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TEORIA GERAL DO

ESTADO
TEORIA GERAL DO ESTADO
– Noção, Objeto e Método
• Estudiosos afirmam que é necessário preparar o
profissional do Direito para ser mais do que um
manipulador de um processo técnico, formalista e limitado
a fins imediatos.
• A TGE é uma disciplina de síntese, que sistematiza
conhecimentos jurídicos, filosóficos, sociológicos,
políticos, históricos, antropológicos, econômicos,
psicológicos, valendo-se de tais conhecimentos para
buscar o aperfeiçoamento do Estado, concebendo-o, ao
mesmo tempo, como um fato social e uma ordem, que
procura atingir seus fins com eficácia e justiça.
TEORIA GERAL DO ESTADO
– Noção, Objeto e Método
• Para isso três pontos são ressaltados:
 É necessário conhecer as instituições, sua organização e
papel que nela se representa;
 Saber de que forma e através de que métodos os problemas
sociais deverão ser conhecidos e as soluções elaboradas, e
não usar soluções implantadas em outras sociedades cujos
problemas sociais divergem;
 Esse estudo não se enquadra no âmbito das matérias
estritamente jurídicas, pois trata de muitos aspectos que
irão influir na própria elaboração do direito.
Isso tudo está situado entre os objetos da TGE.
OBJETO DA TGE

• Quanto ao objeto da TGE pode-se dizer, de


maneira ampla, que é o estudo do Estado sob
todos os aspectos incluindo a origem, a
organização, o funcionamento e as finalidades,
compreendendo-se no seu âmbito tudo o que se
considere existindo no Estado e influindo sobre
ele.
OBJETO DA TGE
• Alexandre Groppali indica o objeto da Teoria do
Estado através de três doutrinas que se integram
compondo a Doutrina do Estado:
•  Doutrina sociológica, que estuda a gênese do
Estado e sua evolução;
•  Doutrina jurídica, que se ocupa da organização
e personificação do Estado;
•  Doutrina justificativa, que cuida dos
fundamentos e dos fins do Estado;
MÉTODOS EMPREGADOS PARA O ESTUDO DA
TGE
 DEDUTIVO – O pesquisador parte de uma situação geral e genérica para
uma particular.
 INDUTIVO –o pesquisador por meio de um levantamento particular,
chega a determinadas conclusões gerais, ou seja, parte-se do específico para
o geral.)
 ANALÓGICO – Lança mão de estudos comparatísticos, isto é, uma
análise do Estado e das instituições segundo suas manifestações em
realidades políticas e jurídicas diversas.
Exemplos método indutivo,
dedutivo e analógico
A)INDUTIVO:
1) terra, marte e vênus são desprovidos de luz própria.
2) Terra, Marte e Vênus são planetas;
3) Todo planeta é desprovido de luz própria.
B) DEDUTIVO:
1) Todo homem é mortal;
2) Aristóteles é homem;
3) Aristóteles é mortal.

C) ANALÓGICO:
1) Ávores são seres vivos: nascem, crescem e morrem.
2) Homens também são seres vivos;
3) Então homens também nascem, crescem e morrem.
CORRENTES DE PENSAMENTO
 Para a corrente denominada Filosófica, o objeto da TGE é a busca da
razão da existência do Estado e de suas finalidades como um agente
regulador da sociedade, mas sempre em um plano real.
 A corrente Sociológica entende que o objeto da TGE é enfocar o Estado
pelo prisma do fato social concreto, numa abordagem realista.
 A corrente Formalista é aquela para a qual o Estado deve ser estudado
somente segundo seu aspecto normativo, ou seja, como criador de leis e
regras jurídicas.

CULTURALISMO REALISTA
Posição defendida pelo filósofo do Direito Miguel Reale, considerada mais
abrangente do que as demais, segundo a qual deve proceder uma fusão das
correntes filosóficas, permitindo que o Estado seja estudado na totalidade de
seus aspectos, dentro de uma perspectiva dinâmica de sua atuação.
PALAVRA ESTADO

Se consagra na Itália renascentista (fins do século XIV a


meados do século XVI), por ser uma designação mais
genérica, neutra e, sobretudo mais abstrata.

