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02/08/2022

Aula 1 à Responsabilidade Civil à Ver a aula teórica disponível em EAD no


AVA, realizar fichamento e postar na aba “trabalhos”.

Trabalho em dupla com a Nicole.


Entrevistar uma pessoa que tenha sofrido algum tipo de dano; perguntar sobre
o caso.
Preparar termos para utilização de imagem/áudio.

RESPONSABILIDADE
 Contratual
 Extracontratual (aquiliana)
 Ambas, em seu não cumprimento, podem gerar um ilícito.
 É diferente da Responsabilidade Penal.
Responsabilidade Civil:
 Subjetiva:
o Comprovação de conduta dolosa ou culposa
o Dano
o Nexo de causalidade
 Objetiva:
 Teoria do risco
o Dano
o Nexo de causalidade

AULA ONLINE – RESPONSABILIDADE CIVIL:


 Breve histórico:
o Surgimento da Lex Aquilia de Damno como um contraponto à Lei
das XII Tábuas, trazendo os primeiros elementos da
responsabilidade civil (Extracontratual [aquiliana])
o Código Napoleônico de 1804 pareado com o CC/2002;
o Direito Francês: a responsabilidade civil objetiva;
o CC/2002 e CDC à entendimento prático no contexto brasileiro;
o Elementos da responsabilidade civil (conduta humana, culpa,
nexo causal e dano) à Ato ilícito e abuso de direito à arts. 186 e
187 do CC/2002, respectivamente, assim sendo: Lesão de
direitos + dano = ato ilícito.
 Elementos da responsabilidade civil:
o Conduta humana:
 Deve-se questionar: de que forma o indivíduo está agindo?
Ele foi coagido a cometer o ato? Houve caso fortuito ou
força maior? Foi omissiva (o dano surge da falta de ação
do agente) ou comissiva (se realiza a ação
voluntariamente?)?
 Atos de terceiros à art. 932 CC/2002.
o Culpa lato sensu:
 Culpa genérica: art. 944 e 945 CC/2002 à indenização
fixada de acordo com o grau de culpa;
 Necessidade de reparação integral, haja vista que o dolo é
uma culpa grave ou gravíssima;
 Diferença da culpa stricto sensu à esta se dá por
negligência, imprudência ou imperícia;
 Elementos da culpa:
 Conduta voluntária;
 Resultado involuntário;
 Previsão ou previsibilidade;
 Falta de cuidado;
o Nexo causal: elo da conduta humana ao dano.
 Três teorias maiores:
 Equivalência das condições (conditio sine qua non):
todos os elementos colaboradores ao dano são
considerados causas; não possui aplicação prática;
 Causalidade adequada: apesar de muito criticada
pela doutrina e jurisprudência pela análise filosófica
exaustiva por trás de seus preceitos, defendendo
que “somente o antecedente idôneo é causa”;
apesar da falta de segurança jurídica, ainda é
bastante utilizada no direito brasileiro; adotada pela
jurisprudência;
 Causalidade direta ou imediata: somente o
antecedente fático necessário é considerado causa.
Também é utilizada no direito brasileiro; adotada
pelo CC/2002.
o Dano
 Lesão a um bem jurídico;
 Dele decorre o dever de indenizar;
 São divididos em danos clássicos e danos
contemporâneos:
 Danos clássicos:
o Danos morais: “lesão aos direitos da
personalidade (honra, dignidade, imagem e
intimidade)".
 Não configuram danos morais os
meros aborrecimentos; é necessário
fugir à normalidade;
 Em casos de Pessoas Jurídicas:
podem ser indenizadas por danos
morais, cf. art. 52 do CC/2002 e
súmula 227 do STJ;
 Possui caráter pedagógico; não
punitivo.
o Danos materiais: atingem o bem jurídico
patrimonial.
 Danos emergentes: “aquilo que se
efetivamente perdeu”; p. ex. acidente
de carro; homicídio (as despesas
decorrentes [art. 948, I, CC/2002]).
 Lucros cessantes: “o que se deixou de
ganhar”; p. ex. acidente de carro
envolvendo um taxista; homicídio
(alimentos [art. 948, II, CC/2002]; não
se pode confundir com Direito de
Família; indenização fixada com base
na expectativa de vida da vítima [cf.
IBGE]; no caso de filhos menores:
súmula 491 do STF [famílias baixa-
renda e filhos até 24-25 anos;
entendimento jurisprudencial]).
 Danos contemporâneos: “situações jurisprudenciais
que se adaptaram à necessidade do caso concreto”.
o Danos estéticos:
 Extrapatrimoniais (conteúdo moral);
 Transformações que atingem a
dignidade da pessoa humana (p. ex.
cicatriz; perda de membro; negligência
médica);
 Cumulativo com o dano moral: súmula
387 do STJ.
o Danos morais coletivos:
 “Macrolesões que atingem um grupo
de pessoas, determinadas ou
determináveis”. p. ex. caso das pílulas
de farinha.
o Danos sociais ou difusos:
Atingem a qualidade de vida da

