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Direito Ambiental
Frederico Amado
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para No mérito, anotou-se que a tese do STJ, no
a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide sentido de que a persecução penal dos entes
nas penas a estes cominadas, na medida da morais somente se poderia ocorrer se
sua culpabilidade, bem como o diretor, o houvesse, concomitantemente, a descrição e
administrador, o membro de conselho e de imputação de uma ação humana individual,
órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto sem o que não seria admissível a
ou mandatário de pessoa jurídica, que, responsabilização da pessoa jurídica, afrontaria
sabendo da conduta criminosa de outrem, o art. 225, § 3º, da CF.
deixar de impedir a sua prática, quando podia
agir para evitá-la. Sublinhou-se que, ao se condicionar a
imputabilidade da pessoa jurídica à da pessoa
Art. 3º As pessoas jurídicas serão humana, estar-se-ia quase que a subordinar a
responsabilizadas administrativa, civil e responsabilização jurídico-criminal do ente
penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos moral à efetiva condenação da pessoa física.
casos em que a infração seja cometida por Ressaltou-se que, ainda que se concluísse que
decisão de seu representante legal ou o legislador ordinário não estabelecera por
contratual, ou de seu órgão colegiado, no completo os critérios de imputação da pessoa
interesse ou benefício da sua entidade. jurídica por crimes ambientais, não haveria
como pretender transpor o paradigma de
Parágrafo único. A responsabilidade das imputação das pessoas físicas aos entes
pessoas jurídicas não exclui a das pessoas coletivos. RE 548181/PR, rel. Min. Rosa
físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do Weber, 6.8.2013.(RE-548181).
mesmo fato.
“Somente deve ser punido aquele que tem o
DENÚNCIA APENAS CONTRA A PJ poder de direcionar a ação da pessoa jurídica e
que tem responsabilidade pelos atos
“A necessidade de dupla imputação nos crimes
ambientais não tem como fundamento o praticados, sempre tendo como fundamento a
princípio da indivisibilidade, o qual não tem existência de culpa e dolo - sob pena de
aplicação na ação penal pública. Aplica-se em operar-se a responsabilidade objetiva (STJ, HC
119.511, de 21.10.2010).
razão de não se admitir a responsabilização
penal da pessoa jurídica dissociada da pessoa HABEAS CORPUS E PESSOA JURÍDICA
física” (STJ, AgRg no REsp 898.302, de
07.12.2010). 1. O habeas corpus é via de verdadeiro atalho
que só pode ter por alvo -- lógico -- a "liberdade
Informativo 714: de locomoção" do indivíduo, pessoa física. E o
“Crime ambiental: absolvição de pessoa física fato é que esse tipo de liberdade espacial ou
e responsabilidade penal de pessoa jurídica – 1 geográfica é o bem jurídico mais fortemente
protegido por uma ação constitucional. Não
É admissível a condenação de pessoa jurídica podia ser diferente, no corpo de uma
pela prática de crime ambiental, ainda que Constituição que faz a mais avançada
absolvidas as pessoas físicas ocupantes de democracia coincidir com o mais depurado
cargo de presidência ou de direção do órgão humanismo.
responsável pela prática criminosa.
Afinal, habeas corpus é, literalmente, ter a
Crime ambiental: absolvição de pessoa física e posse desse bem personalíssimo que é o
responsabilidade penal de próprio corpo. Significa requerer ao Poder
pessoa jurídica - 2 Judiciário um salvo-conduto que outra coisa
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não é senão uma expressa ordem para que o espécies em extinção. IBAMA. Interesse de
requerente preserve, ou, então, recupere a sua Autarquia Federal (STJ, CC 37.137, DJ
autonomia de vontade para fazer do seu corpo 14.04.2003);
um instrumento de geográficas idas e vindas.
D) Apuração de suposto crime ambiental
Ou de espontânea imobilidade, que já ocorrido em área que passou a integrar parque
corresponde ao direito de nem ir nem vir, mas nacional administrado pelo IBAMA (STJ, CC
simplesmente ficar. Autonomia de vontade, 88.013, de 27.02.2008);
enfim, protegida contra "ilegalidade ou abuso
de poder" -- parta de quem partir --, e que E) Crime ambiental praticado em área de
somente é de cessar por motivo de "flagrante preservação permanente localizada às
delito ou por ordem escrita e fundamentada de margens de rio cujo curso d’água banha mais
autoridade judiciária competente, salvo nos de um Estado da Federação. Interesse da
casos de transgressão militar ou crime União caracterizado de acordo com a redação
propriamente militar, definidos em lei" (inciso do art. 20, III, da Constituição Federal (STJ,
LXI do art. 5º da Constituição). 55.130, de 28.02.2007);
2. Na concreta situação dos autos, a pessoa F) A Justiça Federal, na forma da CF, art. 109,
jurídica da qual o paciente é representante IV, é competente para julgar e processar crime
legal se acha processada por delitos de extração de minerais sem a devida
ambientais. Pessoa Jurídica que somente autorização, figura delituosa prevista na Lei
poderá ser punida com multa e pena restritiva 7.805/89, art. 21, porquanto praticado contra
de direitos. Noutro falar: a liberdade de bem da União: minerais do subsolo (CF, art.
