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UNIDADE 3: DIREITO

AMBIENTAL CIVIL
3.1 Responsabilidade civil
3.2 Dano ambiental
Responsabilidade civil e reparação do
dano ecológico
 No campo civil, a responsabilidade é concretizada em
cumprimento da obrigação de fazer ou de não fazer e no
pagamento de condenação em dinheiro.
 Em geral, manifesta-se na aplicação desse dinheiro em
atividade ou obra de prevenção ou de reparação do
prejuízo.
Origem do vocábulo “responsabilidade
jurídica”
 ela não era relacionada à culpa. O fundamento do regime
romano de reparação de danos não é a culpa, mas a defesa de
uma justa repartição entre os bens partilhados entre famílias,
isto é, de um justo equilíbrio. Quando este ocorre, um prejuízo
contrário ao Direito e à Justiça entra em jogo necessitando da
chamada justiça corretiva.

 A noção de culpa era utilizada para os crimes


Conceito de dano ecológico

 Para fins de reparação, o dano decorrente de atividade


poluente tem como pressuposto básico a própria
gravidade do acidente, ocasionando prejuízo patrimonial
ou não patrimonial a outrem, independente de se tratar
de risco permanente, periódico, ocasional ou relativo
(CUSTÓDIO, 1983)
Todas as alterações ecológicas constituem
dado ecológico reparável diante do Direito?

 Não!
 Seria excessivo dizer que sim, pois assim estaríamos
negando a possibilidade de mudança e de inovação, isto é,
estaríamos entendendo que o estado adequado do meio
ambiente é o imobilismo, o que é IRREAL. Contudo,
admitir mudanças espontâneas ou até provocadas da
natureza, não nos conduz a afirmar que todas essas
mudanças são benéficas (LEITE, 2000)
Base legal: art. 14 PNMA

Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o
não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e
danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
I – à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no
máximo, a 1.000 (mil)Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em
casos de reincidência específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança
pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos
Municípios;
II – à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público;
III – à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito;
IV – à suspensão de sua atividade.
§1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor
obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os
danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O
Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de
responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
§ 2º No caso de omissão da autoridade estadual ou municipal, caberá ao
Secretário do Meio Ambiente a aplicação das penalidades pecuniárias prevista
neste artigo.
§ 3ºNos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório da
perda, restrição ou suspensão será atribuição da autoridade administrativa ou
financeira que concedeu os benefícios, incentivos ou financiamento,
cumprimento resolução do CONAMA.
§ 4º (Revogado pela Lei nº 9.966, de 2000)
§ 5o A execução das garantias exigidas do poluidor não impede a aplicação das
obrigações de indenização e reparação de danos previstas no § 1odeste artigo.
(Incluído pela Lei nº11.284, de 2006)
E ainda, CF art. 225

§ 3º As condutas e atividades consideradas


lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os
danos causados.
E mais,

 Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
 Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei,
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor
do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem.
 Caso um atividade de risco não tenha sido especificada em Lei,
caberá ao juiz analisar ou o Poder Público fará a classificação
dessa atividade.
Na verdade...

 A atividade poluente acaba sendo uma apropriação pelo


poluidor dos direitos de outrem, pois na realidade a emissão
poluente representa um confisco do direito de alguém em
respirar ar puro, beber água saudável e viver com
tranquilidade. Por isso, é imperioso que se analisem
oportunamente as modalidades de reparação do dano
ecológico, pois muitas vezes não basta indenizar, mas fazer
cessar a causa do mal, pois um carrinho de dinheiro não
substitui o sono recuperador, a saúde dos brônquios, ou a boa
formação do feto.
Responsabilidade objetiva

 A Lei de Responsabilidade por Dano Nuclear e a Convenção


Internacional sobre Responsabilidade Civil em Danos Causados
por Poluição por Óleo, de 1969, promulgada pelo Decreto
79.437/77 preveem a responsabilidade objetiva ou sem culpa.
 Isso significa que quem danificar o ambiente tem o dever
jurídico de repará-lo. Presente, pois, o binômio
dano/reparação. Não se pergunta a razão da degradação para
que o dever de indenizar e/ou reparar. Não interessa que tipo
de obra ou atividade seja exercida pelo que degrada, pois não
há necessidade de que ela apresente risco ou seja perigosa. É
contra o Direito enriquecer-se ou ter lucro à custa da
degradação do meio ambiente.
Perigo x dano

 Responsabilidade de prevenir: quem cria o perigo, por ele


é responsável.
 O Direito Ambiental engloba as duas funções da
responsabilidade civil objetiva: a função preventiva
(evitar o dano) e a função reparadora (reconstituir e/ou
indenizar os prejuízos ocorridos.
Relação de causalidade

 Além da existência do prejuízo, é necessário


estabelecer-se a ligação entre a sua
ocorrência e a fonte poluidora.
 Pluralidade de autores do dano ecológico?
Distrito industrial?
RESTAURAR, RECUPERAR E REPARAR

 Morte de peixes em um rio


 APA
 Exploração de recursos minerais
Importante mencionar que:

 Não é apenas a agressão à natureza que deve ser objeto de


reparação, mas a privação, imposta à coletividade, do
equilíbrio ecológico, do bem-estar e da qualidade de vida que
aquele recurso ambiental proporciona, em conjunto com os
demais. A reparação deve assim compreender o período em que
a coletividade ficará privada daquele bem e dos efeito
benéficos que ele produzia, por si mesmo e em decorrência de
sua interação (SAMPAIO, 1998).

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