sociedade, mas é impossível identificar
quem foi lesado; vítimas
indeterminadas ou indetermináveis;
 Indenização através de fundo de
proteção. p. ex. Proteção dos direitos
dos consumidores do DF.
o Danos por perda de uma chance:
 Expectativa frustrada da vítima quando
a chance era séria e real. p. ex. Caso
do Show do Milhão;
 Advogado pode ser responsabilizado.
p. ex. ocorre em casos de ação por
desidiosa; inércia.

Notas:

Conceituando amplamente, responsabilidade civil é “a obrigação patrimonial de


reparar o dano material ou compensar o dano moral causado ao ofendido pela
inobservância por parte do ofensor de um dever jurídico legal ou convencional”
(MELO, 2015, p. 2), ou seja, ela surge “em face do descumprimento
obrigacional, pela desobediência de uma regra estabelecida em um contrato,
ou por deixar determinada pessoa de observar um preceito normativo que
regula a vida” (TARTUCE, 2022, p. 459).
Por convenção, a responsabilidade civil divide-se em duas classificações:
contratual e extracontratual ou aquiliana que, do ponto de vista histórico, é
assim conhecida em virtude da Lex Aquilia de Damno. É possível dizer que a
principal diferença entre responsabilidade contratual e extracontratual encontra-
se na forma, enquanto a primeira existe por meio de um contrato vinculante, a
segunda existe a partir de um descumprimento legal ou abuso de direito.
A responsabilidade civil contratual está prevista nos artigos 389, 390 e 391 do
CC/2002. A responsabilidade civil extracontratual se embasa nos artigos 186 e
187 do CC/2002. Aos poucos, é comum perceber que, por meio dos
dispositivos legais e pelas ilações de doutrinadores, que “a tendência é de
unificação da responsabilidade civil, como consta, por exemplo, no Código de
Defesa do Consumidor, que não faz a citada divisão” (TARTUCE, 2022, p.
460).
Elementos da responsabilidade civil:
1. Conduta Humana:
Ação ou omissão realizada seja voluntariamente; seja por negligência,
imperícia ou imprudência, que caracterizem dolo ou culpa,
respectivamente. Omissão aqui é entendida quando, existindo o dever
jurídico de agir, houve prova de que a conduta não foi realizada e, em
resultado da não-ação, existiu dano (TARTUCE, 2022, p. 460). Destaca-
se também que o CC/2002, em seu artigo 932, institui a resposta por ato
de terceiros, na chamada “responsabilidade indireta”. Para aprofundar,
com outros exemplos onde aplicam-se a responsabilidade indireta, vale
observar a súmula 492 do STF, a súmula 595 do STJ e jurisprudência
do TJSP, Ap. cível. n. 3.309.444.400, 1ª Câm., rel. Des. Edmundo Lellis,
j. 16.12.2008. Nesta última jurisprudência citada, em se tratando da
responsabilidade dos pais por furto praticado pelo filho, ressalta-se que
“em primeiro lugar, respondem os pais pelos atos dos filhos menores
que, pese embora sua inimputabilidade, sejam reprováveis, portanto,
que os levaria a responder, se maiores ou, mesmo menores, na forma
do art. 928 do CC/2002” (GODOY in PELUSO, 2021, p. 877).
2. A culpa genérica ou latu sensu:
A culpa genérica engloba o dolo e a culpa estrita, independente se fala-
se sobre responsabilidade com ou sem culpa.
2.1. Dolo é a “violação intencional do dever jurídico com objetivo de
prejudicar outrem [...], merece o mesmo tratamento da culpa
grave ou gravíssima [...]. Para o Direito Civil não interessa o
estudo da classificação do Direito Penal quanto ao dolo”
(TARTUCE, 2022, p. 476).
O artigo 944 do CC/2002 faz valer o princípio da reparação dos
danos: “a indenização mede-se pela extensão do dano”. Em seu
parágrafo único, lê-se: “Se houver excessiva desproporção entre
a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,
equitativamente, a indenização. Sobre este tema, NERY JR. E
NERY explicam que “a regra é a de que quem estiver obrigado a
reparar um dano deve recompor a situação pessoal e patrimonial
do lesado ao estado anterior, para torná-la como era se o evento
maléfico não tivesse se verificado, evento esse que impõe ao
responsável pelo dano [...] a obrigação de repará-lo” (2019, p.
1376). Em resumo, é consenso entre os doutrinadores que
