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Fundamento da responsabilidade civil: proibição de enriquecimento

sem causa;

A ninguém é dado o direito de ferir o direito e/ou a propriedade de


outrem;

A responsabilidade decorre de lei ou contrato;

O meio ambiente, desde 1988, é considerado um direito difuso


(pertence a todos e a ninguém individualmente), cuja violação
motiva a indenização pelo causador do dano.
 Elementos da responsabilidade civil SUBJETIVA:
 a) dano: prejuízo/lesão ao bem jurídico de alguém, podendo
ser material, moral e/ou estético;
 b) culpa: imperícia (falta de qualificação para exercer
determinada conduta), negligência (deixar de agir para evitar
o dano) e imprudência (agir desmedidamente);
 c) nexo causal: vínculo entre a ação e/ou omissão do agente
causador e o dano à vítima;
 d) ato ilícito: descumprimento de dever jurídico ao qual está
obrigado.
O direito, historicamente, foi responsável pela
garantia do modelo de crescimento econômico
que não respeitava o meio ambiente.

A responsabilidade civil, em sua feição


tradicional, não tinha como servir ao direito
ambiental, pois se restringia às relações
patrimoniais entre indivíduos.
Características próprias da responsabilidade civil
por dano ambiental: a) difícil identificação dos
sujeitos da relação jurídica obrigacional, pois,
muitas vezes, não se sabe quem é a vítima e o
autor; b) complexidade para demonstrar o nexo
causal e c) o caráter fluido do dano ambiental.
O comportamento danoso atinge até aqueles que nem
nasceram, de sorte que fica inviabilizada a determinação
dos sujeitos atingidos, bem como a avaliação da magnitude
do dano, que é coletivo.

Também sob a perspectiva dos causadores, o dano


ambiental é coletivo.
Objetivos da responsabilidade civil ambiental: a) compensação
das vítimas, b) prevenção de acidente, c) minimização dos custos
administrativos e d) retribuição.

A responsabilidade civil é utilizada quando os demais mecanismos


de proteção ambiental (preventivos, em regra) não funcionaram.

Não havendo internalização, o custo deixa de ser comercial para ser


social, tanto quanto evita refletir no preço final dos produtos e
serviços fornecidos.
O princípio da precaução não é encontrado em outros
ramos do direito, que trabalham, sempre, com a certeza
e a previsibilidade do risco.

Pelo princípio do poluidor-pagador, os custos das


medidas necessárias para garantir que o meio ambiente
permaneça em estado aceitável são do empreendedor,
pois o meio ambiente é bem coletivo e sua utilização
por uns não pode levar à inutilização por outros, sob
pena de enriquecimento ilícito dos primeiros.
A Constituição Federal consagra o princípio da responsabilidade
integral do dano ambiental.

Do modelo privado da responsabilidade civil, o direito ambiental


procura alterá-lo no sentido de: a) ampliar o rol dos sujeitos
responsáveis, adotando-se a solidariedade entre os que cometeram
o dano; b) desconsideração da pessoa jurídica; c) flexibilização do
universo de eventuais vítimas, reconhecendo-se o interesse de
sujeitos intermediários; d) facilitação da prova da causalidade
(inversão do ônus da prova); e) instituição de fundos
compensatórios...
A irreversabilidade ou irreparabilidade do dano ambiental
continua sendo o grande desafio dos órgãos de proteção do
meio ambiente.
Evolução Legislativa:
De 1916 a 1981: Código Civil de 1916, nenhuma
referência à responsabilização do dano ambiental;
1981: Lei n.º 6.938/81, art. 14,§1º (resp. objt.);
1988: Constituição Federal, arts. 225, §3º (resp. objt.)
Em 1981, com a Lei n.º 6.938/81, art. 14,§1º, o meio ambiente foi
considerado bem jurídico autônomo a ser tutelado.

O Código Civil de 1916 partia da proteção individual para o coletivo


(direito de vizinhança). A Lei n.º 6.938/81 protege o individual a partir
do coletivo.

Na responsabilização civil clássica, os requisitos para indenizar são: a)


dano, b) culpa, c) ato ilícito e d) nexo causal. Com a Lei n.º 6.938/81, a
culpa não é elemento necessário para caracterizar a responsabilidade do
sujeito.
Quanto ao causador do dano, a Lei n.º 6.938/81 adota a
solidariedade passiva, ou seja, “um paga tudo por todos”,
igualmente ao direito civil.

A vítima do dano ambiental é tanto o homem como a natureza,


nos termos da Lei n.º 6.938/81;

A objetivação da responsabilidade, ou seja, a desnecessidade de


comprovar a culpa do agente, decorre do aumento dos riscos
constantes na sociedade moderna, cuja complexidade dificulta, e
muito, a prova da culpa.
O Código Civil de 2002, art. 927 acolhe a responsabilidade
objetiva nos seguintes termos:

”Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano
a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”.
O nexo causal ambiental, em regra, é difícil comprovação;

O dano ambiental pode ser resultado de várias causas


concorrentes, simultâneas ou sucessivas;

“Causalidade complexa”: decorre da intereção ente mau


funcionamento técnico ou tecnológico, erro humano e
procedimentos de segurança inadequados;
Geralmente, é um conjunto de elementos
poluentes que causa o dano ao homem e ao
ambiente,

Dificuldade de saber de onde partiu


efetivamente a emissão que causou o dano
ambiental;
Superam-se os obstáculos da responsabilização civil
ambiental com:

a) presunções de causalidade;

b) inversão do ônus da prova;

c) previsão de sistemas inovadores de causalidade

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