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2. Assinale a alternativa correta.

Sobre a reparação do dano ambiental:


A) Conforme orientação dominante do Superior Tribunal de Justiça, a
responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco
integral, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental,
de excludentes de responsabilidade civil para afastar a sua obrigação de indenizar.
B) A responsabilidade por dano ambiental pressupõe, além da demonstração de dolo
ou culpa, a existência de uma atividade econômica que implique riscos para a saúde e
para o meio ambiente, impondo-se ao empreendedor a obrigação de prevenir tais
riscos (princípio da prevenção) e de internalizá-los em seu processo produtivo
(princípio do poluidor-pagador).
C) A orientação dominante do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de não ser
possível, em ação civil pública, que a sentença condenatória imponha ao responsável,
cumulativamente, as obrigações de recompor o meio ambiente degradado e de pagar
quantia em dinheiro a título de compensação por dano moral coletivo.
D) Conforme orientação do Superior Tribunal de Justiça, os atos de polícia podem ser
executados pela própria autoridade ambiental, independentemente de ordem judicial,
mesmo quando tiverem por objeto a demolição de casa habitada.
E) Em nosso sistema jurídico, o princípio da reparação integral do dano ambiental, que
permite a responsabilização mediante a cumulação de obrigações de fazer, de não
fazer e de indenizar, tem sua aplicação restrita aos danos que atinjam os recursos
hídricos, considerados essenciais à vida.

3. Segundo o artigo 225, § 3°, da Constituição Federal, as condutas e atividades


consideradas lesivas ao Meio Ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas e
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados. Acerca da tríplice responsabilidade ambiental, assinale a
alternativa correta.
A) A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) consolidou o entendimento
de que a responsabilidade administrativa ambiental é subjetiva.
B) A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) consolidou o entendimento
de que a responsabilidade administrativa ambiental é objetiva.
C) A responsabilidade civil não admite a condenação simultânea e cumulativa das
obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar na reparação integral do meio
ambiente.
D) Segundo o entendimento atualizado do STF, a responsabilidade penal da pessoa
jurídica por crimes ambientais é condicionada à simultânea persecução penal da
pessoa física, em tese, responsável no âmbito da empresa.
E) Os responsáveis pela degradação ambiental são coobrigados solidários, formando-
se, em regra, nas ações civis públicas ou coletivas, litisconsórcio necessário

4. No que tange à tutela penal do meio ambiente e às disposições da Lei n.º


9.605/1998, que trata das sanções penais e administrativas aplicáveis a condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, assinale a opção correta.
A) Em regra, em se tratando de crimes ambientais de menor potencial ofensivo, é
possível a transação penal sem a prévia composição do dano ambiental.
B) É circunstância agravante, quando não constitui ou qualifica o crime, a prática de
crimes ambientais em domingos, feriados ou à noite.
C) Caracteriza crime ambiental a conduta daquele que produz sons e ruídos em
quaisquer atividades, desrespeitando as normas de silêncio.
D) É cabível o perdão judicial em caso de guarda doméstica de animal silvestre, mesmo
tratando-se de espécie ameaçada de extinção.
E) Conforme a referida lei, a tipificação da prática de maus tratos contra animais
restringe-se aos animais silvestres.

5. Juca mora num município paupérrimo, sendo que sua família vive em estado de
miserabilidade. Para saciar a fome de sua família, andou por mais de 30 quilômetros
até a beira de um rio, e no limite de suas forças conseguiu caçar um jacaré, que está
ameaçado de extinção. Ao levar o animal para sua casa, foi abordado pela polícia
local.
Nesse contexto, e de acordo com a interpretação gramatical da legislação federal
sobre o tema, é correto afirmar que
A) Juca não cometeu crime, pois, para saciar a fome de sua família, podem ser abatidos
inclusive animais silvestres ameaçados de extinção, por se tratar de estado de
necessidade.
B) o fato de o animal caçado ser ameaçado de extinção torna qualificado o crime
cometido por Juca.
C) o crime cometido por Juca deve ser apurado mediante ação penal pública
condicionada a representação.
D) apesar de a conduta ser qualificada como crime, o fato de Juca ter caçado para
sobrevivência de sua família reduzirá a pena à metade.

6. A professora Paula, em seu magistério, costuma realizar com fins didáticos


dissecação de animais silvestres vivos, por entender mais conveniente apesar de
existirem recursos alternativos viáveis cientificamente. É correto afirmar que o ato
do da professora Paula:
A) enquadra-se no crime de maus-tratos, disposto no Art. 32 da Lei de Crimes
Ambientais.
B) não se enquadra no crime de maus-tratos, disposto no Art. 32 da Lei de Crimes
Ambientais, uma vez que havia fins didáticos.
C) só se enquadraria no crime de maus tratos se fossem animais domésticos.
D) só se enquadraria no crime de maus tratos se fossem animais em extinção.

7. Provou-se em ação penal que a empresa Alfa Ltda. foi constituída com o fim de
facilitar a prática de crime definido na Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº
9.605/1998). De acordo com a citada Lei, o Juiz, na sentença, deverá
A) suspender as atividades da empresa pelo prazo máximo de 5 anos.
B) decretar a liquidação forçada da empresa, sendo seu patrimônio considerado
instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.
C) dar ciência ao Ministério Público para que apure eventuais irregularidades no
campo do direito civil.
D) notificar a Junta Comercial.
E) proibir a empresa de operar sem licença ambiental.

