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Metodologia

Tipo de pesquisa
Quanto à natureza da pesquisa, recorremos à pesquisa qualitativa,
pois que é um estudo sistematizado e desenvolvido com base em manuais e
revistas científicas acessíveis ao público. Quanto aos meios de
investigação, recorremos a uma pesquisa bibliográfica.

Objectivos

Geral: Compreender o conceito de Estado Liberal e Estado Constitucional

Específicos:

 Diferenciar a sociedade do Estado de acordo aos seus conceitos e


finalidades.

 Identificar a diferença entre sociedades pré-estatais, infra-estatais e


supra-estatais;

 Explicar a natureza do Estado, origem, justificação, processo de


formação e extinção;
 Abordar os aspectos convergentes e divergentes do Estado Liberal e
Estado Constitucional;

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Introdução

O presente trabalho de pesquisa enquadra-se nos estudos ligados a


Ciência Política e Direito Constitucional, daí que entendemos ser relevante
estudar os aspectos da Teoria do Estado, consequentemente, o Estado Liberal e
Estado Constitucional. Temáticas que nos poderão ajudar a compreender melhor
a cadeira de Ciência Política e Direito Constitucional. Deste modo,
subdividimos em dois capítulos. No primeiro, abordaremos os aspectos ligados à
Teoria do Estado e no segundo, traremos uma reflexão sobre Fase
Constitucional, especificamente, Estado Liberal e Estado Constitucional.
Procuramos, na medida do possível, seguir as regras definidas pelos
docentes, no entanto, esperamos que este trabalho possa contribuir, de alguma
forma, nas nossas aprendizagens sobre Ciência Política e Direito Constitucional
e matérias afins.

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1. A SOCIEDADE E O ESTADO

O conceito de Sociedade e Estado, na linguagem dos filósofos e estadistas, tem sido


empregado ora indistintamente, ora em contraste, aparecendo então a Sociedade como
círculo mais amplo e o Estado como círculo mais restrito. Sociedade vem primeiro; o
Estado, depois.

A Sociedade, algo interposto entre o indivíduo e o Estado, é a realidade


intermediária, mais larga e externa, superior ao Estado, porém inferior ao indivíduo,
como medida de valor.

O conceito de Sociedade tomou sucessivamente três caminhos no curso de sua


caminhada histórica. Foi primeiro jurídico, com Rousseau; depois econômico, com
Marx e enfim, sociológico, com Comte.

No mundo moderno, o homem, desde que nasce e durante toda a existência, faz
parte, simultânea ou sucessivamente, de diversas instituições ou sociedades, formadas
por indivíduos ligados por parentesco, interesses materiais ou objetivos espirituais. Elas
têm por fim assegurar ao homem o desenvolvimento de suas aptidões físicas, morais e
intelectuais, e para isso impõem certas normas, sancionadas pelo costume, a moral ou a
lei.

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2. ORIGEM E JUSTIFICAÇÃO DO ESTADO

O termo “Estado” provém do vocábulo “status”, não tem um sentido único


antes, apresenta uma polivalência de significação riquíssima como condição, conjunto
de direitos e deveres, estrato social, dignidade, propriedade, boa ordenação e não só.
Mais restritamente tem-se usado para referir quer uma comunidade territorial
politicamente independente integrada por governantes e governados (Estado-
Comunidade ou Estado Sociedade), quer o poder do Governo dessa comunidade
(Estado-Poder ou Estado-Governo).

Esse termo, foi usado pioneiramente por Nicolau Maquiavel na sua renomada obra “O
Príncipe” (1513), do latim status/estar firme, significando situação permanente de
conveniência e ligada à sociedade política, passando a ser usado pelos italianos sempre
ligados ao nome de uma cidade independente.

Na percepção de Thomas Hobbes, os homens celebram um pacto de contrato social, no


qual passam a estar submetidos a um Governo que possa, através das leis, garantir-lhes
uma vida segura.