“presente o dolo, a indenização a ser paga pelo agente deve ser
plena” (TARTUCE, 2022, p. 476).
2.2. Culpa stricto sensu “pode ser conceituada como o desrespeito a
um dever preexistente, não havendo propriamente uma intenção
de violar o dever jurídico” (CHIRONI, apud. TARTUCE, 2022, p.
476). É possível perceber aqui uma aproximação do Direito Penal
e do Direito Civil, haja vista que a atual codificação civil associa a
culpa a elementos previstos no art. 18 do CP/1940: Imprudência,
imperícia e negligência. Repise-se que, apesar disso, que para o
Direito Civil não difere ação com dolo ou culpa, “sendo a
consequência inicial a mesma, qual seja, a imputação do dever
de reparação do dano ou indenização dos prejuízos” (TARTUCE,
2022, p. 477).
De forma geral, a doutrina divide a culpa stricto sensu em
algumas classificações. Abaixo as principais, sintetizadas do que
se extrai da obra de Tartuce (2022, pp. 477 – 481):
2.2.1. Quanto a origem:
a. Culpa contratual: desrespeito de contrato (na íntegra ou de
norma específica).
b. Culpa extracontratual ou aquiliana: resultado da violação
de um dever normativo ou abuso de direito.
2.2.2. Quanto à atuação do agente:
a. Culpa in comittendo: imprudência (ação ou omissão).
b. Culpa in omittendo: negligência (omissão).
2.2.3. Quanto ao critério da análise pelo aplicador do direito:
a. Culpa in concreto: baseia-se no sistema adotado pela
codificação de 2002, analisando a conduta de acordo com
o caso concreto.
b. Culpa in abstrato: considera-se a pessoa natural comum,
analisando o caso concreto e considerando a normalidade
do comportamento humano.
2.2.4. Quando à sua presunção:
a. Culpa in vigilando: quebra do dever legal da vigilância. P.
ex. a responsabilidade do pai pelo filho, do tutor pelo
tutelado (art. 932, I e II, do CC/2002).
b. Culpa in eligendo: decorrente da escolha ou eleição feita
pela pessoa responsável, p. ex. do patrão pelo empregado
(art. 932, III, do CC/2002).
c. Culpa in custodiendo: presunção de culpa pela falta de
cuidado em se guardar coisa ou animal. Entretanto,
importante destacar que não se pode mais falar em culpa
presumida, conforme doutrina adotada pelo CC/2002.
2.2.5. Quanto ao grau de culpa:
a. Culpa lata ou culpa grave: o agente não queria o resultado,
mas agiu com tamanha culpa de tal forma que parecia que
o quisesse. Nesses casos, o efeito do dolo é o mesmo.
b. Culpa leve ou culpa média: ação se desenvolve sem a
atenção normalmente devida. Aplica-se o parágrafo único
do art. 944 do CC/2002.
c. Culpa levíssima: situação em que o fato só teria sido
evitado mediante cautela extraordinária.
3. Nexo de causalidade:
é o elemento da responsabilidade civil, seja objetiva, seja subjetiva, que
constitui a relação de causa e efeito entre o dano e a conduta do agente.
Na responsabilidade subjetiva, “é formado pela culpa genérica ou latu
sensu, que inclui o dolo e a culpa estrita (art. 186 do CC)” (TARTUCE,
2022, p. 483). Nery Jr. e Nery repisam que “o ato ilícito descrito no CC
186 enseja reparação dos danos que ensejou, pelo regime da
responsabilidade subjetiva, sendo requisitos necessários para que haja
o dever de indenizar: a) o ato; b) o dano; c) o nexo de causalidade; d) o
dolo ou a culpa do agente causador do dano”. (2019, p. 531).
Na responsabilidade objetiva, “é formado pela conduta, cumulada com a
previsão legal de responsabilização sem culpa ou pela atividade de risco
(art. 927, parágrafo único, do CC)” (TARTUCE, 2022, 483). Nery Jr. e
Nery esclarecem que basta a existência do dano e do nexo de
causalidade entre dano e fato para que haja o dever de indenização
(2019, p. 1283).
Doze são as teorias que explicam o nexo de causalidade, das
quais se destacam:
3.1. Teoria da equivalência das condições ou do histórico dos
antecedentes (sine qua non):
Seu desenvolvimento é atribuído à Maxilimiliano von Buri
(TARTUCE, 2022, p. 214). Não foi uma teoria adotada no Brasil
por considerar que “todos os fatos relativos ao evento danoso,
sejam diretos ou indiretos, geral responsabilidade civil, o que em
muito amplia o nexo de causalidade” (TARTUCE, 2022, p. 214).
