa, na qual vivemos uma ditadura de
21 anos, ainda existem pessoas que defendem a volta da ditadura.
Logo entende-se que o filme é essencial para uma melhor
compreensão da população do que seria o mesmo, já que não
tivemos uma justiça de transição aqui como houve lá.

No inicio do processo Strassera encontra-se com diversos


desafios, tais entre quais o de procurar advogados competentes
que possuam conhecimento técnico jurídico para busca de
informações, pelo fato do medo entre mais experientes de serem
mortos pelo regime, além do fato de ser ameaçado, junto com sua
família, diversas vezes por números anônimos que aparecem na
trama ligando para o promotor.

Antes de se iniciar o caso, Strassera consegue formar uma


equipe de jovens advogados que iniciam o seu processo de buscas
indo até os locais onde haviam testemunhas e até mesmo vítimas
para obter denúncias com qual a promotoria obtivesse “munição
suficiente” para se iniciar tal processo, adquirindo uma imensa
gama de denúncias que serviram como alicerces da investigação,
além de documentos e outros arquivos necessários para o
desenvolvimento do mesmo. No desenrolar do filme, nota-se a
influência do governo na vida da classe burguesa argentina, quando
Luis Moreno vai para uma festa na qual estavam presentes os
militares, e os mesmos tentam persuadir o promotor auxiliar a
desistir do caso, porém o mesmo argumenta como injustificável os
diversos casos de tortura física e psicológica realizados em anos de
atividade. Sua mãe imaginava que o filho estava errado ao tentar
desprestigiar os militares, mas depois mudou de ideia.

Os réus sabendo que seria difícil escapar de um julgamento


da opinião pública, tentaram evitar o julgamento, alegando que o
Tribunal Militar não havia encontrado evidencias dos crimes e eles
não poderiam ser julgados por civis, além de usarem o argumento
de não mandarem nenhum subordinado cometer tortura, e nem eles
teriam feito tal ato, dizendo que o ato não passava de uma alegação
comunista.
Mas após o agrupamento de informações coletadas,
Strassera e o jovem grupo de advogados dirigem-se ao tribunal
para realizar o inicio do processo que levaria dias para se
concretizar. No primeiro dia o grupo se depara com uma denúncia
anônima de que havia uma bomba local e que não poderiam
continuar a ‘operação”, porém o Juiz decidiu continuar com o
procedimento, que não demorou muito para aparecer a primeira
testemunha, gerando grande repercussão por todo o país e,
consequentemente, dando lugar a diversas outras testemunhas que
tomaram coragem a partir do primeiro caso. Com o passar do
inquérito. Dentre todas, o filme destaca o caso de uma mãe que.
enquanto grávida foi forçada por militares a entrar dentro de uma
viatura praticamente em trabalho de parto, com as mãos amarradas
dizia que não aguentava mais e teria a criança ali mesmo, porém as
autoridades presentes debochavam da mulher dizendo em matar
ela e a criança, instaurando assim uma tortura psicológica, sendo
que, somente após um mês foi libertada, tendo sua casa, bens,
família e amigos extirpadas de si, sendo praticamente exilada de
seu país, alertando as autoridades de que familiares não se
intimidaram e acionaram o judiciário para obter justiça.

Com o desenvolvimento do julgamento, a tensão em solo


argentino alcança o auge com uma suposta informação de que os
militares possam se rebelar e ocasionar diversas mortes no país.
Sendo assim, Luis Moreno é convidado para diversas entrevistas
em programas de Tv, dentre as quais aplica seu direito subjetivo
afirmando que os infratores da lei não poderiam sair impunes,
concluindo que as normas e leis dependiam não de méritos
próprios, mas dos fatos sociais.
Durante o julgamento, o juiz inicia com as acusações
utilizando-se do testemunho da mulher gravida como um fato
bárbaro sendo usado como prova. Por fim, o promotor de justiça e
sua equipe logram êxito em sua missão, trazendo de volta a
esperança de milhões de pessoa a terem regatadas sua liberdade,
demonstrando assim a importância da ciência jurídica e o impacto
que pode causar, sendo utilizada de modo exímio. Portanto,
conclui-se que o poder emana do povo, e o povo é o poder.

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