Os seres humanos abandonam o estado de natureza e dão origem ao estado civil por
meio do Contrato Social. Já para Aristóteles o Estado é encarado por uma instituição
natural necessária da própria natureza humana. É resultante dos movimentos naturais de
coordenação e harmonia. Sua finalidade seria a segurança da vida social, a
regulamentação da conveniência entre os homens e em seguida a promoção do bem-
estar colectivo.

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3. Sociedade pré-estatais, infra-estatais e supra-estatais

3.1 Sociedades pré-estatais

São aquelas que antecedem da formação do Estado, ainda que não


inelutavelmente conducentes à passagem a Estado, são entre outras, a
família patriarcal, o clã e a tribo, o senhorio feudal e etc.

3.2 Sociedades infra-estatais

Vem a ser, entre outras, as regiões ou províncias autonómas.

3.3 Sociedades supra-estatais

São as confederações, outros agrupamentos de Estados, a própria


comunidade internacional. (MIRANDA, 2000, p.)

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4. Conceito de Estado

O conceito de “Estado” é uma temática que, até aos dias de hoje, é


passível de uma discussão entre vários autores uma vez que não existe um
consenso quanto ao mesmo.
A título de exemplo, segundo CAETANO (2009, p. 122), o “Estado
define-se como um povo fixado num território, de que é senhor, e que dentro
das fronteiras desse território institui, por autoridade própria, órgãos que
elaborem as leis necessárias à vida colectiva e imponham a respectiva
execução”. Já para Kelsen apud ARAÚJO (2018, p.86), “Estado é uma ordem
jurídica relactivamente centralizada, limitada no seu domínio espacial e
temporal de vigência, soberana ou imediatamente subordinada ao Direito
Internacional, globalmente, em regra, eficaz”.
Os conceitos supracitados permitiram-nos afirmar que, realmente, não há
um pleno consenso entre os mesmos. No primeiro, nota-se a ideia de “Estado-
Poder” e “Estado-Comunidade” ao passo que, no segundo, verifica-se a ideia de
“Estado-Soberania” que suscita uma dicotomia pelo facto de nem todos os
Estados serem soberanos, como por exemplo, o Estado de Mónaco. Contudo,
eles convergem relativamente aos elementos constitutivos do Estado: Território,
Povo e Poder Político.

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5. NATUREZA DO ESTADO
O conceito de “natureza do Estado” é uma abstração teórica que se refere a um
momento em que os seres humanos se organizavam apenas sobre as leis da natureza. É
um momento anterior ao surgimento de qualquer tipo de organização social do Estado
Civil. Vale ressaltar que esta ideia de anterioridade não se refere a um momento
histórico, mas sim, uma metáfora a um período pré-social dos seres humanos. O que faz
um Estado são os fins a que ele se destina como:

a) A segurança
Tendo em conta a natureza do homem resultar em um perigo eminente, onde os
fortes tendem a dominar os menos fortes. A observação deste elemento foi necessária
para o estabalecimento do poder político, que vai afirmar e manter a coesão absoluta da
sociedade para que todos protejam a todos e assim, unidos em estreita solidariedade,
mantendo a segurança entre os individuos.

b) Justiça
A justiça surge como um fim do Estado na medida em que a sociedade política
existe para substituir, nas relações entre os homens, ao arbitrio da violência individual
certas regras ditadas pela razão que satisfaçam o instinto natural de justiça.

c) O bem-estar social
Não podendo o homem satisfazer as suas necessidades isoladamente, nem
sequer pelos seus grupos, ha necesside de levá-los apelar para um poder que congregue
e oriente a acção colectiva, capaz de afastar males e de vencer dificuldades,
aparentemente, insuperáveis. (CAETANO, 2009, pp. 144-146).

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6. Processo de Formação de Estado

O professor Jorge Miranda, na sua obra “Manual de Direito Constitucional”,


apresenta-nos algumas formas segundas as quais estão na origem do processo de
formação do Estado a destacar: formas pacíficas e violentas; formação de acordo com as
leis vigentes no Estado ou na sociedade a que a nova comunidade, até então, pertence e
formação contra estas leis; formação por desenvolvimento interno e por influência
externa.