3.2. Teoria da causalidade adequada ou da regularidade causal:
Criada por Ludwig von Bar, aprimorada e desenvolvida por Von
Kries, essa teoria defende que “somente o fato ou os fatos
relevantes para o evento danoso geral a responsabilidade civil e o
consequente dever de reparar. A crítica feita a essa tese refere-se
ao fato de que ela leva em conta uma probabilidade de dano,
sendo certo que esta nunca constitui uma certeza, o que traz ao
nexo de causalidade ainda mais dúvidas e dificuldades”
(TARTUCE, 2022, p. 219). É uma das teorias que prevalece no
Brasil a respeito do nexo de causalidade, implícita nos arts. 944,
parágrafo único, e 945 do CC/2002.
3.3. Teoria do dano direto e imediato ou da interrupção do nexo
causal:
Para essa teoria, “somente devem ser reparados os danos que
decorrem de efeitos necessários da conduta do agente,
admitindo-se que atos alheios, de terceiros ou da própria vítima
obstem o nexo de causalidade” (TARTUCE, 2022, p. 223). Até
certo ponto a teoria da causalidade adequada e a teoria do dano
direto possuem suas semelhanças, entretanto, divergem no
sentido de que esta “trabalha mais com as exclusões totais de
responsabilidade” (TARTUCE, 2022, p. 223), enquanto aquela
trabalha mais “com as contribuições de fatos para o evento
danoso” (TARTUCE, 2022, p. 223). Outro ponto de divergência é
que a teoria da causalidade adequada tem sua preocupação na
vítima, enquanto a teoria do dano direto busca beneficiar o agente
causador.
Evidentemente que o art. 403 do CC/2002 adota a teoria do dano
direto e imediato, para Agostinho Alvim, “considera-se causa do
dano a que lhe é próxima ou remota, desde que esta última ligue-
se ao dano diretamente. A causa do dano deve ser necessária,
ou seja, é exclusiva porque opera por si só, dispensadas as
outras causas” (in Nery Jr. e Nery, 2019, p. 813).
4. Dano:
Não existe responsabilidade civil sem dano; aplica-se, portanto, o art.
373, I, CPC/2015. Há, entretanto, a inversão do ônus da prova nas
relações de consumo, haja vista que se pressupõe a hipossuficiência do
consumidor ou a verossimilhança de seus relatos; tal premissa também
é válida para os danos ambientais (TARTUCE, 2022, p. 491).
Conforme entendimento do STJ (súmula 37, 1992), “é possível a
cumulação, em uma mesma ação, de pedido de reparação material e
moral” (TARTUCE, 2022, p. 491). Danos estéticos também são
cumulativos aos danos morais (súmula 387, STJ, 2009).
4.1. Danos clássicos ou tradicionais:
4.1.1. Danos materiais: Perdas ou prejuízos que atingem o
patrimônio corpóreo de alguém (arts. 186 e 403 do CC/2002).
4.1.1.1. Danos emergentes ou danos positivos: o que
efetivamente foi perdido, p. ex. o estrago de um
automóvel no trânsito.
4.1.1.2. Lucros cessantes ou danos negativos: o que se deixou
de ganhar, p. ex. o que um taxista que não pôde
trabalhar por conta do acidente de trânsito.
4.2. Danos morais: presentes na CF/1988, art. 5º, V e X. Os danos
morais se configuram como uma “lesão a direitos da
personalidade, sendo essa a visão que prevalece na doutrina
brasileira” (TARTUCE, 2022, p. 495). Além da indenização, existe
a compensação in natura, uma vez que o caráter adotado aqui
não é, necessariamente, punitivo e sim pedagógico. Repise-se
também a existência da tese da reparabilidade dos danos morais
da pessoa jurídica. Embora o enunciado n. 286, referindo-se ao
art. 52 do CC/2002, da IV Jornada de Direito Civil preveja que “os
direitos da personalidade são direitos inerentes e essenciais à
pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as
pessoas jurídicas titulares de tais direitos”, para as presentes
anotações, adotar-se-á o posicionamento de Flávio Tartuce, pois,
para este doutrinador, “a pessoa jurídica possui sim alguns
direitos da personalidade, tais como direito ao nome, à imagem e
à honra objetiva” (2022, p. 505), que está consoante com o que
foi estudado na disciplina de Teoria da Relação Jurídica, na qual
foi exposto, pelo professor Rodrigo Monteiro, o pensamento de
Amaral (2018, p. 385), em que “com a constituição da pessoa
jurídica forma-se um novo centro de direitos e deveres, dotado de
