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Responsabilidade Ambiental

Para que haja a apreensão de veículo utilizado na prática de infração


ambiental, é necessário que se comprove que o bem era utilizado de forma
exclusiva ou reiterada na prática de ilícitos ambientais? NÃO. A apreensão do
instrumento utilizado na infração ambiental, fundada no § 5º do art. 25 da Lei nº
9.605/98, independe do uso específico, exclusivo ou habitual para a empreitada
infracional (STJ, Tese RR 1.036, 2021). A exigência de que o bem/instrumento
fosse utilizado de forma específica, exclusiva ou habitual para a prática de
infrações não é um requisito que esteja expressamente previsto na legislação.
Tal exigência compromete a eficácia dissuasória inerente à medida, consistindo
em incentivo, sob a perspectiva da teoria econômica do crime, às condutas
lesivas ao meio ambiente.
Súmula 613-STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em
tema de Direito Ambiental.
O que é a teoria do fato consumado? Segundo a teoria do fato consumado, as
situações jurídicas consolidadas pelo decurso do tempo, amparadas por
decisão judicial, não devem ser desconstituídas, em razão do princípio da
segurança jurídica e da estabilidade das relações sociais (STJ, REsp 709.934,
2004).
Atenuantes:

MNEMÔNICO: BARCOCO!!
I - Baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II - ARrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do
dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;
III - COmunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação
ambiental;
IV - COlaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle
ambiental
1º) É tipificado como crime ambiental
Art. 54, Lei 9.605/98. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que
resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a
mortandade de animais ou a destruição significativa da flora.
2º) Sendo a pena agravada caso a mortandade tenha ocorrido em período de
defeso à fauna;
- se o mínimo da pena prevista for em meses: só poderá ser de detenção
- se for de 1 a 3 anos: poderá ser detenção ou reclusão
- se for só em anos, mas diferente de 1 a 3 anos: só poderá ser de reclusão
LEI 9605 - LEI DE CRIMES AMBIENTAIS
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
II - ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio
ambiente;
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do
Poder Público, a regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas
públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das
autoridades competentes;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções,
observado o disposto no art. 6º:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora,
instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza
utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade;
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total de atividades;
XI - restritiva de direitos.
A obrigação de recuperar a degradação ambiental é do titular da propriedade
do imóvel, mesmo que não tenha contribuído para a deflagração do dano,
tendo em conta sua natureza propter rem .
pois a prévia autorização do Poder Público competente afasta a
responsabilidade criminal, conforme a Lei 9.605/98
Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor
mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os
prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução
poderá efetuar-se pelo valor fixado nos termos do caput, sem prejuízo da
liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.
Súmula 467, STJ: Prescreve em cinco anos, contados do término do processo
administrativo, a pretensão da Administração Pública de promover a execução
da multa por infração ambiental.
e o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão
aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.
É possível a imposição de multa administrativa consistente em demolição de
obra.
o autor do ato responde civil, administrativa e criminalmente pelo ato, ainda que
sua prática tenha sido culposa, caso em que haverá redução de pena
No tocante à responsabilidade pelo dano ambiental, pode-se afirmar, quanto à
natureza:

Responsabilidade civil é objetiva;


Responsabilidade administrativa é objetiva e; Responsabilidade penal é
subjetiva.
Caso a sociedade empresarial seja responsabilizada e os bens da pessoa
jurídica não sejam suficientes para a satisfação do dano, os bens dos sócios
podem ser afetados, mesmo que não comprovado abuso da personalidade
jurídica.
A Lei ambiental previu, para as pessoas jurídicas, penas autônomas de multas,
de prestação de serviços à comunidade, restritivas de direito, liquidação
forçada e desconsideração da pessoa jurídica.
desde o advento da Lei 6.938/1981, há previsão legal genérica no Brasil da
responsabilidade civil objetiva por danos ao meio ambiente, sendo irrelevante a
demonstração de culpa do poluidor.
Art. 8º As penas restritivas de direito são:
I - prestação de serviços à comunidade;
II - interdição temporária de direitos;
III - suspensão parcial ou total de atividades;
IV - prestação pecuniária;
V - recolhimento domiciliar.
Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou
à entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz,
não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários
mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil
a que for condenado o infrator.

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