Também, no plano do Direito Constitucional comparado e Direito


Internancional. O autor refere que é possível tipificar processos como a elevação a
Estado de comunidade dependente, a secessão ou desmembramento de Estados pré-
existentes.

6.1 Extinção do Estado

Um Estado extingui-se quando desaparece um dos seus elementos essenciais. A


extinção do Estado pode ser total, quando desaparece totalmente um dos seus elementos
essenciais, ou parcial, quando não afecta a existência do Estado e tão pouco sua
personalidade jurídica internacional, mas sim a sua estrutura, em razão da perda de parte
de sua área territorial ou população.

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7. ESTADO LIBERAL

O Liberalismo é um termo polissémico que “engloba o liberalismo


político, ao qual está associada às doutrinas dos direitos humanos e da divisão
dos poderes, e o liberalismo económico, centrado sobre uma economia de
mercado livre (capitalista)” (CANOTILHO, 2008, p. 109).

O liberalismo apresentou-se como uma teoria antiestado. O aspecto


central de seus interesses era o indivíduo e suas iniciativas. A actividade estatal,
quando se dá, recobre uma figura reduzida e, previamente, reconhecida. Suas
tarefas circunscrevem-se à manutenção da ordem e segurança, zelando as
disputas, por acaso surgidas, sejam resolvidas pelo juízo imparcial sem recurso à
força privada, além de proteger as liberdades civis e a liberdade pessoal e
assegurar a liberdade econômica dos indivíduos exercitada no âmbito do
mercado capitalista.
Assim sendo, NÓBREGA (2018) caracteriza o Estado Liberal “como um
modelo de Estado que adopte garantias individuais (direito de liberdade) e um
sistema de controle de poder estatal, tradicionalmente identificado no
mecanismo da separação de poderes como princípio estruturante do Estado”.
O Estado Liberal possui um amplo conjunto de prescrições legais que
têm por objecto a normatização das condutas intersubjectivas, ou seja, o Estado
adopta normas que regulam os interesses particulares de modo que não se crie
caos socioeconómico.

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8. ESTADO CONSTITUCIONAL

O Estado Constitucional é compreendido como resultado de um processo


histórico que resultou das doutrinas constitucionais, como consequência, actualmente os
Estados são orientados e organizados sob uma Constituição escrita ou não.
O Estado só se concebe hoje como Estado Constitucional porque o
“constitucionalismo procurou apresentar os argumentos de razão como um Estado
submetido ao direito, um Estado regido por leis, um Estado sem confusão de poderes”
(CANOTILHO, 2008, p. 87).
O Professor J. J. Gomes Canotilho, em “Direito Constitucional e Teoria da
Constituição” (2008, p.), afirma que “o Estado Constitucional é uma tecnologia política
de equilíbrio político-social, através da qual se combateram dois árbitros ligados à
Autocracia Absoluta do Poder e os Privilégios Orgânicos-Medievais. Numa única fala,
estruturou-se um Estado com qualidades ou características (Estado de Direito e
Democrático) que fazem dele um “Estado Constitucional”.

O Estado Constitucional Democrático e de Direito procura estabelecer uma


conexão interna entre democracia e Estado de Direito. Assim sendo, a concretização de
um Estado Constitucional de Direito, obriga-nos a procurar o pluralismo de estilos
culturais e a diversidade de circunstâncias.

O Estado de Direito e Estado Democrático surgem, muitas vezes, separados.


Fala-se de um Estado de Direito, omitindo-se a dimensão democrática e se alude ao
Estado Democrático silenciando a dimensão de Estado de Direito. Essa dissociação
corresponde, às vezes, à realidade das coisas, pois, existem formas de domínio onde
Estado Democrático não está identificado em termos de Direito e existe Estado de
Direito sem qualquer legitimação em termos democráticos.

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