capacidade de direito e de fato”.
4.3. Danos novos ou contemporâneos:
4.3.1. Danos estéticos: são danos estéticos aqueles que promovam
a transformação “à harmonia das formas externas de alguém”
(LOPEZ, in TARTUCE, 2022, p. 513). Separam-se dos danos
imateriais e do dano moral sendo, portanto, cumulado a este,
conforme o entendimento do STJ (súmula 387). O preceito é
constitucional, haja vista que, “nos termos do art. 5º, inc. V, do
Texto Maior, ‘é assegurado o direito de resposta, proporcional
ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem’” (TARTUCE, 2022, p. 335). Isto se dá porque há “a
possibilidade de o dano estético estar relacionado com
despesas médicas, de tratamento da vítima ou com lucros
cessantes, ou seja, com danos materiais, o que é confirmado
pela jurisprudência” (TARTUCE, 2022, p. 336). Assim sendo,
entende o STJ que, no dano estético, há alteração na
morfologia corporal do indivíduo, enquanto o dano moral
configura “sofrimento mental” (TARTUCE, 2022, p. 514).
Também não configuram os danos estéticos como espécie de
danos materiais, haja vista que, apesar de seus resultados
atingirem o patrimônio (na questão de lucros cessantes, p.
ex.), a origem do dano está na imagem e não no patrimônio,
por isso, conforme elucida Tartuce (2022, p. 336), “eis que se
vislumbra no dano estético uma terceira modalidade de dano,
cumulável com os danos materiais e morais (cumulação
tripla).
4.3.2. Danos morais coletivos: é “o dano que atinge, ao mesmo
tempo, vários direitos da personalidade, de pessoas
determinadas ou determináveis (danos morais somados ou
acrescidos)” (TARTUCE, 2022, p. 516). O tema é controverso
pois, embora tenham julgados no âmbito do Direito
Consumerista favoráveis à adoção deste conceito, ainda se
divergem nas questões do Direito Ambiental. Ver também os
danos individuais homogêneos.
4.3.3. Danos sociais ou difusos: “são lesões à sociedade, no seu
nível de vida, tanto por rebaixamento de seu patrimônio moral
– principalmente a respeito da segurança – quanto por
diminuição na qualidade de vida” (AZEVEDO in TARTUCE,
2022, p. 345). A dificuldade da aplicabilidade deste conceito
dá-se, sobretudo, à questão da legitimidade e, por isso, diz-se
que se trata de danos a pessoas indeterminadas ou
indetermináveis, haja vista que estes danos podem ser
patrimoniais ou extrapatrimoniais; materiais ou morais
(TARTUCE, 2022, p. 517). Entende a doutrina que, por serem
os indivíduos indeterminados ou indetermináveis, a
indenização deve ser destinada a um fundo de proteção, em
conformidade com o art. 13 da Lei n. 7.434/1985 (AZEVEDO,
in TARTUCE, 2022, p. 347).
4.3.4. Danos por perda de uma chance: “a perda de uma chance
está caracterizada quando a pessoa vê frustrada uma
expectativa, uma oportunidade futura, que, dentro da lógica do
razoável, ocorreria se as coisas seguissem seu curso normal”
(TARTUCE, 2022, p. 355), ou seja, seus critérios “partem da
constatação da existência de ‘chances sérias e reais’”
(MARTINS-COSTA in TARTUCE, 2022, p. 356). A este
despeito, é consenso entre os doutrinadores que a perda de
uma chance não deve se tratar de mera expectativa subjetiva.
Os exemplos trabalhados pela professora Renata Japiassu, na
aula “Responsabilidade Civil”, são suficientes para elucidar
como a jurisprudência entende o conceito de danos por perda
de uma chance, dispensando demais anotações concernentes
ao assunto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AMARAL, Francisco. Direito Civil: Introdução. 10ª Ed. São Paulo: Saraiva,
2018.
NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil
Comentado. 13ª Ed. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019.
NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo
Civil Comentado. 20ª Ed. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2021.
PELUSO, Cesar. Código Civil Comentado: Doutrina e Jurisprudência. 15ª Ed.
Santana de Parnaíba: Manole, 2021.
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil: vol. único. 12ª ed. Rio de Janeiro:
Método, 2022.
______. Responsabilidade Civil. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2022.