LATIM = Estado (stato) => do latim status (que equivale a


constituição ou ordem, já empregado no sentido de condição
social) STATUS (CONDIÇÃO, SITUAÇÃO)

GREGOS = POLIS (cidade), POLÍTICA (arte ou ciência de


governar)

ROMANOS – CIVITAS, STATUS REIPUBLICAE (situação


da coisa pública)
CONCEITO DE ESTADO

ordem jurídica soberana que tem por


fim o bem comum de um povo situado
em determinado território.
CAUSA PRIMEIRA DA FORMAÇÃO DO ESTADO

Necessidade de um bem que ultrapasse o bem particular e


imediato, e, ao mesmo tempo, fosse capaz de garanti-lo e
promovê-lo.
O ESTADO
Indica a sociedade como tal; a condição pessoal do indivíduo perante os
direitos civis e políticos; um órgão particular da sociedade; uma corporação
qualificada do ponto jurídico; designa uma forma complexa e organizada da
sociedade civil. É a sociedade política, assentada em um determinado
território e dotada de um poder originário de mando.

BASE DE CONCEITUAÇÃO de Estado:


 NOÇÃO DE FORÇA – O Estado é uma entidade institucionalizadora
do poder, dotada de força irresistível, embora delimitada pelo Direito.
Pensadores: Léon Duguit e Georges Burdeau.
 NOÇÃO DE ORDEM JURÍDICA – O Estado detém o monopólio do
emprego da força, sendo uma sociedade política, através de um sistema
de normas jurídicas, com uma hierarquia de normas. Pensadores:
Oreste Ranneletti e Giorgio Del Vecchio.
TEORIAS QUE PROCURAM EXPLICAR A FORMAÇÃO DO
ESTADO

NATURALISTA – Sustenta a existência de uma sociedade


natural, isto é, há uma exigência da própria natureza do
homem, que o induz a viver agregadamente junto a seus
semelhantes. Aristóteles, Cícero, São Thomas de Aquino e
Oreste Ranneletti.

CONTRATUALISTA – Defende a posição de que o homem


vive em sociedade por vontade própria, isto é, mediante
um ato consciente de vontade (um contrato).
Platão, Thomas Moore, Thomas Hobbes, John Locke,
Rousseau
FASES DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO

ESTADO ANTIGO (3.000 a.C ao século V d.C) (Antigas


civilizações do Oriente ou Mediterrâneo) –
caracterizado pela religiosidade e natureza unitária.

ESTADO GREGO (Séculos VI a IV a.C) (Regiões


habitadas pelos povos Helênicos) – caracterizado pela
existência da pólis, poder absoluto e unitário, cujo
ideal visava a auto-suficiência.
ESTADO ROMANO – Expressão que designa as várias formas
de governo que existiram em Roma, caracterizado pela:
 Base familiar de organização;
 Sociedade política organizada;
 Domínio sobre grande expansão territorial;

ESTADO MEDIEVAL (Séculos V ao XV) – O Estado era


fragmentado, enquanto na Igreja existia unidade. Base religiosa
cristã (cristianismo);
 Existência de feudos (feudalismo);
 Invasões de bárbaros;
ESTADO MODERNO (Séc. XV a XVIII)

A necessidade de ordem e de uma autoridade central são as


causas predominantes para a transformação de Estado
Medieval em Estado Moderno. Portanto, sua característica
principal é a unidade. Várias correntes consideravam alguns
elementos essenciais do Estado, entre eles a soberania, a
territorialidade, fazendo paralelos e pressupostos sobre povo,
território, governo, autoridade.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO

POPULAÇÃO – Grupo de pessoas que residem em


determinado território.

TERRITÓRIO – Espaço físico sobre o qual o Estado


exerce soberania.

SOBERANIA – Organização de ordem jurídica imposta


nos limites do território com o objetivo de limitar
juridicamente até o limite das fronteiras.

FINALIDADE – Inúmeras correntes a conceituam e


todas afunilam como objetivo.
TEORIA MONÍSTICA

1- Numa sociedade determinada há somente um único sistema


para fazer cumprir os direitos individuais.

2- O nome desse sistema é ESTADO.

3- Dentro de uma organização, existe um soberano jurídico que


determina o controle jurídico sobre os demais órgãos do
ESTADO.