locomoção do agravante não está, nem mesmo 20, IX). (STJ. CC 22.975, DJ 20.11.2000);
indiretamente, ameaçada ou restringida. 3. G) Delito em tese cometido no interior de área
Agravo regimental desprovido (STF, HC
de proteção ambiental localizada no Entorno do
88.747, 1ª Turma, de 15.09.2009). Parque Nacional do Itatiaia, criado pelo
Competência - São exemplos de crimes Decreto 1.713/37 (STJ, CC 92.722, de
ambientais de competência da Justiça Federal: 24.03.2010);
A) Descartar resíduos tóxicos sobre rio que H) A pretensa conduta criminosa contra o meio
atravessa o Estado de Alagoas, pois é bem da ambiente teria ocorrido em uma Zona de
União por cortar mais de um estado da Amortecimento do Parque Nacional de
federação (STF, RE 454740/AL, rel. Min. Marco Araucárias, que foi criada pela União (STJ, CC
Aurélio, 28.4.2009); 89.811, de 03.04.2008).
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• Art. 4º Poderá ser desconsiderada a Art. 15. São circunstâncias que agravam a
pessoa jurídica sempre que sua personalidade pena, quando não constituem ou qualificam o
for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos crime:
causados à qualidade do meio ambiente.
I - reincidência nos crimes de natureza
• Art. 6º Para imposição e gradação da ambiental;
penalidade, a autoridade competente
II - ter o agente cometido a infração:
observará:
a) para obter vantagem pecuniária;
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b) coagindo outrem para a execução material pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no
da infração; art. 3º, são:
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Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta § 2º No caso de guarda doméstica de espécie
Lei, a ação penal é pública incondicionada. silvestre não considerada ameaçada de
extinção, pode o juiz, considerando as
TAC circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
De acordo com o STJ, no julgamento do Por sua vez, se o apanho ou utilização estiver
habeas corpus 183.047, de 22.03.2011, “a amparada na Resolução CONAMA 394, de
assinatura de termo de ajustamento de 06.11.2007, que permite, em caráter
conduta, com a reparação do dano ambiental excepcional, a criação doméstica de animais
são circunstâncias que possuem relevo para a integrantes da fauna silvestre, em lista
seara penal, a serem consideradas na hipótese regulamentar a ser editada pelo IBAMA,
de eventual condenação, não se prestando observados os critérios ambientais listados no
para elidir a tipicidade penal”. artigo 4.º do citado diploma, não haverá crime.
CAPÍTULO V § 3° São espécimes da fauna silvestre todos
• DOS CRIMES CONTRA O MEIO aqueles pertencentes às espécies nativas,
AMBIENTE migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou
terrestres, que tenham todo ou parte de seu
Seção I ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do
território brasileiro, ou águas jurisdicionais
• Dos Crimes contra a Fauna brasileiras.
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, Vale ressaltar que o STJ já aplicou o Princípio
utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou da Insignificância à guarda doméstica de
em rota migratória, sem a devida permissão, animal silvestre (uma arara vermelha, um
licença ou autorização da autoridade passarinho concriz e um xexéu, dois galos de
competente, ou em desacordo com a obtida: campina e um papagaio), no julgamento do HC
72.234, em 09.10.2007.
Pena - detenção de seis meses a um ano, e
multa. § 4º A pena é aumentada de metade, se o
crime é praticado:
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
I - contra espécie rara ou considerada
I - quem impede a procriação da fauna, sem
ameaçada de extinção, ainda que somente no
licença, autorização ou em desacordo com a
local da infração;
obtida;
II - em período proibido à caça;
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho,
abrigo ou criadouro natural; III - durante a noite;
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou IV - com abuso de licença;
adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito,
utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes V - em unidade de conservação;
da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória,
VI - com emprego de métodos ou instrumentos
bem como produtos e objetos dela oriundos,
provenientes de criadouros capazes de provocar destruição em massa.