12/08/2022

ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE
Responsabilidade civil contratual: surge pelo “descumprimento obrigacional,
pela desobediência de uma regra estabelecida em um contrato” (TARTUCE,
2022a, p. 459).
Responsabilidade civil extracontratual: surge a partir do momento em que
“determinada pessoa de observar um preceito normativo que regula a vida”
(TARTUCE, 2022a, p. 459).
Responsabilidade subjetiva: A responsabilidade subjetiva é regra geral adotada
pelo ordenamento brasileiro e se embasa da teoria da culpa e, desta feita, é
necessário que se prove culpa ou dolo do agente para que exista o dever de
indenizar.
Responsabilidade objetiva: A responsabilidade objetiva também é adotada pelo
ordenamento (art. 927, CC/2002), a qual independe da culpa, adotando, assim,
a teoria do risco, “segundo a qual todo dano deve ser indenizado independente
de haver ato ilícito” (AMARAL, 2018, p. 675).
 Teoria do risco administrativo: Estado. Art. 37, parágrafo 6º, CF/1988.
 Teoria do risco criado: art. 938, CC/2002.
 Teoria do risco da atividade: art. 927, CC/2002. Enunciado n. 38 da I
Jornada de Direito Civil.
Responsabilidade objetiva por atos de terceiros: Art. 932 do CC/2002;
conforme Tartuce (2022a, p. 540):
 Pais são responsabilizados pelos atos praticados pelos filhos menores
que estiverem sob sua autoridade.
 Tutor ou o curador são responsáveis pelos tutelados e curatelados que
estiverem nas mesmas condições anteriores (autoridade e companhia).
 Empregador responsável pelos atos de seus empregados; não é
necessário comprovação de vínculo empregatício.
 “Donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, são responsáveis
pelos atos danosos praticados pelos hóspedes, moradores e
educandos”.
 “Todos aqueles que contribuírem gratuitamente nos produtos de crime,
até a concorrência da respectiva quantia”.
Responsabilidade civil objetiva por danos causados por coisa ou animal: art.
936, CC/2002. “O dono ou detentor do animal ressarcirá o dano por este
causado, se não provar culpa da vítima ou força maior” (TARTUCE, 2022a, p.
547).
Responsabilidade civil objetiva por danos causados por ruína de prédio ou
construção: art. 937, CC/2002. “O dono do edifício ou construção responde
pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos,
cuja necessidade fosse manifesta” (TARTUCE, 2022a, p. 549).
Responsabilidade civil objetiva por danos oriundos de coisas lançadas dos
prédios (defenestramento): art. 938, CC/2002. “Aquele que habitar uma casa
ou parte dela responde pelos danos provenientes das coisas que dela caírem
ou forem lançadas (sólidas ou líquidas) em lugar indevido” (TARTUCE, 2022a,
p. 551). Além disso, “no caso de prédios de escritórios ou apartamentos
(condomínios edifícios), não sendo possível identificar de onde a coisa foi
lançada, haverá responsabilidade do condomínio” (TARTUCE, 2022a, p. 551).
Responsabilidade civil objetiva do Estado: art. 43, CC/2002; Estado. Art. 37,
parágrafo 6º, CF/1988. Adotando a teoria do risco administrativo, trata-se da
“responsabilização objetiva, não se discutindo sequer se houve culpa do
funcionário, agende ou preposto do Poder Público” (TARTUCE, 2022b, p. 662).
O funcionário deve estar em exercício da função; há a responsabilidade
subjetiva do funcionário público, em ação regressa do Estado, que indenizou a
vítima e agora busca os valores do agente. Pontos de atenção referente a
responsabilidade omissiva:
o Omissão genérica: Gera uma responsabilidade subjetiva; Estado
na condição de mantenedor.
o Omissão específica: Gera uma responsabilidade objetiva; Estado
na condição de garantidor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