8. Sobre a proteção penal do meio ambiente no Brasil, verifica-se que


A) a pessoa jurídica não pode ser responsabilizada pelo crime de poluição, se as
atividades exercidas estiverem amparadas por licença ambiental.
B) a lei de crimes ambientais admite concurso de pessoas, tanto entre pessoas físicas,
como entre estas e pessoas jurídicas.
C) o crime de poluição, que é doloso, contempla condutas comissivas ou omissivas,
causem ou não danos à saúde humana ou ao meio ambiente.
D) os atos, culposos ou dolosos, de pichar e grafitar constituem crimes contra o
ordenamento urbano e o patrimônio cultural.
E) a competência para julgar os crimes ambientais é da Justiça Federal.

9. José responde ação penal por manter em guarda doméstica animal silvestre não
considerado ameaçado de extinção. O fato é:
A) Crime punido com detenção de seis meses a um ano ou multa.
B) Atípico.
C) Crime, podendo o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
D) Contravenção penal.
E) Crime hediondo.

10. Crime ambiental praticado pela empresa A, a qual, posteriormente, tenha sido
incorporada à empresa B, resulta
A) em extinção da punibilidade, independentemente da análise de ter havido ou não
fraude na incorporação.
B) em nenhuma consequência jurídica, uma vez que se trata de pessoas jurídicas
distintas.
C) na transferência da responsabilização penal para a empresa B pelo crime ambiental,
em razão da transferência de direitos e obrigações.
D) em extinção da punibilidade de A, se demonstrada a ausência de fraude na
incorporação.
E) na impossibilidade legal da incorporação, enquanto não resolvida a questão penal.

II – QUESTÕES DISSERTATIVAS (5,0 pontos)

1. Pedro e Antônia são pescadores e foram surpreendidos pescando em período de


defeso, bem como utilizando artefatos de uso proibido (uma rede de pesca de uso
proibido), com dez camarões em uma bacia e mais dois camarões presos na rede
proibida. O Ministério Público denunciou os dois pescadores pela prática de crime
ambiental descrita no artigo 34 da Lei 9.605/98. Em relação ao tema, a jurisprudência
do STJ admite a aplicação do princípio da insignificância?
Resposta:
Sim, de acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), há a
admissibilidade da aplicação do princípio da insignificância em casos de crimes
ambientais, mas desde que seja comprovada a mínima lesividade ao bem ambiental
protegido. Contudo, essa aplicação não é admitida quando se trata da utilização de
instrumentos proibidos ou da apreensão do pescado no momento do flagrante.

2. O que é a chamada teoria da “dupla imputação” nos crimes ambientais? Qual o


posicionamento atual do STF e STJ acerca da “dupla imputação? Pessoa jurídica de
direito público pode sofrer sanção penal por crime ambiental
Resposta:
A teoria da 'dupla imputação' sustenta que para responsabilizar legalmente uma
pessoa jurídica, é essencial comprovar simultaneamente a responsabilidade da
entidade e a responsabilidade individual de seus dirigentes pelo ato da empresa.
O entendimento atual tanto do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) em relação à 'dupla imputação' é o seguinte: é imperativo
comprovar a ilicitude das condutas dos dirigentes. No entanto, se essa conduta
individual não for comprovada, isso não extingue completamente a ação penal, mas
restringe a responsabilidade à pessoa jurídica.
É válido ressaltar que uma pessoa jurídica de direito público pode, de fato, ser
penalizada por crimes ambientais, conforme previsto no artigo 225, parágrafo 3º, da
Constituição Federal. Este artigo determina que condutas e atividades relacionadas ao
meio ambiente sujeitam os infratores, tanto pessoas quanto jurídicas, as avaliações
penais e administrativas, além das obrigações de reparar os danos causados.
“Portanto, por essa interpretação legal, é possível concluir que uma pessoa jurídica de
direito público pode, sim, analisar avaliações penais por crimes ambientais.”

3) Discorra sucintamente sobre a diferença entre Responsabilidade Civil,


Responsabilidade Administrativa e a Responsabilidade Penal nos danos ambientais?
RESPOSTA:
A distinção entre as responsabilidades nas esferas cíveis, administrativa e penal é
fundamental. Na esfera cível, a responsabilidade é objetiva, o que significa que mesmo
na ausência de culpa direta, a existência de danos ou prejuízos ao meio ambiente pode
resultar em responsabilidade. Aqui, a responsabilização se estabelece
independentemente da demonstração de culpa.
Por outro lado, na esfera administrativa, a responsabilidade é subjetiva e deriva da
infração dos regulamentos administrativos. Quando ocorre uma infração, o infrator se
sujeita às avaliações administrativas, como advertências, multas simples, interdição de
atividades, entre outras medidas.
Já a responsabilidade penal também é subjetiva, exigindo a comprovação da existência
de dolo ou culpa por parte do agente. Isto se configura quando pessoas físicas ou
jurídicas, por ação ou omissão, causam danos ao meio ambiente por meio de atos
criminosos. “Nesse caso, as consequências enfrentadas podem ser graves, de acordo
com o grau de dano causado e a gravidade do ato praticado.”
Essa distinção entre as esferas cível, administrativa e penal é crucial para compreender
como a responsabilidade é atribuída e as consequências associadas aos danos ou
prejuízos ao meio ambiente em cada uma delas.

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