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Pena - detenção, de três meses a um ano, e Art. 34. Pescar em período no qual a pesca
multa. seja proibida ou em lugares interditados por
órgão competente:
Nesse sentido, pontifica o artigo 7º, inciso XVII,
da LC 140/2011, ser competência federal Pena - detenção de um ano a três anos ou
controlar a introdução no País de espécies multa, ou ambas as penas cumulativamente.
exóticas potencialmente invasoras que possam
ameaçar os ecossistemas, habitats e espécies Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas
nativas. quem:
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir I - pesca espécies que devam ser preservadas
ou mutilar animais silvestres, domésticos ou ou espécimes com tamanhos inferiores aos
domesticados, nativos ou exóticos: permitidos; II - pesca quantidades superiores
às permitidas, ou mediante a utilização de
Pena - detenção, de três meses a um ano, e aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não
multa. permitidos;
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza III - transporta, comercializa, beneficia ou
experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, industrializa espécimes provenientes da coleta,
ainda que para fins didáticos ou científicos, apanha e pesca proibidas.
quando existirem recursos alternativos.
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um
terço, se ocorre morte do animal. I - explosivos ou substâncias que, em contato
com a água, produzam efeito semelhante;
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou
carreamento de materiais, o II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido
pela autoridade competente:
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Pena - reclusão de um ano a cinco anos. Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou
multa, ou ambas as penas
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 11.428,
pesca todo ato tendente a retirar, extrair, de 2006).
coletar, apanhar, apreender ou capturar
espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, Parágrafo único. Se o crime for culposo, a
moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou pena será reduzida à metade. (Incluído pela Lei
não de aproveitamento econômico, nº 11.428, de 2006).
ressalvadas as espécies ameaçadas de
extinção, constantes nas listas oficiais da fauna Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada
e da flora. de preservação permanente, sem permissão
da autoridade competente:
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando
realizado: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa,
ou ambas as penas cumulativamente.
I - em estado de necessidade, para saciar a
fome do agente ou de sua família; Art. 40. Causar dano direto ou indireto às
Unidades de Conservação e às áreas de que
II - para proteger lavouras, pomares e trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de
rebanhos da ação predatória ou destruidora de junho de 1990, independentemente de sua
animais, desde que legal e expressamente localização:
autorizado pela autoridade competente;
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
III – (VETADO)
§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim de Proteção Integral as Estações Ecológicas,
caracterizado pelo órgão competente. as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais,
os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida
Seção II Silvestre.
Dos Crimes contra a Flora § 2o A ocorrência de dano afetando espécies
• Art. 38. Destruir ou danificar floresta ameaçadas de extinção no interior das
considerada de preservação permanente, Unidades de Conservação de Proteção Integral
mesmo que em formação, ou utilizá-la com será considerada circunstância agravante para
infringência das normas de proteção: a fixação da pena.
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, § 3º Se o crime for culposo, a pena será
ou ambas as penas cumulativamente. reduzida à metade.
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Pena - detenção de um a três anos ou multa, Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar,
ou ambas as penas cumulativamente. por qualquer modo ou meio, plantas de
ornamentação de logradouros públicos ou em
Art. 43. (VETADO) propriedade privada alheia:
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público Pena - detenção, de três meses a um ano, ou
ou consideradas de preservação permanente, multa, ou ambas as penas cumulativamente.
sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou
qualquer espécie de minerais: Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de
um a seis meses, ou multa.
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e
multa. Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas
ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas,
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão protetora de mangues, objeto de especial
madeira de lei, assim classificada por ato do preservação:
Poder Público, para fins industriais, energéticos
ou para qualquer outra exploração, econômica Pena - detenção, de três meses a um ano, e
ou não, em desacordo com as determinações multa.
legais:
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente
Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. ou degradar floresta, plantada ou nativa, em
terras de domínio público ou devolutas, sem
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins autorização do órgão competente: (Incluído
comerciais ou industriais, madeira, lenha, pela Lei nº 11.284, de 2006) - Pena - reclusão
carvão e outros produtos de origem vegetal, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.
sem exigir a exibição de
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§ 1o Não é crime a conduta praticada quando tais que resultem ou possam resultar em danos
necessária à subsistência imediata pessoal do à saúde humana, ou que provoquem a
agente ou de sua família. mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora:
§ 2o Se a área explorada for superior a 1.000
ha (mil hectares), a pena será aumentada de 1 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
(um) ano por milhar de hectare.