AMARAL, Francisco. Direito Civil: Introdução. 10ª Ed. São Paulo: Saraiva,
2018.
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil: vol. único. 12ª ed. Rio de Janeiro:
Método, 2022.
______. Responsabilidade Civil. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2022.

EXCLUDENTES DO DEVER DE INDENIZAR (Notas do caderno da Nicole e


TARTUCE [Direito Civil vol. único] 557 – 562):
EXCLUDENTES DO NEXO DE CAUSALIDADE (Notas do caderno da Nicole e
TARTUCE 557 – 562):

30/08/2022

06/09/2022
APRESENTAÇÃO DE TRABALHO. LILIAN. DELSON. SILVANA. NÃO SE
APLICA CDC. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA POR ROMPIMENTO DE
CONTRATO VERBAL DE LOCAÇÃO. SERVIÇOS DE TÁXI. PERSEGUIÇÃO.
DANOS MORAIS. DANOS MATERIAIS EMERGENTES E LUCROS
CESSANTES.
13/09/2022
APRESENTAÇÃO DE TRABALHO. RONY. EDER. RENATA. HENRIQUE.
APLICA-SE O CDC. PRÁTICA ABUSIVA DA FUNERÁRIA. VÍCIO DO
SERVIÇO. VENDA CASADA. APLICAÇÃO DE PROCEDIMENTO NÃO
SOLICITADO PELOS MÉDICOS. CERCEAMENTO DO DIREITO À
INFORMAÇÃO. DANOS MORAIS. DANOS MATERIAIS EMERGENTES EM
DOBRO POR PAGAMENTO INDEVIDO.
APRESENTAÇÃO DE TRABALHO. MARIA. JENNEFER. JULIA. FELIPE.
APLICA-SE O CDC. PLANO DE SAÚDE. QUEBRA DE CONTRATO.
COBRANÇA INDEVIDA NÃO PREVISTA EM CONTRATO. INSCRIÇÃO
INDEVIDA NO SERASA E INADIMPLÊNCIA REGISTRADA NO SPC. DANOS
MORAIS. DANOS MATERIAIS EMERGENTES EM DOBRO POR
PAGAMENTO INDEVIDO.
APRESENTAÇÃO DE TRABALHO. DRYANEIDE. FRANCINEI. MARIANA.
JAQUELINE. ALUNO DESCONHECIDO. NÃO NECESSARIAMENTE SE
APLICA O CDC. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA POR ROMPIMENTO DE
CONTRATO VERBAL. DIREITO DE ARREPENDIMENTO. DANOS MORAIS.
APRESENTAÇÃO DE TRABALHO. NATÃ. RAQUEL. CAROL MORET.
APLICA-SE O CDC. MANUTENÇÃO DE CADASTRO INADIMPLENTE NO
SERASA E SPC APÓS QUITAÇÃO DO DÉBITO. DANOS MORAIS.
APRESENTAÇÃO DE TRABALHO. ISABELLA. LUIZ. NÃO SE APLICA O
CDC. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. DANO AMBIENTAL. NÃO
COMPROVADO. PROPRIETÁRIO É RESPONSÁVEL PELO DANO
CAUSADO EM ESPÉCIES NATIVAS E PROTEGIDAS POR LEI QUANDO
OCORRIDAS DENTRO DE SUA PROPRIEDADE.
20/09/2022
APRESENTAÇÃO DE TRABALHO. NICOLE. PEDRO. APLICA-SE O CDC.
RECUSA DE HOSPITAL PÚBLICO EM REALIZAR O ATENDIMENTO
MÉDICO DA PACIENTE. NEGLIGÊNCIA MÉDICA. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA DO ESTADO. DANOS MORAIS.