4- O ESTADO tem utilidade prática e moral agindo na unificação


e coordenação dos grupos em cooperação na sociedade.
TEORIA DUALISTÍCA

Contesta a existência exclusiva do


ordenamento jurídico estatal

Entre todos os pluralistas há um


denominador comum

Antiformalismo: o repúdio a lei como


forma, isto é, sem o conteúdo concreto
da vida social
O pluralismo foi uma reação da sociedade
contra a máquina do Estado montada com
a função exclusiva de:

Editar Leis

Fazer o Direito

Mera tutela da ordem das liberdades


individuais
Outras Teorias sobre o ESTADO

Ficcionista
Estado como fruto de uma ficção

Realista
Estado possuidor de um organismo biológico

Paralelismo
Estado e Direito são realidades distintas que se
completam na interdependência.
PERSONALIDADE JURÍDICA DO ESTADO

ESTADO
É uma organização destinada a manter, pela aplicação do
Direito, as condições universais para o bem comum,
enfatizando que os direitos e deveres do Estado são
diferentes dos direitos e deveres das pessoas físicas.

PERSONALIDADE MORAL
Segundo GERBER, dentro de uma visão pura do Estado,
reconhece este como um organismo moral e ético.

PERSONALIDADE JURÍDICA
Segundo DALMO DALLARI, o Estado é considerado uma
pessoa jurídica, logo possui personalidade jurídica
NEGATIVISMO

A teoria negativista nega que o Estado


tenha uma personalidade jurídica.

Max Seydel afirma não ser o Estado uma unidade,


nem organismo, nem sujeito de Direito e sim um
agrupamento de homens. Não existiria uma vontade
do Estado e sim uma vontade sobre o Estado.

Donati afirma que a personalidade do Estado seria a


própria personalidade dos governantes.

Duguit afirma que o homem é o único ser do mundo


jurídico, sendo o Estado um mero fato.
O PROBLEMA DA PERSONALIDADE DO
ESTADO
KELSEN => o Estado é a personificação de ordem jurídica,
igualmente a um sujeito artificial

GERBER => admite que o Estado seja um organismo moral, ou


seja, não palpável

GIERKE => diz que o Estado atua através das pessoas físicas
dos órgãos estatais.

LABAND => afirma que a capacidade do Estado é manifestada


pela vontade do governante.

DALLARI => diz que só a pessoa tem direitos e obrigações e o


Estado para ter direitos e obrigações tem de ser reconhecido
como pessoa.
CONCLUSÃO
O Estado possui personalidade jurídica própria dos direitos
e obrigações que tem por força de lei.

O Estado não se restringe a um mero sistema geral de


normas, nem tão pouco um fenômeno puramente
sociológico.

O Estado é uma realidade cultural, da própria natureza


social do homem, que se integra no ordenamento jurídico.
O PODER NO ESTADO
PODER ESPECIFICA O ESTADO

PODER DOMINANTE – exercido coativa e


incondicionadamente, sem que contra ele se
possa oferecer resistência.
 É uma vontade determinante.
 Um querer que determina outra vontade.
 Pelo convencimento
 Pela força
FORMAS DE EXERCER O PODER
POLÍTICO – Exercido de forma absoluta, incondicionada e ilimitada,
perpetuando-se com a finalidade única de manter a eficácia da atuação
estatal.
JURÍDICO – Exercido de forma a assegurar a finalidade legal do Estado,
já que sua gênese se encontra no Direito.
GOVERNO E PODER
GOVERNO – Complexo de normas jurídicas que disciplinam o exercício do
poder, isto é, governo é o aspecto dinâmico do poder, a ação.
PODER – É a capacidade do governante de se impor aos governados.
PODER CONSTITUINTE – É a capacidade de criar a ordem jurídica, ou
de modificar a ordem jurídica existente no Estado.

CIDADANIA – É o conjunto de direitos do indivíduo no plano político, que


lhe permite votar e assumir cargo eletivo, assim, interferindo no processo
governamental. É o vínculo do indivíduo e determinado Estado. É exercido
de forma ativa (consiste em poder votar, escolher governantes) e passiva
(poder ser eleito).

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