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UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO – UNISULMA

TRABALHO EM DOMICÍLIO

Aluno: Gustavo Vinicius Sousa Gaspar

Imperatriz – MA
2023
O livro "O que é Direito?" de Roberto Lyra Filho traz uma
visão crítica e reflexiva sobre o Direito como um fenômeno social e
suas principais concepções e definições teóricas. O autor inicia a
obra abordando a evolução do pensamento jurídico desde a
Antiguidade até os dias atuais, passando por diferentes concepções
e correntes filosóficas que se preocuparam em definir e explicar o
Direito.

Lyra Filho destaca que o Direito não pode ser compreendido


como o que ele é em si ou apenas como um conjunto de leis e
normas, mas sim como uma construção histórica e cultural que
reflete as relações de poder e conflitos existentes na sociedade,
pois constantemente as leis e normas mudam junto com a
sociedade, porém deixa claro que o Direito é do indivíduo mas vem
do estado, ou seja, o poder emana do povo, mas o Estado lhe
garante os direitos.

Inicialmente, Lyra trata sobre ideologias ( conjunto de ideias


de uma pessoa ou grupo para fundamento de suas opiniões),
dividindo-as em três tipos: Ideologia de crença, Ideologia de Falsa
Consciência e Ideologia de Instituição. O primeiro não se faz
referencia especial a crenças religiosas, mas é aquelas que
adquirimos com pesquisa, estudos e conhecimento empírico do
nosso senso crítico, assim vamos arraigando e criando senso
crítico, e assim vai se formando esta ideologia. Já a segunda
relaciona-se a crenças pré-determinadas como por exemplo a de
superioridade racial, ou os Alemães que durante um tempo criou a
ideia de que a “raça ariana” era superior a judaica, ou como o
machismo que ressalta a mulher como alguém inferior, ou seja,
quando a ideologia se sobrepõe de tal modo o raciocínio que a
mesma lhe forja imagens que lhe são favoráveis. Em terceiro, a
ideologia Institucional, provém do Estado, n qual o mesmo lhe dita
regras de norma e conduta em que o qual escolhe aquilo que é o
correto e o errôneo a ser cumprido, o mesmo se divide em dois
ramos, o jusnaturalismo e o positivismo. O autor explica que é
necessário uma ordem justa estabelecida, o homem social precisa
ter vivencia em uma comunidade, e pra isso é necessário que a
figura do Estado diga o que e licito ou ilícito para o mesmo.

Embora deformadas, os positivistas consideram o direito


como uma ordem social estabelecida por um grupo dominante, já os
jusnaturalistas insistem em um critério de avaliação das normas - a
justiça social – porém somente a dialética unifica o discurso do
jusnaturalismo e juspositivismo na elaboração de normas.

A partir do terceiro capitulo “ sociologia e direito”, o autor


afirma que não se trata da sociologia burguesa de Comte, mas de
Marx. “A sociologia é a disciplina mediadora da ordem a fatos
sociais, toda historia história realmente cientifica é história social.”
Com isso o autor que dizer que se tem o mínimo de ciência e
fundamento, é uma historia social. O pensamento sociologia define
duas correntes: Estabilidade Harmônica e Mudança - o primeiro
explica a raiz social, já a segunda explica o espaço social – o que
toma um padrão impossível, pois estes grupos atuam contra o
Estado, porém o mesmo não pode ser partidário, tendo que ser
indiferente com estes fatos, visto que o Estado tende a “zelar” pelo
todo, e não somente por um grupo específico. Com isso o autor
deixa claro que a sociologia e direito andam juntas, pois é
necessário um olhar social para se ter um entendimento melhor do
que é o Direito.
Logo entra em debate a dialética social do Direito. Neste
capitulo o autor trata de situações em que a sociedade internacional
estava dividida em socialismo e capitalismo e não alinhados
(comunistas entre outros).

Para Lyra Filho, o direito é um instrumento de dominação,


que é utilizado pelas classes dominantes para perpetuar o seu
poder sobre as classes dominadas. No entanto, o autor não nega a
importância do direito na organização da sociedade, mas defende a
necessidade de se repensar o seu papel e de se buscar uma
transformação social por meio do direito.

O direito entre nações tende a ficar preso entre o sistema de


força dominante, ou seja, quem tem o conhecimento tem o poder
nas mãos, trazendo como exemplo o Brasil, quando o Estado é
falho, a sociedade se reorganiza de forma autônoma por meio dos
oprimidos, criando novos costumes, normas e moral. Assim criasse
um sistema ilegítimo, como por exemplo as Favelas, na qual a
milicia detém o poder, ou a politica contendo lideres corruptos. Com
isso Roberto afirma que o Direito não pode ser explicado não pode
ser de forma clara por que varia de circunstancia ou ideologias de
falsa crença impostas para a população.

Ao longo do livro, o autor discute também questões como as


funções do Direito, a relação entre Direito e Moral, a interpretação e
aplicação das normas jurídicas, justiça, a igualdade e a liberdade. O
ponto central da obra é a crítica ao Direito positivo, que muitas
vezes não atende às necessidades e demandas sociais, e é
utilizado como instrumento de manutenção dos interesses das elites
dominantes.
Lyra Filho propõe uma visão mais humanista e crítica do
Direito, que leve em consideração as dimensões éticas e sociais
das relações jurídicas e que seja capaz de promover a justiça e a
igualdade social. Embora tenha sido escrito há mais de 50 anos, o
livro permanece atual e pode contribuir para reflexões fundamentais
sobre o papel e a função do Direito na sociedade contemporânea.

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