2º BIMESTRE
04/10/2022
ROTA 5 – Responsabilidade Civil e o Código de Defesa do Consumidor

No vício – seja do produto ou do serviço –, o problema fica adstrito


aos limites do bem de consumo, sem outras repercussões (prejuízos
intrínsecos). Por outra via, no fato ou defeito – seja também do
produto ou serviço –, há outras decorrências, como é o caso de
outros danos materiais, de danos morais e dos danos estéticos
(prejuízos extrínsecos).

Nota: Responsabilidade Objetiva – comprovação de dano e nexo de


causalidade (somente será subjetiva em casos de profissionais liberais).
Responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço: ocasiona ou tem
potencial para ocasionar dano.
Serão responsáveis somente os indivíduos que estão na relação. P. ex., uma
televisão que explode: sendo o fabricante do produto identificável, o fornecedor
não responde. Agora, se não for possível identificar o fabricante, responde,
excepcionalmente de forma subsidiária, o comerciante (ver art. 12 e seus
respectivos parágrafos e incisos, do CDC).
Não serão responsabilizados o comerciante quando rompido o nexo de
causalidade (art. 12, § 3º, CDC).
Prazo prescricional: 5 anos.
Responsabilidade pelo vício do produto ou do serviço: não ocasiona dano
ou não tem potencial para ocasionar dano. A responsabilidade do comerciante
é solidária. Trata-se da qualidade ou quantidade esperada e até mesmo a
inadequação para utilização/consumo.
Aplicam-se prazos decadenciais (art. 26, CDC).
Notas complementares  ver pasta “Notas – Fórum  2º Bimestre  arquivo
1.

11/10/2022.
Das cláusulas abusivas:
Contratos de adesão (arts. 47 e 54, CDC):
 Priorizam a vontade das partes (art. 112, CDC), portanto, não são nulos.
 Análise à luz dos usos e costumes (art. 113, CDC).
Direito ao arrependimento (art. 49, CDC):
 Proteção do consumidor.
 Compras fora do estabelecimento físico, quais sejam: compras por
telefone, internet etc.
 Prazo – 7 dias.
 Decreto 7.962/2013  esclarece algumas questões pertinentes.
Cláusulas abusivas:
 Preservação contratual (art. 51, CDC).
 Cláusula de não indenizar (art. 25 e art. 51, I, CDC).
 Reembolso de quantias (cláusulas que limitam ou não permitem
reembolso por valores pagos indevidamente).
 Transferência de responsabilidade (solidariedade: p. ex., se o fornecedor
possui seguro, responderão fornecedor ou seguradora. Qualquer
cláusula contrária a isso, é abusiva).
 Cláusulas incompatíveis com a boa-fé e equidade.
 Inversão prejudicial do ônus da prova.
 Cláusula que autoriza a rescisão ou alteração unilateral.
18/10/2022.
MEIOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
a. Mediação/conciliação.
b. Processo: princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional.
25/10/2022.
DIREITOS DIFUSOS

Podem ser:

 Direitos coletivos (lato sensu).


 Metaindividuais
 Transindividuais
Estes, classificam-se em:
 Difusos  indivisíveis  sujeitos indeterminados ou indetermináveis
 Coletivos (stricto sensu)  indivisíveis  sujeitos determinados ou
determináveis
 Metaindividual homogêneo  divisíveis  sujeitos determinados ou
determináveis
Veja-se o art. 81, do CDC:

A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas


poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.

Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:

I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste


código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam
titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;

II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos


deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja
titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com
a parte contrária por uma relação jurídica base;

III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos


os decorrentes de origem comum.

O art. 82, do CDC, por sua vez, dispõe os legitimados para propor a ação.

08/11/2022.

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