§ 1º Se o crime é culposo:
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la
em florestas e nas demais formas de Pena - detenção, de seis meses a um ano, e
vegetação, sem licença ou registro da multa.
autoridade competente:
§ 2º Se o crime:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria
multa. para a ocupação humana;
Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação II - causar poluição atmosférica que provoque a
conduzindo substâncias ou instrumentos retirada, ainda que momentânea, dos
próprios para caça ou para exploração de habitantes das áreas afetadas, ou que cause
produtos ou subprodutos florestais, sem licença danos diretos à saúde da população;
da autoridade competente:
III - causar poluição hídrica que torne
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e necessária a interrupção do abastecimento
multa. público de água de uma comunidade;
Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a IV - dificultar ou impedir o uso público das
pena é aumentada de um sexto a um terço se: praias;
I - do fato resulta a diminuição de águas V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos,
naturais, a erosão do solo ou a modificação do líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou
regime climático; substâncias oleosas, em desacordo com as
II - o crime é cometido: exigências estabelecidas em leis ou
regulamentos:
a) no período de queda das sementes;
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
b) no período de formação de vegetações;
§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no
c) contra espécies raras ou ameaçadas de parágrafo anterior quem deixar de adotar,
extinção, ainda que a ameaça ocorra somente quando assim o exigir a autoridade
no local da infração; competente, medidas de precaução em caso
de risco de dano ambiental grave ou
d) em época de seca ou inundação; irreversível.
e) durante a noite, em domingo ou feriado. IV - dificultar ou impedir o uso público das
Seção III praias;
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exigências estabelecidas em leis ou TO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
regulamentos: 15/3/2011.
Pena - reclusão, de um a cinco anos. Note-se que este crime não revogou o do artigo
2.º, da Lei 8.176/1991, normalmente havendo
§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no concurso ideal ou formal, pois este tutela a
parágrafo anterior quem deixar de adotar, Ordem Econômica e o artigo 55, o meio
quando assim o exigir a autoridade ambiente, conforme jurisprudência prevalente:
competente, medidas de precaução em caso
de risco de dano ambiental grave ou 1. "O art. 2º da Lei 8.176/91 descreve o crime
irreversível. de usurpação, como modalidade de delito
contra o patrimônio público, consistente em
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração produzir bens ou explorar matéria-prima
de recursos minerais sem a competente pertencente à União, sem autorização legal ou
autorização, permissão, concessão ou licença, em desacordo com as obrigações impostas
ou em desacordo com a obtida: pelo título autorizativo.
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e Já o art. 55 da Lei 9.605/98 descreve delito
multa. contra o meio-ambiente, consubstanciado na
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre extração de recursos minerais sem a
competente autorização, permissão concessão
quem deixa de recuperar a área pesquisada ou
explorada, nos termos da autorização, ou licença, ou em desacordo com a obtida" (HC
permissão, licença, concessão ou 35.559/SP).
determinação do órgão competente. 2. As Leis 8.176/91 e 9.605/98 possuem
466- INDENIZAÇÃO. ATIVIDADE ILÍCITA. objetividades jurídicas distintas, razão pela qual
LICENÇA. DNPM. não incide o princípio da especialidade. 3.
Recurso provido para que seja recebida a
A Turma, entre outras questões, entendeu que denúncia em relação ao crime do art. 2º da Lei
a ausência de autorização do Departamento 8.176/91” (REsp 930.781, de 18.08.2009).
Nacional de Produção Mineral (DNPM) para a
atividade de exploração de areia e seixo não Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar,
exportar, comercializar, fornecer, transportar,
constitui apenas uma irregularidade
administrativa passível de futura conformação, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar
mas uma ilicitude (art. 55 da Lei n. 9.605/1998), produto ou substância tóxica, perigosa ou
sendo proibida sua realização sem a devida nociva à saúde humana ou ao meio ambiente,
permissão, concessão ou licença. em desacordo com as exigências
estabelecidas em leis ou nos seus
A referida atividade realizada indevidamente regulamentos:
acarreta sanções tanto administrativas como
penais, logo não cabe indenização decorrente Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
da desativação das atividades extrativas § 1o Nas mesmas penas incorre
minerais dos recorridos em razão de quem: (Redação dada pela Lei nº 12.305, de
construção de reservatório de usina 2010)
hidrelétrica. Assim, a Turma deu provimento ao
recurso. Precedentes citados: REsp 1.021.556- I - abandona os produtos ou substâncias
TO, DJe 5/11/2010, e REsp 1.021.568-TO, DJe referidos no caput ou os utiliza em desacordo
5/6/2008. REsp 1.188.683- com as normas ambientais ou de
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